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©2015 by Bruna Gardenal Fina Esta publicação foi realizada com apoio do Programa Novos Talentos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Brasil. PRODUÇÃO EDITORIAL Coordenação Editorial Dra. Bruna Gardenal Fina Dra. Camila Aoki Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca Dra. Lucy Ribeiro Ayach Revisão de Língua Portuguesa Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca Produção Editorial Maria José Celestino Medrado (MCelestiné) Fotografia da 1ª e 4ª capa Margi Mossi – Projeto Sete Rios – 2007 Imagem da Folha de rosto Arquivo do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal – 2014 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) F491p Fina, Bruna Gardenal. 1973- Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal / [Coordenado por] Bruna Gardenal Fina. – Aquidauana: MCelestiné, 2015. 44 p. 44 p.: il. color. – [Cartilha Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal; 1.] ISBN XXXX-XXXX (broch. / publicação impressa) Modo de acesso: Gratuito Distribuição: 500 exemplares eISBN XXXX-XXXX (.pdf / publicação eletrônica) Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader (extensão do arquivo .pdf) Modo de acesso: World Wide Web: <www.mcelestine.com.br/portfólio> 1. Ciência Ambiental. 2. Educação Ambiental. 3. Conservação dos recursos naturais. I. Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal. II. Bruna Gardenal Fina, coordenadora. III. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. IV. Projeto Novos Talentos – CAPES/Brasil. CDD 500 CDU 502/504 Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição - Não Comercial 4.0 Internacional. As opiniões emitidas nesta cartilha são de inteira responsabilidade dos seus autores. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, mas não comercializada, sendo obrigatório citar a fonte. Equipe do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal Professoras Universitárias Dra. Bruna Gardenal Fina Coordenadora Geral/Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) Dra. Camila Aoki Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) Dra. Dirce Ferreira Luz Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento Professora de Pedagogia (UFMS/CPAQ) Me. Hilda Romero Professora de Geografia (IFMS/Aquidauana) Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca Professora de Letras (UFMS/CPAQ) Dra. Lucy Ribeiro Ayach Professora de Geografia (UFMS/CPAQ) Monitores Alessandra dos S. V. do Prado Ariane H. Nunes Coutinho Augusto César Rodrigues Bruno Arguelho Arrua Camila Silveira de Souza Crisley Helena Simão Dalva Dorna Devanilda Oliveira Furtado Edmara Cardoso Elvira Fátima Fernandes Enzo Rufino Leite Fábio Ricardo da Rosa Gabriela Canella Gregório Idevando Lino Jaciana de Andrade F. Lovato Joana Roxinsky Teodoro Joice Lener Fernandes Junior Henrique Frey Dargas Lidianei Santos Savala Luiz Felipe Mendes Marciel Elio Rodrigues Maria Helena Silva Maurício Neves Godoi Naíssa Elvis Martinez Benites Suelen Gonçalves Martins Thaiany Alonso Rodrigues Zilda de Jesus Oliveira Oruê Projeto Interdisciplinar Ciências Biológicas, Geografia, Português e Pedagogia. Escolas Parceiras E.E. Antônio Salústio Areias Diretor Orestes Toledo Júnior E.E. Marechal Deodoro da Fonseca Diretora Ana Rita de Souza Marques Professoras da Educação Básica Bernadete L. F. Castilho Cláudia Rodrigues Gonçalves Lucileide da Fonseca Moraes Márcia Francisca da S. Fanaya Tânia Regina Pires de Oliveira Vicenta de Oliveira Alvarenga Alunos da Educação Básica Amanda Tamanaka Leusin Ana Beatriz Barros Melo Bruna Barbosa Antunes Cristian V. V. Martinez Cristiano Nunes Pereira Daniely da Silva Mendes Emannoel de A. Rodrigues Felipe Lino Alves Giuliana Gonçalo Guilherme dos Santos Ferreira Iasmin Rodrigues Portes Jessica Benites Cesar Jonatas Silgueiro da Silva Ajala Jonathan Igor Ferreira da Silva Kennedy Lucas da S. R. Souza Laís Silva Penteado Loraine Silva Moreira Lucas A. de Souza Silva Luiz Felipe dos S. Pinheiro Luiz Sergio Oliveira Zuiewskiy Marcele Moura Arruda Peterson Fellipe Alem Goulart Rafael A. de Souza Silva Talisse Ortiz Arguelho Vitoria Moura de Oliveira Instituições Federais de Ensino Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus de Aquidauana Instituto Federal de Mato Grosso do Sul Câmpus Aquidauana A cartilha Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal é oriunda de um projeto interdisciplinar – apoiado pelo Programa Novos Talentos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/Brasil) – que uniu as escolas estaduais Antônio Salústio Areias e Marechal Deodoro da Fonseca, bem como cursos de Ciências Biológicas, Geografia, Letras e Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e estudantes e professora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), localizados na cidade de Aquidauana/MS. A inspiração para a realização do projeto veio do nosso rio Aquidauana, que drena os municípios de Aquidauana e Anastácio, no estado de Mato Grosso do Sul, e é um dos