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020 - Módulo Direito - Empreendedorismo

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VISÃO GERAL EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
COMPREENDER O NOVO CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO PARA O SÉCULO XXI.
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
A Revolução Industrial no século XX trouxe muitas mudanças para a sociedade. O homem era educado e criado na sociedade agrícola, plantava e colhia para se alimentar e sustentar a família, usava a força do corpo como fonte de trabalho. A partir da Revolução Industrial a força braçal é substituída pelas máquinas, neste momento as pessoas sao treinadas para o manuseio do maquinário e a produção é em massa.
No século XXI a sociedade passa por uma nova revolução, agora com o emprego do uso da tecnologia, chamada por muitos de Revolução 4.0. Em muitas tarefas humanas a tecnologia têm conseguido substituir as ações repetitivas, a única habilidade que diferencia os seres humanos de todos os outros seres existentes é o poder de raciocinar, agora temos a tecnologia conseguindo imitar e até ser mais rápida com algumas tarefas manuais e cognitivas, imitando o raciocínio humano. Neste momento o homem precisa se reinventar como pessoa produtiva na sociedade.
O que irá nos diferenciar a partir de então serão as ações humanas envolvendo emoções. Por este motivo	a	inteligência	emocional (http://www4.uninove.br/ulisses/biblioteca_digital/bd_adm/anexo/B_Maira_Costa_Oliveira.pdf)		ganha destaque no mercado de trabalho, sendo que a resiliência é uma das habilidades desejadas, errar faz parte do processo criativo e inovador, e não se abalar com os erros cometidos é essencial nos dias atuais.
Justamente neste cenário competitivo, com o uso das novas tecnologias e mudanças constantes, temos a inovação como grande precursora destes avanços na sociedade, o que era feito sempre da mesma forma, passa a ser realizado de forma inovadora e ágil, o que torna o mercado cada vez mais competitivo.
Com a globalização, o acesso à informação por meio da internet e um mercado competitivo, é preciso criar estratégias e se diferenciar, atingir uma posição de relevo diante da concorrência.
Neste momento a inovação nas empresas ganha notoriedade, por se tratar da capacidade de transformar um negócio tradicional, engajando todas as pessoas envolvidas na empresa, com um objetivo claro, que tenham ousadia e muita vontade de realizar mudanças e fazer a diferença.
Quando a empresa tradicional não consegue perceber que o mercado mudou, e a inovação precisa ser buscada e implementada, o empreendedorismo ganha relevância. Pois é a partir dele que pessoas produtivas passam a colocar em prática suas habilidades, inovando e transformando a sociedade, resolvendo problemas com ações inovadoras, ajudando a sociedade e gerando oportunidades.
Dornelas (2008) consegue definir empreendedorismo da seguinte maneira:
empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a
transformação de ideias em oportunidades DORNELAS, JOSé CARLOS ASSIS. EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO: COMO SER EMPREENDEDOR, INOVAR E SE DIFERENCIAR NA SUA EMPRESA. 2. ED. RIO DE
JANEIRO: ELSEVIER, 2008. XII, 166 P.
enfatiza assim de forma mais geral o real objetivo do empreendedorismo, que é gerar oportunidades.
O empreendedor atual é bem diferente do passado, deixa de ser a pessoa que decide criar uma empresa para apenas obter lucro, e passa ser a pessoa visionária, inovadora, que assume responsabilidades para atender uma demanda no mercado, no ecossistema inovador este processo tem sido denominado de resolver a dor do cliente, que pode ser a dor de determinada sociedade, ou grupo de pessoas. Um negócio que ao mesmo tempo gera lucro, ajuda a sociedade ou meio ambiente. Um case de sucesso que pode ser citado é a empresa UBER.
Para resolver o problema (a dor) das pessoas que se locomovem nos grandes centros urbanos, mas ficam horas em engarrafamentos, seja em seus automóveis, ou em transportes públicos, os empreendedores que criaram a UBER viram algo que ninguém mais enxergou, a possibilidade de pessoas usarem seus próprios carros para dar caronas para desconhecidos, mas ganhando para isso.
 (
Percebe-se que todos os requisitos do empreendedorismo estão presentes, ou seja, visão de
 
futuro, inovar a partir de algo que já existe, assumir responsabilidades e gerar oportunidades, obter
 
lucros
 
e
 
ajudar
 
o
 
meio
 
ambiente
 
com
 
menos
 
automóveis
 
nas
 
ruas.
)
No exemplo acima o uso da tecnologia foi primordial para o sucesso do empreendedor, pois é a partir da geolocalização (sistema usado para definir o ponto exato) e o emprego da inteligência artificial (é um ramo da Ciência da Computação que se ocupa em desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que possam simular o raciocínio humano), que a plataforma da UBER consegue unir motoristas e passageiros que estejam mais próximos.
Legenda: GEOLOCALIZAçãO E INTELIGêNCIA ARTIFICIAL
Nem sempre a tecnologia é essencial para inovar, pois a inovação é fazer algo de forma diferente para facilitar a vida das pessoas, isso pode acontecer com ou sem o emprego de tecnologia no processo de criação. Claro, que hoje em dia a tecnologia está bem avançada e tem sido empregada na maioria dos processos inovadores, mas não é regra.
Algumas	características	comuns	dos	empreendedores:
Resiliência: não podem desistir no primeiro erro;
Foco no cliente: quem resolve a dor do cliente, tem foco, não é para fazer o que o empreendedor acha legal, mas o que o cliente precisa, priorizar a participação do consumidor no processo produtivo;
Ética e transparência: valores em alta na nossa sociedade, com o uso da internet, as informações estão em todos os lugares, é preciso ser transparente com o cliente, para ganhar a confiança do mercado;
Flexibilidade: estar pronto para ouvir o cliente, funcionários, o mercado, não ter medo das mudanças, ser rápido para alterar processos;
Visionário: estar atento o que acontece no seu ramo de atuação, mas também no mercado em geral, ser criativo e visionário na solução de problemas e na inovação de produtos e serviços, e
Comprometimento: Valorizar funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, parceiros, gera valor ao negócio, agrega e fortalece os laços corporativos e alinhar expectativas do time, gerando engajamento de todos, com consequente aumento de produtividade e rentabilidade.
A relação entre inovação, empreendedorismo, desenvolvimento econômico fazem do século XXI uma nova Era. Assim, todas as pessoas precisam estar preparadas para renovar produtos, serviços, processos, habilidades e competências de forma contínua, adaptando-se ao novo cenário e sobrevivendo no mercado inovador e tecnológico.
A pessoa inovadora que decide ser empreendedora deve pensar no lucro de seu empreendimento, para continuar competitivo e prosperar, porém
 (
não
 
pode
 
deixar
 
de
 
contextualizar
 
a
 
sociedade
 
que
 
está
 
inserida,
 
resolvendo
 
problemas
 
de
 
sua
 
comunidade, sociedade e planeta, pensando no impacto social e ambiental que seu negócio poderá
 
