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Projeto Aquidauana - um rio de saberes


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Prévia do material em texto

©2015 by Bruna Gardenal Fina 
 
Esta publicação foi realizada com apoio do Programa Novos Talentos, da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Brasil. 
 
PRODUÇÃO EDITORIAL 
 
Coordenação Editorial 
Dra. Bruna Gardenal Fina 
Dra. Camila Aoki 
Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento 
Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca 
Dra. Lucy Ribeiro Ayach 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca 
 
Produção Editorial 
Maria José Celestino Medrado (MCelestiné) 
 
Fotografia da 1ª e 4ª capa 
Margi Mossi – Projeto Sete Rios – 2007 
 
Imagem da Folha de rosto 
Arquivo do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal – 2014 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
F491p 
 
Fina, Bruna Gardenal. 1973- 
 
Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal / [Coordenado por] Bruna 
Gardenal Fina. – Aquidauana: MCelestiné, 2015. 44 p. 
 
44 p.: il. color. – [Cartilha Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no 
Pantanal; 1.] 
 
ISBN XXXX-XXXX (broch. / publicação impressa) 
Modo de acesso: Gratuito 
Distribuição: 500 exemplares 
 
eISBN XXXX-XXXX (.pdf / publicação eletrônica) 
Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader (extensão do arquivo .pdf) 
Modo de acesso: World Wide Web: <www.mcelestine.com.br/portfólio> 
 
1. Ciência Ambiental. 2. Educação Ambiental. 3. Conservação dos recursos naturais. 
I. Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando no Pantanal. II. Bruna Gardenal 
Fina, coordenadora. III. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. IV. Projeto Novos 
Talentos – CAPES/Brasil. 
 CDD 500 
CDU 502/504 
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição - Não Comercial 4.0 
Internacional. 
 
As opiniões emitidas nesta cartilha são de inteira responsabilidade dos seus autores. Qualquer parte 
desta obra pode ser reproduzida, mas não comercializada, sendo obrigatório citar a fonte. 
 
 
 
Equipe do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando 
no Pantanal 
 
Professoras Universitárias 
 
Dra. Bruna Gardenal Fina 
Coordenadora Geral/Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) 
 
Dra. Camila Aoki 
Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) 
 
Dra. Dirce Ferreira Luz 
Professora de Ciências Biológicas (UFMS/CPAQ) 
 
Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento 
Professora de Pedagogia (UFMS/CPAQ) 
 
Me. Hilda Romero 
Professora de Geografia (IFMS/Aquidauana) 
 
Me. Janaína Zaidan Bicalho Fonseca 
Professora de Letras (UFMS/CPAQ) 
 
Dra. Lucy Ribeiro Ayach 
Professora de Geografia (UFMS/CPAQ) 
 
Monitores 
 
Alessandra dos S. V. do Prado 
Ariane H. Nunes Coutinho 
Augusto César Rodrigues 
Bruno Arguelho Arrua 
Camila Silveira de Souza 
Crisley Helena Simão 
Dalva Dorna 
Devanilda Oliveira Furtado 
Edmara Cardoso 
Elvira Fátima Fernandes 
Enzo Rufino Leite 
Fábio Ricardo da Rosa 
Gabriela Canella Gregório 
Idevando Lino 
Jaciana de Andrade F. Lovato 
Joana Roxinsky Teodoro 
Joice Lener Fernandes 
Junior Henrique Frey Dargas 
Lidianei Santos Savala 
Luiz Felipe Mendes 
Marciel Elio Rodrigues 
Maria Helena Silva 
Maurício Neves Godoi 
Naíssa Elvis Martinez Benites 
Suelen Gonçalves Martins 
Thaiany Alonso Rodrigues 
Zilda de Jesus Oliveira Oruê 
 
 
 
Projeto Interdisciplinar 
 
Ciências Biológicas, Geografia, Português e Pedagogia. 
 
Escolas Parceiras 
 
E.E. Antônio Salústio Areias 
Diretor Orestes Toledo Júnior 
 
E.E. Marechal Deodoro da Fonseca 
Diretora Ana Rita de Souza Marques 
 
Professoras da Educação Básica 
 
Bernadete L. F. Castilho 
Cláudia Rodrigues Gonçalves 
Lucileide da Fonseca Moraes 
Márcia Francisca da S. Fanaya 
Tânia Regina Pires de Oliveira 
Vicenta de Oliveira Alvarenga 
 
Alunos da Educação Básica 
 
Amanda Tamanaka Leusin 
Ana Beatriz Barros Melo 
Bruna Barbosa Antunes 
Cristian V. V. Martinez 
Cristiano Nunes Pereira 
Daniely da Silva Mendes 
Emannoel de A. Rodrigues 
Felipe Lino Alves 
Giuliana Gonçalo 
Guilherme dos Santos Ferreira 
Iasmin Rodrigues Portes 
Jessica Benites Cesar 
Jonatas Silgueiro da Silva Ajala 
Jonathan Igor Ferreira da Silva 
Kennedy Lucas da S. R. Souza 
Laís Silva Penteado 
Loraine Silva Moreira 
Lucas A. de Souza Silva 
Luiz Felipe dos S. Pinheiro 
Luiz Sergio Oliveira Zuiewskiy 
Marcele Moura Arruda 
Peterson Fellipe Alem Goulart 
Rafael A. de Souza Silva 
Talisse Ortiz Arguelho 
Vitoria Moura de Oliveira 
 
Instituições Federais de Ensino 
 
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Campus de Aquidauana 
 
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul 
Câmpus Aquidauana 
 
 
 