principais afluentes da Bacia Hidrográfica do Paraguai, com influência direta no regime de cheias do Pantanal. Devido ao processo de urbanização, o rio Aquidauana já sofreu inúmeras interferências antrópicas como a retirada da mata ciliar, implantação de areeiro, despejo de esgoto, assoreamentos, alteração em sua vazão, entre outros aspectos. Estava aí, então, uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de conteúdos práticos, a fim de oferecer uma visão ampla sobre a necessidade de conservarmos os recursos naturais, especialmente os não renováveis, como a água. Visando atingir nosso objetivo, questões relevantes como o conhecimento e socialização do saber popular; a interação homem-ambiente; as formas de construção do espaço urbano; a necessidade de áreas verdes e a qualidade da água foram amplamente discutidas no projeto, por meio de palestras, aulas teóricas e de campo, atividades práticas em laboratório e oficinas de produção de texto. Felizes com os resultados atingidos, dividimos com todos vocês esta publicação, a fim de oportunizar a outros professores sugestões de atividades para serem desenvolvidas em sala de aula e em ambientes direcionados à exposição, conservação e/ou preservação do meio ambiente em geral. Por fim, agradecemos à equipe do projeto Brasil das Águas, em especial a Margi Mossi, por nos ceder o direito de imagem das fotografias aéreas do rio Aquidauana, utilizadas na primeira e quarta capas. Boa leitura! Equipe de Coordenação Editorial Dra. Lucy Ribeiro Ayach1 O Projeto Novos Talentos, denominado Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal, objetiva promover a aproximação dos alunos e professores do ensino fundamental da rede pública e do ensino superior, através de palestras, oficinas, aulas práticas, visitas técnicas, entre outras atividades de formação e de motivação ao aprendizado. Dentre os diversos enfoques abrangidos pelo projeto, a conservação dos recursos hídricos foi um dos temas trabalhados, uma vez que o município de Aquidauana situa-se na porção centro-oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, com localização privilegiada em termos de biodiversidade. A água é indispensável para todos os seres vivos, sendo utilizada para diversas finalidades, especialmente, para a manutenção da vida no planeta. Todavia, nas últimas décadas, a aceleração do crescimento de áreasurbanas, em sua maioria não acompanhadas pela infraestrutura urbanísticas e de saneamento, levaram a um aumento do processo de degradação ambiental, em especial das águas superficiais, aumentando a demanda por água potável. 1 Professora do curso de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: luayach@terra.com.br A condição atual dos rios e córregos que integram a bacia do rio Aquidauana não é diferente. O rio Aquidauana drena o município e é um dos principais afluentes da Bacia Hidrográfica do Paraguai, com influência direta no regime de cheias do Pantanal. A bacia hidrográfica do rio Aquidauana possui 21.369,095 km2, com reconhecida importância do ponto de vista ambiental, econômico e social. Sua nascente está localizada no município de São Gabriel do Oeste ao norte do estado de Mato Grosso do Sul, com o médio curso na porção central do estado, passando pelos municípios de Corguinho, Rochedo, Terenos, Dois Irmãos do Buriti e baixo curso na orientação centro-oeste e noroeste do Estado nos municípios de Aquidauana, Anastácio e Miranda. Abrange o divisor das bacias do Rio Paraguai e Paraná, drenado pelos afluentes da bacia do rio Paraguai. Destaca-se no contexto nacional e no Estado de Mato Grosso do Sul por apresentar três importantes unidades fisiográficas: o Planalto Maracaju-Campo Grande, a Depressão Pantaneira e a Planície do Pantanal Sul-Mato-Grossense, abrangendo parte dos biomas Cerrado e Pantanal. Devido ao processo de urbanização e de produção agropecuária na região, o rio Aquidauana vem sofrendo inúmeras interferências antrópicas tais como: o desrespeito à Área de Preservação Permanente (APP) e a reservas legais, notadamente pela retirada da mata ciliar, além do despejo de esgoto e de resíduos sólidos nas margens e no curso do rio, com reflexos diretos no processo de assoreamento e alteração em sua vazão, entre muitos outros impactos. Em contrapartida, o uso do rio pela população é significativo, com destaque para o próprio abastecimento público e também atividades relacionadas ao lazer e à pesca. Diante da riqueza desse recurso natural e da sua dependência pela população, o projeto procurou enfatizar a preservação do rio Aquidauana, salientando o papel da comunidade local, principalmente das crianças e dos jovens, em buscar a conscientização e a mudança de atitudes para a conservação dos recursos hídricos. Observação dos recursos hídricos: Organize uma aula prática de observação dos impactos ocorrentes nos recursos hídricos (rios, córregos e/ou lagoas) de sua localidade, cidade e/ou região. Para tal, elabore um roteiro que proporcione aos alunos vivenciarem o uso dos cinco sentidos (percepção