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Aula 1 - Desafio Os agentes públicos devem adotar procedimento ético e responsável durante o exercício de suas atividades, sem permitir que interesses pessoais sejam priorizados na execução do cargo ou função. Neste sentido, analise o caso a seguir: Considerando que você é a autoridade policial que atende Luíza, responda: a) Você entende que Magda cometeu ilícito penal? Qual? a) Magda cometeu ilícito penal denominado prevaricação. Esse tipo penal tem previsão no artigo 319 do Código Penal,que determina que aquele que retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício ou praticá-lo contra disposição expressa em lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, será aplicada pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa b) Analise os elementos apontados no texto que melhor caracterizam a conduta típica de Magda. b) No texto apresentado, os elementos que caracterizam a conduta típica de Magda são dois: o sentimento pessoal de Magda em prejudicar outrem, pelo simples fato de ser namorada de um ex- namorado seu. Há ainda o fato de indeferir a autorização mesmo que a vítima tenha direito, uma vez que cumpriu todos os requisitos da lei para receber concessão do alvará sanitário. Exercícios 1. Joaquim é funcionário público, ocupante do cargo de professor no município de Contagem-MG. Nos últimos tempos, tem faltado na escola, mas sua diretora se tem mostrado indulgente e deixado de aplicar qualquer sanção àquele pelas faltas ao serviço. Marque a alternativa que corresponde ao tipo penal praticado pela diretora. A. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação, descrito no artigo 319 do Código Penal. Você acertou! B. A conduta da diretora corresponde ao crime de condescendência criminosa, descrito no artigo 320 do Código Penal. A diretora, quando ignora o fato de Joaquim ser faltoso nos serviço e deixa de aplicar, por indulgência, a sanção administrativa correspondente, comete crime de condescendência criminosa, descrito no artigo 320 do Código Penal. Conforme artigo 319 do Código Penal, a prevaricação é o ato de retardar ou deixar de praticar, de forma indevida, ato de ofício ou praticá-lo contra disposição de lei, para satisfazer sentimento pessoal. Tais características não são encontradas na questão. Além disso, também não se enquadra como corrupção ativa, delito previsto no artigo 333 do Código Penal, pois a conduta não corresponde ao ato de agente público de solicitar, receber, para si ou para outrem, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem no exercício de funções. C. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação imprópria, descrito no artigo 319-A do Código Penal. D. A conduta da diretora corresponde ao crime de corrupção passiva, descrito no artigo 333 do Código Penal. E. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação própria, descrito no artigo 327 do Código Penal. 2. Sobre os crimes praticados por funcionário público, leia o caso a seguir. Keiko é assistente social e trabalha do posto de saúde municipal. Durante um atendimento, Isabel, um antiga conhecida, insiste para que Keiko dê um jeito de acelerar a consulta com médico especialista e a passe na frente de outros pacientes. Keiko, sem motivo legítimo, se apieda de Isabel e faz com ela seja rapidamente atendida. O ato de Keiko ceder ao pedido de Isabel pode ser qualificado como _________________. Marque a assertiva que completa corretamente a frase acima. A. corrupção passiva qualificada. B. corrupção ativa privilegiada. C. corrupção passiva privilegiada. Keiko, ao passar Isabel na frente de pacientes que já aguardavam a consulta especializada, sem motivo, comete o delito de corrupção passiva privilegiada, previsto no artigo 317, § 2º, conceituado como ato de praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício cedendo a pedido de outrem, cuja pena é de detenção, de 3 meses a 1 ano e multa. A corrupção ativa não se enquadra na conduta de Keiko, pois este delito ocorre quando a corrupção é praticada por particular. Possui relevância penal na medida em que se enquadra no tipo penal descrito no artigo 317, §2º. Nao há, no Código Penal brasileiro, conduta típica de "corrupção passiva qualificada", e sim na forma majorada, nos termos do artigo 317, § 1º. D. corrupção ativa imprópria. E. fato irrelevante no Direito Penal. 3. Camilo é serventuário da Justiça e, em período de férias, encontra com Fernando, advogado atuante na comarca em que Camilo exerce sua função. Camilo, que está com filho doente, aceita receber a quantia de R$20.000,00 paga por Fernando, para que consiga retardar o andamento de ação Judicial. Quando Camilo recebe a quantia, qual crime é cometido? Marque a alternativa correta. A. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo responderá por crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Pena, cuja pena é de detenção de três meses a um ano e multa. B. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo responderá por crime de corrupção ativa privilegiada, previsto no artigo 319 do Código Penal, cuja pena é de reclusão de 2 a 12 anos e multa. C. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo responderá por crime de advocacia administrativa privilegiada, previsto no artigo 321 do Código Penal. D. Responderá por crime de corrupção ativa privilegiada, previsto no artigo 319 do Código Penal, pois o fato do filho de Camilo estar doente se enquadra como motivo de relevante valor social. E. Responderá por crime de corrução passiva, descrito no artigo 317 do Código Penal, cuja pena será aumentada em um terço, em decorrência da vantagem recebida para retardar o processo. O ato de Camilo em receber quantia para retardar processo é enquadrado como corrupção passiva, previsto no artigo 317 do Código Penal. Ainda no § 1º, a pena de Camilo deverá ser aumentada em um terço, pois não só recebe a vantagem, como também retarda o processo judicial. O fato de Camilo estar de férias, portanto afastado de suas funções, não impede a tipificação da conduta. Além disso, não existe previsão legal de privilégios para quem pratica conduta de corrupção por motivo de relevante valor social. 4. Com a popularização de aparelhos celulares, smartphones, bips, dentre outros, nasceu um grave problema dentro dos presídios brasileiros: a facilitação de comunicação indevida de presos com particulares que vivem fora do estabelecimento prisional. Este fato propicia, muitas vezes, a continuação da atividade criminosa. Baseado no texto acima e seus conhecimentos sobre crimes contra a administração pública, analise a frase abaixo e marque a resposta correta: A conduta do agente penitenciário de não vedar ao preso acesso a celulares, permitindo assim a comunicação com ambiente externo, é crime de ____________. A. prevaricação culposa. B. corrupção passiva. C.corrupção ativa. D. prevaricação imprópria. A frase descrita corresponde exatamente ao crime de prevaricação imprópria, apontado no artigo 319-A do Código Penal, que assim expõe: deixar o diretor de penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Pena: detenção de 3 meses a um ano. O delito de prevaricação é praticado exclusivamente mediante dolo, portanto inadmite culpa. A corrupção ativa e passiva se caracteriza pela solicitação/oferta ou recebimento de vantagem indevida pelo agente público ou particular, para realização de determinadas práticas pertinentes a função exercida pelo agente público. A condescedência crimininosa é delito praticado por funcionário público que ocupa cargo de chefia e deixa de aplicar sanção aos agentes públicos, que ocupam hierarquia inferior, quando estes cometem infrações no exercício da função. E. condescendênciacriminosa. 5. De acordo com o Código Penal, o crime de advocacia administrativa é a conduta de atrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário. Sobre as características desse delito, marque a alternativa correta. A. Trata-se de crime próprio e tem como sujeito ativo o funcionário público, advogado, regularmente inscrito na OAB. B. Possui como elemento subjetivo a culpa ou dolo especifico na forma qualificada, prevista no artigo 321, parágrafo único. C. Trata-se de crime próprio e tem como sujeito ativo o funcionário público, nos moldes descrito no artigo 327 do Código Penal. O crime de advocacia administrativa é classificado como próprio e tem como sujeito ativo o funcionário público, independente de ser ou não advogado regularmente inscrito na OAB. A consumação ocorre com o patrocínio do interesse privado, mas independe se o agente, de fato, obteve a vantagem almejada. Quanto ao elemento subjetivo, a advocacia administrativa é praticada, exclusivamente, mediante dolo, seja na forma prevista no caput ou parágrafo único. Não admite culpa. Por fim, a advocacia administrativa é classificada como crime de menor potencial ofensivo e permite aplicação da Lei 9099/95. D.A consumação ocorre com o patrocínio do interesse privado e depende de obtenção da vantagem desejada pelo agente público. E. É classificado como crime de elevado potencial ofensivo, permitindo a aplicação da transação penal nos moldes