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Prova de Tutelas Provisórias e Procedimentos Especiais - Processo Civil III

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Questão n. 01. O devido processo legal é importante garantia fundamental, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal. Isto posto, disserte sobre a diferença entre devido processo legal formal e substancial, esclarecendo, ademais, como o devido processo legal substancial acaba impondo ao legislador a criação de tutelas provisórias e de procedimentos especiais (2.0 pontos)
O devido processo legal formal é dirigido ao processo em si. Obriga ao estado-juiz a observar os princípios processuais no caso concreto. As partes têm o direito de que o juiz conduza este processo com observância às normas procedimentais, trazendo a ampla participação dos jurisdicionados e a efetiva proteção de seus direitos.
O devido processo legal substancial ou material é voltado para o campo da elaboração e interpretação das normas jurídicas. Aqui entram os princípios como o da razoabilidade e da proporcionalidade, que trazem a característica de um processo justo, buscando suprimir a ampla arbitrariedade do poder estatal, evitando a atividade legislativa abusiva e irrazoável e ditando uma interpretação razoável quando da aplicação concreta das normas jurídicas. Outras duas características do devido processo legal material são as de celeridade e adequação, e a última característica é a de efetividade. Uma vez que esses princípios norteiam todo o processo e impõem ao legislador que busque o acesso universal à justiça, garantindo um processo justo, efetivo, célere e adequado, nasce a necessidade de procedimentos especiais e de tutelas provisórias.
Questão n. 02. As tutelas provisórias são importante instrumento disponibilizados para as partes, que poderão utilizá-las durante a marcha processual. Isto posto, responda: 
a) qual a diferença entre tutelas provisórias de urgência e tutelas provisórias de evidência; 
A tutela provisória de urgência depende do preenchimento de dois requisitos: a probabilidade do direito; e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo se configura quando a parte não pode aguardar o final do processo, pois este poderá perder a sua utilidade. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente (inaudita altera parte) ou após justificação prévia (manifestação da parte contrária a respeito do pleito). Divide-se em antecipada e cautelar, que podem ser antecedentes ou incidentais.
A tutela provisória de evidência não se funda na demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, mas no fato de a pretensão de tutela imediata se apoiar em comprovação suficiente do direito material da parte. São quatro hipóteses em que a tutela de evidência será concedida: quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Na segunda e terceira hipótese, o juiz poderá decidir liminarmente (inaudita altera parte), vide parágrafo único do artigo 311 do CPC. Na primeira e quarta hipótese, o juiz só poderá julgar após a apresentação de defesa pelo réu.
b) quais são as 02 espécies de tutelas provisórias de urgência e quais as diferenças entre elas; 
As tutelas provisórias de urgência são divididas em duas espécies: (1) tutela provisória de urgência antecipada (ou satisfativa); e (2) tutela provisória cautelar.
A tutela provisória de urgência antecipada assegura a efetividade do direito material; as cautelares, a efetividade do direito processual. A tutela antecipada satisfaz para garantir; e a cautelar garante para satisfazer.
c) Conceda exemplos de cada uma das tutelas provisórias de urgência (2.0 pontos) 
Exemplo de tutela provisória de urgência antecipada:
Meu cliente precisa ser internado para realizar uma cirurgia emergencial. Como preciso da internação imediata, se faz necessário uma tutela de urgência antecipada. Caso a tutela antecipada seja anterior ao processo, é em caráter antecedente. Caso o processo já exista ou caso eu venha colocar o pedido como tópico da petição inicial, caráter incidental.
	Exemplo de tutela provisória de urgência cautelar:
Sou credor de uma dívida e sou informado que o devedor inadimplente está vendendo os únicos bens que possui. Antes de ajuizar ação de cobrança, preciso garantir a efetividade da sentença da ação de cobrança, requerendo o arresto dos bens por tutela provisória de urgência cautelar.
Questão n. 03. A tutela antecipada é comumente utilizada nos processos judiciais brasileiros, tratando-se de instrumento incorporado ao nosso sistema jurídico no ano de 1994, ainda sob à égide do Código de Processo Civil de 1973. Com o advento do atual Código de Processo Civil, de 2015, a tutela antecipada sofreu aperfeiçoamentos, principalmente na forma de sua postulação. Isto posto: 
a) disserte sobre o procedimento da tutela antecipada antecedente e sobre o procedimento da tutela antecipada incidental, delimitando as principais diferenças entre elas; 
Quando a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Indeferido o pedido, caberá ao autor emendar a petição inicial em até 5 dias (que pode ser prorrogado pelo juiz, nos termos do art. 139, VI, do CPC), sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Emendada a petição, o pedido de tutela antecipada é convertido no processo principal. O indeferimento pode ser impugnável por meio do agravo de instrumento, conforme art. 1.015, I, CPC.