ambiental). Inclua pontos de observação na área urbana e na área rural para serem comparadas. Vale ressaltar a importância dos alunos conhecerem as nascentes e suas condições de conservação e, consequentemente, apreenderem sobre a dinâmica ambiental e a manutenção da bacia hidrográfica como um sistema. Para facilitar a atividade, deve-se elaborar um mapa da bacia hidrográfica com todas as nascentes para que o mesmo seja utilizado pelos próprios alunos no campo, proporcionando-lhe condições de localização e de espacialização de todos os aspectos observados. Finalize com reflexões acerca dos motivos que levaram à degradação e as possibilidades de reversão dos impactos ocorrentes e/ou medidas de conservação ambiental. AYACH, L. R.; CAPPI, N.; PEREIRA, R. H. G. A Bacia Hidrográfica do Córrego João Dias: uma análise Ambiental Integrada. Campo Grande/MS: Editora UFMS, 2012. p. 205. PHILLIPPI JÚNIOR, A.; ROMERO, M. de A.; BRUNA, G. C. (Ed.). Curso de Gestão Ambiental. Barueri/SP: Manole, 2004. 1045 p. (Coleção Ambiental). REBOUÇAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. (Org.). Águas Doces no Brasil: Capital Ecológico, uso e conservação. 2. ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2002. 703 p. SETTI, A. A.; LIMA, J. E. F. W.; CHAVES, A. G. de M.; PEREIRA, I. de C. Introdução ao gerenciamento de Recursos Hídricos. 2. ed. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica/ Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas, 2001. 207 p. Dra. Bruna Gardenal Fina1 Mato Grosso do Sul é coberto por dois principais biomas, Cerrado e Pantanal, que ocupam extensas áreas e juntos constituem mosaicos de vegetação bastante complexos. Em função da grande extensão territorial, a composição florística é bastante diversificada, uma vez que as plantas são elementos fixos e só ocorrem em locais onde estão adaptadas às características ambientais. O Pantanal não é um grande pântano, mas uma mistura de diversas formações vegetais e pode ser classificado em várias sub-regiões em função de parâmetros como tipo de solo, periodicidade/intensidade das inundações e topografia. Sua localização geográfica é de particular relevância vez que possibilita a interligação entre o Cerrado, o Chaco (Paraguai/Bolívia) e a região Amazônica. Como área de transição, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados, além de ecossistemas aquáticos e semiaquáticos. A planície pantaneira caracteriza-se pela baixa altitude, 1 Coordenadora do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal e professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: bruna.fina@ufms.br pouca declividade e ocorrência de inundações periódicas que proporcionam grande variação temporal e espacial da paisagem. Dessa estrutura em mosaico, associada ao pulso de inundação, resulta sua elevada diversidade. São plantas comuns no Pantanal o carandá (Copernicia alba), o cambará (Vochysia divergens), o buriti (Mauritia flexuosa), o paratudo (Tabebuia aurea), diversas gramíneas típicas de áreas alagadas (Cyperus spp.) e macrófitas como camalote (Pontederia spp.), aguapé (Eichornea spp.), orelha de onça (Salvinia spp.), chapéu de couro (Echinodorus spp.), a vitória régia regional (Victoria amazonica), entre inúmeras outras. Os planaltos e as elevações residuais, conhecidos localmente como serras, apresentam formações típicas de cerrado (campo cerrado, cerrado sentido restrito e cerradão), florestas úmidas (prolongamentos do ecossistema amazônico), florestas ripárias (ciliar, galeria e veredas) e florestas estacionais (deciduais ou semideciduais). O Cerrado ocupa aproximadamente 2 milhões de Km2 da região central do Brasil e apresenta dois estratos bem definidos, um rasteiro (estrato herbáceo com sistema radicular fasciculado e presença de xilopódios) e outro mais alto (estrato arbustivo- arbóreo com raízes pivotantes e profundas). Ocorre em áreas de clima tropical estacional, com sazonalidade bem evidente: uma estação chuvosa (outubro-março) e outra seca (abril-setembro). Sua flora é considerada uma das mais ricas do mundo com muitas espécies utilizadas na alimentação, na medicina, na produção de cortiça, fibras, óleos e como artesanato. As árvores típicas do Cerrado apresentam-se com cascas grossas, folhas grandes, pilosas ou rígidas, troncos retorcidos e pequena estatura. Dentre as plantas de ocorrência comum têm-se os ipês (Tabebuia spp.), o jatobá (Hymenaea spp.), pequi (Caryocar brasiliense), angico (Anadenanthera spp.), cumbaru (Dipteryx alata), barbatimão (Stryphnodendron spp.), lixeira (Curatella americana), pau terra (Qualea spp.), entre inúmeras outras. Embora o Cerrado represente a segunda maior formação vegetal brasileira e possua alta diversidade, ele não está protegido (menos de 2% das áreas de Cerradoencontram-se em Unidades de Conservação) como ocorre com a Floresta Atlântica e a Floresta Amazônica e, assim, fica suscetível ao desmatamento desenfreado. É necessário conhecer para aprender a gostar e cuidar de nosso ambiente. Observação da flora local: Leve os