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TUTELAS AULA

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- -1
TUTELAS PROVISÓRIAS E 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
TUTELAS PROVISÓRIAS
Bruna Souza da Silva
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui as modalidades de tutelas provisórias previstas noTutelas provisórias
nosso ordenamento jurídico e os requisitos fáticos e jurídicos para a utilização de cada uma delas: tutela de
urgência e tutela de evidência; natureza antecipada (ou satisfativa) e natureza cautelar (ou preventiva); tutela
incidental ou antecedente. Aprofunde os conhecimentos nos conceitos e hipóteses de cabimento de cada uma
delas e esteja pronto para atuar na correta aplicação da prática jurídica.
Bons estudos!
- -3
Noções gerais e regras comuns a todas as espécies de 
tutelas provisórias
A tutela provisória é tratada pelo Código de Processo Civil (CPC), no Livro V da Parte Geral. Trata-se daquela
tutela jurisdicional revestida de e que poderá vir a ser substituída pela tutela de carátercaráter provisório
definitivo. As disposições gerais acerca da tutela provisória estão contidas nos artigos 294 a 299 do CPC, sendo
que as disposições específicas encontram-se entre os arts. 300 e 311 do Código Processual.
Conforme leciona Neves (2016), as tutelas provisórias são concedidas em sede de cognição sumária, o que
significa que o juiz ainda não possui acesso a todos os elementos de convicção relativos à controvérsia jurídica
que poderão ser trazidos posteriormente pelas partes. No entanto, o mesmo autor pondera que as tutelas
provisórias também poderão ser concedidas em sede de sentença, momento em que o juízo já exauriu a fase de
cognição.
Por fim, é importante destacar que as tutelas provisórias – em razão de serem concedidas em sede de cognição
, como acima informado – são fundamentadas na plausibilidade do direito vindicado, ou seja, nasumária
aparência de que o direito requerido realmente pertence ao requerente, com base nas informações e
documentos fornecidos na petição. Se, conforme aduzido, o juízo ainda não teve acesso a todos os elementos
formadores de sua convicção, ele não se manifesta fundado em certezas, mas no juízo de probabilidade que o
direito exista, conforme mesmo autor citado (NEVES, 2016).
Assista aí
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/c4bfe37d16005471003a80ed2295642f
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- -4
1.1 Das espécies de tutela provisória
Extrai-se da leitura do art. 294 do CPC que a tutela provisória se subdivide em:
Tutela provisória de urgência 
Tutela provisória de evidência
A tutela de evidência não possui subdivisões, sendo tratada especialmente no art. 311 do CPC, que será objeto de
tópico adiante.
Por sua vez, a tutela provisória de urgência se subdivide em:
Antecipada
Cautelar
A tutela de urgência antecipada possui caráter satisfativo, ou seja, a seu objeto coincide com o provimento final
que se pretende obter. Já a tutela de urgência cautelar possui natureza preventiva e visa a impedir que o direito
objeto do provimento final pereça no curso do processo, assegurando assim o resultado útil deste.
Sobre a difícil distinção, nos casos concretos, entre a tutela antecipada (e ) e a tutela cautelar (satisfativa
), leciona Neves (2016):preventiva
Assista aí
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2
/0c649e49aafe34df7c5144a03891081b
A tutela cautelar garante para satisfazer e a tutela antecipada satisfaz para garantir. O objeto da
tutela cautelar é garantir o resultado final do processo, mas essa garantia na realidade prepara e
permite a futura satisfação do direito. A tutela antecipada satisfaz, faticamente, o direito, e, ao fazê-
lo, garante que o futuro resultado do processo seja útil à parte vencedora. A presença de garantia e
satisfação em ambas serve para explicar a frequente confusão em sua distinção, o que inclusive levou
o legislador a prever expressamente a fungibilidade entre elas (art. 305, parágrafo único, do Novo
CPC) (NEVES, 2016, p. 462).
Tanto a tutela de urgência quanto a tutela de urgência pode ser requerida de forma:antecipada cautelar
Antecedente
Incidental
Nota-se que não há previsão, no Novo CPC, de que a tutela de evidência seja concedida em caráter antecedente,
só se admitindo sua concessão em caráter incidental. A tutela de evidência, ao contrário da tutela de urgência,
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independente do prejuízo que pode ser trazido pelo tempo. Está prevista no art. 311 do CPC, que contém o rol de
hipóteses em que o direito do requerente tem uma grande probabilidade de existir, o que permitirá a sua
antecipação.
Por fim, de acordo com o art. 295 do CPC, a tutela de urgência requerida em caráter incidental fica dispensada do
pagamento de custas, posto que o requerimento é formulado nos autos do próprio processo principal e não de
forma autônoma.
- -6
Da eficácia das tutelas provisórias
Acerca da eficácia das tutelas provisórias no tempo, dispõe a redação do art. 296 do CPC:
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante
o período de suspensão do processo.