resolver.
)
STARTUPS E ECOSSISTEMA MUNDIAL E BRASILEIRO
COMPREENDER O ECOSSISTEMA INOVADOR
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito de Startup
As startups podem ser definidas como uma empresa criada pela iniciativa de pessoas que trabalham com a ideia de transformar algo que já existe, ou venha existir, inovando, seja um produto ou serviço.
Não é qualquer empresa em início de formação que pode ser considerada uma startup, pois o conceito abrange um modelo de negócio escalável, que no ecossistema de startups significa ser utilizada por um grande número de pessoas, usuários que ultrapassem a comunidade de origem, podendo atingir o seu continente ou vários continentes. São desenvolvidas em condições de incertezas, os idealizadores não têm a segurança que sua ideia será aceita pelo mercado, e muitas vezes não existe prévia regulamentação jurídica para o serviço ou produto ofertado.
O modelo de negócio da startup precisa ser pensado em três pilares: Qual o problema o empreendedor vai resolver (CRIAÇÃO), como ele vai resolver (ENTREGA), forma de receber pelo serviço ou produto(CAPTURA). Estes pilares devem estar alinhados com o chamado PMF - Product Market Fit - em tradução livre PRODUTO MERCADO E ENCAIXE. Um exemplo é a Netflix que cobra uma mensalidade pelo acesso à plataforma, este modelo de negócio acabou com o problema de buscar fitas e DVD´s nas locadoras, depois o cliente precisava devolver, agora com um clique o usuário tem acesso a um enorme catálogo de filmes e paga por isso mensalmente. Este modelo é ideal porque é repetível de forma fácil, também escalável, pois são ofertados para muitas pessoas, o que aumenta a chance de gerar lucro. O conceito começou ser utilizado entre os anos de 1996 e 2001, na chamada bolha da internet.
Legenda: EMPRESAS TECNOLóGICAS PELO MUNDO
Conceito de Ecossistema de Inovação
Em termos gerais ecossistema tem o significado de ambiente onde se vive.
Por analogia o mundo empresarial aproveitou o conceito, hoje o ecossistema inovador é aquele que traz todos os stakeholders, ou seja, os agentes interessados na melhoria da economia, o que aumenta a chance da empresa sobreviver por estar inserida neste ecossistema.
O empreendedor inovador inserido no ecossistema poderá contar com o apoio dos seguintes stakeholders: universidades para fornecer pesquisadores e também recém formados com qualificação; o conhecimento de quem já está inserido há mais tempo no mercado pode ser buscado nas aceleradoras (empresas que reúnem investidores de variados ramos para ajudar as startups que estão em um estágio mais avançado, validando seu modelo de negócio), ou as incubadoras (empresas que também ajudam as startups, mas estas estão no estágio de formação, começando), este auxilio pode ser financeiro, ou experiência por meio dos mentores, ou ainda por networking, apresentando o empresário para outras pessoas que possam ajudá-lo. Já os investidores são aqueles que acreditam na ideia do empreendedor e financiará o negócio, obtendo lucro juntamente com o idealizador da startup; visibilidade por meio da imprensa, com notícias na TV, rádio, revistas e jornais, apoio do empresariado tradicional, como é o caso dos bancos, que têm dado espaço dentro de suas instituições para criação de startups que visam melhorias na área financeira, o espaço físico é outro diferencial neste modelo de negócio, que escolhe os coworkings (espaço de trabalho compartilhado), para reunir a equipe.
É primordial para o sucesso do ecossistema que o governo apoie as iniciativas por meio de políticas públicas visando desburocratizar a abertura de empresas e o desenvolvimento da tecnologia.
Legenda: FATORES DO ECOSSISTEMA INOVADOR
Os principais países que possuem ecossistema de inovação desenvolvidos
A consultoria Toroise divulgou o estudo Global AI index (https://www.tortoisemedia.com/intelligence/ai/) divulgou um relatório sobre o ranking mundial dos países líderes no desenvolvimento de inteligência artificial e inovação. Foram avaliados os quesitos: mão de obra qualificada; desenvolvimento; estratégia governamental e apoio do empresariado local com financiamentos.
Os EUA ficaram com a liderança, mas a China vem em segundo lugar, seguida de Reino Unido, Canadá, Alemanha e França, o Brasil ocupa a 44ª colocação de 54 países avaliados.
Ainda segundo a pesquisa os EUA é líder mundial do ecossistema inovador, principalmente pelos talentos
que produz, a formação em tecnologia e engenharia são as melhores do planeta, as universidades investem no pensamento empreendedor, que é difundido; e o aprendizado tem foco no fazer, não apenas assistir aulas.
Apesar da China ocupar o segundo lugar o país tem buscado adotar políticas públicas para melhorar sua posição no ranking, e estão conseguindo, inteligência artificial e matemática são disciplinas valorizadas e ministradas desde a formação básica nas escolas, o governo chinês colocou estes temas no centro da estratégia econômica, com isso a previsão dos especialistas é que com o avanço tecnológico na China em até 10 anos ela ultrapasse os norte americanos. No ano de 2018 de todas as patentes registradas no mundo sobre reconhecimento facial 85% pertenciam aos chineses.
Ecossistema inovador no Brasil
Empreender no ecossistema inovador não é fácil, além das incertezas de mercado, o empreendedor irá encontrar no Brasil uma certa burocracia por parte das autoridades, como abertura e fechamento de empresas por exemplo. Neste ponto novas iniciativas estão sendo criadas para auxiliar na desburocratização do sistema.
Mesmo diante do cenário nada favorável os brasileiros têm consigo empreender.
O empreendedor inserido no ecossistema têm maiores chances de sobreviver. Ele pode contar com apoio do governo, seja municipal, estadual ou federal. Para auxiliar os empreendedores e deixar o Brasil no eixo da inovação global, o governo federal têm criado políticas públicas.
Para incentivar o espírito empreendedor entre jovens, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), construiu em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A ideia é que o documento possa ser um guia para a elaboração e implementação de programas do Governo Federal, além de ajudar a fortalecer políticas para a juventude.
Outra iniciativa vem da Lei n.º 13.874 de 2019, denominada de Lei da Liberdade Econômica (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm) que reconhece o tratamento institucional para as empresas na medida que sinaliza uma maior liberalização ao mercado.
Pelo texto legal as startups que possuírem um modelo de negócio inovador e disruptivo sem amparo autorizador na legislação vigente, mas com respaldo de experiência internacional, poderão iniciar as atividades sem que haja sanções por parte das autoridades ou restrições por ordens judiciais.
Os impactos da lei serão observados nos próximos meses, mas a intenção é aumentar o número de empreendedores, e com isso garantir o aumento de empregos formais, pois a referida lei traz medidas a evitar indesejadas ações à livre concorrência ou exigências técnicas desnecessárias, que acabam atrasando a implementação de tecnologias inovadoras.
Outro ponto a ser elogiado é a segurança jurídica nos contratos privados, observada na alteração do artigo 421 do Código Civil, ensejando limitar as hipóteses de revisão judicial aos contratos empresariais, bem como a inserção do artigo 49-A e alteração no artigo 50 do mesmo diploma legal, dando maior proteção ao empreendedor sobre seu patrimônio pessoal.
Também será possível a criação da empresa de sociedade limitada unipessoal, ou seja, com apenas um sócio, evitando a burocracia pela busca de uma parceria, que muitas vezes não seria viável para o empresário.
Apesar do Brasil ter começado agora a receber incentivo por parte do governo para competir no ecossistema inovador, pode-se orgulhar da criação de unicórnios, como é o caso do Nubank, startup genuinamente brasileira. Já a Pagseguro e a Stone não deixam de ser unicórnios brasileiros, mas que conseguiram atingir este valor após abrirem o capital na bolsa de valores. O ecossistema inovador tem um dialeto próprio e, uma destas palavras é unicórnio, utilizada para definir uma startup que chega a valer no mercado mais de 1 bilhão de dólares, o nome veio da comparação com o raro animal, que segundo o dicionário é um
fabuloso, símbolo de força e pureza, representado em ilustrações medievais com um corpo de cavalo e cabeça de veado munida de um chifre único, comprido e enroscado
DICIONÁRIO MICHAELIS
A ABStartups - Associação Brasileira de Startups fez um levantamento e de 2012 até 2017 o número de negócios cadastrados por eles dobrou, saindo de 2.519 indo para 5.147, chegando em 2019 com um número superior a 12 mil.
 (
Desta
 
forma
 
o
 
Brasil
 
espera
 
ter
 
mais
 
espaço
 
para
 
o
 
empreendedor
 
brasileiro,
 
ser
 
mais
 
atrativo
 
para
 
o investidor estrangeiro, aumentar o emprego formal e a arrecadação de tributos e ser mais
 
