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Empreededorismo 
e Inovação
Autor
Liane Broilo Bartelle
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Liane Broilo Bartelle
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
APRESENTAÇÃO 
 Caro aluno, seja bem vindo ao nosso curso profissionalizante em 
Empreendedorismo, onde abordaremos a disciplina Empreendedorismo e Inovação. 
É um prazer tê-lo conosco nesse processo de ensino e esperamos que você possa 
construir aprendizados relevantes na sua jornada acadêmica. 
 Esta disciplina está dividida em três unidades que irão transcorrer sobre 
assuntos que nos farão compreender melhor o tema Empreendedorismo, que é um 
processo muito importante para a criação e o desenvolvimento de negócios, como 
também de pessoas alocadas dentro de uma organização que poderão, assim, co-
laborar com o crescimento desta, com o viés empreendedor.
 Na Unidade 1, iniciaremos falando sobre o que é o empreendedorismo, bus-
cando desmistificar essa iniciativa de transformar ideias em negócios. Também va-
mos entender quem é o empreendedor, isto é, o perfil de um indivíduo considerado 
empreendedor. Em seguida, entraremos no assunto inovação, porém, para com-
preender o que é inovação, precisaremos saber diferenciá-la do que é invenção 
para, assim, ampliarmos os nossos estudos para o campo da inovação social.
 Na Unidade 2, o foco dos nossos estudos estarão voltados para os ambien-
tes que favorecem o empreendedorismo, ou seja, identificar os setores da econo-
mia para empreender. Trataremos, também, sobre como inovar dentro do nicho de 
mercado que um negócio atua. Por fim, encerraremos a segunda unidade falando 
sobre o poder do foco e da inovação, afinal não adianta querer que sua empresa 
cresça se o empreendedor não tiver foco e disciplina para fazer com que a sua 
organização tenha sucesso, além de uma pitada de inovação, que ajuda na diferen-
ciação e competitividade de um empreendimento.
 Na Unidade 3, abordaremos os seguintes tópicos: o que é uma organização 
empreendedora, visto que apenas abrir um negócio não garante que este tenha 
sempre o viés empreendedor; conhecendo o empreendedorismo corporativo, a fim 
de que possamos aprender que, mesmo sendo colaboradores de uma empresa, 
também podemos ser empreendedores dentro dela; o processo empreendedor, 
que diz respeito às fases/atividades para que uma empresa seja criada.
 Seguimos juntos a jornada, em busca de novos conhecimentos que 
possibilitem a construção do nosso saber nessa área fascinante que é o 
Empreendedorismo e a Inovação.
Desejo a você um ótimo período de estudos!
Professora Liane Broilo Bartelle.
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
SOCIAL ............................................................................................................9
TÓPICO 1 SOBRE O EMPREENDEDORISMO ......................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 O QUE É EMPREENDEDORISMO .................................................................. 11
2.1 CASE 1 – CULINÁRIA VENEZUELANA .....................................................13
2.2 CASE 2 – EMPREENDEDORES CRESCEM EM MEIO À PANDEMIA 
COM TRANSFORMAÇÃO DOS NEGÓCIOS ................................................... 14
3 QUEM É EMPREENDEDOR ............................................................................15
4 FORMAS DE EMPREENDER ........................................................................ 18
4. 1 CASE 3 – DOLADO .....................................................................................19
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................23
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................24
 TÓPICO 2 NOVAÇÃO X INVENÇÃO ....................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 27
2 O QUE É INOVAÇÃO ....................................................................................... 27
3 O QUE É INVENÇÃO ........................................................................................31
4 DIFERENÇAS ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO ......................................33
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................ 37
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................38
TÓPICO 3 INOVAÇÃO SOCIAL .................................................................................41
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................41
2 O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL ........................................................................41
3 BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO SOCIAL E O 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL .....................................................................45
4 CASES SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL ...........................................................48
4.1 CASE 1 – MICROCRÉDITO ..........................................................................48
4.2 CASE 2 – PROJETO MÃO AMIGA ...........................................................50
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................52
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO COMO 
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM CASO DE ENSINO ........................52
2 DESCRIÇÃO DO CASO ..................................................................................52
2.1 A HISTÓRIA DE UM EMPREENDEDOR ....................................................52
2.2 O INÍCIO DA HISTÓRIA SIVET ...................................................................53
2.3 OS PRIMEIRO DESAFIOS ..........................................................................53
2.4 INOVAR PARA O CRESCIMENTO .............................................................54
2.5 MUDANÇAS NO CENÁRIO E SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA .......55
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................58
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................60
UNIDADE 2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O 
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO ........................................................ 65
SETORES DA ECONOMIA PARA EMPREENDER TÓPICO 1 ............................. 67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 67
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O EMPREENDEDORISMO ................... 67
3 SETORES DA ECONOMIA ............................................................................. 73
4 EMPREENDIMENTOS .................................................................................... 75
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................. 78
AUTOATIVIDADE ....................................................................................................... 79
TÓPICO 2 COMO INOVAR DENTRO DO NICHO DE MERCADO QUE ATUO ... 81
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 81
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM A INOVAÇÃO ......................................... 81
2.1 CASE: GREEN MOUNTAIN – TORRADEIRAS DE CAFÉ .......................83
3 A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À INOVAÇÃO ......................................85
4 COMO CRIAR UM AMBIENTE INOVADOR ................................................ 88RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................94
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................95
TÓPICO 3 O PODER DO FOCO E DA INOVAÇÃO ................................................ 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 97
2 FOCO NOS NEGÓCIOS PARA O CRESCIMENTO .................................... 97
3 A INOVAÇÃO COMO FATOR PARA DIFERENCIAÇÃO 
E COMPETITIVIDADE DE UM NEGÓCIO .....................................................101
3.1 CASE CARBON PLAY ............................................................................... 103
4 COMO CRIAR UM NEGÓCIO INOVADOR ..................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................... 109
INOVAÇÃO ABERTA COMO UMA VANTAGEM COMPETITIVA 
PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA ..................................................... 109
2 CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA DENTRO 
DAS ORGANIZAÇÕES .................................................................................... 109
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................113
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................115
UNIDADE 3 ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS, 
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO E PROCESSO 
EMPREENDEDOR ....................................................................................... 119
TÓPICO 1 O QUE É UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA .......................121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................121
2 IDENTIFICANDO UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA ................121
 3 A IMPORTÂNCIA DE SER UMA ORGANIZAÇÃO 
 EMPREENDEDORA .......................................................................................... 128
4 O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS 
NO MERCADO ................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... 136
TÓPICO 2 CONHECENDO O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ......... 139
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 139
2 O QUE É O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ............................. 139
3 A IMPORTÂNCIA DO INTRAEMPREENDEDORISMO .............................144
4 COMO SER UM EMPREENDEDOR CORPORATIVO ............................... 146
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... 150
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 153
2 AS FASES DO PROCESSO EMPREENDEDOR ........................................ 153
TÓPICO 3 O PROCESSO EMPREENDEDOR ....................................................... 153
3 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO EMPREENDEDOR ............................ 156
4 EMPREENDENDO NA PRÁTICA ............................................................... 158
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................... 163
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO EM 
ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS ......................................................................... 163
2.2 CULTURA EMPREENDEDORA CORPORATIVA .................................. 163
2.3 A UNIVERSIDADE PÚBLICA COMO ESPAÇO AO 
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ...................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 3 ...........................................................................................167
AUTOATIVIDADE .....................................................................................................168
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 170
UNIDADE 1
EMPREENDEDORISMO E 
INOVAÇÃO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• compreender o que é o empreendedorismo; 
• identificar quem é um empreendedor; 
• diferenciar inovação de invenção;
• compreender o que é inovação social.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SOBRE O EMPREENDEDORISMO
TÓPICO 2 – INOVAÇÃO X INVENÇÃO
TÓPICO 3 – INOVAÇÃO SOCIAL
11
TÓPICO 1
SOBRE O 
EMPREENDEDORISMO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, daremos início a nossa jornada com o objetivo de 
compreender o tema Empreendedorismo. Para tanto, começaremos abordando o 
que de fato é o empreendedorismo, conhecendo suas práticas e a importância para 
o mercado econômico, seja setorial como também o mundial.
Além de nos aprofundarmos sobre o que é empreendedorismo, precisamos 
também identificar quem é a figura do empreendedor, ou seja, o perfil dos indiví-
duos considerados empreendedores e o que difere eles dos demais profissionais. 
O empreendedor é apenas aquela pessoa que abre uma empresa ou há muito mais 
por trás de alguém que atua com o viés de um empreendedor?
E já que falamos sobre o que é empreendedorismo e quem é o empreende-
dor, então nada melhor do que encerrarmos esse nosso primeiro tópico estudando 
um pouco sobre as formas de empreender, seja você um vendedor, um fabricante 
de algum produto ou, até mesmo, um professor, isso mesmo, até um professor 
pode ser um empreendedor.
Então, lhe convido a partirmos para esse nosso percurso de estudos, avan-
çando passo a passo rumo ao empreendedorismo e à inovação!
2 O QUE É EMPREENDEDORISMO
Vamos empreender?
Por que o empreendedorismo caiu no gosto popular?
Como a pandemia pelo Covid-19 afetou o empreendedorismo?
Quem pode empreender?
Quando é a hora certa para empreender?
O que preciso para me tornar um empreendedor?
12
São muitas as perguntas em torno da temática do Empreendedorismo, isso 
porque ele se tornou uma pauta muito abordada hoje em dia, principalmente no 
Brasil, onde sempre há um jeitinho para colocar comida na mesa, e isto também é 
empreendedorismo. Aquele vendedor de churros ou pipoqueiro que fica na frente 
da escola. Até o dono de uma multinacional que começou na garagem de casa. 
Empreender é a chave para todo profissional que quer ser dono do seu próprio 
negócio ou também para aqueles que dependem da criação de uma empresa para 
sobreviver.
José Dornelas (2016), especialista brasileiro em empreendedorismo, explica 
que o conceito de empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil nos 
últimos anos, mas o que explica esse aumento? Dornelas destaca que no final da 
década de 1990 o tema empreendedorismo começou a se intensificar, porém a 
relevância do assunto se deu mesmo a partir dos anos 2000. Para ele, existem 
vários fatores capazes de explicar tal interesse na matéria. Nos Estados Unidos, por 
exemplo, a sua principal caracterização é o capitalismo – crescer, vender, expandir. 
Já no Brasil, há uma preocupação com a criação de pequenas empresas que sejam 
duradouras, evitando sua falência, por parte do governo e de entidades de classe. 
Sendo assim, o termo “empreendedorismo” vai se popularizando.
Dornelas também explica que o aumento do índice de desemprego afeta 
o mercado e sem alternativas, os então ex-funcionários, ou até mesmo aquelas 
pessoas que atingirama maioridade, porém ainda não conseguiram conquistar a 
sua primeira oportunidade de trabalho em uma empresa, começam a criar novos 
negócios. Por vezes, o autor explica, muitos desses empreendedores abrem 
empresas sem ao menos terem experiência no ramo, utilizando o pouco que 
ainda lhes restava de economias pessoais, fundo de garantia, etc. Quando esses 
indivíduos se dão conta, eles já se tornaram patrões e não mais empregados.
Mas, qual seria a resposta mais direta, ao sermos questionados sobre o que 
é empreendedorismo? Dornelas, na capa do seu livro, já traz essa informação de 
forma prática para fácil entendimento: empreendedorismo é transformar ideias em 
negócios.
Isso mesmo, aquele que empreende decidiu tirar a sua ideia do papel e 
colocá-la em prática. E temos muitos exemplos bem próximos a nós em relação 
a isso. Vamos pensar na pandemia de Covid-19 como exemplo, que se iniciou em 
dezembro de 2019 na China e após alguns meses tomou conta de todos os países do 
mundo, afetando a economia, já que foi necessário o isolamento físico para conter 
o contágio pelo vírus SARS-CoV-2. Muitas empresas sem público para atender 
fecharam as suas portas e, como consequência, funcionários foram demitidos e o 
desemprego aumentou.
E agora, quando você se vê desempregado, em meio a uma pandemia, 
como fazer para ganhar dinheiro e suprir suas necessidades básicas? Empreender 
13
foi a solução encontrada por muitos brasileiros. Vamos, então, ver dois cases de 
sucesso que nos mostram como colocar uma ideia empreendedora para funcionar.
De acordo com o presidente do Sebrae, o Brasil foi o país onde a pandemia 
teve o papel mais forte de impulsionar o crescimento do empreendedorismo a 
longo prazo, isso porque com o desemprego formal em alta, o empreendedorismo 
individual passou a crescer (EM, 2021).
2.1 CASE 1 – CULINÁRIA VENEZUELANA
Figura 1 – Culinária Venezuelana
FONTE: Freepik 2022.
O venezuelano Jorge Luis, depois que perdeu o seu emprego como 
engenheiro de sistemas devido à pandemia do covid-19, alçou novos vôos em 
busca de uma maneira para sustentar sua família, e a aposta feita foi na culinária 
de seu país de origem – a Venezuela – para começar a gerar renda. O negócio 
montado teve a participação da sua família e foi aberto no litoral sul do Estado 
de São Paulo, a fim de atender cidades vizinhas como São Vicente, Santos e Praia 
Grande. O produto comercializado são “tequeños”, isto é, uma iguaria salgada que 
pode ser recheada com diferentes sabores (DA REPORTAGEM, 2020, s. p.).
Jorge Luis é refugiado e regularizou a sua permanência no Brasil. Durante a 
pandemia, montou a sua microempresa TQ Real.
14
Figura 2 – Tequenõs
FONTE: Freepik 2022.
Residindo no Brasil naquela época, há 18 meses, o venezuelano 
desempregado levou o ditado a sério e fez de um limão uma limonada, como 
disse a reportagem. Junto com a sua esposa Isabel Eugenia, eles buscaram na 
culinária típica do seu país de origem o caminho para o empreendedorismo 
(DA REPORTAGEM, 2020, s. p.).
O que era para ser apenas uma saída para levantar dinheiro em tempos 
difíceis, se tornou um negócio efetivo na vida do casal, que mantém a empresa 
ativa até hoje (ANDRADE, 2020).
2.2 CASE 2 – EMPREENDEDORES CRESCEM EM 
MEIO À PANDEMIA COM TRANSFORMAÇÃO DOS 
NEGÓCIOS
O vídeo “Empreendedores crescem em meio à pandemia com transforma-
ção dos negócios”, disponível no Youtube, traz uma abordagem sobre como alguns 
empreendedores buscaram colocar suas ideias em prática em meio à pandemia do 
Covid-19 para driblar a crise, trabalhar, gerar recursos, mas também viverem o so-
nho de ter o próprio negócio.
15
Neste link, você pode acessar o vídeo supracitado, “Empreendedores crescem 
em meio à pandemia com a transformação dos negócios”. 
Veja: https://www.youtube.com/watch?v=JT7MpWv2GUU
DICA
Seja um pequeno negócio que você abre para atender os vizinhos de 
bairro, uma loja no centro da sua cidade, um e-commerce (loja virtual) ou uma 
grande fábrica de automóveis, você está dando o primeiro passo rumo ao 
empreendedorismo, ou seja, visualiza uma oportunidade de mercado e inicia um 
empreendimento para suprir essa demanda. 
3 QUEM É EMPREENDEDOR
O Brasil é, de fato, um país movido por empreendedores, e os dados provam 
isso, conforme podemos ver na tabela a seguir.
Tabela 1 – países e o empreendedorismo
COMPARATIVO ENTRE PAÍSES DE O PERCENTUAL DE EMPREENDEDORES
PAÍS % de empreendedores estabelecidos
Coreia do Sul 16,4
Grécia 14,7
Guatemala 12,7
Cazaquistão 12,1
Polônia 11,1
Turquia 11,0
Brasil 9,9
FONTE: adaptado de poder 360 (2022, s. P.)
16
Analisando a Tabela 1 e conforme notícias (PODER360, 2022), o Brasil 
tem aumentado o número de empreendedores, tendo mais de 14 milhões de 
empreendedores estabelecidos no país, e entre os anos de 2020 e 2021, o 
Brasil avançou posições nesse ranking, indo do 13º lugar para o 7º.
INTERESSANTE
Contudo, depois dos exemplos que vimos no Case 1 sobre a culinária 
venezuelana e no Case 2 que demonstrou o surgimento de alguns empreendedores 
em meio à pandemia do Covid-19, pode ter despertado em você o desejo de se 
tornar empreendedor. Assim, voltamos, então, para algumas perguntas feitas lá no 
começo do Tópico 1:
• Quem pode empreender? 
• Quando é a hora certa para empreender? 
• O que preciso para me tornar um empreendedor?
Para começar a responder essas questões, é preciso deixar uma coisa clara 
desde o começo: toda ideia de negócio não é sinônimo de sucesso, para tanto, a 
dica é: antes mesmo de pôr a mão na massa, dê uma investigada no mercado que 
você pretende atender. A pesquisa de mercado é de extrema importância para dar 
suporte para um novo empreendimento. Se o seu negócio é pequeno e você não 
tem dinheiro para investir em uma empresa especializada em realizar esse tipo de 
investigação, então parta você mesmo para a pesquisa de seu consumidor e nicho 
de mercado que pretende atuar.
Vamos ilustrar isso a partir de um exemplo prático. Você quer começar a 
vender doces gourmetizados, como brigadeiros, trufas, bombons, entre outras 
guloseimas. Em primeiro lugar, questione-se quem serão os seus possíveis clientes. 
Se você mora em um prédio, quem sabe os seus vizinhos tenham interesse em 
adquirir as primeiras remessas do produto. Então bata de porta em porta e verifique 
a aceitação deles para a mercadoria oferecida, questione-os sobre preços, sabores, 
quantidade, melhores dias para consumo, embalagem, tudo que puder identificar 
nesse primeiro momento será válido para equilibrar a forma como você irá trabalhar 
e ofertar os artigos que serão comercializados.
Depois dessa dica e avaliação inicial, é hora de responder as perguntas, 
começando por quem pode empreender. Quem será? O Bill Gates por já ter muito 
dinheiro, quem sabe? Mas não, a resposta não seria exatamente essa ou tão 
específica. Qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor, seja ela um jovem 
de 15 anos que começa a oferecer serviços de programação para configurar os 
computadores dos colegas de escola por ter aptidão nessa área, ou até mesmo um 
17
adulto que sente vontade, necessidade e interesse em ter seu próprio negócio. Ah! 
E, não é necessário ou crucial começar lá do topo não, isto é, investindo milhares 
de reais para dar o pontapé inicial no seu negócio. Há empreendimentos como 
startups que nascem com pouco investimento e em um curto espaço de tempo 
passam a valer muito dinheiro.
No item “4 FORMAS DE EMPREENDER” será abordado com 
maior profundidade o que são startups e o que isso tem a ver com 
empreendedorismo.
ESTUDOS FUTUROS
Mas quem é o empreendedor e o que é preciso para se tornar um 
empreendedor? Para responder essas perguntas, Dornelas (2016) explica que 
empreendedor é o indivíduo que faz as coisas acontecerem, antecipando-se aos 
fatos com uma visão futura da organização. Além disso, o autor ainda aponta 
que é possível classificar os empreendedores como pessoas diferenciadas com 
motivação singular e apaixonada pelo que fazem, que quebrama ordem corrente e 
inovam, assumindo riscos calculados.
Schumpeter (apud DORNELAS, 2016, p. 44) classifica o empreendedor 
como aquele que “cria novos negócios, mas pode também inovar dentro 
de negócios já existentes; ou seja, é possível ser empreendedor dentro 
de empresas já constituídas. Nesse caso, o termo que se aplica é o 
‘empreendedorismo corporativo’.” 
INTERESSANTE
Podemos, então, definir o empreendedor de maneira abrangente 
e, ao mesmo tempo, objetiva, como: “o empreendedor é aquele que faz 
acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização.” 
DORNELAS, 2016, p. 19).
18
4 FORMAS DE EMPREENDER
Um modelo de empreendimento que tem crescido bastante são as startups. 
Uma startup não é a versão menor de uma grande empresa (BLANK; DORF, 
2014), uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios 
repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza (SEBRAE, 
2014), conforme podemos ver na Figura 4, que apresenta pessoas buscando ideias 
e, mesmo na incerteza, decidindo partir para essa empreitada. 
Uma startup se difere de uma empresa tradicional, pois esta última tem 
um modelo de negócios que já foi testado repetidas vezes – loja para venda de 
roupas, por exemplo – já em uma startup não, tudo é incerto e novo no mercado. 
Segundo o Sebrae, as startups podem ser até mesmo consideradas como embrio-
nárias, que contam com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e 
desenvolvimento de ideias inovadoras. Contudo, são jovens e estão implantando 
uma ideia no mercado – assim começou a Uber, por exemplo – com baixos custos 
de investimento inicial.
Figura 4 – Startup: grupo de pessoas à procura de um negócio
FONTE: Freepik 2022.
E mais, atualmente, temos o termo “startup unicórnio”, cunhado por Aileen 
Lee, fundadora da Cowboy Ventures. As startups unicórnios são novos empreen-
dimentos ou empresas da nova economia, geralmente de base tecnológica, que 
atingem uma avaliação de mercado de US$1 bilhão antes de serem cotadas em 
bolsa. São empresas de crescimento exponencial e que aceleram rapidamente a 
partir de rodadas de investimento antes da abrir capital (PACETE, 2022). 
A Petlove é um exemplo desse tipo de negócio. Ela é uma empresa do 
setor de produtos e serviços para animais de estimação, com um total captado 
com investidores de US$222 milhões. A Petlove começou como um e-commerce 
de produtos para animais de estimação em 1999 e hoje é um grupo que reúne 
tanto essa loja virtual quanto serviços como o clube de assinatura, o aplicativo de 
passeio e hospedagem DogHero, a plataforma de educação Vet Smart e a empresa 
19
de seguros Porto.Pet. No total, a companhia faturou R$800 milhões em 2021 
(FONSECA, 2022).
Livro para aprofundar os conhecimentos sobre startup: “A startup 
enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para 
criar empresas extremamente bem-sucedidas”. Autor: Eric Ries. Editora: Lua 
de Papel, São Paulo, 2012.
DICA
Anteriormente citamos alguns exemplos de negócios que surgiram durante 
a pandemia, então vamos ver mais um case contando a história de uma startup 
que também foi criada nesse período:
4. 1 CASE 3 – DOLADO
A startup Dolado (PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS, 2020) foi 
fundada por Guilherme Freire em julho de 2020, juntamente com os sócios Khalil 
Yassine e Marcelo Loureiro, tendo como objetivo substituir os “caderninhos” que os 
pequenos varejistas usavam para contabilizar dados da empresa, oferecer a eles 
uma plataforma on-line de vendas e para auxiliar na gestão do negócio. A platafor-
ma criada pelos empreendedores apoia os pequenos lojistas na compra e venda de 
produtos. Ao invés de anotar o que entra e o que sai em um bloco de papel, agora 
esses lojistas podem ter como auxílio uma plataforma digital simples e prática para 
ajudar no dia a dia do negócio.
Para saber como está a startup Dolado hoje em dia e as empreitadas 
da empresa, confira o artigo que a Suno publicou, através link: https://www.
suno.com.br/noticias/dolado-startup-capta-digitalizar-pequenos-comer-
cios/.
DICA
Outras ideias de empreendimentos partem das habilidades de cada indiví-
duo. Por exemplo, se você sabe costurar, então pode abrir um ateliê de costura, e 
esse será o seu empreendimento. Talvez começando na sala da sua casa, fazendo 
alguns ajustes de roupas aqui e outros ali, e conforme o seu negócio for crescendo 
e você puder investir nele (tempo, maquinário, conhecimento, recursos etc), quem 
sabe você poderá abrir a sua própria confecção de roupas. Ou, então, digamos 
que você recém terminou a graduação em Letras – Inglês, então que tal dar aulas 
20
particulares? Você sabia que isso também é uma maneira de empreender? Afinal, 
você estará colocando uma ideia em prática e começando o seu próprio negócio.
Os exemplos sobre formas de empreender são inúmeros, no entanto 
falta um questionamento para sanarmos, que é descobrir quando é a hora 
certa de empreender. Para saber a hora certa de empreender, precisamos 
verificar primeiramente as circunstâncias que levam uma pessoa a se tornar um 
empreendedor, e para isso vamos analisar o Quadro 1.
Quadro 1 – Circunstâncias que dão origem a um 
empreendimento e ao empreendedor 
Empreendedor nato
Personalização integral do empreendedor, que, normalmente, desde cedo, demonstra traços de personalidade comuns 
dos empreendedores.
O herdeiro
Pode ou não possuir características de empreendedor. Em caso positivo, dá continuidade ao empreendimento. Em caso 
negativo, pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa.
O funcionário de empresa
Pode possuir características de empreendedor. Sente um desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas contribui-
ções na empresa em que atua e as recompensas. Pode se desmotivar pela falta de interesse em suas ideias ou pela interfe-
rência da burocracia da empresa. Essa desmotivação o leva à criação de um negócio próprio.
Excelentes técnicos
Iniciam o seu negócio, pois têm características de empreendedor e conhecimento sobre algum produto, serviço, processo 
ou tecnologia.
Vendedores
O conhecimento do mercado e a experiência no ramo os levam a iniciar o próprio negócio.
Opção ao desemprego
Uma modalidade mais arriscada devido às circunstâncias em que o novo negócio se inicia. O sucesso do negócio está 
associado à existência de características empreendedoras.
Desenvolvimento paralelo
Com características de empreendedor, o funcionário inicia seu negócio, mas mantém o vínculo empregatício atual.
Aposentadoria
Com a experiência adquirida ao longo de sua vida, o empreendedor inicia seu negócio próprio para garantir rendimentos 
na sua aposentadoria.
FONTE: Adaptado de Porto (2013)
No Quadro 1, temos oito possibilidades que fazem uma pessoa ser 
empreendedora. Porto (2013) começa informando o primeiro exemplo deles, que 
é o empreendedor nato, ou seja, aquele que sempre teve dentro de si a vontade 
de abrir um negócio, de fazer dos seus sonhos a sua realidade. Em seguida 
temos o empreendedor herdeiro, este que pode ou não ter como característica o 
empreendedorismo na veia, contudo, lhe é deixado um legado a ser seguido quando 
o seu pai, por exemplo, vir a falecer e como herança a empresa criada por ele ficará 
para o seu filho. 
Temos também os empreendedores que são funcionários de empresas, que 
apesar de serem empregados, sentem a vontade de colocar ideias em prática. Se eles 
não forem ouvidos pelos gestores, tendem a se desapontar e sair da organização, 
muitas vezes para abrirem o seu próprio negócio. Em seguida, vemos os excelentes 
técnicos, que por terem habilidades específicas (ex.: técnico em informática, 
21
professor particular de matemática etc), começam a atender consumidores que 
necessitam da sua assistência.
Ainda de acordo com o Quadro 1, proposto por Porto (2013), os vendedores 
também são considerados empreendedores quando adquirem um amplo 
conhecimento de mercado e, com isso, decidem abrir suas próprias empresas. 
Um exemplodisso são os vendedores de automóveis, após um período 
desempenhando suas funções, seu conhecimento sobre carros aumenta, bem 
como o trato com o cliente. Frente a isso, alguns optam por largarem seus empregos 
e abrirem revendas de veículos.
Por fim, Porto (2013) destaca aqueles que empreendem por opção ao 
desemprego; os que empreendem mesmo tendo um emprego com carteira 
assinada; e também aqueles que após se aposentarem seguem o caminho do 
empreendedorismo.
Sendo assim, a hora certa de empreender é quando a necessidade, a 
vontade ou o interesse estiver desperto dentro de você. Uma pessoa pode se 
tornar empreendedor enquanto ainda é um jovem adolescente, um idoso recém 
aposentado que quer tanto ocupar seu tempo livre trabalhando, como também 
complementar a sua renda, ou o empreendedorismo pode, ainda, surgir na vida de 
pessoas que já estão empregadas e buscam um rendimento adicional para terem 
as contas de casa pagas em dia, ou até mesmo para garantir uma reserva financeira 
de segurança, ganhando um dinheiro a mais através do seu empreendimento. 
Há, também, os empreendedores corporativos, que são aqueles que empreendem 
dentro da empresa que trabalham, já que empreender é colocar uma ideia em 
prática. Estes empreendedores corporativos devem levar uma proposta para o seu 
CEO e organizar maneiras para tornar viável a sua ideia.
Abordaremos mais sobre o empreendedorismo corporativo na 
Unidade 3 do nosso material de estudo.
ESTUDOS FUTUROS
22
Na Figura 5 a seguir, temos uma ilustração do que seria o empreendedorismo 
em ação.
Figura 5 – Empreendedorismo em ação
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura apresentada, temos a lâmpada, que representa uma ideia de 
negócio, em seguida as engrenagens mostram que é preciso trabalhar para que 
essa ideia aconteça, ou seja, pesquisar o mercado e planejar estratégias para que 
de fato o empreendimento ganhe vida. E como consequência, ao atingir nosso 
alvo, que é oferecer um produto ou serviço para determinado público-consumidor, 
conquistaremos o almejado retorno financeiro, isto é, o lucro pelo trabalho executado. 
23
Neste tópico, você aprendeu: 
• O empreendedorismo é um tema que ganhou popularidade em todo o mundo, e 
no Brasil não é diferente. Empreender significa transformar ideias em negócios, 
e é assim que muitos indivíduos passam a ter a sua própria empresa, ao abrirem 
pequenos empreendimentos ou grandes organizações.
• Sendo assim, o empreendedor é aquele que, seja por necessidade ou vontade, 
dá início a sua empresa, tirando as ideias do papel e colocando-as em prática, 
assumindo um certo grau de riscos, porém agindo de forma inovadora, 
antecipando fatos e aproveitando oportunidades.
• Como resultado de tudo isso, temos empreendimentos que movimentam a 
economia local, de um país e de todo o mundo, assim como, também temos 
empreendedores que transformam as suas habilidades em maneiras de ganhar 
dinheiro, atendendo os desejos e as necessidades dos consumidores.
• Empreender pode ser a iniciativa para gerar um recurso financeiro adicional 
para quem já tem um emprego formal em uma organização, como também 
uma maneira de ofertar ao mercado novas empresas que tragam praticidade e 
facilidades para o dia a dia da população. 
RESUMO DO TÓPICO 1
24
1. O Empreendedorismo vem se popularizando mundo afora, e a 
pandemia do Covid-19, iniciada no ano de 2020, foi um dos fatores que 
intensificou o aumento de novos negócios. Considerando isso, assinale 
a alternativa CORRETA que informa porque muitas pessoas escolhem o 
empreendedorismo como forma para gerarem renda:
a. ( ) O empreendedorismo é uma escolha tanto para aqueles 
indivíduos que têm vontade de abrir o seu próprio negócio como 
também para aqueles que estão desempregados.
b. ( ) O empreendedorismo é uma das melhores formas para 
aumentar os rendimentos financeiros de um indivíduo.
c. ( ) Considerando que a pandemia do Covid-19 intensificou o 
uso da internet, muitas pessoas optaram por empreender no 
mundo digital, que vem crescendo.
d. ( ) Porque empreender é sinônimo de prestígio, logo muitos 
profissionais optam por seguir a carreira de empreendedor, que 
otimiza oportunidades de fazer negócios no mercado.
2. O tema empreendedorismo se intensificou no final da década de 1990 
pelo mundo e com isso muitos indivíduos começaram a empreender. Com 
base no crescimento do número de empreendimentos e empreendedores, 
analise as sentenças a seguir:
I. Uma das circunstâncias que levam uma pessoa a empreender é o 
desenvolvimento paralelo.
II. Vendedores ambulantes não são caracterizados como 
empreendedores por não possuírem a formalização do seu 
negócio.
III. Aposentados também podem fazer parte do quadro de 
empreendedores, apesar de já terem contribuído legalmente com 
o período necessário de trabalho que o governo exige.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
25
3. Os empreendedores são responsáveis por transformar ideias em 
negócios, enxergando oportunidades e promovendo transformações 
no mercado. De acordo com as características dos empreendedores, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. (    ) Empreendedores se antecipam aos fatos. 
b. (    ) Empreendedores são pessoas comuns como qualquer outro 
funcionário de uma empresa. 
c. (    ) Empreendedor é um indivíduo curioso.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Existem diferentes formas de empreender, seja abrindo um restaurante, 
uma loja on-line para venda de roupas ou até mesmo dando aulas 
particulares, caso você seja professor e tenha conhecimentos em uma 
área específica. Disserte sobre as características de um empreendedor 
nato e em que se diferenciam das circunstâncias que levam um herdeiro 
a se tornar dono de uma empresa.
