Buscar

PETIÇÃO INICIAL - JURI SIMULADO rtf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO
SISTEMA DO JUIZADO DA COMARCA DE LAURO DE FREITAS
Ana Julia da Cruz Santana Nery, brasileira, solteira, servidora pública,
inscrita no CPF nº 057.152.335-69, RG nº 245.245.24 SSP-BA, residente e
domiciliada na Rua Av. Alphaville - Alphaville ISalvador - BA, 41701-015, por seu
advogado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer HABILITAÇÃO
COMO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO, o que faz com fulcro no artigo 268 do CPP, na
condição de filha da vítima Maria Santana Nery.
em face da Jose Kleiton Goçalves, pessoa física, inscrito no CPF° sob o nº
080.654.284-04, e domiciliada na Avenida Luís Tarquínio Pontes, 600, Centro, Lauro
de Freitas/Ba, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS E DO DIREITO
Ocorre que, Ana Julia, estudante de medicina, filha da falecida Maria Santana
Nery, vem através dos seus advogados expor os fatos que acarretou o falecimento
da mãe com qual era casada com Sr° Jose Kleibson (réu), ambos seguidores da
religião Testemunha de Jeová.
Maria, cardiopata deu entrada no hopsital dia 05/12/2019 ás 12:55h com dor no
peito, falta de ar, e imediatamente foi internada no Hospital Aliança de Salvador no
qual ficou 2 dias com sintomas forte, a vítima teve que fazer um exame do qual
precisava ser medicada com laxante do qual teve reação ao medicamento, onde
causou uma forte hemorragia que não cessava, mesmo depois da equipe médica
fazer tudo para que o sangramento parasse. Segundo relatório médico, a qualquer
momento ela poderia precisar de transfusão de sangue, devido ao quadro de
hemorragia. A mesma estava ciente da necessidade mas ainda não tinha assinado
um termo de autorização, pois aparentava estar em dúvidas devido a sua religião
do qual Sr° Jose Kleibson também estava ciente e a todo tempo se referia a "fé,
pecado e vontade de Deus".
Ás 02:02 da madrugada Sr° Maria teve uma perda da consciência, onde os
médicos se viam no direito de intervir mas foi impedido, pois apesar da
necessidade, ele não havia permitido a terapia sanguínea devido aos preceitos
religiosos. Assim não podendo ser feita nenhuma intervensão médica do qual
pudesse reverter o quadro, já que não recebeu autorização do conjugê que é o
responsável legal da parte, documentos indicam que ele se recusou a fazer a
transfusão de sangue ou hemoderivados, e que compreendeu plenamente os riscos
associados referentes à sua recusa, assim com base nesse decisão vindo a óbito
sua esposa.
No entanto Ana Julia não era testemunha de Jeová, e já tinha se posicionado em
relação a transfusão de sangue, no entanto sua vontade nao foi respeitada, assim
como alega que a mãe foi coagida e ainda quando consciente não tinha assinado
termo de autorização por medo.
Neste presente a apelante move ação contra o Sr° Jose Kleibson, alegando
falta de consentimento livre e esclarecido da vítima, e violação intencional dos
direitos da mãe.
O Tribunal de Justiça de Salvador, vai decidir hoje se o Sr° Kleibson deve ou
não sentar no banco dos réus.
O que está em jogo é saber se o acusado assumiu o risco de matá-la e pouco
se importou com isso ou se a opinião dele não devia ser levado em conta pelos
médicos diante do risco iminente de a paciente morrer.
P. Juntada e Deferimento.
Salvador, 21 de julho de 2022.

Continue navegando