 
A cartilha Projeto Aquidauana: um rio de saberes 
desaguando no Pantanal é oriunda de um projeto 
interdisciplinar – apoiado pelo Programa Novos Talentos, da 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(CAPES/Brasil) – que uniu as escolas estaduais Antônio Salústio 
Areias e Marechal Deodoro da Fonseca, bem como cursos de 
Ciências Biológicas, Geografia, Letras e Pedagogia da 
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e 
estudantes e professora do Instituto Federal de Mato Grosso do 
Sul (IFMS), localizados na cidade de Aquidauana/MS. 
A inspiração para a realização do projeto veio do nosso 
rio Aquidauana, que drena os municípios de Aquidauana e 
Anastácio, no estado de Mato Grosso do Sul, e é um dos 
principais afluentes da Bacia Hidrográfica do Paraguai, com 
influência direta no regime de cheias do Pantanal. Devido ao 
processo de urbanização, o rio Aquidauana já sofreu inúmeras 
interferências antrópicas como a retirada da mata ciliar, 
implantação de areeiro, despejo de esgoto, assoreamentos, 
alteração em sua vazão, entre outros aspectos. Estava aí, então, 
uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de 
conteúdos práticos, a fim de oferecer uma visão ampla sobre a 
necessidade de conservarmos os recursos naturais, 
especialmente os não renováveis, como a água. 
Visando atingir nosso objetivo, questões relevantes 
como o conhecimento e socialização do saber popular; a 
interação homem-ambiente; as formas de construção do espaço 
urbano; a necessidade de áreas verdes e a qualidade da água 
foram amplamente discutidas no projeto, por meio de palestras, 
aulas teóricas e de campo, atividades práticas em laboratório e 
 
 
oficinas de produção de texto. 
Felizes com os resultados atingidos, dividimos com todos 
vocês esta publicação, a fim de oportunizar a outros professores 
sugestões de atividades para serem desenvolvidas em sala de 
aula e em ambientes direcionados à exposição, conservação 
e/ou preservação do meio ambiente em geral. 
Por fim, agradecemos à equipe do projeto Brasil das 
Águas, em especial a Margi Mossi, por nos ceder o direito de 
imagem das fotografias aéreas do rio Aquidauana, utilizadas na 
primeira e quarta capas. 
 
Boa leitura! 
 
 
Equipe de Coordenação Editorial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Lucy Ribeiro Ayach1 
 
O Projeto Novos Talentos, denominado Aquidauana: um 
rio de saberes desaguando no Pantanal, objetiva promover a 
aproximação dos alunos e professores do ensino fundamental 
da rede pública e do ensino superior, através de palestras, 
oficinas, aulas práticas, visitas técnicas, entre outras atividades 
de formação e de motivação ao aprendizado. Dentre os diversos 
enfoques abrangidos pelo projeto, a conservação dos recursos 
hídricos foi um dos temas trabalhados, uma vez que o 
município de Aquidauana situa-se na porção centro-oeste do 
Estado de Mato Grosso do Sul, com localização privilegiada em 
termos de biodiversidade. 
A água é indispensável 
para todos os seres vivos, 
sendo utilizada para 
diversas finalidades, 
especialmente, para a 
manutenção da vida no 
planeta. Todavia, nas 
últimas décadas, a 
aceleração do crescimento 
de áreasurbanas, em sua 
maioria não acompanhadas 
pela infraestrutura urbanísticas e de saneamento, levaram a um 
aumento do processo de degradação ambiental, em especial das 
águas superficiais, aumentando a demanda por água potável. 
 
1
 Professora do curso de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do 
Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: luayach@terra.com.br 
 
 
A condição atual dos 
rios e córregos que 
integram a bacia do rio 
Aquidauana não é 
diferente. 
O rio Aquidauana 
drena o município e é um 
dos principais afluentes da 
Bacia Hidrográfica do 
Paraguai, com influência 
direta no regime de cheias 
do Pantanal. A bacia hidrográfica do rio Aquidauana possui 
21.369,095 km2, com reconhecida importância do ponto de vista 
ambiental, econômico e social. Sua nascente está localizada no 
município de São Gabriel do Oeste ao norte do estado de Mato 
Grosso do Sul, com o médio curso na porção central do estado, 
passando pelos municípios de Corguinho, Rochedo, Terenos, 
Dois Irmãos do Buriti e baixo curso na orientação centro-oeste e 
noroeste do Estado nos municípios de Aquidauana, Anastácio e 
Miranda. Abrange o divisor das bacias do Rio Paraguai e Paraná, 
drenado pelos afluentes da bacia do rio Paraguai. Destaca-se no 
contexto nacional e no Estado de Mato Grosso do Sul por 
apresentar três importantes unidades fisiográficas: o Planalto 
Maracaju-Campo Grande, a Depressão Pantaneira e a Planície 
do Pantanal Sul-Mato-Grossense, abrangendo parte dos biomas 
Cerrado e Pantanal. 
Devido ao processo de urbanização e de produção 
agropecuária na região, o rio Aquidauana vem sofrendo 
inúmeras interferências antrópicas tais como: o desrespeito à 
Área de Preservação Permanente (APP) e a reservas legais, 
notadamente pela retirada da mata ciliar, além do despejo de 
esgoto e de resíduos sólidos nas margens e no curso do rio, com 
 
 
reflexos diretos no processo de assoreamento e alteração em sua 
vazão, entre muitos outros impactos. Em contrapartida, o uso 
do rio pela população é significativo, com destaque para o 
próprio abastecimento público e também atividades 
relacionadas ao lazer e à pesca. 
Diante da riqueza desse recurso natural e da sua 
dependência pela população, o projeto procurou enfatizar a 
preservação do rio Aquidauana, salientando o papel da 
comunidade local, principalmente das crianças e dos jovens, em 
buscar a conscientização e a mudança de atitudes para a 
conservação dos recursos hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação dos recursos hídricos: Organize uma aula 
prática de observação dos impactos ocorrentes nos recursos 
hídricos (rios, córregos e/ou lagoas) de sua localidade, cidade 
e/ou região. Para tal, elabore um roteiro que proporcione aos 
alunos vivenciarem o uso dos cinco sentidos (percepção 
 