5. Existem muitas formas de começar um empreendimento, como, por 
exemplo, criar uma startup, que é um tipo de negócio que vem crescendo 
bastante nos últimos tempos, além de ter variações como as startups 
unicórnios. Diante desse contexto, disserte sobre o que é uma startup e 
o que é uma startup unicórnio, dando exemplos sobre cada uma delas.
27
TÓPICO 2
INOVAÇÃO X 
INVENÇÃO
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, no Tópico 2 o assunto abordado será a inovação e a invenção. 
Como vimos no tópico anterior, o empreendedorismo tem como base a transformação 
de ideias em negócios e muitas vezes isso parte de propostas inovadoras. Como 
observamos também, existem as startups, empreendimentos que apostam em 
atividades que são uma verdadeira novidade para o mercado, diferentemente das 
empresas tradicionais. 
Veremos, então, o que é inovação e como ela pode ser um grande diferencial 
para tornar empresas competitivas, tanto na criação de um negócio como também 
durante todo o processo de existência dessa organização. Afinal, estar sempre 
inovando no nicho de mercado em que se atua é importante para continuar 
atendendo cada vez melhor os desejos e as necessidades dos seus consumidores, 
como também atraindo novos clientes para a empresa.
Entretanto, é preciso, também, diferenciar o que é inovação do que é 
invenção, pois, muitas vezes, esses termos são confundidos e isso pode gerar uma 
falsa sensação de que a empresa está inovando no mercado, quando ela só está 
fazendo alguns aperfeiçoamentos em propostas já existentes.
2 O QUE É INOVAÇÃO
Digamos que você é um empreendedor e acaba de abrir a sua empresa, mas 
sabe que a competição no mercado é acirrada e com isso terá que disputar espaço 
e ganhar clientes, enfrentando diversos concorrentes. Como fazer com que o seu 
negócio se dê bem nesse cenário? Apostar na inovação é uma maneira, isso porque 
ela gera diferencial competitivo. Para tanto, precisamos entender o que éinovação.
Cicconi (2013, p. 1) explica que “a inovação também pode ser vista como 
uma ferramenta importante para o empreendedor, os meios pelos quais exploram 
as alterações, como uma oportunidade para um negócio ou um serviço diferente.”. 
28
É exatamente isso, é ser diferente, é inovar, é propor para o mercado algo 
que ainda não exista. Contudo, não é qualquer ideia que irá emplacar, por isso, 
conforme podemos observar na Figura 6, a inovação irá partir de muita pesquisa e 
planejamento.
Figura 6 – Inovação = Pesquisa + Planejamento
FONTE: Freepik 2022.
Mas por que pesquisar e planejar? É importante investigar o mercado, caso 
contrário você não saberá se a sua ideia, de fato, será uma inovação, pois pode 
já existir algo semelhante e você ainda não tem conhecimento. O planejamento 
vem logo em seguida, afinal você estará oferecendo aos consumidores um produto 
ou um serviço completamente novo, então é importante a forma como ele será 
apresentado aos clientes para que eles compreendam a função da mercadoria e 
percebam como ela pode suprir seus desejos e as suas necessidades. 
Após entender isso, vamos, então, conhecer os tipos de inovação, conforme 
Sausen (2018) propõe, isso porque a inovação pode ser tanto de processo, de 
produto, como comportamental, tecnológica, de mercado e estratégica.
A inovação de produto refere-se a inovações quanto à originalidade 
e singularidade de produtos, que podem ser percebidas pela perspectiva do 
consumidor e, também, pela perspectiva da empresa. Além disso, a inovação de 
produto é uma ótima oportunidade para o crescimento de negócios e expansão 
dentro de novas áreas. A inovação de mercado, por sua vez, está relacionada 
com a inovação de produto, pois é constantemente estudada a relação entre 
produto-mercado, afinal ao colocar um produto inovador à venda, a empresa terá 
exclusividade no nicho de mercado que atua. Sendo assim, para inovar no mercado 
é preciso identificar novas oportunidades e a entrada em novos segmentos.
“É importante destacar que as definições de inovação de produto e de 
mercado estão inevitavelmente entrelaçadas” (SAUSEN, 2018, p. 189).
29
Ao inovar, o empreendedor está atento às mudanças, tendências e 
oportunidades do mercado. É preciso saber o time para agir e colocar a sua 
ideia em prática para, assim, ter sucesso na sua empreitada
IMPORTANTE
Outro tipo de inovação que Sausen (2018) apresenta é a inovação de 
processo, responsável por captar a introdução de novos métodos de produção, 
novas abordagens de gestão e novas tecnologias que possam ser usadas para 
melhorar a produção e gestão de processos. Vamos ver um exemplo? Que tal 
olharmos para o Google, esta empresa norte-americana de tecnologia que está 
sempre inovando no mercado, seja com os seus produtos, na forma em que atua 
no seu segmento e, também, em seus processos. 
O novo escritório do Google na capital paulista traz ambientes bem diferentes 
do que podemos ver em escritórios tradicionais, além disso, contam também com 
o modelo híbrido de trabalho. Por dentro do escritório, Granato (2021) informa que 
em cada andar tem uma área central com pequenas cozinhas com chá, café, frutas 
e lanches variados. Granato diz que nesse ambiente também é possível se reunir 
com a equipe ou fazer uma pausa. Há sofás espalhados por todo o escritório e 
também salas mais reservadas para garantir momentos de descompressão ou de 
maior concentração.
O trabalho híbrido foi adotado pelo Google devido à pandemia de Covid-19 
e este modelo acabou por se estabelecer na empresa, assim, os funcionários 
trabalham três dias presenciais e algumas funções específicas, como as do 
escritório de engenharia em Belo Horizonte, terão a possibilidade de trabalhar no 
modelo totalmente remoto. 
Figura 7 – Home Office/Trabalho Remoto
FONTE: Freepik 2022.
30
Dando continuidade às tipologias de inovação, temos a inovação 
tecnológica, que Sausen (2018) apresenta como um desafio para máquinas e 
métodos de produção. Conforme disponibilidade, inovações tecnológicas podem 
ser inseridas em empresas, otimizando a forma como elas trabalham e resultando 
em ofertas com maior qualidade para os seus clientes. Por exemplo, digamos que 
o empreendedor decida abrir sua loja on-line e para isso contrate um sistema 
digital para conferência de estoque, vendas e entrega. Diante disto, erros serão 
minimizados ou evitados e os clientes receberão com uma velocidade maior os 
pedidos efetuados.
A inovação comportamental, por sua vez, Sausen (2018) afirma que pode 
estar presente em diferentes níveis, como individual, em equipes ou na gestão 
organizacional. Ela é estabelecida através de indivíduos, times e gestão que permitem 
a formação de uma cultura de inovação, recebendo internamente novas ideias e 
sendo responsável pelos resultados inovadores das empresas. Aqui, podemos fazer 
referência àquela ideia de “pensar fora da caixa”, isto é, permitir que a empresa 
como um todo tenha liberdade de pensamento e criação, e como resultado, ideias 
inovadoras surgem e acarretam no bom desempenho da organização – e, claro, no 
seu diferencial competitivo.
Por fim, temos a inovação estratégica, que visa a forma como o 
negócio atua no mercado, de modo que o posicionamento da empresa possa 
ser aperfeiçoado continuamente, identificando lacunas a serem aproveitadas 
como oportunidade. Por exemplo, a estratégia de comunicação das empresas é 
fundamental para divulgação da marca e das suas ofertas. Atualmente, as mídias 
sociais são as tecnologias mais aproveitadas pelas organizações quando o quesito 
é estratégia de comunicação. Logo, a forma como cada companhia irá se posicionar 
ali, trará um impacto para a imagem da empresa. Estar atento ao comportamento 
do consumidor e conseguir estreitar laços através dessas redes de interação on-
line é pertinente para se destacar. Se uma música está em alta e você pode usá-la 
em uma campanha promocional, então tente ser o primeiro a “surfar essa onda” e 
ganhar visibilidade no mundo digital.
Que tal assistir o vídeo do Sebrae PR sobre os “10 Passos para 
Desenvolver Cultura de Inovação em seu Negócio: Passo a Passo Prático”? 
Disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=hJurECZpbcA>
DICA
Inovação pode ser a identidade da sua empresa, assim como é para empresas 
como o Google, o Facebook, entre outras, que surgiram no mercado com ideias 
inovadoras e permanecem até hoje, propondo novos produtos e serviços, todos 
31
com uma dose de inovação. Dornelas (2016) trata a inovação como a semente do 
processo empreendedor. Para o autor, a criatividade do empreendedor e da sua 
equipe induz à inovação, que é um ingrediente indispensável em empreendimentos.
Eduardo L’Hotellier, empreendedor que faz sucesso na internet através 
de uma plataforma de intermediação de serviços, a GetNinjas, explica sobre a 
necessidade de mais inovação nos negócios brasileiros dizendo que: “O brasileiro 
é muito criativo, mas muitos têm medo de ousar e tirar sua ideia do papel. Além de 
receber estímulos do governo, é preciso que o empreendedorismo seja algo cultural, 
ensinado nas escolas, para que as pessoas já cresçam com esse pensamento de 
inovar e criar” (DORNELAS, 2016, p. 92).
3 O QUE É INVENÇÃO
Vimos até o momento o que é inovação e a sua importância para o 
empreendedorismo. Mas e o que seria a invenção?
Para Jung (2021, p. 7), é considerada invenção tudo aquilo que é resultado 
de atividade revestida com requinte de novidade. E o autor informa, ainda, que um 
inventor é aquela pessoa que combina duas habilidades fundamentais:
1. identificar oportunidades nos problemas ou nas coisas que não funcio-
nam bem;
2. olhar a sua volta e identificar princípios que podem ser extraídos de 
eventos naturais ou de objetos existentes e aplicá-los à solução de pro-
blemas.
Um exemplo de invenção é a lâmpada, por exemplo, criada pelo inventor 
Thomas Edison, no ano de 1879.
Figura 8 – Thomas Edison: inventor da lâmpada
FONTE: Freepik 2022.
32
Até então, não existiaesse tipo de produto no mercado, assim como não 
existia o descascador de abacaxi. Isso mesmo, o descascador de abacaxi foi uma 
invenção projetada para facilitar a vida dos usuários que têm dificuldade em apreciar 
a fruta por conta do árduo processo de retirar a sua casca. É importante ressaltar 
que não basta inventar alguma coisa, ela precisa ser, de fato, útil para a população.
E se uma invenção é útil para a população, consequentemente, haverá 
mercado para comercialização da mercadoria, caso contrário o empreendedor terá 
prejuízos. Assim, ressaltamos mais uma vez a importância de pesquisar o mercado 
e planejar as ações que a sua empresa vai tomar, de acordo com o nicho de mercado 
que irá atuar e o seu público-alvo.
O processo de inventar algo sempre existiu, contudo muitos podem pensar 
que já não há muito espaço para inventar um produto ou serviço que ainda 
não existe no mercado, porque já temos à nossa disposição diversos itens para 
satisfazer nossos desejos e nossas necessidades. Entretanto, é preciso entender 
que só pensamos assim porque ainda não nos deparamos com uma nova invenção. 
Por exemplo, antes de termos os smartphones, achávamos normal fazermos 
chamadas para telefones fixos quando queríamos falar com uma pessoa, hoje em 
dia fica até difícil encontrar um número expressivo de pessoas que ainda agem 
assim, ao invés de se conectarem com amigos e familiares por meio de mensagens 
enviadas por aplicativos, como o WhatsApp.
E o que dizer das fotos antigas, em que era preciso comprar um filme com 
até 36 poses e mandar revelar para ver se alguma das imagens estava realmente 
com boa qualidade? Atualmente, nem utilizamos mais as câmeras fotográficas, isso 
porque os telefones celulares ampliaram cada vez mais as suas funções, e, agora, 
fazer fotos e vídeos digitais com o smartphone é a coisa mais comum.
Contudo, se não tivéssemos todos esses aparatos a nossa disposição e, claro, 
se não tivéssemos conhecimento deles, acharíamos que todas as nossas urgências 
e anseios estavam sanados. Logo, há espaço, sim, para novas invenções, basta que 
elas sejam, como dito anteriormente, úteis e que surpreendam – positivamente – os 
consumidores. 
Quando um empreendedor inventar algo, um produto, um serviço ou um 
processo, por exemplo, é importante que ele registre a patente disso. 
“Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou 
modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou 
outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação” 
(BRASIL, 2020) 
IMPORTANTE
33
Também é importante para a economia a invenção de novos artigos para 
serem comercializados no mercado, gerando interesse de compra por parte 
dos consumidores, bem como, a abertura de novas empresas e o consequente 
fortalecimento de novos empregos. Por exemplo, quando os aparelhos de telefone 
celular começaram a surgir, foram abertas lojas para comercializar acessórios para 
esta tecnologia, como capinhas que protegem e decoram o celular, películas para 
evitar que a tela do telefone fique riscada, entre outros itens.
4 DIFERENÇAS ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO
A invenção se diferencia da inovação, pois ela utiliza primeiramente a ideia 
para criar um novo produto ou processo, enquanto a inovação busca colocar em 
ação a ideia, isto é, a inovação se preocupa com a aplicação da prática (FAGERBERG, 
2005).
No exemplo da lâmpada, a invenção trouxe ao mercado um artefato que 
oferecia iluminação para os ambientes através da corrente elétrica. Já a inovação, 
propôs um produto mais econômico, com menor emissão de calor, que oferecia mais 
rendimento, simulando a iluminação natural, com maior durabilidade e contribuindo 
para a sustentabilidade (JUNG, 2011).
Figura 9 – Invenção versus Inovação
FONTE: adaptada de Jung (2011)
Também citamos o descascador de abacaxi, não é mesmo? Este objeto 
foi uma invenção, afinal não havia nada igual no mercado para facilitar o 
manuseio da fruta na hora de descascá-la. Essa invenção ainda pode sofrer 
inovações, como, por exemplo, a criação de um descascador elétrico, onde o usuário 
insere a fruta, aperta um botão e todo processo acontece automaticamente, 
evitando, inclusive, a possibilidade de o indivíduo se machucar, ferindo-se ao cortar 
manualmente a fruta. Na Figura 11, o descasque de um abacaxi de forma manual.
34
Figura 11 – Descascando abacaxi manualmente
FONTE: Freepik 2022.
Esse tipo de inovação também adentrou outros campos. Você gosta de 
tomar suco de limão ou laranja? Para fazer essa bebida, é necessário espremer a 
fruta, e, antigamente, até a inovação chegar no mercado e estar disponível para 
o acesso dos clientes, os espremedores eram completamente manuais, como 
podemos ver na Figura 12.
Figura 12 – Espremedor de fruta manual
FONTE: Freepik 2022.
No entanto, algum empreendedor estudou esse processo e pensou: Por que 
não automatizarmos esse sistema oferecendo para o consumidor um espremedor 
elétrico? E além disso, construirmos máquinas com maior potencial para que 
lanchonetes e restaurantes também usufruam desse benefício, podendo fazer 
quantidades maiores de suco. O resultado pode ser observado na Figura 13, que 
apresenta um espremedor elétrico.
35
Figura 13 – Espremedor de frutas elétrico
FONTE: Freepik 2022.
Ao analisarmos essas comparações feitas entre invenção e inovação, 
percebemos que, conforme aponta Kline e Rosenberg (1986, p. 283 apud 
FAGERBERG, 2005),
o fato é que as inovações mais importantes vão, através de mudanças 
drásticas em suas vidas – mudanças que podem, e muitas vezes o 
fazem, transformar totalmente seu significado econômico. As melhorias 
subsequentes em uma invenção, após a sua primeira introdução, pode 
ser muito mais importante, economicamente, do que a disponibilidade 
da invenção em sua forma original.
Assim, apesar de uma invenção ter a sua utilidade na vida dos indivíduos, 
ela só será adotada de fato no dia a dia das pessoas após a inovação remodelar 
o objetivo do produto/serviço. Por exemplo, muitas pessoas nunca tiveram um 
espremedor manual de laranja, por considerarem trabalhoso o processo para 
fazer o suco de laranja ou limão. No entanto, quando surgiu o espremedor elétrico, 
diversos consumidores adquiriram, pela primeira vez em suas casas, um produto 
para espremer a fruta e fazer o seu suco.
Assim, os produtos que sofreram inovação ganham mais espaço no comércio 
que, por vezes, a própria invenção em si. Entretanto, é importante considerar que 
ambos fortalecem a economia, e claro, quanto mais inovação – útil – melhor para 
as empresas, o comércio e os seus consumidores.
36
Convidamos você para a leitura do artigo: “O uso criativo dos mecanismos 
de busca da Web 2.0 para pesquisar invenções e criar inovações frugais.” 
Assunto abordado: A competitividade crescente tem levado as empresas a 
buscar inovações nos seus modelos de negócios. Por isso, este artigo visa 
identificar como a Web 2.0 pode contribuir, com a sua nova geração de serviços 
on-line, para recuperação de informações existentes na internet que 
possam contribuir para a pesquisa de invenções e criação de inovações. 
Link para acesso: <https://revistafuture.org/FSRJ/article/view/229>.
DICA
Portanto, a invenção é uma grande contribuição para trazer praticidade e 
facilidade, otimizando a vida da população. E a inovação vem logo em seguida, 
aprimorando todo esse processo, de modo que os produtos e serviços, com o tempo, 
fiquem cada vez mais contemporâneos, como por exemplo, o telefone celular que 
passou de analógico para digital, a TV preto e branco que tornou-se colorida e a 
internet que foi sofrendo aperfeiçoamento e hoje, com a fibra óptica, seu acesso é 
mais rápido e com maior qualidade.
A inovação é um chamado para que as empresas não fiquem obsoletas no 
mercado e, com o passar do tempo, deixem de existir para serem substituídas por 
outras organizações, que, ao aderirem práticas inovadoras, começam a oferecer 
produtos e serviços muitomelhores para o mercado. E isso serve, também, para os 
empreendedores que querem começar o seu negócio: com a inovação é possível 
encontrar espaço no mercado, destacar-se e ter sucesso no seu empreendimento.
No Brasil existe a Lei da Inovação para incentivar o ato no país. 
A Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, dispõe sobre incentivos à inovação e à 
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências, 
a fim de:
• promover maior desenvolvimento científico e tecnológico no país;
• estimular a transformação das inovações concebidas no ambiente 
acadêmico (universidades e instituições científicas) em tecnologia 
efetivamente implementada no mercado produtivo;
• incentivar a cooperação entre as entidades públicas e o setor 
privado, nas diversas etapas do processo inovativo e produtivo, 
desde a criação da invenção até a transferência de tecnologia, 
mediante, por exemplo, licenciamento (OAB SP, 2019).
37
Neste tópico, você aprendeu: 
• Invenção e inovação, dois temas importantes para o empreendedorismo, a fim 
de que novos negócios comecem, e empresas já existentes se mantenham no 
mercado.
• A invenção tem o objetivo de criar algo que ainda não existe para os consumidores 
no mercado.
• A inovação vem para aprimorar práticas e processos, de modo que haja 
aperfeiçoamento em produtos e serviços já existentes, trazendo praticidade e 
facilidade para o dia a dia dos consumidores.
• Há espaço no mercado, tanto para invenções quanto para inovações, ambas 
essenciais para que um empreendimento se destaque, diferenciando-se da 
concorrência e se tornando competitivo no segmento econômico em que atua.
RESUMO DO TÓPICO 2
38
1. Um determinado empreendedor decidiu que era hora de se destacar 
no mercado e adotou a estratégia de inovação como pressuposto para 
que seus produtos e serviços pudessem atingir um número maior de 
consumidores. Com relação à inovação também poder ser vista como 
uma ferramenta importante para o empreendedor, assinale a alternativa 
CORRETA:
a. ( ) Porque depois da promulgação da Lei da Inovação, tornou-
se obrigatório que empreendimentos adotassem a inovação em 
diferentes níveis da organização.
b. ( ) Afinal é somente a partir da inovação que os empreendedores 
irão aumentar os rendimentos financeiros do seu negócio.
c. ( ) A inovação é importante para que os produtos e serviços se 
tornem úteis na vida dos consumidores. 
d. ( ) Pois ao explorar alterações surgem oportunidades para 
negócios e serviços diferentes.
2. Há espaço no mercado para invenções, por isso novos empreendedores 
surgem com o passar do tempo, trazendo ideias diferentes para os 
consumidores, a exemplo disso, temos o Google, o Facebook, o WhatsApp 
etc. Tendo como base o enfoque na invenção de produtos/serviços/
processos, analise as sentenças a seguir:
I. Invenção refere-se a algo que ainda não existia no mercado. 
II. A invenção não precisa, exclusivamente, ser algo útil para o 
consumidor.
III. A invenção é importante para a economia, pois provoca o 
surgimento de novos negócios.
Assinale a alternativa CORRETA:
d. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e. ( ) Somente a sentença II está correta.
f. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
g. ( ) As sentenças II e III estão corretas.
AUTOATIVIDADE
39
3. Há diferenças entre invenção e inovação, por isso é importante entender 
o conceito de cada uma, a fim de compreender se o que o seu negócio 
está propondo para o mercado é uma invenção ou uma inovação. 
De acordo com os princípios sobre inovação e invenção, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A invenção utiliza primeiro a ideia para criar um produto ou processo. 
( ) A inovação busca pegar um produto ou processo já existente e 
trabalhar a sua aplicação prática.
( ) A inovação vem antes da invenção, a fim de abrir caminho para que 
uma ideia surja e sua aplicação em um produto ou processo possa ser 
efetiva.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) V – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Antes de Thomas Edison criar a lâmpada, nenhum produto semelhante 
a este, ligado na energia elétrica e que produzisse luz, existia à venda no 
mercado para os consumidores. Disserte sobre o processo de invenção e 
como ele influencia a economia.
5. Depois que uma invenção surge no mercado, muitas empresas começam 
a estudar essa novidade em busca de como a inovação pode contribuir 
a partir desse produto, serviço ou processo. Nesse contexto, escolha 
um tipo de inovação e disserte sobre ele explicando o seu impacto no 
mercado.
41
TÓPICO 3
INOVAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos ao Tópico 3 da primeira unidade sobre 
Empreendedorismo e Inovação. Aqui, abordaremos o tema inovação social, que é 
pertinente quando se fala em empreendedorismo e em propostas inovadoras.
Se um negócio se propõe a inovar no nicho de mercado em que atua, o que 
poderia ser mais relevante do que inovar de maneira que haja um impacto positivo 
no meio socioambiental que aquela organização está inserida? 
Para tanto, veremos o conceito de inovação social, e abordaremos também 
os benefícios que ela pode trazer a partir de projetos que não visam exclusivamente 
o lucro, mas o bem comum, com impacto positivo em uma comunidade, por exemplo. 
Por fim, encerraremos estudando alguns cases que nos ajudarão a exemplificar o 
assunto.
2 O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL
A inovação social vai além da busca por competitividade no mercado entre 
as empresas e a ânsia que elas têm por atender e satisfazer um número maior 
de clientes, isso porque o termo inovação social, o qual ganhou maior visibilidade 
nos últimos tempos, é definido como “o resultado do conhecimento aplicado às 
necessidades sociais, através da participação e da cooperação de todos os 
atores envolvidos, gerando soluções novas e duradouras para grupos sociais, 
comunidades ou para a sociedade em geral” (BIGNETTI, 2011, p. 4).
Dizemos, então, que a inovação social tem ganhado notoriedade, pois com 
a economia globalizada, as empresas precisam estar constantemente atualizadas 
e, além disso, se diferenciar da concorrência no nicho de mercado em que atuam. 
Outro fator que também implica na competitividade dos negócios é o avanço das 
tecnologias digitais virtuais que fazem com que o comércio local não seja o único 
espaço de concorrência por novos (e mais) consumidores. 
42
Com a internet, por exemplo, a compra e venda de produtos e serviços 
atravessam os estados e o país, criando um ecossistema de competição acirrada 
na rede, pois através da internet 
é possível comprar produtos de qualquer lugar do mundo, buscar 
informações sobre qualquer assunto nas mais diferentes bases de 
dados ou bibliotecas e também conversar com outras pessoas através 
de sala de bate papos, a qualquer hora do dia ou da noite (GRAEML; 
VOLPI; GRAEML, 2004, p. 1).
Assim, com a inovação social, os negócios que antes eram focados apenas na 
venda de produtos/serviços, passaram também a se preocupar com o consumidor, 
isto é, com a pessoa/o ser humano por trás daquele cliente que efetua a compra 
de mercadorias. Inovação Social engloba, então, a ideia de pessoas se conectarem 
com pessoas e como isso influencia o meio em que elas estão inseridas, podendo 
afetar uma comunidade específica ou uma sociedade em geral, como bem trouxe 
Bignetti, anteriormente, na definição do conceito de Inovação Social.
Figura 14 – Pessoas se conectam com pessoas
FONTE: Freepik 2022.
Quando falamos de “pessoas se conectarem com pessoas”, precisamos 
entender que empresas focadas somente no lucro estão mais preocupadas em 
“empurrar” produtos e serviços para os compradores e, por fim, contabilizar quanto 
dinheiro entra a partir dessa relação comercial fria e, frequentemente, pontual. 
No entanto, se o empreendedor entende, conhece e procura estreitar os laços 
com os seus clientes, ele saberá que suas ofertas vãomuito além da venda de um 
determinado objeto; a venda do seu produto/serviço é a personificação da marca na 
casa de uma família ou em uma empresa composta por um grupo de funcionários, 
circulando por vários locais e atendendo seus desejos e necessidades.
43
Você voltaria a fazer negócio com uma empresa onde não foi bem 
atendido(a), sentindo que durante aquela transação comercial faltava carisma, afeto 
e atenção do vendedor na oferta de um produto/serviço que fosse de encontro 
com sua demanda e urgência? Mas, vamos um pouco além, e se, depois disso, você 
descobrisse que na loja ao lado estão vendendo um produto semelhante ao que 
você quer adquirir, porém lá a mercadoria tem características mais atuais, um preço 
mais competitivo, sem falar, é claro, no atendimento recebido, na durabilidade do 
artigo e consciência socioambiental. Então, qual seria a sua escolha?
Figura 15 – Inovação social 
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, podemos dizer que a Inovação Social se preocupa com os 
problemas sociais e busca soluções para minimizá-los ou até mesmo erradicá-los, 
como podemos ver na Figura 15, que apresenta um grupo de pessoas identificando 
as problemáticas e buscando meios para resolvê-las. A inovação social faz isso por 
meio da adoção de novas estratégias, tecnologias e processos que visam atender 
as necessidades sociais, gerando uma repercussão social com resultados positivos.
44
Figura 16 – Ciclo da inovação social: uma ideia gera uma ação que 
provoca um resultado, o qual influencia uma (nova e melhor) ideia
Fonte: a autora 
Conforme apresentado na Figura 16, percebemos que para cada ação há uma 
reação consequente e, ao agir tendo como ponto de partida a Inovação Social, os 
resultados serão reflexos das boas decisões tomadas desde o começo. Entretanto, 
para que esse ciclo se mantenha estável, é preciso acompanhar o processo, 
conferir os impactos que foram causados e, diante disso, definir quais movimentos 
serão repetidos, o que precisa ser corrigido e o que precisa ser descartado, ou 
seja, o que pode ser replicado porque gerou um impacto positivo ou o que deve ser 
evitado, pois o efeito obtido não foi satisfatório para ambos os lados – empresa/
empreendedor e consumidores.
É importante salientar que na Inovação Social, o bem comum deve ser o 
pressuposto para desenvolver uma estratégia e permanecer com a atividade 
adotada, caso ela seja promissora. É como aquela história de EGO e ECO. No ego, o 
indivíduo está acima de tudo e de todos, impondo regras que devem ser cumpridas 
para que tudo ocorra exatamente como uma única pessoa (ou empresa) deseja. 
Muitas vezes, isso não funciona, basta observar como o homem tem destruído o 
meio ambiente onde vive para satisfazer seus desejos exacerbados. Já no conceito 
de eco, a vida acontece em harmonia, nada nem ninguém se sobrepõem aos desejos 
e às vontades dos outros, tudo acontece de forma sustentável, isto é, focando na 
preservação, na permanência e, obviamente, avaliando os impactos que cada ação 
pode gerar.
Um empreendimento pode começar as suas atividades tendo como proposta 
a inovação social, isto é, o empreendedor abre uma empresa, exclusivamente, para 
atender a sua comunidade de maneira inovadora, corroborando para a exaltação 
de aspectos sociais.
45
ATENÇÃO
Uma inovação é verdadeiramente social somente se a balança está inclinada 
na direção do valor social, benefícios para o público ou para a sociedade como 
um todo – ao invés do valor privado – ou seja, ganhos para empreendedores, 
investidores e consumidores tradicionais (não pessoas em risco social)” 
(PHILLS JR.; DEIGLMEIER; MILLER, 2022, s. p.).
Entretanto, que tipo de impacto social a inovação social pode trazer para 
uma sociedade ou comunidade em particular? Ela pode mudar a vida de inúmeras 
pessoas, de diferentes formas possíveis, melhorando a qualidade de vida desses 
indivíduos, tratando aspectos de saúde, educação, moradia, finanças, transporte, 
segurança, entre outros. A inovação social passa a oportunizar o acesso a produtos 
e serviços, que – em geral – são itens básicos para a sobrevivência do ser humano, 
contudo, antes não eram ofertados de modo que essa população específica 
conseguisse suprir de maneira satisfatória os seus desejos e as suas necessidades.
É interessante percebermos, e isso poderá ser visto quando abordarmos 
sobre os cases, que a inovação social no começo atinge um pequeno grupo, porém 
com o tempo, e considerando os seus benefícios – o que também estudaremos a 
seguir – a sua dimensão vai tomando proporções maiores, e cada vez mais pessoas 
passam a ser assistidas por esses projetos.
3 BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO SOCIAL E O 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Ao estudarmos um pouco sobre o que é Inovação Social, foi possível 
perceber o quão importante é esse tipo de ação para uma comunidade, isso porque 
as minorias podem ser assistidas, estas que antes não tinham respaldo para suprir 
as suas carências. Do mesmo modo, um empreendedor, além de realizar o seu 
sonho, que é transformar uma ideia em um negócio, também pode fazer com que 
este seja voltado para o benefício social.
Atender as demandas de uma comunidade ou uma sociedade em geral pode 
ir muito além de satisfazer os seus desejos e as suas necessidades com produtos 
e serviços disponibilizados corriqueiramente no mercado. Por exemplo, todos 
temos a necessidade de nos alimentarmos, logo, abrir uma indústria alimentícia ou 
um supermercado para a venda de alimentos é apenas uma forma tradicional de 
empreender. No entanto, estudar maneiras de possibilitar o acesso à comida pode 
ser feito de formas mais eficientes para famílias carentes, sendo uma proposta que 
entra na área da inovação social.
46
E quais são os benefícios da inovação social? Partindo do princípio que 
minorias, por exemplo, poderão ser assistidas por empresas, identificamos o 
primeiro ponto positivo na inovação social, que começa a focar em indivíduos que 
antes eram esquecidos ou até mesmo evitados pelas organizações.
Convidamos para a leitura do artigo “Inovação Social para Mudar 
o Mundo”, publicado na Revista La Fundación em junho de 2018. 
Acesse em: <https://www.revistalafundacion.com/pt-br/innovacion-social-
cambiar-mundo/>.
DICA
Outros benefícios da Inovação Social que podemos listar são (LENCINI, 
2013):
1. melhoria da qualidade de vida de forma sustentável;
2. oportunizar a auto suficiência individual, familiar, comunitária e 
organizacional.
Logo, a partir da Inovação Social, também temos o Empreendedorismo Social, 
que não visa os benefícios próprios de uma organização, mas a ajuda que pode ser 
oferecida ao próximo, isto é, empreendedorismo + sociedade = empreendedorismo 
social.
O empreendedorismo social se caracteriza por, ao invés de buscar 
oportunidades de negócio, procurar problemas na sociedade e propor solucioná-
los por meio de uma empresa lucrativa (CARDOSO, 2015). No entanto, Cardoso 
esclarece que essa empresa não se apropria do conceito de uma ONG ou instituição 
filantrópica, mas o empreendedor social irá criar uma empresa que atende a parcela 
fragilizada da sociedade, buscando suavizar ou até mesmo resolver o problema, 
lucrando com isso também. Isso não deixa de ser um negócio social. 
Cardoso (2015) ainda destaca que os empreendedores sociais são aqueles 
que iniciam e lideram mudanças na sociedade, trabalhando para garantir que 
ideias tomem seu caminho e mudem o pensamento, a fala e o comportamento 
das pessoas. Para ele, os empreendedores sociais são agentes de mudança; eles 
mudam o mundo.
