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Empreendedorismo e Inovação (TÉCNICO_PROFISSIONALIZANTE)

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Empreededorismo 
e Inovação
Autor
Liane Broilo Bartelle
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Liane Broilo Bartelle
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
APRESENTAÇÃO 
 Caro aluno, seja bem vindo ao nosso curso profissionalizante em 
Empreendedorismo, onde abordaremos a disciplina Empreendedorismo e Inovação. 
É um prazer tê-lo conosco nesse processo de ensino e esperamos que você possa 
construir aprendizados relevantes na sua jornada acadêmica. 
 Esta disciplina está dividida em três unidades que irão transcorrer sobre 
assuntos que nos farão compreender melhor o tema Empreendedorismo, que é um 
processo muito importante para a criação e o desenvolvimento de negócios, como 
também de pessoas alocadas dentro de uma organização que poderão, assim, co-
laborar com o crescimento desta, com o viés empreendedor.
 Na Unidade 1, iniciaremos falando sobre o que é o empreendedorismo, bus-
cando desmistificar essa iniciativa de transformar ideias em negócios. Também va-
mos entender quem é o empreendedor, isto é, o perfil de um indivíduo considerado 
empreendedor. Em seguida, entraremos no assunto inovação, porém, para com-
preender o que é inovação, precisaremos saber diferenciá-la do que é invenção 
para, assim, ampliarmos os nossos estudos para o campo da inovação social.
 Na Unidade 2, o foco dos nossos estudos estarão voltados para os ambien-
tes que favorecem o empreendedorismo, ou seja, identificar os setores da econo-
mia para empreender. Trataremos, também, sobre como inovar dentro do nicho de 
mercado que um negócio atua. Por fim, encerraremos a segunda unidade falando 
sobre o poder do foco e da inovação, afinal não adianta querer que sua empresa 
cresça se o empreendedor não tiver foco e disciplina para fazer com que a sua 
organização tenha sucesso, além de uma pitada de inovação, que ajuda na diferen-
ciação e competitividade de um empreendimento.
 Na Unidade 3, abordaremos os seguintes tópicos: o que é uma organização 
empreendedora, visto que apenas abrir um negócio não garante que este tenha 
sempre o viés empreendedor; conhecendo o empreendedorismo corporativo, a fim 
de que possamos aprender que, mesmo sendo colaboradores de uma empresa, 
também podemos ser empreendedores dentro dela; o processo empreendedor, 
que diz respeito às fases/atividades para que uma empresa seja criada.
 Seguimos juntos a jornada, em busca de novos conhecimentos que 
possibilitem a construção do nosso saber nessa área fascinante que é o 
Empreendedorismo e a Inovação.
Desejo a você um ótimo período de estudos!
Professora Liane Broilo Bartelle.
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
SOCIAL ............................................................................................................9
TÓPICO 1 SOBRE O EMPREENDEDORISMO ......................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 O QUE É EMPREENDEDORISMO .................................................................. 11
2.1 CASE 1 – CULINÁRIA VENEZUELANA .....................................................13
2.2 CASE 2 – EMPREENDEDORES CRESCEM EM MEIO À PANDEMIA 
COM TRANSFORMAÇÃO DOS NEGÓCIOS ................................................... 14
3 QUEM É EMPREENDEDOR ............................................................................15
4 FORMAS DE EMPREENDER ........................................................................ 18
4. 1 CASE 3 – DOLADO .....................................................................................19
RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................23
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................24
 TÓPICO 2 NOVAÇÃO X INVENÇÃO ....................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 27
2 O QUE É INOVAÇÃO ....................................................................................... 27
3 O QUE É INVENÇÃO ........................................................................................31
4 DIFERENÇAS ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO ......................................33
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................ 37
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................38
TÓPICO 3 INOVAÇÃO SOCIAL .................................................................................41
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................41
2 O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL ........................................................................41
3 BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO SOCIAL E O 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL .....................................................................45
4 CASES SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL ...........................................................48
4.1 CASE 1 – MICROCRÉDITO ..........................................................................48
4.2 CASE 2 – PROJETO MÃO AMIGA ...........................................................50
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................52
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO COMO 
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL: UM CASO DE ENSINO ........................52
2 DESCRIÇÃO DO CASO ..................................................................................52
2.1 A HISTÓRIA DE UM EMPREENDEDOR ....................................................52
2.2 O INÍCIO DA HISTÓRIA SIVET ...................................................................53
2.3 OS PRIMEIRO DESAFIOS ..........................................................................53
2.4 INOVAR PARA O CRESCIMENTO .............................................................54
2.5 MUDANÇAS NO CENÁRIO E SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA .......55
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................58
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................60
UNIDADE 2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O 
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO ........................................................ 65
SETORES DA ECONOMIA PARA EMPREENDER TÓPICO 1 ............................. 67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 67
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM O EMPREENDEDORISMO ................... 67
3 SETORES DA ECONOMIA ............................................................................. 73
4 EMPREENDIMENTOS .................................................................................... 75
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................. 78
AUTOATIVIDADE ....................................................................................................... 79
TÓPICO 2 COMO INOVAR DENTRO DO NICHO DE MERCADO QUE ATUO ... 81
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 81
2 AMBIENTES QUE FAVORECEM A INOVAÇÃO ......................................... 81
2.1 CASE: GREEN MOUNTAIN – TORRADEIRAS DE CAFÉ .......................83
3 A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO À INOVAÇÃO ......................................85
4 COMO CRIAR UM AMBIENTE INOVADOR ................................................ 88RESUMO DO TÓPICO 1 .............................................................................................94
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................95
TÓPICO 3 O PODER DO FOCO E DA INOVAÇÃO ................................................ 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 97
2 FOCO NOS NEGÓCIOS PARA O CRESCIMENTO .................................... 97
3 A INOVAÇÃO COMO FATOR PARA DIFERENCIAÇÃO 
E COMPETITIVIDADE DE UM NEGÓCIO .....................................................101
3.1 CASE CARBON PLAY ............................................................................... 103
4 COMO CRIAR UM NEGÓCIO INOVADOR ..................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................... 109
INOVAÇÃO ABERTA COMO UMA VANTAGEM COMPETITIVA 
PARA A MICRO E PEQUENA EMPRESA ..................................................... 109
2 CRIAÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA DENTRO 
DAS ORGANIZAÇÕES .................................................................................... 109
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................113
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................115
UNIDADE 3 ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS, 
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO E PROCESSO 
EMPREENDEDOR ....................................................................................... 119
TÓPICO 1 O QUE É UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA .......................121
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................121
2 IDENTIFICANDO UMA ORGANIZAÇÃO EMPREENDEDORA ................121
 3 A IMPORTÂNCIA DE SER UMA ORGANIZAÇÃO 
 EMPREENDEDORA .......................................................................................... 128
4 O IMPACTO DAS ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS 
NO MERCADO ................................................................................................... 133
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... 136
TÓPICO 2 CONHECENDO O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ......... 139
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 139
2 O QUE É O EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ............................. 139
3 A IMPORTÂNCIA DO INTRAEMPREENDEDORISMO .............................144
4 COMO SER UM EMPREENDEDOR CORPORATIVO ............................... 146
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... 150
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 153
2 AS FASES DO PROCESSO EMPREENDEDOR ........................................ 153
TÓPICO 3 O PROCESSO EMPREENDEDOR ....................................................... 153
3 A IMPORTÂNCIA DO PROCESSO EMPREENDEDOR ............................ 156
4 EMPREENDENDO NA PRÁTICA ............................................................... 158
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................... 163
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO EM 
ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS ......................................................................... 163
2.2 CULTURA EMPREENDEDORA CORPORATIVA .................................. 163
2.3 A UNIVERSIDADE PÚBLICA COMO ESPAÇO AO 
EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ...................................................... 165
RESUMO DO TÓPICO 3 ...........................................................................................167
AUTOATIVIDADE .....................................................................................................168
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 170
UNIDADE 1
EMPREENDEDORISMO E 
INOVAÇÃO SOCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• compreender o que é o empreendedorismo; 
• identificar quem é um empreendedor; 
• diferenciar inovação de invenção;
• compreender o que é inovação social.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SOBRE O EMPREENDEDORISMO
TÓPICO 2 – INOVAÇÃO X INVENÇÃO
TÓPICO 3 – INOVAÇÃO SOCIAL
11
TÓPICO 1
SOBRE O 
EMPREENDEDORISMO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, daremos início a nossa jornada com o objetivo de 
compreender o tema Empreendedorismo. Para tanto, começaremos abordando o 
que de fato é o empreendedorismo, conhecendo suas práticas e a importância para 
o mercado econômico, seja setorial como também o mundial.
Além de nos aprofundarmos sobre o que é empreendedorismo, precisamos 
também identificar quem é a figura do empreendedor, ou seja, o perfil dos indiví-
duos considerados empreendedores e o que difere eles dos demais profissionais. 
O empreendedor é apenas aquela pessoa que abre uma empresa ou há muito mais 
por trás de alguém que atua com o viés de um empreendedor?
E já que falamos sobre o que é empreendedorismo e quem é o empreende-
dor, então nada melhor do que encerrarmos esse nosso primeiro tópico estudando 
um pouco sobre as formas de empreender, seja você um vendedor, um fabricante 
de algum produto ou, até mesmo, um professor, isso mesmo, até um professor 
pode ser um empreendedor.
Então, lhe convido a partirmos para esse nosso percurso de estudos, avan-
çando passo a passo rumo ao empreendedorismo e à inovação!
2 O QUE É EMPREENDEDORISMO
Vamos empreender?
