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DESAFIO COLABORATIVO UNINASSAU

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Tópico da discussão
Metodologia Ativa - Sala de aula invertida: o objetivo dessa atividade é desafiar a
busca pelo conhecimento fora do Ambiente Virtual de Aprendizagem e expor o
resultado da sua pesquisa no nosso fórum colaborativo. Sua participação será
compartilhada com todos os colegas e juntos teremos uma visão ampliada do tema
proposto.
Preparado(a)? Vamos começar!
1. Para começar, leia o seguinte trecho da matéria de autoria da pesquisadora
Gabriela Ariane Ribeiro Mendes, publicado em 09 de agosto de 2018:
“A água é a substância mais abundante no globo terrestre, compondo cerca de ¾ da
superfície do planeta Terra. O Brasil, por sua vez, possui 12% do total mundial de
águas doces e é responsável pela produção de 53% das águas doces da América do
Sul. Em razão disso, é muito difícil conceber que o maior problema do século XXI,
não só no Brasil, mas em todo o mundo, seja justamente a escassez desse bem
aparentemente tão farto.
Essa escassez, a seu turno, não é tão ligada a termos quantitativos, mas principalmente
qualitativos, uma vez que, em razão dos diversos usos a que é destinada, está
contaminada por rejeitos e, em sua maioria, encontra-se impura. Segundo dados
fornecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de um bilhão e
seiscentas mil pessoas no mundo não têm acesso à água potável, sendo este tema
objeto de vários dos encontros realizados pela Organização.
Durante muitos séculos, pautados pela ideia de que a natureza e seus elementos
tinham unicamente a função de atender aos anseios do homem, os recursos hídricos
foram utilizados de forma indiscriminada, sem se preocupar com o seu caráter finito.
Assim, a maior parte das atividades que regem a vida contemporânea, desde atos da
vida cotidiana até o abastecimento da produção industrial, são imensamente
dependentes dele.
Esse uso predatório gerou, nos últimos anos, o despontamento de uma crise hídrica
sem precedentes, que atinge países ricos e pobres, colocando em cheque seu caráter
inesgotável. A fim de enfrentar a escassez que desponta com cada vez mais força, os
governos, as instituições de proteção e os estudiosos passaram a buscar mecanismos
que garantiriam uma maior proteção desse bem ambiental, de forma a garanti-lo para
as gerações presentes e futuras. Uma das soluções apontadas foi justamente a
atribuição de valor econômico a ele, passando a denominá-lo de “recurso hídrico”.
Aqueles que defendem a adoção de tal postura, afirmam que na sociedade moderna,
cuja principal característica é o consumo desenfreado, só são devidamente valorizados
aqueles bens dotados de valor econômico, de forma que o acesso livre teria sido
justamente a razão pela qual o recurso, qualitativamente falando, encontra-se à beira
do esgotamento. Tal solução, todavia, não é vista por todos com bons olhos,
afirmando alguns que a valorização desse bem a partir de um viés econômico tem por
consequência a mercantilização de uma substância que, por ser intrinsecamente ligada
à própria vida, adquire caráter de direito fundamental, e, portanto não deveria ser
objeto de cobrança para seu uso.
A água foi reconhecida como um bem econômico pela ONU, em sua Declaração dos
Direitos da Água de 1992. Essa ideia, no Brasil, foi internalizada pela Lei da Política
Nacional dos Recursos Hídricos (Lei 9.433/97). O objetivo principal desse
reconhecimento foi, diante da realização de sua limitação, ampliar a proteção, a partir
do reconhecimento pelo particular do valor real que esse bem possui, promovendo
assim o seu uso racional e conservação.
Todavia, os maiores críticos dessa suposta forma de proteção afirmam que a
autorização pela cobrança do uso dos recursos hídricos tende a caminhar para uma
verdadeira privatização dos mesmos, com o tratamento privilegiado de grandes
corporações internacionais que auferem lucros exorbitantes a partir de sua exploração.
Isso porque o consumo majoritário da água se dá não para uso doméstico e consumo
humano, o que corresponde, no Brasil, a apenas 8% do consumo total de água, mas
sim pela atividade agrícola (aproximadamente 70%) e industrial (22%). Dessa forma,
afirmam que a tendência seria priorizar o abastecimento dessas atividades em
detrimento da população, setor diretamente mais dependente da disponibilidade do
bem”.
(Disponível em: https://domtotal.com/noticia/1282552/2018/08/a-privatizacao-da-
agua-e-dos-sistemas-de-saneamento-basico-no-brasil-e-no-mundo).
2. A partir desse recorte, é possível perceber que a gestão dos recursos hídricos é
um tema sensível, com abordagens distintas para os problemas contemporâneos.
Levando isso em consideração, responda às seguintes indagações:
• Qual é o regime jurídico pelo uso da água no Brasil?
• Se a água é um bem de valor econômico, é possível, como defendem alguns setores
da economia, um regime de desregulamentação, com a privatização dos serviços que
envolvam os recursos hídricos?
• Ou, como defendem outros, o acesso à água é um direito humano e, portanto, bem
de domínio público, insusceptível de alienação. Justifique sua resposta.
3. Discuta:
Comente pelo menos mais 2 postagens principais dos colegas com a sua opinião sobre
a opinião que o colega postou. Lembre-se de argumentar nas considerações de seus
colegas, concordando ou discordando, com argumentos que explique seu
posicionamento.
É de bom tom, voltar a sua postagem, para ver se algum colega comentou a sua
postagem, e aproveitar o momento de tréplica, defendendo seu posicionamento ou
retificando a partir da contribuição do seu colega, se for o caso.
Para finalizar: lembre-se que sua resposta deve ter entre 05 a 30 linhas, na fonte12.
https://domtotal.com/noticia/1282552/2018/08/a-privatizacao-da-agua-e-dos-sistemas-de-saneamento-basico-no-brasil-e-no-mundo
https://domtotal.com/noticia/1282552/2018/08/a-privatizacao-da-agua-e-dos-sistemas-de-saneamento-basico-no-brasil-e-no-mundo
RESPOSTA:
• Qual é o regime jurídico pelo uso da água no Brasil?
Na legislação brasileira o tratamento jurídico dado à gestão da água e ao saneamento
básico é feito de forma separada, o modelo de gestão hídrica e do saneamento é
perculiarmente multinível: a) o controle dos mananciais de recursos hídricos realizado
pelas esferas federal e estadual com acompanhamento de Comitês de Bacias; b)
serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitária realizados em
sua absoluta maioria ao nível municipal.
No âmbito da CF/88 consideram-se os recursos hídricos como bem público de uso
comum com gestão exclusiva da União e dos Estados, afastando a incidência de águas
particulares como garantia do direito coletivo do meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Outra disposição na CF/88 trata-se dos direitos fundamentais de acesso à
água e ao saneamento apenas assegurados de forma indireta enquanto direito humano
à água potável e ao saneamento derivado do direito à moradia, ... , à alimentação,
noutros termos, o reconhecimento constitucional está conferido com reporte em
princípios fundamentais (direito fundamental à vida, ... , dignidade da pessoa humana)
e na proteção de direitos humanos (direitos socais: à saúde, etc.).
Quanto aos aspectos da legislação infraconstitucional verificam-se como referência as
legislações seguintes : a) Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997)
que visa à proteção e utilização dos mananciais, sem adentrar nos aspectos relativos à
captação e tratamento de água, próprios dos serviços de abastecimento de água; b) Lei
da Agência Nacional de Águas (Lei nº 9.984/2000), autarquia especial com autonomia
administrativa, técnica e financeira, cujas atribuições abrangem os instrumentos de
gestão, monitoramento e planejamento da utilização das águas, inclusive responsável
por normas de referência na regulação dos serviços de saneamento e recursos hídricos;
c) Lei de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007) que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico, tratando especificamente dos serviços públicos; d)
Código de Águas (Decreto nº 2.464/1934) que constitui referência para intervençõesnos recursos hídricos apesar da maioria dos artigos revogados; bem como em outros
instrumentos normativos (Decreto nº 7.217/2010, Decreto nº 10.000/2019, etc.)
• Se a água é um bem de valor econômico, é possível, como defendem alguns setores
da economia, um regime de desregulamentação, com a privatização dos serviços que
envolvam os recursos hídricos?
• Ou, como defendem outros, o acesso à água é um direito humano e, portanto, bem
de domínio público, insusceptível de alienação. Justifique sua resposta.
O atual sistema jurídico brasileiro considera a água como bem ambiental, inalienável,
de carácter difuso, pertencente à coletividade. Por outro lado, a água está reconhecida
também como bem econômico, cuja ideia consta internalizada na Política Nacional
dos Recursos Hídricos, sem que estabeleça como direito fundamental o acesso à água.
Aliás, o objetivo envolve a promoção do uso racional da água diante a realidade de
sua limitação ou finidade, implicando uma necessidade de proteção ou conservação a
partir do reconhecimento do valor real pelo uso desse bem “a água”.
Nesse sentido, pelo fato do Brasil possuir grande riqueza hídrica, instituições como o
Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional vêm no pretexto da falta de água e
na crescente urbanização recomendar necessariamente mais investimento em projetos
de infraestrutura para captação, tratamento, distribuição e saneamento, propondo
inclusive um articulado de parcerias entre os governos locais, contudo essa realidade
submete para dependência económica e perda de controle sobre as fontes de água, e
consequentemente a pressões para que se promovam a privatização desses serviços.
Atualmente no Brasil em geral não se cobram taxas pelo uso da água, mas sim pelos
serviços de captação, tratamento e distribuição da água potável, bem como os serviços
de saneamento atinentes à coleta de esgotos e tratamento respetivo. Todavia, a suposta
forma de proteção ou conservação desse bem “a àgua” projeta uma autorização para
cobrança dos serviços públicos, cuja tendência implica na privatização possivelmente
ao tratamento privilegiado de grandes corporações internacionais que buscarão auferir
lucros a partir de sua exploração, cuja pretensão será a cobrança sobre “a água”.
Observe-se que a privatização implica na transferência de bem do setor público para o
setor privado sob pretexto do governo firmar parcerias público-privadas que no caso
em estudo possuem objetivo de melhorar a gestão dos recursos hídricos e beneficiar a
população com melhor administração das infraestruturas de acesso à água potável.
Numa perspetiva não capitalista percebe-se que a transformação desse bem “a água”
numa commodity e a submissão às regras de mercado, cuja circunstância coloca em
risco a violação de direitos fundamentais: à vida, à dignidade, à moradia, à saúde, ...,
isto é, apesar de não estar reconhecido expressamente como direito fundamental o
acesso à água e ao saneamento, o modelo de privatização dos serviços que prestados à
coletividade expressa-se incompatível quando observada essa imprescindibilidade dos
recursos hídricos como necessários para a sobrevivência da espécie humana, tratando
sua troca em ocasiões para implementação de estratégias capitais no circuito da água.
	Tópico da discussão
	Metodologia Ativa - Sala de aula invertida: o obje
	Preparado(a)? Vamos começar!
	1. Para começar, leia o seguinte trecho da matéria
	“A água é a substância mais abundante no globo ter
	Essa escassez, a seu turno, não é tão ligada a ter
	Durante muitos séculos, pautados pela ideia de que
	Esse uso predatório gerou, nos últimos anos, o des
	Aqueles que defendem a adoção de tal postura, afir
	A água foi reconhecida como um bem econômico pela 
	Todavia, os maiores críticos dessa suposta forma d
	Isso porque o consumo majoritário da água se dá nã
	(Disponível em: 
	2. A partir desse recorte, é possível perceber que
	• Qual é o regime jurídico pelo uso da água no Bra
	• Se a água é um bem de valor econômico, é possíve
	• Ou, como defendem outros, o acesso à água é um d
	3. Discuta:
	Comente pelo menos mais 2 postagens principais dos
	É de bom tom, voltar a sua postagem, para ver se a
	Para finalizar: lembre-se que sua resposta deve te
	RESPOSTA:
	• Qual é o regime jurídico pelo uso da água no Bra
	Na legislação brasileira o tratamento jurídico dad
	No âmbito da CF/88 consideram-se os recursos hídri
	Quanto aos aspectos da legislação infraconstitucio
	• Se a água é um bem de valor econômico, é possíve
	• Ou, como defendem outros, o acesso à água é um d
	O atual sistema jurídico brasileiro considera a ág
	Nesse sentido, pelo fato do Brasil possuir grande 
	Atualmente no Brasil em geral não se cobram taxas 
	Observe-se que a privatização implica na transferê

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