O do art. 296 reflete um dos elementos essenciais das tutelas ora estudadas, qual seja, o da provisoriedade.caput 
Quer dizer, as tutelas concedidas em caráter não definitivo, geralmente em sede de cognição sumária, poderão
ser revogadas ou modificadas pelo juízo a qualquer tempo, caso algum elemento da convicção formada no
momento da concessão tenha se alterado no curso do processo.
Dessa forma, a tutela provisória pode ser revogada ou modificada tanto em sede de decisão interlocutória, ainda
em fase de cognição, quanto em sede de prolação de sentença. Aliás, se no momento da prolação de sentença
houver tutela provisória vigente, será de boa técnica que a sentença se manifeste expressamente se está a
confirmar a tutela concedida, ou se está a revogar – ou modificar, em alguma medida – a tutela provisória que se
encontrava em vigor.
Figura 1 - Prolação da sentença
Fonte: Levent Konuk, Shutterstock (2020).
#PraCegoVer: a imagem mostra um juiz assinando a sentença com uma caneta dourada ao lado do martelo.
- -7
Nesta esteira, também em sede de segundo grau de jurisdição, se houver tutela provisória concedida é
interessante que se informe, no acórdão a ser proferido pela turma ou câmara, se a tutela concedida
anteriormente está sendo mantida, revogada ou modificada, para que não restem dúvidas às partes.
O parágrafo único do art. 296 merece destaque na medida em que determina que, caso seja determinada a
suspensão do processo por qualquer um dos motivos autorizadores, a eficácia da tutela será conservada durante
a suspensão a menos que o juízo profira decisão expressa suspendendo também os seus efeitos.
Se for concedida tutela provisória pelo juízo, o artigo 297 do CPC autoriza ao juiz que determine medidas que
considerar adequadas para a efetivação da tutela. O parágrafo único estabelece ainda que a efetivação da tutela
concedida observará as normas procedimentais do cumprimento provisório de sentença, que estão descritas nos
artigos 520 em diante, do CPC, no que couber.
Isso significa que as normas do cumprimento provisório de sentença servirão como baliza, para o juiz e para a
parte, na efetivação da tutela provisória. Não significa que aquelas normas deverão ser cumpridas à risca em sua
literalidade, pois, se houver algum aspecto procedimental que seja incompatível com a urgênciarequerida, o juiz
está autorizado dispensar requisitos ou adotar medidas diversas para que sua decisão se torne eficaz.
Em reforço ao princípio da fundamentação das decisões, que está consubstanciado no art. 489, §1º do CPC e no
art. 93, IX da Constituição da República de 1988 - CR/88, o artigo 298 do CPC determina que a decisão judicial
que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória deverá constar, de modo claro e preciso, a 
. Veja-se o que dispõe o art. 489 do CPC, sobre a fundamentação dasmotivação do convencimento do juiz
decisões:
Art. 489. [...]
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
Fique de olho
Conforme leciona Neves (2016), normalmente se entende que a sentença que julgue o pedido
improcedente implica em revogação da tutela, e a sentença que julgue o pedido procedente
implica em confirmação da tutela provisória concedida. No entanto, o autor ressalva que é
possível que uma sentença improcedente confirme a tutela provisória concedida, se o julgador
vislumbrar a possibilidade de reforma da decisão e mantiver a tutela provisória para não gerar
prejuízo à parte durante a tramitação do processo.
- -8
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com
a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
A determinação expressa contida no art. 298 do CPC, neste ponto, de que a decisão que versa sobre tutela
provisória indique os elementos de convicção do juízo traduz a ausência de discricionariedade do julgador se ele
visualizar que os requisitos legais para concessão da tutela de urgência ou de evidência foram preenchidos.
Significa dizer que, se da análise dos fatos e do direito o juiz concluir estarem presentes os requisitos para
concessão da tutela provisória, ele deverá concedê-la, não lhe cabendo optar por conceder ou não.
Da mesma forma, caso o juiz verifique que os elementos não estão presentes, não lhe é permitido conceder a
tutela provisória simplesmente por achar que isso seria o mais adequado.
A crítica que aqui pode ser feita é a de que a redação dos dispositivos que arrolam os requisitos para concessão
das tutelas possui expressões abertas que, aí sim, permitem ao julgador realizar um juízo de valor sobre se os
fatos expostos no caso concreto se amoldam à exigência legal.
Ainda sobre a possibilidade de decisão, a qualquer tempo, que revogue tutela provisória anteriormente
concedida tem-se que esta decisão, normalmente, ocorre a requerimento da parte que traz novo elemento de
convicção do juízo que poderá fazer com que ele mude de ideia sobre a concessão. De toda forma, quando houver
requerimento de modificação ou revogação da decisão por uma das partes deve-se abrir, à outra, a oportunidade
de manifestar, em atenção ao princípio do contraditório.