Por que o empreendedorismo caiu no gosto popular?
Como a pandemia pelo Covid-19 afetou o empreendedorismo?
Quem pode empreender?
Quando é a hora certa para empreender?
O que preciso para me tornar um empreendedor?
12
São muitas as perguntas em torno da temática do Empreendedorismo, isso 
porque ele se tornou uma pauta muito abordada hoje em dia, principalmente no 
Brasil, onde sempre há um jeitinho para colocar comida na mesa, e isto também é 
empreendedorismo. Aquele vendedor de churros ou pipoqueiro que fica na frente 
da escola. Até o dono de uma multinacional que começou na garagem de casa. 
Empreender é a chave para todo profissional que quer ser dono do seu próprio 
negócio ou também para aqueles que dependem da criação de uma empresa para 
sobreviver.
José Dornelas (2016), especialista brasileiro em empreendedorismo, explica 
que o conceito de empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil nos 
últimos anos, mas o que explica esse aumento? Dornelas destaca que no final da 
década de 1990 o tema empreendedorismo começou a se intensificar, porém a 
relevância do assunto se deu mesmo a partir dos anos 2000. Para ele, existem 
vários fatores capazes de explicar tal interesse na matéria. Nos Estados Unidos, por 
exemplo, a sua principal caracterização é o capitalismo – crescer, vender, expandir. 
Já no Brasil, há uma preocupação com a criação de pequenas empresas que sejam 
duradouras, evitando sua falência, por parte do governo e de entidades de classe. 
Sendo assim, o termo “empreendedorismo” vai se popularizando.
Dornelas também explica que o aumento do índice de desemprego afeta 
o mercado e sem alternativas, os então ex-funcionários, ou até mesmo aquelas 
pessoas que atingirama maioridade, porém ainda não conseguiram conquistar a 
sua primeira oportunidade de trabalho em uma empresa, começam a criar novos 
negócios. Por vezes, o autor explica, muitos desses empreendedores abrem 
empresas sem ao menos terem experiência no ramo, utilizando o pouco que 
ainda lhes restava de economias pessoais, fundo de garantia, etc. Quando esses 
indivíduos se dão conta, eles já se tornaram patrões e não mais empregados.
Mas, qual seria a resposta mais direta, ao sermos questionados sobre o que 
é empreendedorismo? Dornelas, na capa do seu livro, já traz essa informação de 
forma prática para fácil entendimento: empreendedorismo é transformar ideias em 
negócios.
Isso mesmo, aquele que empreende decidiu tirar a sua ideia do papel e 
colocá-la em prática. E temos muitos exemplos bem próximos a nós em relação 
a isso. Vamos pensar na pandemia de Covid-19 como exemplo, que se iniciou em 
dezembro de 2019 na China e após alguns meses tomou conta de todos os países do 
mundo, afetando a economia, já que foi necessário o isolamento físico para conter 
o contágio pelo vírus SARS-CoV-2. Muitas empresas sem público para atender 
fecharam as suas portas e, como consequência, funcionários foram demitidos e o 
desemprego aumentou.
E agora, quando você se vê desempregado, em meio a uma pandemia, 
como fazer para ganhar dinheiro e suprir suas necessidades básicas? Empreender 
13
foi a solução encontrada por muitos brasileiros. Vamos, então, ver dois cases de 
sucesso que nos mostram como colocar uma ideia empreendedora para funcionar.
De acordo com o presidente do Sebrae, o Brasil foi o país onde a pandemia 
teve o papel mais forte de impulsionar o crescimento do empreendedorismo a 
longo prazo, isso porque com o desemprego formal em alta, o empreendedorismo 
individual passou a crescer (EM, 2021).
2.1 CASE 1 – CULINÁRIA VENEZUELANA
Figura 1 – Culinária Venezuelana
FONTE: Freepik 2022.
O venezuelano Jorge Luis, depois que perdeu o seu emprego como 
engenheiro de sistemas devido à pandemia do covid-19, alçou novos vôos em 
busca de uma maneira para sustentar sua família, e a aposta feita foi na culinária 
de seu país de origem – a Venezuela – para começar a gerar renda. O negócio 
montado teve a participação da sua família e foi aberto no litoral sul do Estado 
de São Paulo, a fim de atender cidades vizinhas como São Vicente, Santos e Praia 
Grande. O produto comercializado são “tequeños”, isto é, uma iguaria salgada que 
pode ser recheada com diferentes sabores (DA REPORTAGEM, 2020, s. p.).
Jorge Luis é refugiado e regularizou a sua permanência no Brasil. Durante a 
pandemia, montou a sua microempresa TQ Real.
14
Figura 2 – Tequenõs
FONTE: Freepik 2022.
Residindo no Brasil naquela época, há 18 meses, o venezuelano 
desempregado levou o ditado a sério e fez de um limão uma limonada, como 
disse a reportagem. Junto com a sua esposa Isabel Eugenia, eles buscaram na 
culinária típica do seu país de origem o caminho para o empreendedorismo 
(DA REPORTAGEM, 2020, s. p.).
O que era para ser apenas uma saída para levantar dinheiro em tempos 
difíceis, se tornou um negócio efetivo na vida do casal, que mantém a empresa 
ativa até hoje (ANDRADE, 2020).
2.2 CASE 2 – EMPREENDEDORES CRESCEM EM 
MEIO À PANDEMIA COM TRANSFORMAÇÃO DOS 
NEGÓCIOS
O vídeo “Empreendedores crescem em meio à pandemia com transforma-
ção dos negócios”, disponível no Youtube, traz uma abordagem sobre como alguns 
empreendedores buscaram colocar suas ideias em prática em meio à pandemia do 
Covid-19 para driblar a crise, trabalhar, gerar recursos, mas também viverem o so-
nho de ter o próprio negócio.
15
Neste link, você pode acessar o vídeo supracitado, “Empreendedores crescem 
em meio à pandemia com a transformação dos negócios”. 
Veja: https://www.youtube.com/watch?v=JT7MpWv2GUU
DICA
Seja um pequeno negócio que você abre para atender os vizinhos de 
bairro, uma loja no centro da sua cidade, um e-commerce (loja virtual) ou uma 
grande fábrica de automóveis, você está dando o primeiro passo rumo ao 
empreendedorismo, ou seja, visualiza uma oportunidade de mercado e inicia um 
empreendimento para suprir essa demanda. 
3 QUEM É EMPREENDEDOR
O Brasil é, de fato, um país movido por empreendedores, e os dados provam 
isso, conforme podemos ver na tabela a seguir.
Tabela 1 – países e o empreendedorismo
COMPARATIVO ENTRE PAÍSES DE O PERCENTUAL DE EMPREENDEDORES
PAÍS % de empreendedores estabelecidos
Coreia do Sul 16,4
Grécia 14,7
Guatemala 12,7
Cazaquistão 12,1
Polônia 11,1
Turquia 11,0
Brasil 9,9
FONTE: adaptado de poder 360 (2022, s. P.)
16
Analisando a Tabela 1 e conforme notícias (PODER360, 2022), o Brasil 
tem aumentado o número de empreendedores, tendo mais de 14 milhões de 
empreendedores estabelecidos no país, e entre os anos de 2020 e 2021, o 
Brasil avançou posições nesse ranking, indo do 13º lugar para o 7º.
INTERESSANTE
Contudo, depois dos exemplos que vimos no Case 1 sobre a culinária 
venezuelana e no Case 2 que demonstrou o surgimento de alguns empreendedores 
em meio à pandemia do Covid-19, pode ter despertado em você o desejo de se 
tornar empreendedor. Assim, voltamos, então, para algumas perguntas feitas lá no 
começo do Tópico 1:
• Quem pode empreender? 
• Quando é a hora certa para empreender? 
• O que preciso para me tornar um empreendedor?
Para começar a responder essas questões, é preciso deixar uma coisa clara 
desde o começo: toda ideia de negócio não é sinônimo de sucesso, para tanto, a 
dica é: antes mesmo de pôr a mão na massa, dê uma investigada no mercado que 
você pretende atender. A pesquisa de mercado é de extrema importância para dar 
suporte para um novo empreendimento. Se o seu negócio é pequeno e você não 
tem dinheiro para investir em uma empresa especializada em realizar esse tipo de 
investigação, então parta você mesmo para a pesquisa de seu consumidor e nicho 
de mercado que pretende atuar.
Vamos ilustrar isso a partir de um exemplo prático. Você quer começar a 
vender doces gourmetizados, como brigadeiros, trufas, bombons, entre outras 
guloseimas. Em primeiro lugar, questione-se quem serão os seus possíveis clientes. 
Se você mora em um prédio, quem sabe os seus vizinhos tenham interesse em 
adquirir as primeiras remessas do produto. Então bata de porta em porta e verifique 
a aceitação deles para a mercadoria oferecida, questione-os sobre preços, sabores, 
quantidade, melhores dias para consumo, embalagem, tudo que puder identificar 
nesse primeiro momento será válido para equilibrar a forma como você irá trabalhar 
e ofertar os artigos que serão comercializados.
Depois dessa dica e avaliação inicial, é hora de responder as perguntas, 
começando por quem pode empreender. Quem será? O Bill Gates por já ter muito 
dinheiro, quem sabe? Mas não, a resposta não seria exatamente essa ou tão 
específica. Qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor, seja ela um jovem 
de 15 anos que começa a oferecer serviços de programação para configurar os 
computadores dos colegas de escola por ter aptidão nessa área, ou até mesmo um 
17
adulto que sente vontade, necessidade e interesse em ter seu próprio negócio. Ah! 