alunos para visitar algum local com área verde (pode ser parque, praça, trilha próximo a córregos, entre outras possibilidades). Peça que observem os diferentes tipos de plantas do local. Várias abordagens podem ser feitas a partir dessa simples observação. Algumas sugestões são: divida-os em grupos e peça que escolham 03 plantas com flores coloridas do local. Peça para justificarem sua escolha e questione sobre a importância das cores nas flores. Pergunte qual a função da flor e finalmente solicite que identifiquem as estruturas masculinas e femininas das flores escolhidas, explicando suas funções; divida-os em grupos e pergunte se eles já conheciam alguma planta do local e qual nome atribuem à planta. Se sim, questione se eles conhecem algum tipo de uso dessa planta (alimento, ornamental, medicinal, entre outros). Se não, peça que pesquisem sobre alguma planta e faça discussões de como a população poderia adquirir informações sobre o uso sustentável e consciente destes recursos naturais; peça para correlacionarem algumas características das plantas com o ambiente em que vivem. Essas são algumas possibilidades. Com certeza há muito mais a ser explorado nessas atividades de campo. Valorize as ações cotidianas como forma de enriquecimento do processo ensino-aprendizagem. CAVASSAN et al. Conhecendo botânica e ecologia no cerrado. Bauru: Joarte, 2009. 60 p.: il. POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Corumbá/MS: Embrapa, 1998. POTT, V. J.; POTT, A. Plantas aquáticas do Pantanal. Brasília: Embrapa, 2000. 404 p.: il. Dra. Camila Aoki1 O Pantanal ocupa cerca de 140.000 km² da região Centro- Oeste brasileira e se estende para a Bolívia (15.000 km²) e Paraguai (5.000 km²) (JUNK et al., 2006). Por ser uma das maiores áreas úmidas do planeta e possuir características singulares, é considerado Patrimônio Nacional pela Constituição Brasileira e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O Pantanal possui uma rica fauna, com 263 espécies de peixes catalogadas, 41 de anfíbios, 113 de répteis, 463 de aves e 132 de mamíferos (ALHO, 2008). Para invertebrados, não há estimativa da riqueza de espécies. Apesar dessa elevada riqueza, devido à concentração da população em áreas urbanas, muitas vezes a fauna silvestre local não é reconhecida pela população do entorno. Por essa razão, são necessárias ações que melhorem a percepção ambiental das pessoas em relação à riqueza que as cerca. Muitas das espécies citadas acima estão ameaçadas de 1 Professora do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: aokicamila@yahoo.com.br extinção por causa de diferentes fatores. No Pantanal, destacam-se as perdas e modificações nos habitats naturais (desmatamento) em virtude de pecuária e agricultura não sustentáveis, mineração, contaminação ambiental, fogo, erosão e ineficiente implementação da legislação ambiental. Os animais silvestres têm grande importância na manutenção do equilíbrio ambiental, participando das cadeias alimentares, da ciclagem de nutrientes, do controle de pragas, da produção de alimentos (por exemplo: mel), além de desempenhar papel fundamental na dispersão de sementes e na polinização de espécies de plantas nativas e também da agricultura, influenciando, dessa forma, a produtividade agrícola e a economia. Além disso, muitos fármacos (remédios) produzidos atualmente são sintetizados a partir de substâncias presentes em animais silvestres. Por isso, quando uma espécie é extinta, os seres humanos podem estar perdendo grandes soluções. Considerando a elevada riqueza de espécies animais do Pantanal, propomos aqui uma atividade fácil de ser realizada em campo com alunos de diversas idades. A presença de animais em um ambiente pode ser notada de várias formas, sejam elas diretas, com a observação do animal (com ou sem utilização de binóculos) ou de forma indireta, através de vestígios deixados pela espécie, como pegadas, abrigos, tocas, ninhos e fezes. A identificação de rastros e de pegadas possui caráter educativo. Ela pode ser utilizada para auxiliar discussões que envolvam conceitos relacionados à valorização da biodiversidade local, inclusive complementando o conteúdo curricular (BERLINK; LIMA, 2007). Aqui propomos a elaboração de uma coleção de moldes de pegadas, que podem ser utilizadas para melhorar a percepção do público-alvo, realizando um reconhecimento da fauna local, com o intuito de despertar o interesse pela conservação destas espécies. A coleta dos moldes (contramoldes) das pegadas pode ser realizada com faixas de garrafas PET cortadas transversalmente. Estas são colocadas sobre as pegadas, e o espaço completado com gesso misturado com água (seguir a medida indicada na embalagem do produto). Depois de aproximadamente 30 minutos, retira-se o gesso, que posteriormente pode ser lavado para remover o substrato. Durante esse período de espera, indicamos que sejam discutidos assuntos relacionados ao tema. Sugerimos que a atividade seja desenvolvida preferencialmente na margem de rios e lagoas ou em trilhas pré-existentes, pois nestas áreas as pegadas ficam mais bem definidas. No caso de ser desenvolvida no interior de mata, com bastante folhiço (galhos, folhas, etc.) no solo, indicamos que sejam montadas pequenas parcelas de areia. Para melhorar a qualidade do molde, a areia pode ser aplanada com auxílio de uma régua, por exemplo. O passo a passo da atividade encontra-se representada na Figura 1. ALHO, C. J. R. Biodiversity of the Pantanal: response to seasonal flooding regime and to environmental degradation. Braz. J. Biol., v. 68, n. 4, p. 957-966, 2008. Suplemento. BERLINK, C. N.; LIMA, L. H. A. Identificação de rastros de animais, educação ambiental e valorização da fauna local no entorno do Parque Estadual de Terra Ronca (GO). Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient., n. 18, p. 174-189, 2007. JUNK, W. J.; CUNHA, C. N.; WANTZEN, K. M.; PETERMANN, P.; STRÜSSMANN, C.; MARQUES, M.I.; ADIS, J. Biodiversity and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. Aquatic Sciences, v. 68, n. 3, p. 278-309, 2006. Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento1 Um dos objetivos da Educação Ambiental é a criação e ampliação de formas sustentáveis na relação sociedade- natureza, além de buscar soluções para os problemas ambientais, garantindo condições necessárias para a sobrevivência das gerações futuras. Sobre esse último ponto, Gadotti muito tem acrescentado em relação à consciência planetária: Um planeta vivo requer de nós uma consciência e uma cidadania planetárias, isto é, reconhecermos que somos parte da Terra e que podemos viver com ela em harmonia - participando do seu devir- ou podemos perecer com a sua destruição (GADOTTI, 2001, p. 86). O que se busca com a Educação Ambiental, então, é formar essa consciência de mudança do presente para construir um futuro no qual as pessoas tenham atitudes e comportamentos responsáveis, vivendo e convivendo como cidadãos planetários2. Em relação à consciência,Freire (1979) diz que não existe 1 Professora do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: ecmcursino@yahoo.com.br 2 Cidadania Planetária é um termo criado por Francisco Gutierrez e Cruz Prado (1999) para designar uma sociedade mundial, unificada. conscientização sem ação-reflexão. Primeiramente, o homem faz uma aproximação espontânea sobre o mundo. Sua posição inicial, nesse sentido, não é crítica, e sim ingênua. Posteriormente, experimenta a realidade na qual está inserido ou a realidade que procura. Essa tomada de consciência, no entanto, ainda não é uma conscientização. Portanto, para que haja conscientização, é preciso que o sujeito possa conhecer, entender, compreender o objeto e refletir sobre ele. É por meio desse processo de conscientização que a realidade se reconstrói, permitindo, assim, a solução de problemas, como, por exemplo, os socioambientais. Nessa medida, a Educação Ambiental foi pensada, no âmbito do projeto, como forma de estabelecer um diálogo interdisciplinar na tentativa de primeiro alertar e depois modificar os valores e atitudes permitindo a reflexão crítica e a capacidade de participação na vida social. Priorizou-se, por isso, a reflexão e relação entre os conhecimentos aprendidos nas demais áreas do conhecimento trabalhadas no projeto, na tentativa de proporcionar aos alunos uma visão ampla sobre a necessidade da água na vida dos seres vivos, assim como a importância de seu uso consciente, visto ser um recurso natural, hoje considerado não renovável. Assim, os alunos produziram um texto sobre o conhecimento aprendido que foi utilizado, juntamente com fotografias tiradas durante do projeto, na confecção de um vídeo de divulgação, postado nas redes sociais com o objetivo de sensibilizar e fazer refletir as ações de impactos negativos sobre o meio ambiente. Para finalizar, deixo uma importante reflexão, traduzida na voz de Paulo Freire: “O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a co-participação de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um ‘penso’, mas um ‘pensamos’. É o ‘pensamos’ que estabelece o ‘penso’ e não o contrário” (FREIRE, 1983, p. 45). Identificando os Ecossistemas brasileiros3: Esta atividade tem como objetivo estimular os alunos a perceberem os diferentes tipos de ambientes (ecossistemas) existentes no Brasil, como a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Manguezal, Restinga, Pantanal e a Mata Atlântica, favorecendo o entendimento das características físicas e biológicas desses 3 Atividade adaptada do Programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa, 2007. locais, além da importância de sua preservação. Onde está o ecossistema? Objetivo: estudar a localização dos ecossistemas brasileiros; estudar a fauna dos ecossistemas brasileiros; estudar a flora dos ecossistemas brasileiros. Conteúdos a serem trabalhados: localização geográfica, ecossistemas, fauna e flora. Material necessário: mapa do Brasil (com as regiões); figuras dos ecossistemas brasileiros; frases com as características dos ecossistemas; papel pardo (para colar as