E essa mudança de mundo traz benefícios para pessoas que, até então, não 
tinham acesso a produtos e serviços de qualidade que suprissem a sua demanda, 
por conta de diversos fatores socioeconômicos. E o empreendedorismo aliado à 
inovação social começa a proporcionar tudo isso.
47
Existem organizações que, através de meios comerciais ou de negócio, 
têm como missão o foco em questões sociais, e isso faz com que elas agreguem 
valor social a sua marca, atuandode maneira inovadora e fazendo uso de 
recursos financeiros como garantia de sustentabilidade (HERVIEUX; GEDAJLOVIC; 
TURCOTTE, 2010). 
Convidamos você para assistir ao vídeo: “Empreendedorismo Social Cresce 
no Brasil”. Nele, é abordado como empreender pode promover cidadania, 
tentando minimizar os impactos da desigualdade, com um modelo de negócio 
que está cada vez mais em alta e que movimenta cerca de 60 bilhões de 
dólares por ano em todo o mundo, o empreendedorismo social. O Brasil já 
figura no segundo lugar da lista de uma rede global de organizações que 
impulsionam o empreendedorismo em países emergentes. Veja no link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=TfbCUkq2ZVQ>.
DICA
A seguir, no Quadro 2, analisaremos as diferenças entre empreendedorismo 
empresarial, ou seja, a criação tradicional de uma empresa, e o empreendedorismo 
social.
Quadro 2 – Diferenças entre empreendedorismo 
empresarial e empreendedorismo social
EMPREENDEDORISMO EMPRESARIAL EMPREENDEDORISMO SOCIAL
1. É individual
2. Produz bens e serviços
3. Tem o foco no mercado
4. Sua medida de desempenho é o lucro
5. Visa a satisfazer necessidades dos clientes e 
a ampliar as potencialidades do negócio
1. É coletivo
2. Produz bens e serviços à comunidade
3. Tem o foco na busca de soluções 
para os problemas sociais
4. Sua medida de desempenho é o impacto social
5. Visa a respeitar pessoas da situação de 
risco social e a promovê-las
FONTE: adaptado de Melo Neto e Froes (2002 apud OLIVEIRA, 2004)
Vemos, então, que o empreendedorismo empresarial é criado para oferecer 
ao mercado produtos e serviços e o objetivo é obter lucro nessas operações. Já o 
empreendedorismo social pensa no coletivo, tendo como foco a solução de proble-
mas sociais. É nesse momento, a partir de empresas que optam por seguir nesse 
ramo de atividade, que os benefícios surgem para a sociedade e a população que é 
assistida por esses projetos.
48
Algumas empresas brasileiras com foco na missão social são:
• GRAACC: sigla para Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com 
Câncer, é uma entidade que nasceu em 1991 para garantir todas as 
chances de cura do câncer infantil (GRAACC, 2020).
• ASID: sigla para Ação Social para Igualdade das Diferenças, busca 
construir uma sociedade inclusiva com projetos que unem empresas, 
institutos e fundações corporativas, a fim de impactar instituições, 
pessoas com deficiência e suas famílias (ASID, 2022).
E algumas empresas internacionais que seguem a proposta do 
empreendedorismo social são:
• The Clothing Bank (O Banco de Roupas): é uma iniciativa na África do Sul 
que visa o engajamento de mães que estão desempregadas e moram 
em regiões periféricas do país, na reciclagem de roupas não utilizadas 
(THE CLOTHING BANK, 2020).
• Worldreader (Leitores do Mundo): é um empreendimento nos Estados 
Unidos que visa, através da alfabetização, a transformação social. 
Para tanto, tablets são entregues para mais de 60 países para que a 
população menos assistida possa adotar hábitos de leitura usufruindo 
da biblioteca digital (WORLDREADER, 2022).
4 CASES SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL
Agora, vamos conhecer alguns cases que nos ajudarão a entender melhor 
como a inovação social pode ser colocada em prática e como isso gera benefícios 
consideráveis na população que é alcançada por estes projetos.
Começaremos com o caso de Muhammad Yunus, conhecido por muitos 
como o pai do Microcrédito. Veremos como a sua proposta de inovação social 
influenciou – positivamente, é claro – a vida financeira de muitas pessoas e qual a 
consequência disso em nível global.
4.1 CASE 1 – MICROCRÉDITO
Muhammad Yunus é um professor de economia da Universidade Chaka, 
nascido em Bangladesh no ano de 1940. Yunus é, também, um empreendedor e, 
por isso, percebeu a dificuldade de pessoas carentes em ter acesso ao crédito, ao 
sistema financeiro e, muitas vezes a uma conta bancária para gerir melhor suas 
finanças, aumentar seu poder de compra através da aquisição de bens de forma 
49
parcelada, dentre outras possibilidades que o sistema financeiro oferece (YUNUS 
INVESTIMENTOS, [2022?]).
Figura 18 – Acesso a crédito, aumento do poder de compra
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, o professor começou a fazer experiências ao fornecer 
pequenos empréstimos para indivíduos com baixo poder aquisitivo, sem solicitar 
deles garantias e as tradicionais exigências bancárias que dão suporte a um valor 
financeiro feito a terceiros. Muhammad chamou esse projeto de Grameen Bank e 
teve início no ano de 1976. Mais tarde, no ano de 1983, consagrou-se como um 
banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres, especialmente para mulheres 
de Bangladesh que viviam na zona rural. A ideia de negócio de Muhammad Yunus 
foi crescendo e se espalhando por quase todos os países do mundo, até mesmo 
países desenvolvidos e industrializados (YUNUS INVESTIMENTOS, [2022?]).
Com o passar do tempo e com a notoriedade da sua ideia inovadora, Yunus, 
o pai do microcrédito, foi escolhido como uma das 25 pessoas mais influentes 
de negócios pela Wharton School of Business, além de ter sido convidado para 
ser defensor dos objetivos de desenvolvimento do milênio. Dentre outros ganhos 
que Muhammad obteve, foi angariar mais de 50 títulos honoris causa, concedido 
por universidades de 20 países. Sendo ele, um empreendedor muito premiado 
em diversos países, incluindo honras de Estado em 10 países diferentes (YUNUS 
INVESTIMENTOS, [2022?]).
No ano de 2006, foi atribuído ao professor Muhammad Yunus, em conjunto 
com o Grameen Bank, o Prêmio Nobel da Paz. E em 2008, através de uma votação 
on-line aberta, ele foi escolhido dentre os Top 100 intelectuais do mundo pela revista 
britânica Prospect em parceria com a Foreign Policy, ocupando o segundo lugar 
desta classificação. Já em 2010, a revista inglesa The New Statesman, listou-o 
como uma das “50 figuras mais influentes do mundo”(YUNUS INVESTIMENTOS, 
[2022?]).
50
Veja, agora, alguns pontos importantes sobre o microcrédito:
1. A garantia do acesso ao microcrédito é o aval solidário apoiado na 
confiança.
2. A instituição financeira torna-se próxima do tomador de empréstimo, 
estreitando o relacionamento entre as partes, excluindo processos 
burocráticos.
3. Nessa modalidade de empréstimo, há acompanhamento e orientação 
junto ao tomador de empréstimo e o seu negócio, otimizando, assim, as 
chances do investimento dar certo.
4. A parcela da população que vive à margem da sociedade recebe a 
concessão de crédito, o que promove um impacto social neste local.
Após conhecermos um pouco sobre essa história, vamos refletir um pouco 
sobre os aprendizados que podemos obter a partir disso tudo.
1. Por que a atitude de Muhammad Yunus pode ser considerada inovadora 
e como isso impacta a sua comunidade e, como reflexo, a sociedade 
como um todo? Yunus inovou, pois identificou uma necessidade na 
sua comunidade e implementou formas de sanar este problema. 
Ao solucionar as deficiências, uma transformação mais abrangente pode 
ser percebida. A população, que antes vivia à margem da sociedade, 
agora, com acesso ao microcrédito, ampliou suas possibilidades de 
crescimento, ajudando no desenvolvimento social responsável e 
contínuo.
2. Qual a importância do empréstimo aos pobres e como isso pode 
influenciar o desenvolvimento de uma região, um país, uma nação? O 
acesso ao crédito permite não somente aumentar o poder aquisitivo dos 
cidadãos, mas também restaurar a dignidade deles e, eventualmente, 
propiciar um novo começo, dando a chance de homens e mulheres 
vulneráveis começarem um negócio próprio, expandindo suas 
possibilidades de garantir o sustento pessoal e familiar.
4.2 CASE 2 – PROJETO MÃO AMIGA
Na cidade de Caxias do Sul, RS, no ano de 2009, nasceu um projeto premiado 
e reconhecido nacionalmente, o Projeto Mão Amiga. Este projeto visa encaminhar 
para escolas particulares as crianças carentes, de zero a quatro anos, que não 
conseguem vaga no ensino gratuito (CHAIS et al., 2016).
O Projeto Mão Amiga édescrito pela seguinte frase: “Você efetivando 
esperança.”, criado com o intuito de incluir na educação infantil todas as crianças 
em vulnerabilidade social, considerando aquelas que não são atendidas pela rede 
pública da cidade de Caxias do Sul. Diante disso, busca-se dar a oportunidade de 
51
terem acesso à educação infantil, por meio da assistência social e fortalecendo 
a família na comunidade, seguindo sempre o compromisso de atuar com ética, 
respeito, solidariedade, acolhimento, espiritualidade e comprometimento.
O Projeto trabalha com a proposta de pagar entre 40%, 50% ou 80% do 
valor da mensalidade cobrada na educação infantil, e isso é feito com base em 
análises socioeconômicas e instituições de ensino parceiras. O restante do valor 
é arcado pelas famílias que também são encaminhadas ao mercado de trabalho 
recebendo incentivo para se manterem em atividade. Além disso, os responsáveis 
pelas crianças, participam de um projeto chamado “Fortalecendo Famílias”, que 
oportuniza encontros anuais tratando o tema Educação.
Este é um projeto que se tornou referência na cidade de Caxias do Sul, no 
que tange o auxílio às famílias em situação de vulnerabilidade social que não foram 
contempladas com vagas em escolas públicas de educação infantil. Ao receberem 
o auxílio, abre-se a possibilidade de ingresso dos estudantes no mundo acadêmico, 
à vistas de minimizar o impacto social de pessoas analfabetas e não escolarizadas 
que, como consequência, poderão enfrentar dificuldades para se desenvolverem 
como cidadãos e ingressarem no mundo do trabalho (CHAIS et al., 2016).
Assim como no Case sobre o Microcrédito, propomos, também, algumas 
questões para reflexão sobre a temática do Projeto Mão Amiga.
1. Com objetivo de oportunizar o ingresso de discentes no ambiente 
escolar, um projeto social pode ser útil para solucionar essa carência. 
De que forma podemos identificar as demandas da nossa comunidade 
e como a inovação pode servir como ferramenta para trazer respostas 
efetivas aos problemas?
2. Ao estarmos à parte das dificuldades da nossa comunidade, podemos 
começar a pensar em soluções, por isso é fundamental se inteirar das 
políticas públicas e do andamento dos processos governamentais, 
a fim de identificar as carências da população menos assistida. E ao 
identificarmos, por exemplo, que o número de vagas nas escolas 
públicas não é suficiente para atender o número de estudantes, 
precisamos pensar em formas de oferecer ajuda e auxílio aos que 
dependem da solidariedade alheia. Podemos nos juntar com amigos, 
colegas, empresários e propor alternativas; formarmos um grupo pronto 
para agir na constituição de projetos, a fim de impactar positivamente, 
promovendo mudanças sociais.
3. Quais inovações sociais você conhece que causaram transformações 
na sua comunidade, estado ou até mesmo em seu país?
Para refletir sobre esta questão, recomendamos a leitura do artigo “A ino-
vação social como processo e resultado da governança da colaboração interorga-
nizacional: o caso do Canal Futura”, Disponível em: www.repositorio.jesuita.org.br/
handle/UNISINOS/3260.
52
LEITURA COMPLEMENTAR
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO COMO 
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM CASO 
DE ENSINO
William Rafael Cararo
Alessandro Becker 
Julio Cesar Ferro Guimarães 
Eliana Andréa Severo
2 DESCRIÇÃO DO CASO
2.1 A HISTÓRIA DE UM EMPREENDEDOR
Valmir Sinhorin é o filho mais novo da família, nasceu e foi criado no 
interior de Maximiliano de Almeida junto com seus nove irmãos. Sua família 
vivia da agricultura familiar e devido aos recursos serem escassos, todos os 
filhos acostumaram-se a trabalhar na agricultura. Mesmo com essa necessidade 
familiar, os pais sempre incentivaram os filhos a estudar e buscar seus objetivos.
Devido a família morar na zona rural, Valmir tinha de se deslocar a pé ou de 
bicicleta para estudar na cidade. Após ele terminar seus estudos não tinha 
grandes ambições, apenas buscava sua independência financeira, já que a 
família não tinha como disponibilizar um pedaço de terra para cada filho usufruir 
do seu próprio plantio. Conforme as oportunidades de trabalho surgiam, os irmãos 
foram se distanciando. Valmir então, com muita coragem e esperança se 
despediu da família buscando uma oportunidade no Colégio Agrícola (escola 
para agricultura), localizado no município de Erechim. Empreendendo desde 
jovem, para custear seus estudos e sobreviver, ele e um amigo durante os 
finais de semana e feriados trabalhavam com serviços de jardinagem, pensando 
em uma futura parceria após o término dos estudos.
Mas os planos foram interrompidos, devido ao estágio obrigatório onde 
ele foi efetivado. Com o passar dos anos ele presenciou a instabilidade 
empregatícia que os trabalhadores enfrentavam. Desse modo, por ser o homem 
da casa ele se perguntava sobre o risco do desemprego e como isso afetaria sua 
família. Em 1995 ele teve a oportunidade de trabalhar com vendas (representante 
comercial) de produtos agropecuários e laboratoriais, mais especificamente 
53
no oeste do Paraná. Como já tinha a intenção de conhecer o mercado para 
futuramente abrir seu próprio negócio, não podia perder essa oportunidade. 
Após um período prestando serviços para essa empresa, esta o demitiu passando 
por algumas dificuldades financeiras.
Sinhorin continuou a trabalhar como representante comercial no ramo 
agropecuário de outra empresa no RS. Devido ao seu trabalho estar sendo muito 
bem desempenhado, a primeira empresa que havia lhe despedido, retorna o 
contato oferecendo garantias e auxílios, porém sua função seria diferente, não 
mais atuando como representante comercial.
2.2 O INÍCIO DA HISTÓRIA SIVET
A empresa fornecedora estava com dificuldades de realizar seu trabalho 
no interior do estado do Rio Grande do Sul, dessa forma a proposta oferecida pela 
empresa era para não atuar mais como representante comercial, mas ser um 
distribuidor independente da marca. Contudo, caso o empreendedor não aceitasse 
a oferta, essa proposta seria repassada para outra empresa ou representante, 
sendo assim esta oportunidade poderia ser perdida. 
Sinhorin conhecia o produto fornecido pela empresa e sua qualidade, 
mas acima de tudo, por conhecer o mercado, ele sabia do trabalho ocioso e 
sem comprometimento que algumas empresas prestavam. Por acreditar na sua 
competência e eficácia, Sinhorin não podia perder esta oportunidade e decidiu, 
então, se tornar dono do seu próprio negócio.
2.3 OS PRIMEIRO DESAFIOS
O início da empresa foi marcado pelo financiamento de doze mil reais, mas 
principalmente pelo comprometimento e coragem do empreendedor na realização 
do seu trabalho. Por conhecer esse ramo, sabia que muitas empresas trabalhavam 
de forma comprometedora, sem muito controle do negócio, dessa forma, seu intuito 
era começar de maneira profissional, realizando todas as atividades de forma legal 
e com total controle sobre os processos do negócio.
Sinhorin vendia os produtos no início da semana e realizava a entrega das 
mercadorias para os lojistas no final da semana. O empreendedor vislumbrava 
o crescimento da empresa, e tinha todo seu planejamento formulado em sua 
mente. Com o passar do tempo a empresa cresceu, sendo necessário alugar um 
estabelecimento maior para a empresa de 60 m2, e contratar mais colaboradores 
para auxiliá-los. 
54
Ele, com seu grande comprometimento sempre acompanhou seus 
funcionários e priorizou o atendimento pessoal para seus clientes. Também investiu 
em conhecimento técnico para uma diferenciação da empresa e do seu produto, 
devido à alta competitividade do ramo.
Os esforços adotados pelo empreendedor estavam apresentando 
resultado e o crescimento da empresa não estagnava. Esta já havia trocado 
veículos de portemédio vislumbrando seu crescimento, percebendo a necessidade 
de planejar a compra de um veículo de porte maior, para já estar preparada para 
o futuro. Então, ele teve uma iniciativa um tanto quanto arriscada para a 
empresa, pois sabendo da necessidade de um caminhão, o adquiriu de forma 
parcelada, visto sua necessidade. Cumprindo o planejamento cognitivo feito por 
ele, o uso do caminhão era cada vez mais necessário para a organização.
2.4 INOVAR PARA O CRESCIMENTO
A organização aumentou o número de representantes comerciais para 
ter uma maior cobertura no Estado, possibilitando assim que a mesma obtivesse 
uma coleta de informações do mercado mais precisa, devido ao seu atendimento 
pessoal especializado. Por consequência disso, em 2009 a organização buscou 
novas tecnologias para desenvolver um produto inovador no mercado.
A empresa buscou um parceiro para auxiliá-lo no desenvolvimento 
desse novo produto, que até o momento não existia no mercado. Foi então 
desenvolvido o sal mineral nomeado como Forteleite. O produto tinha como 
finalidade melhorar a produção das vacas leiteiras. Visto que as vendas cres-
ciam, em 2011 a empresa comprou a marca de uma concorrente, e aprimorou 
seu produto inovador e de sucesso com próbióticos e leveduras, aumentando 
ainda mais sua qualidade. 
Isso acarretou que a empresa se posicionasse no mercado de forma to-
talmente diferente a seus concorrentes. Enquanto seus concorrentes focavam 
somente no preço dos produtos, o empreendedor partiu no sentido oposto, 
apostando na qualidade do seu produto e do seu trabalho. Além disso, o 
atendimento e o relacionamento com seu consumidor foram diferenciais 
para o negócio, pois agregaram valor.
Nem todo histórico da empresa foi de sucesso. Pela inexperiência no 
mercado, a empresa não tinha conhecimento das obrigações necessárias ao criar 
e desenvolver produtos, e sofreu com questões referentes a patentes de marcas. 
Após ter criado a marca Forteleite e não a ter patenteado, recebeu o contato de 
que não poderia mais utilizar a marca pois havia sido registrado por outra 
empresa, desse modo, havia duas possíveis possibilidades a serem tomadas 
pelo empreendedor. 
55
Primeira possibilidade, a empresa poderia pagar direitos de uso para a 
empresa que havia registrado sua marca, ou, segunda possibilidade, trocar o nome 
do produto. Analisando as opções, Sinhorin percebeu que no momento a melhor 
forma de solucionar o problema seria trocar o nome do produto, posteriormente 
vindo a se chamar, Fosvet. Atualmente, a empresa adota como pilar da criação 
de novos produtos esse cuidado. 
Devido a terceirização da sua produção, a Sivet teve alguns contratempos. 
Para não parar seu processo produtivo ela assumiu dívidas desse parceiro, 
negociando, assim, essa parceria, para que toda a gestão e planejamento 
ficassem a critério do empreendedor, e seu parceiro ficasse somente com a 
mão de obra capacitada para a produção. Nesta etapa a empresa já utilizava 
logística própria mantendo seus valores iniciais como direcionamento.
2.5 MUDANÇAS NO CENÁRIO E SITUAÇÃO ATUAL 
DA EMPRESA
Devido a seu crescimento anual contínuo, em média de 20% a 30%, a 
empresa precisou ampliar seu estabelecimento para 250m². Atualmente conta 
com 50 produtos da própria marca, buscando evoluir sempre.
Faturamento da empresa
2006 R$ 540.000,00
2007 R$ 720.000,00
2008 R$ 960.000,00
2009 R$ 1.272.000,00
2010 R$ 1.704,000,00
2011 R$ 2.268.000,00
2012 R$ 3.000.000,00
2013 R$ 4.044.000,00
2014 R$ 5.400.000,00
2015 R$ 7.200.000,00
2016 936.000,000,00
2017 1216.000,000,00
FONTE: Dados da pesquisa (Dados Fictícios)
A empresa Sivet, construiu sua sede no distrito industrial da cidade, 
com área disponível de 725 m² para o escritório da empresa e estocagem 
de produtos. Almejando até 2019 fabricar seus produtos sem a ajuda de um 
parceiro, incluindo seu carro chefe, o Fosvet. Percebendo que este produto ainda 
56
tem potencial de crescimento, a fabricação própria do produto pode reduzir 
seus custos de produção, para que possa ser investido em pesquisa e 
desenvolvimento.
Atualmente a empresa atua com 550 produtos tanto agropecuários 
quanto de laboratórios, sendo destes, 50 da marca própria com pesquisa 
e desenvolvimento de novos produtos. Em virtude do seu crescimento nos 
últimos 10 anos a empresa conta com quatro colaboradores internos atuando 
na parte comercial, financeira, logística e gestão, sete colaboradores 
externos atuando em campo, ou na venda direta para os lojistas. Sua logística 
conta atualmente com três caminhões próprios, atendendo todo o Rio Grande 
do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O governo federal aprovou a reforma trabalhista, alterando pontos 
importantes na jornada de trabalho, nas férias, na remuneração e no plano 
de carreira dos colaboradores, impactando, assim, no cenário organizacional. 
Já não bastava as mudanças que a empresa vinha buscando para o futuro da 
organização, as alterações legais como a reforma, impactam de maneira muito 
mais forte em um momento de transição como esse, exigindo, assim, um 
planejamento mais detalhado que a organização deverá fazer em tempo 
despendido para as atividades organizacionais e também em jornadas de trabalho.
FONTE: BECKER, A.et al. Empreendedorismo e inovação como estratégia organiza-
cional: um caso de ensino. Revista UFPEL, [s. l.], v. 12 n. 7, jul./dez. 2018. Disponível 
em: https://revistas.ufpel.edu.br/index.php/ReAT/article/view/1326. Acesso em: 31 
jul. 2022. 
57
Neste tópico, você aprendeu: 
• Ao conhecermos o que é inovação social, percebemos que, além de inovar em 
busca de atender um número maior de consumidores, também é possível criar 
negócios que tenham como foco uma missão social.
• A missão social de um empreendimento é assistir pessoas e, até mesmo, co-
munidades que não têm acesso ou que tenham um acesso restrito a produtos e 
serviços que supram os seus desejos e as suas necessidades.
• Diante disso, temos o empreendedorismo social, que não tem como objetivo a 
venda de mercadorias para obtenção de lucro, e sim buscar soluções para os 
problemas sociais, produzindo bens e serviços à comunidade.
• Por fim, analisamos cases que tratam sobre a inovação social, e foi possível ob-
servar a diferença que esses tipos de empreendimentos podem fazer na vida 
de um grupo de indivíduos, reverberando e gerando mudanças em toda uma 
sociedade. 
RESUMO DO TÓPICO 3
58
1. A Inovação Social vai além da mera busca por processos e mercadorias 
inovadores, já que seu enfoque é identificar carências sociais e assistir a 
população que ainda não tem acesso a determinados produtos e serviços. 
Sobre este tema, assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) Apesar de o foco da Inovação Social ser as pessoas, o objetivo 
de uma empresa com essa empreitada é aumentar o seu lucro.
b. ( ) A inovação social tornou-se um tema obrigatório em empresas 
que querem se tornar mais competitivas no mercado.
c. ( ) A inovação social tem, primeiramente, foco nas pessoas, nos 
consumidores, e não no lucro em si.
d. ( ) Com a inovação social, as empresas ganham respaldo do 
governo para atuarem em áreas carentes, e com o incentivo do 
Estado podem promover ações sociais.
2. Para que a inovação social possa minimizar ou, até mesmo, erradicar 
problemas sociais, alguns pontos devem ser adotados por empresas. 
Considerando isso, escolha a alternativa CORRETA que informa os meios 
que organizações podem adotar para inovar socialmente: 
a. ( ) Novas estratégias, tecnologiase processos.
b. ( ) Alto investimento financeiro em pesquisa e implantação de 
projetos sociais.
c. ( ) Buscar isenção de impostos para poder, assim, aumentar o 
salário dos seus funcionários.
d. ( ) Copiar ações que empresas internacionais estão fazendo.
3. Empreender vai além da criação de um negócio, empreender pode 
ser, também, signficado de atender demandas sociais com qualidade. 
Por isso, considerando o que é um empreendimento empresarial e o que 
é um empreendimento social, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas:
( ) Um empreendimento empresarial tem foco na solução de problemas 
da sua comunidade. 
( ) Um empreendimento social é individual. 
( ) Um empreendimento social existe para atender as demandas de um 
grupo específico.
AUTOATIVIDADE
59
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. No decorrer desta unidade de estudos, vimos cases sobre a Inovação 
Social e como isso pode influenciar uma comunidade em específico e, até 
mesmo, abranger toda uma sociedade. Um desses cases estudados foi 
sobre o microcrédito. Disserte sobre a empreitada de Muhammad Yunus e 
faça uma relação sobre como o microcrédito também pode ser acessado 
hoje no Brasil:
5. O empreendedorismo social não funciona como uma ONG, por exemplo, 
isso porque ele assiste indivíduos com determinadas necessidades, 
porém também obtém lucro dessa transação. Nesse contexto, disserte 
sobre empresas que têm como missão o empreendedorismo social, e 
apesar de lucrarem com isso, acabam ajudando de forma muito positiva 
a vida de diversas pessoas.
60
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65
UNIDADE 2
AMBIENTES 
QUE FAVORECEM O 
EMPREENDEDORISMO 
E INOVAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• compreender os setores da economia para empreender;
• compreender como inovar dentro do nicho de mercado que o seu negó-
cio atua;
• compreender o poder do foco na sua marca e produto/serviço para ter 
sucesso no seu empreendimento;
• identificar porque a inovação ajuda no sucesso de um empreendimento.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SETORES DA ECONOMIA PARA EMPREENDER
TÓPICO 2 – COMO INOVAR DENTRO DO NICHO DE MERCADO QUE ATUO
TÓPICO 3 – O PODER DO FOCO E DA INOVAÇÃO
67
TÓPICO 1 
SETORES DA 
ECONOMIA PARA 
EMPREENDER
1 INTRODUÇÃO 
Caro Aluno, estamos iniciando nossa segunda Unidade, onde abordaremos 
assuntos relacionados aos ambientes que favorecem o empreendedorismo e a 
inovação. Neste primeiro tópico, nossas seções estarão divididas em temas que 
integram os setores da economia para empreender.
Portanto, precisamos conhecer os ambientes que favorecem o 
empreendedorismo, isso porque o mercado é dividido em diferentes segmentos 
econômicos, onde cada empreendedor pode apostar em um ramo de atividade 
profissional para trabalhar. Todavia, existem setores mais fortes por conta da 
constante procura por parte dos consumidores por determinados produtos e 
serviços. 
O campo das tecnologias tem crescido exponencialmente, visto os avanços 
tecnológicos, a internet e a inserção das pessoas no mundo digital. No entanto, a 
indústria alimentícia não fica de fora, isso porque prover bebidas e alimentos está 
na base da pirâmide de consumo para nós, seres humanos, sobrevivermos.
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O 
EMPREENDEDORISMO 
O campo das tecnologias digitais vem crescendo bastante, se você está 
fazendo esse curso no formato EaD, seria quase certeiro da minha parte dizer que 
você tem a sua disposição um smartphone e/ou computador para participar das 
aulas.
Segundo dados do IBGE do ano de 2019, a internet chegava a oito em cada 
dez domicílios do país, e o celular é o equipamento mais usado para o acesso à 
Internet, além da posse de microcomputador por 40,6% dos domicílios brasileiros 
(IBGE, 2022). Confira a seguir, na Figura 1, os domicílios que utilizam internet por 
região do país.
68
Figura 1 – Internet em domicílios brasileiros separada por regiões
FONTE: https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-interne-
t-televisao-e-celular-no-brasil.html. Acesso em: 8 ago. 2022.
Desse modo, podemos perceber que há ambientes que favorecem o em-
preendedorismo, por exemplo, alguns setores da economia. Mas a empresa, como 
um todo, pode propiciar um ecossistema onde o foco seja o empreendedorismo 
contínuo.
Muitos empreendedores começam o seu negócio e com o tempo deixam o 
empreendedorismo de lado, isso porque ter uma ideia, colocá-la em prática trans-
formando-a em uma empresa/produto/serviço/processo não concede o título per-
manente de que essa organização seja, de fato, uma companhia empreendedora. 
Empreender é um processo constante de ter novas ideias, estudá-las e implantá-
-las no mercado para que a empresa se mantenha competitiva no nicho de merca-
do em que atua.
 “Todo empresário deveria planejar ser o último empreendedor de seu 
mercado específico. Para isso, deve começar se perguntando: como será o 
mundo daqui a dez, vinte anos e como meu negócio se encaixará?” (THIEL, 
2014, p. 198).
IMPORTANTE
69
Assim, o ambiente interno é um dos cenários que podem favorecer ou não o 
empreendedorismo. Você já reparou que tem empresas que parecem engessar os 
seus funcionários? Contratam profissionais altamente capacitados e não permitem 
que eles exponham as suas opiniões. Por vezes, impõem que a palavra do gestor 
esteja sempre acima de todas, palavra esta que, muitas vezes, não tem todas as 
habilidades que uma equipe integrada por diferentes colaboradores, com habilida-
des variadas, pode ter.
Figura 2 – O sucesso de uma empresa está na sua equipe
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura 2, podemos observar um grupo de pessoas trabalhando de modo 
cooperativo com o propósito de desenvolvimento da organização. Cada um está 
qualificado em uma área do conhecimento e, juntos, podem tornar a empresa mais 
forte.
Dornelas (2007) diz que é preciso saber a hora de personalizar e de delegar, 
isso porque empreendedores que concentram demais as decisões em si mesmos e 
controlam todas as ações da empresa, podem acabar prejudicando a organização 
em dado momento. O autor ressalta, então, que é muito importante trazer colabo-
radores e executivos que entendam de administração de negócios e que ajudarão 
na expansão do negócio. Dornelas termina informando que não é sempre que o 
criador da empresa será a melhor pessoa para fazer com que o negócio se desen-
volva promissoramente.
Existe uma analogia bem prática para entender o quanto o ambiente interno 
pode fortalecer o empreendedorismo e a pergunta é clara, a qual faremos a partir 
da ilustração de uma pequena história. 
70
Por felicidade do destino, um determinado indivíduo foi afortunado com 
uma relevante quantia em dinheiro. Sem nenhum curso superior ou conhecimento 
técnico em alguma área específica, porém com um grande desejo no coração, 
ele optou por fazer um investimento em um empreendimento que beneficiaria a 
sua cidade. Esse indivíduo construiu um hospital e passou a ser o dono daquele 
estabelecimento. No entanto, por ser proprietário da empresa, isso lhe capacita 
a ser gestor administrativo ou até mesmo financeiro desse hospital? E vamos um 
pouco além, por ele ter investido o seu próprio dinheiro na abertura do centro 
hospitalar, isso lhe dá o direito de ser visto e atuar como médico? Bom, claramente 
você deve pensar que é óbvio que não. Muitos pensam assim, pois estamos falando 
de um empreendimento com tamanha importância, que é um hospital. Contudo, 
isso também se aplica a qualquer outro tipo de empreendimento.
Ao nos capacitarmos em determinada área do saber, ganhamos – ou pelo 
menos deveríamos ganhar – subsídios suficientes para atuar conforme nossos 
conhecimentos, o que for além disso não passa de “achismos”, que podem gerar 
consequências desastrosas para um negócio.
Então, para que o ambiente interno possa favorecer o empreendedorismo, 
a primeira coisa a ser feita é contratar profissionais que possam, de fato, colaborar 
com o desenvolvimento de uma empresa, permitindo a liberdade criativa desses 
colaboradores. 
“Aprenda tudo o que puder sobre o negócio e jamais se lance em uma 
empreitada sem nenhuma experiência profissional no ramo pretendido” 
(DORNELAS, 2007, p. 21). (THIEL, 2014, p. 198).
IMPORTANTE
Ainda na criação da empresa, é preciso estruturar a sua base de 
funcionamento, definindo claramente:
• A missão da empresa: a missão de uma empresa é a sua “razão de ser” 
ou o motivo pelo qual ela existe (SCORSOLINI-COMIN, 2012).