E, não é necessário ou crucial começar lá do topo não, isto é, investindo milhares 
de reais para dar o pontapé inicial no seu negócio. Há empreendimentos como 
startups que nascem com pouco investimento e em um curto espaço de tempo 
passam a valer muito dinheiro.
No item “4 FORMAS DE EMPREENDER” será abordado com 
maior profundidade o que são startups e o que isso tem a ver com 
empreendedorismo.
ESTUDOS FUTUROS
Mas quem é o empreendedor e o que é preciso para se tornar um 
empreendedor? Para responder essas perguntas, Dornelas (2016) explica que 
empreendedor é o indivíduo que faz as coisas acontecerem, antecipando-se aos 
fatos com uma visão futura da organização. Além disso, o autor ainda aponta 
que é possível classificar os empreendedores como pessoas diferenciadas com 
motivação singular e apaixonada pelo que fazem, que quebrama ordem corrente e 
inovam, assumindo riscos calculados.
Schumpeter (apud DORNELAS, 2016, p. 44) classifica o empreendedor 
como aquele que “cria novos negócios, mas pode também inovar dentro 
de negócios já existentes; ou seja, é possível ser empreendedor dentro 
de empresas já constituídas. Nesse caso, o termo que se aplica é o 
‘empreendedorismo corporativo’.” 
INTERESSANTE
Podemos, então, definir o empreendedor de maneira abrangente 
e, ao mesmo tempo, objetiva, como: “o empreendedor é aquele que faz 
acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização.” 
DORNELAS, 2016, p. 19).
18
4 FORMAS DE EMPREENDER
Um modelo de empreendimento que tem crescido bastante são as startups. 
Uma startup não é a versão menor de uma grande empresa (BLANK; DORF, 
2014), uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios 
repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza (SEBRAE, 
2014), conforme podemos ver na Figura 4, que apresenta pessoas buscando ideias 
e, mesmo na incerteza, decidindo partir para essa empreitada. 
Uma startup se difere de uma empresa tradicional, pois esta última tem 
um modelo de negócios que já foi testado repetidas vezes – loja para venda de 
roupas, por exemplo – já em uma startup não, tudo é incerto e novo no mercado. 
Segundo o Sebrae, as startups podem ser até mesmo consideradas como embrio-
nárias, que contam com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e 
desenvolvimento de ideias inovadoras. Contudo, são jovens e estão implantando 
uma ideia no mercado – assim começou a Uber, por exemplo – com baixos custos 
de investimento inicial.
Figura 4 – Startup: grupo de pessoas à procura de um negócio
FONTE: Freepik 2022.
E mais, atualmente, temos o termo “startup unicórnio”, cunhado por Aileen 
Lee, fundadora da Cowboy Ventures. As startups unicórnios são novos empreen-
dimentos ou empresas da nova economia, geralmente de base tecnológica, que 
atingem uma avaliação de mercado de US$1 bilhão antes de serem cotadas em 
bolsa. São empresas de crescimento exponencial e que aceleram rapidamente a 
partir de rodadas de investimento antes da abrir capital (PACETE, 2022). 
A Petlove é um exemplo desse tipo de negócio. Ela é uma empresa do 
setor de produtos e serviços para animais de estimação, com um total captado 
com investidores de US$222 milhões. A Petlove começou como um e-commerce 
de produtos para animais de estimação em 1999 e hoje é um grupo que reúne 
tanto essa loja virtual quanto serviços como o clube de assinatura, o aplicativo de 
passeio e hospedagem DogHero, a plataforma de educação Vet Smart e a empresa 
19
de seguros Porto.Pet. No total, a companhia faturou R$800 milhões em 2021 
(FONSECA, 2022).
Livro para aprofundar os conhecimentos sobre startup: “A startup 
enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para 
criar empresas extremamente bem-sucedidas”. Autor: Eric Ries. Editora: Lua 
de Papel, São Paulo, 2012.
DICA
Anteriormente citamos alguns exemplos de negócios que surgiram durante 
a pandemia, então vamos ver mais um case contando a história de uma startup 
que também foi criada nesse período:
4. 1 CASE 3 – DOLADO
A startup Dolado (PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS, 2020) foi 
fundada por Guilherme Freire em julho de 2020, juntamente com os sócios Khalil 
Yassine e Marcelo Loureiro, tendo como objetivo substituir os “caderninhos” que os 
pequenos varejistas usavam para contabilizar dados da empresa, oferecer a eles 
uma plataforma on-line de vendas e para auxiliar na gestão do negócio. A platafor-
ma criada pelos empreendedores apoia os pequenos lojistas na compra e venda de 
produtos. Ao invés de anotar o que entra e o que sai em um bloco de papel, agora 
esses lojistas podem ter como auxílio uma plataforma digital simples e prática para 
ajudar no dia a dia do negócio.
Para saber como está a startup Dolado hoje em dia e as empreitadas 
da empresa, confira o artigo que a Suno publicou, através link: https://www.
suno.com.br/noticias/dolado-startup-capta-digitalizar-pequenos-comer-
cios/.
DICA
Outras ideias de empreendimentos partem das habilidades de cada indiví-
duo. Por exemplo, se você sabe costurar, então pode abrir um ateliê de costura, e 
esse será o seu empreendimento. Talvez começando na sala da sua casa, fazendo 
alguns ajustes de roupas aqui e outros ali, e conforme o seu negócio for crescendo 
e você puder investir nele (tempo, maquinário, conhecimento, recursos etc), quem 
sabe você poderá abrir a sua própria confecção de roupas. Ou, então, digamos 
que você recém terminou a graduação em Letras – Inglês, então que tal dar aulas 
20
particulares? Você sabia que isso também é uma maneira de empreender? Afinal, 
você estará colocando uma ideia em prática e começando o seu próprio negócio.
Os exemplos sobre formas de empreender são inúmeros, no entanto 
falta um questionamento para sanarmos, que é descobrir quando é a hora 
certa de empreender. Para saber a hora certa de empreender, precisamos 
verificar primeiramente as circunstâncias que levam uma pessoa a se tornar um 
empreendedor, e para isso vamos analisar o Quadro 1.
Quadro 1 – Circunstâncias que dão origem a um 
empreendimento e ao empreendedor 
Empreendedor nato
Personalização integral do empreendedor, que, normalmente, desde cedo, demonstra traços de personalidade comuns 
dos empreendedores.
O herdeiro
Pode ou não possuir características de empreendedor. Em caso positivo, dá continuidade ao empreendimento. Em caso 
negativo, pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa.
O funcionário de empresa
Pode possuir características de empreendedor. Sente um desequilíbrio e falta de reconhecimento entre suas contribui-
ções na empresa em que atua e as recompensas. Pode se desmotivar pela falta de interesse em suas ideias ou pela interfe-
rência da burocracia da empresa. Essa desmotivação o leva à criação de um negócio próprio.
Excelentes técnicos
Iniciam o seu negócio, pois têm características de empreendedor e conhecimento sobre algum produto, serviço, processo 
ou tecnologia.
Vendedores
O conhecimento do mercado e a experiência no ramo os levam a iniciar o próprio negócio.
Opção ao desemprego
Uma modalidade mais arriscada devido às circunstâncias em que o novo negócio se inicia. O sucesso do negócio está 
associado à existência de características empreendedoras.
Desenvolvimento paralelo
Com características de empreendedor, o funcionário inicia seu negócio, mas mantém o vínculo empregatício atual.
Aposentadoria
Com a experiência adquirida ao longo de sua vida, o empreendedor inicia seu negócio próprio para garantir rendimentos 
na sua aposentadoria.
FONTE: Adaptado de Porto (2013)
No Quadro 1, temos oito possibilidades que fazem uma pessoa ser 
empreendedora. Porto (2013) começa informando o primeiro exemplo deles, que 
é o empreendedor nato, ou seja, aquele que sempre teve dentro de si a vontade 
de abrir um negócio, de fazer dos seus sonhos a sua realidade. Em seguida 
temos o empreendedor herdeiro, este que pode ou não ter como característica o 
empreendedorismo na veia, contudo, lhe é deixado um legado a ser seguido quando 
o seu pai, por exemplo, vir a falecer e como herança a empresa criada por ele ficará 
para o seu filho. 
Temos também os empreendedores que são funcionários de empresas, que 
apesar de serem empregados, sentem a vontade de colocar ideias em prática. Se eles 
não forem ouvidos pelos gestores, tendem a se desapontar e sair da organização, 
muitas vezes para abrirem o seu próprio negócio. Em seguida, vemos os excelentes 
técnicos, que por terem habilidades específicas (ex.: técnico em informática, 
21
professor particular de matemática etc), começam a atender consumidores que 
necessitam da sua assistência.
Ainda de acordo com o Quadro 1, proposto por Porto (2013), os vendedores 
também são considerados empreendedores quando adquirem um amplo 
conhecimento de mercado e, com isso, decidem abrir suas próprias empresas. 
Um exemplodisso são os vendedores de automóveis, após um período 
desempenhando suas funções, seu conhecimento sobre carros aumenta, bem 
como o trato com o cliente. Frente a isso, alguns optam por largarem seus empregos 
e abrirem revendas de veículos.
Por fim, Porto (2013) destaca aqueles que empreendem por opção ao 
desemprego; os que empreendem mesmo tendo um emprego com carteira 
assinada; e também aqueles que após se aposentarem seguem o caminho do 
empreendedorismo.
