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Roteiro Hipotiroidismo Introdução O Hipotiroidismo é caracterizado pela ineficiente produção dos hormônios tireoideanos pela glândula tireóide, a partir disso, há diminuição da atividade metabólica do organismo animal. É classificado como primário, secundário e terciário, mas pode ainda ter outras classificações, isso dependerá do local de instalação da afecção Epidemiologia Costuma acometer animais de meia idade, entre 4 e 10 anos, os sintomas aparecem precocemente em raças predispostas, como por exemplo, boxer, doberman, Golden Retriever, dálmata, Dachshund, Cocker Spaniel, Lulu da Pomerânia e beagle. Pode ocorrer maior predisposição em raças puras que em raças mestiças e prevalência maior em animais de médio e grande porte. Não existe predisposição sexual aparente, mas fêmeas e machos castrados apresentam maior risco de desenvolverem a doença. Etiologia O hipotireoidismo primário ocorre devido à tireoidite linfocítica ou atrofia idiopática da tireóide, é resultante de uma destruição gradual da glândula tireóide e é responsável por mais de 95% dos casos, sendo, portanto, a forma mais comum da afecção. O hipotiroidismo secundário, também chamado de hipofisário é causado por uma diminuição na secreção de hormônio tireóide-estimulante (TSH), ocorrendo em menos de 5% dos casos. O hipotiroidismo terciário ocorre devido à deficiência na secreção do hormônio liberador de tireotropina (TRH) por neurônios do hipotálamo. A ausência da secreção de TRH pode ocasionar deficiência na secreção de TSH e atrofia folicular secundária na tireóide. O Hipotireoidismo Congênito caracterizado por defeitos congênitos na hormoniogênese já foi relatado em cães, mas é raro. As causas comprovadas em caninos incluem ingestão dietética deficitária de iodo, disormoniogênese (defeito na organificação do iodo) e disgenesia tireoideana Há também as causas iatrogênicas do hipotireoidismo incluem o tratamento com iodo, a administração de fármacos antitireoideanos e a tireoidectomia cirúrgica. Menos comumente, a neoplasia tireoideana bilateral ou a invasão da tireóide por neoplasia metastática pode resultar em hipotireoidismo Sinais Clínicos Os sinais clínicos são bem variados e estão relacionados a idade em que o distúrbio hormonal se desenvolveu. Entre alterações mais encontradas, estão as anormalidades dermatológicas, alopecia de tronco bilateral não-pruriginosa, A alopecia pode ser localizada ou generalizada, pode envolver apenas a cauda do animal, por ser uma região de bastante atrito, fica com aparência caracterizada como “cauda de rato”, animal pode apresentar Hiperqueratose e hiperpigmentação. Outras manifestações que o paciente pode apresentar devido à baixa taxa metabólica incluem letargia, depressão mental, ganho de peso, intolerância a exercícios e ao frio. Há também os sinais neuromusculares que podem incluir fraqueza, atrofia muscular, ataxia, arrastamento de membros, com fricção excessiva da parte dorsal das falanges, paresia, convulsão, sintomas vestibulares, paralisia de vários nervos cranianos. Diagnóstico Testes Laboratoriais de Triagem: Os resultados do hemograma e exames bioquímicos podem indicar o diagnóstico de hipotireoidismo e descartar outros distúrbios. Os achados laboratoriais são a hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia Os testes da função da glândula tireóide, que mensuram as concentrações de T4 e fT4 juntamente com a concentração sérica de TSH, são os mais indicados e utilizados para avaliar a função da tireóide em cães suspeitos de hipotireoidismo Fatores que interferem nos testes diagnósticos idade, raça, obesidade, variações hormonais de estrógeno e/ou progesterona, insulina, administração de medicamentos como glicocorticóides, fenobarbial, sulfonamidas e animais eutireóideos doentes. Diagnósticos diferenciais deve-se considerar as causas endócrinas de alopecia como o hiperadrenocorticismo, dermatopatias relacionadas com hormônios sexuais, dermatose responsiva ao hormônio de crescimento e anormalidades de hormônios sexuais adrenais Tratamento É feito a partir de suplementação hormonal para diagnóstico terapêutico, a partir dele é possível avaliar a resposta clinica do animal. O tratamento inicial com levotiroxina sódica (T4 sintética) é a droga de escolha para o tratamento de hipotireoidismo. Sua administração por via oral deve resultar em concentrações normais séricas de T4, T3 e TSH. A levotiroxina aprovada para o uso em cães é a Soloxine® a cada 12 ou 24 horas com o aumento progressivo quando necessário Para cães com hipotireoidismo secundário e terciário uma terapia adicional com glicocorticoides e cobalto podem ser necessários Em caso de ausência de resposta ou uma resposta insuficiente à terapia devem levar em consideração os seguintes aspectos: administração errada pelo proprietário, produto incorreto/vencido, tempo insuficiente para obter resposta clínica, dosagem e frequência inadequadas, pobre absorção intestinal, produtos genéricos/manipulados, diagnóstico errado e doenças dermatológicas concomitantes que podem dificultar a avaliação do clínico sobre a terapia. Prognóstico Irá depender da causa subjacente, mas com o tratamento adequado o hipotiroidismo pode ser controlado e o paciente ter um prognostico excelente.
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