• A sua visão: enquanto a missão da empresa se refere ao que ela faz e 
a sua razão de existir, a visão se volta para o lugar onde a organização 
pretende chegar, ou podemos dizer também, as metas que a empresa 
tem (SCORSOLINI-COMIN, 2012).
• E os valores da organização: já os valores da organização são os prin-
cípios difundidos e organizados em ordem de importância dentro de 
uma empresa, pois referem-se as suas prioridades, estabelecem o que 
é central na organização e o que é periférico, o que édesejável e o que 
não é (FERREIRA, 2016).
71
Vejamos um exemplo meramente ilustrativo:
Nome da empresa: Fit Food Loja de Produtos Saudáveis e Orgânicos
Segmento de atuação: setor alimentício
Missão da empresa: ser uma empresa reconhecida no mercado de 
alimentos saudáveis, como uma das mais inovadoras e empreendedoras.
Visão da empresa: oferecer produtos de alta qualidade para os 
consumidores, sempre tendo disponível novidades lançadas na linha de atuação 
da empresa.
Valores da empresa: honestidade; transparência; criatividade; inovação; 
espírito empreendedor.
Na empresa Fit Food apresentada como exemplo, quando algum profissional 
for procurar por uma vaga de emprego na organização, ele poderá, a partir da 
missão, visão e valores da empresa, ter uma ideia de como ela deve trabalhar e o 
que deve esperar que lhe seja demandado ao exercer as suas funções. O mesmo 
ocorre com a empresa, que ao contratar colaboradores, deve observar o perfil de 
cada um, de modo que estes estejam de acordo com as expectativas da marca.
No segundo tópico desta nossa unidade, em que falaremos sobre o poder 
do foco e da inovação, será explicada a importância do foco nos negócios 
para o crescimento e sucesso de um empreendimento. Logo, é importante 
que a empresa se conheça, isto é, tenha seus objetivos de trabalho claros 
e sabendo aonde quer chegar, para que, assim, consiga de fato obter bons 
resultados.
ESTUDOS FUTUROS
Ao empreender, o indivíduo foi ousado e decidiu assumir riscos na busca para 
obter os melhores resultados. Erros inevitavelmente ocorrerão e fazem parte desse 
processo, o importante é aprender com eles e saber tolerar possíveis fracassos, 
mas não perder de vista o seu foco. Para continuar nessa jornada empreendedora, 
é preciso estar sempre atento aos rumos do negócio, ajustando ações sempre que 
necessário, e isso demanda tempo e recursos para se dedicar ao empreendimento.
A fim de que a empreitada seja um sucesso, a cultura organizacional fará 
grande diferença nessa estrada. A cultura organizacional é definida como “um 
sistema de valores compartilhado pelos membros de uma organização que a 
diferencia das demais” (ROBBINS; SOBRAL, 2012, p. 501). Se na cultura da empresa 
estiver enraizado o espírito empreendedor, o foco na inovação e a permissão do 
72
pensamento criativo por parte de toda a equipe, as chances de prosperar poderão 
ser maiores.
“Um bom espírito organizacional exige abertura plena à excelência individual. 
Toda atuação excepcional deve ser reconhecida, incentivada e recompensada, 
e tornada produtiva para todos os outros membros da organização. Logo, um 
bom espírito organizacional requer a concentração nos aspectos positivos 
do ser humano – naquilo que ele é capaz de fazer, e não nas suas inaptidões. 
Requer um aperfeiçoamento constante da competência e do desempenho 
de todo o grupo; o bom do desempenho passado deve se tornar o mínimo do 
presente, a excelência de ontem, o lugar-comum de hoje” (DRUCKER, 2003, 
p. 138). 
IMPORTANTE
Voltando ao exemplo da Fit Food, quando os gestores da empresa definiram 
a missão, os valores e a visão do negócio, consequentemente, eles estavam 
projetando uma cultura organizacional e o que se espera é que ela seja fidedigna 
ao que foi proposto lá no começo da sua história, para que todos compreendam 
exatamente a forma que a organização se propõe a trabalhar, focando no objetivo 
do empreendimento.
Vamos assistir ao vídeo do ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardo 
Rezende, que deu uma palestra no Ted Talk com o tema “Estabelecendo a 
cultura da excelência”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?-
v=j5e-56_Xo00>.
DICA
Podemos concluir que um bom empreendedor não é aquele que é ótimo 
em todos os setores de uma empresa, conhecendo sobre economia, contabilidade, 
marketing, vendas, publicidade, operacional etc., mas, sim, aquele que contrata 
bons profissionais para suprirem as demandas dessas áreas específicas. 
Assim, o ambiente interno de uma empresa é fortalecido e poderá favorecer o 
empreendedorismo.
73
3 SETORES DA ECONOMIA
Falamos até aqui sobre o ambiente interno e como ele pode favorecer – ou 
não – o empreendedorismo. Mas e o ambiente externo? Como ele pode influenciar 
o crescimento, desenvolvimento e o constante foco no empreendedorismo de uma 
organização?
Quando começamos a abordar o assunto “ambientes que fortalecem o 
empreendedorismo”, no subtópico anterior a este, o tema tecnologia entrou em 
pauta. E um dos motivos é o fortalecimento do setor de tecnologias, conforme 
vimos nos dados de acesso à internet e dispositivos móveis.
Logo, o setor de tecnologias é um dos ambientes favoráveis ao 
empreendedorismo. Nele, podemos ter empreendedores que trabalham com:
• a criação de aplicativos para Android e iOS;
• elaboração de sistemas operacionais para smartphone e computadores;
• especialista em Big data;
• especialista em segurança cibernética e de redes;
• desenvolvedor de jogos digitais;
• especialistas em datacenter, virtualização e mobilidade;
• dentre muitas outras possibilidades na área de TI – Tecnologia da Infor-
mação.
Além disso, temos outros setores também favoráveis ao empreendedoris-
mo, que são:
• Setor educacional – cursos, escolas, faculdade, universidades, centros 
profissionalizantes, aulas particulares etc.
• Setor de infraestrutura – redes de telecomunicações, transportes, par-
ques industriais, incubadoras etc.
• Comércio – lojas físicas e on-line.
• Serviços – prestação de diferentes tipos de serviços ao cliente como: 
salão de beleza e barbearia, conserto de computadores e celulares, pe-
dreiro, eletricista, encanador, musicista, ator/atriz, cozinheiro etc.
• Setor jurídico e de políticas públicas – advogados, secretários, juristas, 
promotores, prefeitos, vereadores, deputados, senadores, presidente.
• Entre outros.
74
Ademais, alguns dos fatores que impactam nas possibilidades de empreen-
der são a economia local e regional, isso porque conforme a atividade empreende-
dora que será executada, o ambiente tem maior receptividade e espaço. O mesmo 
serve para a inovação. Por exemplo, se você quer abrir uma confecção de roupas, é 
interessante verificar a distância que os seus fornecedores estarão, para que você 
tenha acesso à matéria prima considerando o prazo de entrega e custo viáveis para 
a continuidade do seu negócio. 
Dessa maneira, será possível ofertar produtos condizentes com os desejos 
e as necessidades dos seus consumidores. Ou se você for ter uma loja on-line, 
efetuando a venda de roupas através do e-commerce, você precisará analisar os 
custos do frete e o tempo para fabricar as peças encomendadas pelos clientes e, 
por fim, informar o prazo para envio aos compradores.
Vamos, então, tomar como exemplo a empresa apresentada na seção anterior, 
a Fit Food e o que aprendemos na Unidade 1, sobre pesquisa e planejamento. Por 
conta da Fit Food ser uma empresa voltada para a venda de produtos saudáveis e 
orgânicos, ela precisa identificar onde está o seu público-alvo, pois não adianta abrir 
uma loja física se os consumidores desse tipo de mercadoria, em geral, fazem suas 
compras pela internet, por exemplo. Dessa maneira, seria mais pertinente investir 
em um webstore para aumentar as chances da empreitada comercial dar certo. 
Portanto, para que um empreendimento funcione de maneira satisfatória, 
o mínimo que ele deve ter é informação, trabalho qualificado, tecnologia e 
investimento para alavancar o negócio. Faz-se necessário capital de giro, tanto 
para investir na matéria prima dos produtos e serviços que serão disponibilizados no 
mercado, como também para o investimento voltado para a divulgação da empresa 
e suas mercadorias. Aqui, também entram as estratégias de marketing que serão 
elencadas, as quais devem ir de encontro com o público-alvo, para que o retorno 
seja o mais assertivo possível. Na Figura 3, observamos o que um empreendimento 
precisa para fluir adequadamente.
Figura 3 – Dados, informações,planejamento e estratégia
FONTE: Freepik 2022.
75
O empreendedor precisa estar igualmente atento a dois fatores que 
influenciam o desenvolvimento e crescimento de um empreendimento: os fatores 
sociais e os fatores culturais. Diante disso, é preciso investigar a forma que o 
empreendimento será trabalhado, o público que será atendido, a necessidade de 
mão de obra para efetivar as ofertas de acordo com a ideia inicial do negócio, a 
criatividade, inovação e impacto socioambiental. Por exemplo, se você for abrir 
uma cervejaria, verifique público, insumos e todo aparato necessário para que a 
empresa funcione, se destaque e tenha sucesso. 
4 EMPREENDIMENTOS
Dornelas (2016) explica que um empreendedor deve prestar atenção 
nos pontos que podem ser positivos e negativos para um negócio. Quanto ao 
ambiente externo, ele diz que é necessário identificar as oportunidades e ameaças. 
Já no ambiente interno, Dornelas afirma que o foco deve estar nas forças e 
fraquezas da organização.
Já que falamos até aqui sobre a Fit Food, vamos continuar utilizando-a 
como parâmetro. Digamos que a empresa identificou uma oportunidade de 
mercado, sendo esta o crescimento do número de pessoas interessadas no tipo 
de mercadoria que a marca comercializa, porém há uma ameaça nesse setor que 
é a constante entrada de novos concorrentes. O que ela deveria fazer diante disso, 
com uma boa e uma má notícia em mãos?
Considerando isso, a Fit Food deve buscar um diferencial competitivo para 
se destacar em meio à concorrência. Como a missão da empresa é ser reconhecida 
pelas suas inovações e ações empreendedoras, logo ela precisa fazer jus a este 
compromisso. E se a sua visão é ter sempre disponível novidades para os clientes, 
este é mais um ponto que deve ser preservado ao traçar estratégias para conquistar 
o mercado. 
Por fim, lembrando os valores da organização, ela cita que criatividade, 
inovação e, mais uma vez, o espírito empreendedor devem estar presentes. 
Frente a isso, só há uma opção para a empresa: adotar todas as medidas que ela 
se propôs ao entrar no mercado, pois isso aumentará suas chances de sucesso, 
minimizando as ameaças da concorrência.
Identificar oportunidades e ameaças, forças e fraquezas, faz parte do que 
chamamos de análise de SWOT (Figura 4). E ao fazer a análise de SWOT do seu 
negócio, o empreendedor saberá se posicionar melhor no mercado, sabendo como 
agir internamente no comando da sua organização.
76
Figura 4 – Análise de Swot: oportunidades e ameaças, forças e fraquezas
FONTE: Freepik 2022.
Ainda sobre as forças e fraquezas da Fit Food, ela pode constatar, por 
exemplo, que uma de suas forças são os colaboradores da organização, que são 
engajados com o projeto e têm um perfil compatível com o da marca. No entanto, 
uma fraqueza do negócio é a falta de treinamento desses funcionários. Ora, o 
empreendimento tem profissionais competentes na sua equipe, mas carece no 
quesito capacitação, este é um desperdício enorme, afinal não basta contratar 
um vendedor comunicativo, com desenvoltura e simpático com seus clientes se 
ele não receber o devido treinamento a respeito dos produtos e serviços que irá 
oferecer aos consumidores.
Com o objetivo de nos aprofundarmos no estudo da análise de SWOT, 
indicamos a leitura do artigo: “Uma Visão Sobre a Análise da Matriz SWOT 
como Ferramenta para Elaboração da Estratégia”, disponível para acesso no 
link: https://revistajuridicas.pgsskroton.com.br/article/view/720. 
DICA
Para consertar o problema interno da Fit Food e fortalecer o seu lado positivo, 
é preciso que os funcionários recebam treinamento antes mesmo de começarem a 
atender os clientes, seja qual for o segmento em que a organização atua.
É muito comum, lembrando do caso do indivíduo que comprou um hospital, 
que muitas pessoas pensem que só cargos importantes são passíveis de estudo e 
treinamento, no entanto, se queremos valorização de todos os tipos de trabalho e 
em todos os níveis hierárquicos, precisamos começar dentro dos nossos próprios 
negócios. Se você está abrindo uma confeitaria, treine o pessoal que irá atender os 
clientes, não apenas no trato cordial para com eles, mas também capacitando-os 
sobre todos os produtos que são oferecidos e as formas que o comprador pode 
consumi-los.
77
Quantas vezes já chegamos em um restaurante e o garçom se desculpou por 
não ter as informações que queríamos? Isto porque, provavelmente, era o primeiro 
dia de trabalho dele. Contudo, isso seria aceitável se um médico cirurgião fosse 
fazer a sua primeira operação e por infelicidade o paciente viesse a óbito? O que 
ele diria para a família? “Desculpa, essa é a minha primeira cirurgia”? Obviamente 
não. E isso raramente acontece, porque nessa profissão é preciso muito estudo e 
preparo, e o mesmo também deve acontecer nas demais profissões.
A Figura 5 mostra uma cliente com sorriso no rosto, o que demonstra que 
ela está sendo bem atendida pelo profissional daquele estabelecimento comercial 
que ela está. Qual será o resultado da experiência que essa cliente teve durante o 
tempo que esteve no restaurante?
Figura 5 – Cliente sendo bem atendido
FONTE: Freepik 2022.
O resultado da experiência que um consumidor pode ter em um 
estabelecimento comercial ao ser bem atendido por todos que compõem a equipe 
de trabalho, certamente deve ser o mais satisfatório possível. E quem ganha com 
isso? Todos. O cliente, que sai satisfeito do lugar e provavelmente irá retornar, além 
de indicá-lo para amigos. E também a própria empresa, que não fatura apenas no 
lucro, mas também no prestígio que tem no mercado.
78
Neste tópico, você aprendeu:
• Conhecimento a respeito dos ambientes que favorecem o 
empreendedorismo, reconhecendo que estes ambientes podem ser 
tanto internos quanto externos. 
• Quanto ao ambiente interno, é preciso construir uma organização 
com espírito empreendedor, desde a concepção da sua missão, visão 
e valores, até a contratação de colaboradores que tenham o perfil 
semelhante ao da empresa. 
• Já a respeito do ambiente externo, verificou-se os setores econômicos 
possíveis para empreender, como também alguns aspectos que podem 
influenciar no empreendimento, que são a economia local e regional, 
fatores sociais e culturais.
• Por fim, englobando tudo isso, verificamos que oportunidades e 
ameaças, bem como, forças e fraquezas podem gerar impacto nos 
empreendimentos, e é preciso estar atento a elas a fim de minimizar os 
pontos negativos e favorecer os positivos.
RESUMO DO TÓPICO 1
79
1. Quando um empreendedor decide transformar a sua ideia em negócio, ele 
precisa compreender que existem ambientes que favorecem o 
empreendedorismo, e quando falamos do ambiente interno da 
organização, este é um dos fatores que o empreendedor precisa prestar 
atenção. Sobre o ambiente interno de um empreendimento, assinale a 
alternativa CORRETA:
a. ( ) Deve contar com uma equipe de colaboradores engajados 
com as propostas da empresa.
b. ( ) Precisa ter colaboradores com perfis diferentes e divergentes 
com o da organização para assim incentivar mudanças.
c. ( ) Faz-se necessário que a cultura organizacional se ajuste às 
demandas e especificidades de cada funcionário para que o clima 
na empresa seja bom.
d. ( ) É importante dar atenção para o ambiente interno, pois é ali 
que está a produção da empresa, mas mais importante do que 
isso, e acima disso, é o com cuidado o ambiente externo.
2. Dentro dos ambientes que favorecem o empreendedorismo, temos 
os setores econômicos, que são diversos. Existe o setor jurídico e de 
políticas públicas, o de comércio e serviços, entre outros. Entretanto, o 
setor de tecnologia está em evidência nos últimos tempos. Com base 
nessa afirmação, analise as sentenças a seguir:
I. Ele está em foco por conta dos avanços tecnológicos e da internet.
II. Ficou em evidência, pois a perspectiva é que no período de 10 
anos haja uma desaceleração nesse setor, então muitas empresas 
estão buscando lucrar ao máximoenquanto ainda há tempo.
III. Muitas são as possibilidades de trabalho no setor tecnológico, 
como: desenvolvedor de aplicativos e software, especialista em 
datacenter etc.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
80
3. Ao começar uma empresa é preciso que alguns pilares estejam bem 
definidos e que a partir deles a organização como um todo tenha o norte que 
deverá ser seguido. De acordo com a missão, a visão e os valores de uma 
organização, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
( ) A missão da empresa diz respeito ao porquê daquele negócio existir. 
( ) A visão da empresa refere-se ao motivo da existência daquela 
organização. 
( ) Os valores da empresa estão atrelados aos pontos importantes que 
ela não abre mão de fazerem parte da organização.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. A Análise de SWOT é uma ferramenta que ajuda o empreendedor a 
melhorar seu posicionamento no mercado, tanto entendendo o ambiente 
interno como o externo. Disserte sobre o ambiente externo que uma 
empresa deve avaliar a partir da análise de SWOT, e como agir a partir das 
informações encontradas:
5. Ainda falando sobre a Análise de SWOT, o empreendedor pode valer-se 
também da avaliação do ambiente interno para fortalecer o seu negócio. 
Nesse contexto, disserte sobre os aspectos que compõem o ambiente 
interno da Análise de SWOT, e como o empreendedor deve agir de acordo 
com as informações encontradas:
81
COMO INOVAR 
DENTRO DO NICHO 
DE MERCADO QUE 
ATUO
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO 
Vimos até aqui, no decorrer do nosso material de estudo, que empreender é 
um processo contínuo, que vai além da mera abertura de uma empresa. Empreender 
depende de processos constantes para fazer com que a organização permaneça 
ativa no mercado e de forma atraente para os consumidores. Mas como é possível 
fazer com que um empreendimento se mantenha assim?
Uma das ações que constituem o empreendedorismo é a inovação. Inovar 
é a chave para o sucesso de muitos negócios que estão recém abrindo as suas 
portas, assim como para aquelas empresas que já têm anos de mercado. 
Para tanto, precisamos avaliar quais são os tipos de ambientes que 
favorecem a inovação, qual a importância do incentivo à inovação e, claro, como 
criar um ambiente inovador. É esta proposta de estudo do segundo tópico desta 
Unidade.
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM A INOVAÇÃO 
Se um bom empreendimento tem doses de inovação, como seria um 
ambiente que favorece esta ação?
Steve Johnson foi responsável por fazer uma longa investigação sobre o 
que ele define como a origem das “boas ideias”, e nesse percurso foram estudados 
os espaços que fizeram história ao gerar níveis significativos de criatividade e 
inovação (OLIVEIRA, 2013). A autora ainda destaca que foram descobertos em 
todos esses espaços a existência de padrões recorrentes que são cruciais para 
criar meios consideravelmente inovadores. 
82
Um desses padrões foi denominado de “palpites lentos”, isso porque as 
ideias ditas como revolucionárias, em suma, não surgem de uma hora para outra, 
logo, as ideias mais importantes acabam levando mais tempo para evoluir e passam 
um tempo mais longo adormecidas, e quando amadurecem, elas se tornam úteis. 
Oliveira explica que isso ocorre porque as boas ideias, em geral, emergem do 
encontro de palpites menores, dando uma proporção do que o produto, a marca ou 
o serviço poderia se tornar para o mercado.
É como o processo de amadurecimento de uma fruta, no princípio a semente 
é plantada (ideia), ela vai crescendo, fortalecendo-se (ideia vai tomando formato), 
algumas novas possibilidades surgem (flor) e, por fim, o fruto se estabelece, isto é, a 
ideia ganha vida, forma e é posta em prática – o produto/serviço nasce e é inserido 
no mercado. Tal analogia podemos ver na Figura 6.
Figura 6 – Analogia sobre o nascimento de uma ideia 
até constituir-se um produto/negócio
FONTE: Freepik 2022.
Ainda conforme Oliveira (2013, p. 16), é preciso de mudança de paradigmas 
para que as oportunidades para a inovação possam surgir, isso porque,
principalmente no que diz respeito à inovação radical, cada vez 
mais deixa de ser uma possibilidade e passa a se tornar um discurso 
obrigatório. Não se pode pensar mais em inovar essencialmente de forma 
incremental. A tecnologia cresce exponencialmente e a população hoje é 
sete vezes maior que a do século XVIII, tornando obsoleta a mentalidade 
da inovação puramente incremental.
Outra oportunidade de inovação proposta pelo autor é a identificação de 
lacunas, visto isso, Oliveira (2013, p. 19) diz que “por mais criativa e interessante 
que seja uma proposta inovadora, se o mercado não estiver disposto a pagar por 
ela, ou se ela não for conveniente para seus consumidores de alguma forma, ela 
tenderá a fracassar”. Dessa forma, as organizações precisam compreender a 
verdadeira proposta do produto elaborado, considerando o que ele se propõe a 
fazer, satisfazendo os desejos e as necessidades dos consumidores, sem deixar de 
ser atraente e viável para o público-alvo. Portanto,
83
a inovação deve oferecer a seu consumidor a possibilidade de fazer algo 
que antes ele era incapaz de realizar, seja pela falta de recursos ou pela 
complexidade do produto. Assim, a melhor maneira de se pensar na 
inovação é identificar as lacunas deixadas por produtos e serviços, até 
então, oferecidos ao mercado, em termos de suas funções (OLIVEIRA, 
2013, p. 19).
A terceira percepção que deve ser considerada é a preparação da 
organização e superação de desafios. Diante disso, Oliveira informa que, atualmente, 
os consumidores estão reavaliando seus conceitos sobre custo e valor, para tanto, 
produtos e serviços com novas características e menor complexidade, a baixo 
custo, tendem a corresponder a esses anseios do mercado consumidor. 
No vídeo do Ted Talk intitulado “O Poder da Inovação”, de Marcus Linhares, 
podemos conhecer mais sobre a evolução do pensamento empreendedor, da 
concepção de inovação por pendências ou tendências, e as relações entre 
inovação, tecnologia e empreendedorismo. 
Disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=BsDifn_0AmE>.
DICA
Vamos ver, a seguir, um case sobre inovação, e como ela pode ser posta em 
prática.
2.1 CASE: GREEN MOUNTAIN – TORRADEIRAS DE 
CAFÉ
A Green Mountain representa um excelente exemplo de organização 
que conseguiu se antecipar e provocar uma ruptura em seu mercado, como 
proposto no primeiro passo. De acordo com suas pesquisas, evidenciou-se que os 
consumidores buscam alternativas de baixo custo, mas que ainda assim ofereçam 
um café de qualidade, que possa ser preparado em casa de forma rápida e sem 
muitos inconvenientes. Em 1981, a Green Mountain era apenas uma pequena 
torrefadora de café que, após décadas de experiência no mercado, percebeu um 
nicho representado pelos consumidores que estariam dispostos a comprar café 
premium em supermercados, restaurantes e outros pontos. Esses consumidores 
mostravam-se interessados em um café de qualidade superior, mas com a 
possibilidade de preparo simples e pessoal. Percebeu-se que para entregar um 
produto factível e de fácil utilização ao consumidor, ela precisaria oferecer um 
método não convencional de se preparar o café, o que se tornou possível, em 
2006, com a aquisição das tecnologias K-cup e sistema Keurig, com a utilização de 
84
cápsulas de café já moídos. É interessante notar que a Green Mountain também se 
viu obrigada a inovar no modelo de negócio, não se utilizando dos canais varejistas 
tradicionais. Sua entrada se deu por meio das empresas. A percepção existente era 
a de que o consumidor, ao utilizar e ver a máquina de café funcionando dentro do 
escritório,se sentiria à vontade para investir os, então, 150 dólares para comprar o 
produto. Enquanto muitos de seus concorrentes enfrentavam dificuldades nesse 
setor, a Green Mountain Coffee chegou ao segundo lugar no ranking da revista 
Fortune, na lista das 100 organizações globais com o crescimento mais rápido 
(OLIVEIRA, 2013, p. 21).
Podemos perceber, a partir desse exemplo, que a empresa soube identificar 
as necessidades dos consumidores, bem como avaliar as tendências. Frente a 
isso, a organização precisou se preparar para inovar no nicho de mercado em que 
atua, isso significa estar preparada para sustentar a inovação de ruptura que será 
proposta, ou seja, aquela inovação que irá se diferenciar de tudo que já existe no 
mercado, apresentando uma nova forma que os consumidores terão para saciar 
suas vontades.
Oliveira (2013) ainda sugere que no campo das oportunidades para 
inovação é preciso desenvolver e gerenciar uma carteira de inovações, levando em 
consideração os seguintes aspectos: mercado alvo, grau de novidade do produto, 
modelo de negócio, e o propósito estratégico da inovação. Organizações devem, 
constantemente, avaliar as possibilidades de inovar, e para isso é preciso observar 
de perto o mercado, além de estabelecer um ambiente organizacional favorável a 
rupturas nas mercadorias até então produzidas, ou seja, ter profissionais atentos ao 
atual momento que a sociedade passa e aptos a propor implementações a serem 
feitas nas ofertas da marca.
Assista aos vídeos de casos de sucessos de empresários que usaram a 
inovação para se destacar no mercado e superar obstáculos. Disponível para 
acesso através do link: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
sebraeaz/inspirar-e-prosperar,fa3003c4d8378510VgnVCM1000004c00210
aRCRD>. 
DICA
Gundling (1999) corrobora dizendo que a cultura organizacional precisa 
ter algumas características, de modo que haja um ambiente propício para a 
inovação. Dentre essas características estão: a liberdade, a antecipação de fatos, a 
persistência, o aprendizado a partir das falhas e, claro, se divertir no trabalho, pois 
se este for prazeroso, consequentemente, gerará resultados melhores. Na Figura 7, 
vemos a analogia de um ambiente de trabalho que incentiva a inovação a partir da 
criatividade e interação entre a equipe.
85
Figura 7 – Ambiente de trabalho
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, tanto fatores internos como externos podem influenciar 
positiva ou negativamente o ato de inovar. Para Barbieri (2004), alguns dos fatores 
externos são: a estrutura de mercado, o ambiente nacional e internacional, as 
normas sociais e culturais de uma sociedade. Já os fatores internos são: modelo 
de gestão, motivação, satisfação no trabalho, estímulo à criatividade, redução de 
conflitos entre gerências, liderança, comunicação interna, gestão de projetos de 
inovação, empreendedores internos, sistemas de recompensas e clima inovador.
3 A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À INOVAÇÃO 
Vamos começar este subtópico analisando as empresas mais inovadoras no 
mundo que são listadas pela Fast Company, que elabora esse ranking anualmente. 
Assim, é possível perceber quais organizações causam maior impacto nos 
mercados em que atuam, gerando, igualmente, impacto na economia e na cultura, 
uma vez que empresas inovadoras têm a capacidade de movimentar ambientes 
socioeconômicos. Vejamos, a seguir, o ranking das Top 10 empresas mais inovadoras 
do mundo de 2022 (e por que elas foram escolhidas):
1. Stripe: por impulsionar a remoção de CO2 da atmosfera.
2. Solugem: por desenvolver um processo de produção de substâncias químicas 
a partir da cana-de-açúcar.
3. Twelve: por virar o jogo na indústria petroquímica.
4. BlocPower: pela geração de energia elétrica nas próprias residências.
5. ClimateTrace: por rastrear e reunir dados sobre níveis de emissão de carbono 
dos países.
6. Watershed: por colocar em empresas em “dieta de carbono”.
86
7. Doconomy: por calcular o custo de nosso estilo de vida.
8. Microsoft: por humanizar a produtividade.
9. SpaceX: por construir um foguete que só voa.
10. Canva: por trazer à tona o designer que há dentro de cada um. (FAST COMPANY, 
2022, s. p.).
Porter (1990) diz que quando uma empresa é singular em alguma de suas 
ações no mercado, ela é capaz de se diferenciar da concorrência e isso resultará em 
um desempenho superior. E, de maneira mais ousada ainda, Slywotzky e Morrison 
(2002) acreditam que para uma empresa permanecer lucrativa, a única maneira é 
através do constante processo de inovação.
Então, se a inovação é a chave para o sucesso de uma empresa, se 
diferenciando no nicho de mercado em que atua e permanecendo competitiva 
frente às demais organizações, o incentivo a essa prática deve ser não apenas 
constante, mas primordial.
A empresa multinacional americana de tecnologia diversificada, 3M, tem uma 
definição simples e direta sobre a inovação, que é: novas ideias + ações que 
produzem resultados (GUNDLING, 1999).
INTERESSANTE
Ademais, a competitividade não vem apenas da concorrência direta, isto 
é, por parte de empresas semelhantes entre si, mas também de forma indireta. 
Por exemplo, uma loja física de roupas compete diretamente com outras lojas 
da sua cidade, além do e-commerce; e compete indiretamente com outros 
estabelecimentos que não têm como foco principal a venda de roupas, mas estas 
também são comercializadas, como por exemplo, as grandes redes de supermercado 
que além de venderem bebidas e alimentos, vendem eletrodomésticos, artigos 
esportivos, roupas, entre outros itens, conforme podemos observar na Figura 8, 
que apresenta seções de uma loja de departamento.
87
Figura 8 – Loja de departamento: venda de diferentes tipos de produtos
FONTE: Freepik 2022.
E se a competitividade é acirrada e a inovação é pautada como um importante 
aspecto no quesito diferenciação entre as empresas, torna-se pertinente o incentivo 
do Estado para com as organizações no que tange às áreas de ciência, tecnologia, 
inovação e sociedade.
“Uma política de inovação parte da premissa de que o conhecimento tem, 
em todas as formas, um papel crucial no progresso econômico, e que a inovação é 
um fenômeno complexo e sistêmico” (SALERNO; KUBOTA, 2008, p. 17). Os autores 
explicam que é complexo porque, além da boa ciência, é preciso ter uma boa base 
produtiva, isto é, empresas capacitadas para pôr em prática os princípios científicos 
descobertos – transformar a ideia em produto. Assim, precisamos da ciência que 
fará as descobertas, mas tão importante quanto isso, é a produção, o acesso à 
tecnologia para desenvolvimento das propostas para, assim, concretizar a inovação.
Para Salerno e Kubota, o Brasil, ao longo das últimas três décadas, tem 
contado com um sistema mais robusto de inovação, e a Lei de Incentivo Fiscal à 
Pesquisa e Desenvolvimento de 2005 implicou em mudanças, tendo em vista a 
disponibilização de um conjunto de instrumentos de apoio à inovação nas empresas. 
A Lei de Incentivo Fiscal, criada pelo poder público, é uma espécie de renúncia do 
governo ao recebimento de recursos por meio de impostos, para que incentivos 
sejam gerados pelas empresas, estimulando o investimento, o crescimento e a 
geração de empregos, de forma que haja a promoção do desenvolvimento social e 
econômico (ASID, 2019).
Já a Lei nº 11.196/05, conhecida como Lei do Bem, foi criada para conceder 
incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de 
88
inovação tecnológica (FI GROUP, [2022?]). Essa Lei foi instituída porque sabe-se que 
o crescimento dos países passa pelo investimento em pesquisa, desenvolvimento e 
inovação. Vamos, então, conhecer os pré-requisitos da Lei do Bem:
• empresas em regime no Lucro Real;
• empresas com Lucro Fiscal;
• empresas com regularidade fiscal (emissão da CND ou CPD-EN);
• empresas que invistam em Pesquisa e Desenvolvimento.
Então, além, é claro, do incentivo interno por parte da empresa para que 
todos os envolvidos com a organização busquema inovação, é preciso, também, 
identificar o incentivo público que um município, um Estado e um país, como um 
todo, pode oferecer às empresas.
4 COMO CRIAR UM AMBIENTE INOVADOR
Você já parou para pensar como um empreendedor pode inovar no 
segmento em que atua? Pesquisar o nicho de mercado é o primeiro passo. E o que 
compreende o nicho de mercado? Além, é claro, do ramo de atividade econômica 
que é trabalhado, dentro de cada setor temos um tipo de público-alvo específico, 
assim como fornecedores e concorrência específicos.
Na Figura 9, vemos a análise do nicho de mercado, onde cada empreendedor, 
ao segmentar o seu ramo de atuação, avalia as ações e influências dentro desse 
espaço.