Sendo assim, a hora certa de empreender é quando a necessidade, a 
vontade ou o interesse estiver desperto dentro de você. Uma pessoa pode se 
tornar empreendedor enquanto ainda é um jovem adolescente, um idoso recém 
aposentado que quer tanto ocupar seu tempo livre trabalhando, como também 
complementar a sua renda, ou o empreendedorismo pode, ainda, surgir na vida de 
pessoas que já estão empregadas e buscam um rendimento adicional para terem 
as contas de casa pagas em dia, ou até mesmo para garantir uma reserva financeira 
de segurança, ganhando um dinheiro a mais através do seu empreendimento. 
Há, também, os empreendedores corporativos, que são aqueles que empreendem 
dentro da empresa que trabalham, já que empreender é colocar uma ideia em 
prática. Estes empreendedores corporativos devem levar uma proposta para o seu 
CEO e organizar maneiras para tornar viável a sua ideia.
Abordaremos mais sobre o empreendedorismo corporativo na 
Unidade 3 do nosso material de estudo.
ESTUDOS FUTUROS
22
Na Figura 5 a seguir, temos uma ilustração do que seria o empreendedorismo 
em ação.
Figura 5 – Empreendedorismo em ação
FONTE: Freepik 2022.
Na Figura apresentada, temos a lâmpada, que representa uma ideia de 
negócio, em seguida as engrenagens mostram que é preciso trabalhar para que 
essa ideia aconteça, ou seja, pesquisar o mercado e planejar estratégias para que 
de fato o empreendimento ganhe vida. E como consequência, ao atingir nosso 
alvo, que é oferecer um produto ou serviço para determinado público-consumidor, 
conquistaremos o almejado retorno financeiro, isto é, o lucro pelo trabalho executado. 
23
Neste tópico, você aprendeu: 
• O empreendedorismo é um tema que ganhou popularidade em todo o mundo, e 
no Brasil não é diferente. Empreender significa transformar ideias em negócios, 
e é assim que muitos indivíduos passam a ter a sua própria empresa, ao abrirem 
pequenos empreendimentos ou grandes organizações.
• Sendo assim, o empreendedor é aquele que, seja por necessidade ou vontade, 
dá início a sua empresa, tirando as ideias do papel e colocando-as em prática, 
assumindo um certo grau de riscos, porém agindo de forma inovadora, 
antecipando fatos e aproveitando oportunidades.
• Como resultado de tudo isso, temos empreendimentos que movimentam a 
economia local, de um país e de todo o mundo, assim como, também temos 
empreendedores que transformam as suas habilidades em maneiras de ganhar 
dinheiro, atendendo os desejos e as necessidades dos consumidores.
• Empreender pode ser a iniciativa para gerar um recurso financeiro adicional 
para quem já tem um emprego formal em uma organização, como também 
uma maneira de ofertar ao mercado novas empresas que tragam praticidade e 
facilidades para o dia a dia da população. 
RESUMO DO TÓPICO 1
24
1. O Empreendedorismo vem se popularizando mundo afora, e a 
pandemia do Covid-19, iniciada no ano de 2020, foi um dos fatores que 
intensificou o aumento de novos negócios. Considerando isso, assinale 
a alternativa CORRETA que informa porque muitas pessoas escolhem o 
empreendedorismo como forma para gerarem renda:
a. ( ) O empreendedorismo é uma escolha tanto para aqueles 
indivíduos que têm vontade de abrir o seu próprio negócio como 
também para aqueles que estão desempregados.
b. ( ) O empreendedorismo é uma das melhores formas para 
aumentar os rendimentos financeiros de um indivíduo.
c. ( ) Considerando que a pandemia do Covid-19 intensificou o 
uso da internet, muitas pessoas optaram por empreender no 
mundo digital, que vem crescendo.
d. ( ) Porque empreender é sinônimo de prestígio, logo muitos 
profissionais optam por seguir a carreira de empreendedor, que 
otimiza oportunidades de fazer negócios no mercado.
2. O tema empreendedorismo se intensificou no final da década de 1990 
pelo mundo e com isso muitos indivíduos começaram a empreender. Com 
base no crescimento do número de empreendimentos e empreendedores, 
analise as sentenças a seguir:
I. Uma das circunstâncias que levam uma pessoa a empreender é o 
desenvolvimento paralelo.
II. Vendedores ambulantes não são caracterizados como 
empreendedores por não possuírem a formalização do seu 
negócio.
III. Aposentados também podem fazer parte do quadro de 
empreendedores, apesar de já terem contribuído legalmente com 
o período necessário de trabalho que o governo exige.
Assinale a alternativa CORRETA:
a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.
AUTOATIVIDADE
25
3. Os empreendedores são responsáveis por transformar ideias em 
negócios, enxergando oportunidades e promovendo transformações 
no mercado. De acordo com as características dos empreendedores, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. (    ) Empreendedores se antecipam aos fatos. 
b. (    ) Empreendedores são pessoas comuns como qualquer outro 
funcionário de uma empresa. 
c. (    ) Empreendedor é um indivíduo curioso.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) F – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Existem diferentes formas de empreender, seja abrindo um restaurante, 
uma loja on-line para venda de roupas ou até mesmo dando aulas 
particulares, caso você seja professor e tenha conhecimentos em uma 
área específica. Disserte sobre as características de um empreendedor 
nato e em que se diferenciam das circunstâncias que levam um herdeiro 
a se tornar dono de uma empresa.
5. Existem muitas formas de começar um empreendimento, como, por 
exemplo, criar uma startup, que é um tipo de negócio que vem crescendo 
bastante nos últimos tempos, além de ter variações como as startups 
unicórnios. Diante desse contexto, disserte sobre o que é uma startup e 
o que é uma startup unicórnio, dando exemplos sobre cada uma delas.
27
TÓPICO 2
INOVAÇÃO X 
INVENÇÃO
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, no Tópico 2 o assunto abordado será a inovação e a invenção. 
Como vimos no tópico anterior, o empreendedorismo tem como base a transformação 
de ideias em negócios e muitas vezes isso parte de propostas inovadoras. Como 
observamos também, existem as startups, empreendimentos que apostam em 
atividades que são uma verdadeira novidade para o mercado, diferentemente das 
empresas tradicionais. 
Veremos, então, o que é inovação e como ela pode ser um grande diferencial 
para tornar empresas competitivas, tanto na criação de um negócio como também 
durante todo o processo de existência dessa organização. Afinal, estar sempre 
inovando no nicho de mercado em que se atua é importante para continuar 
atendendo cada vez melhor os desejos e as necessidades dos seus consumidores, 
como também atraindo novos clientes para a empresa.
Entretanto, é preciso, também, diferenciar o que é inovação do que é 
invenção, pois, muitas vezes, esses termos são confundidos e isso pode gerar uma 
falsa sensação de que a empresa está inovando no mercado, quando ela só está 
fazendo alguns aperfeiçoamentos em propostas já existentes.
2 O QUE É INOVAÇÃO
Digamos que você é um empreendedor e acaba de abrir a sua empresa, mas 
sabe que a competição no mercado é acirrada e com isso terá que disputar espaço 
e ganhar clientes, enfrentando diversos concorrentes. Como fazer com que o seu 
negócio se dê bem nesse cenário? Apostar na inovação é uma maneira, isso porque 
ela gera diferencial competitivo. Para tanto, precisamos entender o que éinovação.
Cicconi (2013, p. 1) explica que “a inovação também pode ser vista como 
uma ferramenta importante para o empreendedor, os meios pelos quais exploram 
as alterações, como uma oportunidade para um negócio ou um serviço diferente.”. 
28
É exatamente isso, é ser diferente, é inovar, é propor para o mercado algo 
que ainda não exista. Contudo, não é qualquer ideia que irá emplacar, por isso, 
conforme podemos observar na Figura 6, a inovação irá partir de muita pesquisa e 
planejamento.
Figura 6 – Inovação = Pesquisa + Planejamento
FONTE: Freepik 2022.
Mas por que pesquisar e planejar? É importante investigar o mercado, caso 
contrário você não saberá se a sua ideia, de fato, será uma inovação, pois pode 
já existir algo semelhante e você ainda não tem conhecimento. O planejamento 
vem logo em seguida, afinal você estará oferecendo aos consumidores um produto 
ou um serviço completamente novo, então é importante a forma como ele será 
apresentado aos clientes para que eles compreendam a função da mercadoria e 
percebam como ela pode suprir seus desejos e as suas necessidades. 
Após entender isso, vamos, então, conhecer os tipos de inovação, conforme 
Sausen (2018) propõe, isso porque a inovação pode ser tanto de processo, de 
produto, como comportamental, tecnológica, de mercado e estratégica.
A inovação de produto refere-se a inovações quanto à originalidade 
e singularidade de produtos, que podem ser percebidas pela perspectiva do 
consumidor e, também, pela perspectiva da empresa. Além disso, a inovação de 
produto é uma ótima oportunidade para o crescimento de negócios e expansão 
dentro de novas áreas. A inovação de mercado, por sua vez, está relacionada 
com a inovação de produto, pois é constantemente estudada a relação entre 
produto-mercado, afinal ao colocar um produto inovador à venda, a empresa terá 
exclusividade no nicho de mercado que atua. Sendo assim, para inovar no mercado 
é preciso identificar novas oportunidades e a entrada em novos segmentos.
“É importante destacar que as definições de inovação de produto e de 
mercado estão inevitavelmente entrelaçadas” (SAUSEN, 2018, p. 189).