figuras e as frases) e fita crepe. Início: O professor poderá, inicialmente, introduzir a atividade questionando os alunos sobre as plantas e os animais observados durante as aulas de campo sobre cerrado e pantanal e depois inserir os demais ecossistemas. A partir de então, o professor poderá explicar sobre a importância da água, do sol, ar, solo e a adaptação das plantas para cada tipo de solo, região e clima. Colocando a mão na massa: O professor poderá disponibilizar, colado na lousa, o papel pardo com as figuras dos ecossistemas brasileiros. Posteriormente cada grupo irá descrever uma das figuras: se há rio, ou mar; se há árvores, se as árvores são grandes ou pequenas; se há animais; se há aves; entre outros. Após descreverem em seus cadernos, um do grupo lerá o que escreveu. Após a leitura, os colegas poderão complementar a descrição, caso existam elementos que não foram notados pelo grupo. Em seguida, o professor distribuirá frases com as características (físicas e biológicas) de cada ecossistema (aleatoriamente). O nível das frases deve ser de acordo com a série das crianças. Cada grupo deverá identificar as frases correspondentes às figuras dos ecossistemas. Após todas as frases terem sido coladas, os alunos pesquisarão sobre a sua figura, ou seja, o ecossistema. CAMARGO. M. E. (Marô). Educação Ambiental: um Exercício do Olhar. Agenda 21 – Educação ambiental em área de proteção dos mananciais. Disponível em: <http://www.seaembu.org/docs/ag21_mananciais.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009. CARVALHO, I. C. de M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008. CARVALHO, I. C. de M. Os sentidos de “ambiental”: a contribuição da hermenêutica à pedagogia da complexidade. In: LEFF, E. (Coord.). A complexidade ambiental. São Paulo: Cortez, 2003. CASCINO, F. Educação Ambiental: princípios, história, formação de professores. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007. FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução de K. de M. e Silva; revisão técnica de B. E. L. Cintra. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável. In: TORRES, C. A. T. (Compil.). Paulo Freire y la agenda de la educación latinoamericana en el siglo XXI. Buenos Aires: CLACSO, 2001. ISBN: 950-9231-63-0. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/ torres/gadotti.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2010. PROGRAMA ABC NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA - MÃO NA MASSA. Polo Estação Ciência. Ciência a Mão. Atividades Didáticas de Ciências. Mão na Massa São Paulo. Módulo Escola e Meio Ambiente. Onde Está o Ecossistema? [On-line]. 2007. Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir. php?midia=ema&cod=_1-29>. Acesso em: 31 ago. 2015. Ana Beatriz Barros Melo1 Nós, alunos do Projeto Rio Aquidauana: um rio de Saberes desaguando no Pantanal, desenvolvemos diversas atividades, como a nossa primeira aula de campo: a descida no Rio Aquidauana. Achamos bem diferente, pois vemos a situação do nosso rio na televisão, por fotos ou até mesmo por ouvirmos conhecidos nossos falando sobre ele. Não fazíamos ideia de como estava precária a situação: lixos pelo rio, o barranco sem mata ciliar, muita poluição. Realmente nos deu muita preocupação ao ver a situação do rio de onde vem nossa água. Ainda bem que temos a Empresa de Saneamento do Estado de Mato Grosso do Sul (SANESUL) que também visitamos em nossas aulas de campo. Acompanhamos todo o processo da Estação de Tratamento de Água (ETA), vimos também o tratamento de esgoto e todas as suas técnicas para a purificação da água. Enfim, como alunos do Projeto Rio Aquidauana, temos orgulho de fazer parte dessa grande iniciativa, que nos proporcionou melhoras na escola e o mais importante: nos fez conscientes das nossas ações. 1 Aluna da Educação Básica. Cristian V. V. Martinez1 Peterson Fellipe Alem Goulart2 Na visita que fizemos à SANESUL, vimos que o tratamento da água e do esgoto é fundamental para uma sociedade. O tratamento de esgoto ajuda a não poluir o rio Aquidauana e ajuda a SANESUL a ter menos trabalho, mas é precário, pois a política municipal não investe adequadamente na coleta de esgotono município. Por causa dessa precariedade, as pessoas liberam o esgoto mal tratado na rua. Quando isso acontece, diversas doenças podem ser transmitidas para a população. Entre algumas curiosidades, ficamos sabendo que, se houver uma crise de água como a que São Paulo está vivendo, a SANESUL pode suprir o município, abastecendo a cidade por cinco horas. A mensagem que fica é a seguinte: “Por mais que tenhamos o grandioso rio Aquidauana que nos abastece, não devemos desperdiçar água.”. 1 Aluno da Educação Básica. 