 
ambiental). Inclua pontos de observação na área urbana e na 
área rural para serem comparadas. 
Vale ressaltar a importância dos alunos conhecerem as 
nascentes e suas condições de conservação e, 
consequentemente, apreenderem sobre a dinâmica ambiental e 
a manutenção da bacia hidrográfica como um sistema. Para 
facilitar a atividade, deve-se elaborar um mapa da bacia 
hidrográfica com todas as nascentes para que o mesmo seja 
utilizado pelos próprios alunos no campo, proporcionando-lhe 
condições de localização e de espacialização de todos os 
aspectos observados. 
Finalize com reflexões acerca dos motivos que levaram à 
degradação e as possibilidades de reversão dos impactos 
ocorrentes e/ou medidas de conservação ambiental. 
 
 
AYACH, L. R.; CAPPI, N.; PEREIRA, R. H. G. A Bacia 
Hidrográfica do Córrego João Dias: uma análise Ambiental 
Integrada. Campo Grande/MS: Editora UFMS, 2012. p. 205. 
 
PHILLIPPI JÚNIOR, A.; ROMERO, M. de A.; BRUNA, G. C. 
(Ed.). Curso de Gestão Ambiental. Barueri/SP: Manole, 2004. 
1045 p. (Coleção Ambiental). 
 
REBOUÇAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. (Org.). Águas 
Doces no Brasil: Capital Ecológico, uso e conservação. 2. ed. 
São Paulo: Escrituras Editora, 2002. 703 p. 
 
SETTI, A. A.; LIMA, J. E. F. W.; CHAVES, A. G. de M.; PEREIRA, 
I. de C. Introdução ao gerenciamento de Recursos 
Hídricos. 2. ed. Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica/ 
Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas, 2001. 
207 p. 
 
 
Dra. Bruna Gardenal Fina1 
 
Mato Grosso do Sul é 
coberto por dois principais 
biomas, Cerrado e 
Pantanal, que ocupam 
extensas áreas e juntos 
constituem mosaicos de 
vegetação bastante 
complexos. Em função da 
grande extensão 
territorial, a composição 
florística é bastante diversificada, uma vez que as plantas são 
elementos fixos e só ocorrem em locais onde estão adaptadas às 
características ambientais. 
O Pantanal não é um grande pântano, mas uma mistura de 
diversas formações vegetais e pode ser classificado em várias 
sub-regiões em função de parâmetros como tipo de solo, 
periodicidade/intensidade das inundações e topografia. Sua 
localização geográfica é de particular relevância vez que 
possibilita a interligação entre o Cerrado, o Chaco 
(Paraguai/Bolívia) e a região Amazônica. Como área de 
transição, o Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas 
terrestres, com afinidades, sobretudo, com os Cerrados, além de 
ecossistemas aquáticos e semiaquáticos. 
A planície pantaneira caracteriza-se pela baixa altitude, 
 
1
 Coordenadora do Projeto Aquidauana: um rio de saberes desaguando 
no Pantanal e professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade 
Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: 
bruna.fina@ufms.br 
 
 
pouca declividade e ocorrência de inundações periódicas que 
proporcionam grande variação temporal e espacial da paisagem. 
 Dessa estrutura em mosaico, associada ao pulso de 
inundação, resulta sua elevada diversidade. São plantas comuns 
no Pantanal o carandá (Copernicia alba), o cambará (Vochysia 
divergens), o buriti (Mauritia flexuosa), o paratudo (Tabebuia 
aurea), diversas gramíneas 
típicas de áreas alagadas 
(Cyperus spp.) e macrófitas 
como camalote (Pontederia 
spp.), aguapé (Eichornea 
spp.), orelha de onça 
(Salvinia spp.), chapéu de 
couro (Echinodorus spp.), a 
vitória régia regional 
(Victoria amazonica), entre 
inúmeras outras. 
Os planaltos e as elevações residuais, conhecidos 
localmente como serras, apresentam formações típicas de 
cerrado (campo cerrado, cerrado sentido restrito e cerradão), 
florestas úmidas (prolongamentos do ecossistema amazônico), 
florestas ripárias (ciliar, galeria e veredas) e florestas estacionais 
(deciduais ou semideciduais). 
O Cerrado ocupa aproximadamente 2 milhões de Km2 da 
região central do Brasil e apresenta dois estratos bem definidos, 
um rasteiro (estrato herbáceo com sistema radicular fasciculado 
e presença de xilopódios) e outro mais alto (estrato arbustivo-
arbóreo com raízes pivotantes e profundas). Ocorre em áreas de 
clima tropical estacional, com sazonalidade bem evidente: uma 
estação chuvosa (outubro-março) e outra seca (abril-setembro). 
Sua flora é considerada uma das mais ricas do mundo com 
muitas espécies utilizadas na alimentação, na medicina, na 
 
 
produção de cortiça, fibras, óleos e como artesanato. 
As árvores típicas do Cerrado apresentam-se com cascas 
grossas, folhas grandes, pilosas ou rígidas, troncos retorcidos e 
pequena estatura. 
Dentre as plantas de ocorrência comum têm-se os ipês 
(Tabebuia spp.), o jatobá (Hymenaea spp.), pequi (Caryocar 
brasiliense), angico (Anadenanthera spp.), cumbaru (Dipteryx 
alata), barbatimão (Stryphnodendron spp.), lixeira (Curatella 
americana), pau terra (Qualea spp.), entre inúmeras outras. 
Embora o Cerrado represente a segunda maior formação 
vegetal brasileira e possua alta diversidade, ele não está 
protegido (menos de 2% das áreas de Cerradoencontram-se em 
Unidades de Conservação) como ocorre com a Floresta 
Atlântica e a Floresta Amazônica e, assim, fica suscetível ao 
desmatamento desenfreado. 
É necessário conhecer para aprender a gostar e cuidar de 
nosso ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observação da flora local: Leve os alunos para visitar 
algum local com área verde (pode ser parque, praça, trilha 
próximo a córregos, entre outras possibilidades). Peça que 
observem os diferentes tipos de plantas do local. Várias 
abordagens podem ser feitas a partir dessa simples observação. 
Algumas sugestões são: 
 