Figura 9 – Análise nicho de mercado
FONTE: Freepik 2022.
89
O público-alvo é caracterizado pelos consumidores com maior interesse pelos 
produtos e serviços que uma empresa oferece. Por isso, é sempre importante que 
as organizações estejam próximas a eles, identificando tendências e oportunidades. 
Hoje em dia com as mídias sociais não existem desculpas para não estar próximo 
do seu cliente. Além de divulgar sua marca e mercadorias através das redes 
on-line, é necessário também ouvir o feedback dos usuários e interagir com eles. 
As empresas que fazem isso, já estão a um passo à frente das suas 
concorrentes. O mundo digital tem crescido, e mesmo que sua empresa seja 
majoritariamente física, é importante se fazer presente na internet, através do site 
da sua companhia, ter um perfil nas mídias sociais, e um canal direto e eficiente 
para troca de mensagens com os consumidores, como o Telegram ou o WhatsApp, 
por exemplo.
Na sequência, temos os fornecedores: quanto melhor for o seu fornecedor, 
melhor será o produto e serviço que você disponibilizará para o mercado, e isso diz 
respeito ao preço, qualidade da matéria-prima e prazo de entrega. Por exemplo, se 
você é dono de um restaurante, os sabores e preços dos pratos elaborados para o 
cardápio dependerão, dentre alguns fatores, dos fornecedores que você escolher. 
Para isso, é importante que haja um padrão nos tipos de alimentos utilizados para 
elaboração dos pratos. Se os clientes conseguirem em diferentes épocas do ano 
visitar o seu restaurante e puderem saborear os pratos sem grandes variações, 
este, certamente, será um ponto positivo para a sua organização.
E o que falar em relação ao atendimento? O bom atendimento ao cliente é 
essencial e indiscutível. Na era do digital, em que processos automatizados com 
interação através de máquinas vem crescendo cada vez mais, as empresas que 
priorizam o contato pessoal com o seu público podem ser beneficiadas desde que 
esse atendimento seja eficiente, cordial e atencioso, correspondendo às demandas 
dos compradores. E caso o atendimento seja por meio de sistemas operacionais, 
é preciso escolher uma plataforma que funcione adequadamente de modo que o 
software entenda a solicitação do usuário e possa ajudá-lo.
Na Figura 10, vemos o atendimento ao cliente sendo realizado através de 
um chatbot.
90
Figura 10 – Atendimento ao cliente – Chatbot
FONTE: Freepik 2022.
O chatbot é considerado um software inteligente que simula os atos de 
conversação como se fossem seres humanos, sendo este o resultado das próprias 
pesquisas e avanços da Inteligência Artificial (LUCCHESI et al., 2018). E, por vezes, 
se a sua empresa for muito grande, é interessante investir em tecnologias digitais, 
como os chatbots, para que todos os seus clientes possam ser atendidos com 
facilidade, rapidez e agilidade. Mais um ponto positivo para as empresas que 
adotarem essas práticas.
Convidamos você para assistir ao vídeo Chatbot (atendimento automatizado), 
do Sebrae Minas, que conta um pouco mais sobre essa tecnologia. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ugack8yYSeA>.
DICA
E, por fim, no nicho de mercado que uma empresa atua, temos a concorrência, 
esta que deve também ser acompanhada pela organização, assim como os clientes. 
Mas porquê devemos investigar as ações da concorrência? Porque caso ela esteja 
propondo algo diferente daquilo que a sua empresa já faz para os consumidores, 
é bom que a sua organização junte toda a sua equipe, exponha a proposta da 
concorrência e, em cima disso, tenham ideias do que pode ser feito para superar 
esse possível obstáculo nos lucros da companhia. 
91
Copiar o que a concorrência faz não é a solução, o ideal a ser feito é oferecer 
a mesma coisa de uma forma diferente ou com benefícios a mais. Por exemplo, no 
caso do restaurante, se a sua concorrência oferece desconto durante os dias de 
semana, que tal o seu estabelecimento fazer uma promoção em que cada dia da 
semana, um determinado prato do menu terá um desconto especial. Você também 
estará ofertando a redução no preço do produto vendido, porém com um diferencial.
A exemplo disso, temos a loja de sanduíches Subway, que a cada dia da 
semana tem o sanduíche do dia como sugestão e preço padrão. Dessa maneira, 
os seus consumidores já podem se organizar, tanto com relação ao preço que 
precisarão desembolsar para degustar o lanche, como também para o dia em que 
o sabor da sua preferência estará com desconto.
Figura 11 – Sanduiche – todos os dias uma promoção
FONTE: Freepik 2022.
Para criar um ambiente inovador, é preciso:
• conhecer o seu nicho de mercado;
• aprimorar processos;
• incentivar a criatividade da equipe;
• aprender com os erros e corrigir falhas;
• ser receptivo a críticas e sugestões;
• desenvolver competências;
• identificar políticas públicas de incentivo à inovação.
92
E, os conceitos básicos, segundo Van de Ven, Angle e Poole (2000, p. 12-18 
apud MACHADO, 2007, p. 9-10), que promovem a inovação dentro de um ambiente 
organizacional são:
a. Ideias – a criação da nova ideia é a invenção, o seu desenvolvimento 
e implementação resulta na inovação. A nova idéia pode ser a 
recombinação de velhas idéias, um esquema que desafia a ordem 
atual ou uma fórmula ou uma abordagem que é percebida como 
nova por aqueles envolvidos com a inovação – embora muitas 
vezes possa ser percebida como uma imitação por outros que 
não estão envolvidos com a ideia. Incluem as inovações técnicas 
(novas tecnologias, produtos e serviços) e administrativas (novos 
procedimentos, políticas, formas organizacionais).
b. Resultados – ocorrem em um momento específico, após o 
desenvolvimento e implementação da nova ideia. Uma nova ideia 
pode tornar-se uma inovação, como também pode resultar em um 
erro. E, para isso, é preciso criar uma metodologia para identificar 
periodicamente, ao longo do desenvolvimento das novas ideias, 
indícios de que se efetivará como uma inovação.
c. Pessoas – representam o aspecto central do processo de 
inovação. Muitas inovações são complexas para uma única 
pessoa colocar em prática, dessa forma, grupos de pessoas 
precisam ser recrutados, organizados e dirigidos. A associação 
de pessoas em grupos resulta na interação de diferentes 
habilidades, níveis de energia e percepções que favorecem as 
inovações. As pessoas também são influenciadas pela forma 
como a organização foca ou protege práticas existentes, ao 
invés de estimular novos caminhos, encorajando as pessoas a 
contribuir com novas ideias.
d. Transações – relações inerentes ao gerenciamento de inovações 
que envolvem: 1) o relacionamento entre colegas, entre chefes e 
entre estes e seus subordinados; 2) o comprometimento para obter 
e alocar recursos; 3) o envolvimento entre diferentes unidades ou 
organizações para obter recursos para desenvolver as inovações 
ao longo do tempo.
e. Contexto – é o cenário ou ambiente institucional onde as ideias de 
inovação são desenvolvidas e transacionadas entre as pessoas. 
O processo de inovação deve abranger uma concepção macro, 
referindo-se à infra-estrutura organizacional necessária para 
implementar e comercializar uma inovação.
93
Desse modo, a Figura 12 nos mostra que a inovaçãodepende, então, de 
pessoas, de processo, de recursos e de comprometimento.
Figura 12 – Ideias
FONTE: Freepik 2022.
“A melhor maneira de se pensar na inovação é identificar as lacunas 
deixadas por produtos e serviços até então oferecidos ao mercado, em termos de 
suas funções” (OLIVEIRA, 2013, p. 19), e, em cima disso, remodelar bens e serviços 
para oferecer aos seus consumidores a possibilidade de fazerem algo que antes 
eles eram incapazes de realizar com os recursos que tinham no mercado. E talvez, 
ao fazer isso, muita coisa mude na sua empresa, desde os colaboradores que 
auxiliarão nesse processo, até mesmo a demanda de maquinário, tecnologia e 
demais investimentos.
94
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Para inovar dentro do nicho de mercado que uma determinada empresa atua, é 
primordial que ela conheça o seu segmento e tudo que pode influenciar as de-
cisões que serão tomadas. 
• Assim, faz-se necessário analisar os ambientes que favorecem a inovação, es-
tes que podem ser tanto internos como externos. Quanto ao que se refere aos 
aspectos externos temos toda uma estrutura de mercado. Já aos internos, é 
preciso ter atenção à composição da empresa.
• Isso porque, para inovar, também é preciso de incentivo à prática, esta que pode 
vir tanto do poder público como também de dentro da própria organização.
• Logo, avaliando os fatores internos e externos, é possível criar um ambiente fa-
vorável à inovação e que beneficie a empresa e o mercado como um todo, com 
boas ofertas de produtos e serviços para os consumidores.
RESUMO DO TÓPICO 1
95
1. Há um percurso para que boas ideias surjam, desde a sua concepção até 
o desenrolar de novas possibilidades que vão surgindo e, por fim, a sua 
idealização, de fato. Desse modo, há padrões que criam meios inovadores. 
Sobre esses padrões de inovação, assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) Há dois padrões de criação de ideias: horizontal (ideias que 
vão sendo construídas quando mais informações surgem); ver-
tical (ideias que já surgem praticamente prontas, só precisam de 
pequenos ajustes para serem colocadas em ação).
b. ( ) Um dos padrões cruciais para criar meios inovadores são os 
“palpites lentos”, ou seja, as ideias não surgem de uma hora para 
outra, elas levam mais tempo para evoluir e passam um período 
adormecidas.
c. ( ) Os padrões de inovação são conhecidos conforme os períodos 
da história, como por exemplo, antes da tecnologia as ideias eram 
mais lentas, já na era digital, tudo é mais rápido.
d. ( ) O padrão de inovação considerado mais usual entre as em-
presas é a “inovação por partes”, isso significa adotar estratégias, 
e colocá-las em prática de tempos em tempos para avaliar a re-
cepção dos consumidores diante de novas ideias.
2. Para que os empreendedores se sintam motivados a inovar, bem como 
as empresas adotarem práticas inovadoras para o desenvolvimento das 
suas organizações, é importante que incentivos sejam gerados. Com 
base nas ações do poder público quanto ao incentivo à inovação, analise 
as sentenças a seguir:
I. O Estado pode participar, divulgando para a população o nome 
das empresas que mais inovam na sua região.  
II. O governo pode contribuir através de incentivos fiscais, como a 
Lei do Bem.
III. Algumas ações dos governos em relação ao incentivo à inovação 
estão atreladas à cobrança de mais impostos, a fim de aumentar 
o arrecadamento do Estado para que ele possa aumentar a 
distribuição de recursos para a população.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
AUTOATIVIDADE
96
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
3. Conhecer o setor de mercado que a empresa atua é um fator importante 
quando ela parte na empreitada em busca da inovação, pois somente as-
sim ela saberá como se diferenciar e em que pontos produtos/serviços/
processos carecem de uma remodelagem. De acordo com a concorrência 
que a empresa encontrará no setor que ela atua, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(        ) Existe tanto a concorrência direta como também a concorrência 
indireta, e ambas irão influenciar as atividades da empresa.
(       ) A concorrência é um fator que influencia o nicho de mercado que 
uma determinada empresa atua, no entanto não devemos dar atenção a 
ela para não comprometer a saúde da empresa.
(        ) Competitividade é um tema complexo para as empresas, pois em 
geral só há concorrência quando uma empresa lança um produto/serviço 
diferente no mercado, o que impulsiona a busca por novidades por parte 
das demais organizações.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Para que um empreendimento possa adotar ações inovadoras nos seus 
processos, a fim de que produtos e serviços sejam oferecidos ao mercado 
com um diferencial competitivo, é preciso ter atenção às ideias dos 
colaboradores e como elas vão se desenvolvendo. Diante disso, disserte 
sobre o processo de nascimento e amadurecimento de uma ideia.
5. Criar um ambiente inovador dentro de uma organização demanda a 
adoção de algumas práticas e atenção a alguns aspectos para que assim 
esse ecossistema seja de fato promissor, gerando bons resultados. 
Considerando isso, disserte sobre os conceitos básicos que promovem a 
inovação dentro de um ambiente organizacional:
97
O PODER DO FOCO E 
DA INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, no Tópico 3 abordaremos o poder do foco e da inovação, isso 
porque, às vezes, os empreendedores querem abraçar o mundo, atender todos os 
públicos, ter um grande sortimento de mercadoria e, como consequência, pecam 
nos pontos mais importantes que são o foco e a inovação.
Se uma empresa não tem foco, ela não saberá o melhor caminho a 
seguir e como agir dentro do mercado, e isso aumenta os riscos de falência do 
empreendimento. E sem foco também não é possível inovar, pois para onde as 
ideias se voltarão se não há um norte para o empreendimento?
Assim, nas três seções a seguir veremos os seguintes temas: foco 
nos negócios para o crescimento; a inovação como fator para diferenciação e 
competitividade de um negócio; e, por fim, encerraremos abordando a criação 
de um negócio inovador. No decorrer da abordagem desses assuntos, veremos 
práticas que as empresas precisam adotar para ter sucesso.
2 FOCO NOS NEGÓCIOS PARA O CRESCIMENTO 
Assim como um jogo de dardos, representado na Figura 13, se o 
empreendedor não tiver foco no seu negócio para que este cresça, tudo poderá 
acontecer, menos o alcance dos seus objetivos.
Figura 13 – Jogo de dardos: foco no objetivo
FONTE: Freepik 2022.
TÓPICO 3
98
Dornelas (2016) explica que as vantagens competitivas irão acarretar em 
diferenciais para a empresa, fazendo com que os consumidores se beneficiem. 
Contudo, como se diferenciar se o empreendedor não tiver foco no tipo de negócio 
que quer desenvolver e nos produtos e serviços que quer ofertar?
Você, certamente, já foi em algum restaurante e, ao abrir o cardápio, os tipos 
de pratos servidos eram os mais diversos possíveis em um mesmo estabelecimento. 
Pizza, hambúrguer, arroz, feijão, churrasco e sushi. E o pior de tudo: sempre está 
faltando algum ingrediente e, por isso, determinadas opções do menu nunca estão 
disponíveis. Você quer sushi? Ah, mas está faltando peixe! Você quer pizza de 
calabresa? Ah, mas não tem calabresa! E que tal um churrasco de picanha? Bom, 
só tem costela.
Pois é, caro aluno, às vezes o empreendedor quer inovar demais, quer 
oferecer muita coisa para o seu cliente, a fim de atender todos os seus desejos 
e necessidades, mas no fim não consegue suprir o básico: ter um cardápio com 
produtos de qualidade e sem faltar alguma opção. Nada mais chato e inconveniente 
do que abrir a carta de uma lanchonete, ver que tem pastel de queijo, a boca 
começar a salivar e o garçominformar: estamos sem queijo. Nesse exato momento, 
um balde de água fria é jogado no consumidor que, imediatamente, se decepciona 
com o lugar. E se isso acontecer repetidas vezes, é certo que a imagem do local 
ficará comprometida entre os clientes.
ATENÇÃO
Se você quer conquistar o seu cliente, nada melhor do que atendê-lo 
bem. E para oferecer um serviço de qualidade, tenha foco no seu negócio. 
Questione-se: o que eu quero, de fato, vender para o meu consumidor? Eu 
tenho capacidade de suprir essa demanda com excelência? Vou dar conta 
de assumir todos os compromissos comprometidos com meu público-alvo?
O índice de mortalidade de micro e pequenas empresas brasileiras, 
infelizmente, é algo relevante, mas nos Estados Unidos, referência em 
empreendedorismo, a mortalidade das chamadas startups também é alta 
(DORNELAS, 2016). Dornelas informa que apenas 2% dos casos de fracasso das 
startups americanas têm causas desconhecidas, no entanto, 98% se resumem 
em falha ou falta de planejamento adequado do negócio, como podemos ver no 
Quadro 1.
99
Quadro 1 – Causas de fracasso das startups americanas
Incompetência gerencial 45%
Inexperiência no ramo 9%
Inexperiência em gerenciamento 18%
Expertise desbalanceada 20%
Negligência nos negócios 3%
Fraudes 2%
Desastres 1%
Total 98%
Apenas 2% são fatores desconhecidos
FONTE: Dornelas (2016, p. 95)
Para Dornelas, conforme pesquisas anuais realizadas pelo Sebrae-SP, as 
empresas brasileiras têm fatores de mortalidade semelhantes às empresas dos EUA. 
Ele cita a falta de planejamento em primeiro lugar, como a principal causa para o 
insucesso, na sequência aspectos como deficiências de gestão (gerenciamento do 
fluxo de caixa, vendas/comercialização, desenvolvimento de produto etc.), políticas 
de apoio insuficientes, conjuntura econômica e fatores pessoais (problemas de 
saúde, criminalidade e sucessão).
O autor afirma, ainda, que as falhas no gerenciamento diário de pequenas 
empresas são uma armadilha para o insucesso das organizações, conforme 
podemos ver no Quadro 2.
100
Quadro 2 – Maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas
Falta de experiência Atitudes erradas
Falta de dinheiro Localização errada
Expansão inexplicada
Gerenciamento de inventário impróprio
Excesso de capital em ativos fixos
Difícil obtenção de crédito
Uso de grande parte dos recursos do dono
FONTE: Dornelas (2016, p. 96)
Então, a pergunta que surge nesse momento é: como evitar essas armadilhas 
e aumentar a eficiência na administração do negócio? Novamente, Dornelas (2016) 
explica que não há uma receita padrão para isso, porém é aconselhado que os 
empreendedores, continuamente, busquem capacitação com o objetivo de 
adquirir a experiência necessária e a disciplina no planejamento do seu negócio. 
Em resumo, o autor esclarece que a ação mais importante no gerenciamento de um 
empreendimento é o: PLANEJAMENTO!
Vídeo: Como elaborar um plano de negócio. Para que tudo dê certo 
na sua empresa, é importante que você tenha um plano de negócio. 
Com ele, é possível detalhar informações sobre seu ramo, produtos e 
serviços, clientes, concorrentes, fornecedores, além de pontos fortes e 
fracos. Neste vídeo, você terá mais informações sobre esse importante passo: 
<https://www.youtube.com/watch?v=V3u2Tu6t1UU>.
DICA
Se formos perguntar a todos os empreendedores que começaram um 
negócio se eles querem ter sucesso naquela empreitada, a resposta será unânime: 
é óbvio que eles querem obter os melhores resultados. Ninguém lança um produto 
para que seja um fracasso, ocasionando a perda de tempo e de investimentos 
de recursos financeiros. Contudo, muitos acabam tendo que enfrentar esses 
problemas, por falta de foco na empreitada que estão prontos a encarar.
101
Na Figura 14 podemos observar a ilustração de um empreendedor que teve 
fracasso empresarial.
FIGURA 14 – FRACASSO EMPRESARIAL
FONTE: Freepik 2022.
A perda de prestígio no mercado ocasiona a redução das vendas, dos 
ganhos financeiros e, por fim, o fracasso do empreendimento. Mas tudo isso pode 
ser evitado ou revertido se o empreendedor tomar algumas decisões, primeiro 
buscando entender o porquê da atual situação que se encontra e, segundo, 
começando a planejar passo a passo o que será feito para que o negócio frutifique.
3 A INOVAÇÃO COMO FATOR PARA 
DIFERENCIAÇÃO E COMPETITIVIDADE DE UM 
NEGÓCIO 
Após a tomada de decisão do empreendedor em focar no seu negócio, 
identificando o nicho de mercado que irá atuar e escolhendo com rigor os produtos 
e serviços que tem capacidade de ofertar com qualidade aos consumidores, é 
chegada a hora de pensar na inovação.
102
Figura 15 – Inovar para se diferenciar
FONTE: Freepik 2022.
A Figura 15 mostra o impacto da inovação no mercado. Enquanto todos 
estão fazendo as mesmas coisas, exatamente da mesma forma, um empreendedor 
surge com uma ideia nova e se destaca em meio aos demais.
“É preciso ter disposição para investir tempo e vida pessoal na empresa. 
É necessário estruturar a empresa em cima de um modelo de negócio. 
Inovar, revolucionar, apostar em algo diferente. Crie seu segmento de negócio. 
Não desanime com os riscos de perda. Acredite nas possibilidades de vencer” 
(DORNELAS, p. 44).
INTERESSANTE
Cardoso (2015) afirma que inovar é preciso, isso porque o desenvolvimento, 
aprimoramento e inovação de produtos, serviços e processos devem fazer parte 
da rotina de qualquer organização do século XXI. Cardoso destaca, ainda, que 
ao compararmos a lista das empresas mais valiosas do mundo com a lista das 
empresas mais inovadoras, é possível observar que as companhias são basicamente 
as mesmas. Percebemos, então, que a inovação é o que gera valor e coloca as 
organizações contemporâneas à frente das demais.
Para Contador (1995 apud BIASI et al., 2018) existem cinco campos de 
competição de uma empresa que interessa para os consumidores, os quais veremos 
no Quadro 3, a seguir.
103
Quadro 3 – Campos da competição que interessam o cliente
Competição em preço
O preço mais baixo possibilita à empresa conquistar sua fatia no 
mercado e o volume de vendas faz com que esta consiga reduzir 
seus custos.
Competição em produto Pode-se competir em projeto de produto, qualidade de produto, variedade e novos modelos.
Competição em assistência técnica As empresas podem competir em atendimento antes, durante e depois da venda.
Competição em imagem Pode estar relacionada à imagem da própria empresa, da marca, do produto ou sustentabilidade.
Fonte: Contador (1995 apud 2018, p. 9)
Ao escolher um desses cinco campos, a empresa irá se diferenciar no 
mercado, enquanto as demais organizações permanecerão com as mesmas 
estratégias. Logo, uma organização pode se diferenciar no mercado, tornando-se 
mais competitiva, quando ela opta por praticar preços mais baixos na venda das 
suas mercadorias; ou quando ela decide remodelar e aprimorar o produto vendido; 
ou na assistência técnica, seja durante ou após a venda das mercadorias; ou, até 
mesmo, na imagem da marca, aliando ela, por exemplo, às questões ligadas à 
sustentabilidade.
Anteriormente, no Tópico 2 – Subtópico 3, falamos da importância do 
incentivo à inovação, trazendo o ranking das Top 10 empresas mais inovadoras do 
mundo no ano de 2022. E uma dessas empresas, que conquistou o primeiro lugar 
na lista, foi a Stripe, por impulsionar a remoção de CO2 da atmosfera.
A Stripe é uma empresa de tecnologia e, a seguir, veremos um case sobre 
uma de suas inovações que influenciou no seu poder de diferenciação no mercado, 
tornando-a competitiva por aliar práticas sustentáveis.
3.1 CASE CARBON PLAY
“CarbonPay lança cartões para compensação de carbono com a Stripe em 
apenas 20 semanas” (STRIPE, 2022, s. p.).
A CarbonPay emite cartões de pagamento que permitem que as empresas 
combatam as mudanças climáticas assumindo a responsabilidade por seu uso de 
carbono em cada transação. A CarbonPay compensa, automaticamente, 1 kg de 
CO2 para cada US$1,50 gasto, sem custo extra para osclientes. A Stripe ajudou a 
plataforma a colocar no mercado essa combinação inédita de serviços financeiros 
e climáticos, acessível para empresas de todos os tamanhos e em qualquer estágio 
da jornada de sustentabilidade (STRIPE, 2022, s. p.).
104
Desafio: criar um modelo de negócios que promovesse mudanças 
sistêmicas e permitisse que todos agissem. Ser automático, simples e com um alto 
nível de transparência, para que os clientes percebessem que estavam criando 
efeitos reais. Diante disso, a ideia da equipe foi transformar as compras simples que 
as empresas fazem todos os dias em um catalisador para salvar o planeta (STRIPE, 
2022, s. p.).
Solução: a equipe da CarbonPay sabia que podia fazer a diferença se 
escolhesse parceiros alinhados com os valores da marca e que fossem os melhores 
do mercado. Para isso, era preciso encontrar entidades com sucesso comprovado 
no combate às mudanças climáticas. A CarbonPay escolheu Stripe Issuing, Stripe 
Connect e Stripe Treasury para criar seus produtos financeiros e o Stripe Climate 
para doar parte das tarifas das transações para iniciativas em favor do clima 
(STRIPE, 2022, s. p.).
Resultados: em apenas 20 semanas, a equipe usou a Stripe para criar 
rapidamente uma plataforma de pagamentos e adicionar remoção de carbono ao 
seu portfólio de ações climáticas, resultando em 1 kg de compensação de carbono 
para cada US$1,50 gasto (STRIPE, 2022, s.p.).
4 COMO CRIAR UM NEGÓCIO INOVADOR
Mão na massa! É hora de tirarmos aquela ideia do papel e colocarmos 
em prática, seja um novo produto ou um negócio a ser construído. Mas nada de 
fazermos igual a tudo que já tem sido feito no mercado, vamos inovar!
Para inovarmos, vamos fazer como a Figura 16 nos mostra. Juntamos 
uma equipe, reunimos ideias, alinhamos nossos conhecimentos, pesquisamos e 
planejamos todo o processo.
Figura 16 – Processo de inovação
FONTE: Freepik 2022.
105
Assim, para criar um negócio inovador, é preciso descrever, desenhar e 
mapear como o seu empreendimento pode funcionar, dentro das necessidades 
demandadas, como: colaboradores, fornecedores, intermediários, recursos e, claro, 
os consumidores.
E para ser inovador, você precisa pesquisar o que já existe no mercado para 
que possa estudar como criar um diferencial para o produto ou serviço que será 
ofertado. Vamos ver um exemplo? Que tal citarmos a Netflix?
A Netflix ([2022?]) é um serviço de transmissão on-line que oferece ampla 
variedade de séries, filmes e documentários premiados em milhares de aparelhos 
conectados à internet. Você pode assistir a quantos filmes e séries quiser, quando 
e onde quiser, sem comerciais – tudo por um preço mensal bem acessível. 
Na plataforma, você sempre encontra novidades, isso porque a cada semana são 
adicionados novos títulos.
Antes da Netflix, assistíamos a esse tipo de conteúdo na programação 
da TV aberta ou canais a cabo. Era preciso esperar o horário que seu programa 
iria começar para sentar em frente a televisão e assistir o filme, a série ou o 
documentário. No entanto, além do incômodo de ter um horário fixo, os comerciais 
também atrapalhavam o momento de curtir a programação desejada. Um filme 
de 1h30min tornava-se muito mais longo, devido às propagandas. E se dá aquela 
vontade de fazer uma pipoca, ir ao banheiro, ou até mesmo atender uma ligação 
telefônica? Pronto, basta uma dessas interrupções para que você perca parte do 
conteúdo ou até mesmo desista de assistir.
Pensando nisso, a Netflix não chegou ao mercado exclusivamente para 
oferecer a opção dos usuários assistirem filmes e seriados. Ela inovou em dois 
pontos. Primeiro, a plataforma pode ser acessada através do smartphone, 
computador ou televisão. E em segundo lugar, o assinante escolhe a melhor hora 
para assistir a programação desejada, pausando os vídeos quando necessário ou 
até mesmo pulando partes que não lhe interessa ver. Ah, e claro, sem a interrupção 
de propagandas comerciais. 
Todo o sucesso da Netflix é consequência do conteúdo que ela oferece para 
os consumidores e também a forma – prática e fácil – que eles têm acesso a isso. 
E essa acessibilidade que o consumidor tem cria valor para a empresa, afinal quem 
não gosta de organizações que surgem no mercado com novas propostas que 
otimizam nossa rotina?
106
Vídeo: A história da Netflix. Conheça como essa empresa surgiu e foi 
ganhando grande espaço no mercado, fazendo com que ela se tornasse um 
sucesso no segmento em que atua. Disponível para acesso através do link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=uRfwKgm_hTM>. 
DICA
Para criar um negócio inovador é preciso, então, perceber os desejos e as 
necessidades dos clientes por meio de pesquisas de mercado, a fim de verificar 
oportunidades no setor que se pretende trabalhar. E, por fim, elaborar o produto/
serviço na sua melhor versão para apresentá-lo ao público consumidor.
O segredo para a inspiração organizacional, de modo que ideias estejam 
sempre surgindo, é construir redes de informação que permitam que a intuição 
persista, e até mesmo se disperse e recombine-se, sem enclausurar as intuições 
(JOHNSON, 2011). Veja o quão importante é a liberdade de pensamento, geração 
de ideias e a permissão para ser criativo dentro do ambiente organizacional. Na 
Figura 17, trazemos de novo a proposta de pensar fora da caixa, a qual já citamos 
nessa disciplina. Sem empreendedores que ousaram ou que permitiram que seus 
funcionários compartilhassem ideias novas, não teríamos a Netflix, o Uber, o 
Facebook, o Google, etc.
107
Figura 17 – Pensar fora da caixa
FONTE: Freepik 2022.
Entretanto, caro aluno, “um grande mito que envolve os empreendedores é 
o de que essas pessoas diferenciadas, que assumem riscos, que não se contentam 
com a mesmice, são autossuficientes, [...] são super-homens ou mulheres-maravilha” 
(DORNELAS, 2007, p. 54). No entanto, todos precisamos do auxílio de pessoas 
que também embarquem nessa jornada empreendedora conosco, apostando 
nas nossas ideias para que assim, através da cooperação mútua, um sonho se 
torne realidade. Por isso, por vezes um sócio aparecerá nesse percurso, além dos 
colaboradores que irão unir o seu conhecimento aos processos de fabricação. 
Tudo isso vem a colaborar com o resultado final da empreitada.
Assim, Oliveira (2013) afirma que o empreendedor deve ter em mente que 
o futuro depende da capacidade que ele terá de abandonar práticas de negócio 
tradicionais e adotar práticas inovadoras, quando exigidas. Novas tecnologias estão 
sempre surgindo e se abster delas é um problema, bem como deixar de considerar 
as inovações que são capazes de criar novos clientes e mercados. Isso quer dizer 
que, para uma empresa se manter no topo, não basta continuar fazendo com 
excelência o que ela já tem feito nos últimos tempos, mas também procurar atender 
novos públicos, dentro do segmento em que ela atua. Um exemplo que podemos 
dar em relação a isso é quanto às hamburguerias, que ao ver o crescimento de 
consumidores vegetarianos e veganos, introduziram lanches no cardápio para 
atender esse público. Assim, uma família ou um grupo de amigos podem ir no 
mesmo lugar, fazer a refeição juntos, cada um conforme o seu gosto. 
Uma última observação sobre esse ponto, que se difere do que falamos 
anteriormente sobre um restaurante com vários tipos de comida e que não 
consegue atender a demanda do seu público. No caso da hamburgueria, ela não 
irá mudar o tipo de prato que oferece para os clientes, mas irá acrescentar um 
produto da mesma linha, em uma nova versão. Em vez de ofertar apenas 
hambúrgueres de carne e frango, ela poderá dispor de hambúrgueres de soja, de 
plantas etc.
108
109
LEITURA COMPLEMENTAR
INOVAÇÃO ABERTA COMO UMA VANTAGEM 
COMPETITIVA PARA A MICRO E PEQUENA 
EMPRESA
Glessia Silva 
Antonio Luiz Rocha Dacorso 
2 CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA 
DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES 
Discussões acerca do que seria vantagem competitiva foram tratadas por 
Michael Porter, em seu livro Vantagem Competitiva, de 1989. Segundo ele, o termodiz respeito à criação de valor para a organização por meio de estratégias bem 
elaboradas que permitam elevado desempenho perante o mercado e concorrentes 
em geral. Essa visão apresenta uma abordagem que considera a busca por melhor 
posicionamento mediante a exploração de competências, percepção de mercado 
e oportunidades, e fortalecimento da relação com os clientes, pautada na visão 
sistêmica do negócio e não mais apenas do produto (PORTER, 1989).
No mesmo sentido, Brito e Brito (2012) a definem como o posicionamento 
acima da média de uma determinada organização em relação a si mesma, em anos 
anteriores, e às demais empresas com as quais compete, conquistada por meio de 
criação de valor entre empresa, cliente e fornecedor, de forma a fazer com que a 
superioridade de seu desempenho seja reconhecida e valorizada por seus clientes. 
Baseados nisso, Salunke, Weerawardena and Mccoll-Kennedy (2011) afirmam que 
a competitividade exige uma análise apurada tanto do ambiente interno quanto 
externo às organizações, a fim de alinhar as estratégias adotadas com o mercado e 
gerar boas performances sustentáveis no decorrer dos anos.