da Lei 9099/95 Aula 2 - Desafio O crime de fraude em certame de interesse público objetiva, primariamente, comprometer a probidade e o direito a igualdade das condições de concorrência entre os participantes de tais certames. Imagine que você é um promotor de justiça e é responsável pelo pelo seguinte caso: Quais seriam os fatos e fundamentos jurídicos da ação penal contra Marta? Como a conduta de Marta seria tipificada segundo o Código Penal? Padrão de resposta esperado A ação penal será pública incondicionada. Considerando os fatos, fundamentos jurídicos e tipificação da conduta, Marta será processada por crime de fraude em certames de interesse público qualificado, previsto no artigo 311-A, § 2ª, isso porque a conduta de Marta causou enorme prejuízo à Administração Pública. Sendo o crime qualificado, a pena cominada para a conduta será de reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. Além disso, diante do fato de Marta ser funcionária pública, também será aplicada a causa de aumento de pena, prevista no §3º do artigo 311-A do Código Penal. Consequentemente, terá sua pena majorada de um terço. Exercícios Respostas enviadas em: 30/08/2022 11:14 1.A legislação penal permite que o julgador, conforme as circunstâncias pessoais ou materiais, aplique as causas de aumento de pena, sempre obedecendo aos limites da lei. Nos crimes de fraude em certames públicos, aumenta-se a pena de um terço, se o crime for cometido por : A. Funcionários de pessoa jurídica de direito privado realizadora de certames. B. Funcionário público, seus cônjuges ou parentes de até terceiro grau. C. Funcionários públicos que se valham das vantagens do cargo público ocupado. De acordo com o artigo 311-A, § 3º do Código Penal, caso o crime seja cometido por funcionário público, a pena será aumentada de um terço. Entretanto, deve-se frisar que a incidência desta causa de aumento de pena só terá aplicação se, em razão do cargo ocupado pelo agente, forem oferecidas a ele vantagens que resultem na fraude ao certame. Se o crime for praticado por funcionários de pessoas jurídicas de direito privado, cônjuges e parentes de qualquer grau não se aplica tal majorante. A conduta que causa dano à Administração é hipótese de qualificadora e não causa de aumento de pena. O fato de a conduta atingir concurso para acesso a cargos e empregos públicos não autoriza, por si só, incidência de causa de aumento de pena. D. Caso o agente cause dano à Administração Pública. E. Caso a conduta atinja concursos para cargos e empregos públicos. 2. Sabe-se que, durante muito tempo, várias fraudes em certames acabaram por ficar impunes por ausência de norma incriminadora para essas condutas. Assim, quando o artigo 311- A foi incluído no Código Penal, houve visível preocupação do legislador em abranger vários objetos materiais do crimes. Sobre esses objetos materiais do delito tipificado no artigo 311- A do Código Penal, marque a alternativa correta: A. Considera-se concurso público, para fins penais, os processos seletivos simplificados. B. Considera-se avaliação ou exame público, para fins penais, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). C. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, para fins penais, o exame da Ordem do Advogados. O exame da OAB, para fins doutrinários e jurisprudenciais, é classificado como exame previsto em lei e considerado um dos objetos materiais sobre o qual recai a conduta do artigo 311-A. Os processos seletivos simplificados não são considerados concursos públicos, pois são destinados apenas para acesso a cargos e empregos públicos, nos termos previstos na Constituição Federal. O ENEM enquadra-se na categoria de processo seletivo para ingresso no Ensino Superior, assim como os vestibulares para ingresso em faculdades e universidades públicas ou privadas. D. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, para fins penais, vestibulares promovidos por faculdades privadas. E. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, para fins penais, os vestibulares promovidos por faculdades públicas. 3.A Lei dos juizados especiais cíveis e criminais tem o objetivo de facilitar a resolução de conflitos entre as partes, propiciando a composição de danos e o afastamento da aplicação de penas privativas de liberdade. Sobre a compatibilidade da Lei nº 9.099, de 1995, com o crime de fraude em certames A. O tipo previsto no artigo 311-A § 2º é incompatível com os benefícios da Lei nº 9.099/95. Os tipos previstos no caput e § 1º do artigo 311-A, cuja pena cominada é de reclusão de 1 a 4 anos e multa, são classificados como crime de médio potencial ofensivo. Sendo assim, é compatível, cumprindo os requisitos da Lei nº 9.099/95, o benefício da suspensão condicional do processo. Entretanto, quando o crime for praticado por funcionário público (artigo 311-A, § 3º), tem-se a majoração da pena em um terço ou, quando cometido na forma qualificada (artigo 311-A, § 2º), será aplicada a pena de detenção de 2 a 6 anos e multa. Desta forma, tanto o § 2º quanto o § 3º do artigo 311-A do Código Penal são imcompatíveis com os benefícios da Lei nº 9.099/95, não podendo, nestes casos, serem aplicadas a suspensão condicional do processo e a transação penal, dentre outros. B. É compatível a suspensão condicional do processo ao tipo previsto no artigo 311, § 2º. C. É Incompatível a suspensão condicional do processo ao tipo previsto no artigo 311-A, caput. D. É compatível a suspensão condicional do processo quando couber aplicação do artigo 311-A, § 3º. E. É incompatível a suspensão condicional do processo ao tipo previsto no artigo 311-A, § 1º. 4. Jorge, candidato a uma vaga de juiz em concurso promovido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, é também servidor deste Tribunal, exercendo o cargo de analista jurídico da 2ª instância. Jorge fez a prova objetiva em 19/05/2019 e aguarda o resultado, previsto para ser publicado em 01/07/2019. No dia 29/06/2019, Felipe, também funcionário público do Tribunal que trabalha no gabinete da presidência, envia-lhe uma mensagem dando os parabéns, pois seu nome figura na lista dos aprovados. Jorge divulga o fato no Facebook, que, imediatamente, é descoberto por outros candidatos, causando grande alvoroço no ambiente concurseiro. Com base nesses dados e nos seus conhecimentos sobre legislação penal, marque a assertiva correta: A. A divulgaçãoantecipada do resultado para Jorge é fato típico, previsto no Artigo 311-A, caput, do Código Penal, podendo incidir causa de aumento de pena, uma vez que as partes envolvidas no ato são funcionário públicos. B. A divulgação antecipada do resultado para Jorge é fato típico, previsto no artigo 311-A, § 2ºdo Código Penal, uma vez que as partes envolvidas no ato são funcionários públicos. C. A divulgação antecipada do resultado para Jorge é fato atípico, pois não há violação de conteúdo em si da prova ou algum benefício na aprovação de Jorge. Tal conduta é incapaz de afetar a credibilidade do certame. A conduta de divulgar resultado do certame para algumas pessoas antes da publicação formal do ato é fato atípico. Mesmo considerado indevido, o ato de Felipe não violou o sigilo de contéudo da prova ou permitiu que Jorge tivesse algum tipo de benefício para a sua aprovação. A conduta é imoral, mas não é capaz de ensejar aplicação da norma penal. D. A divulgação antecipada do resultado é fato atípico em relação a Jorge. Quanto a Felipe, este responderá por crime previsto no artigo 311-A, caput, do Código Penal, incidindo majorante de um terço, por ser funcionário público. E. A divulgação antecipada do resultado é fato típico, previsto no Artigo 311-A, § 2º do Código Penal. A Jorge e Felipe, serão aplicadas a pena privativa de liberdade e a perda do cargo. 5. Segundo Cléber Masson, cola eletrônica "é todo procedimento ilícito no qual os candidatos burlam vestibulares, concursos públicos e demais modalidades de processos seletivos, mediante a comunicação de meios tecnológicos com especialistas nas matérias exigidas nos exames, durante a realização da prova". (Masson, p.1.073, 2018). Acerca do embate jurídico sobre a cola eletrônica e a aplicação do artigo 311-A do Código Penal, marque a assertiva correta: A. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola eletrônica é fato tipificado como estelionato, mesmo após a edição do artigo 311- A do Código Penal. B. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola eletrônica é fato tipificado como falsidade ideológica, mesmo após a edição do artigo 311- A do Código Penal. C. Segundo entendimento do STF, embora inserida emum contexto de alta reprobabilidade social, a cola eletrônica é fato atípico, mesmo após a edição do artigo 311- A do Código Penal. Segundo entendimento do STF, a prática da cola eletrônica é ato atípico, nos termos do julgamento do inquérito nº 1.145 PB em 2006. Em 2012, após a entrada do artigo 311-A do Código Penal, o STF teve a oportunidade de julgar pedido de destrancamento de ação penal que versava sobre o artigo 311-A do CP, fundamentada na cola eletrônica. Tal ação havia sido trancada pelo STJ por considerar a cola eletrônica fato atípico, mesmo com a edição do artigo 331-A. O STF manteve a decisão do STJ; portanto, concordando com o referido artigo não abranger cola eletrônica. D. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola eletrônica é fato tipificado no artigo 311-A do Código Penal em concurso com falsidade ideológica. E. Segundo entendimento recente do STJ, a conduta denominada cola eletrônica é fato tipico, previsto no artigo 311-A do Código Penal, a ser aplicado nos casos posteriores a 2013. AULA 3 – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA Desafio O elemento falsidade é um dos atributos presentes em diversos tipos penais previstos no título X - Dos crimes contra fé pública, do Código Penal Brasileiro, no qual o operador do direito deve estar atento para que não haja condutas tipificadas de forma errônea. Com base em seus conhecimentos sobre os crimes contra a fé pública, analise a situação a seguir e ao final responda. Você, na qualidade de promotor de justiça, ao receber as peças do inquérito para propositura de ação penal, concordaria com as tipificações feitas pela autoridade policial? Justifique sua resposta e aponte qual o juízo competente para julgar a referida ação. Padrão de resposta esperado O promotor de justiça não deve concordar com as tipificações feitas pela autoridade policial. Conforme dados colhidos no texto, Joana praticou duas condutas. São elas: 1- Falsifica/fabrica carteira nacional de habilitação (CNH). 2- Faz uso da carteira para obter vaga em emprego. Contudo, segundo entendimento jurisprudencial e doutrinário, quando o mesmo agente pratica as condutas de falsificação e uso desse documento a respeito de um mesmo objeto material, responderá por um único crime, o crime de falsificação. O entendimento é que o crime de uso de documento falso seria apenas um desdobramento do crime de falsificação de documento público. Sendo assim, Joana responderá exclusivamente pelo crime tipificado no artigo 297 do Código Penal: falsificação de documento público. A competência para julgamento de ações que versem sobre falsificação da carteira nacional de trânsito é da justiça estadual, pois a competência para emissão de tal documento é de autoridade estadual de trânsito. Exercícios Respostas enviadas em: 14/09/2022 11:24 1. Depois de uma série de desavenças com seu chefe, Josias tem se sentido desestimulado a continuar a trabalhar na empresa. Ao mesmo tempo, não quer pedir demissão, pois perderá parte dos valores referente as verbas rescisórias. Josias tomou conhecimento que um clínico geral, chamado Dr. Carlos, concede atestados médicos, mesmo que a pessoa não esteja doente. Josias consegue a consulta com o médico e o respectivo atestado para apresentar na empresa, pois sabe que, se começar a faltar, justificadamente, terminará por ser demitido sem justa causa e ter acesso a todas as verbas trabalhistas. Com base nos dados apresentados acima e seus conhecimento acerca dos crimes contra fé pública, marque a opção correta. A. Dr. Carlos e Josias responderão por crime de falso atestado médico, uma vez que este crime, sendo classificado como comum, admite participação e encontra previsão no artigo 302 do Código Penal. B. Dr. Carlos responderá por crime de falso atestado médico e Josias por crime de falsificação de documento particular, pois é crime classificado como próprio. C. Dr. Carlos responderá por crime de falso atestado médico e a conduta de Josias será considerado fato atípico do Direito Penal, respondendo na esfera Cível. D. Dr. Carlos responderá por crime de falsidade de atestado médico, previsto no art. 302, e Josias responderá por crime de uso de documento falso, previsto no art. 304, ambos do Código Penal. Dr. Carlos, por ser o médico que fornece o atestado falso, responderá pelo crime de falsidade de atestado médico (previsto no artigo 302 do Código Penal). Esse crime é classificado como próprio, tendo como único sujeito ativo o médico. Josias, que é paciente, não poderá ser julgado por crime de falso atestado médico. Assim, Josias responderá pelo crime de uso de documento falso, previsto no artigo 304 do Código Penal. E. Dr. Carlos responderá por crime de falsificação de atestado médico e falsificação de documento particular e Josias responderá por crime de uso de documento particular. 2. Leia o caso a seguir : Leonardo Machado, após cometer o crime de roubo, é preso em flagrante. Quando a autoridade policial pede para se identificar, Leonardo, que tem antecedentes criminais positivos e querendo ocultar tal fato, afirma ter esquecido seus documentos em casa e que seu nome é Carlos Augusto Machado. Na verdade, esse é o nome de seu irmão, que não tem antecedentes criminais. Considere o trecho acima e seus conhecimento sobre o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre tal assunto e marque a alternativa correta. A. Conforme jurisprudência do STF, o ato de atribuir para si identidade falsa para ocultar antecedentes criminais é exercício de autodefesa, portanto, não é crime. B. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si identidade falsa é exercíciode autodefesa, portanto, deve ser aplicado pena reduzida. C. Conforme jurisprudência do STF, atribuir para si identidade falsa é crime de falsa identidade, previsto no artigo 307 do Código Penal. A conduta de Leonardo em atribuira si identidade falsa é crime previsto no artigo 307 do Código Penal (crime de falsa identidade). Leonardo, ao se identificar como Carlos Augusto Machado, não só apresentou nome e prenome inverídicos, como teve o objetivo de obter vantagem: ele tentou impedir que as autoridades policias descobrissem seus verdadeiros antecedentes criminais. O Supremo Tribunal Federal, no informativo de nº 537, fixou entendimento de que a atribuição de falsa identidade a si para esconder antecedentes criminais, perante autoridade policial, é conduta típica (art. 307, CP) e não pode ser afastado tal tipicidade sob o argumento de exercício de autodefesa. D. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si identidade falsa está tipificado como crime de falsidade ideológica. E. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si identidade falsa é fato típico, mas ausente a punibilidade. A conduta de Leonardo em atribuira si identidade falsa é crime previsto no artigo 307 do 3. Leia o trecho a seguir: Em janeiro de 2020, a polícia apreendeu, na casa de Maurício, um apanhando de moedas falsas no valor de R$ 0,25, R$ 0,50, R$ 1,00. Considere o caso acima e também seus conhecimentos acerca da doutrina e jurisprudência sobre os crimes de moeda falsa e marque a alternativa correta. A. A vista do pequeno valor das moedas, poderá ser aplicado ao caso de Maurício o princípio da insignificância. B. A falsificação grosseira de moedas e cédulas, segundo entendimento dos tribunais superiores, desconfigura o crime de moeda falsa. C. Se alguém recebe de boa-fé moedas falsas e, sabendo desta falsidade, as restitui à circulação, responderá por crime de moeda falsa privilegiado. Segundo previsão do artigo 289 § 2º do Código Penal, quem tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos e multa, denominado pela doutrina como crime de moeda falsa na forma privilegiada. Segundo entendimento dos tribunais, a falsificação grosseira de moeda, incapaz de ludibrir outrem não se amolda ao tipo penal moeda falsa (STF, HC de n.º 83.526/CE). Em relação ao princípio da insignificância, este não pode ser aplicado aos crimes contra a fé pública e, no caso especifico dos crimes de moeda falsa, os baixos valores de tais moedas são irrelevantes para tipificação da conduta. D. A falsificação grosseiras de moedas e cédulas, segundo entendimento dos tribunais superiores, é fato tipíco, mas isento de pena. E. Se alguém recebe de boa-fé moedas falsas e recoloca em circulação, sabendo da falsidade, responderá por crime de moeda falsa qualificado. 4. As regras de competência para processamento e julgamento de ações impõe a limitação do poder jurisdicional e permite maior organização do Judiciário. Nos crimes contra a fé pública, há critérios de competência que foram devidamente interpretados pelos tribunais. Reflita sobre seus conhecimentos acerca do assunto abordado acima e marque a opção correta. A. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. B. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de petrechos para falsifificação de moeda. C. Compete à Justiça Federal julgar e processar crimes de falsificação de atestado médico, usado para saque indevido de FGTS. D. Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de carteira nacional de habilitação. E. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação de carteira de trabalho, atribuído a empresa privada. A súmula 62 do STJ impõe que compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído à empresa privada. Compete à Justiça Estadual processar crimes de falsificação de atestado médico, usado para saque indevido de FGTS, pois não viola bens ou interesses da União, mas tão somente autoriza o saque de patrimônio do próprio particular. A súmula 104 do STJ compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. Os crimes de petrechos de falsificação de moeda são processados e julgados pela Justiça Federal. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsificação de carteira nacional de habilitação, pois é a autoridade estadual responsável pela emissão da CNH. 5. No que se refere ao sujeito ativo, como é classificado o crime de certidão ou atestado ideologicamente falso, previsto no artigo 301 do Código Penal? Marque a alternativa correta. Você acertou! A. Próprio. O crime de certidão ou atestado ideologicamente falso é classificado como próprio. Ele só pode ser cometido por funcionário público que tenha autoridade para emitir certidão ou atestado. B. Comum. C. Formal. D. Plurissubsistente. E. Omissivo. Aula 4 - Dos crimes sexuais contra vulnerável Desafio No Direito Penal, é possível que uma mesma conduta incida sobre dois tipos penais, caso em que o critério de especialidade deverá recair sobre a conduta, para que não haja dupla penalização sobre a conduta. Com base nas informações acima, analise o caso a seguir: Ao buscá-lo, na qualidade de Advogado da empresa Recorder X, Gustavo questiona: a) Cometeu crime Gustavo ao realizar as gravações e distribuir o vídeo por meio da Internet, mesmo sem saber da menor idade de Luan? Caso afirmativo, sua atitude foi ilícita? Embase em um artigo. Gustavo cometeu crime ao transmitir, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática, vídeo que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. No entanto, não se reveste de ilicitude a conduta de Gustavo, pois encontrava-se em erro e, portanto, não poderia ter cometido de forma dolosa o crime, pela própria declaração falsa de Luan no instrumento contratual. Art. 20 CP –O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. b) Qual a lei aplicável à conduta praticada? Trata-se, na prática, de crime praticado contra adolescente, de modo que a lei aplicável é a Lei 8.069 (Estatuto da Criança e do Adolescente). c) Especifique qual ou quais os tipos penais aplicáveis à conduta praticada? O tipo aplicável é o descrito no art. 241-A, ECA. art. 241-A, ECA. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) § 1.º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) § 2.º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1.º deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008).Exercícios 1. O crime de estupro de vulneráveis (217-A) é especial em relação ao crime de estupro (213 CP), a fim de dar especial reprobabilidade à conduta nele descrita. O crime de estupro de vulneráveis, em seu tipo principal, descreve a conduta especialmente praticada contra: A. menores de 18 anos. B. maiores de 60 anos. C. menores de 14 anos. O tipo principal do art. 217-A prevê o ato de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. Ampliando para outros casos de vulnerabilidade o tipo em seu § 1.º, que descreve que incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. D. maiores de 80 anos. E. menores de 12 anos. 2. O crime de corrupção de menores, previsto no art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente possui, em seu núcleo, a atividade de "corromper". De acordo com a doutrina estudada, o ato de corromper se refere a: A. sexualidade. B. integridade física. C. indução a prática de crime. A corrupção de criança ou adolescente, de que trata o ECA, decorre da formação da personalidade do menor de 18 anos, no específico aspecto de sua inserção na criminalidade. D. integridade moral. E. indução a prática de ritos pagãos. 3. O crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável, pune todos os envolvidos com o delito, incluindo o dono do local onde é praticado o ato. Em relação ao estabelecimento, qual sanção especial é aplicável? A. Detenção B. Cassação de licenças Ao incorrer no crime de favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável, o estabelecimento onde o crime foi cometido terá cassada as licenças de localização e funcionamento do estabelecimento (§3.º). Sendo as demais sanções aplicáveis às pessoas concorrentes para o crime. A advertência e a desapropriação são ferramentas do direito administrativo. C. Suspensão de licenças D. Advertência E. Desapropriação do estabelecimento 4. O crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia de adultos e de vulneráveis está previsto no art. 218-C do Código Penal. Já o mesmo crime, cometido contra crianças e adolescentes, encontra-se previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, devido ao critério da: A.especialidade. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos arts. 241 e 241- A, é aplicado no caso de crime contra crianças e adolescentes, devido ao critério da especialidade em relação à lei geral do Código Penal. Não se aplicando o critério temporal, eis que o Código Penal fora reformado de forma mais recente, porém de forma mais abrangente que o diploma mencionado (art. 2.º da LIDB). Art. 2.º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1.º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2.º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. B. lei mais antiga. C. lei mais nova. D.lei genérica. E. lei internacional. 5. O crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia de adultos e de vulneráveis, possui situações especiais de reprobabilidade, sendo uma destas o cometimento do ato por pessoa com quem a vítima possui relação de afeto, caso este que configura: A. minorante. B. majorante. A majorante é uma causa de aumento de pena, aplicando-se uma fração à sanção estabelecida no tipo penal. Consequentemente, deve ser levada em consideração na 3ª fase da dosimetria da pena. A qualificadora altera as penas mínima e máxima do tipo, além de trazer novas elementares para o tipo, caracterizado por ser um tipo derivado autônomo ou independente. Já as agravantes são aquelas circunstâncias que devem ser levadas em consideração na segunda fase da dosimetria da pena, após a fixação da pena base e da consideração das atenuantes. C. qualificadora. D. agravante. E. amiliorante. Aula 5 – Desafio – aula 5 O crime de ultraje público ao pudor conta com um núcleo mutante, que o que é considerado chulo, imoral ou chocante para a sociedade, deve ser estudado como um fenômeno ligado ao seu tempo e aos valores sociais vigentes. Nesse sentido, analise o caso a seguir: Ao procurar você na qualidade de advogado, Carmelita faz os seguintes questionamentos, que você deverá responder de acordo com o entendimento corrente da jurisprudência superior e da legislação atual: O pleito de Carmelita tem lastro na legislação penal vigente? O pleito de Carmelita, em tese, tem lastro no tipo penal previsto no art. 233 CP. O pedido de Carmelita, se levado a juízo, prosperará? Em que pese incidir o tipo de maneira abstrata, a jurisprudência entende que a "moral vigente não se dissocia do costume vigente. Assim, quando os costumes mudam, avançando contra os preconceitos, os conceitos morais também mudam. O conceito de obsceno de hoje não é mais o mesmo da inspiração do legislador penal de 1940". Dessa forma, em uma sociedade em que são aceitáveis videoclipes análogos ao da cantora, o conteúdo do tipo penal invocado se encontra esvaziado ante a tolerância moral vigente da sociedade em que Carmelita se encontra. Qual o principal fundamento jurídico utilizável para a defesa da cantora? O principal fundamento jurídico utilizável para a defesa da cantora reza na naureza artística de seu conteúdo, tutelado pelo art. 220, parágrafo segundo da Constituição Federal, que não admite censura a ele. Exercícios 1. O crime previsto no artigo 227 do Código Penal prevê a penalização da indução de alguém a satisfazer a lascívia de outra pessoa, devendo-se o crime em questão recair sobre receptor próprio, pois se não, estar-se-á diante do crime de: Você acertou! A. favorecimento à prostituição. Favorecimendo à prostituição, uma vez que a indução da satisfação da lascívia de pessoa incerta configura o tipo previsto no art. 228 do Código Penal. Os demais crimes são previsões da mesma espécie (crimes contra a liberdade sexual), mas com condutas distintas. B.exposição da intimidade. C. tráfico de pessoas. D. rufianismo. E. ultraje ao pudor. 2.O crime de manutenção de estabelecimento para exploração sexual, previsto no art. 229 da Constituição Penal, requer para a sua configuração: A.Culpa. B. Dolo. O dolo ou a vontade como elemento subjetivo do tipo, não cabendo análise de culpabilidade. As demais hipóteses são possibilidades de agravamento da pena. C. Dever de garantia. D.Tutela. E. Relação de parentesco. 3.O crime de rufianismo, previsto no art. 230, trata do ato de sustentar-se da prostituição alheia. Nesse caso a proteção legal é direcionada diretamente: A. ao herdeiro da vítima. B. à profissional explorada. Profissional explorada e os ganhos auferidos de sua prática, sendo as demais alternativas bens penais resguardados de forma indireta. C.à sociedade. D. à moral do ofensor. E. à família dependente da vítima. 4.O crime de tráfico de pessoas, previsto no art. 149-A CP, foi ampliado para adequar-se ao conceito internacional. O crime, além de abranger a exploração sexual, abrange: Você acertou! A. a retirada de órgãos. Retirada de órgãos da vítima, sendo as demais hipóteses alheias ao direito penal. B. a exploração de trabalho. C. o matrimônio por interesse. D.a sujeição à cultura alienígena. E. a tributação internacional. 