 divida-os em grupos e peça que escolham 03 plantas 
com flores coloridas do local. Peça para justificarem sua 
escolha e questione sobre a importância das cores nas 
flores. Pergunte qual a função da flor e finalmente 
solicite que identifiquem as estruturas masculinas e 
femininas das flores escolhidas, explicando suas funções; 
 
 divida-os em grupos e pergunte se eles já conheciam 
alguma planta do local e qual nome atribuem à planta. 
Se sim, questione se eles conhecem algum tipo de uso 
dessa planta (alimento, ornamental, medicinal, entre 
outros). Se não, peça que pesquisem sobre alguma 
planta e faça discussões de como a população poderia 
adquirir informações sobre o uso sustentável e 
consciente destes recursos naturais; 
 
 peça para correlacionarem algumas características das 
plantas com o ambiente em que vivem. 
 
Essas são algumas possibilidades. Com certeza há muito 
mais a ser explorado nessas atividades de campo. Valorize as 
 
 
ações cotidianas como forma de enriquecimento do processo 
ensino-aprendizagem. 
 
 
CAVASSAN et al. Conhecendo botânica e ecologia no 
cerrado. Bauru: Joarte, 2009. 60 p.: il. 
 
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Corumbá/MS: 
Embrapa, 1998. 
 
POTT, V. J.; POTT, A. Plantas aquáticas do Pantanal. 
Brasília: Embrapa, 2000. 404 p.: il. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Camila Aoki1 
 
O Pantanal ocupa cerca de 140.000 km² da região Centro-
Oeste brasileira e se estende para a Bolívia (15.000 km²) e 
Paraguai (5.000 km²) (JUNK et al., 2006). Por ser uma das 
maiores áreas úmidas do planeta e possuir características 
singulares, é considerado Patrimônio Nacional pela 
Constituição Brasileira e Patrimônio da Humanidade e Reserva 
da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 
O Pantanal possui 
uma rica fauna, com 263 
espécies de peixes 
catalogadas, 41 de anfíbios, 
113 de répteis, 463 de aves e 
132 de mamíferos (ALHO, 
2008). Para invertebrados, 
não há estimativa da 
riqueza de espécies. 
Apesar dessa elevada 
riqueza, devido à concentração da população em áreas urbanas, 
muitas vezes a fauna silvestre local não é reconhecida pela 
população do entorno. Por essa razão, são necessárias ações que 
melhorem a percepção ambiental das pessoas em relação à 
riqueza que as cerca. 
Muitas das espécies citadas acima estão ameaçadas de 
 
1
 Professora do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do 
Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: aokicamila@yahoo.com.br 
 
 
extinção por causa de diferentes fatores. No Pantanal, 
destacam-se as perdas e modificações nos habitats naturais 
(desmatamento) em virtude de pecuária e agricultura não 
sustentáveis, mineração, contaminação ambiental, fogo, erosão 
e ineficiente implementação da legislação ambiental. 
Os animais silvestres têm grande importância na 
manutenção do equilíbrio ambiental, participando das cadeias 
alimentares, da ciclagem de nutrientes, do controle de pragas, 
da produção de alimentos (por exemplo: mel), além de 
desempenhar papel fundamental na dispersão de sementes e na 
polinização de espécies de plantas nativas e também da 
agricultura, influenciando, dessa forma, a produtividade 
agrícola e a economia. Além disso, muitos fármacos (remédios) 
produzidos atualmente são sintetizados a partir de substâncias 
presentes em animais silvestres. Por isso, quando uma espécie é 
extinta, os seres humanos podem estar perdendo grandes 
soluções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando a elevada riqueza de espécies animais do 
Pantanal, propomos aqui uma atividade fácil de ser realizada 
em campo com alunos de diversas idades. 
A presença de animais em um ambiente pode ser notada de 
várias formas, sejam elas diretas, com a observação do animal 
(com ou sem utilização de binóculos) ou de forma indireta, 
através de vestígios deixados pela espécie, como pegadas, 
abrigos, tocas, ninhos e fezes. 
A identificação de rastros e de pegadas possui caráter 
educativo. Ela pode ser utilizada para auxiliar discussões que 
envolvam conceitos relacionados à valorização da 
biodiversidade local, inclusive complementando o conteúdo 
curricular (BERLINK; LIMA, 2007). Aqui propomos a elaboração 
de uma coleção de moldes de pegadas, que podem ser utilizadas 
para melhorar a percepção do público-alvo, realizando um 
reconhecimento da fauna local, com o intuito de despertar o 
interesse pela conservação destas espécies. 
A coleta dos moldes (contramoldes) das pegadas pode ser 
realizada com faixas de garrafas PET cortadas transversalmente. 
Estas são colocadas sobre as pegadas, e o espaço completado 
com gesso misturado com água (seguir a medida indicada na 
embalagem do produto). Depois de aproximadamente 30 
minutos, retira-se o gesso, que posteriormente pode ser lavado 
para remover o substrato. Durante esse período de espera, 
indicamos que sejam discutidos assuntos relacionados ao tema. 
Sugerimos que a atividade seja desenvolvida preferencialmente 
na margem de rios e lagoas ou em trilhas pré-existentes, pois 
nestas áreas as pegadas ficam mais bem definidas. No caso de 
 
 
ser desenvolvida no interior de mata, com bastante folhiço 
(galhos, folhas, etc.) no solo, indicamos que sejam montadas 
pequenas parcelas de areia. 
Para melhorar a qualidade do molde, a areia pode ser 
aplanada com auxílio de uma régua, por exemplo. O passo a 
passo da atividade encontra-se representada na Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALHO, C. J. R. Biodiversity of the Pantanal: response to seasonal 
flooding regime and to environmental degradation. Braz. J. Biol., 
v. 68, n. 4, p. 957-966, 2008. Suplemento. 
 