competitivo na economia
 
global.
)EMPREENDEDORISMO DIGITAL
COMPREENSÃO DO EMPREENDEDORISMO NO MUNDO VIRTUAL
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito de empreendedor digital
O empreendedorismo vem mudando a cada dia, e o empreendedor digital é aquele que oferta seu produto ou serviço por meios digitais, seja em sites de e-commerce (abreviação em inglês de eletronic commerce, que em tradução livre pode ser comércio eletrônico), por meio de sites próprios e/ou marketplaces (a palavra tem origem inglesa e é a junção de market - mercado e place - lugar, o lugar do mercado pode ocorrer no espaço virtual ou real), ou ainda por plataformas e aplicativos.
Algumas maneiras de fazer negócio on-line:
Empresas para Empresas (B2B - Business to Business) Empresas para Consumidores (B2C - Business to Consumer)
Consumidores para Consumidores (C2C - Consumer to Consumer) Empresas para Governo (B2G - Business to Government)
Governo para Cidadão (G2C - Government to Citizen)
Compra no on-line para venda no físico O2O (on-line to off-line),
Legenda: E-COMMERCE
Exemplos de negócios digitais
O marketplace tem sido uma ótima oportunidade para pequenas e grandes empresas. As grandes empresas diminuíram custo com estoque e espaço, enquanto emprestam seus nomes para pequenas empresas venderem seus produtos, sem esta oportunidade muitas não teriam tal visibilidade. São vários os exemplos que poderemos citar: Americanas.com, Magazine Luiza; Carrefour e tantos outros.
Estes marketplaces têm credibilidade no mercado, possuem a confiança do consumidor, já o pequeno empresário tem o produto. A parceria entre ambos gera lucro para todos, pois o pequeno empresário consegue vender mais nestas plataformas, o grande empresário cobra um percentual para divulgar a mercadoria. Quem ganha é o consumidor on-line que recebe o produto mais barato, por não ter o custo do estoque, e a garantia de entrega pelos grandes marketplaces. O consumidor interessado em comprar algum produto ou serviço pode consultar um catálogo on-line, fazer encomendas, transações financeiras, acompanhar o trâmite de entrega.
Outro tipo de modelo de negócio digital para empreender são as empresas disruptivas, que nasceram como pequenas startups e conseguiram ser grandes unicórnios, tais como: Netflix, Spotify, Airbnb e Uber. Plataformas ou aplicativos que hoje fazem parte do dia a dia das pessoas em todo o planeta.
O digital influencer não é só a pessoa influente na internet, mas um empreendedor digital, geralmente utiliza as redes sociais para manifestar sua opinião ou demonstrar um estilo de vida para seus seguidores. Diariamente eles impactam milhares de pessoas, quanto maior a quantidade de curtidas, ou número de comentários conseguir com sua postagem, mais notoriedade terá. Sua remuneração vem da economia tradicional, as empresas que antes investiam apenas em propaganda na TV ou no rádio, hoje já pagam para estes profissionais divulgarem seus produtos ou serviços.
Ter um site ou blog na internet para divulgar o consultório médico ou um escritório de advocacia, ou ainda uma loja, padaria, supermercado, oficina mecânica, não caracteriza uma pessoa como empreendedora digital. Neste caso ela apenas divulga o serviço ou produto no mundo virtual, para prestar o serviço ou vender a mercadoria no mundo físico.
Marketing Digital
Marketing é a atividade, o conjunto de instituições e os processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e
sociedade em geral
AMERICAN MARKETING ASSOCIATION (AMA)
Este conjunto de estratégias e ferramentas para divulgar o produto ou serviço, criando valor e atingindo clientes, parceiros comerciais e a sociedade em geral pode ser feita no mundo virtual ou físico, ou nos dois de forma simultânea.
O chamado Marketing Digital nada mais é do que a aplicação deste conjunto de ações no mundo virtual. No segundo caso as ferramentas e ações são bem mais elaboradas, podendo contar com o avanço da tecnologia que tem maior precisão na análise dos dados. Porém os gatilhos mentais (palavras-chave colocadas no texto ou na fala no momento da divulgação), são os de uso tradicional.
Hoje em dia existem estudos mais aprofundados do marketing, que ganhou uma aliada - a neurociência. Este estudo é chamado de neuromarketing, uma ciência que estuda a vulnerabilidade humana para determinadas ações, e, assim fazer com que o cliente ceda o encanto do produto, o irá gerar um alcance maior nas vendas.
Algumas estratégias são mais comuns, estas são:
Links patrocinados (anúncios do Google)
A otimização de páginas (o site fica nas primeiras páginas da busca),
O email marketing (enviado rotineiramente para os cadastrados na empresa) As mídias sociais (posts em Instagram, Facebook etc.)
Marketing de conteúdo (informação gratuita para levar informação, mas com a intenção de vender algo posteriormente).
Não poderíamos deixar de fora o marketing de afiliado, este tem feito muito sucesso nos últimos anos. A pessoa não é produtora de nenhum conteúdo, mas tem seguidores nas redes sociais, então entra em contato com o produtor, geralmente este contato é feito por uma plataforma, as mais famosas são Monetizze (https://www.monetizze.com.br/) e Hotmart (https://www.hotmart.com/pt-BR).
O afiliado passa a divulgar o produto de outra pessoa, a cada venda realizada por intermédio deste afiliado, ele recebe uma comissão. Toda a tratativa é realizada pela plataforma, que consegue identificar por intermédio de quem pertence a indicação do cliente, e qual o percentual de comissão deverá depositar na conta do afiliado, pois já foi previamente estabelecida. Antigamente este tipo de marketing era apenas de porta em porta, como por exemplo vendedoras de produtos da Natura, Avon, Tupperware, Mary Kay.
Empreendedorismo digital no Brasil
Para aquele que pensa em ser empreendedor digital no Brasil, é necessário conhecimento em marketing digital, para que o negócio atinja patamares consideráveis e gere lucro.
O interessante do empreendedorismo digital é que ele exige pouco investimento inicial, as redes sociais, vídeos no Youtube ou postagens em blogs são ações positivas para o negócio. Desde que o empreendedor aplique estas ações de forma coerente e verifique seus resultados constantemente.
Uma pesquisa do Ibope revelou que o Brasil é 5º país mais pessoas conectadas à internet, número que vem crescendo a cada dia, conforme pesquisa da Fecomércio.
Com mais usuários na internet, o empreendedor digital, poderá atingir um maior número de pessoas, com a possibilidade de engajar mais clientes e fechar mais vendas.
MINDSET INVESTIDOR
COMPREENDER O PENSAMENTO DOS INVESTIDORES DE STARTUPS
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito de mindset
O ecossistema inovador utiliza tantas palavras estrangeiras, muitas das vezes estas palavras não são nem traduzidas, sendo incorporadas no dia a dia do brasileiro. Mindset é uma delas, na língua original temos MIND (mente) e SET (configuração), a tradução pode ser entendida como configuração da mente.
No ecossistema de inovação mindset significa mudança de pensamento. Para fazer parte do ecossistema de inovação é preciso configurar a mente para ter um pensamento positivo de crescimento.
É exatamente por este motivo que na atualidade existem vários programas humanizados nas empresas, cursos e palestras sobre inteligência emocional, coaching, meditação e tantas outras metodologias que auxiliam as pessoas que estão com mindset fixo, para terem um mindset de crescimento, ou seja, um mindset para estarem inseridos neste novo grupo de agentes.
Como conseguir a mudança de mindset
O termo mudança de mindset pode não fazer sentido para aqueles que não fazem parte do ecossistema inovador, pois a expressão configurar a mente nos parece humanamente impossível, hipótese considerada apenas na ficção.
Mas na verdade a mudança de mindset tem relação com a forma de pensamento. Maneira de encarar a vida, as dificuldades, os sonhos.
Muitas pessoas gostam de desafios, preferem trabalhar em situações que são testadas, outras são atraídas pelo previsível,sempre fizem determinada tarefa de uma forma, necessitam que tudo ocorra da mesma maneira para se sentirem seguras.
No ecossistema inovador não existe certeza, segurança, o pronto e acabado. Só existe caos, desafios, muito trabalho e sonhos.
Poderemos citar o exemplo de uma pessoa que é bacharel em direito, a vida toda ela pretendia cursar direito, estudar e passar em concurso público. Após anos de estudo realiza seu sonho, e acredita que não precisa mudar mais nada. Agora aprovada no concurso as coisas sempre serão da mesma forma.
Esta pessoa tem um mindset fixo, pois o ecossistema inovador não existe só com empreendedores, mas com vários agentes, inclusive o Estado. Portanto, se comportamento da sociedade muda, tudo muda, incluindo a administração pública. Vejamos o exemplo do processo eletrônico. Até meados de 2011 o processo judicial era apenas físico, mas pensando nas mudanças da sociedade, houve a necessidade de inovar e criar o processo eletrônico, foi difícil sua implementação, mas depois de quase 10 anos de seu início, é difícil pensarmos que poderíamos hoje abrir mão de tal facilidade. Todos os juízes, funcionários dos tribunais, Ministério Público e advogados precisaram se adequar à nova tecnologia.
Voltando ao nosso exemplo daquele funcionário público de mindset fixo, ele não se adaptaria à nova forma de tramitação do processo, considerando que prefere segurança e certeza. Já uma pessoa de mindset de crescimento, mesmo com tantas dificuldades e incertezas sobre o resultado, acaba desfrutando do desafio de inovar.
O porquê de ter um mindset de crescimento
O ecossistema inovador é cheio de incertezas, os empreendedores são pessoas que buscam inovar, principalmente com o auxílio da tecnologia. Porém, precisam de resiliência, otimismo e persistência, não podem se sentirem abalados com as dificuldades iniciais do negócio.
o mindset mostra o nosso modo otimista ou pessimista de enxergar diversas situações da
vida e de como se portar diante delas. CAROL S. DWECK. MINDSET: A NOVA PSICOLOGIA DO SUCESSO
Estes modelos de negócios muitas das vezes possuem equipes pequenas, podendo até mesmo se resumir aos sócios ou apenas a uma pessoa. Porém as tarefas são de uma empresa de grande estrutura. Para entregar o serviço necessitam fazer o papel de todos os departamentos, como por exemplo criação, vendas, marketing, financeiro e atendimento ao cliente. O que acaba gerando um grande volume de trabalho.
Para não desistir e entender que a situação é temporária e, acreditar no crescimento da empresa, sem abalar sua vida pessoal, o empresário precisa desenvolver um mindset de crescimento.
Só consegue chegar aonde quer aquele que se movimenta, vai atrás, busca aprender o que for preciso e nunca está satisfeito com o conhecimento que carrega, nem com a posição
que ocupa.
KLEPER, JOãO. SMART MONEY
Mindset investidor
Quem faz parte do ecossistema inovador sabe que os investidores do mercado de startups não apenas investem dinheiro, mas eles querem e irão agregar valor ao negócio do pequeno empreendedor.
O dinheiro por si só não trará o resultado esperado, seja para o empreendedor ou para o investidor. Aquele que investe na empresa, também empresta sua experiência, know-how e rede de contatos. Escuta as ideais e responde com estratégias para aquele modelo de negócio específico, além de apresentar sua rede de networking, ou seja, ele mostra para todos àqueles que ele conheça que o modelo de negócio é interessante, viável e o empresário é confiável.
Esta rede de contatos é muito útil, pois a partir deste momento novas parcerias serão criadas, ou possíveis clientes conquistados.
O investidor sabe que o empresário no início necessita de sua ajuda para resolver problemas de qualquer natureza, sem seu auxílio o negócio não sobreviverá.
 (
A
 
expressão
 
que
 
o
 
investidor
 
sempre
 
irá
 
dizer
 
para
 
o
 
empreendedor:
 