5. O crime de ultraje público ao pudor é imputável a práticasofensivas à moral pública. Dessa forma, o conceito nuclear do tipo previsto no art. 233 CP é: A. estanque. B. definido pela sociedade. Definido pela sociedade, de acordo com os usos e costumes do tempo em que fora praticado o suposto delito e tratando-se de um conceito que extrapola as características da vítima e que não é estático, estanque ou pétreo; tampouco pode ser cedimentado pela doutrina de forma definitiva. C. pétreo. D. doutrinário. E. definido pela vítima. Aula 6 - Desafio e exercios: A responsabilidade e as ações do gestor público com a administração das despesas e receitas públicas devem ser pautadas pela legalidade, probidade, boa-fé, razoabilidade e proporcionalidade, a fim de manter o equilíbrio e a viabilidade da máquina pública. Desta forma, existe, no Código Penal, um capítulo sobre crimes contra as finanças públicas, os quais são destinados a coibir condutas que violem o patrimônio material e imaterial da administração pública. Imagine que você é promotor de justiça e, em setembro de 2019, é designado para atuar na Comarca de Contagem/MG, e chegue ao seu conhecimento a seguinte situação: Sendo você o promotor, qual atitude tomaria, na esfera penal, contra o prefeito? Ele incorreu em alguma conduta tipificada no Código Penal? Responda usando elementos do texto e da legislação penal. Padrão de resposta esperado A conduta a ser tomada como promotor de justiça é a promoção de ação penal pública incondicionada contra o prefeito Antônio Petra, com base no artigo 359-G do Código Penal, crime de aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura, que assim determina: “Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.” Com base na questão acima, Antônio deu posse aos aprovados em novembro de 2019, faltando aproximadamente 50 dias para encerrar seu mandato. Além disso, foi comunicado a Antônio que a posse faria com que o município ultrapassasse o limite destinado a gastos com pessoal. Ainda assim, ele prosseguiu com a nomeação. O argumento de ter compromisso moral com o candidato não está apto a permitir que o prefeito desequilibre as contas públicas e ponha em risco a estabilidade das finanças públicas, quando o município poderia aguardar a retomada das receitas para que pudesse fazer as nomeações de forma responsável. Exercícios 1. Os crimes contra as finanças públicas têm como fundamento a Constituição, as Normas Gerais de Direito Financeiro e a Lei Complementar de n.º 101 de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que por sua vez são pautadas pela gestão pública ética, planejada e transparente. Sobre os crimes contra as finanças públicas, marque a alternativa que representa conduta atípica. Você acertou! A. Autorizar a inscrição em resto a pagar de despesas que tenham sido previamente empenhadas. Conduta atípica é aquela que, embora tenha correlação com o bem penalmente tutelado, não se amolda a nenhum tipo descrito na norma penal. Logo, o ato de autorizar a inscrição em resto a pagar de despesas que tenham sido previamente empenhadas não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas no capítulo destinado aos crimes contra as finanças públicas. Contudo, as seguintes condutas são típicas, no qual serão aplicadas as penas correspondentes, são elas: Autorizar inscrição em restos a pagar que exceda o limite estabelecido em lei, conduta descrita no artigo 359-B do Código Penal. Realizar operação de crédito externo, sem prévia autorização legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. Ordenar operação de crédito interno, sem prévia autorização legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. Autorizar operação de crédito interno, sem prévia autorização legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. B. Autorizar inscrição em resto a pagar de despesas que excedam o limite estabelecido em lei. C. Ordenar operação de crédito interno, sem prévia autorização legislativa. D. Realizar operação de crédito externo, sem prévia autorização legislativa. E. Autorizar operação de crédito interno, sem prévia autorização legislativa. 2. O crime tipificado no artigo 359-C do Código Penal almeja impedir que os administradores assumam dívidas que não possam ser adimplidas ao final do exercício financeiro correspondente ao final de seus mandatos ou legislatura ou, em caso de obrigações parceladas, não tenha receitas para cumprimento dessas obrigações no exercício seguinte ao término do mandato ou legislatura. Sobre o crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura, marque a alternativa correta. A. Caracteriza-se por ordenar a assunção de obrigação nos últimos 12 meses do mandato, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro. B. Se o crime chegar a ser consumado, admite modalidade culposa. C. Se o crime for tentado, admite a modalidade culposa. D. A pena cominada permite que o processamento deste crime seja feito por meio do rito sumaríssimo. E. Trata-se de crime próprio e admite a suspensão condicional do processo, caso o agente satisfaça os requisitos da Lei n.° 9.099/95. O crime descrito no artigo 359-C do Código Penal pode ser praticado exclusivamente por agentes titulares de mandato ou legislatura, portanto, trata-se de crime próprio. Por ser um delito de médio potencial ofensivo, admite a suspensão condicional do processo, caso o agente cumpra os requisitos do artigo 89 da Lei n.° 9.099/95. Não admite rito sumaríssimo. Nos termos do artigo 359-C, caracteriza-se por ordenar a assunção de obrigação nos dois últimos quadrimestres do mandato, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro. Tanto na forma consumada quanto tentada, é praticado exclusivamente mediante dolo. Não admite culpa. 3. A contratação de operação de crédito é descrita no artigo 359- A do Código Penal, podendo ser praticada apenas por funcionário competente especialmente para ordenar, autorizar ou realizar operação de créditos. Sobre a pena cominada para este delito, marque a alternativa correta. A. Detenção de 1 a 2 anos e multa. B. Reclusão de 1 a 2 anos. Aos moldes do artigo 359-A do Código Penal, a este delito foi cominada a pena de reclusão de 1 a 2 anos. Não há previsão na legislação penal para a aplicação de multa. C. Reclusão de 2 a 4 anos e multa. D. Detenção de 1 a 2 anos. E. Detenção de 2 a 4 anos e multa. 4. O artigo 359-H do Código Penal é considerado pela doutrina como um crime simples, próprio, formal, de perigo abstrato, comissivo, instantâneo, unissubjetivo e plurissubsistente. Sobre a conduta de oferta pública ou colocação de títulos no mercado, marque a alternativa correta. A. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros de títulos criados por lei nos últimos 180 dias para conclusão de mandato ou legislatura. B. O crime pode ser praticado mediante à inserção no mercado financeiro de títulos criados por lei, mas registrados em sistema centralizado de liquidação e custódia. C. O crime pode ser praticado mediante à inserção no mercado financeiro de título sem que tenha sido criado por lei. A descrição do artigo 359-H do código Penal, assim define o crime de oferta ou colocação de títulos no mercado a conduta de “Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia”. É lícito inserir no mercado título criado por lei e registrado em sistema centralizado de liquidação e de custódia, portanto, não há conduta típica nesta prática. O Código Penal não menciona prazos relativos a final de mandato elegislatura para configuração deste delito. Portanto, que pode ser praticado a qualquer tempo ou época. D. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros de títulos criados por lei no último ano para conclusão de mandato ou legislatura. E. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros de títulos criados por lei nos dois últimos quadrimestres para conclusão de mandato ou legislatura. 5. O artigo 359-G do Código Penal, delito de aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura, segundo Luiz Flávio Gomes e Alice Bianchini, objetiva “resguardar a possibilidade de o agente público valer- se de repercussão que a conduta de contratação de pessoal, por exemplo, aumento salarial, possa causar político-eleitoralmente para lhe favorecer nas eleições”. Considere seus conhecimentos acerca deste delito e marque a alternativa correta. A. Recebe a classificação doutrinária de elevado potencial ofensivo. B. Comina-se a pena de detenção de 1 a 4 anos e multa. C. Quanto ao elemento subjetivo, admite modalidades culposa e dolosa. D. Comina-se a pena de detenção de 1 a 4 anos. E. Autoriza aumento de despesas nos 180 dias anteriores ao final do mandato. O crime de aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura é descrito no artigo 359-G do Código Penal “Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura”. Além disso, estes delitos têm as seguintes características: Admite apenas a modalidade dolosa, em relação ao elemento subjetivo. É cominada uma pena de reclusão de 1 a 4 anos. Não previsão de multa. Mediante à quantidade de pena cominada, recebe a classificação de médio potencial ofensivo. Aula 7 Desafio Os crimes contra a segurança dos meios de comunicação, transporte e outros serviços públicos têm como bem jurídico penal a incolumidade pública. Sendo assim, analise o caso a seguir: Os irmãos, surpreendidos pelo seu enquadramento no crime do art. 260 do Código Penal, o procuram na qualidade de advogado para responder aos seguintes questionamentos: 1 -Enquadram-se os irmãos no crime de perturbação ou impedimento de serviço de estrada de ferro? Qual é o fundamento jurídico? Enquadram-se os irmãos no crime de perturbação ou impedimento de serviço de estrada de ferro por incidir a hipótese do inciso I do art. 260 do Código Penal que, entre outras condutas, elenca a destruição ou dano, total ou parcialmente, de obra de arte ou instalação dentro do contexto da linha férrea. 