BERLINK, C. N.; LIMA, L. H. A. Identificação de rastros de 
animais, educação ambiental e valorização da fauna local no 
entorno do Parque Estadual de Terra Ronca (GO). Rev. 
eletrônica Mestr. Educ. Ambient., n. 18, p. 174-189, 2007. 
 
JUNK, W. J.; CUNHA, C. N.; WANTZEN, K. M.; PETERMANN, 
P.; STRÜSSMANN, C.; MARQUES, M.I.; ADIS, J. Biodiversity 
and its conservation in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil. 
Aquatic Sciences, v. 68, n. 3, p. 278-309, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Me. Elisangela Castedo Maria do Nascimento1 
 
 Um dos objetivos da Educação Ambiental é a criação e 
ampliação de formas sustentáveis na relação sociedade-
natureza, além de buscar 
soluções para os problemas 
ambientais, garantindo 
condições necessárias para 
a sobrevivência das 
gerações futuras. 
Sobre esse último 
ponto, Gadotti muito tem 
acrescentado em relação à 
consciência planetária: 
 
Um planeta vivo requer de nós uma consciência e 
uma cidadania planetárias, isto é, reconhecermos 
que somos parte da Terra e que podemos viver 
com ela em harmonia - participando do seu devir- 
ou podemos perecer com a sua destruição 
(GADOTTI, 2001, p. 86). 
 
O que se busca com a Educação Ambiental, então, é formar 
essa consciência de mudança do presente para construir um 
futuro no qual as pessoas tenham atitudes e comportamentos 
responsáveis, vivendo e convivendo como cidadãos planetários2. 
Em relação à consciência,Freire (1979) diz que não existe 
 
1
 Professora do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso 
do Sul, Campus de Aquidauana. E-mail: ecmcursino@yahoo.com.br 
2
 Cidadania Planetária é um termo criado por Francisco Gutierrez e Cruz 
Prado (1999) para designar uma sociedade mundial, unificada. 
 
 
conscientização sem ação-reflexão. Primeiramente, o homem 
faz uma aproximação espontânea sobre o mundo. Sua posição 
inicial, nesse sentido, não é crítica, e sim ingênua. 
Posteriormente, experimenta a realidade na qual está inserido 
ou a realidade que procura. Essa tomada de consciência, no 
entanto, ainda não é uma conscientização. 
Portanto, para que haja conscientização, é preciso que o 
sujeito possa conhecer, entender, compreender o objeto e 
refletir sobre ele. É por meio desse processo de conscientização 
que a realidade se reconstrói, permitindo, assim, a solução de 
problemas, como, por exemplo, os socioambientais. 
Nessa medida, a Educação Ambiental foi pensada, no 
âmbito do projeto, como forma de estabelecer um diálogo 
interdisciplinar na tentativa de primeiro alertar e depois 
modificar os valores e atitudes permitindo a reflexão crítica e a 
capacidade de participação na vida social. 
Priorizou-se, por isso, a reflexão e relação entre os 
conhecimentos aprendidos nas demais áreas do conhecimento 
trabalhadas no projeto, na 
tentativa de proporcionar 
aos alunos uma visão 
ampla sobre a necessidade 
da água na vida dos seres 
vivos, assim como a 
importância de seu uso 
consciente, visto ser um 
recurso natural, hoje 
considerado não renovável. 
 Assim, os alunos 
produziram um texto sobre o conhecimento aprendido que foi 
utilizado, juntamente com fotografias tiradas durante do 
projeto, na confecção de um vídeo de divulgação, postado nas 
 
 
redes sociais com o objetivo de sensibilizar e fazer refletir as 
ações de impactos negativos sobre o meio ambiente. 
Para finalizar, deixo uma importante reflexão, traduzida na 
voz de Paulo Freire: “O sujeito pensante não pode pensar 
sozinho; não pode pensar sem a co-participação de outros 
sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. Não há um ‘penso’, 
mas um ‘pensamos’. É o ‘pensamos’ que estabelece o ‘penso’ e 
não o contrário” (FREIRE, 1983, p. 45). 
 
 
Identificando os Ecossistemas brasileiros3: Esta 
atividade tem como objetivo estimular os alunos a perceberem 
os diferentes tipos de ambientes (ecossistemas) existentes no 
Brasil, como a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Manguezal, 
Restinga, Pantanal e a Mata Atlântica, favorecendo o 
entendimento das características físicas e biológicas desses 
 
3
 Atividade adaptada do Programa ABC na Educação Científica - Mão na 
Massa, 2007. 
 
 
locais, além da importância de sua preservação. 
 
 Onde está o ecossistema? 
 
Objetivo: estudar a localização dos ecossistemas 
brasileiros; estudar a fauna dos ecossistemas brasileiros; 
estudar a flora dos ecossistemas brasileiros. 
 
Conteúdos a serem trabalhados: localização geográfica, 
ecossistemas, fauna e flora. 
 
Material necessário: mapa do Brasil (com as regiões); 
figuras dos ecossistemas brasileiros; frases com as 
características dos ecossistemas; papel pardo (para colar 
as figuras e as frases) e fita crepe. 
 