Caso a tutela antecipada tenha sido concedida, o autor deve aditar a petição inicial com a complementação da sua argumentação, juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final em 15 dias (ou em outro prazo maior que o órgão jurisdicional fixar) sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Esse aditamento é feito nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais, uma vez que já foi pago. Após isso, o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334. Não havendo autocomposição, o prazo pra contestação será contado na forma do art. 335.
Não interposto agravamento de instrumento pelo réu, torna-se estável a tutela antecipada concedida.
A tutela de urgência antecipada incidental pode ser concedida a qualquer momento do processo. Não há necessidade de recolher custas, pois já foi feito. 
b) disserte sobre o princípio da fungibilidade no campo das tutelas provisórias, dando exemplos (2.0 pontos) 
O juiz tem o poder de decidir pela tutela provisória mais adequada ao caso concreto, mesmo que seja diversa da solicitada, bem como o poder de ordenar o meio essencial para concretizar a tutela deferida para evitar empecilhos em sua consumação. Se a parte requereu a tutela antecipada em caráter antecedente, mas o juiz entendeu que a natureza daquela medida seria a cautelatória, poderá o juiz seguir o rito do art. 305 do CPC, por exemplo, e vice-versa.
Questão n. 04. O fenômeno da tutela provisória estabilizada é uma novidade do CPC de 2015. Isto posto, responda: 
a) O que é uma tutela antecipada estabilizada?; 
A tutela concedida de forma antecipada se torna estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso (agravo de instrumento).
b) É possível existir tutelas cautelares estabilizadas? (Por que?);
Não. Porque não há coincidência entre o postulado na cautelar e o postuladoao final do processo principal. Como a tutela provisória apenas assegura a futura satisfação do direito, é necessária uma decisão de mérito para que o direito venha a ser satisfeito. Havendo uma decisão com resolução de mérito, cognição exauriente, se faz coisa julgada material.
c) Uma tutela antecipada estabilizada pode ser considerada coisa julgada material? (Por que?); 
Não. Só forma coisa julgada a decisão proferida mediante cognição exauriente. Assim vai confirmar o §6 do art. 304 do CPC.
d) Uma tutela antecipada estabilizada pode ser desconstituída através de ação rescisória? (Por que?). Explique todas os questionamentos de forma fundamentada (2.0 pontos) 
Não. A previsão expressa de que não há coisa julgada afasta o cabimento de ação rescisória. Tal fundamento se encontra no §6 do art. 304 do CPC e no enunciado 27 da ENFAM.
Questão n. 05. Disserte sobre cada uma das tutelas provisórias de evidência previstas no Código de Processo Civil, dando exemplos de cada uma delas e identificando quais podem ser postuladas de forma liminar (2.0 pontos).
A primeira das hipóteses de cabimento da tutela de evidência é a de quando ficar caracterizado abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. O abuso de direito de defesa representa atos protelatórios praticados no processo. No manifesto propósito protelatório do réu existe um determinado comportamento – atos ou omissões – fora do processo, com ele relacionados. Faz do instituto verdadeiro instrumento protetor da boa-fé e lealdade processual. Um exemplo dessa hipótese é uma defesa “sem pé nem cabeça”. Somente será concedida após a defesa do réu, assim como a quarta hipótese (inciso IV).
A segunda hipótese, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Esta pode ser concedida de forma liminar, antes de ser ouvido o réu. Exige-se que a prova seja exclusivamente documental e que o pedido do autor esteja de acordo com tese firmada em julgamento de caso repetitivo ou súmula vinculante. Como exemplo, um caso de nulidade de cláusula contratual, objeto de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, já se encontra transitado em julgado e deu ganho de causas aos consumidores. Como advogado de um cliente que possui o contrato escrito contendo a cláusula que foi declarada nula de pleno direito posso requerer a tutela provisória de urgência.
A terceira hipótese, quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa, prevista no inciso III do art. 311 do CPC, também pode ser concedida de forma liminar. A probabilidade da existência do direito também decorre de prova documental produzida pelo autor, porém específico ao pedido reipersecutório e ao contrato de depósito. Como exemplo, os contratos de financiamento de automóvel em que o depositário do carro deixa de depositar.
A última hipótese, quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável, só poderá ser concedida após a defesa do réu. Nesta hipótese, a petição inicial junta documentos que comprovem suficientemente o direito do autor, e o réu, na sua defesa, não apresenta nenhuma prova capaz de gerar dúvida razoável.

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