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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/262545810
Famílias e casais: do sintoma ao sistema
Article  in  Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul · December 2009
DOI: 10.1590/S0101-81082010000200008
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1 author:
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Avaliação da rede de cuidados em saúde mental de Londrina View project
Marcos Hirata Soares
Universidade Estadual de Londrina
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Internato de psiquiatria na Universidade São Francisco – PAULIN & POÇAS
Resenha
Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2010;32(2):65-66
O livro é baseado na terapia familiar estrutural, um seg-
mento da teoria sistêmica. O modelo estrutural importa os 
principais conceitos da teoria sistêmica, mas foca na forma 
como a família delimita as fronteiras entres seus membros 
(questão dos papéis desempenhados e os limites de cada 
um). Através de uma explicação de técnicas experimentadas 
e desenvolvidas pelos autores durante cerca de 5 décadas e 
de diversos estudos de casos clínicos, o livro se propõe a de-
monstrar um modelo de quatro etapas para acessar e avaliar a 
família, direcionando o processo terapêutico com ela.
Embora o sofrimento e os diversos desajustes familiares 
tenham formas diferentes de entendimento segundo os laços 
culturais de cada família, os autores sugerem que a explicação 
mais aceitável para que suas teorias e técnicas sejam validadas 
transculturalmente é que todas as pessoas estão sujeitas a for-
mas comuns de ver e entender as relações familiares. Assim, 
os autores, enquanto terapeutas, oferecem às famílias um tipo 
de estrutura familiar organizadora, capaz de explicar seus dile-
mas, pois melhora a comunicação e a compreensão mútua em 
família, fazendo com que elas, ainda, utilizem esse modelo no 
seu dia a dia, trazendo inovações e ajustando-o às suas manei-
ras individuais de ser.
Este modelo acima é composto de quatro etapas e tem 
como meta descobrir o que impede a família de atingir seus 
objetivos e, então, unir-se a ela para conceber uma visão de 
como passar da fase atual para onde ela deseja estar. Essa 
complexa tarefa divide-se em quatro etapas, aqui descritas 
sucintamente:
1) Descentralizar o problema apresentado e o portador 
do sintoma. Deve-se fazer com que a família com-
preenda que o problema apresentado por ela não está 
relacionado apenas ao mecanismo interno de um de 
seus membros.
2) Investigar os padrões familiares que mantêm o pro-
blema. Explorar o que os membros da família podem 
estar fazendo para perpetuar o problema, auxiliando 
os familiares a perceberem como suas ações podem 
estar mantendo o problema. Essa etapa parte do pres-
suposto de que os membros da família mudarão seu 
padrão de relação se conseguirem ver a si mesmos 
como capazes de ajudar o paciente identifi cado.
3) Investigar o que os membros da família trazem do 
passado que ainda infl uencia o presente. Investigar o 
passado com foco na estrutura, através de uma explo-
ração breve e focada do passado dos membros adul-
tos da família, com o intuito de auxiliá-los a entender 
como chegaram à sua visão limitada do presente, de 
si mesmos e dos outros. Essa etapa é vista como a 
Correspondência: 
Prof. Marcos Hirata Soares, Departamento de Enfermagem, CCS, Av. Robert Koch, 60, Vila Operária, CEP 860838-350, Londrina, PR. E-mail: mhirata@uel.br
Não foram declarados confl itos de interesse associados à publicação desta resenha. 
Copyright © Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul – APRS Recebido em 16/12/2009. Aceito em 21/12/2009.
Famílias e casais: 
do sintoma ao sistema
Salvador Minuchin, Michael P. Nichols e Way-Yung Lee
Porto Alegre, Artmed, 2009, 240 p.
Marcos Hirata Soares*
* Mestre. Professor, Departamento de Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR.
66 – Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2010;32(2)
continuação das explorações do estilo de relaciona-
mento que o terapeuta e a família desvelaram na eta-
pa anterior.