Início: O professor poderá, inicialmente, introduzir a 
atividade questionando os alunos sobre as plantas e os 
animais observados durante as aulas de campo sobre 
cerrado e pantanal e depois inserir os demais 
ecossistemas. A partir de então, o professor poderá 
explicar sobre a importância da água, do sol, ar, solo e a 
adaptação das plantas para cada tipo de solo, região e 
clima. 
 
Colocando a mão na massa: O professor poderá 
disponibilizar, colado na lousa, o papel pardo com as 
figuras dos ecossistemas brasileiros. Posteriormente 
cada grupo irá descrever uma das figuras: se há rio, ou 
mar; se há árvores, se as árvores são grandes ou 
pequenas; se há animais; se há aves; entre outros. Após 
descreverem em seus cadernos, um do grupo lerá o que 
 
 
escreveu. Após a leitura, os colegas poderão 
complementar a descrição, caso existam elementos que 
não foram notados pelo grupo. Em seguida, o professor 
distribuirá frases com as características (físicas e 
biológicas) de cada ecossistema (aleatoriamente). O 
nível das frases deve ser de acordo com a série das 
crianças. Cada grupo deverá identificar as frases 
correspondentes às figuras dos ecossistemas. Após todas 
as frases terem sido coladas, os alunos pesquisarão sobre 
a sua figura, ou seja, o ecossistema. 
 
 
CAMARGO. M. E. (Marô). Educação Ambiental: um Exercício 
do Olhar. Agenda 21 – Educação ambiental em área de proteção 
dos mananciais. Disponível em: 
<http://www.seaembu.org/docs/ag21_mananciais.pdf>. Acesso 
em: 20 out. 2009. 
 
CARVALHO, I. C. de M. Educação ambiental: a formação do 
sujeito ecológico. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 
 
CARVALHO, I. C. de M. Os sentidos de “ambiental”: a 
contribuição da hermenêutica à pedagogia da complexidade. In: 
LEFF, E. (Coord.). A complexidade ambiental. São Paulo: 
Cortez, 2003. 
 
CASCINO, F. Educação Ambiental: princípios, história, 
formação de professores. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São 
Paulo, 2007. 
 
FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: 
uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Tradução de K. 
de M. e Silva; revisão técnica de B. E. L. Cintra. São Paulo: 
 
 
Cortez & Moraes, 1979. 
 
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra: Ecopedagogia e 
educação sustentável. In: TORRES, C. A. T. (Compil.). Paulo 
Freire y la agenda de la educación latinoamericana en el 
siglo XXI. Buenos Aires: CLACSO, 2001. ISBN: 950-9231-63-0. 
Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/ 
torres/gadotti.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2010. 
 
PROGRAMA ABC NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA - MÃO NA 
MASSA. Polo Estação Ciência. Ciência a Mão. Atividades 
Didáticas de Ciências. Mão na Massa São Paulo. Módulo Escola 
e Meio Ambiente. Onde Está o Ecossistema? [On-line]. 2007. 
Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir. 
php?midia=ema&cod=_1-29>. Acesso em: 31 ago. 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Beatriz Barros Melo1 
 
Nós, alunos do Projeto Rio Aquidauana: um rio de 
Saberes desaguando no Pantanal, desenvolvemos diversas 
atividades, como a nossa primeira aula de campo: a descida no 
Rio Aquidauana. 
Achamos bem diferente, pois vemos a situação do nosso rio 
na televisão, por fotos ou até mesmo por ouvirmos conhecidos 
nossos falando sobre ele. Não fazíamos ideia de como estava 
precária a situação: lixos pelo rio, o barranco sem mata ciliar, 
muita poluição. Realmente nos deu muita preocupação ao ver a 
situação do rio de onde vem nossa água. 
Ainda bem que temos a Empresa de Saneamento do Estado 
de Mato Grosso do Sul (SANESUL) que também visitamos em 
nossas aulas de campo. Acompanhamos todo o processo da 
Estação de Tratamento de Água (ETA), vimos também o 
tratamento de esgoto e todas as suas técnicas para a purificação 
da água. 
Enfim, como alunos 
do Projeto Rio 
Aquidauana, temos 
orgulho de fazer parte 
dessa grande iniciativa, 
que nos proporcionou 
melhoras na escola e o 
mais importante: nos fez 
conscientes das nossas 
ações. 
 
1
 Aluna da Educação Básica. 
 
 
 
 
Cristian V. V. Martinez1 
Peterson Fellipe Alem Goulart2 
 
Na visita que fizemos à SANESUL, vimos que o 
tratamento da água e do esgoto é fundamental para uma 
sociedade. 
O tratamento de esgoto ajuda a não poluir o rio 
Aquidauana e ajuda a SANESUL a ter menos trabalho, mas é 
precário, pois a política municipal não investe adequadamente 
na coleta de esgotono 
município. Por causa dessa 
precariedade, as pessoas 
liberam o esgoto mal 
tratado na rua. Quando 
isso acontece, diversas 
doenças podem ser 
transmitidas para a 
população. 
Entre algumas 
curiosidades, ficamos sabendo que, se houver uma crise de água 
como a que São Paulo está vivendo, a SANESUL pode suprir o 
município, abastecendo a cidade por cinco horas. 
A mensagem que fica é a seguinte: “Por mais que 
tenhamos o grandioso rio Aquidauana que nos abastece, não 
devemos desperdiçar água.”. 
 