Corroborando com o exposto, Woerter and Roper (2010) destacam que, 
num ambiente de constantes mudanças e incerteza quanto ao futuro, buscar 
alternativas de atuação tem se tornado mais que um objetivo, uma necessidade de 
sobrevivência. A capacidade de identificar onde se está, por que se está trilhando 
determinada estratégia, e como são elaboradas as ações, se torna, assim, decisiva 
para se manter atuante no negócio.
Todos esses aspectos denotam aquilo que, segundo Salunke et al. (2011), 
está, atualmente, cada vez mais relacionado com a vantagem competitiva, a 
110
necessidade de as organizações inovarem e aprenderem com a inovação. Isso 
porque a capacidade de buscar novas ideias e soluções, assim como novas formas 
de fazer negócio têm se transformado na melhor maneira de acompanhar as rápidas 
transformações no mercado. Assim, com seu desenvolvimento muitas vezes 
suprimido pelas mudanças no mercado, as empresas estão tendo de competir 
em meio a descontinuidades e a buscar constantemente conhecimento que lhes 
permitam prosperar.
As capacidades e potencialidades das empresas são, assim, desenvolvidas e 
controladas de forma a melhor aproveitarem os recursos disponíveis, uma vez que, 
por serem estes escassos, devem ser corretamente manipulados para agregar valor 
ao negócio (MAÇANEIRO; CHEROBIM, 2011), dificultar a imitação por concorrentes 
e permitir a inovação.
Ademais, o foco da vantagem competitiva concentra-se nos processos de 
mudança, inovação e dinâmica da concorrência e baseia-se na descoberta interativa 
de informações divergentes e conhecimentos dispersos, com oportunidades 
a serem identificadas. Nesse contexto, como evidenciam Robertson, Casali e 
Jacobson (2012), as capacidades dinâmicas, relativas à capacidade de as empresas 
compreenderem e influenciarem os processos de mudança, tornam-se favoráveis 
à flexibilidade e antecipação, no intuito de estabelecer uma ponte entre a estratégia 
empregada e o mercado.
Assim, há a necessidade de atuação conjunta das organizações com 
outros agentes, para melhor enfrentar as turbulências de mercado, uma vez que a 
formação de parcerias constitui uma das principais práticas de negócio e resulta no 
efetivo compartilhamento de recursos a partir de estratégias específicas (ALVES; 
TIERGARTEN; ARAÚJO, 2008).
Segundo Maçaneiro e Cherobim (2011), dado o atual cenário global altamente 
competitivo, no qual as organizações estão inseridas, as firmas encontram maior 
possibilidade de competir através de cooperações e associações que garantam 
vantagens para todos os envolvidos e que amenizem os riscos oriundos do 
mercado. Assim, Esteves e Nohara (2011) apontam que a criação de vantagem 
competitiva por meio de alianças contribui para facilitar o acesso a outros atores, 
recursos e atividades, além de ampliar a obtenção de conhecimento, melhorar o 
posicionamento e agregar valor aos relacionamentos de negócio.
Em face dessas perspectivas, Chesbrough (2012a) expõe que algumas 
organizações têm buscado vantagem competitiva através de alternativas que 
superem as antigas práticas de inovação e demandem uma interação ainda maior 
com agentes externos, de modo que organizações com visão abrirão seus negócios 
a ideias oriundas de fontes externas e praticarão aquilo que se denomina inovação 
aberta. Assim, tendo em vista que a nova forma de competir está voltada para 
o fortalecimento das relações e busca por conhecimento compartilhado, com 
111
menor custo e maiores oportunidades, Parida et al. (2012) apontam para uma 
maior possibilidade de longevidade e crescimento das MPEs ao incorporarem esses 
preceitos em suas estratégias competitivas, uma vez que necessitam transpor 
algumas barreiras que inibem seu desenvolvimento.
FONTE: adaptada de DACORSO, A. L. R.; SILVA, G. Inovação aberta como uma 
vantagem competitiva para a micro e pequena empresa. RAI – Revista de admi-
nistração e inovação, v. 10, ed. 3, p. 251–269, jul./set. 2013. Disponível em: https://
www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809203916302686. Acesso em: 4 
ago. 2022. 
112
RESUMO DO TÓPICO 3
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu: 
• O poder do foco e da inovação foi tema do último tópico da Unidade 2. Vimos 
a importância de compreender o segmento que a empresa irá atuar e o que 
ela precisa fazer para poder corresponder aos desejos e às necessidades dos 
consumidores com qualidade e excelência. 
• Além disso, abordamos como a inovação pode ser um fator relevante para que 
as organizações criem um diferencial competitivo, tanto para aumentarem suas 
vendas, como para que os clientes sejam assistidos da melhor maneira, com 
produtos e serviços novos, práticos e facilitadores no dia a dia das pessoas.
• Foi a partir deste estudo, que pudemos compreender como criar um negócio 
inovador, o qual dependerá de pesquisa e planejamento para obter bons 
resultados. 
• Assim, um bom empreendimento atingirá o topo quando satisfazer o mercado 
e for capaz de inovar sempre que possível. Para tanto, é preciso estar aberto a 
ideias, deixar a intuição fluir e a criatividade entrar em cena para levantar novas 
possibilidades de produtos/serviços e negócios.
113
AUTOATIVIDADE
1. Digamos que um determinado empreendedor, na sua ânsia em ter o 
próprio negócio, simplesmente montou a sua empresa e no decorrer do 
processo tentou atender todos os consumidores, fabricando produtos de 
todos os tipos para não perder clientela. Diante do que acontece com 
empreendimentos que tentam abraçar o mundo, assinale a alternativa 
CORRETA:
a. ( ) Por mais controverso que isso pareça, eles começam a ter 
lucro e expandir a sua empresa.
b. ( ) Empreendimentos assim tendem a segmentar mais ainda o 
seu público, atendendo um número restrito de consumidores.
c. ( ) Pela falta de foco, deixam de suprir o básico, que é ter produtos 
de qualidade e atender bem o seu cliente.
d. ( ) Acabam cobrando valores muito altos, o estoque está sempre 
cheio, apesar do grande número de clientes que frequentam o 
local.
2. Muitas pequenas empresas brasileiras estão dentro do índice de mortali-
dade, em virtude de fatores que prejudicam o seu crescimento e desen-
volvimento no mercado. Com base nos fatores que levam uma empresa a 
fechar suas portas, analise as sentenças a seguir:
V. A falta de planejamento dos empreendedores, seja na abertura da 
empresa ou durante as suas atividades, é um dos fatores críticos 
para saúde das organizações.
VI. Problemas na gestão da empresa como gerenciamento do caixa, 
das vendas e desenvolvimento do produto, são indícios que a em-
presa não está indo bem. 
VII. Empreendedores extravagantes, que gostam de fazer do seu 
negócio o centro das atenções, acabam desviando a atenção 
do público para os produtos e isso pode levar à falência do 
empreendimento.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentençasI e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
114
3. Empresas podem se tornar competitivas de diversas formas, e diante 
disso se tornam atrativas para os clientes. De acordo com os campos 
da competição que interessam o cliente, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
(    ) Competição em imagem é um desses campos, e diz respeito à forma 
como a marca é vista pelo consumidor. 
(    ) Competição em segmentos, é um dos campos de competição que 
interessam ao cliente, pois refere-se a todos os produtos que uma 
empresa tem para oferecer para segmentos diferentes onde há clientes 
com desejos e necessidades diversos.
(    ) Competição em produto é outro campo, este que refere-se a tudo 
que pode ser feito para que um produto seja aprimorado e se destaque 
no mercado.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Para competir no mercado, a empresa precisa se diferenciar e uma forma 
de fazer isso é através da inovação. No nosso material de estudo, vimos 
o caso da empresa Stripe, que se diferenciou e se tornou competitiva 
por aliar práticas sustentáveis ao seu negócio. Além dela, outras nove 
empresas foram citadas no ranking das Top 10 empresas mais inovadoras 
do mundo no ano de 2022. Disserte sobre uma dessas empresas 
destacando o seu diferencial competitivo.
5. Às vezes, abandonar práticas de negócio tradicionais vem a calhar de 
forma positiva, a fim de que a empresa se mantenha ativa no mercado. 
Afinal, novas tecnologias vão surgindo e se apropriar delas é pertinente 
para a contemporaneidade dos negócios, bem como a necessidade de 
atender novos clientes e novos mercados. Disserte sobre como o futuro 
das organizações depende fortemente da capacidade de mudar.
115
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118
119
UNIDADE 3
ORGANIZAÇÕES 
EMPREENDEDORAS, 
EMPREENDEDORISMO 
CORPORATIVO 
E PROCESSO 
EMPREENDEDOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• compreender o que é uma organização empreendedora;
• diferenciar uma organização empreendedora de uma organização que 
não é empreendedora;
• compreender o que é o empreendedorismo corporativo;
• identificar o processo empreendedor.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O QUE É UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA
TÓPICO 2 – CONHECENDO O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
TÓPICO 3 – O PROCESSO EMPREENDEDOR
120
121
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, ao longo de todo o nosso material de estudo conhecemos um 
pouco mais sobre o que é o Empreendedorismo, o que é a Inovação, formas de 
empreender e inovar, bem como a importância da inovação para diferenciação de 
um empreendimento, resultando na competitividade de mercado.
Assim, nesta terceira unidade, veremos a partir do Tópico 1 o que é uma 
organização empreendedora. No primeiro subtópico, esse assunto será abordado 
com o objetivo de distinguir as organizações que mantêm o espírito empreendedor 
durante a sua jornada, daquelas organizações que deixam de lado essa atividade.
Nos subtópicos seguintes, daremos ênfase à importância do 
empreendedorismo contínuo dentro das organizações. E também veremos o 
impacto das organizações empreendedoras no mercado. Desse modo, o tema 
empreendedorismo vai se fortalecendo, e nossa compreensão sobre o assunto 
também aumenta, o que nos permite tomar decisõesmais assertivas para o sucesso 
dos empreendimentos, seja como donos de um negócio ou como funcionários. 
2 IDENTIFICANDO UMA ORGANIZAÇÃO 
EMPREENDEDORA
Iniciativas empreendedoras – que deveriam existir a fim de manter a 
longevidade de uma empresa – ocorrem em organizações durante todo o seu 
período de existência, isso porque se partirmos do pressuposto de que empreender 
é transformar ideias em negócios, então o desenvolvimento e a continuidade de 
uma empresa dependem de certa constância em ter ideias e colocá-las em prática. 
Hashimoto (2013) confirma isso, dizendo que uma organização com orientação 
empreendedora é aquela que mantém vivo o espírito empreendedor.
TÓPICO 1 
O QUE É UMA 
ORGANIZAÇÃO 
EMPREENDEDORA 
122
Novas oportunidades empreendedoras podem surgir em momentos 
distintos, para tanto é preciso estar sempre observando o mercado. Iniciativas 
em prol do empreendedorismo e que criaram bases para empreender no Brasil 
podem ser percebidas em dois importantes eventos no país: a Copa do Mundo de 
Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016 (DORNELAS, 2016). Estes acontecimentos, 
segundo Dornelas (2016), estimularam novas oportunidades empreendedoras, bem 
como proporcionaram a criação e o desenvolvimento de novos negócios no país 
que podem ter continuidade por vários anos, mesmo após o encerramento dos 
eventos. 
Vamos ver alguns exemplos disso?
A chance de lucrar com a Copa do Mundo fez grandes empresas criarem 
produtos inspirados no Mundial, segundo Neumam (2014). No entanto, este autor 
explica que há regras para fazer menção ao evento que são impostas pela Fifa, logo, 
somente empresas que patrocinam a Copa podem usar símbolos oficiais. Contudo, 
algumas organizações optam por apenas fazer referências indiretas à Copa nos 
produtos e na publicidade, explorando ícones do futebol, da cultura do país e, claro, 
as cores verde e amarelo, sem utilizar símbolos e menções explícitas. Uma das 
empresas que aproveitou a oportunidade foi a Lupo, que criou a coleção «Cueca 
da Sorte», cuja campanha foi estrelada pelo jogador Neymar. A Lupo investiu 
R$4,5 milhões na campanha que foi veiculada na televisão, na mídia impressa e na 
internet, a fim de projetar um retorno de 20% no aumento das vendas de cuecas.
Figura 1 – Cores verde e amarelo em itens alusivos à copa do mundo
 
FONTE: Freepik 2022.
123
Outras empresas também se aproveitaram da ocasião e impulsionaram 
novas campanhas e novos produtos. Uma delas foi a Avon, que criou a colônia 
masculina Golaço na versão 75ml. O Boticário também disponibilizou perfumes 
com vidros coloridos da linha Linda Brasil. A Havaianas fez sapatilhas, chinelos e 
tênis nas cores verde e amarelo. E a Tramontina lançou faqueiro, kit de caipirinha 
e até uma frigideira com as cores do Brasil e com o desenho de bola de futebol 
(NEUMAM, 2014). 
Figura 2 – Roupas, bandeiras, objetos: copa do mundo de futebol
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura 2, vemos produtos lançados em referência à Copa do Mundo 
de 2014 que foi realizada no Brasil. A Avon, assim como o Boticário, a Lupo, a 
Tramontina, e outras organizações nacionais e internacionais, tomam iniciativas, 
inovam e agem prontamente para atender os desejos e as necessidades dos seus 
clientes, gerando impacto na economia e constante renovação no segmento de 
mercado em que atuam.
Na reportagem do Portal E-commerce Brasil, o artigo intitulado Em tem-
pos de mudanças contínuas, marcas devem se reinventar sem per-
der o DNA traz uma abordagem interessante sobre como o movimento 
de empresas no mercado é importante para continuarem competitivas. 
Acesse em: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mudancas-
-marcas-reinventar-dna/. 
DICA
124
Sausen, Rossetto e Behling (2018) explicam que um fator importante nas 
organizações é a busca constante pela inovação, pois as ideias dificilmente 
surgem do nada. Assim, ainda de acordo com os autores supracitados, amparados 
em Bhupendra e Sangle (2015, p. 186 apud ROSSETO; BEHLING, 2018, p. 4), 
“a inovação se constitui de um processo sistemático, que consiste na busca 
deliberada e organizada de mudanças e na análise sistemática das oportunidades 
que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social” . Logo, 
organizações empreendedoras são aquelas que estão sempre em processo de 
busca e análise de oportunidades.
Ademais, é preciso ter habilidades para empreender. Frente a isso, Dornelas 
(2007, p. 93), começa explicando que “gerenciar o caixa da empresa deve ser uma 
das principais habilidades dos empreendedores. Se você não gosta ou não se 
entende com os números, a primeira coisa a fazer é buscar tal conhecimento”. Ele 
complementa citando cinco fatores que atestam porque é importante um controle 
eficiente do caixa. Vejamos a seguir.
• O planejamento financeiro ajudará você a tomar decisões acertadas e 
antecipar problemas futuros. 
• O fluxo de caixa é a melhor ferramenta para auxiliar o empreendedor a 
analisar quanto realmente está ganhando e gastando.
• O fluxo de caixa ajudará você a analisar as melhores alternativas de in-
vestimento e financiamento para o negócio.
• Um dos principais problemas enfrentados pelos empreendedores é a 
falta de capital de giro. Isso pode ser contornado a partir de um fluxo de 
caixa bem administrado.
• O mais importante: se você realmente almeja ver seu negócio crescer e 
se tornar uma grande empresa, isso só será possível com uma adminis-
tração adequada do caixa.
Outra dica que Dornelas (2007) dá é identificar parceiros e/ou sócios 
para o seu negócio, a fim de que eles tenham habilidades que você não tem e 
que são essenciais para o funcionamento da marca. Por fim, Dornelas acrescenta 
algumas habilidades específicas dos empreendedores: competências gerenciais; 
estratégias de curto, médio e longo prazo; motivação, autocontrole, propensão 
para assumir riscos; resolução de problemas; ser influenciador; ter autoconfiança; 
valorizar a crítica; não temer ser diferente dos outros; encorajar a criatividade; não 
ficar desconfortável com a ambiguidade; gostar de novas faces e novos lugares; 
acreditar e sonhar; ter mente aberta e pensamentos livres – sem restrições; ser 
proativo; gostar de olhar ao longe e para frente.
125
Em termos organizacionais, a base fundamental da orientação empreendedora 
é que empresas empreendedoras diferem das demais empresas. Miller e 
Friesen (1982) argumentam que empresas empreendedoras se destacam 
por forte ênfase em inovação. A orientação empreendedora relaciona-se à 
prioridade das firmas no processo de identificar e de explorar oportunidades 
do mercado (SHANE, VENKATARAMAN, 2000). Hitt e outros (1999) verificaram 
que as firmas com forte orientação empreendedora têm habilidade para lidar 
com as incertezas do ambiente em seu benefício. Covin e Miles (1999) vêem o 
empreendedorismo como forma de explorar oportunidades, de renovar e de 
rejuvenescer firmas. (FERNANDES; SANTOS, 2008, p. 5-6). 
INTERESSANTE
Se você faz parte de uma organização pautada nessas premissas, é 
possível que ela seja uma organização empreendedora. Agora, se você se vê como 
um empreendedor, porém o seu único ato foi abrir um negócio e depois se fechou 
para novas ideias e avanços, é restritivo ao parecer dos demais integrantes da 
empresa e suas críticas, e não permite a proatividade, a criatividade e o adentrar 
de processos inovadores, então, infelizmente, a sua organização não é considerada 
empreendedora, e o ciclo de existência da empresa e de vida dos produtos que ela 
oferta ao mercado estão correndo riscos, visto que a concorrência está sempre 
batendo na porta e tentando tomar o seu espaço na fatia de mercado que, até 
então, é ocupada pela sua marca.
Vamos ver alguns exemplos de empresas que sofreram com as mudanças 
de mercado, perdendo parte da sua participação no segmento em que atuam por 
conta de novidades que vão surgindo.
Figura 3 – Câmera fotográfica vs smartphone
FONTE: Freepik 2022.
126
Quando os smartphones surgiram, a populaçãocomeçou gradualmente a 
aderir a tecnologia, talvez você nunca tenha tido uma câmera fotográfica antes, 
porém com um smartphone você passou a ter mais essa possibilidade agregada ao 
seu aparelho de telefone celular. Com isso, os smartphones influenciam e seguem 
influenciando a indústria de câmeras. “De acordo com a Camera & Imaging Products 
Association (CIPA), uma associação internacional do setor fotográfico, entre 2010 e 
2019 as vendas de câmeras digitais caíram 87% em todo o planeta” (HELDER, 2022, 
s. p.). 
Figura 4 – Tirando foto com o smartphone
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura 4, observamos uma foto sendo feita a partir de um telefone celular. 
Frente a isso, Bonaventura (2022, s.p.) aborda o fato de que a cada novo lançamento 
de um smartphone, as fabricantes procuram inovar e adicionar mais recursos para 
chamar a atenção do público. Vez após vez, as empresas precisam usar a sua 
criatividade para se destacar frente aos seus concorrentes, e o departamento de 
câmeras dos smartphones é um amplo campo para isso, possibilitando configurar 
dispositivos com duas, três e até quatro lentes em sua traseira, proporcionando 
versatilidade para os produtos.
O que podemos perceber aqui? Percebemos que empresas voltadas, única e 
exclusivamente, para fabricação e comercialização de câmeras fotográficas foram 
perdendo cada vez mais espaço para novas tecnologias que surgiram com o passar 
do tempo. O cliente, é claro, irá atrás do que lhe convém, e ter um smartphone com 
diversas possibilidades – telefonar, realizar vídeo chamadas, tirar fotos, acessar 
internet, dentre outras funcionalidades – é óbvio que irá atrair mais interessados, 
que escolherão as mercadorias com melhores benefícios. 
127
O que uma organização empreendedora faz nesse caso? Primeiramente 
partimos do que já foi mencionado anteriormente, a respeito da necessidade de 
estar sempre observando e pesquisando o mercado, a fim de encontrar tanto 
oportunidades como também respostas sobre tendências, sobre direção da 
economia e até mesmo sobre questões culturais e ambientais. 
Vídeo: Construindo organizações mais empreendedoras. Por: Sebrae RS. 
Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=GvhshVkUt_o. 
DICA
O setor de moda é um exemplo disso. É preciso estar sempre atento aos 
ciclos e se engajar na produção de peças, conforme o interesse da comunidade que 
se pretende atender. Se a tendência em determinada estação do ano são roupas 
com tonalidades específicas e cortes exclusivos, é comum percebermos que, em 
geral, todas as confecções partem para o mesmo caminho, produzindo vestimentas 
semelhantes para agradar o público que irá voltar suas atenções para o que está na 
moda, exemplificado na Figura 5.
Figura 5 – Moda: cliente vai às compras
FONTE: Freepik 2022.
E no fim das contas, segundo Dornelas (2007), o que irá diferenciar um 
empreendedor de sucesso dos demais que tentam e não atingem grandes 
patamares de desempenho será aquele que compreende a importância de unir 
forças com pessoas que também têm visões empreendedoras e, assim, formar 
uma equipe que faz acontecer.
128
No Tópico 2 desta Unidade, abordaremos o empreendedorismo corporativo 
e como ele cria valor e grande diferencial para as empresas, isto é, para as 
organizações que, de fato, buscam o empreendedorismo em todo o processo 
de desenvolvimento do seu negócio. 
ESTUDOS FUTUROS
Dornelas (2007) complementa que quando falamos de organizações 
empreendedoras, o trabalho em equipe é essencial para o sucesso do empreendedor, 
deixando de ser apenas um discurso e se tornando um fato. Ainda para o autor, 
a construção de uma empresa com grande potencial de crescimento, pretendida 
pelo empreendedor, necessita, em primeira instância, responder às seguintes 
perguntas: “Quais são meus pontos fortes? Quais são os meus pontos fracos? Que 
pessoas devo trazer para o negócio, que complementam meu perfil, ou seja, que 
tenham pontos fortes que supram meus pontos fracos?” (DORNELAS, 2007, p. 54).
3 A IMPORTÂNCIA DE SER UMA ORGANIZAÇÃO 
EMPREENDEDORA
Qual seria a maior diferença entre uma organização empreendedora e uma 
organização que deixou de empreender no momento em que abriu as portas do seu 
negócio? Certamente essa resposta permeia duas palavras: sucesso e fracasso.
Ao estudarmos o subtópico 2 deste Tópico 1, percebemos que negócios 
que deixaram de prestar atenção às tendências e às oportunidades de mercado 
ficaram obsoletos e com o tempo deixaram de existir ou diminuíram sua presença 
no mercado. É o caso das máquinas fotográficas e demais tecnologias que não se 
reposicionaram no segmento econômico em que atuam.
No entanto, vimos também que, ao analisar tendências e oportunidades, 
empresas podem renovar suas possibilidades de produtos e serviços ofertados 
aos consumidores e continuar atendendo o mercado com diferencial competitivo, 
despertando o interesse dos clientes, bem como atendendo com qualidade e atra-
tividade os seus desejos e necessidades. A exemplo disso temos as empresas que 
inovaram durante a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil no ano de 2014.
129
Figura 6 – Organização empreendedora vs organização que não empreende
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura 6, vemos uma analogia da diferença entre organizações 
empreendedoras e organizações que não empreendem durante o seu processo de 
existência no mercado. Enquanto temos uma organização que empreende e muda 
a sua direção no mercado, comercializando produtos e serviços diferenciados, 
inovadores e que atraem a atenção do público-alvo, temos do outro lado as 
organizações que ficaram paradas no tempo, acreditando que apostar no mesmo 
processo de vendas adotado desde a concepção do negócio seria eternamente 
vantajoso.
O empreendedorismo não é para todo mundo, isso porque para empreender 
é preciso ousar, inovar, aceitar riscos, estar em movimento, desejar o novo 
e fazê-lo acontecer, não se dar por satisfeito, estar sempre em processo de 
pesquisa, planejamento e implantação de novas propostas para o mercado. 
ATENÇÃO
Há um ponto interessante que é pertinente tratarmos aqui, que fala sobre o 
porquê da necessidade constante de empreender, já que muitos gestores acabam 
buscando soluções no empreendedorismo apenas quando as vendas estão em 
baixa. Neste momento, os recursos financeiros podem estar também em patamares 
menores, e a empreitada de traçar novas estratégias para que o negócio não vá à 
falência se torna menos expressiva.
Certo é que um empreendedor não é aquela pessoa que trabalha apenas 
8h por dia, bate ponto às 9h da manhã ao entrar no trabalho e às 17h finaliza a sua 
jornada de serviço. Quando se empreende, o trabalho é muito mais longo do que 
isso, 12h, 14h e até mesmo 16h por dia de expediente fazem parte da rotina de um 
empreendedor, que mesmo ao chegar na sua casa, continua estudando possibili-
dades para que o seu empreendimento seja um sucesso.
130
Livro: Ponto de inflexão. 
Autor: Flávio Augusto da Silva. 
Editora: Buzz. 
Ano: 2019. 
Resumo: Um livro que vai te ajudar a fazer seu próprio caminho. 
“Vou dispensar o aprofundamento nas equações que geram um Ponto 
de Inflexão, mas vou apenas me apropriar desse conceito para descrever 
momentos de nossa vida em que nossas decisões vão determinar para que 
direção seguiremos e que bônus ou ônus assumiremos. Em outras palavras, 
tomamos milhares de decisões diariamente. Contudo, algumas delas não 
são decisões corriqueiras. São decisões especiais. Decisões que têm o poder 
de mudar o rumo do roteiro de nossa vida. A elas eu dou o nome de Ponto 
de Inflexão. É um conceito da matemática, mas que usaremos para ilustrar 
perfeitamente os momentos de nossa vida que podem tomar direções 
opostas a depender de nossas escolhas” (SILVA, 2019, s. p.).
Fonte: SILVA, F. A. da. Ponto de inflexão. São Paulo: BUZZ, 2019.
DICA
Há um tempo atrás, nas mídias sociais, começou a ser compartilhada uma 
postagem alusiva ao trabalho do empreendedor, a qual observamos na Figura 7.
Figura 7 – Publicação mídiassociais: vaga empresário
Fonte: adaptada de https://i.pinimg.com/564x/60/e4/52/60e452196ac5a72dcf-
654cb19d015859.jpg. Acesso em: 1 nov. 2022.
131
Na Figura 7, vemos o anúncio de uma vaga para o cargo de empresário. 
As informações concedidas são:
• A carga horária de trabalho pode exceder as 12 horas diárias.
• A possibilidade de férias é remota.
• O pagamento do décimo terceiro não entra nessa categoria.
• Pagamento de hora extra também está fora de cogitação.
• E aquele atestado para ficar uns dias em casa cuidando da saúde? Não 
rola não!
• Auxílios para garantir uma eventual falência do negócio? Também não 
constam.
• O que um profissional nessa área enfrentará: trabalho sob pressão. 
• Muitos, para começarem seus negócios, precisarão levantar uma 
quantia financeira para poder trabalhar. 
• E como resultado poderão ou não reverter o investimento inicial.
Pois é, empreender é realmente para os fortes. Mas graças aos 
empreendedores temos um mini mercado na rua da nossa casa para comprarmos 
bebida e comida. Os empreendedores também suprem as demandas da população, 
abrindo estabelecimentos comerciais de produtos e serviços essenciais, como 
farmácias, por exemplo, e também postos de combustível que permitem que os 
veículos sejam abastecidos, fazendo com que todo o resto do ciclo comercial 
permaneça ativo. Além disso, há os empreendedores que se preocupam em assistir 
a população com entretenimento e empreendem abrindo parques de diversão, 
agências de viagens, shopping centers, cinemas etc.
O que seria do mercado sem os empreendedores? Certamente, ele não 
existiria, não é mesmo? E o que seria do mercado contemporâneo sem as mentes 
inquietas que propõem novos produtos, processos e serviços aos consumidores? 
Seria chato, monótono e sem todas aquelas mercadorias que trazem praticidade e 
facilidade para o nosso dia a dia. Quando o brasileiro Alberto Santos Dumont, em 
1906, inventou o avião, o veículo não era nem perto parecido com os aeromodelos 
que temos hoje em dia à nossa disposição, com capacidade de levar centenas de 
passageiros de um país para outro, cruzando oceanos.
A Figura 8 apresenta como eram os aviões antigamente e a Figura 9 traz 
como eles são hoje em dia, após diversos e constantes processos de inovação que 
permitem, não só, que os consumidores sejam beneficiados, mas também que as 
empresas aumentem seu lucro através de um bom posicionamento no mercado, 
que é diretamente influenciado pela diferenciação e competitividade.
132
Figura 8 – Avião antigo
FONTE: Freepik 2022.
Figura 9 – Aviões atualmente
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, podemos perceber a importância de uma organização 
empreendedora, sendo aquela que busca por inovações e processos contínuos de 
aperfeiçoamento. Por isso, 
atualmente, com a crescente demanda de novos produtos e a alta 
competitividade faz-se necessário explorar meios que promovam a 
mudança e o reposicionamento estratégico das organizações, visando 
dotá-las de maior competitividade no mercado de desenvolvimento 
econômico (SAUSEN; ROSSETTO; BEHLING, 2018, p. 185).
133
4 O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES 
EMPREENDEDORAS NO MERCADO
Citamos na subtópico anterior o fato de que o mercado, simplesmente, não 
existiria sem o ato empreendedor. Não teríamos supermercados, lojas, drogarias, 
postos de combustíveis, estabelecimentos comerciais voltados para o lazer e o 
entretenimento, dentre muitas outras variedades de comércios, bem como pontos 
de assistência à saúde, como hospitais, clínicas médicas e veterinárias, e assim por 
diante.
O empreendedorismo é a força locomotiva de um município, um Estado, 
um país e uma nação como um todo. Sem o empreendedorismo ficamos presos 
às propostas governamentais e isso é um risco à diversidade de ofertas e ao 
atendimento das individualidades de cada ser humano, que tem vontades e 
necessidades diferentes dos demais indivíduos. 
Na Unidade anterior falamos sobre uma hamburgueria que, além de 
ter a opção de lanches com carne e frango, passou a comercializar produtos 
vegetarianos e veganos. Você imagina como seria se isso não passasse a existir 
no mercado econômico? Essa parcela da população ficaria desassistida por parte 
dos empreendedores. E, como resultado disso, a economia da região não se 
desenvolveria de forma promissora.
Quando um novo empreendimento surge no mercado, a economia 
automaticamente é fortalecida. Empregos são gerados, consumidores passam a 
comprar os novos produtos e serviços que estão à venda, a empresa passa a gerar 
receita, impostos são pagos e com isso há movimentação no setor econômico. 
Benfeitorias com o aumento da arrecadação de recursos financeiros por parte do 
poder público podem ser feitas em diferentes esferas de uma determinada região, 
como: investimento na saúde pública, na segurança, no transporte, na educação 
etc.
Artigo: Empreendedorismo e crescimento econômico: uma análise 
empírica. 
Autores: Aluízio Antonio de Barros e Cláudia Maria Miranda de Araújo Pereira. 
Síntese estudada: Este artigo busca responder à seguinte questão de 
pesquisa: no Brasil, as diferentes taxas de empreendedorismo entre regiões 
afetam o desempenho econômico? Acesse em: https://www.scielo.br/j/
rac/a/FVt5FgZfKy9xjjQr9TytyZM/abstract/?lang=pt. 
DICA
134
No entanto, quando uma organização mantém o seu status de 
empreendedora, isso pode ser ainda mais benéfico para a economia e para 
a sociedade, pois conforme já estudamos, ao inovar em produtos, serviços e 
processos, as empresas passam a atender melhor os desejos e as necessidades 
dos consumidores. E quando os clientes são melhores assistidos, o volume de 
compras também aumenta.
Um exemplo que podemos dar em relação a isso é quanto ao surgimento 
de novos smartphones no mercado. Muitas pessoas trocam de modelo de celular 
quando um novo aparelho é posto à venda, isso porque o seu desejo é aflorado 
para ter uma tecnologia digital com funcionalidades modernas. Isso ocorreu 
também quando o Netflix foi lançado e muitos consumidores passaram a assinar a 
plataforma de streaming. Dentre tantos outros exemplos.
Quando o empreendedorismo não é incentivado, seja pelo poder público 
ou por questões pessoais de um empreendedor, todos saem perdendo: os 
consumidores, a economia e o mercado como um todo. 
ATENÇÃO
Por fim, é preciso reconhecer que o impacto gerado pelas organizações 
empreendedoras pode ser a nível global, ao passo que produtos e serviços 
podem ser ofertados através da internet e, assim, serem comercializados para 
todo o mundo, além da criação de empresas que se propõem a exportar as suas 
mercadorias para outros países. Isso, novamente, irá gerar impacto na economia 
mundial e na população de diferentes países.
135
Neste tópico, você aprendeu: 
• Você já pensou em empreender ou já é dono de algum negócio? Contudo, 
este empreendimento que você pretende ter ou já o tem, é considerado uma 
organização empreendedora?
• Existem algumas características que compreendem o que é de fato uma empresa 
voltada, durante todo o seu desenvolvimento e período ativo no mercado, para o 
empreendedorismo. Isso porque a abertura de um negócio não concede caráter 
perpétuo de ter aspectos empreendedores e de inovação durante toda a sua 
jornada.
• E quando falamos de uma organização empreendedora, é preciso também 
reconhecer a sua importância para o mercado, para a sociedade e para as 
economias local, regional e global.
• É por isso que organizações empreendedoras causam um impacto positivo 
no mercado, pois ajudam a alavancar a economia e a atender os desejos e 
as necessidades dos consumidores com maior qualidade e também com 
características contemporâneas que trazem facilidade e praticidade para 
otimizar o dia a dia das pessoas.
RESUMO DO TÓPICO 1
136
1. Seja pelo sonho que vive dentro de um empreendedor nato ou pela 
necessidade por conta do desemprego, o empreendedorismo acaba 
surgindo na vida de muitos indivíduos. No entanto, o que caracteriza 
uma organização empreendedora?Sobre isso, assinale a alternativa 
CORRETA:
a. ( ) Uma organização empreendedora é aquela que se preocupa 
com a qualidade no ambiente de trabalho onde os colaboradores 
irão conviver diariamente.
b. ( ) Uma organização empreendedora é aquela que ao abrir as 
suas portas teve um insight de grande representatividade para o 
mercado.
c. ( ) Uma organização empreendedora é aquela que mantém vivos 
os aspectos voltados ao empreendedorismo a todo o tempo.
d. ( ) Uma organização empreendedora é aquela que oficializou o 
começo das suas atividades no mercado, atendendo os desejos e 
as necessidades dos consumidores em geral.
2. 2 Existem empresas que empreendem constantemente e companhias 
que deixaram o empreendedorismo de lado durante sua história. 
Por consequência disso, ambas irão colher algum tipo de resultado frente 
às decisões que tomaram. Com base nas diferenças entre organizações 
empreendedoras e organizações que não são empreendedoras, analise 
as sentenças a seguir:
I. Organizações empreendedoras acabam gastando muitos recursos 
(tempo, dinheiro, pessoas) e isso não se reflete no lucro angariado 
pela companhia.
II. Organizações que não são empreendedoras poupam recursos ao 
manterem processos permanentes, e isso influencia na redução 
de gastos da empresa e no aumento do seu lucro.
III. Organizações empreendedoras aumentam suas chances de 
obter sucesso no mercado, enquanto organizações que não 
empreendem podem estar fadadas ao fracasso.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
137
3. Empreender, empreender e empreender. Às vezes parece ser um pouco 
cansativa essa constância e também certa insistência. Entretanto, 
a frequência com que um negócio empreende implica diretamente na 
saúde do empreendimento. De acordo com a regularidade que uma 
empresa deve empreender, classifique V para as sentenças verdadeiras 
e F para as falsas:
(    ) A ânsia por empreender pode ser prejudicial para a saúde do negócio, 
contudo quando as vendas estão em baixa, é um alerta para se voltar ao 
empreendedorismo. 
(    ) Quando gestores buscam o empreendedorismo somente quando as 
vendas estão baixas, os riscos para a saúde do negócio aumentam.
(    ) Empreender é um processo que demanda regularidade, isto é, a cada 
três anos as empresas de sucesso devem rever suas perspectivas quanto 
aos processos empreendedores.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Procura-se um empreendedor que deve ter algumas características que 
são um tanto quanto diferentes dos demais profissionais no mercado, isso 
porque empreender demanda certas habilidades e também renúncias. 
Disserte sobre as dificuldades e incertezas de quem decide se tornar um 
empresário:
5. O que seria da sociedade, do mercado e da economia global sem 
o empreendedorismo? Muitas ações são decorrentes de novos 
empreendimentos, como também pela falta deles. Nesse contexto, 
disserte sobre as mudanças que o empreendedorismo causa na 
sociedade, na economia, no mercado.
138
139
1 INTRODUÇÃO 
Você já pensou em empreender, entretanto, atualmente, você é funcionário 
de uma empresa e gosta de colaborar com a organização? Então saiba que é 
possível empreender, mesmo sendo empregado de uma companhia.
Sendo assim, caro aluno, neste Tópico 2, abordaremos o que é o 
empreendedorismo corporativo, a fim de que possamos reconhecer que o 
empreendedorismo pode acontecer tanto por parte de um empresário que abre um 
negócio, como também a partir dos seus funcionários que mantêm vivo o espírito 
empreendedor no negócio.
Além disso, veremos a importância do intraempreendedorismo para o 
desenvolvimento e sucesso das organizações. Também analisaremos como um 
indivíduo pode ser um empreendedor corporativo e ajudar no crescimento da 
organização em que ele trabalha.
2 O QUE É O EMPREENDEDORISMO 
CORPORATIVO 
 Você já ouviu falar em intraempreendedorismo? Parece ser uma 
palavra meio difícil, não é mesmo? Mas o intraempreendedorismo também é 
conhecido como empreendedorismo corporativo. Ok, até aí tudo bem, mas você 
pode ficar na dúvida sobre o que o intraempreendedorismo ou o empreendedorismo 
corporativo quer dizer. E é isso que iremos abordar nesta parte do nosso material de 
estudo.
Dornelas (2016) diz que o empreendedorismo está relacionado à 
transformação de ideias em negócios, e também que a palavra “empreendedor” 
(entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer “aquele que assume riscos e 
começa algo novo”. Isso significa, então, que para ser empreendedor o indivíduo 
TÓPICO 2
CONHECENDO O 
EMPREENDEDORISMO 
CORPORATIVO 
140
precisa abrir uma empresa? Sim e não. Empreendedor pode ser aquela pessoa que 
abre o seu próprio negócio, como também aquele funcionário que tem ideias e as 
coloca em prática dentro de uma organização. Assim, nasce o empreendedorismo 
corporativo.
Figura 10 – Empreendedor: aquele que assume riscos e começa algo novo
FONTE: Freepik 2022.
A Figura 10 ilustra uma mulher à frente de um negócio e, independentemente de ela 
ser a proprietária da empresa ou funcionária, precisamos analisar aqui a capacidade 
que um indivíduo tem em identificar oportunidades de mercado para transformar 
ideias de negócios em soluções práticas, aplicáveis e úteis para os consumidores. 
De maneira geral, o que importa no mundo do empreendedorismo é aquela pessoa 
capaz de conceber propostas de trabalho e, claro, também aplicá-las, e isso vai 
além do cargo hierárquico ocupado dentro de uma empresa.
Tomando novamente Dornelas (2008) como exemplo, ele afirma que 
quando o assunto é comportamento empreendedor, logo vem à tona o papel dos 
líderes nas organizações, aqueles profissionais que comandam equipes, usam seu 
carisma e poder de persuasão para implementar seus projetos empresariais. No 
entanto, para Dornelas (2008), se observarmos a liderança por essa perspectiva, 
imaginamos que apenas aqueles gerentes e executivos de mais alto posto e mais 
bem posicionados hierarquicamente é que têm condições de implementar ações 
voltadas ao ato empreendedor. Por fim, o autor atesta que agir/pensar dessa forma 
faz com que a empresa e seus funcionários limitem a disseminação de uma cultura 
empreendedora em todos os níveis organizacionais.
141
Imagine que você é dono de uma empresa, teve condições financeiras para 
montar um negócio e contratar alguns funcionários. Dentre esses profissionais 
admitidos, há muitas mentes cheias de ideias que podem colaborar com 
o seu empreendimento. O que você faz? Permite que eles compartilhem o 
conhecimento e ajudem no desenvolvimento da organização, ou impede a 
colaboração da equipe? 
ATENÇÃO
 
Vamos pensar, agora, como proprietários de uma empresa. Se estamos 
efetivando profissionais capacitados para trabalhar nela, logo entendemos que eles 
têm habilidades para colaborar com a organização. Então, se não dermos ouvidos a 
eles que estão diariamente lidando com as atividades empresariais da nossa marca, 
como é que poderemos identificar novas e melhores soluções para nossas ofertas, 
se insistimos em fazer as coisas sempre do mesmo jeito? 
Vamos ver, então, um exemplo meramente ilustrativo, a partir de uma 
história que pode acontecer em qualquer tipo de empreendimento: Fátima trabalha 
como comissária de bordo em uma empresa de transporte aéreo de passageiros. 
Ela é responsável, conforme podemos ver na Figura 11, por diversas tarefas, como: 
recepcionar os passageiros e auxiliá-los desde a entrada no avião, durante o voo até 
a sua saída, zelar pela segurança a bordo, oferecer alimentação e bebidas durante o 
voo, orientar os passageiros em situações de emergências, estar sempre em alerta, 
entre outras funções. 
Figura 11 – Comissária de bordo: funções
FONTE: Freepik 2022.142
Então, se formos pensar em quem é a pessoa mais próxima entre a empresa 
e o consumidor, capaz de estreitar o relacionamento com o cliente e perceber as 
suas demandas, além de verificar prontas possibilidades de empreender, a resposta 
mais óbvia será a comissária de bordo Fátima. E se, em uma sequência de voos, a 
profissional percebeu alguns desejos e necessidades dos clientes, como a troca 
de copos plásticos por copos de papel descartáveis (Figura 12), o que gera menor 
impacto no meio ambiente, apoiando, assim, causas sustentáveis e demonstrando 
para o consumidor que a companhia aérea também está preocupada com a 
repercussão dos seus atos.
Figura 12 – Copo descartável de papel 
FONTE: Freepik 2022.
Fátima também pode identificar clara e diretamente formas de empreender, 
como, por exemplo, ofertar a venda de almofadas de pescoço para viagem (Figura 
13) personalizadas com a logomarca da empresa e que podem ser adquiridas 
durante o voo. 
Figura 13 – Almofadas de pescoço para viagem
FONTE: Freepik 2022.
143
Logo, se ela levar essas demandas até os responsáveis pela gestão da organi-
zação, e se estes derem ouvidos as suas propostas, quem tende a ganhar com 
isso tudo? Todos! Isso mesmo, todos tendem a ganhar, desde a empresa que irá 
satisfazer os seus clientes, além de aumentar eventualmente o seu faturamen-
to; a comissária de bordo que terá suas ideias não apenas ouvidas, mas também 
postas em prática, o que irá refletir no seu trabalho, ao lidar com passageiros mais 
bem assistidos pela companhia, de forma que ela poderá receber gratificações de 
acordo com as ideias dadas e implantadas; e, por fim, é claro, que quem também 
sairá ganhando são os passageiros que terão ofertas novas e melhores para lhes 
proporcionar conforto, comodidade e segurança, com a confiança de saberem 
que escolheram uma empresa de aviação que se preocupa com o meio socioam-
biental e demais aspectos relacionados ao bem-estar dos clientes.
Os colaboradores de uma empresa são a ponte mais próxima e eficiente para 
detectar os desejos e as necessidades dos clientes. Para tanto, é importante 
ter um canal aberto para ouvir quais são as percepções deles junto aos 
consumidores. 
IMPORTANTE
De acordo com Cardoso (2015), o empreendedor corporativo é aquele 
colaborador que se comporta como empreendedor dentro de uma empresa já 
existente, buscando oportunidades e convertendo-as em negócios para a própria 
organização. Ele detém características que são muito valorizadas pelas empresas, 
que atualmente procuram contratar seus funcionários buscando aqueles que têm 
perfil empreendedor. Mas por que isso? Pois um indivíduo com espírito empreendedor 
quer ver um negócio sempre crescendo, quer colocar ideias em prática e oferecer 
aos consumidores propostas úteis que podem suprir a demanda da sua rotina, por 
meio de produtos e serviços.
Assim, quem não deseja ter um funcionário proativo na sua empresa? Quem 
não quer contratar uma profissional como a Fátima, atenta às necessidades dos 
clientes e que leva soluções para que a companhia possa implantá-las?
Para tanto, precisamos refletir sobre como o empreendedorismo corporativo 
pode ser benéfico para as finanças de uma empresa e também como isso influenciará 
a economia como um todo, o mercado e os consumidores.
144
3 A IMPORTÂNCIA DO 
INTRAEMPREENDEDORISMO
Dornelas (2003) diz que no empreendedorismo corporativo um indivíduo ou 
um grupo de indivíduos, associados a uma organização existente, criam uma nova 
organização ou instigam a renovação ou inovação dentro da organização existente. 
E isso implica em fortalecer um negócio, auxiliar no desenvolvimento de uma 
empresa e possibilitar que ela permaneça competitiva no segmento de mercado 
em que atua, além de abrir margem, por meio do empreendedorismo e de práticas 
inovadoras, para criar um diferencial competitivo que faça com que a organização 
se destaque em meio à concorrência, conquistando mais clientes. 
Vejamos, agora, alguns exemplos de empreendedorismo corporativo 
(TORRES, 2021):
• Google: o gigante Google, além de ser o site de buscas mais conhecido e 
utilizado, oferece ao seu público uma série de produtos. O que talvez você 
não saiba é que alguns deles foram criados por seus empreendedores 
corporativos, como é o caso do Gmail. A empresa tem a cultura de 
incentivar os seus colaboradores a utilizarem 20% do seu tempo para se 
dedicarem a projetos pessoais. E foi justamente em um desses períodos 
que Paul Buchheit criou um dos webmails mais necessários e utilizados 
do mundo.
• Facebook: sabe o botão “curtir” do Facebook, tão enaltecido por 
pessoas físicas e pessoas jurídicas para validar e potencializar as suas 
postagens? Também foi criado em um programa interno de ideias. 
A empresa de Mark Zuckerberg também utiliza o intraempreendedorismo 
como caminho para inovar constantemente. Com isso, consegue 
sempre trazer novidades para o seu público e aumentar o seu poder de 
alcance.
• DreamWorks: a DreamWorks é o estúdio de animação americano 
responsável por grandes sucessos de bilheteria, como O Poderoso 
Chefinho, Monstros vs Alienígenas, Shrek, Gato de Botas e muitos 
outros. O empreendedorismo corporativo da empresa é extremamente 
democrático. Ele permite que qualquer funcionário, independentemente 
do cargo, envie sugestões sobre os filmes que estão sendo criados. 
Somado a isso, a DreamWorks oferece cursos de desenvolvimento, o 
que potencializa os seus talentos internos e motiva a atuação dos seus 
profissionais.
145
Portanto, vamos verificar os passos para implementar o empreendedorismo 
corporativo nas organizações (DORNELAS, 2008).
• Trabalhar o perfil empreendedor dos colaboradores.
• Criar condições internas para que o empreendedorismo seja sistemati-
zado na empresa.
• Foco na identificação de oportunidades de inovação.
Para isso, Dornelas (2008) explica que é preciso adotar algumas abordagens 
estratégicas, de modo que o empreendedorismo corporativo seja favorecido nas 
organizações. Veja a seguir.
• Deve-se integrar o empreendedorismo à estratégia corporativa.
• Ter visão de médio e longo prazo.
• Abordagem top-down e bottom-up: da base da empresa para o topo.
• Focar na proatividade e assumir riscos calculados.
O empreendedorismo corporativo irá acontecer de uma maneira melhor, se 
você já começar o seu negócio dando abertura para esse tipo de ambiente. Por 
isso, aqui vai uma dica: se você é empresário, procure contratar profissionais com 
perfil empreendedor. E se você é empreendedor e está buscando emprego em uma 
empresa, invista em organizações que favorecem o espírito empreendedor.
Além disso, é importante formar equipes que trabalhem em sintonia dentro 
de uma empresa, de forma que os envolvidos possam se ajudar, fazendo com que 
as ideias de fato frutifiquem e não sejam sabotadas. Às vezes uma pessoa tem 
uma ideia, porém é necessári uma equipe inteira para implantá-la, logo o esforço é 
mútuo, e como o próprio nome diz, o trabalho é em equipe. Dessa maneira, todos 
devem ser beneficiados e terem a sua parcela de reconhecimento por uma ideia 
posta em prática e que deu certo.
Figura 14 – Trabalho em equipe 
FONTE: Freepik 2022.
146
A Figura 14 não representa apenas o trabalho em equipe, mas o espírito 
de trabalho em conjunto de forma cooperativa, a fim de que a união de um grupo 
fortaleça o todo: o crescimento de uma empresa. Apoiar as ideias dos colegas 
é uma maneira de manter um canal aberto de comunicação, diálogo e troca de 
experiências, sem que os colaboradores se sintam inibidos por exporem suas 
opiniões, as quais, por vezes, podem se tornar a chave que irá mudar tudo em uma 
empresa e elevá-la para patamares ainda maiores no mercado, sobretudo no que 
diz respeito ao aumento de clientes sendo atendidos por ela, bem como o aumento 
no seu faturamento (lucro).
4 COMO SER UM EMPREENDEDOR 
CORPORATIVO
O empreendedor é um agente de mudança, isso porque ele não se preocupa 
unicamente em melhorar o que já existe oumodificar apenas um produto, mas sim 
criar valor para as mercadorias e para a empresa, a fim de satisfazer os clientes 
(DRUCKER, 2003). E esse empreendedor pode ser um camelô, um dentista que abriu 
seu consultório, um técnico que começa uma fábrica (MARCONDES; BERNARDES, 
2000), e até mesmo um funcionário atento às possibilidades de inovação dentro de 
uma empresa. Essa pessoa irá sugerir novas ideias e propostas para a organização 
se fortalecer no mercado.
Para Pinchot (1987 apud COSTA; CERICATO; MELO, 2007), o 
intraempreendedor, independentemente de estar trabalhando em cima de uma 
ideia própria ou de terceiros, ele se caracteriza por ser um tipo de sonhador que 
age. Percebemos, então, que o empreendedor corporativo tem como atributo fazer 
ideias acontecerem, arregaçando as mangas para não ver um sonho desmoronar, e 
para isso é preciso de muita aptidão, prontidão e a tal criatividade, que faz com que 
uma proposta seja uma idealização possível.
Figura 15 – Empreendedor corporativo: 
trabalhando para a empresa crescer
Fonte: https://bit.ly/3Ud88g4. Acesso em: 8 ago. 2022.
147
Na Figura 15, vemos a representação de uma possível empreendedora 
corporativa que tem ideias, propõe mudanças na empresa e também empenha-se 
em fazer com que a ideia dos seus colegas seja posta em prática. No entanto, tudo 
isso dependerá da cultura da empresa, que precisa estar voltada para os processos 
empreendedores. Afinal, existem organizações que limitam a participação dos 
seus funcionários quando o assunto é opinar e manifestar propostas que geram 
transformações. Muitas acabam se tornando assim por conta dos seus gestores 
que têm medo da inovação ou acreditam que somente os seus conceitos é que são 
os certos.
Na leitura do artigo Empreendedorismo Corporativo: Uma Nova Estratégia 
para a Inovação em Organizações Contemporâneas, é possível evidenciar 
como os funcionários também participam desse ambiente de mudanças, 
renovando e inovando dentro de uma organização. 
Link para acesso: http://www.spell.org.br/documentos/ver/27861/em-
preendedorismo-corporativo--uma-nova-estrateg---. 
DICA
Agora, veremos os tipos de empreendedores corporativos, segundo 
Dornelas (2008).
• Empreendedor corporativo clássico: é aquele que busca resultados 
e tem necessidade de realização.
• O Grande vendedor: são indivíduos que têm uma ampla rede de 
relacionamentos, além de habilidades de vendas, e são persuasivos.
• O gerente: compreende os profissionais gestores com boas habilidades 
gerenciais, orientados ao crescimento profissional.
• O criativo: aquele que é conhecido como o gerador de ideias.
“Um poeta latino chamava o ser humano de ‘rerum novarum cupidus’ 
(ganancioso por coisas novas). A administração empreendedora deve fazer de 
cada administrador da empresa em atividade um ‘rerum novarum cupidus’.” 
(DRUCKER, 2003, p. 210). 
INTERESSANTE
148
Dornelas complementa dizendo que o empreendedor corporativo tem como 
características individuais: 
• propensão a assumir riscos;
• desejo de autonomia; 
• necessidade de realização; 
• orientação a metas; 
• autocontrole.
A seguir, no Quadro 1, são apresentados mecanismos que os líderes podem 
estabelecer para estimular um ambiente empreendedor:
Quadro 1 – Mecanismos organizacionais que os líderes podem 
usar para estimular um ambiente empreendedor
Mecanismos organizacionais que os líderes podem usar para estimular um ambiente empreendedor
• A empresa deve ter uma visão empreendedora claramente definida e reforçada constantemente.
• Deve haver um sistema de recompensas e reconhecimento aos funcionários, incluindo participação nos resultados, 
stock options (opções de compra de ações da empresa) etc.
• Incentivar a melhoria de performance, assumindo riscos calculados, sem penalidades ou punições por falhas (a menos 
que sejam repetidas).
• Reduzir os níveis hierárquicos e as segmentações de unidades organizacionais.
• Possuir pequenas unidades organizacionais com equipes multifuncionais.
• Estabelecer papéis variados às pessoas, encorajar/estimular a iniciativa e a experimentação.
• Possibilitar altos níveis de empowerment.
• Possibilitar acesso irrestrito à informação.
• Implementar fundos corporativos para investimento nos novos negócios.
• Trazer para dentro da empresa (em todos os níveis) a voz do consumidor.
FONTE: adaptado de Dornelas (2008, p. 14)
Dessa forma, percebemos que mesmo que um funcionário tenha 
espírito empreendedor, cabe à empresa preservá-lo e fortalecê-lo, para que 
o empreendedorismo se torne uma prática constante na organização. Alguns 
mecanismos que Dornelas propõe, conforme vimos no Quadro 1, consiste em: 
incentivar e empoderar o funcionário empreendedor, estabelecer um ambiente 
interno propício ao empreendedorismo, possibilitar o acesso à informação por parte 
dos colaboradores, estes que também precisam ser devidamente recompensados 
pelos seus esforços, além, é claro, dispor de recursos que servirão de investimento 
para novos negócios e não deixar que a voz do consumidor, a qual tem impacto 
crucial no rumo de uma empresa, seja desprezada.
149
Por fim, Lenzi (2008) afirma que a criação de unidades estratégicas de 
negócio é resultado de uma ação empreendedora nas organizações, assim, novos 
negócios e projetos inovadores podem surgir. Para tanto, Fleury (2002 apud 
LENZI, 2008, p. 39), informa que uma pessoa poderá demonstrar à organização 
a sua competência por meio de ações do tipo: “saber agir, mobilizar recursos, 
integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber se engajar, assumir 
responsabilidades e ter visão estratégica, gerando resultados e ações realizadas 
(entrega)”. 
150
Neste tópico, você aprendeu: 
• Conhecendo o Empreendedorismo Corporativo, percebemos que empreender 
vai muito além de abrir uma empresa, pois envolve a transformação de ideias em 
negócios, como Dornelas (2008) propõe.
• Essas ideias podem partir de funcionários de uma empresa, logo temos o 
empreendedorismo corporativo ou também chamado de intraempreendedorismo.
• Diante da abordagem desse assunto, vimos a importância do empreendedorismo 
corporativo, como ele pode ajudar no desenvolvimento e crescimento de uma 
organização com o objetivo de inovar e ter sucesso no mercado.
• Como ser um intraempreendedor, reconhecendo características desse 
indivíduo e também o que uma empresa deve fazer para estimular o ambiente 
empreendedor dentro da organização.
RESUMO DO TÓPICO 2
151
1. Abrir uma empresa é um ato empreendedor, porém, no decorrer da sua 
existência, práticas empreendedoras precisam integrar o desenvolvimento 
da organização e é nesse momento que entram os funcionários. Com 
relação a como os colaboradores podem ser responsáveis por tornar e 
manter uma organização com visão empreendedora, assinale a alternativa 
CORRETA,:
a. ( ) Eles são responsáveis por obedecer às ordens dos seus 
superiores que, conforme hierarquia empresarial, detém o direito 
e deve estabelecer ideias para que os colaboradores coloquem 
em prática.
b. ( ) A responsabilidade dos colaboradores de uma empresa quanto 
ao constante processo de empreendedorismo se restringe à 
execução sistemática das suas funções na organização.
c. ( ) Os colaboradores são responsáveis quanto à venda e divulgação 
dos produtos e serviços de uma organização, para que ela tenha 
sucesso no mercado, se destaque e possa aumentar o seu 
investimento na fabricação de novas mercadorias.
d. ( ) Considerando o empreendedorismo corporativo, os 
funcionários agregam valor às organizações cooperando com 
ideias que influenciam na criação de novos negócios ou projetos.
2. Com o empreendedorismo corporativo, uma organização tende a se 
fortalecer e, como consequência, novidades surgem para atender o 
mercado. Com base nos benefícios do empreendedorismo corporativo, 
analise as sentenças a seguir:
I. Todos tendem a ganhar com o empreendedorismo corporativo, 
tanto a empresa, como os funcionários e os consumidores.
II. Isso porque oempreendedorismo corporativo aumenta as 
chances de novas ideias, projetos e negócios nascerem.
III. Contudo, é preciso restringir o empreendedorismo corporativo aos 
cargos hierárquicos mais altos da empresa, isto é, aos gestores e 
gerentes da organização que se responsabilizarão pelo sucesso 
do empreendimento.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
AUTOATIVIDADE
152
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
3. Todo profissional tem características específicas, como por exemplo, 
um médico tem como característica cuidar da saúde das pessoas, estar 
apto a interpretar exames, entre outras habilidades. E o mesmo ocorre 
com o empreendedor corporativo. De acordo com as características 
individuais do empreendedor corporativo, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas:
(    ) Por serem funcionários de uma empresa, os empreendedores 
corporativos são avessos a assumir riscos.
(    ) Algumas das características do empreendedor corporativo são 
dependência das regulamentações provenientes do seu líder e dispensa 
à ambição de realizar feitos.
(    ) Apesar de trabalharem como colaboradores de uma empresa, ainda 
assim os empreendedores corporativos têm desejo de autonomia.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Às vezes, as ideias para novos negócios, produtos, serviços, processos e 
projetos, são provenientes de uma única pessoa que tem um insight sobre 
determinado assunto. Entretanto, o trabalho em equipe pode colaborar 
para que essa simples ideia ganhe vida e seja efetivada no mercado. 
Disserte sobre a importância do trabalho em equipe quando o assunto é 
intraempreendedorismo:
5. O empreendedorismo corporativo é importante para o sucesso empresarial 
de modo que uma empresa busque a inovação com frequência, 
aprimorando a forma como trabalha. No entanto, há mecanismos 
organizacionais que os líderes podem usar para estimular um ambiente 
empreendedor. Nesse contexto, disserte sobre esses mecanismos.
153
154
1 INTRODUÇÃO
 Nesta nossa última seção, o Tópico 3 da Unidade 3, o assunto 
abordado será o processo empreendedor, a fim de que possamos entender como o 
empreendedorismo, em todas as suas etapas e fases, acontece. Empreender pode 
parecer uma prática fácil para alguns e complexa para outros. E tendo isto em vista, 
explorar esse assunto se torna pertinente para elucidar dúvidas e pontuar as ações 
que são perpassadas até a criação de um novo negócio.
Abordaremos, então, as fases do processo empreendedor, considerando 
que para empreender é preciso de tempo e dedicação para fazer sua ideia ser 
transformada em algo prático e útil para o mercado; e a fim de obter sucesso, alguns 
passos precisam ser dados. Como consequência disso, poderemos reconhecer a 
importância do processo empreendedor.
Por fim, encerraremos falando sobre o empreendedorismo na prática, 
pois após termos nos debruçado sobre tanto conhecimento e novos saberes, é 
importante ver como acontece o processo empreendedor que vai desde o insight 
até a abertura de uma empresa ou produto/serviço colocado à venda no mercado.
2 AS FASES DO PROCESSO EMPREENDEDOR
 Chave na ignição, motor ligado, é hora de dar a partida, pisar fundo e fazer 
o processo empreendedor rodar e acontecer. Epa, mas espera aí! Estão faltando 
alguns passos nisso tudo, não pode ser tão simples assim! Empreender não é algo 
tão complexo, entretanto é necessário agir de maneira prudente e ordenada, a fim 
de que os bons resultados possam ser alcançados. 
TÓPICO 3
O PROCESSO 
EMPREENDEDOR
155
Figura 16 – Empreender pode ser divertido
FONTE: Freepik 2022.
A Figura 16 mostra que empreender pode ser divertido, prazeroso, além de ser 
uma forma de angariar recursos financeiros para a sobrevivência do empreendedor, 
é também uma maneira do profissional trabalhar com uma atividade que lhe 
agrada, o deixa satisfeito e não causa aborrecimento em ter que trabalhar em uma 
segunda-feira pela manhã, por exemplo, o que é muito chato para muitas pessoas 
descontentes com a sua profissão. E isso serve também para os funcionários 
quando eles trabalham em uma empresa que permite e incentiva o espírito 
empreendedor da equipe, e estes indivíduos estão alocados em organizações que 
realizam atividades profissionais as quais são condizentes com o seu perfil, então 
eles também sentem prazer e contentamento ao efetuarem suas responsabilidades 
diárias no trabalho
Dessa forma, Dornelas (2007, p. 98) aborda o processo empreendedor, 
iniciando com uma recomendação: «Lembre-se de que o processo empreendedor 
trata apenas de parte do desenvolvimento de um novo negócio.» Isso porque, 
para o autor, “uma administração empreendedora será sempre importante para o 
sucesso de qualquer organização, em TODOS os estágios de seu desenvolvimento”. 
Após essas considerações, analisaremos o Quadro 2, que nos mostrará as 
fases do processo empreendedor. As quais consistem em: 1) identificar e avaliar 
a oportunidade; 2) desenvolver o plano de negócios; 3) determinar e captar os 
recursos necessários; e 4) gerenciar a empresa criada.
156
Quadro 2 – O processo empreendedor
Identificar e avaliar a oportunidade Desenvolver o plano de negócios
• Criação e abrangência da oportunidade
• Valores percebidos e reais da oportunidade
• Riscos e retornos da oportunidade
• Oportunidade versus habilidades e metas pessoais
• Situação dos competidores
1. Sumário executivo
2. O conceito do negócio
3. Equipe de gestão
4. Mercado e competidores
5. Marketing e vendas
6. Estrutura e operação
7. Análise estratégica
8. Plano financeiro
9. Anexos
Determinar e captar os recursos necessários Gerenciar a empresa criada
• Recursos pessoais
• Recursos de amigos e parentes
• Angels
• Capitalista de risco 
• Bancos
• Governo
• Incubadoras
• Estilo de gestão
• Fatores críticos de sucesso
• Identificar problemas atuais e potenciais
• Implementar um sistema de controle
• Profissionalizar a gestão
• Entrar em novos mercados
FONTE: adaptado de Hisrich (1998 apud DORNELAS, 2016, p. 27)
Todavia, Dornelas explica que mesmo que as fases apresentadas no Quadro 
2 sejam sequenciais, elas não precisam ser completamente concluídas para que 
inicie a próxima. E ele dá como exemplo que ao ser identificada e avaliada uma 
oportunidade, esta que compreende a Fase 1, o empreendedor deverá ter em mente 
que tipo de negócio irá criar, e isso diz respeito à Fase 4.
Identificar e avaliar uma oportunidade, para Dornelas, talvez seja a parte mais 
difícil no processo empreendedor, pois muitas vezes não percebemos o que passa 
ao nosso redor, as possibilidades que podem se tornar um grande empreendimento. 
No entanto, quando o empreendedor se dá conta de uma oportunidade, ele corre 
atrás dela até conseguir agarrá-la. Já na segunda fase do processo empreendedor, 
que diz respeito ao desenvolvimento do plano de negócios, essa poderá ser a etapa 
mais trabalhosa, principalmente para os empreendedores de primeira viagem. 
Dornelas explica que nesse estágio muitos conceitos estão envolvidos e é preciso 
entendê-los, a fim de sintetizar a essência da empresa, a estratégia do negócio, o 
mercado e a concorrência.
Assista ao vídeo do Sebrae Talks sobre os seis passos para ABRIR UMA 
EMPRESA DO ZERO! - Aprenda com o Sebrae. 
Acesso em: https://www.youtube.com/watch?v=7cit-y2oeUg. 
DICA
157
Entrando na terceira fase, onde são determinados os recursos necessários, 
será uma consequência do que foi feito e planejado no plano de negócio. Dornelas 
complementa dizendo que a captação de recursos pode ser feita de diferentes 
formas e por meio de fontes distintas. Ex.: financiamento em bancos, parceiros de 
negócios, economias pessoais, empréstimo com familiares e amigos.
Por fim, a última fase, a Fase 4, consiste em gerenciar a empresa, estaque 
pode parecer ser a etapa mais fácil, afinal todos os estágios anteriores levaram o 
empreendedor até aqui. No entanto, Dornelas argumenta que não é bem assim, pois 
cada fase do processo empreendedor traz desafios e aprendizados. Ajustes terão 
que ser feitos a todo tempo, por isso acompanhar o desenvolvimento do negócio 
de perto é primordial. E somente um empreendedor dedicado ao seu negócio 
fará isso da melhor maneira, seja reconhecendo as suas limitações e contratando 
profissionais para ajudá-lo a gerenciar a empresa, como também implementando 
ações que visem minimizar os problemas, orientando-se pelo o que é prioridade e o 
que é crítico para o sucesso do empreendimento (DORNELAS, 2016).
3 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO 
EMPREENDEDOR
Para que o empreendedor tenha sucesso na sua empreitada, ele precisa 
compreender a importância do processo empreendedor, e aliar isso a algumas 
práticas pessoais para que o negócio seja estabelecido da melhor maneira e possa 
se desenvolver promissoramente. Assim, Dornelas (2007) aponta alguns aspectos 
fundamentais para que isso aconteça:
• Foco: o foco no início do negócio é essencial para que o empreendedor 
não se disperse e possa identificar um nicho de mercado para atuar.
• Montar uma equipe complementar e comprometida com o 
negócio: empreendedorismo é uma relação de trabalho em equipe, 
onde sócios e parceiros estão envolvidos, logo é fundamental que o 
empreendedor escolha os melhores sócios e parceiros, pois serão eles 
que o ajudarão no momento de crescimento do negócio, deste modo é 
importante que eles tenham habilidades que você não tem e que são 
essenciais para o seu negócio.
• Saber a hora de profissionalizar e delegar: querer tomar todas as 
decisões sozinho e ser o responsável por todas as ações da empresa é 
um grande risco, sendo assim, no momento de crescimento da empresa, 
é de suma importância saber trazer pessoas/executivos de mercado 
que entendem de administração de negócios e que podem colaborar 
com a empresa, isso porque nem sempre o criador da empresa é o 
melhor executivo para fazê-la crescer.
158
• Otimizar os recursos disponíveis: provavelmente um negócio não 
começa com todos os recursos que precisa já em mãos. Diante disso, o 
empreendedor deve, desde o início, evitar imobilizar o capital financeiro 
da empresa, otimizando recursos e negociando os itens necessários 
para a sua empresa. Resistir à tentação de construir rapidamente a 
organização é também primordial, pois isso pode afetar o capital que o 
negócio tem. Dica: tenha paciência, avalie ofertas e negocie compras e 
prazos.
• Identificar boas fontes de investimento e financiamento: 
ao monitorar o que está acontecendo no mercado, em termos de 
oportunidades de acesso a capital, é possível identificar instituições 
financeiras e investidores que possuem boas ofertas de acesso ao 
crédito voltado para negócios inovadores.
• Networking: é essencial participar das entidades de classe e tornar-
se conhecido no seu setor, ampliando seus contatos e sua rede de 
parceiros, fornecedores, possíveis sócios e nova cartela de clientes.
Sem foco, sem uma equipe comprometida com o negócio, sem saber 
delegar e profissionalizar seu empreendimento, sem a otimização dos recursos 
disponíveis, sem a identificação de boas fontes de investimento e financiamento, 
e por fim sem um networking adequado e promissor, o processo empreendedor 
pode não se desenvolver. Isso porque o empreendedor estará tomando decisões 
sem a ajuda de indivíduos capacitados para auxiliá-lo em questões técnicas, sem 
uma averiguação correta quanto aos recursos e investimentos necessários para 
fazer a empresa ganhar vida e, como consequência, todos esses fatores podem 
enfraquecer o plano de negócio e impedir que uma organização comece as suas 
atividade ou até mesmo abra as portas.
A leitura do artigo O processo empreendedor em empresas criadas por ne-
cessidade, ajudará na compreensão entre as teorias e práticas quanto ao 
pragmatismo dos processos empreendedores. 
Acesse em: https://www.scielo.br/j/gp/a/PRgCLb4whT36zZPJTrhrygz/
abstract/?lang=pt.
DICA
Por exemplo, alguns empresários decidem começar um empreendimento, 
pois em determinado período da sua vida, receberam uma certa quantia em 
dinheiro. Digamos que você foi demitido do seu emprego atual e com a rescisão de 
159
trabalho você recebeu uma determinada quantia em dinheiro. Com esse valor, no 
dia seguinte, você aluga uma loja no centro da sua cidade, entra em contato com 
alguns fornecedores de produtos específicos e dois dias depois já está trabalhando, 
vendendo suas mercadorias. E os demais encargos para custear a demanda que 
toda a empresa gera? E quem será o seu público, e a partir desse conhecimento qual 
é a quantidade certa de produtos que você precisaria ter para abrir o seu comércio? 
Como será sua estratégia de venda e divulgação do empreendimento? O local em 
que você abriu a sua loja é realmente adequado? Quem são seus concorrentes, 
como eles agem? São muitas questões que compreendem a identificação de uma 
oportunidade de negócio, o desenvolvimento de estratégias para que esse negócio 
seja estruturado, os recursos necessários para dar vida a ele, e toda a capacidade 
para gerir a empresa.
4 EMPREENDENDO NA PRÁTICA 
Se você pensa em ser um empreendedor, é claro que ter sucesso é uma das 
opções que você almeja, afinal ninguém começa uma empreitada para fracassar, 
não é mesmo? Por isso, ter cuidado com o seu negócio ou com suas atividades 
empresariais, caso você seja um empreendedor corporativo, é muito importante 
para os resultados que serão obtidos. Visto isso, é relevante tomar decisões com 
calma e sabedoria, isto é, tendo todas as informações na mesa e analisando todos 
os pontos fortes e fracos ao optar por investir em determinada ação/estratégia/
empreendimento. Também é fundamental buscar ajuda para empreender com 
confiança e segurança, ou seja, estar cercado de pessoas que saibam “como fazer 
as coisas”, profissionais qualificados para atuarem com sabedoria em cada área da 
empresa ou atividade a ser executada.
Diante disso, Dornelas (2007) dá dicas valiosas, às quais chama 
“de empreendedor para empreendedor”, apontando alguns conselhos dos 
empreendedores de sucesso para aqueles que pretendem empreender:
• Planejamento: “Antes de começar o negócio, pense mais de trinta 
vezes, repense novamente e monte a coisa na cabeça antes de tomar 
a decisão final, mas depois que tomou a decisão agarre-a com unhas e 
dentes e não olhe para trás” (DORNELAS, 2007, p. 85). Trabalhe muito. 
Tenha visão de longo prazo. Conheça a fundo onde está pisando. Seja 
otimista e prepare-se muito bem antes de iniciar o negócio. Estude o 
projeto antes de abrir a empresa. Faça análise de mercado. Avalie seus 
custos. Tenha garra e força de vontade. Acredite nas suas ideias, mas 
faça um planejamento e um cronograma das suas atividades. 
• Oportunidade: “Entendo que, para empreender, além da sorte, da 
boa oportunidade e da visão, temos que ter a calma suficiente para 
160
analisar as questões, delimitar riscos e, só então, mergulhar de cabeça” 
(DORNELAS, 2007, p. 87). Se estiver descontente com o seu cotidiano, 
mude-o, assim terá paixão por aquilo que faz, para tanto esteja sempre 
atento às oportunidades. Não se iluda inventando uma oportunidade, 
oriente-se pelo mercado. Esteja preparado e atento para aproveitar as 
chances que aparecem, sem se esquecer de analisar o mercado que 
muda constantemente. Por fim, saiba que «as pessoas que vencem 
neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam 
e, quando não as encontram, as criam” (DORNELAS, 2007, p. 87). 
“Boas ideias não são necessariamente oportunidades, e não saber distinguir 
umas das outras é uma das grandes causas de insucesso” 
(DOLABELA, 1999, p. 4). 
ATENÇÃO
• Conhecimento e gestão: “Se tiver uma ideia, coloque-a em prática. 
Mas faça algo novo, inexistente e diferenciado no mercado, e acima 
de tudo, para o bem-estar sociale com desenvolvimento sustentável” 
(DORNELAS, 2007, p. 87). Trabalhe de forma honesta e com ética. 
Surpreenda o cliente. Conheça o mercado. Invista em preparação 
acadêmica. Ouça o seu instinto empreendedor. Saiba que empreender 
é ser um pouco administrador, um pouco executor e um pouco gestor. 
• Dedicação e paixão pelo que faz: “Conheça claramente as regras 
do jogo em que você vai atuar, não acumule dívidas, prepare-se para 
trabalhar como um louco e não se iluda: se der errado, a culpa foi sua» 
(DORNELAS, 2007, p. 88). Tenha disposição para investir seu tempo 
a abdicar da vida pessoal pela empresa. Acredite no que você quer e 
persista, persista. Faça o que você gosta, pois o que é feito por obrigação 
não dá certo. Além de dedicação, seja otimista. Esteja ali por causa de 
um sonho. Lembre-se que quando o jogo está difícil, não é momento 
de desistir. O empreendedor é obstinado, apaixonado, desprendido e 
nunca desiste ao primeiro obstáculo. 
• Equipe: «A colaboração de pessoas qualificadas é uma das colunas 
que suportam o empreendimento” (DORNELAS, 2007, p. 89). Divida 
responsabilidades e opiniões. Não faça as coisas sozinho. Seja ousado, 
aberto a mudanças e cerque-se de pessoas melhores que você mesmo. 
• Recursos e riscos: “É preciso, antes de mais nada, saber tomar decisões 
arriscadas e difíceis. Para isso, é necessário ter muita determinação e 
coragem. Para o negócio valer a pena, é preciso se sentir bem com o 
161
que faz” (DORNELAS, 2007, p. 90). Ao utilizar capital próprio, tome muito 
cuidado, sacrifique-se e sue a camisa, pois ao se endividar e mergulhar 
em dificuldades, é possível perder o objetivo de vista, o desespero 
aparecer e o sonho acabar sendo vendido. Tentar é a melhor forma de 
saber se algo é possível, e para isso será preciso assumir alguns riscos, 
porém não abra mão de fazer análises e ter uma reserva para se isentar 
das turbulências de mercado.
• Diversos: Seja um bom vendedor. Tenha networking. Acredite em você, 
respeite seus parceiros e seja leal. Trabalhe com ética e honestidade. 
Tenha perseverança e humildade.
E Thiel (2014, p. 12-13) complementa dizendo que 
quando pensamos no futuro, esperamos um futuro de progresso. Esse 
progresso pode assumir uma das duas formas. O progresso horizontal ou 
extensivo significa copiar coisas que funcionam — ir de 1 a n. Ele é fácil 
de imaginar porque já conhecemos sua aparência. O progresso vertical 
ou intensivo significa criar coisas novas — ir de 0 a 1. Este é mais difícil de 
imaginar porque requer fazer algo que ninguém fez antes. Se você pega 
uma máquina de escrever e fabrica cem, fez um progresso horizontal. 
Se você tem uma máquina de escrever e desenvolve um processador de 
texto, fez um progresso vertical.
Quadro 3 – Progresso horizontal vs progresso vertical 
 
Progresso horizontal
ou extensivo
Copiar coisas que funcionam
Progresso vertical
ou intensivo
Fazer coisas novas
FONTE: Thiel (2014, p. 12)
O que Thiel (2014) quer dizer e o que o Quadro 3 representa é que há duas 
formas de empreender e começar um negócio ou uma ação dentro de uma empresa 
já existente (sendo você funcionário dela). Uma é optando por copiar o que já existe, 
o que lhe dará um progresso horizontal, e não há nada de inovador nisso, porém há 
uma certa garantia de que se os outros estão fazendo e se eu fizer tão bem quanto 
eles, também poderei – quem sabe – ter sucesso. Um exemplo disso é a plataforma 
162
de mídia social TikTok e a função Reels, serviço oferecido pelo Instagram. A rede 
social on-line de compartilhamento de fotos e vídeos, Instagram, percebeu uma 
ligeira concorrência ao surgir o TikTok, um aplicativo de mídia para criar e comparti-
lhar vídeos curtos, e que começou a se tornar febre entre muitos jovens e diversas 
pessoas ao redor do mundo. Ao invés de o Instagram efetuar um progresso vertical, 
criando um serviço inovador para atender seus clientes, ele decidiu implantar em 
sua plataforma um sistema similar ao TikTok, e o chamou de Reels.
O Instagram, com essa empreitada, foi de 1 a n, pois fez o que era familiar. 
Já o TikTok, ao ser lançado, foi de 0 a 1, conforme Thiel propõe, isso porque a 
empresa criou algo novo, e «o ato de criação é singular, assim como o momento da 
criação e o resultado é algo original e estranho» (THIEL, 2014, p. 8).
Não há certo e errado para isso, há apenas constatações. Ao criar o Reels, 
o Instagram passou a competir com o TikTok, com o objetivo de não perder o seu 
público e, quem sabe, também conquistar novos usuários. Contudo, se você quer 
fazer algo diferente e proporcionar ao mercado algo novo, então o progresso vertical 
faz mais sentido.
 Figura 18 – Processo empreendedor: ideias = problemas + 
pensamento + solução 
FONTE: https://bit.ly/3DWDfHq. Acesso em: 9 ago. 2022.
De acordo com a Figura 18, o Processo Empreendedor pode, também, partir 
do pressuposto de que uma ideia de negócio surja ao verificarmos um problema no 
mercado, isto é, um desejo ou uma necessidade dos consumidores que não estão 
sendo atendidos. Diante disso, o empreendedor pensa em como poderá resolver 
essa questão, e ao encontrar a solução tem uma proposta de empreendimento em 
mãos. 
Por fim, como instrução adicional, Dornelas (2007) expõe os principais erros 
dos empreendedores de primeira viagem, sendo eles:
163
• Recursos: não dar a devida atenção para os recursos necessários que 
irão fazer o negócio acontecer.
• Fluxo de caixa: não entender ou gerenciar mal o caixa da empresa.
• Investimentos: acreditar que o investimento inicial é o único capital 
financeiro que a empresa irá precisar. «Na verdade, todo negócio precisa 
do investimento inicial e recursos adicionais até chegar ao ponto de 
equilíbrio» (DORNELAS, 2007, p. 93).
• Ciclo de vendas: considerar que nas negociações haverão os clientes 
maus pagadores, que não conseguem arcar com a responsabilidade 
assumida, por algum motivo. Enquanto esse problema não se resolver, 
haverá dificuldades no caixa da empresa que podem causar prejuízos 
no negócio, e para minimizar esses impactos é importante ter um 
planejamento financeiro que considere perdas percentuais decorrentes 
de pagadores duvidosos.
• Foco vs Diversificação: para ver a empresa crescer rapidamente e 
ter sucesso, muitos empreendedores buscam vender novos produtos 
ou versões de produtos para serem colocadas no mercado, no entanto, 
ainda formando o seu público-alvo, é fundamental ter foco no início, 
controlar os recursos da empresa (agradar o cliente e depois se 
endividar não é a solução). Além disso, é preciso ter ciência do nicho 
de mercado que está sendo abordado. E, claro, depois de a empresa 
estar estabelecida no seu segmento, ela pode partir para ações de 
diversificação.
• Empreendedores não ganham escala: alguns empreendedores têm 
sucesso inicial e com isso acham que terão competência para tocar 
o negócio, sendo controladores e se baseando no sucesso passado. 
Isso é um risco e um desafio para as empresas crescerem. A solução 
é contratar bons profissionais para ajudarem no desenvolvimento da 
organização.
• Agilidade vs Controle: o momento de ser ágil ou o momento de 
ser controlador é um dilema. Não existe uma regra a ser seguida. No 
entanto, conforme a empresa cresce, o negócio vai se consolidando, e, 
assim, se torna mais organizado e controlado. Logo, o começo de um 
empreendimento tende a ser mais ágil.
• Ansiedade por resultados: esse ponto pode estragar muitos 
negócios bons. Qual o momento de colher frutos? Isso vai dar certo? Vai 
demorar muito para os resultados aparecerem? Bom, no curto prazo, 
provavelmente a maioria dos negócios não trarão resultados, afinal eles 
têm um ciclo de vida natural e que deve ser respeitado, sendo assim a 
expansão rápida é prejudicial, pois a queda pode ser rápida também.
164
 A fim de começar um negócio da maneira mais tranquila possível, espera-
se que o empreendedor: 
• identifique ideias;
• avalie oportunidades;
• elabore um plano de negócios/planejamentopara o empreendimento 
tomar forma e abrir suas portas;
• efetue o levantamento dos recursos necessários;
• identifique e viabilize investimentos;
• contrate profissionais capacitados e delegue funções para a empresa 
criada.
Assim, empreender poderá ser divertido e rentável.
LEITURA COMPLEMENTAR
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO EM 
ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
Robson Paulo Ribeiro Ferras 
Fernando César Lenzi 
Silvio Roberto Stefano 
Flávio Ramos
2.2 CULTURA EMPREENDEDORA CORPORATIVA
 A cultura de uma organização pode ser entendida como o conjunto 
de fatores subjetivos que influenciam sua forma de agir como, por exemplo, as 
suposições que se demonstraram eficientes na resolução de problemas e que, 
por isso, foram consagradas na organização, configurando, assim, as práticas 
organizacionais (SCHEIN, 1985, 1999). Em linhas gerais, a cultura organizacional é 
construída a partir das pessoas que compõem a organização.
A cultura intraempreendedora, por sua vez, é caracterizada pela postura dos 
gestores em incentivar práticas organizacionais inovadoras e pelo comprometimento 
dos profissionais em contribuir para o desenvolvimento da organização, através 
da geração de inovações que impactem em melhorias dos produtos, serviços, 
processos ou do ambiente interno (DRUCKER, 1987; FESTA, 2015).
165
Para que a cultura intraempreendedora seja desenvolvida, as estratégias 
organizacionais devem estar pautadas em motivar os profissionais a promoverem 
ações inovadoras (DORNELAS, 2003; FESTA, 2015). Segundo Filion (2004), tais 
ações são possíveis em todos os níveis hierárquicos, sendo que o fluxo de ideias 
pode ocorrer de baixo para cima, por iniciativa dos intraempreendedores, ou de 
cima para baixo, por iniciativa dos gestores.
Nesse processo, a postura da administração é um dos principais fatores 
impactantes na cultura intraempreendedora, já que pode flexibilizar o ambiente às 
ações inovadoras ou, em caminho inverso, dificultar sua difusão (PINCHOT, 1985; 
FUMAGALLI; DEL CORSO; SILVA; COSTA, 2015). Quando a inovação se torna uma 
diretriz organizacional, os intraempreendedores ganham espaço para desenvolver 
ideias inovadoras (FILION, 2004). Normalmente, os intraempreendedores são 
os primeiros a se inserirem no contexto das inovações e, muitas vezes, acabam 
estimulando a integração dos demais funcionários. Isso ocorre porque as práticas 
inovadoras podem causar sinergias que contagiam a todos na organização (LENZI; 
LANA; ORLANDI; CAMARGO; BRANCO, 2013).
Visando estimular o processo inovador, a organização deve criar estímulos 
que articulem o potencial dos empreendedores corporativos às características 
organizacionais, fortalecendo a integração entre os profissionais e a organização 
(LENZI et al., 2011; FESTA, 2015). Mesmo sabendo-se que a inovação nas organizações 
não depende exclusivamente de ações planejadas, mas também da iniciativa 
inovadora dos profissionais (PINCHOT, 1985), um processo de inovação estruturado 
possibilita a canalização do potencial intraempreendedor da organização aos 
objetivos pré-definidos (PINCHOT; PELLMAN, 2004; SEIFFERT, 2005).
Tal estruturação deve incorporar ações canalizadas à construção de um 
ambiente inovador, uma vez que a existência de um clima favorável à inovação reflete 
no desenvolvimento de uma cultura pautada no intraempreendedorismo (SCHEIN, 
1985, 1999; HISRICH; PETERS, 2004; PINCHOT; PELLMAN, 2004; HASHIMOTO; 
ANDREASSI; ARTES; NAKATA, 2010; PISCOPO, 2010; FESTA, 2015).
Considerando que a falta de flexibilidade é a maior barreira à inovação 
existente nas organizações (FESTA, 2015), o desenvolvimento da cultura 
intraempreendedora requer a criação de um espaço para adoção de estratégias 
voltadas ao estímulo de ações empreendedoras corporativas (SEIFFERT, 2005; 
PISCOPO, 2010).
Moriano, Topa, Valero e Lévy (2009) buscaram evidenciar os elementos 
que influenciam a cultura intraempreendedora. Para os autores, a conduta 
intraempreendedora é influenciada por cinco fatores: a) o apoio da direção ao 
desenvolvimento de ideias voltadas a melhorias organizacionais; b) a liberdade 
concedida aos funcionários para a execução de suas atividades; c) a criação de um 
166
sistema de recompensas às ideias inovadoras; d) a disponibilização de tempo para 
execução das ideias; e, e) as incertezas inerentes nas tarefas desenvolvidas.
Os resultados apresentados na pesquisa de Moriano et al. (2009) demonstram 
que a conduta intraempreendedora é mediada pela identificação organizacional. 
Dessa forma, os profissionais que se identificam com a organização são mais 
propensos a assumir riscos e a inovar, gerando com isso benefícios organizacionais.
Nem todas as organizações intraempreendedoras sempre possuíram tal 
perfil. Assim, uma organização pode vir a desenvolver a cultura intraempreendedora, 
uma vez que as características inerentes ao conceito podem ser adquiridas através 
da criação de estímulos à inovação (PINCHOT, 1985; FESTA, 2015).
2.3 A UNIVERSIDADE PÚBLICA COMO ESPAÇO AO 
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
Intraempreendedorismo público é definido por Roberts (1992) como o 
desenvolvimento de ideias inovadoras articuladas com a realidade do setor público. 
As discussões sobre o intraempreendedorismo nesse setor têm sido impulsionadas 
pela busca da eficiência na administração pública, traduzida por fatores como a 
qualidade dos serviços ofertados, a aplicação eficiente dos recursos, a promoção 
de desenvolvimento social, entre outros (BELLONE; GOERL, 1992).
As instituições públicas, assim como vem ocorrendo nas organizações 
privadas, também podem desenvolver o conceito em seus ambientes, buscando 
otimizar suas rotinas, melhorar o desempenho e aumentar a qualidade de seus 
serviços, proporcionando maior satisfação a seus usuários (DORNELAS, 2003; 
WOLF et al., 2011; NIENKOETTER; CRUZ, 2012).
Dentre as organizações públicas, evidencia-se o caso das instituições 
de Ensino Superior, objeto deste estudo. De acordo com Souza (2008), as 
universidades são organizações intensivas em conhecimento, o que significa 
que esse ativo intangível é a matéria-prima principal para os produtos e serviços 
ofertados por essas instituições. A existência de profissionais orientados para a 
busca do conhecimento torna o ambiente universitário propício à participação 
desses servidores na resolução dos problemas organizacionais, o que caracteriza 
um espaço para a ação intraempreendedora.
Contudo, repensar as organizações públicas pelo enfoque do 
empreendedorismo corporativo requer a superação de algumas barreiras impostas 
pelo próprio formato do sistema administrativo dessas organizações. A falta de 
flexibilidade para a incorporação de mudanças nos processos organizacionais 
dificulta a difusão de ações inovadoras nas instituições e é uma dessas barreiras 
impostas (FILION, 2004; PIRES; MACÊDO, 2005; BERNIER; HAFSI, 2007).
167
O contexto organizacional das instituições públicas é visto por Bernier 
e Hafsi (2007) como paradoxal, uma vez que apresenta potencialidades que 
podem ser exploradas em prol do desenvolvimento de um ambiente inovador. Em 
caminho antagônico, esse contexto está associado ao conservadorismo, à rotina 
comportamental, à aversão ao risco, decorrente da estabilidade funcional e à falta 
de iniciativa.
O desafio ao desenvolvimento do empreendedorismo corporativo 
em instituições públicas está, portanto, em identificar as potencialidades 
intraempreendedoras existentes na instituição e canalizá-las para a construção 
de um ambiente inovador, superando as barreiras decorrentes do formato 
organizacional público, sem infringir os aspectos legais.
Fonte: FERRAS, R. P. R.; LENZI, F. C.; STEFANO, S. R.; RAMOS, F. Empreendedoris-
mo Corporativo em Organizações Públicas. Revista de Empreendedorismo e 
Gestão de Pequenas Empresas, [s. l.], v. 7, n. 2, p. 31-66, 2018. Disponível em: 
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3205478. Acesso em: 9. 
ago. 2022. 
168
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu: 
• Seria possívelensinar a empreender? Pois é, essa questão intriga algumas 
pessoas, no entanto, com base no processo empreendedor, é possível identificar 
fases que um empreendimento deve passar para abrir suas portas e buscar bons 
resultados.
• É preciso compreender as quatro fases do processo empreendedor: a identificação 
e avaliação da oportunidade; o desenvolvimento do plano de negócios; a 
determinação e a captação dos recursos necessários; e o gerenciamento da 
empresa criada.
• Ao identificar essas fases, o empreendedor pode se guiar por elas a fim de efetivar 
seu negócio sem tantos contratempos, minimizando os prejuízos e otimizando a 
abertura de uma empresa de sucesso.
• Para empreender, além de se orientar pelo processo empreendedor, é preciso que 
o indivíduo acompanhe o seu negócio, esteja sempre ciente das necessidades 
da empresa e quando necessário busque apoio de profissionais competentes 
para ajudar no desenvolvimento da organização.
169
AUTOATIVIDADE
1. Dornelas (2007) nos lembra que o processo empreendedor é apenas 
parte do desenvolvimento de um negócio, pois uma administração em-
preendedora é importante em todos os estágios de uma empresa. Con-
siderando as fases do processo empreendedor, sobre qual é a primeira 
delas, assinale a alternativa CORRETA:
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de 
sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 
a. ( ) Identificar e avaliar a oportunidade.
b. ( ) Plano de negócios.
c. ( ) Gerenciamento empresarial.
d. ( ) Elaboração de estratégias de divulgação e vendas.
2. Uma das partes que pode ser mais trabalhosa no processo empreendedor, 
dentre as quatro fases, é o plano de negócios, principalmente para os 
empreendedores de primeira viagem. Com base no plano de negócios, 
analise as sentenças a seguir:
I. Nessa etapa do processo empreendedor, serão analisadas as 
oportunidades para a empresa em relação aos riscos e retornos 
que poderão ser obtidos.
II. É uma das fases em que o empreendedor busca o melhor 
gerenciamento da empresa a partir do estilo de gestão que a 
impulsionará rumo ao sucesso empresarial.
III. Neste estágio o empreendedor definirá a essência da empresa, a 
estratégia do negócio, o mercado e a concorrência.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
170
3. Para que o processo empreendedor funcione da melhor maneira 
possível, o empreendedor deve ter e adotar algumas características que 
propiciam isso. De acordo com os aspectos fundamentais para o sucesso 
empreendedor, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
(    ) O empreendedor precisa saber a hora de delegar tarefas, pois é um 
grande risco ser responsável por todas as ações da empresa.  
(  ) Foco: as tomadas de decisões dentro da empresa devem ser todas 
supervisionadas pelo empreendedor, este que precisa ser o responsável 
por todas as atividades que a empresa desenvolve.
(    ) Expandir e fortalecer a sua rede de contatos é importante para tornar-
se conhecido no setor, melhorando o seu networking.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
e. (    ) V – F – F.
f. (    ) V – F – V.
g. (    ) F – V – F.
h. (    ) F – F – V.
4. Começar um negócio pode ser o sonho ou a necessidade de um 
empreendedor, no entanto, por mais que o empreendimento seja simples, 
alguns recursos e investimentos serão necessários para que a empresa 
abra as suas portas e passe a oferecer produtos ou serviços para os 
consumidores. Disserte sobre a necessidade e importância de identificar 
boas fontes de investimento e financiamento para um negócio.
5. No processo empreendedor uma ideia de negócio surge, diante disso o 
empreendedor investigará formas de solucionar problemas da sociedade a 
partir da oferta de produtos e serviços. Contudo, alguns empreendedores 
de primeira viagem cometem erros ao darem os primeiros passos na 
abertura do seu negócio. Nesse contexto, disserte sobre os principais 
erros que os empreendedores de primeira viagem cometem:
171
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	EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO SOCIAL
	SOBRE O EMPREENDEDORISMO
	1 INTRODUÇÃO
	2 O QUE É EMPREENDEDORISMO
	4. 1 CASE 3 – DOLADO
	4 FORMAS DE EMPREENDER
	3 QUEM É EMPREENDEDOR
	2.2 CASE 2 – EMPREENDEDORES CRESCEM EM MEIO À PANDEMIA COM TRANSFORMAÇÃO DOS NEGÓCIOS
	2.1 CASE 1 – CULINÁRIA VENEZUELANA
	RESUMO DO TÓPICO 1
	autoatividade
	INOVAÇÃO X INVENÇÃO
	1 INTRODUÇÃO 
	2 O QUE É INOVAÇÃO
	4 DIFERENÇAS ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO
	3 O QUE É INVENÇÃO
	RESUMO DO TÓPICO 2
	autoatividade
	INOVAÇÃO SOCIAL
	1 INTRODUÇÃO
	2 O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL
	2.5 MUDANÇAS NO CENÁRIO E SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA
	2.4 INOVAR PARA O CRESCIMENTO
	2.3 OS PRIMEIRO DESAFIOS
	2.2 O INÍCIO DA HISTÓRIA SIVET
	2.1 A HISTÓRIA DE UM EMPREENDEDOR
	2 DESCRIÇÃO DO CASO
	EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM CASO 
DE ENSINO
	LEITURA COMPLEMENTAR
	4.2 CASE 2 – PROJETO MÃO AMIGA
	4.1 CASE 1 – MICROCRÉDITO
	4 CASES SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL
	3 BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO SOCIAL E O EMPREENDEDORISMO SOCIAL
	RESUMO DO TÓPICO 3
	autoatividade
	REFERÊNCIAS
	AMBIENTES 
QUE FAVORECEM O EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO
	TÓPICO 1 
	4 EMPREENDIMENTOS
	3 SETORES DA ECONOMIA
	2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O EMPREENDEDORISMO 
	1 INTRODUÇÃO 
	RESUMO DO TÓPICO 1
	AUTOATIVIDADE
	COMO INOVAR DENTRO DO NICHO DE MERCADO QUE ATUO
	1 INTRODUÇÃO 
	2 AMBIENTES QUE FAVORECEM A INOVAÇÃO 
	4 COMO CRIAR UM AMBIENTE INOVADOR
	3 A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À INOVAÇÃO 
	2.1 CASE: GREEN MOUNTAIN – TORRADEIRAS DE CAFÉ
	RESUMO DO TÓPICO 1
	AUTOATIVIDADE
	O PODER DO FOCO E DA INOVAÇÃO
	1 INTRODUÇÃO 
	2 FOCO NOS NEGÓCIOS PARA O CRESCIMENTO 
	2 CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES 
	INOVAÇÃO ABERTA COMO UMA VANTAGEM COMPETITIVA PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA
	LEITURA COMPLEMENTAR
	4 COMO CRIAR UM NEGÓCIO INOVADOR
	3.1 CASE CARBON PLAY
	3 A INOVAÇÃO COMO FATOR PARA DIFERENCIAÇÃO E COMPETITIVIDADE DE UM NEGÓCIO 
	RESUMO DO TÓPICO 3
	AUTOATIVIDADE
	REFERÊNCIAS
	ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS, EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO E PROCESSO EMPREENDEDOR
	2 IDENTIFICANDO UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA
	1 INTRODUÇÃO 
	TÓPICO 1 
	4 O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS NO MERCADO
	3 A IMPORTÂNCIA DE SER UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA
	RESUMO DO TÓPICO 1
	AUTOATIVIDADE
	1 INTRODUÇÃO 
	2 O QUE É O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO 
	4 COMO SER UM EMPREENDEDOR CORPORATIVO
	3 A IMPORTÂNCIA DO INTRAEMPREENDEDORISMO
	RESUMO DO TÓPICO 2
	AUTOATIVIDADE
	1 INTRODUÇÃO
	2 AS FASES DO PROCESSO EMPREENDEDOR
	TÓPICO 3
	2.3 A UNIVERSIDADE PÚBLICA COMO ESPAÇO AO EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
	2.2 CULTURA EMPREENDEDORA CORPORATIVA
	EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
	LEITURA COMPLEMENTAR
	4 EMPREENDENDO NA PRÁTICA 
	3 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO EMPREENDEDOR
	RESUMO DO TÓPICO 3
	AUTOATIVIDADE
	REFERÊNCIAS

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