com
 
base
 
na
 
minha
 
experiência
 
deve
 
ter
 
esta
 
ação,
 
ou
 
aquela
 
ação,
 
com
 
isso
 
ele
 
não
 
só
 
entrega
 
capital
 
para
 
o
 
novo
 
negócio,
 
mas
 
também
 
faz
 
o
 
papel
 
de
 
mentor,
 
usando
 
sua
 
experiência
 
de
 
erros
 
e
 
acertos.
)
INVESTIMENTO EM STARTUPS
ENTENDER COMO FUNCIONA O INVESTIMENTO EM STARTUPS
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito de investidor
Investidor é um conceito emprestado da economia, que em termos gerais pode ser entendido como a pessoa natural ou jurídica que aplica seu capital (dinheiro) em algo ou alguém esperando retorno financeiro, ou seja, aumento de sua renda.
O investidor em startup é aquele que investe (aplica) seu dinheiro em um modelo de negócio já em andamento, mas em estágio inicial, esperando que a empresa cresça e gere lucro.
Legenda: ANáLISE DE DADOS
Apresentando a ideia para o investidor
Os investidores do ecossistema inovador estão cada vez mais rígidos e são bem esclarecidos sobre os modelos de negócios. O que pode atrapalhar de certa forma os planos de empreendedores que precisam de investimento.
O investidor espera que o empreendedor além de possuir um bom modelo de negócio, saiba encantá-lo, em especial com a capacidade de execução, a tarefa não se restringe em ter uma boa ideia, é preciso tirá-la do papel e demonstrar todas as habilidades empreendedoras, incluindo resiliência, otimismo, autenticidade, criatividade, confiança e conhecimento técnico da área.
Resiliência: capacidade de se adaptar às mudanças de forma rápida.
Otimismo: conseguir sempre enxergar o lado bom das situações.
Autêntico: ser verdadeiro, mesmo que a verdade não possa favorecê-lo naquele momento.
Criativo: encontrar solução que nem todos conseguem enxergar, mas a pessoa pensa fora dos padrões. Geralmente a forma que o empreendedor tem para apresentar sua ideia para o investidor é por meio do pitch, trata-se de uma apresentação rápida, que pode ser entre 3 a 5 minutos, contendo informações básicas e essenciais do modelo de negócio, pode incluir, qual o problema identificou, como resolvê-lo, qual mercado desenvolve o negócio, possível alcance, quem será o cliente, como monetizar (cobrar), seus diferenciais e o porquê busca aquele investidor.
A apresentação precisa ser focada e objetiva, afinal o investidor não possui tanto tempo disponível para participar de reuniões intermináveis, que acabam perdendo o propósito. Por este motivo o pitch ficou conhecido como elevator pitch (apresentação de elevador), não significa que é o pitch será feito no elevador, mas que ele deve ser tão rápido, que o empreendedor seria capaz de apresentá-lo durante o tempo que estiver no elevador com o investidor.
Legenda: PITCH
 (
Tipos
 
de
 
investimentos
)
 (
Investir em startup é apostar em uma ideia, mas por outro lado
 
é
 
também
 
estar
 
disposto
 
a
 
correr
 
riscos, considerando o ecossistema inovador de incertezas que as startups são idealizadas. Mas
 
para
 
quem está disposto
 
correr
 
riscos
 
e
 
acreditar
 
em
 
uma
 
boa
 
ideia, 
caso o modelo de negócio consiga
 
ser aceito no mercado, o retorno do investimento
 
será
 
muito
 
maior
 
que
 
os
 
investimentos
 
tradicionais.
)
As startups atraem diversos tipos de investimentos, podem iniciar com o Botstrapping, ou seja, o investimento vem do próprio bolso dos empreendedores. O capital semente é um tipo de investimento geralmente de quem frequenta as incubadoras, são espaços que recebem os agentes do ecossistema inovador, fazendo a intermediação entre o empreendedor e o investidor.
O investimento anjo, uma oportunidade que as pessoas físicas podem investir em startups em estágio inicial, mas com potencial risco, considerando que ainda não se estabeleceram no mercado.
Outra modalidade é o investimento semente ou também chamado de seed, ideal para pessoas físicas, ou fundo de investimento controlado por famílias, os valores de investimento são maiores do que nas modalidades de investimentos anteriores.
Existe a possibilidade de investidores institucionais investirem nas séries, por meio de rodadas. Neste caso específico, as startups já estão em um estágio mais avançado, possuemmentoria e participam de programas de aceleração, o investimento denominado de Séries A, B, C.
Para as startups que tiveram seu modelo de negócio aceito no mercado, podem receber capital via plataforma de investimentos, modalidade ideal para pessoa física que busca um novo modelo de aumentar sua renda, considerando que o retorno é em média de 2 a 5 anos, e cada plataforma pode determinar os valores mínimos de participação.
Nem só de investidor sobrevive a startup
Os trâmites legais do investimento podem demorar mais de 3 meses, tempo considerado desde o momento do pitch até o recebimento do capital. Por este motivo, caso a necessidade do dinheiro seja urgente, o melhor é tentar outro meio.
O empreendedor precisa valorizar seu modelo de negócio, deve procurar um investidor que tenha o reconhecimento do mercado e que poderá ajudá-lo com outras questões, como apresentação de sua rede, mentoria e etc.
 (
O
 
empreendedor
 
que
 
vai
 
em
 
busca
 
de
 
capital,
 
não
 
pode
 
estar
 
aflito
 
por
 
dinheiro,
 
caso
 
contrário
 
poderá
 
desencorajar
 
o
 
investidor
 
ou
 
fazer
 
concessões
 
que
 
posteriormente
 
será
 
ruim
 
para
 
o
 
empreendedor.
 