Embora tal posicionamento não seja uniforme na doutrina, tem-se que o próprio juízo poderia, ao verificar a
mudança das circunstâncias que ampararam a concessão da tutela provisória em momento anterior, promover a
modificação ou revogação daquilo que foi concedido, especialmente quando se trata de tutela de urgência.
- -9
Mesmo assim, caso o juízo entenda que se justifica tal revogação de ofício, considera-se interessante que a parte
interessada seja ouvida em atenção ao princípio da não surpresa, contido no art. 9º, no CPC, a fim de se evitar
impugnações futuras. Novamente, tal decisão deve expor de modo claro e objetivo a motivação do juízo.
Importante destacar que a decisão interlocutória que verse sobre tutelas provisórias é recorrível por meio de 
, conforme art. 1.015, inciso I, do CPC, sendo possível a interposição pela parteagravo de instrumento
requerente, em caso de indeferimento, e pela parte requerida, em caso de deferimento. O artigo 1.018 do CPC
informa que o agravante poderá juntar ao processo de origem a cópia da petição do agravo de instrumento, do
comprovante de distribuição e relação de documentos que o instruíram.
Caso o agravo de instrumento seja interposto pela parte que requereu a tutela provisória e a viu ser indeferida, é
possível a formulação do pedido de , que traduz a possibilidade de que o relator doefeito suspensivo ativo
processo no tribunal conceda efeito suspensivo ao agravo, suspendendo assim os efeitos da decisão que
indeferiu a tutela, e concedendo a tutela provisória requerida desde logo para que surta seus efeitos, até que o
agravo de instrumento seja apreciado pela turma ou câmara.
Lado outro, caso não seja concedido nenhum tipo de efeito suspensivo ou agravo de instrumento, tem-se que o
processo de origem seguirá seu curso normalmente, o que traduz a possibilidade de que haja prolação de
sentença antes mesmo do julgamento do agravo de instrumento. Pendente o julgamento do agravo de
instrumento e proferida a sentença, tem-se que o agravo de instrumento “perderá o objeto”, ou seja, a decisão
que seria objeto de análise e até reforma pelo Tribunal deixou de produzir efeitos por ter sido substituída por
sentença, decisão impugnável por outro tipo de recurso (apelação).
Também podem ocorrer as seguintes hipóteses de superposição de decisões, sobre as quais colheremos os
ensinamentos de Neves (2016) para solucionar decisão proferida em sede de agravo de instrumento que
concede ou confirma tutela provisória concedida, seguida no tempo de sentença que julga improcedente o
pedido: neste caso, entende-se que deve prevalecer o juízo de primeiro grau, em cognição exauriente, em relação
ao juízo sumário realizado pelo Tribunal, ou seja, retiram-se os efeitos da tutela provisória; nesta hipótese, há
ainda um entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que:
se a sentença foi proferida sob as mesmas circunstâncias fáticas e probatórias que aquelas vigentes no momento
do julgamento do agravo pelo Tribunal, deve prevalecer a decisão do Tribunal quanto à tutela, pelo critério da
hierarquia.
- -10
se a sentença foi proferida sob circunstâncias fáticas e probatórias diferentes daquelas vigentes no momento do
julgamento do agravo pelo Tribunal, deve prevalecer a sentença do juízo, no que toca à tutela provisória, pois o
juízo de primeiro grau provavelmente teve mais elementos e conhecimento do caso para proferir a sentença do
que o Tribunal para proferir o acórdão.
Da mesma forma, caso o Tribunal casse tutela antecipada em julgamento de agravo de instrumento
anteriormente à sentença, e esta venha a ser proferida com base circunstâncias fáticas e probatórias diferentes
daquelas apreciadas pelo Tribunal, poderá o juízo de primeiro grau restabelecer a tutela concedida em sentença.
Por fim, importante dar conhecimento sobre o instituto da prevenção, pelo qual a câmara ou turma julgadora do
agravo de instrumento ficará vinculada ao processo de origem e julgará, também, o recurso de apelação
interposto em face de sentença.
1.3 Da competência para apreciar os requerimentos de tutela provisória
O art. 299 do CPC determina de qual órgão jurisdicional é a competência para apreciar os requerimentos de
tutela provisória.
Leia-se:
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência origináriade tribunal e nos
recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
Dessa forma a competência para apreciar o pedido de tutela provisória é do mesmo juízo que foi competente
para apreciar o pedido principal. Isso é independente de o pedido de tutela provisória será feito em caráter
incidental ou antecedente.
Aqui é necessário retomar o conceito de prevenção pois, havendo mais de um juízo competente para conhecer da
medida antecedente (por exemplo, diversas varas cíveis na mesma comarca), ocorrendo a distribuição da
medida antecedente a uma determinada vara, ficará este juízo prevento para conhecer do processo principal que
se seguirá.