2- Caso, por descuido, os irmãos tivessem deixado a estátua cair sobre os trilhos e, desse descuido, resultasse o desastre envolvendo o descarrilhamento do trem, qual seria a pena aplicável à conduta? Na hipótese descrita, a pena aplicável é aquela descrita no parágrafo segundo do artigo em comento — detenção, de seis meses a dois anos —, eis que o dolo dos irmãos era a subtração da peça e não o desastre resultante, configurando, assim, a modalidade culposa do tipo penal. Exercícios 1. Os crimes contra a segurança dos meios de comunicação e transportes e outros serviços públicos incluem o crime de perigo de desastre ferroviário, este que encontra-se tipificado no art. 260 do Código Penal. Sobre este, é correto afirmar que: I. somente aplica-se a transportes sobre trilhos. II. admite forma culposa. III. é qualificado pelo resultado desastre. Quais afirmativas são corretas? A. Apenas a afirmativa I está correta. B. Apenas a afirmativa II está correta. C. Apenas a afirmativa III está correta. D. As afirmativas I e II estão corretas. E. As afirmativas II e III estão corretas. Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.Estando a forma culposa do tipo prevista no parágrafo segundo e a qualificadora no parágrafo primeiro. 2. O crime de atentado sobre a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo trata da incolumidade pública dos passageiros destas modalidades de transporte. Sobre este crime, considere as seguintes afirmativas: ( ) É lícito expor a perigo aeronave própria. ( ) Em relação ao transporte marítimo, considera-se apenas a modalidade de transporte de passageiros. ( ) Qualifica-se o tipo pelo evento destruição de aeronave. Marque a sequência correta para V (verdadeiro) e F (falso) em relação às afirmativas anteriores. A. V, V, V. B. V, F, V. C. F, V, V. D. V, F, V. E. F, F, V. O tipo não diferencia o modal próprio ou de terceiros para sua consubstanciação, tampouco distingue a modalidade de transporte de carga ou de passageiros para sua configuração. Qualificando-se o ato pelo naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave. 3. O crime contra a segurança de serviço de utilidade pública tutela as condições dignas de vida humana, em relação a serviços considerados essenciais. Sobre a essencialidade ou utilidade pública, encontram-se tutelados à luz da jurisprudência corrente o: I. fornecimento de luz II. fornecimento de calor III. fornecimento de serviços de educação Quais são as afirmativas corretas? A. As afirmativas I, II e III estão corretas. B. As afirmativas I e II estão corretas. Segundo a jurisprudência corrente, não encontra-se tutelada a educação como serviço essencial; sendo os mesmos aqueles essenciais à vida humana, como água, luz, energia, calor, etc. C. As afirmativas II e III estão corretas. D. Apenas a afirmativa I está correta. E. Apenas a afirmativa III está correta. 4. O crime de interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública tutela a comunicação e segurança pública. Sobre esse tipo penal, é correto afirmar que é qualificado quando praticado em caso de: A. utilidade pública. B. eleições. C. campanha de vacinação. D. calamidade pública. Conforme o § 2 do art. 266 do Código Penal, aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública. Não estando as demais situações contempladas pela legislação penal em questão. E. serviço de educação telepresencial. 5. O crime de arremesso de projétil contra veículo destinado ao transporte, tutela a incolumidade pública dos usuários de transporte, assim como o veículo de forma indireta. Sobre esse tipo, é correto afirmar que é qualificado: ( ) pelo resultado morte ( ) pelo resultado lesão ( ) se realizado contra veículo oficial Marque a alternativa que contém a ordem correta para V (verdadeiro) e F (falso). A. V, V, V. B. F, F, F. C. V, F, V. D. F, V, V. E. V, V, F O parágrafo único do art. 264 prevê que, se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3.º, aumentada de um terço. Aula 8 – exercícios Desafio Você está em seu escritório e é procurado por um cliente que se identifica como servidor público federal. Ele lhe conta que recebeu uma denúncia do Ministério Público Federal pela prática do crime de corrupção passiva no período em que atuava como auxiliar no escritório consular do Brasil na Bolívia. O servidor relata que, na Bolívia, é comum que os agentes públicos sejam presenteados pelos cidadãos quando do bom atendimento, gerando resultados rápidos e eficientes para os interessados. Nesse sentido, o acusado questiona sobre a aplicabilidade do art. 317 do Código Penal sobre o fato, já que no país de sua ocorrência não é considerado crime. Mais do que isso, afirma que jamais solicitou qualquer tipo de regalo; apenas não o devolveu quando do recebimento. Assevera o valor ínfimo da situação, e questiona se é capaz de representá-lo emoutro país. Diante do cenário exposto, quais são as explicações que você daria para o cliente? Padrão de resposta esperado Em primeiro lugar, é preciso lembrá-lo de que, na qualidade de funcionário público, o seu vínculo atrairá a competência para o julgamento dos fatos pela Lei Penal brasileira; tratando-se de exceção à teoria da territorialidade. Segundo a redação dada pela Lei n.º 7.209, de 11 de julho de 1984: Extraterritorialidade Art. 7.º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: [...] c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; [...] O crime será, portanto, processado no Brasil (o processo judicial tramitará na Justiça brasileira). Isso acontecerá mesmo que o ato ilícito não tenha ocorrido por requerimento expresso de vantagem pelo funcionário público, já que o verbo receber também está presente no tipo. Exercícios 1. Considerando a definição de funcionário público disposta pelo art. 327 do Código Penal, identifique a alternativa que se enquadra nos vínculos previstos. A. Servidor público, agente político, estagiário, terceirizado. B. Servidor público, estagiário, servidor temporário, agente político. C. Estagiário, agente político, terceirizado, servidor temporário. D. Terceirizado, estagiário, agente público, servidor público. E. Terceirizado, servidor temporário, agente político, servidor público. Segundo definição do Código Penal, funcionário público é todo aquele que – ainda que de forma transitória ou sem remuneração – exerça cargo, função ou emprego público. 2. Em um dia comum de trabalho, o servidor público André, lotado na Secretaria da Fazenda Municipal, atende um contribuinte que alega ter uma dívida junto ao Município e pretende quitá-la através de pagamento em espécie. O servidor consulta o sistema e verifica que o contribuinte não possui nenhuma dívida junto ao Município, mas, aproveita a situação para receber a quantia em dinheiro, ao invés de informar a inexistência do débito. Analisando o caso hipotético, assinale a alternativa que corresponde ao tipo penal corresponde à conduta de André A. Peculato desvio B. Peculato culposo C. Peculato apropriação D. Peculato mediante erro de outrem A conduta praticada por André corresponde ao peculato mediante erro de outrem, previsto no art. 313 do Código Penal. Trata-se da hipótese em que o servidor público recebe dinheiro ou qualquer por erro de terceiros, em virtude do exercício de cargo público. O peculato desvio e o peculato apropriação estão previstos no caput do art. 312. O peculato culposo nos §§2º e 3º do art. 312. Já o peculato eletrônico foi inserido no Código Penal através dos art. 313-A e 313- B E. Peculato eletrônico 3. A alternativa que melhor representa os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva é: A. Na corrupção ativa, o sujeito ativo é um terceiro e na corrupção passiva, um funcionário público. Segundo o art. 333 do Código Penal, o crime de corrupção ativa é praticado por terceiro que não tem vínculo com a Administração Pública. O art. 317 do Código Penal, por sua vez, trata da corrupção passiva e está inserido no capítulo dos crimes contra a Administração praticados por funcionário público. B. A corrupção ativa caracteriza-se por demonstrar interesse em receber vantagem. C. A corrupção ativa ocorre quando o agente público obriga o pagamento de propina para realizar sua função. D. A corrupção ativa é crime e a corrupção passiva não. E. O crime de corrupção passiva não admite tentativa. 