 
 
1
 Aluno da Educação Básica. 
2
 Aluno da Educação Básica. 
 
 
 
 
Daniely da Silva Mendes1 
 
Nesse dia, observamos que os animais silvestres também 
sofrem como nós. O CRAS serve de hospital para animais que 
são maltratados, jogados na rua ou mesmo abandonados e 
também encontrados nas fazendas. Como, por exemplo, um 
Tamanduá-bandeira que dorme com um ursinho cor-de-rosa 
até hoje porque, quando recém-nascido, sua mãe foi atropelada, 
e ele ficou abandonado. O Tamanduá, então, passou a ser 
cuidado pelo CRAS. Hoje 
ele está bem, mas não 
vive sem seu urso. 
Também vimos 
uma onça-pintada que era 
obesa porque foi criada 
por um fazendeiro como 
se fosse um animal de 
estimação. O fazendeiro, 
por motivos pessoais, não 
pôde continuar com ela, e 
hoje, por estar velha, não 
sabe caçar e não pode ser solta na natureza, pois passaria fome. 
Quando estávamos quase terminando a visita, vimos 
uma gaiola enorme cheia de passarinhos (Canarinhos), mais de 
mil deles; estavam sendo traficados, mas, após apreendidos, 
foram mandados para o CRAS, onde vão ser soltos na natureza. 
 
1
 Aluna da Educação Básica. 
 
 
Fizemos também uma trilha ecológica, observamos 
nossa flora juntamente com a Guia que mostrava e falava sobre 
as flores, as árvores, os frutos e também tirava nossas dúvidas. 
Ao final da trilha, assistimos a uma palestra sobre o que 
aprendemos no CRAS. 
Para mim, uma aluna que está nesse projeto há mais de 
um ano, tenho consciência sobre os animais que estão sendo 
abandonados em todos os lugares. Por um momento me 
coloquei no lugar desses animais e percebi que não gostaria de 
ser abandonada. Mesma coisa com os animais: eles também não 
gostariam de ser abandonados. Nunca pratiquei esse ato de 
abandono e nem pretendo praticar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana BeatrizBarros Melo1 
Daniely da Silva Mendes2 
Iasmin Rodrigues Portes3 
Jéssica Benites Cesar4 
Talisse Ortiz Arguelho5 
Vitória Moura de Oliveira6 
 
 
Na nossa visão, essa foi 
uma das melhores viagens 
do projeto. Além de 
podermos nos divertir e 
apreciar a beleza da 
natureza, conseguimos 
aprender de uma forma 
bem diferenciada: 
praticando a flutuação na 
Nascente Azul e visitando o 
Aquário de Bonito, onde 
residem diversificadas espécies de peixes típicos da região. 
A Nascente Azul é bastante convidativa, pois, além de 
presentear o turista com uma água azul turquesa, suas plantas 
aquáticas permitem que a vejamos realizando a fotossíntese. O 
 
*
 Texto compilado a partir das atividades realizadas nas oficinas de Língua 
Portuguesa. 
1
 Aluna da Educação Básica. 
2
 Aluna da Educação Básica. 
3
 Aluna da Educação Básica. 
4
 Aluna da Educação Básica. 
5
 Aluna da Educação Básica. 
6
 Aluna da Educação Básica. 
 
 
caminho que leva ao paraíso é fácil: a 29 km de Bonito, são 
necessários 22 km de asfalto e mais 7 km de terra; no entanto, 
ao chegar até ele, é preciso prudência, pois não podemos nadar 
na nascente, já que isso agitaria sua formação calcária, podendo 
gerar sua degradação. 
Para flutuar é necessário estar disposto. Embora a flutuação 
em si seja fácil, é essencial todo equipamento de segurança: 
roupa de neoprene, papetes 
croc, coletes salva-vidas, 
máscaras e snorkel. Com 
tudo isso, você até pode se 
sentir um pouco 
desconfortável, com uma 
leve sensação de 
sufocamento, porém, basta 
se entregar às águas da 
nascente que a mãe 
natureza se encarrega do 
resto. E que resto! 
Tivemos também a sorte de conhecer o Aquário de Bonito e 
os peixes típicos da região do Pantanal, como a Serra da 
Bodoquena. 
Entre suas atrações, o Aquário permite ao visitante ver a 
alimentação dos peixes e, junto com um instrutor, alimentar as 
arraias. Além disso, é uma excelente oportunidade para nos 
conscientizarmos de que os rios de Bonito precisam ser 
preservados, pois propiciam a subsistência de muitas famílias, 
além de fazer com que a economia da região continue ativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Eu gostei muito do projeto e da viagem que 
fizemos. Eu aprendi a preservar os animais e 
as árvores para o futuro.” 
 
 
“Eu aprendi que a gente tem que preservar as plantas e os 
animais, porque se a gente não preservar, eles 
vão entrar em extinção e nunca mais vamos 
vê-los. A viagem para a Base de estudos do 
Pantanal foi uma experiência a mais, um 
lugar muito bonito, eu nunca tinha visto, foi 
muito bom.” 
 
“Nessa viagem eu aprendi que devemos preservar muitas 
coisas, pois elas são maravilhas. Tem muitas plantas que 
estão entrando em extinção, elas e os animais, e a gente 
deve preservar. O projeto me ajudou a 
entender isso. Porque antes eu nem 
conhecia os tipos, e agora eu estou 
aprendendo várias coisas muito legais.” 
 
 
“O projeto ensina muitas coisas e viajamos a 
lugares novos. Aprendi que temos que cuidar 
da natureza, não podemos deixar lixos por 
onde passamos. Aprendi também como 
reconhecer as libélulas, saber se são machos, 
se são fêmeas.” 
 
 
“Eu acho o projeto muito bom, pois nós aprendemos 
muita coisa e nós conhecemos a natureza. Nós 
 
 
aprendemos a preservar, não maltratar os animais, 
protegê-los, pois tem muitos animais que estão em 
extinção. Tem muitas pessoas que matam os animais sem 
conhecê-los. Eu não, eu prefiro conhecer e estudá-los. 
Gostei bastante da viagem, fizemos trilhas, 
conhecemos as árvores, pegamos libélulas. 
Fomos ao Passo do Lontra e vimos bugio, 
muitas aves, gaviões, jacarés, capivaras...” 
 