2 Aluno da Educação Básica. Daniely da Silva Mendes1 Nesse dia, observamos que os animais silvestres também sofrem como nós. O CRAS serve de hospital para animais que são maltratados, jogados na rua ou mesmo abandonados e também encontrados nas fazendas. Como, por exemplo, um Tamanduá-bandeira que dorme com um ursinho cor-de-rosa até hoje porque, quando recém-nascido, sua mãe foi atropelada, e ele ficou abandonado. O Tamanduá, então, passou a ser cuidado pelo CRAS. Hoje ele está bem, mas não vive sem seu urso. Também vimos uma onça-pintada que era obesa porque foi criada por um fazendeiro como se fosse um animal de estimação. O fazendeiro, por motivos pessoais, não pôde continuar com ela, e hoje, por estar velha, não sabe caçar e não pode ser solta na natureza, pois passaria fome. Quando estávamos quase terminando a visita, vimos uma gaiola enorme cheia de passarinhos (Canarinhos), mais de mil deles; estavam sendo traficados, mas, após apreendidos, foram mandados para o CRAS, onde vão ser soltos na natureza. 1 Aluna da Educação Básica. Fizemos também uma trilha ecológica, observamos nossa flora juntamente com a Guia que mostrava e falava sobre as flores, as árvores, os frutos e também tirava nossas dúvidas. Ao final da trilha, assistimos a uma palestra sobre o que aprendemos no CRAS. Para mim, uma aluna que está nesse projeto há mais de um ano, tenho consciência sobre os animais que estão sendo abandonados em todos os lugares. Por um momento me coloquei no lugar desses animais e percebi que não gostaria de ser abandonada. Mesma coisa com os animais: eles também não gostariam de ser abandonados. Nunca pratiquei esse ato de abandono e nem pretendo praticar. Ana BeatrizBarros Melo1 Daniely da Silva Mendes2 Iasmin Rodrigues Portes3 Jéssica Benites Cesar4 Talisse Ortiz Arguelho5 Vitória Moura de Oliveira6 Na nossa visão, essa foi uma das melhores viagens do projeto. Além de podermos nos divertir e apreciar a beleza da natureza, conseguimos aprender de uma forma bem diferenciada: praticando a flutuação na Nascente Azul e visitando o Aquário de Bonito, onde residem diversificadas espécies de peixes típicos da região. A Nascente Azul é bastante convidativa, pois, além de presentear o turista com uma água azul turquesa, suas plantas aquáticas permitem que a vejamos realizando a fotossíntese. O * Texto compilado a partir das atividades realizadas nas oficinas de Língua Portuguesa. 1 Aluna da Educação Básica. 2 Aluna da Educação Básica. 3 Aluna da Educação Básica. 4 Aluna da Educação Básica. 5 Aluna da Educação Básica. 6 Aluna da Educação Básica. caminho que leva ao paraíso é fácil: a 29 km de Bonito, são necessários 22 km de asfalto e mais 7 km de terra; no entanto, ao chegar até ele, é preciso prudência, pois não podemos nadar na nascente, já que isso agitaria sua formação calcária, podendo gerar sua degradação. Para flutuar é necessário estar disposto. Embora a flutuação em si seja fácil, é essencial todo equipamento de segurança: roupa de neoprene, papetes croc, coletes salva-vidas, máscaras e snorkel. Com tudo isso, você até pode se sentir um pouco desconfortável, com uma leve sensação de sufocamento, porém, basta se entregar às águas da nascente que a mãe natureza se encarrega do resto. E que resto! Tivemos também a sorte de conhecer o Aquário de Bonito e os peixes típicos da região do Pantanal, como a Serra da Bodoquena. Entre suas atrações, o Aquário permite ao visitante ver a alimentação dos peixes e, junto com um instrutor, alimentar as arraias. Além disso, é uma excelente oportunidade para nos conscientizarmos de que os rios de Bonito precisam ser preservados, pois propiciam a subsistência de muitas famílias, além de fazer com que a economia da região continue ativa. “Eu gostei muito do projeto e da viagem que fizemos. Eu aprendi a preservar os animais e as árvores para o futuro.” “Eu aprendi que a gente tem que preservar as plantas e os animais, porque se a gente não preservar, eles vão entrar em extinção e nunca mais vamos vê-los. A viagem para a Base de estudos do Pantanal foi uma experiência a mais, um lugar muito bonito, eu nunca tinha visto, foi muito bom.” “Nessa viagem eu aprendi que devemos preservar muitas coisas, pois elas são maravilhas. Tem muitas plantas que estão entrando em extinção, elas e os animais, e a gente deve preservar. O projeto me ajudou a entender isso. Porque antes eu nem conhecia os tipos, e agora eu estou aprendendo várias coisas muito legais.” “O projeto ensina muitas coisas e viajamos a lugares novos. Aprendi que temos que cuidar da natureza, não podemos deixar lixos por onde passamos. Aprendi também como reconhecer as libélulas, saber se são machos, se são fêmeas.” “Eu acho o projeto muito bom, pois nós aprendemos muita coisa e nós conhecemos a natureza. Nós aprendemos a preservar, não maltratar os animais, protegê-los, pois tem muitos animais que estão em extinção. Tem muitas pessoas que matam os animais sem conhecê-los. Eu não, eu prefiro conhecer e estudá-los. Gostei bastante da viagem, fizemos trilhas, conhecemos as árvores, pegamos libélulas. Fomos ao Passo do Lontra e vimos bugio, muitas aves, gaviões, jacarés, capivaras...” “Eu acho muito bom participar desse projeto, participar das atividades. Porque na vida urbana a gente não consegue ver essas coisas da natureza. Aqui nós vemos que podemos cuidar da natureza, proteger os