De maneira diversa, caso o pedido de tutela provisória antecedente seja formulado em juízo incompetente, e
ainda que o réu não alegue esta incompetência no processo cautelar, permanecendo este feito com trâmite no
juízo incompetente, não estará o requerente vinculado a distribuir seu processo principal também no foro
incompetente, devendo fazê-lo naquele juízo que é o competente para apreciar o pedido principal.
- -11
- -12
2 Tutela provisória de urgência
A tutela de urgência tem suas disposições gerais reguladas nos artigos 300 a 302 do CPC, e específicas entre os
artigos 303 e 310 do CPC.
Para que seja concedida a tutela de urgência, a lei exige a presença dos seguintes requisitos cumulativos,
constante do do art. 300 do CPC: caput
• probabilidade do direito
• perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo
A probabilidade do direito, como exposto em tópico anterior, é requisito comum às tutelas provisórias pois o
juízo se baseará na aparência de que o direito pretendido exista, ainda em sede de cognição sumária. Esse juízo
de probabilidade poderá ser exercido com base somente nos fatos narrados na petição que requer a tutela, ou
ainda com base e eventuais provas que já tenham sido trazidas aos autos pelo requerente.
O requisito que chama atenção na tutela de urgência é o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, ou
seja, o elemento tempo é fator decisivo no tratamento da questão. Se, pela narrativa dos fatos e documentos
juntados, se puder concluir que o decurso do tempo levará ao perecimento do direito, estará autorizada a adoção
de medidas que protejam o direito desde logo, seja por meio da efetivação deste direito de forma satisfativa, seja
por meio de garantias de que este direito possa vir a ser usufruído no futuro, quando da tutela definitiva.
Em caso de tutela de urgência (tanto cautelar quanto antecipada), e de acordo com o caso concreto, o juiz pode
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer. A caução
pode ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la, nos termos do parágrafo
1º do art. 300 do CPC.
Ensina Neves (2016) que em caso de dúvida pelo juízo a respeito da irreversibilidade da tutela concedida, mas
ante o convencimento da probabilidade do direito pretendido, ele poderá exigir a caução. De toda forma a
análise é realizada no caso concreto, não existindo a obrigatoriedade à primeira vista de que a caução seja
exigida da parte requerente.
O intuito da exigência de caução é assegurar que eventuais danos sofridos pela outra parte quando e em razão da
efetivação da tutela de urgência. Destaque-se que a caução prestada, quando exigida, poderá ser real ou
fidejussória, desde que seja idônea e suficiente.
•
•
- -13
O parágrafo segundo do art. 300 abre a possibilidade de que as tutelas de urgência sejam concedidas
liminarmente ou após a justificação prévia. Isso significa dizer que a decisão que aprecia o pedido de tutela de
urgência pode ser proferida logo no início do processo (cautelar ou principal) como primeiro ato do juízo,
independentemente de oitiva das partes.
Já a justificação prévia tem lugar quando o juízo entende que melhor do que proferir sentença liminar seria ouvir
testemunhas da parte requerente por meio da chamada audiência de justificação. A audiência de justificação,
portanto, pode ocorrer tanto em sede de pedido cautelar quanto em sede incidental, sem oitiva da parte
contrária, e poderá dar mais elementos de convicção ao juiz para prolação da decisão.
Com relação ao parágrafo 3º do art. 300, leia-se:
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Este dispositivo traduz o que é chamado pela doutrina de requisito negativo para a concessão da tutela de
urgência de natureza antecipada (e satisfativa), qual seja, o que de inexista no caso concreto irreversibilidade
daqueles efeitos práticos que poderão ser gerados pela decisão. Para auxiliar na compreensão do dispositivo,
leciona Neves (2016):
Tomando-se por base a irreversibilidade fática, deve-se analisar a situação fática anterior à
concessão da tutela antecipada e aquela que será criada quando a tutela for efetivada. Sendo possível
após sua revogação o retorno à situação fática anterior à sua concessão, a tutela antecipada será
reversível, não sendo aplicado o impedimento do art. 300, §3º, do Novo CPC. Caso contrário, haverá
irreversibilidade, sendo, ao menos em tese, vedada pela lei a concessão da tutela antecipada (NEVES,
2016, p. 479).
Fique de olho
De acordo com o Enunciado nº. 25 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados (ENFAM), a vedação da concessão de tutela de urgência cujos efeitos possam ser
irreversíveis (art. 300, §3º, do CPC/15) pode ser afastada no caso concreto com base na
garantia do acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal).
- -14
Seguindo nas normas gerias acerca da tutela de urgência, adentramos ao estudo do art. 301:
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea
para asseguração do direito.