Neste
 
caso
 
seria
 
interessante
 
a
 
busca
 
por
 
um
 
empréstimo
 
bancário
 
para
 
fazer
 
seu
 
negócio
 
começar
 
a
 
se
 
estabelecer
 
no
 
mercado.
)
MEMORANDO DE INVESTIMENTO
COMPREENDER COMO FORMALIZAR O ACORDO ENTRE INVESTIDOR E EMPREENDEDOR
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito contrato de investimento
O investimento é a forma que o investidor aplica o capital (dinheiro) em busca de lucro, no caso das startups, ele investe em uma ideia com poder de execução e espera que o modelo de negócio seja viável e escalável.
Como se tratar de consenso entre as partes, a negociação do investimento é um negócio jurídico entre o investidor e o empreendedor. Sendo assim, a relação é selada por um documento do Direito Privado, ou seja, um contrato de investimento.
No Direito Civil existem alguns princípios que se aplicam aos contratos, como o princípio da autonomia da vontade (as partes possuem liberdade para contratar com quem desejar), o pacto sunt servanda (o contrato faz lei entre as partes), princípio da boa-fé (presumi-se que as partes possuem lealdade multuas na relação contratual).
Portanto, o contrato de investimento deve ser pautado pelos princípios dos contratos e conter algumas cláusulas específicas para garantir os direitos de ambas partes.
Legenda: ASSINATURA DE CONTRATO
Negociações preliminares
O investidor deverá dizer para o empreendedor que tem intenção de negociar, o mais comum é que este documento seja o Term Sheet (carta de intenção). Nela deve conter a finalidade daquela negociação, qual o objetivo do investidor, o que ele pode oferecer para o empreendedor e o que espera receber em troca.
A startup representada por seu sócio ou sócios, deverá se resguardar com a inserção da cláusula non- disclosure agreement - NDA (cláusula de confidencialidade), considerando que a ideia e o modelo de negócio deverão ser revelados para o investidor. O propósito deste documento é proteger o empreendedor e, não permitir que terceiros tenham conhecimento de sua idealização de negócio.
O Código Civil nos traz a previsão do contrato preliminar:
O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado. ARTIGO 462 DO CóDIGO CIVIL
O Term Sheet é um documento considerado um contrato preliminar, as partes deverão observar as cláusulas ali contidas, para posteriormente buscarem dentro do estipulado os direitos que lhes cabem.
No direito brasileiro o contrato preliminar é uma forma de vincular as partes, para que mais tarde assinem o contrato principal, considerando que no momento do contrato preliminar não podem ser discutidas todas as cláusulas contratuais. Um bom exemplo de contrato preliminar é o compromisso de compra e venda.
Avanço nas negociações
Passada a fase preliminar, a negociação avança para a Due Diligence, nesta fase relatórios e auditorias financeiras, contábeis, técnicas são realizadas para garantir para o investidor que a empresa está de acordo com o informado pelo empreendedor.
Com todas as informações necessárias para assegurar que seu capital estará aplicado em um negócio que o investidor conhece, as partes entram nas fases fechamento (closing) e assinatura (signing).
A elaboração do instrumento de investimento pode adotar diversas formas, conforme o entendimento das partes. Os que se destacam são:
Mútuo conversível: O investidor aporta o capital, e fica previsto em cláusula contratual que após determinado tempo, ele terá o direito de rever o seu dinheiro por meio de um percentual das ações da startup.
Contrato de compra e venda de quotas ou ações (share purchase agreement SPA): o investidor compra parte societária da startup.
Cláusulas mais comuns
Para que a negociação seja transparente, é importante que as partes incluam as cláusulas de declarações e garantias (Representations and Warranties) , o intuito é que a declaração seja uma forma de esclarecer quem são os sócios, de quem é o capital já investido, os bens e dívidas que a empresa possui etc. O importante destas cláusulas está no sentido de que em caso de informações inverídicas a parte lesada poderá invocar o artigo 138 do Código Civil (sobre a anulação dos negócios jurídicos por erro substancial). Outra cláusula comum é a de Condições Precedentes (Condition Precedent CP): Conforme determina o art. 121 do Código Civil, a condição é aquela cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Para que as cláusulas de declarações e garantias tenham eficácia é comum que ela seja colocada junto com a cláusula de indenização (basket amount), por meio deste instrumento é possível limitar um valor para indenizar a parte lesada no contrato.
Cada negociação deverá ser analisada de forma única, os exemplos acima são cláusulas mais comuns, porém nunca poderemos esquecer que um negócio jurídico deve respaldar ambas as partes, a interpretação deve ser feita em consonância com o ordenamento jurídico em especial a teoria geral dos contratos, assim como as regras específicas dos negócios jurídicos, direitos das obrigações e relações contratuais.
CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO E INVESTIDOR ANJO
COMPREENDER O INVESTIMENTO DENOMINADO DE INVESTIDOR ANJO
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Investidor-Anjo
A denominação investidor-anjo tem sua origem no termo (Angel Investor). Aqui no Brasil o título é dado ao investidor que além de investir capital no negócio, ele também tem muita experiência para ajudar o empreendedor indicando o caminho correto a seguir.
O investidor-anjo tem um perfil diferente dos demais investidores, por se preocupar com o negócio e auxiliar na execução. A modalidade tem se destacada tanto, que a Lei Complementar 155 de 2016, (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp155.htm)recebeu o nome popular de Lei do investidor- anjo.
A principal questão trazida pela lei é justamente a diferença entre sócio e investidor. Já que nas demais modalidades de investimento o investidor acaba se tornando acionista ou sócio, o investidor-anjo poderá ser sócio se assim desejar, depedendo do tipo de contrato que optou em fazer, mas a lei permite que ele não faça parte do quadro social, se este não for o desejo. O capital investido é recuperado posteriormente, conforme a lei determina.
Esta diferença facilita e incentiva os novos empreendedores que possuem uma boa ideia, mas não conseguem executá-la por falta de capital. Sendo a modalidade de investidor-anjo uma solução para estes empresários no começo de seu negócio.
Legenda: INVESTIDOR-ANJO
Figura do investidor-anjo para a startup
Investidores tradicionais que aportam o capital em startups mais sólidas, acabam não tendo relacionamento com os empreendedores, sendo que sabem da valorização da empresa e de seu capital por meio de relatórios financeiros. Já o investidor-anjo busca pequenos negócios em formação, ou seja,uma boa ideia com poder de execução, escalável, porém com pouco ou nenhum capital.
Neste caso o investidor-anjo que possui experiência de mercado, pois já foi CEO, presidente, executivo de grande empresa, ou até mesmo empresário, investe cerca de 5% a 10% de seu patrimônio, faz parte do time da pequena startup, ajuda nas tomadas de decisões, e no final não se torna sócio, apesar de acreditar tanto no negócio, como os próprios idealizadores da empresa.
O que move o investidor-anjo não é apenas o retorno financeiro, mas o desafio de auxiliar a criação de um novo negócio, fazer parte da transformação digital, gerar postos de trabalho, contribuir para a sociedade por meio da inovação e do avanço tecnológico, e principalmente a disseminação dos benefícios gerados pelas startups.
Como encontrar um investidor-anjo
O empreendedor no início do seu negócio, caso receba capital da figura angelical, terá um grande aliado para os negócios, não significa que o investidor-anjo queira apenas ajudar, ele também irá acompanhar o retorno financeiro, para aumentar o seu patrimônio, porém não fará tantas exigências como nos demais tipos de investimento, por conhecer o mercado que esta investindo, deixa o empresário mais livre para tomada de algumas decisões e faz o papel de mentor.
Geralmente o local que o empreendedor busca o investidor-anjo e vice-versa são nas organizações que propiciam este tipo de encontro. Os parques tecnológicos são locais idealizados para formação do ecossistema inovador, e tantas outras instituições todos os dias são criadas neste sentido, basta o interessado buscar uma mais próxima.
Legenda: PARQUE TECNOLóGICO
Contrato de participação do investidor-anjo
Os investidores tradicionais recebem o retorno do capital investido de diversas formas, sendo a mais comum se tornando sócios das startups. Vejamos o que diz a lei:
 (
ARTIGO
 