 
“Eu acho muito bom participar desse projeto, participar 
das atividades. Porque na vida urbana a gente não 
consegue ver essas coisas da natureza. Aqui nós vemos que 
podemos cuidar da natureza, proteger os animais. Quando 
fizemos a trilha, nós vimos as 
pegadas de vários animais 
diferentes, que nunca tínhamos 
visto, aí fizemos os moldes com 
gesso.” 
 
 
 
“Eu acho que esse projeto nos dá mais consciência, por 
exemplo, a gente jogava uma casca de bala, agora tem a 
consciência, e não joga para não poluir. A gente também 
não fica gastando água, poluindo. A viagem foi muito 
legal. Eu não conhecia aqui, nós 
vimos muitos animais e plantas, 
fizemos trilhas, nós pudemos 
conhecer mais o Pantanal.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O projeto ajuda bastante a gente na escola, em outras 
matérias. Esse projeto não é só para os alunos mais 
inteligentes, eles procuraram pegar também os alunos que 
não prestam muita atenção na aula. Isso dá uma força para 
o estudo, nós aprendemos mais aqui, pois aqui a gente vê 
mesmo, lá na escola a gente só vê nos livros. E nas escolas 
eles geralmente pegam os melhores alunos, acabam 
deixando os alunos que não são tão bons de lado. Nesse 
projeto não: quem é mais inteligente ou não podia 
participar. Eu acho esse projeto tão bom, não devia ser só 
dois anos. Devia ser quanto? 
Devia ser até a gente terminar o 
ensino médio, eu acho, assim a 
gente poderia entrar na 
faculdade e virar monitor 
também.” 
 
“O projeto podia continuar para que outras pessoas 
pudessem ver também. Se o projeto continuasse, 
poderiam vir outras turmas. Isso é importante para 
continuar preservando os rios. Quando descemos o rio no 
ano passado, nós vimos muito 
lixo, aspessoas pescando com 
linhada quando não podia e o 
esgoto que é jogado lá.” 
 
“A gente aprende um pouco de tudo, 
porque tem geografia, ciências, biologia. E 
quem for fazer faculdade já tem 
consciência do que vai fazer.” 
 
 
 
 “Esse projeto veio enriquecer mais o que eu penso sobre a 
licenciatura, porque ele promove o contato com os alunos, 
oportunizando-os a participar de pesquisas e trabalhos de 
campo. Às vezes, não há tantas oportunidades de fazer 
isso nas escolas. Aqui a gente nota a importância disso 
para agregar conhecimento. Isso faz com que 
você possa crescer como acadêmico, levando 
essas experiências para a carreira profissional 
quando estiver atuando como professor nas 
salas de aula. Só tiro coisas positivas desta 
participação.” 
 
 
 “É diferente poder estar trabalhando a parte 
prática com os alunos, a integração entre 
eles. Aqui nós conseguimos trabalhar a 
parte prática de todos os conteúdos, o que 
facilita a assimilação. Aqui conseguimos 
visualizar tudo o que eles 
estudaram. Uma coisa é você falar que se deve 
preservar, outra é você mostrar o que tem 
aqui que pode não ter mais, se não tivermos 
consciência. O projeto traz a ideia de 
tirar o aluno da sala de aula, para mostrar o que você está 
falando, assim ele associa com a realidade dele. É difícil 
ter oportunidades assim, mas nós vamos 
tentar sempre proporcionar essas 
experiências, assim como nós fizemos aqui. 
Esse contato com a natureza é certamente 
algo que eles vão carregar para a vida toda.” 
 
 
“Nós estamos estudando Biologia, mas o projeto é 
interdisciplinar, há biólogos, geógrafos, turismólogos... e 
isso é uma experiência muito enriquecedora para nossa 
profissão. Nós estamos tendo uma grande oportunidade 
 
 
de poder conhecer, visitar esses lugares, e isso nos faz 
pensar que profissional nós queremos ser. Participando 
desse projeto, vejo que ele veio preencher um vácuo, tanto 
na nossa formação enquanto acadêmicos, quanto na 
consciência de cada uma dessas crianças que 
estão participando do projeto. Tenho certeza 
que essas crianças serão adultos muito 
melhores do que seriam se não tivessem 
participado do projeto.” 
 
 
“O projeto Novos Talentos possibilitou uma experiência 
ímpar. Através dele foi possível observar a relevância de 
uma atividade diferenciada para um melhor aprendizado 
dos alunos. Acredito que esse projeto tenha despertado a 
criatividade tanto nos professores, como nos futuros 
professores, para que possam inovar em suas aulas 
buscando novidades para melhor compreensão de 
diversos temas. Desde a organização até a 
execução e conclusão das atividades, o 
aprendizado foi constante e esse projeto, 
certamente, atingiu positivamente a todos, e 
não só os alunos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aquário de Bonito 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
Base de Estudos do Pantanal 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
Centro de Reabilitação de Animais Silvestres – CRAS 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
Empresa de Saneamento de Água e Esgoto – SANESUL 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
Museu Dom Bosco 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
Rio Aquidauana 
Endereço: 
Responsável pelo atendimento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados gerais da Publicação 
Formato 14,8 x 21 cm 
Tipologia Constantia 11/16 
Número de páginas 44 páginas 
Ano de publicação 2015 
Editoração e Arte Gráfica MCelestiné 
Dados específicos da Publicação Eletrônica (eISBN XXXX-XXXX) 
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Modo de acesso World Wide Web : <http://www.mcelestine.com.br/portfólio> 
Dados específicos da Publicação Impressa (ISBN XXXX-XXXX) 
Papel Reciclato 75 g/m2 (miolo) 
 Reciclato 180 g/m2 (capa) 
Tiragem 500 exemplares 
Impressão MCelestiné