Este é um dos artigos que mais exige, do intérprete, o conhecimento acerca das disposições contidas no Código
de Processo Civil de 1973. Isso porque, no código revogado, havia previsão de medidas cautelares típicas (ou
procedimentos cautelares específicos) dentre as quais as citadas no artigo 301: arresto, sequestro, arrolamento
de bens, registro de protesto contra alienação de bem.
No entanto, com a edição do CPC/15, tais medidas típicas foram revogadas tendo sido curiosamente mantida a
menção a elas no art. 301. Dessa forma, a conclusão a que se pode chegar é a de que o juízo poderá se valer de
tais medidas de modo a assegurar a tutela de urgência concedida na modalidade cautelar.
Tal liberdade na adoção de medidas idôneas que assegurem a eficácia da tutela provisória de urgência, cautelar,
remete a outro conhecido instituto do CPC/73: o poder geral de cautela do juiz, que possibilitava a adoção das
medidas provisórias que julgasse adequadas para assegurar a eficácia das tutelas provisórias.
Finalmente, destaca-se o conteúdo do art. 302 do CPC, que prevê a responsabilidade da parte a que aproveita a
tutela provisória pelos danos eventualmente causados à parte requerida, nos seguintes termos:
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível.
É preciso atentar para a parte inicial do do artigo, que dispõe que a responsabilização pelos danos caput
causados independe da reparação pordano processual (ex.: multas por litigância de má-fé, nas hipóteses legais)
- -15
e para o seu parágrafo único que determina que a indenização será processada nos mesmos autos em que a
medida tiver sido concedida, preferencialmente. Estes dois aspectos são bastante cobrados em provas e
concursos públicos.
Ainda, frise-se que a responsabilidade consubstanciada neste artigo é objetiva e independe da demonstração de
dolo ou culpa por parte do requerente.
Segundo Neves (2016),
trata-se de aplicação da teoria do risco-proveito, considerando-se que, se de um lado a obtenção e a
efetivação de uma tutela cautelar são altamente proveitosas para a parte, por outro lado, os riscos
pela concessão dessa tutela provisória concedida mediante cognição sumária são exclusivamente
daquele que dela se aproveitou (NEVES, 2016, p. 481).
Por fim, há de se informar sobre a possibilidade de concessão de tutela de urgência, de forma incidental, de ofício
pelo juízo, ou seja, sem que tenha havido requerimento da parte e desde que presentes os requisitos legais. Essa
possibilidade levanta discussões na doutrina, mas tem prevalecido tendo em vista que o CPC nem exige
expressamente o requerimento da parte, nem proíbe expressamente a atuação de ofício pelo juiz.
Nesse caso, da concessão de tutela de urgência de oficio pelo juízo, a parte que dela se beneficiar também
responderá pelos danos eventualmente causados ao requerido, a menos que se manifeste expressamente contra
a efetivação desta tutela, conforme Neves (2016).
- -16
Tutela de urgência antecipada antecedente e sua estabilização
A hipótese de tutela antecipada antecedente está no caput do art. 303 do CPC e o possibilidade de sua
estabilização está contida no art. 304 do CPC:
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.
Da leitura do artigo compreende-se caso a urgência da medida for contemporânea à propositura da ação, o Autor
poderá formular petição simplificada destinada apenas a requerer a tutela antecipada, não se tratando ainda de
petição inicial do pedido principal.
Em seguida, os parágrafos do art. 303 determinam a sequência do procedimento que deverá ser seguido. Assim,
caso o requerimento de tutela antecipada antecedente seja deferido, concedendo-se a tutela pleiteada,
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de
novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo
maior que o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
Portanto, deve ser realizado o aditamento da petição inicial pelo Autor no prazo fixado pelo juízo – que, via de
regra, será de 15 (quinze) dias – sob pena de extinção do processo. Cumprido o aditamento, será determinada a
citação do réu para responder o processo e intimação para comparecer em audiência, seguindo-se daí adiante o
procedimento comum.
É importante destacar que o aditamento do pedido deve ser realizado nos mesmos autos, sem incidência de
novas custas processuais, nos termos do art. 303, §3º do CPC. Ainda, frise-se que a petição inicial indicada no
caput – aquela que se dirige especificamente ao requerimento de tutela antecipada antecedente – deve indicar o
valor da causa correspondente ao pedido objeto da tutela final, nos termos do §4º do art. 303 do CPC. Ou seja,
indicado corretamente o valor da causa e recolhidas as custas, não haverá novas custas quando do aditamento
do pedido, nos mesmos autos.
- -17
Conforme § 5º do art. 303, do CPC, o autor indica na petição inicial que pretende valer-se do benefício previsto
no deste artigo. Nos casos em que o juízo entenda que a petição não fornece elementos suficientes para acaput 
concessão da tutela antecipada antecedente, dispõe o §6º do art. 303 do CPC que o órgão jurisdicional determine
a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias. Caso não emende, a inicial será indeferida e de o processo ser
extinto sem resolução de mérito.