animais. Quando fizemos a trilha, nós vimos as pegadas de vários animais diferentes, que nunca tínhamos visto, aí fizemos os moldes com gesso.” “Eu acho que esse projeto nos dá mais consciência, por exemplo, a gente jogava uma casca de bala, agora tem a consciência, e não joga para não poluir. A gente também não fica gastando água, poluindo. A viagem foi muito legal. Eu não conhecia aqui, nós vimos muitos animais e plantas, fizemos trilhas, nós pudemos conhecer mais o Pantanal.” “O projeto ajuda bastante a gente na escola, em outras matérias. Esse projeto não é só para os alunos mais inteligentes, eles procuraram pegar também os alunos que não prestam muita atenção na aula. Isso dá uma força para o estudo, nós aprendemos mais aqui, pois aqui a gente vê mesmo, lá na escola a gente só vê nos livros. E nas escolas eles geralmente pegam os melhores alunos, acabam deixando os alunos que não são tão bons de lado. Nesse projeto não: quem é mais inteligente ou não podia participar. Eu acho esse projeto tão bom, não devia ser só dois anos. Devia ser quanto? Devia ser até a gente terminar o ensino médio, eu acho, assim a gente poderia entrar na faculdade e virar monitor também.” “O projeto podia continuar para que outras pessoas pudessem ver também. Se o projeto continuasse, poderiam vir outras turmas. Isso é importante para continuar preservando os rios. Quando descemos o rio no ano passado, nós vimos muito lixo, aspessoas pescando com linhada quando não podia e o esgoto que é jogado lá.” “A gente aprende um pouco de tudo, porque tem geografia, ciências, biologia. E quem for fazer faculdade já tem consciência do que vai fazer.” “Esse projeto veio enriquecer mais o que eu penso sobre a licenciatura, porque ele promove o contato com os alunos, oportunizando-os a participar de pesquisas e trabalhos de campo. Às vezes, não há tantas oportunidades de fazer isso nas escolas. Aqui a gente nota a importância disso para agregar conhecimento. Isso faz com que você possa crescer como acadêmico, levando essas experiências para a carreira profissional quando estiver atuando como professor nas salas de aula. Só tiro coisas positivas desta participação.” “É diferente poder estar trabalhando a parte prática com os alunos, a integração entre eles. Aqui nós conseguimos trabalhar a parte prática de todos os conteúdos, o que facilita a assimilação. Aqui conseguimos visualizar tudo o que eles estudaram. Uma coisa é você falar que se deve preservar, outra é você mostrar o que tem aqui que pode não ter mais, se não tivermos consciência. O projeto traz a ideia de tirar o aluno da sala de aula, para mostrar o que você está falando, assim ele associa com a realidade dele. É difícil ter oportunidades assim, mas nós vamos tentar sempre proporcionar essas experiências, assim como nós fizemos aqui. Esse contato com a natureza é certamente algo que eles vão carregar para a vida toda.” “Nós estamos estudando Biologia, mas o projeto é interdisciplinar, há biólogos, geógrafos, turismólogos... e isso é uma experiência muito enriquecedora para nossa profissão. Nós estamos tendo uma grande oportunidade de poder conhecer, visitar esses lugares, e isso nos faz pensar que profissional nós queremos ser. Participando desse projeto, vejo que ele veio preencher um vácuo, tanto na nossa formação enquanto acadêmicos, quanto na consciência de cada uma dessas crianças que estão participando do projeto. Tenho certeza que essas crianças serão adultos muito melhores do que seriam se não tivessem participado do projeto.” “O projeto Novos Talentos possibilitou uma experiência ímpar. Através dele foi possível observar a relevância de uma atividade diferenciada para um melhor aprendizado dos alunos. Acredito que esse projeto tenha despertado a criatividade tanto nos professores, como nos futuros professores, para que possam inovar em suas aulas buscando novidades para melhor compreensão de diversos temas. Desde a organização até a execução e conclusão das atividades, o aprendizado foi constante e esse projeto, certamente, atingiu positivamente a todos, e não só os alunos.” Aquário de Bonito Endereço: Responsável pelo atendimento: Base de Estudos do Pantanal Endereço: Responsável pelo atendimento: Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS Endereço: Responsável pelo atendimento: Empresa de Saneamento de Água e Esgoto – SANESUL Endereço: Responsável pelo atendimento: Museu Dom Bosco Endereço: Responsável pelo atendimento: Rio Aquidauana Endereço: Responsável pelo atendimento: Dados gerais da Publicação Formato 14,8 x 21 cm Tipologia Constantia 11/16 Número de páginas 44 páginas Ano de publicação 2015 Editoração e Arte Gráfica MCelestiné Dados específicos da Publicação Eletrônica (eISBN XXXX-XXXX) Requisitos do sistema Adobe Acrobat Reader (extensão do arquivo .pdf) Modo de acesso World Wide Web : <http://www.mcelestine.com.br/portfólio> Dados específicos da Publicação Impressa (ISBN XXXX-XXXX) Papel Reciclato 75 g/m2 (miolo) Reciclato 180 g/m2 (capa) Tiragem 500 exemplares Impressão MCelestiné