4. Considere os verbos nucleares “retardar ou deixar de praticar, praticá-lo contra disposição expressa de lei” e escolha a alternativa que contém o tipo penal descrito. A. Prevaricação. Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. B. Facilitação de contrabando ou descaminho. C. Excesso de exação. D. Concussão. E. Condescendência criminosa. 5. João, na qualidade de chefe do departamento em que trabalham José e Pedro, ao tomar ciência de que estes desviaram para proveito próprio itens adquiridos pela Administração Pública para reforma de uma escola da rede pública, chama-os para conversar. Após prometerem que o ato não irá se repetir, João deixa de efetuar registro na ficha funcional deles e de reportar o ocorrido ao seu superior hierárquico. No caso concreto, qual a conduta tipificada praticada por João? A. Condescendência Criminosa. Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. B.Exercício funcional ilegal, antecipado ou prolongado. C. Advocacia administrativa. D. Facilitação. E. Corrupção ativa. AULA 9 Desafio A Administração Pública é um bem tutelado no Código Penal Brasileiro cujo fundamento é garantir a regularidade das atividades estatais relacionada à probidade, à integridade e à eficiência, dentre outros aspectos. Considere seus conhecimentos sobre os crimes praticados por particular contra a Administração Pública e reflita sobre o caso a seguir: Imagine que você seja juiz da vara criminal, e precise decidir sobre este fato. Você entenderia pela atipicidade ou tipicidade da conduta de Miguel? Que fundamento você utilizaria em sua decisão? Padrão de resposta esperado A conduta de Miguel é típica, descrita no artigo 332 do Codigo Penal, denominada tráfico de influência, dispondo o seguinte: "Obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em funcionário público no exercício da função". No caso de Miguel, a configuração do tráfico de influência se deu em razão de meio fraudulento empregado para obter para si a propriedade de Fátima. Miguel fingiu suposta capacidade de influenciar ajuda para Fátima em órgãos administrativos, levando esta a tomar a decisão da venda (obter vantagem). Além disso, usou o cargo público de auditor fiscal de um suposto amigo, com quem ele sequer tem contato, se amoldando na parte final do tipo, em que afirma: "a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função". A consumação do delito ocorreu no momento em que Miguel levou Fátima a crer na possiblidade de influenciar um agente público e, assim, proceder a venda da casa de festas a ele. Exercícios 1. Considere seus conhecimentos acerca dos crimes praticados por particulares contra a Administração Pública previstos nos artigos 329 e 330 do Código Penal e marque a assertiva correta. A. O delito de resistência implica uso de grave ameaça ou violência física. O crime de resistência é previsto no artigo 329 do Código Penal, e o uso de grave ameaça ou violência física é fundamental para caracterização deste delito, sendo o elemento que o diferencia do crime de desobediência. O delito de desobediência é praticado exclusivamente mediante dolo; portanto, não admite culpa. Se feito em estado de necessidade, exclui o crime. A resistência qualificada, nos termos do artigo 329, §1º, do Código Penal, comina pena de reclusão de um a três anos e multa. Não há previsão legal para desobediência qualificada e, por consequência, não há pena diferenciada. A vítima que deixa de colaborar com investigação criminal responde por crime de desobediência, segundo entendimento unânime dos Tribunais Superiores. B. Segundo o STF, o crime de desobediência admite culpa nos casos de estado de necessidade. C. A resistência qualificada comina pena de reclusão de um a dois anos. D. O delito de desobediência qualificada resulta em aumento de 1/3 da pena prevista no caput do artigo 330 do Código Penal. E. A vítimaque deixar, sem uso de grave ameaça ou violência, de colaborar com investigação criminal, responde por crime de resistência. 2. A tipicidade da conduta ilicita envolve vários elementos, como os elementos objetivos, os subjetivos e a forma de execução, dentre outros critérios. Baseado nesses aspectos, analise o caso abaixo. Cláudio, por acaso, encontra um site, no exterior, que comercializa um produto emagrecedor que foi proibido no Brasil. Cláudio efetua a compra e fica aliviado quando o produto é liberado pela alfândega e, finalmente, chega em sua residência. Sobre a situação acima, marque a assertiva correta. A. A conduta praticada por Cláudio é atípica, uma vez que não foi barrada pelas autoridades no posto alfandegário. B. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334 do Código Penal, crime de descaminho. C. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334 do Código Penal, que prosseguirá no rito sumaríssimo. D. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334, §1, do Código Penal, crime de descaminho qualificado. E. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334- A do Código Penal, crime de contrabando. O delito praticado por Cláudio é o de contrabando, previsto no artigo 334-A do Código Penal, pois a mercadoria importada por ele é proibida no Brasil. Não se enquadra como descaminho (art. 334 do Código Penal), pois, neste caso, a mercadoria é permitida, mas o agente tenta ludibriar o pagamento dos tributos e direitos correspondentes. O delito previsto no artigo 334 do Código Penal, por ser classificado como de médio potencial ofensivo, não admite rito sumaríssimo, conforme Lei nº 9.099/95. 3. O delito de tráfico de influência consubstancia-se no ato de solicitar, exigir, cobrar ou obter para si ou para outrem vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. A respeito das características deste crime, marque a assertiva correta. A. Sobre o elemento subjetivo, admite dolo ou culpa. B. Se a conduta puder ser fracionada, admite a tentativa. O tráfico de influência admite tentativa, na medida em que os atos podem ser divididos ou fracionados, como é o caso do uso de e- mails, bilhetes, etc. e, por algum motivo, não chega no destinatário. Quanto ao elemento subjetivo, admite exclusivamente dolo. Caso o agente insinue que o agente público receberá alguma vantagem, a pena será aumentada pela metade, nos termos do parágrafo único, do artigo 332, do Código Penal. Considerando a pena cominada para o delito de tráfico de influência, que é de reclusão de 2 a 5 anos e multa, conforme artigo 332, caput, recebe a classificação de crime de elevado potencial ofensivo. C. A insinuação de obtenção de vantagem por agente público é causa de diminuição de pena. D. É classificado como crime de médio potencial ofensivo. E. É cominada pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa. 4. Com a edição da Lei nº 13.008, de 2014, os tipos penais de descaminho e contrabando foram colocados em dispositivos separados, mas com estruturação ainda muito semelhante. Pense sobre as diferenças entre estes delitos e analise a questão abaixo. Motorista de veículo automotor é parado, na fronteira do Brasil com o Paraguai, levando consigo várias malas de mercadoria lícita, equivalente a R$ 30.000, sem o pagamento do imposto correspondente. Sobre a situação jurídica do motorista, marque a alternativa correta. A. Responderá por contrabando, previsto no artigo 334-A caput. B. Responderá por contrabando qualificado, previsto no artigo 334-A, §3º. C. Penalmente irrelevante, uma vez que a mercadoria é lícita. D. O motorista responderá por crime de descaminho. Uma vez que a mercadoria é licita, a entrada dela em território brasileiro sem o recolhimento de direitos ou impostos devidos configura-se penalmente relevante, tipificada no artigo 334, do Código Penal, como delito de descaminho. O contrabando é delito que tem como um de seus elementos a mercadoria proibida, o que não é o caso, pois fica bem clara a licitude dos bens. Portanto, qualquer tipificação vinculada a contrabando está errada. E. Penalmente irrelevante, a despeito do valor total da mercadoria. 