Seguindo-se no objeto deste subtópico, passa-se ao estudo do art. 304 do CPC que contém o instituto da
estabilização da tutela antecipada antecedente.
Leia-se:
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da decisão que a
conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo,
extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos
do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos
só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma
das partes, nos termos do § 2º deste artigo.
A estabilização da tutela antecipada (satisfativa) requerida em caráter antecedente constitui novidade trazida no
CPC de 2015 e significa que a decisão concessiva se torna estável caso não ocorra interposição do respectivo
recurso, caso em que o processo será extinto.
O parágrafo 2º do art. 304 do CPC prevê:
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
- -18
O prazo de 2 (dois) anos está previsto no §5º do artigo 304 do CPC, é entendido pela doutrina como de natureza
decadencial, da mesma forma que o prazo previsto para a ação rescisória, no art. 975 do CPC.
Na sequência, o §6º do art. 304 do CPC prevê expressamente que a “decisão estabilizada não fará coisa julgada”,
sendo que a estabilidade de seus efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do parágrafo 2º do mesmo artigo.
Nesse sentido são os enunciados abaixo:
Enunciado nº. 33 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC):
Não cabe ação rescisória nos casos de estabilização da tutela antecipada de urgência.
Enunciado nº. 27 da ENFAM:
Não é cabível ação rescisória contra decisão estabilizada na forma do art. 304 do CPC/2015.
Este dispositivo (art. 304, §6º, do CPC) afasta, em primeira análise, portanto, o cabimento de ação rescisória cujo
pressuposto seria a existência de coisa julgada.
Por fim, caso a demanda destinada a rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada seja ajuizada
tempestivamente, poderá ser deferida em caráter liminar a antecipação dos efeitos da revisão, reforma ou
invalidação pretendida, na forma do art. 296, parágrafo único, do CPC/2015, desde que demonstrada a existência
de outros elementos que ilidam os fundamentos da decisão anterior (Enunciado nº. 26 ENFAM).
Fique de olho
De acordo com o Enunciado nº. 163 do Fórum Nacional de Juizados Especiais (FONAJE), os
procedimentos de tutela de urgência requeridos em caráter antecedente, na forma prevista
nos arts. 303 a 310 do CPC/2015, são incompatíveis com o Sistema dos Juizados Especiais.
- -192.2 Tutela de urgência antecipada incidental
Visto está que a tutela de urgência de natureza antecipada (satisfativa) não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300. § 3º, do CPC). Também foi visto, acima, que a tutela
de urgência antecipada pode ser requerida de forma antecedente assim como pode ser requerida de forma
incidental.
Os requisitos da tutela de urgência antecipada requerida em caráter incidental serão os mesmos para a tutela de
urgência antecipada requerida em caráter antecedente, modificando-se apenas o momento do processo em que
o pedido é formulado. A tutela de urgência antecipada incidental é requerida em momento posterior ao que se
tenha apresentado o pedido principal ao juízo.
Vale frisar, no entanto, que a tutela de urgência antecipada incidental está sujeita ao fenômeno danão
estabilização previsto no art. 304 do CPC; apenas a tutela de urgência antecipada (satisfativa) requerida em
caráter antecedente poderá ser estabilizada, sendo este ponto da legislação abordado reiteradamente em provas
e concursos públicos.
- -20
2.3 Tutela de urgência cautelar antecedente
A tutela de urgência cautelar (preventiva) requerida em caráter antecedente, ou seja, antes de formulado o
pedido principal, está regulamentada pelos artigos 305 a 310 do CPC. Veja-se a hipótese prevista no art. 305 do
CPC:
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.
A petição inicial da tutela cautelar antecedente deverá conter, portanto, a exposição sumária do direito
ameaçado, o que de acordo com Daniel Amorim (NEVES, 2016) pode ser equiparado à conhecida expressão
“fumaça do bom direito”, enquanto que o receio da lesão equipara-se ao perigo na demora.
Note-se que o parágrafo único determina que, caso o juiz verifique que o pedido formulado na inicial tem
natureza de tutela antecipada (satisfativa) e não cautelar (preventiva), ele deverá observar o disposto no art.
303, acima explicitado.
Essa disposição traduz a chamada fungibilidade entre a tutela antecipada e a tutela cautelar, no caso em que
requerida em caráter antecedente. Significa que o juiz pode adequar o pedido formulado pela parte à tutela que
realmente poderá ser concedida no caso concreto, não sendo permitido que o juiz conceda tutela de urgência
com objeto diverso daquele que foi pedido pelo requerente.