29
Ao inovar, o empreendedor está atento às mudanças, tendências e 
oportunidades do mercado. É preciso saber o time para agir e colocar a sua 
ideia em prática para, assim, ter sucesso na sua empreitada
IMPORTANTE
Outro tipo de inovação que Sausen (2018) apresenta é a inovação de 
processo, responsável por captar a introdução de novos métodos de produção, 
novas abordagens de gestão e novas tecnologias que possam ser usadas para 
melhorar a produção e gestão de processos. Vamos ver um exemplo? Que tal 
olharmos para o Google, esta empresa norte-americana de tecnologia que está 
sempre inovando no mercado, seja com os seus produtos, na forma em que atua 
no seu segmento e, também, em seus processos. 
O novo escritório do Google na capital paulista traz ambientes bem diferentes 
do que podemos ver em escritórios tradicionais, além disso, contam também com 
o modelo híbrido de trabalho. Por dentro do escritório, Granato (2021) informa que 
em cada andar tem uma área central com pequenas cozinhas com chá, café, frutas 
e lanches variados. Granato diz que nesse ambiente também é possível se reunir 
com a equipe ou fazer uma pausa. Há sofás espalhados por todo o escritório e 
também salas mais reservadas para garantir momentos de descompressão ou de 
maior concentração.
O trabalho híbrido foi adotado pelo Google devido à pandemia de Covid-19 
e este modelo acabou por se estabelecer na empresa, assim, os funcionários 
trabalham três dias presenciais e algumas funções específicas, como as do 
escritório de engenharia em Belo Horizonte, terão a possibilidade de trabalhar no 
modelo totalmente remoto. 
Figura 7 – Home Office/Trabalho Remoto
FONTE: Freepik 2022.
30
Dando continuidade às tipologias de inovação, temos a inovação 
tecnológica, que Sausen (2018) apresenta como um desafio para máquinas e 
métodos de produção. Conforme disponibilidade, inovações tecnológicas podem 
ser inseridas em empresas, otimizando a forma como elas trabalham e resultando 
em ofertas com maior qualidade para os seus clientes. Por exemplo, digamos que 
o empreendedor decida abrir sua loja on-line e para isso contrate um sistema 
digital para conferência de estoque, vendas e entrega. Diante disto, erros serão 
minimizados ou evitados e os clientes receberão com uma velocidade maior os 
pedidos efetuados.
A inovação comportamental, por sua vez, Sausen (2018) afirma que pode 
estar presente em diferentes níveis, como individual, em equipes ou na gestão 
organizacional. Ela é estabelecida através de indivíduos, times e gestão que permitem 
a formação de uma cultura de inovação, recebendo internamente novas ideias e 
sendo responsável pelos resultados inovadores das empresas. Aqui, podemos fazer 
referência àquela ideia de “pensar fora da caixa”, isto é, permitir que a empresa 
como um todo tenha liberdade de pensamento e criação, e como resultado, ideias 
inovadoras surgem e acarretam no bom desempenho da organização – e, claro, no 
seu diferencial competitivo.
Por fim, temos a inovação estratégica, que visa a forma como o 
negócio atua no mercado, de modo que o posicionamento da empresa possa 
ser aperfeiçoado continuamente, identificando lacunas a serem aproveitadas 
como oportunidade. Por exemplo, a estratégia de comunicação das empresas é 
fundamental para divulgação da marca e das suas ofertas. Atualmente, as mídias 
sociais são as tecnologias mais aproveitadas pelas organizações quando o quesito 
é estratégia de comunicação. Logo, a forma como cada companhia irá se posicionar 
ali, trará um impacto para a imagem da empresa. Estar atento ao comportamento 
do consumidor e conseguir estreitar laços através dessas redes de interação on-
line é pertinente para se destacar. Se uma música está em alta e você pode usá-la 
em uma campanha promocional, então tente ser o primeiro a “surfar essa onda” e 
ganhar visibilidade no mundo digital.
Que tal assistir o vídeo do Sebrae PR sobre os “10 Passos para 
Desenvolver Cultura de Inovação em seu Negócio: Passo a Passo Prático”? 
Disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=hJurECZpbcA>
DICA
Inovação pode ser a identidade da sua empresa, assim como é para empresas 
como o Google, o Facebook, entre outras, que surgiram no mercado com ideias 
inovadoras e permanecem até hoje, propondo novos produtos e serviços, todos 
31
com uma dose de inovação. Dornelas (2016) trata a inovação como a semente do 
processo empreendedor. Para o autor, a criatividade do empreendedor e da sua 
equipe induz à inovação, que é um ingrediente indispensável em empreendimentos.
Eduardo L’Hotellier, empreendedor que faz sucesso na internet através 
de uma plataforma de intermediação de serviços, a GetNinjas, explica sobre a 
necessidade de mais inovação nos negócios brasileiros dizendo que: “O brasileiro 
é muito criativo, mas muitos têm medo de ousar e tirar sua ideia do papel. Além de 
receber estímulos do governo, é preciso que o empreendedorismo seja algo cultural, 
ensinado nas escolas, para que as pessoas já cresçam com esse pensamento de 
inovar e criar” (DORNELAS, 2016, p. 92).
3 O QUE É INVENÇÃO
Vimos até o momento o que é inovação e a sua importância para o 
empreendedorismo. Mas e o que seria a invenção?
Para Jung (2021, p. 7), é considerada invenção tudo aquilo que é resultado 
de atividade revestida com requinte de novidade. E o autor informa, ainda, que um 
inventor é aquela pessoa que combina duas habilidades fundamentais:
1. identificar oportunidades nos problemas ou nas coisas que não funcio-
nam bem;
2. olhar a sua volta e identificar princípios que podem ser extraídos de 
eventos naturais ou de objetos existentes e aplicá-los à solução de pro-
blemas.
Um exemplo de invenção é a lâmpada, por exemplo, criada pelo inventor 
Thomas Edison, no ano de 1879.
Figura 8 – Thomas Edison: inventor da lâmpada
FONTE: Freepik 2022.
32
Até então, não existiaesse tipo de produto no mercado, assim como não 
existia o descascador de abacaxi. Isso mesmo, o descascador de abacaxi foi uma 
invenção projetada para facilitar a vida dos usuários que têm dificuldade em apreciar 
a fruta por conta do árduo processo de retirar a sua casca. É importante ressaltar 
que não basta inventar alguma coisa, ela precisa ser, de fato, útil para a população.
E se uma invenção é útil para a população, consequentemente, haverá 
mercado para comercialização da mercadoria, caso contrário o empreendedor terá 
prejuízos. Assim, ressaltamos mais uma vez a importância de pesquisar o mercado 
e planejar as ações que a sua empresa vai tomar, de acordo com o nicho de mercado 
que irá atuar e o seu público-alvo.
O processo de inventar algo sempre existiu, contudo muitos podem pensar 
que já não há muito espaço para inventar um produto ou serviço que ainda 
não existe no mercado, porque já temos à nossa disposição diversos itens para 
satisfazer nossos desejos e nossas necessidades. Entretanto, é preciso entender 
que só pensamos assim porque ainda não nos deparamos com uma nova invenção. 
Por exemplo, antes de termos os smartphones, achávamos normal fazermos 
chamadas para telefones fixos quando queríamos falar com uma pessoa, hoje em 
dia fica até difícil encontrar um número expressivo de pessoas que ainda agem 
assim, ao invés de se conectarem com amigos e familiares por meio de mensagens 
enviadas por aplicativos, como o WhatsApp.
E o que dizer das fotos antigas, em que era preciso comprar um filme com 
até 36 poses e mandar revelar para ver se alguma das imagens estava realmente 
com boa qualidade? Atualmente, nem utilizamos mais as câmeras fotográficas, isso 
porque os telefones celulares ampliaram cada vez mais as suas funções, e, agora, 
fazer fotos e vídeos digitais com o smartphone é a coisa mais comum.
Contudo, se não tivéssemos todos esses aparatos a nossa disposição e, claro, 
se não tivéssemos conhecimento deles, acharíamos que todas as nossas urgências 
e anseios estavam sanados. Logo, há espaço, sim, para novas invenções, basta que 
elas sejam, como dito anteriormente, úteis e que surpreendam – positivamente – os 
consumidores. 
Quando um empreendedor inventar algo, um produto, um serviço ou um 
processo, por exemplo, é importante que ele registre a patente disso. 
“Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou 
modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou 
outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação” 
(BRASIL, 2020) 
IMPORTANTE
33
Também é importante para a economia a invenção de novos artigos para 
serem comercializados no mercado, gerando interesse de compra por parte 
dos consumidores, bem como, a abertura de novas empresas e o consequente 
fortalecimento de novos empregos. Por exemplo, quando os aparelhos de telefone 
celular começaram a surgir, foram abertas lojas para comercializar acessórios para 
esta tecnologia, como capinhas que protegem e decoram o celular, películas para 
evitar que a tela do telefone fique riscada, entre outros itens.
4 DIFERENÇAS ENTRE INOVAÇÃO E INVENÇÃO
A invenção se diferencia da inovação, pois ela utiliza primeiramente a ideia 
para criar um novo produto ou processo, enquanto a inovação busca colocar em 
ação a ideia, isto é, a inovação se preocupa com a aplicação da prática (FAGERBERG, 
2005).
No exemplo da lâmpada, a invenção trouxe ao mercado um artefato que 
oferecia iluminação para os ambientes através da corrente elétrica. Já a inovação, 
propôs um produto mais econômico, com menor emissão de calor, que oferecia mais 
rendimento, simulando a iluminação natural, com maior durabilidade e contribuindo 
para a sustentabilidade (JUNG, 2011).
Figura 9 – Invenção versus Inovação
FONTE: adaptada de Jung (2011)
Também citamos o descascador de abacaxi, não é mesmo? Este objeto 
foi uma invenção, afinal não havia nada igual no mercado para facilitar o 
manuseio da fruta na hora de descascá-la. Essa invenção ainda pode sofrer 
inovações, como, por exemplo, a criação de um descascador elétrico, onde o usuário 
insere a fruta, aperta um botão e todo processo acontece automaticamente, 
evitando, inclusive, a possibilidade de o indivíduo se machucar, ferindo-se ao cortar 
manualmente a fruta. Na Figura 11, o descasque de um abacaxi de forma manual.
34
Figura 11 – Descascando abacaxi manualmente
FONTE: Freepik 2022.
Esse tipo de inovação também adentrou outros campos. Você gosta de 
tomar suco de limão ou laranja? Para fazer essa bebida, é necessário espremer a 
fruta, e, antigamente, até a inovação chegar no mercado e estar disponível para 
o acesso dos clientes, os espremedores eram completamente manuais, como 
podemos ver na Figura 12.
Figura 12 – Espremedor de fruta manual
FONTE: Freepik 2022.
No entanto, algum empreendedor estudou esse processo e pensou: Por que 
não automatizarmos esse sistema oferecendo para o consumidor um espremedor 
elétrico? E além disso, construirmos máquinas com maior potencial para que 
lanchonetes e restaurantes também usufruam desse benefício, podendo fazer 
quantidades maiores de suco. O resultado pode ser observado na Figura 13, que 
apresenta um espremedor elétrico.
35
Figura 13 – Espremedor de frutas elétrico
FONTE: Freepik 2022.
Ao analisarmos essas comparações feitas entre invenção e inovação, 
percebemos que, conforme aponta Kline e Rosenberg (1986, p. 283 apud 
FAGERBERG, 2005),
o fato é que as inovações mais importantes vão, através de mudanças 
drásticas em suas vidas – mudanças que podem, e muitas vezes o 
fazem, transformar totalmente seu significado econômico. As melhorias 
subsequentes em uma invenção, após a sua primeira introdução, pode 
ser muito mais importante, economicamente, do que a disponibilidade 
da invenção em sua forma original.
Assim, apesar de uma invenção ter a sua utilidade na vida dos indivíduos, 
ela só será adotada de fato no dia a dia das pessoas após a inovação remodelar 
o objetivo do produto/serviço. Por exemplo, muitas pessoas nunca tiveram um 
espremedor manual de laranja, por considerarem trabalhoso o processo para 
fazer o suco de laranja ou limão. No entanto, quando surgiu o espremedor elétrico, 
diversos consumidores adquiriram, pela primeira vez em suas casas, um produto 
para espremer a fruta e fazer o seu suco.
Assim, os produtos que sofreram inovação ganham mais espaço no comércio 
que, por vezes, a própria invenção em si. Entretanto, é importante considerar que 
ambos fortalecem a economia, e claro, quanto mais inovação – útil – melhor para 
as empresas, o comércio e os seus consumidores.
36
Convidamos você para a leitura do artigo: “O uso criativo dos mecanismos 
de busca da Web 2.0 para pesquisar invenções e criar inovações frugais.” 
Assunto abordado: A competitividade crescente tem levado as empresas a 
buscar inovações nos seus modelos de negócios. Por isso, este artigo visa 
identificar como a Web 2.0 pode contribuir, com a sua nova geração de serviços 
on-line, para recuperação de informações existentes na internet que 
possam contribuir para a pesquisa de invenções e criação de inovações. 
Link para acesso: <https://revistafuture.org/FSRJ/article/view/229>.
DICA
Portanto, a invenção é uma grande contribuição para trazer praticidade e 
facilidade, otimizando a vida da população. E a inovação vem logo em seguida, 
aprimorando todo esse processo, de modo que os produtos e serviços, com o tempo, 
fiquem cada vez mais contemporâneos, como por exemplo, o telefone celular que 
passou de analógico para digital, a TV preto e branco que tornou-se colorida e a 
internet que foi sofrendo aperfeiçoamento e hoje, com a fibra óptica, seu acesso é 
mais rápido e com maior qualidade.
A inovação é um chamado para que as empresas não fiquem obsoletas no 
mercado e, com o passar do tempo, deixem de existir para serem substituídas por 
outras organizações, que, ao aderirem práticas inovadoras, começam a oferecer 
produtos e serviços muitomelhores para o mercado. E isso serve, também, para os 
empreendedores que querem começar o seu negócio: com a inovação é possível 
encontrar espaço no mercado, destacar-se e ter sucesso no seu empreendimento.
No Brasil existe a Lei da Inovação para incentivar o ato no país. 
A Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, dispõe sobre incentivos à inovação e à 
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências, 
a fim de:
• promover maior desenvolvimento científico e tecnológico no país;
• estimular a transformação das inovações concebidas no ambiente 
acadêmico (universidades e instituições científicas) em tecnologia 
efetivamente implementada no mercado produtivo;
• incentivar a cooperação entre as entidades públicas e o setor 
privado, nas diversas etapas do processo inovativo e produtivo, 
desde a criação da invenção até a transferência de tecnologia, 
mediante, por exemplo, licenciamento (OAB SP, 2019).
37
Neste tópico, você aprendeu: 
• Invenção e inovação, dois temas importantes para o empreendedorismo, a fim 
de que novos negócios comecem, e empresas já existentes se mantenham no 
mercado.
• A invenção tem o objetivo de criar algo que ainda não existe para os consumidores 
no mercado.
• A inovação vem para aprimorar práticas e processos, de modo que haja 
aperfeiçoamento em produtos e serviços já existentes, trazendo praticidade e 
facilidade para o dia a dia dos consumidores.
• Há espaço no mercado, tanto para invenções quanto para inovações, ambas 
essenciais para que um empreendimento se destaque, diferenciando-se da 
concorrência e se tornando competitivo no segmento econômico em que atua.
RESUMO DO TÓPICO 2
38
1. Um determinado empreendedor decidiu que era hora de se destacar 
no mercado e adotou a estratégia de inovação como pressuposto para 
que seus produtos e serviços pudessem atingir um número maior de 
consumidores. Com relação à inovação também poder ser vista como 
uma ferramenta importante para o empreendedor, assinale a alternativa 
CORRETA:
a. ( ) Porque depois da promulgação da Lei da Inovação, tornou-
se obrigatório que empreendimentos adotassem a inovação em 
diferentes níveis da organização.
b. ( ) Afinal é somente a partir da inovação que os empreendedores 
irão aumentar os rendimentos financeiros do seu negócio.
c. ( ) A inovação é importante para que os produtos e serviços se 
tornem úteis na vida dos consumidores. 
d. ( ) Pois ao explorar alterações surgem oportunidades para 
negócios e serviços diferentes.
2. Há espaço no mercado para invenções, por isso novos empreendedores 
surgem com o passar do tempo, trazendo ideias diferentes para os 
consumidores, a exemplo disso, temos o Google, o Facebook, o WhatsApp 
etc. Tendo como base o enfoque na invenção de produtos/serviços/
processos, analise as sentenças a seguir:
I. Invenção refere-se a algo que ainda não existia no mercado. 
II. A invenção não precisa, exclusivamente, ser algo útil para o 
consumidor.
III. A invenção é importante para a economia, pois provoca o 
surgimento de novos negócios.
Assinale a alternativa CORRETA:
d. ( ) As sentenças I e II estão corretas.
e. ( ) Somente a sentença II está correta.
f. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
g. ( ) As sentenças II e III estão corretas.
AUTOATIVIDADE
39
3. Há diferenças entre invenção e inovação, por isso é importante entender 
o conceito de cada uma, a fim de compreender se o que o seu negócio 
está propondo para o mercado é uma invenção ou uma inovação. 
De acordo com os princípios sobre inovação e invenção, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A invenção utiliza primeiro a ideia para criar um produto ou processo. 
( ) A inovação busca pegar um produto ou processo já existente e 
trabalhar a sua aplicação prática.
( ) A inovação vem antes da invenção, a fim de abrir caminho para que 
uma ideia surja e sua aplicação em um produto ou processo possa ser 
efetiva.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a. (    ) V – F – F.
b. (    ) V – F – V.
c. (    ) V – V – F.
d. (    ) F – F – V.
4. Antes de Thomas Edison criar a lâmpada, nenhum produto semelhante 
a este, ligado na energia elétrica e que produzisse luz, existia à venda no 
mercado para os consumidores. Disserte sobre o processo de invenção e 
como ele influencia a economia.
5. Depois que uma invenção surge no mercado, muitas empresas começam 
a estudar essa novidade em busca de como a inovação pode contribuir 
a partir desse produto, serviço ou processo. Nesse contexto, escolha 
um tipo de inovação e disserte sobre ele explicando o seu impacto no 
mercado.
41
TÓPICO 3
INOVAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos ao Tópico 3 da primeira unidade sobre 
Empreendedorismo e Inovação. Aqui, abordaremos o tema inovação social, que é 
pertinente quando se fala em empreendedorismo e em propostas inovadoras.
Se um negócio se propõe a inovar no nicho de mercado em que atua, o que 
poderia ser mais relevante do que inovar de maneira que haja um impacto positivo 
no meio socioambiental que aquela organização está inserida? 
Para tanto, veremos o conceito de inovação social, e abordaremos também 
os benefícios que ela pode trazer a partir de projetos que não visam exclusivamente 
o lucro, mas o bem comum, com impacto positivo em uma comunidade, por exemplo. 
Por fim, encerraremos estudando alguns cases que nos ajudarão a exemplificar o 
assunto.
2 O QUE É INOVAÇÃO SOCIAL
A inovação social vai além da busca por competitividade no mercado entre 
as empresas e a ânsia que elas têm por atender e satisfazer um número maior 
de clientes, isso porque o termo inovação social, o qual ganhou maior visibilidade 
nos últimos tempos, é definido como “o resultado do conhecimento aplicado às 
necessidades sociais, através da participação e da cooperação de todos os 
atores envolvidos, gerando soluções novas e duradouras para grupos sociais, 
comunidades ou para a sociedade em geral” (BIGNETTI, 2011, p. 4).
Dizemos, então, que a inovação social tem ganhado notoriedade, pois com 
a economia globalizada, as empresas precisam estar constantemente atualizadas 
e, além disso, se diferenciar da concorrência no nicho de mercado em que atuam. 
Outro fator que também implica na competitividade dos negócios é o avanço das 
tecnologias digitais virtuais que fazem com que o comércio local não seja o único 
espaço de concorrência por novos (e mais) consumidores. 
42
Com a internet, por exemplo, a compra e venda de produtos e serviços 
atravessam os estados e o país, criando um ecossistema de competição acirrada 
na rede, pois através da internet 
é possível comprar produtos de qualquer lugar do mundo, buscar 
informações sobre qualquer assunto nas mais diferentes bases de 
dados ou bibliotecas e também conversar com outras pessoas através 
de sala de bate papos, a qualquer hora do dia ou da noite (GRAEML; 
VOLPI; GRAEML, 2004, p. 1).
Assim, com a inovação social, os negócios que antes eram focados apenas na 
venda de produtos/serviços, passaram também a se preocupar com o consumidor, 
isto é, com a pessoa/o ser humano por trás daquele cliente que efetua a compra 
de mercadorias. Inovação Social engloba, então, a ideia de pessoas se conectarem 
com pessoas e como isso influencia o meio em que elas estão inseridas, podendo 
afetar uma comunidade específica ou uma sociedade em geral, como bem trouxe 
Bignetti, anteriormente, na definição do conceito de Inovação Social.
Figura 14 – Pessoas se conectam com pessoas
FONTE: Freepik 2022.
Quando falamos de “pessoas se conectarem com pessoas”, precisamos 
entender que empresas focadas somente no lucro estão mais preocupadas em 
“empurrar” produtos e serviços para os compradores e, por fim, contabilizar quanto 
dinheiro entra a partir dessa relação comercial fria e, frequentemente, pontual. 
No entanto, se o empreendedor entende, conhece e procura estreitar os laços 
com os seus clientes, ele saberá que suas ofertas vãomuito além da venda de um 
determinado objeto; a venda do seu produto/serviço é a personificação da marca na 
casa de uma família ou em uma empresa composta por um grupo de funcionários, 
circulando por vários locais e atendendo seus desejos e necessidades.
43
Você voltaria a fazer negócio com uma empresa onde não foi bem 
atendido(a), sentindo que durante aquela transação comercial faltava carisma, afeto 
e atenção do vendedor na oferta de um produto/serviço que fosse de encontro 
com sua demanda e urgência? Mas, vamos um pouco além, e se, depois disso, você 
descobrisse que na loja ao lado estão vendendo um produto semelhante ao que 
você quer adquirir, porém lá a mercadoria tem características mais atuais, um preço 
mais competitivo, sem falar, é claro, no atendimento recebido, na durabilidade do 
artigo e consciência socioambiental. Então, qual seria a sua escolha?
Figura 15 – Inovação social 
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, podemos dizer que a Inovação Social se preocupa com os 
problemas sociais e busca soluções para minimizá-los ou até mesmo erradicá-los, 
como podemos ver na Figura 15, que apresenta um grupo de pessoas identificando 
as problemáticas e buscando meios para resolvê-las. A inovação social faz isso por 
meio da adoção de novas estratégias, tecnologias e processos que visam atender 
as necessidades sociais, gerando uma repercussão social com resultados positivos.
44
Figura 16 – Ciclo da inovação social: uma ideia gera uma ação que 
provoca um resultado, o qual influencia uma (nova e melhor) ideia
Fonte: a autora 
Conforme apresentado na Figura 16, percebemos que para cada ação há uma 
reação consequente e, ao agir tendo como ponto de partida a Inovação Social, os 
resultados serão reflexos das boas decisões tomadas desde o começo. Entretanto, 
para que esse ciclo se mantenha estável, é preciso acompanhar o processo, 
conferir os impactos que foram causados e, diante disso, definir quais movimentos 
serão repetidos, o que precisa ser corrigido e o que precisa ser descartado, ou 
seja, o que pode ser replicado porque gerou um impacto positivo ou o que deve ser 
evitado, pois o efeito obtido não foi satisfatório para ambos os lados – empresa/
empreendedor e consumidores.
É importante salientar que na Inovação Social, o bem comum deve ser o 
pressuposto para desenvolver uma estratégia e permanecer com a atividade 
adotada, caso ela seja promissora. É como aquela história de EGO e ECO. No ego, o 
indivíduo está acima de tudo e de todos, impondo regras que devem ser cumpridas 
para que tudo ocorra exatamente como uma única pessoa (ou empresa) deseja. 
Muitas vezes, isso não funciona, basta observar como o homem tem destruído o 
meio ambiente onde vive para satisfazer seus desejos exacerbados. Já no conceito 
de eco, a vida acontece em harmonia, nada nem ninguém se sobrepõem aos desejos 
e às vontades dos outros, tudo acontece de forma sustentável, isto é, focando na 
preservação, na permanência e, obviamente, avaliando os impactos que cada ação 
pode gerar.
Um empreendimento pode começar as suas atividades tendo como proposta 
a inovação social, isto é, o empreendedor abre uma empresa, exclusivamente, para 
atender a sua comunidade de maneira inovadora, corroborando para a exaltação 
de aspectos sociais.
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ATENÇÃO
Uma inovação é verdadeiramente social somente se a balança está inclinada 
na direção do valor social, benefícios para o público ou para a sociedade como 
um todo – ao invés do valor privado – ou seja, ganhos para empreendedores, 
investidores e consumidores tradicionais (não pessoas em risco social)” 
(PHILLS JR.; DEIGLMEIER; MILLER, 2022, s. p.).
Entretanto, que tipo de impacto social a inovação social pode trazer para 
uma sociedade ou comunidade em particular? Ela pode mudar a vida de inúmeras 
pessoas, de diferentes formas possíveis, melhorando a qualidade de vida desses 
indivíduos, tratando aspectos de saúde, educação, moradia, finanças, transporte, 
segurança, entre outros. A inovação social passa a oportunizar o acesso a produtos 
e serviços, que – em geral – são itens básicos para a sobrevivência do ser humano, 
contudo, antes não eram ofertados de modo que essa população específica 
conseguisse suprir de maneira satisfatória os seus desejos e as suas necessidades.
É interessante percebermos, e isso poderá ser visto quando abordarmos 
sobre os cases, que a inovação social no começo atinge um pequeno grupo, porém 
com o tempo, e considerando os seus benefícios – o que também estudaremos a 
seguir – a sua dimensão vai tomando proporções maiores, e cada vez mais pessoas 
passam a ser assistidas por esses projetos.
3 BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO SOCIAL E O 
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Ao estudarmos um pouco sobre o que é Inovação Social, foi possível 
perceber o quão importante é esse tipo de ação para uma comunidade, isso porque 
as minorias podem ser assistidas, estas que antes não tinham respaldo para suprir 
as suas carências. Do mesmo modo, um empreendedor, além de realizar o seu 
sonho, que é transformar uma ideia em um negócio, também pode fazer com que 
este seja voltado para o benefício social.
Atender as demandas de uma comunidade ou uma sociedade em geral pode 
ir muito além de satisfazer os seus desejos e as suas necessidades com produtos 
e serviços disponibilizados corriqueiramente no mercado. Por exemplo, todos 
temos a necessidade de nos alimentarmos, logo, abrir uma indústria alimentícia ou 
um supermercado para a venda de alimentos é apenas uma forma tradicional de 
empreender. No entanto, estudar maneiras de possibilitar o acesso à comida pode 
ser feito de formas mais eficientes para famílias carentes, sendo uma proposta que 
entra na área da inovação social.
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E quais são os benefícios da inovação social? Partindo do princípio que 
minorias, por exemplo, poderão ser assistidas por empresas, identificamos o 
primeiro ponto positivo na inovação social, que começa a focar em indivíduos que 
antes eram esquecidos ou até mesmo evitados pelas organizações.
Convidamos para a leitura do artigo “Inovação Social para Mudar 
o Mundo”, publicado na Revista La Fundación em junho de 2018. 
Acesse em: <https://www.revistalafundacion.com/pt-br/innovacion-social-
cambiar-mundo/>.
DICA
Outros benefícios da Inovação Social que podemos listar são (LENCINI, 
2013):
1. melhoria da qualidade de vida de forma sustentável;
2. oportunizar a auto suficiência individual, familiar, comunitária e 
organizacional.
Logo, a partir da Inovação Social, também temos o Empreendedorismo Social, 
que não visa os benefícios próprios de uma organização, mas a ajuda que pode ser 
oferecida ao próximo, isto é, empreendedorismo + sociedade = empreendedorismo 
social.
O empreendedorismo social se caracteriza por, ao invés de buscar 
oportunidades de negócio, procurar problemas na sociedade e propor solucioná-
los por meio de uma empresa lucrativa (CARDOSO, 2015). No entanto, Cardoso 
esclarece que essa empresa não se apropria do conceito de uma ONG ou instituição 
filantrópica, mas o empreendedor social irá criar uma empresa que atende a parcela 
fragilizada da sociedade, buscando suavizar ou até mesmo resolver o problema, 
lucrando com isso também. Isso não deixa de ser um negócio social. 
Cardoso (2015) ainda destaca que os empreendedores sociais são aqueles 
que iniciam e lideram mudanças na sociedade, trabalhando para garantir que 
ideias tomem seu caminho e mudem o pensamento, a fala e o comportamento 
das pessoas. Para ele, os empreendedores sociais são agentes de mudança; eles 
mudam o mundo.
E essa mudança de mundo traz benefícios para pessoas que, até então, não 
tinham acesso a produtos e serviços de qualidade que suprissem a sua demanda, 
por conta de diversos fatores socioeconômicos. E o empreendedorismo aliado à 
inovação social começa a proporcionar tudo isso.
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Existem organizações que, através de meios comerciais ou de negócio, 
têm como missão o foco em questões sociais, e isso faz com que elas agreguem 
valor social a sua marca, atuandode maneira inovadora e fazendo uso de 
recursos financeiros como garantia de sustentabilidade (HERVIEUX; GEDAJLOVIC; 
TURCOTTE, 2010). 
Convidamos você para assistir ao vídeo: “Empreendedorismo Social Cresce 
no Brasil”. Nele, é abordado como empreender pode promover cidadania, 
tentando minimizar os impactos da desigualdade, com um modelo de negócio 
que está cada vez mais em alta e que movimenta cerca de 60 bilhões de 
dólares por ano em todo o mundo, o empreendedorismo social. O Brasil já 
figura no segundo lugar da lista de uma rede global de organizações que 
impulsionam o empreendedorismo em países emergentes. Veja no link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=TfbCUkq2ZVQ>.
DICA
A seguir, no Quadro 2, analisaremos as diferenças entre empreendedorismo 
empresarial, ou seja, a criação tradicional de uma empresa, e o empreendedorismo 
social.
Quadro 2 – Diferenças entre empreendedorismo 
empresarial e empreendedorismo social
EMPREENDEDORISMO EMPRESARIAL EMPREENDEDORISMO SOCIAL
1. É individual
2. Produz bens e serviços
3. Tem o foco no mercado
4. Sua medida de desempenho é o lucro
5. Visa a satisfazer necessidades dos clientes e 
a ampliar as potencialidades do negócio
1. É coletivo
2. Produz bens e serviços à comunidade
3. Tem o foco na busca de soluções 
para os problemas sociais
4. Sua medida de desempenho é o impacto social
5. Visa a respeitar pessoas da situação de 
risco social e a promovê-las
FONTE: adaptado de Melo Neto e Froes (2002 apud OLIVEIRA, 2004)
Vemos, então, que o empreendedorismo empresarial é criado para oferecer 
ao mercado produtos e serviços e o objetivo é obter lucro nessas operações. Já o 
empreendedorismo social pensa no coletivo, tendo como foco a solução de proble-
mas sociais. É nesse momento, a partir de empresas que optam por seguir nesse 
ramo de atividade, que os benefícios surgem para a sociedade e a população que é 
assistida por esses projetos.
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Algumas empresas brasileiras com foco na missão social são:
• GRAACC: sigla para Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com 
Câncer, é uma entidade que nasceu em 1991 para garantir todas as 
chances de cura do câncer infantil (GRAACC, 2020).
• ASID: sigla para Ação Social para Igualdade das Diferenças, busca 
construir uma sociedade inclusiva com projetos que unem empresas, 
institutos e fundações corporativas, a fim de impactar instituições, 
pessoas com deficiência e suas famílias (ASID, 2022).
E algumas empresas internacionais que seguem a proposta do 
empreendedorismo social são:
• The Clothing Bank (O Banco de Roupas): é uma iniciativa na África do Sul 
que visa o engajamento de mães que estão desempregadas e moram 
em regiões periféricas do país, na reciclagem de roupas não utilizadas 
(THE CLOTHING BANK, 2020).
• Worldreader (Leitores do Mundo): é um empreendimento nos Estados 
Unidos que visa, através da alfabetização, a transformação social. 
Para tanto, tablets são entregues para mais de 60 países para que a 
população menos assistida possa adotar hábitos de leitura usufruindo 
da biblioteca digital (WORLDREADER, 2022).
4 CASES SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL
Agora, vamos conhecer alguns cases que nos ajudarão a entender melhor 
como a inovação social pode ser colocada em prática e como isso gera benefícios 
consideráveis na população que é alcançada por estes projetos.
Começaremos com o caso de Muhammad Yunus, conhecido por muitos 
como o pai do Microcrédito. Veremos como a sua proposta de inovação social 
influenciou – positivamente, é claro – a vida financeira de muitas pessoas e qual a 
consequência disso em nível global.
4.1 CASE 1 – MICROCRÉDITO
Muhammad Yunus é um professor de economia da Universidade Chaka, 
nascido em Bangladesh no ano de 1940. Yunus é, também, um empreendedor e, 
por isso, percebeu a dificuldade de pessoas carentes em ter acesso ao crédito, ao 
sistema financeiro e, muitas vezes a uma conta bancária para gerir melhor suas 
finanças, aumentar seu poder de compra através da aquisição de bens de forma 
49
parcelada, dentre outras possibilidades que o sistema financeiro oferece (YUNUS 
INVESTIMENTOS, [2022?]).
Figura 18 – Acesso a crédito, aumento do poder de compra
FONTE: Freepik 2022.
Desse modo, o professor começou a fazer experiências ao fornecer 
pequenos empréstimos para indivíduos com baixo poder aquisitivo, sem solicitar 
deles garantias e as tradicionais exigências bancárias que dão suporte a um valor 
financeiro feito a terceiros. Muhammad chamou esse projeto de Grameen Bank e 
teve início no ano de 1976. Mais tarde, no ano de 1983, consagrou-se como um 
banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres, especialmente para mulheres 
de Bangladesh que viviam na zona rural. A ideia de negócio de Muhammad Yunus 
foi crescendo e se espalhando por quase todos os países do mundo, até mesmo 
países desenvolvidos e industrializados (YUNUS INVESTIMENTOS, [2022?]).
Com o passar do tempo e com a notoriedade da sua ideia inovadora, Yunus, 
o pai do microcrédito, foi escolhido como uma das 25 pessoas mais influentes 
de negócios pela Wharton School of Business, além de ter sido convidado para 
ser defensor dos objetivos de desenvolvimento do milênio. Dentre outros ganhos 
que Muhammad obteve, foi angariar mais de 50 títulos honoris causa, concedido 
por universidades de 20 países. Sendo ele, um empreendedor muito premiado 
em diversos países, incluindo honras de Estado em 10 países diferentes (YUNUS 
INVESTIMENTOS, [2022?]).
No ano de 2006, foi atribuído ao professor Muhammad Yunus, em conjunto 
com o Grameen Bank, o Prêmio Nobel da Paz. E em 2008, através de uma votação 
on-line aberta, ele foi escolhido dentre os Top 100 intelectuais do mundo pela revista 
britânica Prospect em parceria com a Foreign Policy, ocupando o segundo lugar 
desta classificação. Já em 2010, a revista inglesa The New Statesman, listou-o 
como uma das “50 figuras mais influentes do mundo”(YUNUS INVESTIMENTOS, 
[2022?]).
50
Veja, agora, alguns pontos importantes sobre o microcrédito:
1. A garantia do acesso ao microcrédito é o aval solidário apoiado na 
confiança.
2. A instituição financeira torna-se próxima do tomador de empréstimo, 
estreitando o relacionamento entre as partes, excluindo processos 
burocráticos.
3. Nessa modalidade de empréstimo, há acompanhamento e orientação 
junto ao tomador de empréstimo e o seu negócio, otimizando, assim, as 
chances do investimento dar certo.
4. A parcela da população que vive à margem da sociedade recebe a 
concessão de crédito, o que promove um impacto social neste local.
Após conhecermos um pouco sobre essa história, vamos refletir um pouco 
sobre os aprendizados que podemos obter a partir disso tudo.
1. Por que a atitude de Muhammad Yunus pode ser considerada inovadora 
e como isso impacta a sua comunidade e, como reflexo, a sociedade 
como um todo? Yunus inovou, pois identificou uma necessidade na 
sua comunidade e implementou formas de sanar este problema. 
Ao solucionar as deficiências, uma transformação mais abrangente pode 
ser percebida. A população, que antes vivia à margem da sociedade, 
agora, com acesso ao microcrédito, ampliou suas possibilidades de 
crescimento, ajudando no desenvolvimento social responsável e 
contínuo.
2. Qual a importância do empréstimo aos pobres e como isso pode 
influenciar o desenvolvimento de uma região, um país, uma nação? O 
acesso ao crédito permite não somente aumentar o poder aquisitivo dos 
cidadãos, mas também restaurar a dignidade deles e, eventualmente, 
propiciar um novo começo, dando a chance de homens e mulheres 
vulneráveis começarem um negócio próprio, expandindo suas 
possibilidades de garantir o sustento pessoal e familiar.
4.2 CASE 2 – PROJETO MÃO AMIGA
Na cidade de Caxias do Sul, RS, no ano de 2009, nasceu um projeto premiado 
e reconhecido nacionalmente, o Projeto Mão Amiga. Este projeto visa encaminhar 
para escolas particulares as crianças carentes, de zero a quatro anos, que não 
conseguem vaga no ensino gratuito (CHAIS et al., 2016).
O Projeto Mão Amiga é

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