5.O cumprimento das determinações legais e das ordens emanadas por agentes públicos é dever de todo particular. Para tanto, o Código Penal buscou proteger a autoridade de ordens legais decorrentes da função pública através da tipificação das condutas de resistência e desobediência. Com base em seu conhecimento sobre esses tipos penais, leia o trecho a seguir e responda a questão. João, oficial de Justiça, às 16h de uma segunda-feira, toca o interfone na casa de Carlos para proceder a citação deste em ação de alimento. Carlos atende prontamente, mas, quando percebe que João é oficial de justiça, golpeia-o com alguns chutes e fecha rapidamente o portão, impedindo João de cumprir o mandado de citação. Carlos responderá por que crime? A. Desobediência genérica, sem prejuízo de outros delitos referentes à violência. B. Desobediência qualificada, sem prejuízo de outros delitos. C. Resistência qualificada, sem prejuízo de outros delitos referentes à violência. O ato de Carlos em usar de violência (chutes) para impedir que o oficial cumprisse seu trabalho é tipificado como crime de resistência qualificada. A qualificação ocorre porque Carlos conseguiu, de fato, impedir a execução do ato, nos termos do artigo 329, § 1º, do Código Penal. Ainda no §2º do artigo 329 do Código Penal, há imposição de que a incriminação pelo crime de resistência não impede que o agente seja denunciado por outros delitos correspondentes à violência como, por exemplo, o crime de lesão corporal. A resistência genérica, prevista no caput do artigo 329, é afastada em decorrência da tipificação da resistência qualificada, que é considerada mais grave. Para caracterizar meramente crime de desobediência, não pode haver uso de violência, que não foi o caso de Carlos. O exercício regular do direito não autoriza o descumprimento de leis ou determinações legais oriundas de gentes públicos competentes. D. Resistência genérica, sem prejuízo de outros delitos referentes à violência. E. Exercício regular do direito. Aula 10 – exercícios Desafio Sabe-se que os crimes contra a administração da justiça têm por fim a proteção de direitos e garantias fundamentais estabelecidos na Constituição e em instrumentos legislativos e perseguidos pelas instituições democráticas (Tribunais, polícia judiciária, Ministério Público e outros). Dentre esses direitos, o direito à honra envolve a dignidade e probidade que deve ser garantida a toda pessoa física ou jurídica, no bojo do Estado Democrático de Direito. A honra é um dos objetos jurídicos do delito de denunciação caluniosa, caracterizado no art. 339 do Código Penal. Tomando por base seus conhecimentos sobre esse delito, analise o caso de Bernardo, denunciado pelo crime de denunciação caluniosa pelo Ministério Público. Bernardo procura você, na qualidade de advogado, para representá-lo na ação penal em que é réu. Como advogado de Bernardo, qual linha de defesa você escolheria para defendê- lo? Explique, de forma sucinta, os fundamentos fáticos e jurídicos, de ordem material, da defesa de seu cliente. Sua resposta Padrão de resposta esperado A denunciação caluniosa é crime previsto no art. 339 do Código Penal, cuja consumação só ocorre se, ao fazer a falsa imputação de crime, o agente sabia da inocência daquele que é acusado. No caso presente, ficou claro que Bernardo fez apenas uma confusão sobre a pessoa do agente que cometeu furto, já que tanto Dentinho quando Batata são muito parecidos entre si. Embora seu erro tenha prejudicado Batata, Bernardo deve ser absolvido, pois é elementar, para configuração do tipo denunciação caluniosa, o dolo direto, ouseja, Bernardo devia ter consciência da inocência de Batata, o que não foi o caso. Além disso, é interessante que sejam apresentadas fotografias de Dentinho e Batata, a fim de comprovar a semelhança física entre ambos e a provável confusão cometida por Bernardo, que o levou a imputar crime a pessoa inocente. Exercícios Respostas enviadas em: 27/09/2022 11:00 1. Gilson resolveu furtar uma moto que estava estacionada em frente a um supermercado, próximo a sua residência. Como ficou com receio de que alguém pudesse ter gravado suas feições, pediu a Alex para esconder o motocicleta. Semanas depois, Gilson foi pego com a moto objeto do furto, acabou confessando o crime e o fato de ter pedido ao amigo para escondê-la. De acordo com o Código Penal brasileiro, Alex responderá por crime de: A. furto. B. favorecimento real. Resta claro que Alex não participou da conduta de furto; portanto, não pode ser acusado desse delito. Também não auxiliou Gilson em sua fuga; por conseguinte, não pode ser acusado de favorecimento pessoal nem de favorecimento privilegiado. Além disso, não inovou em procedimentos judiciais e administrativos a fim de induzir autoridade a erro. O que ocorreu foi que Alex auxiliou Gilson a ocultar a moto, objeto do furto, a fim de tornar seguro o proveito do crime. Essa conduta se amolda ao tipo penal denominado favorecimento real, previsto no art. 349 do Código Penal. C. favorecimento pessoal. D. favorecimento pessoal privilegiado. E. fraude processual. 2. Carla é garota de programa e atende Joaquim há mais de um ano, duas vezes por semana. No último mês, Joaquim, que está com o salário atrasado, resolveu postergar o pagamento dos serviços sexuais, alegando sempre que pagaria na próxima semana. Com tais adiamentos, Carla não recebia nada há 2 semanas e Joaquim já estava devendo R$ 120,00. Carla resolve, então, pegar o valor de R$ 100,00 na carteira de Joaquim enquanto este cochilava. Joaquim acorda, vê que Carla já tinha ido embora e sente falta de exatos R$ 100,00. Esse dinheiro lhe faria muita falta, pois era o único que tinha para fazer o supermercado da semana. Joaquim decide ir à delegacia e noticiar o fato delituoso. Como a autoridade policial que atendeu Joaquim deve se posicionar sobre a conduta de Carla? A. Enquadraria como comunicação falsa de crime ou contravenção. B. Enquadraria como denunciação caluniosa. C. Enquadraria como fato atípico. D. Enquadraria como furto. E. Enquadraria como exercício arbitrário das próprias razões. Carla, de fato, tem direito ao recebimento dos valores referentes aos serviços sexuais prestados; portanto, não se enquadraria como furto. Contudo, não é lícito pegar o dinheiro na carteira sem o consentimento de Joaquim, uma vez que Carla tem meios legais para a cobrança da dívida, que seria movendo ação de cobrança perante o Judiciário contra Joaquim. Quando decide ela mesma usar de meios para receber o débito, pratica conduta de uso arbitrário das próprias razões. O presente caso não se enquadra como denunciação caluniosa, nem comunicação de crime ou contravenção, pois o primeiro necessita que a alguém inocente seja imputado um crime, dando causa a procedimentos jurídicos; o segundo é noticiar crime ou contravenção que, de fato, não ocorreu. 3. Vicente terminou o namoro de 12 anos com Laurenete. Esta, mesmo sabendo que Vicente é inocente, para se vingar, acusou-o de ter forçado relação sexual. Diante disso, é instaurado inquérito policial a fim de averiguar tal conduta. Descobertas as intenções de Laurenete e a inocência de Vicente, aquela responderá por: A. comunicação falsa de crime. B. fraude processual. C. denunciação caluniosa. Laurenete responderá por crime de denunciação caluniosa, pois sabia da inocência de Vicente e, mesmo assim, o acusou de conduta criminosa para prejudicá-lo. O fato não pode ser enquadrado como delito de comunicação falsa de crime, porque nesse delito o sujeito é fictício ou indeterminado. Não há conduta de favorecimento real ou pessoal, pois o texto não apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de criminoso ou auxílio para esconder objeto de crime. Tampouco se trata de fraude processual, pois Laurenete não inovou de forma fraudulenta no curso de processo civil ou administrativo. D. favorecimento real. E. favorecimento pessoal. 4. Pérola, ao adquirir um celular, também fez seguro contra furto e roubo. Em um final de semana, Pérola perdeu o celular na balada, mas como sabe que tem seguro contra roubo, resolve fazer um boletim de ocorrência, alegando que foi furtada na porta da casa de shows. Com isso, um inquérito policial é instaurado. Considerando o texto acima, Pérola cometeu crime de: A. denunciação caluniosa. B. falso testemunho. C. favorecimento pessoal. D. comunicação falsa de crime. A conduta de Pérola em noticiar crime de furto que ela sabe não ter ocorrido e, ao mesmo tempo, não identificar nenhum agente criminoso se amolda no crime de comunicação falsa de crime. Em face da falta de determinação do sujeito ativo, não pode ser enquadrado como denunciação caluniosa. Bem como não há conduta de favorecimento real ou pessoal, pois o texto não apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de criminoso ou auxílio para esconder objeto de crime. Por fim, no texto não há menção de caracterização de Pérola como testemunha e, sim, como falsa vítima; portanto, não pode ser enquadrado como crime de falso testemunho. E. favorecimento real. 5. Marília, obcecada em vencer causa na Justiça, que poderá lhe render alguns milhares de reais, promete a Valéria 15% de eventuais ganhos no processo, se esta for sua testemunha e mentir a respeito de um fato processualmente relevante. Considerando os elementos do texto, Marília responderá pelo delito de: A. corrupção ativa de testemunha. No momento em que Marília prometeu vantagem a Valéria para prestar depoimento falso em processo judicial, praticou a conduta denominada corrupção ativa de testemunha, prevista no art. 343 do Código Penal: dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. Não há que se falar em conduta de favorecimento real ou pessoal, pois o texto não apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de criminoso ou auxílio para esconder objeto de crime. Bem como não há menção de caracterização de Marília como testemunha. Nesse sentido, aquela não poderá responder por crime de falso testemunho. Também não há elementos no texto que indiquem que Marília tenha acusado inocente de crime, portanto não responderá por crime de denunciação caluniosa. B. falso testemunho. C. favorecimento pessoal. D. denunciação caluniosa. E. favorecimento real.
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