É importante que, ao decidir, o juízo deixe claro para as partes se está deferindo ou indeferindo a tutela cautelar
ou antecipada, já que a decisão atinente a cada uma das modalidades gerará efeitos diversos para as partes
(estabilização da decisão ou necessidade de aditamento, em contraposição ao regular prosseguimento do feito).
Da mesma forma a doutrina reconhece que a fungibilidade aplica-se não somente ao pedido de tutela cautelar
que, na verdade, é tutela antecipada, quanto no pedido de tutela antecipada que na verdade seria cautelar,
devendo-se manter o rigor na decisão judicial que aplique a fungibilidade de modo a possibilitar às partes o
correto entendimento acerca dos atos processuais que deverão praticar em sequência.
Conforme art. 306, do CPC:
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas
que pretende produzir.
- -21
Se houver contestação do réu apresentada dentro do prazo, passará o processo a seguir o procedimento comum.
Em caso de não ser contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como
ocorridos (efeitos da revelia), caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 307 do CPC.
Da mesma forma que na tutela antecipada antecedente, caso ocorra a efetivação da tutela cautelar antecedente,
deverá o autor formular seu pedido principal no prazo de 30 (trinta) dias apresentando-o nos mesmos autos e
independentemente do adiantamento de novas custas processuais.
Aqui cabe um esclarecimento pois, quando do aditamento do pedido principal na tutela antecipada antecedente,
a lei prevê expressamente que deve ser atribuído no pedido antecedente o valor da causa, que deverá
corresponder ao valor do provimento definitivo que se pretende obter. Daí se justifica que não haja necessidade
de pagamento de novas custas.
Já na tutela cautelar antecedente, embora não haja dispositivo expresso determinando a inserção do valor da
causa na petição, aplicam-se as disposições gerais atinentes a petição inicial, a que deve ser atribuído o valor do
proveito econômico que se almeja. No entanto, tratando-se de tutela cautelar cujo objeto do provimento pode ser
diverso daquele provimento final, já que o objetivo é garantir para satisfazer, pode ocorrer de o valor da causa
do requerimento antecedente ser diferente do requerimento do pedido principal.
De importante leitura são os parágrafos do art. 308, do CPC:
Art. 308. [...]
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de
mediação, na forma do art. 334 , por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova
citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
O autor pode, independentemente do estado do processo cautelar antecedente, formular ao juízo seu pedido
principal mediante emenda à petição inicial, fazendo a conversão de pedidos (NEVES, 2016). Também poderá, de
toda forma, caso haja extinção do pedido cautelar por meio de sentença terminativa ou de improcedência, ajuizar
novo processo que contenha seu pedido principal.
Importante é que a causa de pedir pode ser aditada no momento de apresentação do pedido principal, seja ele
qual for.
- -22
A respeito da cessação da eficácia da tutela de urgência cautelar concedida em caráter antecedente dispõe o
artigo 309 do CPC que ela ocorrerá: 
• se o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal de 30 dias;
• se a tutela não for efetivada dentro de 30 dias, por fato imputável ao favorecido; 
• se o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
resolução de mérito. Nestes casos, se cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o
pedido, salvo sob novo fundamento.
Por fim, nos termos do art. 310 do CPC:
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência
ou de prescrição.
•
•
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- -23
2.4 Tutela de urgência cautelar incidental
O Código de Processo Civil de 1973 previa medidas cautelares típicas que eram efetivadas mediante processo
cautelares autônomos incidentais (arresto, sequestro, arrolamento de bens etc). No entanto, com a sistemática
do Novo CPC, foram extintos os processos cautelares incidentais, fato que também pode ser deduzido do teor do
art. 308, parágrafo 1º do CPC:
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
Leciona Neves (2016) que, sendo admitida a cumulação inicial do pedido principal e do pedido de tutela cautelar
também seria perfeitamente a acumulação dos dois pedidos de forma superveniente, nos próprios autos, ou seja,
com a elaboração do pedido principal para dar início ao processo e o pedido cautelar sendo elaborado durante o
andamento do processo.
Fique de olho
As tutelas de urgência cautelares (preventivas) não se sujeitam à estabilização.
- -24
3 Tutela provisória da evidência
Como visto acima, àtutela provisória de evidência aplicam-se as disposições gerais acerca da tutela provisória
(arts. 294 a 299 do CPC) além de aplicarem-se a ela também a responsabilização pelos danos causados pela
efetivação da tutela à parte requerida (art. 302 do CPC), conforme entendimento doutrinário. A tutela da
evidência é tratada, especificamente, no art. 311 do CPC, que será mais bem explorado abaixo.
- -25
3.1 Das hipóteses legais para concessão de tutela de evidência
Inicialmente há de se destacar, com base no do art. 311 (abaixo inserto), que a tutela de evidência tambémcaput 
se ampara na probabilidade do direito, analisado em sede de cognição sumária, como acontece na tutela de
urgência. De outro lado, ao contrário da tutela de urgência, a tutela de evidência dispensa a demonstração de que
demora na prestação da tutela definitiva cause perigo ao direito vindicado. Ou seja, a tutela de evidência não
requer a demonstração do perigo na demora.