1008
 
DO
 
CóDIGO
 
CIVIL
É
 
nula
 
a
 
estipulação
 
contratual
 
que
 
exclua
 
qualquer
 
sócio
 
de
 
participar
 
dos
 
lucros
 
e
 
das
 
perdas
)
Já no investimento-anjo a prática não é a mais utilizada, e o motivo é justamente por ser um investimento em uma empresa em estágio inicial, o investidor-anjo poderá correr alguns riscos caso faça parte do quadro societário.
Nos demais tipos de investimento a startup já está em estágio avançado, é possível verificar a situação por meio de auditoria financeira. Porém, neste tipo de investimento os sócios iniciais são pequenos empreendedores, e não possuem capital. Tal situação poderá ocasionar problemas com endividamento da empresa. Neste caso todos os sócios responderão conforme sua participação societária.
É por isso que a Lei Complementar 155 de 2016, que a altera a Lei Complementar 123 de 2006, garante ao investidor-anjo a possibilidade de não compor o quadro social da empresa.
O artigo 61 da referida lei traz os requisitos para se enquadrar como empresa que receberá o investidor- anjo, ou seja, microempresa ou empresa de pequeno porte.
A lei menciona que o contrato é o de participação. Porém, não é de participação societária. Neste sentido é possível recorrer ao artigo 425 do Código Civil que permite às partes estipularem contratos atípicos, ou seja, aqueles que ainda não têm previsão legal, mas respeitam as regras dos negócios jurídicos. Os juristas têm entendido que este contrato seria de parceria negocial.
Apesar da liberdade contratual reger todos os contratos, a lei estimula prazos mínimos e máximos para o investimento, sendo que o prazo máximo para a remuneração pelos aportes feitos é de 5 anos; e a remuneração não poderá ser superior a 50% dos lucros obtidos.
Quanto a vigência do contrato, este não deverá ultrapassar 7 anos, o que irá beneficiar o investidor-anjo, que terá seu capital de volta. Porém, o prazo mínimo é de 2 anos para este resgate, o que visa garantir o empreendedor, tendo em vista, que durante 24 meses no mínimo, poderá utilizar o capital para escalar a startup.
Portanto, a lei visa aumentar os investimentos em startups e, consequentemente o Estado espera que cresça o número de empreendedores, desde que ambas as partes estejam protegidas. O que apenas irá ocorrer caso ambas as partes estejam respaldadas por advogados conhecedores do ecossistema inovador.
SAÍDA DE INVESTIMENTO
COMPREENDER A SAÍDA DE INVESTIMENTO DAS STARTUPS
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Saída de investimento
Por qualquer motivo tanto investidor, quanto empreendedor podem desejar que o investimento inicial seja retirado da empresa. Nestes casos o mais comum é que umas das opções abaixo seja a solução estratégica no mundo dos negócios.
Existe a opção de retirar o investimento com a venda das ações da startup para a bolsa de valores, neste caso será necessário abrir o capital pelo denominado (IPO Initial Public Offering), ou seja a oferta pública inicial. O preço das ações vai depender do bookbuilding que pode ser considerado um banco de leilão, quem realiza é o Banco de investimento, que irá prestar assessoria e vai se guiar pela oferta e a procura. Mas nem sempre o investidor encontra condições favoráveis do mercado de capitais para realizar o IPO. 
Legenda: IPO
A segunda alternativa é a venda estratégica (trade sale) por outra empresa. Assim como ocorre no mercado tradicional, uma empresa do mesmo ramo de atividade ou adquire por meio da compra ou realiza a fusão da startup. Neste caso o valor da venda seria distribuído entre os sócios e de acordo com o contrato de investimento, o investidor receberia seu aporte, observadas as condições e percentual de rendimento já previamente estabelecidas.
Legenda: PROCESSO DE AQUISIAçãO E FUSãO
As estratégias de saída de um empreendimento irão variar segundo o tipo de relação jurídica que se forma a partir daquele evento de saída. A saída é um evento jurídico que terá por fim liquidar (total ou parcialmente) a posição de um acionista, sócio, investidor ou credor de um empreendimento, qual seja, a saída transforma uma determinada posição jurídica em dinheiro. E é nesse ponto que o conceito de estratégia jurídica tem que passar
a fazer um importante sentido. MANUAL DE DIREITO PARA STARTUPS
Para exemplificar vamos analisar o caso do Instagram, quando foi idealizado, os pequenos empreendedores não imaginavam que estavam criando um aplicativo que poderia mudar suas vidas financeiras. Na época era um aplicativo conhecido por compartilhar fotos e seus filtros nas imagens. Em 2012 a empresa de Mark Zuckerberg ofereceu US$ 1 bilhão de dólares pela empresa. Hoje o Facebook estima que lucrou 10 vezes mais do que o valor pago no Instagram.
Os empreendedores e os investidores conseguiram lucrar desde a criação do aplicativo até sua venda. Desta forma, investidores conseguem reaver o capital com a lucratividade que buscam.
ASPECTOS SOCIETÁRIOS DE CONSTITUIÇÃO DE STARTUPS
COMPREENDER OS ASPECTOS RELEVANTES SOCIETÁRIOS DE UMA STARTUP
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Memorando de entendimento (MOU)
Uma característica comum entre todos os empreendedores é que eles acreditam na sua ideia, querem contá- la para todo mundo, nunca vêem os problemas, ou cogitam a possibilidade do negócio idealizado não dar certo.
O empreendedor precisa fazer com que mais pessoas acreditem na sua ideia, muitas das vezes ele possui habilidades técnicas necessárias para iniciar o negócio, porém lhe falta outras habilidades, como por exemplo: gestão e vendas, que são essenciais para qualquer negócio prosperar.
Neste momento ele procura parcerias e conta sua ideia como principal questão para idealizar seu sonho. Caso encontre alguém que o escute, e peça mais detalhes, ele irá falar de sua estratégia com prazer. E, parece que ele está errado por pensar assim, mas no ecossistema de inovação isso é mais comum do que possamos imaginar, afinal, como será possível firmar parcerias se as demais pessoas não conhecem o modelo de negócio uma das outras.
Se trabalharmos com a hipótese de que a ideia foi aceita por outra pessoa e a parceria será firmada, não podemos deixar de imaginar o que pode ocorrer no futuro.Afinal de contas no mundo dos negócios não é possível apenas acreditar na palavra das pessoas, sem que se tenha respaldo jurídico.
Mas é difícil firmar um contrato social neste momento inicial da parceria, a ideia está evoluindo, as partes estão contribuindo com ideias, mas nada ainda está claro. Por este motivo, o memorando de entendimento ou MOU (Memorandum of Understanding) acaba sendo um documento útil para todos. Ele serve para registrar a intenção de cada parte, cria direitos e obrigações; e também será um primeiro documento que mais tarde poderá evoluir para o contrato social.
Legenda: MOU
Finalidades do MOU
Para quem é leigo na área jurídica, poderá ocorrer a confusão entre o MOU e o contrato social, mas o memorando de entendimento é um documento inicial muito importante, e acaba definindo questões relacionadas com participação societária, qual a função de cada sócio, o capital que cada um irá investir, como poderá se dar a saída dos sócios, como serão remunerados.
Tudo vai depender do caso concreto, pois poderá ocorrer de um ter a ideia e outro o maquinário e o capital para a execução, em outro caso, o que tem a ideia também tem capital, mas não consegue executar sozinho. São estas questões que deverão conter no MOU.
O papel do memorando não se limita apenas a um entendimento mútuo, também pode ser utilizado para
troca de informações públicas, ou transferência de informações sigilosas dentre outras questões.
Legenda: MEMORANDO DE ENTENDIMENTO
Aspectos societários
Diferente do MOU o contrato social é o documento jurídico de constituição da empresa. Deve ser registrado no órgão competente seja na Junta Comercial ou no Cartório. Porém, nesta fase de constituição da startup os empreendedores devem decidir o formato que querem para a sua empresa, qual o tipo societário será viável neste estágio. Aqui as regras são do direito empresarial.
Se a intenção é receber investimento-anjo o empreendedor deve saber que a Lei Complementar 155 de 2016, que alterou a Lei Complementar 123 de 2006, permite este tipo de investimento apenas para as microempresas e empresas de pequeno porte. Existe ainda a possibilidade de ser uma empresa de sociedade limitada, sociedade simples etc.
Os tipos societários podem variar. Caso a empresa já comece com captação de recursos com a emissão de debêntures, ou aquisição de investimento, a empresa poderá ser enquadrada como uma Sociedade Anônima
- SA, e terá sua constituição pautada pela Lei 6.404/76.
Não é qualquer profissional que conseguira auxiliar o empreendedor neste aspecto. O empresário poderá ser levado ao erro de acreditar que se trata de qualquer empresa. Porém, os aspectos especiais da startup devem ser considerados no momento da estratégia de enquadrá-la no regime tributário e societário corretos. Considerando principalmente a viabilidade do modelo de negócio que ela busca emplacar no mercado.
CLÁUSULAS TÍPICAS DE CONTRATO COM COLABORADORES
COMPREENDE AS PRINCIPAIS CLÁUSULAS CONTRATUAIS COM COLABORADORES
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Independente do tamanho da startup, seja ela grande ou pequena, os sócios não podem deixar de se protegerem juridicamente em relação a qualquer questão, seja envolvendo o usuário, ou consumidor, ou ainda em relação aos sócios ou colaboradores.
O problema das startups é que no início sempre existe força de vontade e muita ideia para sair do papel. Porém, pouca força de trabalho para executar tudo que deve ser feito. Com pouco recurso financeiro, fica difícil atrair e reter profissionais talentosos, em especial de nível técnico, que fazem toda a diferença nos negócios hoje em dia, como por exemplo os desenvolvedores.
Assim, a empresa precisa contratar, mas não tem capital suficiente, e acaba fazendo contratos verbais com profissionais que encontram em eventos promovidos pelo ecossistema inovador. O que o empresário não pode deixar de observar é que na CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas a definição de empregado exige alguns requisitos, tais como: subordinação, onerosidade, pessoalidade e habitualidade, é justamente aqui que as startups devem possuir uma forte proteção jurídica.
Considerando que a maioria das startups podem iniciar suas atividades pequenas, com um ou dois sócios, e que os empregados ou empregado é uma pessoa chave no negócio, recomenda-se que a empresa faça um contrato de vesting para se proteger de futuras ações trabalhistas, ao mesmo tempo que demonstra a valorização do colaborador, pois irá partilhar com ele um percentual de seu negócio.
Contrato de vesting
O termo vesting vem das terras norte americanas e rapidamente se tornou usual no ecossistema inovador brasileiro. Desde de 2014 a CVM - Comissão de Valores Mobiliários editou uma deliberação autorizando o uso do vesting.
A palavra vesting pode ser livremente traduzida como aquisição. É um instrumento contratual por meio do qual é oferecida futura aquisição de participação societária em uma empresa, em troca da força de trabalho. O colaborador tem a garantia que após o tempo estipulado se fornara sócio da empresa, com o percentual que foi previamente acordado.
Um exemplo que podemos utilizar é de uma startup que na fundação tem um sócio que conhece o mercado e tem a ideia, mas não sabe desenvolver o software que fará a startup decolar. Então, ele inicia a empresa, coloca o capital e chama o desenvolvedor que será seu colaborador, mas que assinará um contrato de vesting. Assim, após o prazo estipulado por eles, pode ser 2, 3 ou 5 anos, o colaborador passa a ter por exemplo 5% ou 10% da empresa, momento que deixa de ser colaborador para se tornar efetivamente sócio. Este modelo funciona pois o colaborador irá trabalhar engajado, em busca de resultados, e também não pensará em desistir antes do prazo estipulado, pois precisa cumprir a carência para se tornar sócio.
Considerando que a startup tem um potencial de escalabilidade grande e pode até mesmo se tornar um unicórnio, o percentual que a princípio parece pouco, pode se tornar um valor considerável para o profissional.
Importante salientar que mesmo com o contrato de vesting, a startup precisa pagar os salários de seus colaboradores. Caso contrário irá responder pelos danos causados na justiça do trabalho.
Esta modalidade de contrato é ideal para reter tantos, pois no início o salário não é atrativo, mas a possibilidade de se tornar sócio, acaba atraindo os melhores profissionais para o negócio.
Quem pode utilizar vesting?
Dependendo do tipo societária não será possível a utilização do contrato vesting. Vejamos o § 2º, do artigo 1.055, do Código Civil, proibi a constituição do capital social que consista em prestação de serviços. Já as empresas de sociedade anônimas não possuem qualquer tipo de vedação para tal modalidade.
Cláusulas essenciais em contrato de colaborares
Independente do contrato escolhido, algumas cláusulas são essenciais para proteger o negócio. São elas:
Cláusula de não competição
Tal cláusula visa proteger a startup de qualquer forma de competição, por ter o ex colaborador conhecimento de todo o projeto de modelo do negócio. É essencial que o negócio seja protegido. É necessário abranger extensão territorial e período da proibição da não competição.
Cláusula de não aliciamento
Esta cláusula proíbe o ex colaborador que entre em contato com qualquer pessoa que possa aliciar, ou seja, induzir a não mais participar da startup, sejam clientes, outros colaboradores, parceiros comerciais etc.
Cláusula de confidencialidade
Diferente da cláusula de não competição, nesta cláusula o ex colaborador fica obrigado a guardar sigilo de todas as informações que tenha tido acesso durante o período que esteve no negócio, da mesma forma a ideia é que a cláusula tenha vigência por um período, que abrange tempo posterior a ruptura do contrato.
Cláusula de transferência de propriedade intelectual e direitos autorais
É essencial para qualquer startup que o contrato esteja protegendo o negócio sobre a transferência de propriedade intelectual e direitos autorais.
Vale ressaltar que o desenvolvedorde software por exemplo, pode pleitear o direito de tê-lo desenvolvido, caso não seja clara a cláusula que transfere todos os direitos para a empresa.
CONTRATOS COM FORNECEDORES
COMPREENDER AS PRINCIPAIS CLÁUSULAS CONTRATUAIS COM FORNECEDORES
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Contratos com fornecedores
Os contratos celebrados com fornecedores podem ser de prestação de serviços, de compra e venda, contrato de fornecimento, contratos associativos etc. Independente do tipo de contrato firmado com o fornecedor a gestão juntamente com a equipe jurídica deve sempre exigir que nos documentos sejam inseridas as cláusulas: de confidencialidade (ou non-disclosure) e cláusula de não competição (ou non-competition).
Na cláusula de confidencialidade o fornecedor é obrigada guardar sigilo de tudo que venha a ter
conhecimento durante a prestação de serviços. Por exemplo uma empresa de tecnologia que é contratada para armazenar na nuvem certa quantidade de dados de uma startup. A fornecedora terá acesso a todo o modelo de negócio da empresa, devendo guardar sigilo de tudo que vier a seu conhecimento.
De igual modo a cláusula de não competição obriga o fornecedor mesmo conhecendo o negócio, além de guardar sigilo, não poderá usar o conhecimento que obteve para abrir concorrência, ou vender informações aos concorrentes da startup.
Outra questão importante para observar é a cláusula do foro de eleição, considerando que os contratos com startups geralmente podem abranger território internacional.
Nos casos de contratos celebrados pela internet, a regra do direito brasileiro deve ser observada, no que diz respeito a obedecer a lei do país em que o contrato é constituído. Se necessário a cláusula de tribunal arbitral é importante para facilitar a resolução das questões jurídicas.
Legenda: MODELO DE CONTRATO
Termo de Uso
Outro tipo de contrato que a startup sempre utilizará será o termo de uso, neste tipo de contrato a fornecedora ou prestadora de serviços é a própria startup, nem por isso deve deixar de observar cláusulas importantes para se resguardar juridicamente.
A intenção do termo de uso é proteger a empresa de possíveis danos que o usuário da plataforma possa sofrer pelo mau uso, sendo assim, a empresa define no documento a forma que o cliente poderá utilizar seus serviços, advertindo-o de possíveis banimentos caso não observe o que foi acordado.
O termo de uso estabelece as regras de utilização do aplicativos-site, nele contém uma descrição ampla do site- aplicativo, descreve o produto/serviço, informa a qual empresa pertence, explica as nomenclaturas adotada para os itens essenciais, delimita como o usuário deverá utilizar o aplicativo-site, quais são as vedações para a utilização.
É importante que o documento contenha cláusula com as seguintes informações:
A delimitação e escopo do serviço ou produto ofertado pelo aplicativo ou site. Informação com as responsabilidades da empresa e do usuário.
Indique a quem pertence os direitos autorais.
Expresse como e quais informações serão coletadas e, em caso de compartilhamento, como se dará e com quem.
Definir a faixa etária que poderá usar os serviços ou produtos.
Fixar prazo do sigilo das informações. Mencionar a coleta de cookies e a forma de uso. Indicar a leitura da política de privacidade.
Cláusulas de multa por atrasos ou descumprimento contratual/termo de uso
Por fim uma cláusula usual, mas que não pode deixar de existir nos contratos com fornecedores ou no termo de uso, são as cláusulas de multas e penalidades. Importante salientar sobre a existe de taxa extra de cobrança, o que irá incidir no serviço e multas para atrasos e descumprimento de deveres.
ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE
COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DO ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Acordo de confidencialidade
Como o próprio nome diz o acordo de confidencialidade ou Non Disclosure Agreement (NDA) como pode ser chamado, é um documento com cláusulas que exigem das partes o sigilo e a confidencialidade das informações ali descritas, protege o modelo de negócio e as partes envolvidas.
A NDA acaba sendo um documento útil em vários aspectos para a startup, considerando que na fase inicial do negócio, em busca de investidor ou parceiro comercial, são feitas várias apresentações da ideia original, muita informação valiosa é compartilhada, neste sentido será necessária a proteção destas informações por meio da NDA.
A intenção em elaborar o acordo é evitar que terceiros, ou mesmo as partes envolvidas em qualquer tipo de transação, usem informações de forma indevida prejudicando o negócio como um todo.
Um acordo de confidencialidade (NDA) bem elaborado, e utilizado nos momentos necessários é também uma forma de demonstrar que a empresa está alinhada com seus valores, o que facilita a avaliação dos investidores, que percebem o cuidado com o negócio, passando uma imagem de organização, proteção e cuidado com a startup.
Legenda: CLáUSULA DE ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE - NDA
Aspectos importantes para elaboração da NDA
O acordo de confidencialidade (NDA) começa pelo escopo, nesta etapa é necessário listar e considerar quais informações serão classificadas como confidenciais, pode envolver qualquer tipo de informação, desde que seja essencial o compartilhamento, como por exemplo qual a espécie de tecnologia a empresa utiliza, o modelo de negócio, gráficos e planilhas com projeção de dados sobre a startup etc.
Na negociação pode ser que apenas uma das empresas esteja abrindo as informações para uma apresentação (NDA unilateral). Mas também pode ser que duas ou mais empresas estejam envolvidas na transação e necessitem compartilhar suas informações, neste caso, ambas deverão listar suas próprias informações sigilosas (NDA bilateral).
A cláusula de penalidade dentro do acordo de confidencialidade, deve conter penalidades severas,
recomenda-se que sejam cláusulas compensatórias, ou seja, indica que as partes não precisam provar que houve dano com o vazamento da informação, a simples conduta de compartilhar a informação, já fere a cláusula e gera o dever de indenizar a parte prejudicada.
O prazo é outro requisito essencial no documento, as partes devem saber por quanto tempo devem guardar o sigilo das informações que tomaram conhecimento.
Importante que o acordo de confidencialidade (NDA) seja elaborado, analisado e revisto por um advogado especialista em startups e propriedade intelectual, cada acordo é único, pois abrange uma situação específica.
Legenda: ESCOPO PARA CLASSIFICAçãO DE INFORMAçõES SIGILOSAS
PROTEÇÃO DA MANIFESTAÇÃO DA IDEIA: DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
COMPREENDER OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL APLICADOS NOS NEGÓCIOS INOVADORES
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Propriedade intelectual nas startups
A propriedade intelectual se divide em Propriedade Industrial regulada pela Lei n.° 9.279/96 e Direitos autorais regulado pela Lei n.° 9.610/98. As startups são empresas que pelo formato necessitam recorrer à propriedade intelectual para garantir tanto o modelo de negócio, quanto marcas e invenções inovadoras.
A Propriedade Industrial é protegida com o registro da patente, que deve ser feito no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - INPI (http://www.inpi.gov.br/), o titular da patente pode ser pessoa natural ou jurídica, que terá direito a exploração econômica.
As patentes podem se dividir em algumas espécies, como por exemplo: (i) Patentes de Invenção (PI), que por exemplo são invenções tecnológicas como o computador; (ii) Modelo de Utilidade (MU) que são inveções que modificam a invenção inicial dando uma função melhor para ela, como por exemplo tesoura de poda, uma evolução da tesoura que foi uma invenção inicial; (iii) Desenho industrial: protege aspectos técnicos da obra; (iv) Marcas: sinal distintivo que identifica a empresa, estes são os mais usados pelas startups.
Já os Direitos Autorais protegem obras intelectuais consideradas criações do espírito, como composiçãomusical, livros e textos em geral, fotografias, obras de computador, o registro é meramente declaratório.
Legenda: PROPRIEDADE INTELECTUAL
Vantagens da propriedade intelectual nas startups
As startups são empresas com ideias inovadoras, que se transformam em produtos ou serviços inovadores, por este motivo a Propriedade Intelectual seja por meio da Propriedade Industrial ou Direitos Autorais, traz proteção aos ativos da empresa, como por exemplos:
Segurança jurídica e redução de riscos; Prova de autoria de ideia ou solução técnica; Licença de marcas, patentes e softwares;
Os ativos de Propriedade Intelectual têm valor contábil; Serve como garantia para operações financeiras;
Comprovação do registro para participar de licitações e para obter financiamentos públicos;
Dar publicidade aos registros e patente é uma vantagem para a sociedade, já que a divulgação dos documentos de patente, por exemplo, possibilita a pesquisa a estas fontes, contribuindo para o avanço da ciência.
TRIBUTAÇÃO EM STARTUPS
COMPREENDER COMO O CONHECIMENTO TRIBUTÁRIO PODE SER APLICADO NAS STARTUPS
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Conceito de direito tributário
O direito tributário é a área do direito que regula as ações do Poder Público sobre arrecadação de tributos, e fiscalização do cumprimento das leis referentes ao tema.
As startups são empresas inovadoras, que podem ser registradas como MEI - Micro Empresa, LTDA. - Sociedade Limitada, S.A. - Sociedade Anônima, a certeza que todo empreendedor tem é que independente do tipo societário, a empresa pagará tributos. Portanto, antes do registro da empresa é necessário escolher também o regime tributário mais viável para o negócio naquele momento.
O regime tributário pode ser escolhido entre o simples nacional, lucro real e lucro presumido. Porém, advogados e contadores devem auxiliar o empresário na decisão, deverão calcular os valores de impostos, taxas e contribuições específicos do negócio.
Legenda: REGIME TRIBUTáRIO
Inova Simples
Caso a empresa se enquadre como startup pela definição da Lei Complementar n.° 167 de 24 de abril de 2019 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp167.htm), que regula o Inova Simples, poderá se beneficiar deste regime tributário especial, além de algumas prerrogativas da lei.
A lei tem como função principal simplificar a formalização das startups com a diminuição da burocracia. O empreendedor precisa cadastrar os dados dos sócios e da futura empresa na plataforma REDESIM (Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização e Empresas e Negócios), para fazer a abertura da empresa, também será o canal de alterações e extinção da startup, após o preenchimento o CNPJ será gerado pelo sistema.
Outros benefícios concedidos são semelhantes aos benefícios que os optantes pelo regime tributário simples nacional já podem aproveitar, como alíquotas reduzidas, simplificação na apuração e no pagamento de tributos, na entrega das declarações e acesso a algumas linhas de crédito especiais.
A empresa registrada por esta plataforma ainda se beneficiará com o registro da marca e patentes no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, de forma célere, para proteger as ideias inovadoras.
O legislador sabendo da condição especial das startups, ainda criou a tributação no Inova Simples de forma diferenciada para a comercialização experimental, trata-se do MVP - mínimo produto viável que a startup coloca no mercado para teste final do consumidor, é um produto ou serviço experimental, para testar se omercado aprova. O limite para este faturamento é de R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), que será regulado pelo Comitê Gestor do Simples, para definir os detalhes da tributação.
A lei do Inova Simples ainda é recente e precisa de regulação e ajustes, porém poderá servir para ajudar as startups que necessitam de um ecossistema inovador sem burocracias.
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
COMPREENDER A RELAÇÃO ENTRE INOVAÇÃO E PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
Uso de inteligência artificial
A inteligência artificial (I.A.) é um ramo da informática que se tornou parte essencial da tecnologia, essa fatia do mercado tecnológico visa criar máquinas inteligentes. Os estudos de desenvolvimento da tecnologia para resolver problemas de todas as espécies, o desenvolvedor cria um algoritmo com uma capacidade de resolução de problemas, com raciocínio, percepção, aprendizagem, planejamento, capacidade de manipular, mover objetos etc.
A grande maioria das startups nascem com uma ideia que pode ser executada com o emprego de inteligência artificial. Ao analisarmos a empresa Uber, verificamos que o algoritmo por meio do uso da geolocalização é capaz de identificar qual carro está mais próximo do passageiro, outro exemplo é a Netflix, que baseado nos filmes e séries que a pessoa gosta de assistir, mostra títulos semelhantes, com base no gosto do usuário à medida que fornece seus dados para a empresa, cresce o banco de dados dela, o que torna possível alimentar o algoritmo, para que consiga aprender mais e mais, com a finalidade de executar a tarefa que lhe foi ensinada.
Nos dias atuais os melhores profissionais que desenvolvem inteligência artificial são disputados no mercado, pois cada vez mais as startups precisam deste tipo de tecnologia para oferecer seus produtos e ou serviços.
Legenda: USO DE INTELIGêNCIA ARTIFICIAL
Proteção de dados pessoais
No dia 14 de agosto de 2018 foi sancionada a Lei n. 13.709, mais conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD. O legislador buscou proteger os direitos de personalidade, intimidade e privacidade dos cidadãos, para evitar que empresas compartilhem dados de seus clientes, sem seu consentimento, com consequente violação destes direitos.
O problema de compartilhar dados é que direitos humanos podem ser violados. Se usarmos como exemplo uma loja virtual que vende livros, com base no histórico de compra do usuário pode identificar o perfil da pessoa, se ela gosta de livros românticos é uma pessoa doce, caso sejam livros de guerra pode indicar uma pessoa violenta, ou livros sobre assassinatos seria um possível sádico? Este tipo de cruzamento de dados pode causar violações a privacidade e vida íntima das pessoas e até gerar discriminações.
Por este motivo a LGPD é necessária para garantir que estes direitos sejam respeitados. A lei está em vacatio legis e entrará em vigência em agosto de 2020, quando empresas que violarem os requisitos da lei poderão sofrer as sanções previstas.
Inteligência artifical e a lei de proteção de dados pessoais
A proteção de dados pessoais é necessária na sociedade atual, o Estado precisa proteger o cidadão de abusos e violações à intimidade e vida privada. Por outro lado a inteligência artificial é importante para o avanço da sociedade, várias soluções importantes estão surgindo e beneficiando milhares de pessoas, como na área da saúde, educação, locomoção nos grande centros urbanos etc, porém o banco de dados da inteligência artifical é alimentado com dados pessoais fornecidos à estas empresas.
Aqui surge a dúvida, é possível desenvolver a inteligência artificial sem infringir a LGPD? E a resposta é sim, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, prevê que os dados já fornecidos, após utilizados, caso o usuário consinta com a prática, poderá ser anonimizado para alimentar o algoritmo de inteligência artificial.
Para ser considerada a anonimização é preciso verificar que a análise dos dados não identifica a pessoa titular dos dados pessoais. Voltando no exemplo da loja virtual que antes de anonimizar os dados pessoais, conseguia verificar que o Tício da Silva, inscrito no CPF tal, residente na cidade de São Paulo, que exerce a profissão de advogado, comprou livros românticos. Após a anonimização, teremos as seguintes informações: homem da cidade São Paulo, advogado, comprou livros românticos. Na cidade de São Paulo, existem muitos homens advogados, não é possível identificar quem é a pessoa.
Portanto, as startups podeminovar e criarem soluções inteligentes e úteis para a sociedade, sem infringir os direitos dos titulares dos dados pessoais, basta observar a lei e possuir tecnologia para a anonimização.
ECONOMIA COMPARTILHADA
COMPREENDER O CONCEITO DE ECONOMIA COMPARTILHADA
AUTOR(A): PROF. LUCIMARA APARECIDA MAIN
A economia compartilhada é um novo sistema social e econômico, que tem base no compartilhamento de recursos, sejam humanos, físicos ou tecnológicos. A tecnologia é essencial nesta nova economia, um exemplo simples de compreender é o uso do Waze, um aplicativo de GPS que auxilia o usuário a chegar no local desejado, a tecnologia é útil para traçar o caminho, mas também para oferecer a melhor rota, desviar de trânsito e, com a colaboração dos usuários, é possível saber se há acidentes, onde é possível abastecer mais barato etc. Portanto, além do emprego da tecnologia, também é um sistema colaborativo. O papel da tecnologia é unir em um ambiente virtual, pessoas com comportamento e interesses em comum, gerando uma relação de confiança, que é baseada na avaliação dos demais usuários, como por exemplo as estrelas dos motoristas do Uber.
Com o surgimento da internet e a migração das pessoas para as plataformas e redes sociais, houve a mudança de comportamento social e econômico. Deixamos de comprar CDs para ouvir músicas no Youtube e Spotify, pessoas colaboram nesses ambientes, criam playlists e compartilham com os demais usuários.
O uso de aplicativos de carros compartilhados cresceu de forma rápida, entramos em carros de desconhecidos, com base na avaliação dos demais usuários da plataforma. Ou compramos um curso on-line também com base nas avaliações anteriores. Os hotéis perderam espaço para o Airbnb, plataforma que une pessoas em busca de um quarto para alugar, para passar alguns dias de férias, com alguém que quer uma renda extra alugando um quarto em sua casa. Ambas as pessoas sentem-se seguradas por receber e entrar na casa de um estranho, baseando-se nas avaliações dos usuários.
Legenda: ECONOMIA COMPARTILHADA
Rachel Botsman é considerada a líder mundial nos estudos da colaboração no consumo digital. Para ela, a Economia Compartilhada contempla 3 opções de sistemas:
Mercados de redistribuição: neste modelo de negócio há venda ou troca de produtos usados, como se fosse um brechó on-line, a plataforma Enjoei é um exemplo deste tipo de negócio.
Estilo de vida colaborativo: espaço que compartilha bens, serviços e espaços físicos, como nos casos do
coworkings (escritórios compartilhados).
Sistemas de acesso a produtos e serviços: este modelo de negócio é para quem quer ter acesso a produto ou serviço por um período curto de tempo, ao invés de comprar, o usuário aluga, como por exemplo os carros alugados pelo Turbi.
A economia compartilhada cresce a cada ano no mundo todo e gera bilhões de dólares em lucro. Com o auxílio da tecnologia, o engajamento dos usuários, muitas soluções estão para surgir usando o modelo de negócio baseado na economia compartilhada.

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