4) Redefi nir o problema e testar opções. Após o desen-
volvimento de um quadro inicial dos motivos que 
mantêm a família bloqueada e de como esse caminho 
foi tomado, os membros da família e o terapeuta fa-
lam sobre quem precisa mudar o quê – e sobre quem 
tem a disposição de fazê-lo ou não. Essa é uma etapa 
fundamental para se evitar a resistência às mudanças 
propostas na terapia.
A partir de 10 exemplos de casos, os autores apresentam 
a primeira e segunda sessões, assim como a estrutura terapêu-
tica de cada caso (organização familiar, perspectivas indivi-
duais, estratégias de intervenção e técnicas usadas). Os casos 
estão representados pelos seguintes grupos:
1) Crianças problemáticas e seus pais. Nessa parte, cha-
ma a atenção o fato de os confl itos entre os pais es-
tarem relacionados às diferentes perspectivas para a 
maternidade e a paternidade e à existência de excessi-
va proximidade de um e/ou distanciamento do outro 
em relação aos fi lhos.
2) Famílias reconstituídas. Considerando os desafi os que 
essas novas famílias possuem, elas são permeadas por 
rivalidades complexas, constituindo-se num grande 
desafi o.
3) Casais complementares. A partir dos casos, nota-se o 
quanto os sintomas das pessoas se associavam à vida 
complicada de suas famílias e também que os confl i-
tos conjugais eram deslocados para o cuidado com os 
fi lhos.
4) Famílias psicossomáticas. Há uma relação entre os 
processos emocionais e fi siológicos, mediada pelos 
padrões estruturais familiares e pela hierarquia gera-
cional, ou seja, famílias com demasiado envolvimen-to emocional e críticas constantes produzem estimu-
lação fi siológica que infl uencia o curso de doenças 
físicas e/ou transtornos mentais. Há também uma 
Resenha
crítica ao termo psicossomático usado no Diagnos-
tic and Statistical Manual of Mental Disorders – 4th 
edition (DSM-IV), pois sugere uma dicotomia entre 
doenças orgânicas e mentais, contrária à relação de 
circularidade, defendida pela abordagem sistêmica. A 
chave para trabalhar com famílias psicossomáticas é 
focar a transformação de um sintoma psicossomático 
em um confl ito interpessoal manifesto.
5) A família e os serviços sociais. A terapia familiar 
opera no pressuposto de que os adolescentes depen-
dentes químicos são parte de um contexto familiar e 
que mudanças no indivíduo requerem uma mudança 
na relação entre o adolescente e sua família. Há uma 
ressalva de que a abordagem sistêmica não é superior 
às outras, mas possui uma profundidade e utilidade 
para superar o desenvolvimento da dependência.
O livro, resultado de cerca de 5 décadas de pesquisa e 
trabalho, não apresenta um resgate teórico sobre a teoria sis-
têmica nem sobre o modelo estrutural, que é derivado dela, 
mas apresenta de forma bem sintetizada, clara e objetiva o 
conteúdo necessariamente intrínseco à prática da terapia fa-
miliar. Trata-se, portanto, não de uma leitura básica, mas sim 
de um livro para aqueles que possuem formação em terapia 
familiar.
Através dos exemplos de casos, o livro expõe de for-
ma bem prática a experiência dos autores e criadores de um 
método próprio para a realização da terapia familiar, muito 
bem embasado e apoiado em outras diversas estratégias de 
trabalho com famílias. Uma característica que chama a aten-
ção é a exposição de diversas estratégias não adequadas que 
foram usadas pelos autores, demonstrando humildade e um 
posicionamento do terapeuta enquanto ser humano, passível 
de erros, mas também de grande aprendizado e evolução. 
Esse enfoque humanístico em psicoterapia vem sendo 
uma característica constante nas atuais correntes psicoterá-
picas em saúde mental, reforçando as ideias iniciais de Carl 
Rogers, por exemplo, acerca do aspecto interpessoal em psi-
coterapia.
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