As hipóteses previstas, inicialmente, para concessão da tutela de evidência estão contidas nos incisos I a IV do
art. 311:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de
dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
O inciso I consubstancia as atitudes abusivas da parte e também deve ter amparo na probabilidade do direito do
requerente, embora isso não conste expressamente do inciso. Quanto às atitudes abusivas da parte, menciona-se
o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
A doutrina tem por bem distinguir o abuso do direito de defesa “representa atos protelatórios praticados no
processo” enquanto que a expressão “manifestou propósito protelatório da parte” estaria ligada a atos
protelatórios, comissivos ou omissivos, praticados fora do processo e com ele relacionados (NEVES, 2016).
Como exemplo de atos de abuso de direito de defesa citem-se aqueles relacionados no art. 80 do CPC, que prevê
a litigância de má-fé. No entanto, os atos de abuso do direito de defesa não se limitam a este rol, podendo existir
outras condutas da parte que ensejem o reconhecimento do abuso pelo juiz.
- -26
Quanto ao manifesto propósito protelatório da parte é necessário que esteja configurado não somente o
propósito, em si, mas o efeito concreto de que este propósito protelatório tenha causado atraso efetivo da
entrega da prestação jurisdicional.
Já o inciso II exige a prova documental pré-constituída das alegações somada à existência de tese firmada em
julgamento de casos repetitivos (incidente de resolução de demandas repetitivas, recursos especiais e
extraordinários repetitivos) ou em súmula vinculante. Apesar de o artigo 311, inciso II, não falar em incidente de
assunção de competência, pode-se fazer tal ressalva já que o incidente também faz qualificada eratio decidendi
vinculante.
O inciso III do art. 311 prevê a possibilidade de concessão de tutela de evidência em pedido reipersecutório que
deverá ser fundado em prova documental do contrato de depósito e também da mora, caso em que será
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.
O inciso IV, por fim, exige a prova documental pré-constituída a instruir a petição inicial acrescido do fato de que
o requerido, tendo sido ouvido, não conseguiu refutar a questão de forma que gerasse dúvida ao juízo suficiente
a derrubar a aparente existência do direito pleiteado.
Fique de olho
O Enunciado nº. 31 da ENFAM dispõe que a concessão da tutela de evidência prevista no art.
311, II, do CPC/2015 independe do trânsito em julgado da decisão paradigma. Por outro lado,
o Enunciado nº. 31 expõe que é possível a concessão da tutela de evidência prevista no art.
311, II, do CPC/2015 quando a pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada
pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com
tese prevista em súmula dos tribunais, independentemente de caráter vinculante.
- -27
3.2 Da possibilidade de decisão liminar
Conforme parágrafo único do art. 311 do CPC, apenas as hipóteses dos incisos II e III poderão ser decididas de
forma liminar pelo juízo, ou seja, antes da citação e apresentação de defesa pelo requerido.
Assista aí
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/65b74ca7f2bfaf9043bb464581bb4bd4
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender que a tutela provisória pode ser fundamentada em urgência ou evidência;
• compreender que a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada pode ser concedida em caráter 
antecedente ou incidental;
• entender que só se concede de forma provisória aquilo que pode ser definitivo ao fim do processo;
• descobrir que a tutela de urgência antecipada possui natureza satisfativa enquanto que a cautelar possui 
natureza preventiva;
• aprender que a tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, obedecidos os requisitos previstos em lei.
Referências
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. . Disponível em: <Código de Processo Civil http://www.
> Acesso em: 14 de dez. 2019.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
Fique de olho
Há previsões esparsas para o cabimento da tutela de evidência, conforme exemplos do autor
Daniel Amorim: liminar possessória e mandado monitório. Isso o leva a crer, portanto, que o
rol do art. 311 é exemplificativo, e não taxativo.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
- -28
NEVES, D. A. A. . Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.Novo código de processo civil comentado
	Olá!
	Noções gerais e regras comuns a todas as espécies de tutelas provisórias
	Assista aí
	1.1 Das espécies de tutela provisória
	Assista aí
	Da eficácia das tutelas provisórias
	1.3 Da competência para apreciar os requerimentos de tutela provisória
	2 Tutela provisória de urgência
	
	
	Tutela de urgência antecipada antecedente e sua estabilização
	2.2 Tutela de urgência antecipada incidental
	2.3 Tutela de urgência cautelar antecedente
	
	
	
	2.4 Tutela de urgência cautelar incidental
	3 Tutela provisória da evidência
	3.1 Das hipóteses legais para concessão de tutela de evidência
	3.2 Da possibilidade de decisão liminar
	Assista aí
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais