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Exercícios de direito penal 4 - respostas estão em amarelo

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Aula 1 - Desafio 
Os agentes públicos devem adotar procedimento ético e responsável 
durante o exercício de suas atividades, sem permitir que interesses 
pessoais sejam priorizados na execução do cargo ou função. 
Neste sentido, analise o caso a seguir: 
 
Considerando que você é a autoridade policial que 
atende Luíza, responda: 
 
a) Você entende que Magda cometeu ilícito penal? Qual? 
a) Magda cometeu ilícito penal denominado prevaricação. 
Esse tipo penal tem previsão no artigo 319 do Código 
Penal,que determina que aquele que retardar ou deixar de 
praticar indevidamente ato de ofício ou praticá-lo contra 
disposição expressa em lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal, será aplicada pena de detenção de 3 
meses a 1 ano e multa 
 
b) Analise os elementos apontados no texto que melhor 
caracterizam a conduta típica de Magda. 
b) No texto apresentado, os elementos que caracterizam a conduta 
típica de Magda são dois: o sentimento pessoal de Magda em 
prejudicar outrem, pelo simples fato de ser namorada de um ex-
namorado seu. Há ainda o fato de indeferir a autorização mesmo 
que a vítima tenha direito, uma vez que cumpriu todos os 
requisitos da lei para receber concessão do alvará sanitário. 
Exercícios 
1. Joaquim é funcionário público, ocupante do cargo de 
professor no município de Contagem-MG. Nos últimos tempos, 
tem faltado na escola, mas sua diretora se 
tem mostrado indulgente e deixado de aplicar qualquer sanção 
àquele pelas faltas ao serviço. 
Marque a alternativa que corresponde ao tipo penal praticado 
pela diretora. 
A. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação, 
descrito no artigo 319 do Código Penal. 
 
Você acertou! 
B. A conduta da diretora corresponde ao crime de 
condescendência criminosa, descrito no artigo 320 do Código 
Penal. 
A diretora, quando ignora o fato de Joaquim ser faltoso nos serviço e 
deixa de aplicar, por indulgência, a sanção administrativa 
correspondente, comete crime de condescendência criminosa, 
descrito no artigo 320 do Código Penal. 
Conforme artigo 319 do Código Penal, a prevaricação é o ato de 
retardar ou deixar de praticar, de forma indevida, ato de ofício 
ou praticá-lo contra disposição de lei, para satisfazer sentimento 
pessoal. Tais características não são encontradas na questão. 
Além disso, também não se enquadra como corrupção ativa, delito 
previsto no artigo 333 do Código Penal, pois a conduta não 
corresponde ao ato de agente público de solicitar, receber, para 
si ou para outrem, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal 
vantagem no exercício de funções. 
C. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação 
imprópria, descrito no artigo 319-A do Código Penal. 
D. A conduta da diretora corresponde ao crime de corrupção 
passiva, descrito no artigo 333 do Código Penal. 
E. A conduta da diretora corresponde ao crime de prevaricação 
própria, descrito no artigo 327 do Código Penal. 
 
2. Sobre os crimes praticados por funcionário público, leia o 
caso a seguir. 
Keiko é assistente social e trabalha do posto de saúde 
municipal. Durante um atendimento, Isabel, um antiga 
conhecida, insiste para que Keiko dê um jeito de acelerar a 
consulta com médico especialista e a passe na frente de outros 
pacientes. Keiko, sem motivo legítimo, se apieda de Isabel e faz 
com ela seja rapidamente atendida. O ato de Keiko ceder ao 
pedido de Isabel pode ser qualificado como 
_________________. Marque a assertiva que completa 
corretamente a frase acima. 
A. corrupção passiva qualificada. 
B. corrupção ativa privilegiada. 
C. corrupção passiva privilegiada. 
 
Keiko, ao passar Isabel na frente de pacientes que já aguardavam a 
consulta especializada, sem motivo, comete o delito de corrupção 
passiva privilegiada, previsto no artigo 317, § 2º, conceituado 
como ato de praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício 
cedendo a pedido de outrem, cuja pena é de detenção, de 3 
meses a 1 ano e multa. 
A corrupção ativa não se enquadra na conduta de Keiko, pois este 
delito ocorre quando a corrupção é praticada por particular. 
Possui relevância penal na medida em que se enquadra no tipo penal 
descrito no artigo 317, §2º. 
Nao há, no Código Penal brasileiro, conduta típica de "corrupção 
passiva qualificada", e sim na forma majorada, nos termos do artigo 
317, § 1º. 
D. corrupção ativa imprópria. 
E. fato irrelevante no Direito Penal. 
 
3. Camilo é serventuário da Justiça e, em período de férias, 
encontra com Fernando, advogado atuante na comarca em que 
Camilo exerce sua função. Camilo, que está com filho doente, 
aceita receber a quantia de R$20.000,00 paga por Fernando, para 
que consiga retardar o andamento de ação Judicial. 
Quando Camilo recebe a quantia, qual crime é 
cometido? Marque a alternativa correta. 
A. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo 
responderá por crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do 
Código Pena, cuja pena é de detenção de três meses a um ano e 
multa. 
B. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo 
responderá por crime de corrupção ativa privilegiada, previsto no 
artigo 319 do Código Penal, cuja pena é de reclusão de 2 a 12 anos 
e multa. 
C. Por estar de férias, portanto afastado de suas funções, Camilo 
responderá por crime de advocacia administrativa privilegiada, 
previsto no artigo 321 do Código Penal. 
D. Responderá por crime de corrupção ativa privilegiada, previsto 
no artigo 319 do Código Penal, pois o fato do filho de Camilo estar 
doente se enquadra como motivo de relevante valor social. 
E. Responderá por crime de corrução passiva, descrito no 
artigo 317 do Código Penal, cuja pena será aumentada em um 
terço, em decorrência da vantagem recebida para retardar o 
processo. 
O ato de Camilo em receber quantia para retardar processo 
é enquadrado como corrupção passiva, previsto no artigo 317 do 
Código Penal. Ainda no § 1º, a pena de Camilo deverá ser 
aumentada em um terço, pois não só recebe a vantagem, como 
também retarda o processo judicial. 
O fato de Camilo estar de férias, portanto afastado de suas funções, 
não impede a tipificação da conduta. 
Além disso, não existe previsão legal de privilégios para quem pratica 
conduta de corrupção por motivo de relevante valor social. 
4. Com a popularização de aparelhos 
celulares, smartphones, bips, dentre outros, nasceu 
um grave problema dentro dos presídios brasileiros: a 
facilitação de comunicação indevida de presos com 
particulares que vivem fora do estabelecimento prisional. Este 
fato propicia, muitas vezes, a continuação da atividade 
criminosa. 
Baseado no texto acima e seus conhecimentos sobre crimes 
contra a administração pública, analise a frase abaixo e marque 
a resposta correta: 
A conduta do agente penitenciário de não vedar ao preso acesso 
a celulares, permitindo assim a comunicação com ambiente 
externo, é crime de ____________. 
A. prevaricação culposa. 
B. corrupção passiva. 
C.corrupção ativa. 
D. prevaricação imprópria. 
A frase descrita corresponde exatamente ao crime de prevaricação 
imprópria, apontado no artigo 319-A do Código Penal, que assim 
expõe: deixar o diretor de penitenciária e/ou agente público, 
de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho 
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com 
outros presos ou com o ambiente externo. Pena: detenção de 3 
meses a um ano. 
O delito de prevaricação é praticado exclusivamente mediante dolo, 
portanto inadmite culpa. 
A corrupção ativa e passiva se caracteriza pela solicitação/oferta 
ou recebimento de vantagem indevida pelo agente público ou 
particular, para realização de determinadas práticas pertinentes a 
função exercida pelo agente público. 
A condescedência crimininosa é delito praticado por funcionário 
público que ocupa cargo de chefia e deixa de aplicar sanção aos 
agentes públicos, que ocupam hierarquia inferior, quando estes 
cometem infrações no exercício da função. 
E. condescendênciacriminosa. 
 
5. De acordo com o Código Penal, o crime de advocacia 
administrativa é a conduta de atrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração pública, valendo-se 
da qualidade de funcionário. 
Sobre as características desse delito, marque a alternativa 
correta. 
A. Trata-se de crime próprio e tem como sujeito ativo o funcionário 
público, advogado, regularmente inscrito na OAB. 
B. Possui como elemento subjetivo a culpa ou dolo especifico na 
forma qualificada, prevista no artigo 321, parágrafo único. 
C. Trata-se de crime próprio e tem como sujeito ativo 
o funcionário público, nos moldes descrito no artigo 327 do 
Código Penal. 
O crime de advocacia administrativa é classificado como próprio 
e tem como sujeito ativo o funcionário público, independente de 
ser ou não advogado regularmente inscrito na OAB. 
A consumação ocorre com o patrocínio do interesse privado, mas 
independe se o agente, de fato, obteve a vantagem almejada. 
Quanto ao elemento subjetivo, a advocacia administrativa é 
praticada, exclusivamente, mediante dolo, seja na forma prevista 
no caput ou parágrafo único. Não admite culpa. 
Por fim, a advocacia administrativa é classificada como crime 
de menor potencial ofensivo e permite aplicação da Lei 9099/95. 
D.A consumação ocorre com o patrocínio do interesse privado e 
depende de obtenção da vantagem desejada pelo agente público. 
E. É classificado como crime de elevado potencial ofensivo, 
permitindo a aplicação da transação penal nos moldes da Lei 
9099/95 
 
Aula 2 - Desafio 
O crime de fraude em certame de interesse público objetiva, 
primariamente, comprometer a probidade e o direito a igualdade 
das condições de concorrência entre os participantes de tais 
certames. 
Imagine que você é um promotor de justiça e é responsável pelo pelo 
seguinte caso: 
 
Quais seriam os fatos e fundamentos jurídicos da ação penal contra 
Marta? Como a conduta de Marta seria tipificada segundo o Código 
Penal? 
Padrão de resposta esperado 
A ação penal será pública incondicionada. Considerando os fatos, 
fundamentos jurídicos e tipificação da conduta, Marta será 
processada por crime de fraude em certames de interesse público 
qualificado, previsto no artigo 311-A, § 2ª, isso porque a conduta de 
Marta causou enorme prejuízo à Administração Pública. Sendo o 
crime qualificado, a pena cominada para a conduta será de reclusão, 
de 2 a 6 anos, e multa. Além disso, diante do fato de Marta ser 
funcionária pública, também será aplicada a causa de aumento de 
pena, prevista no §3º do artigo 311-A do Código Penal. 
Consequentemente, terá sua pena majorada de um terço. 
 
Exercícios 
Respostas enviadas em: 30/08/2022 11:14 
1.A legislação penal permite que o julgador, conforme as 
circunstâncias pessoais ou materiais, aplique as causas de 
aumento de pena, sempre obedecendo aos limites da lei. 
Nos crimes de fraude em certames públicos, aumenta-se a pena 
de um terço, se o crime for cometido por : 
A. Funcionários de pessoa jurídica de direito privado realizadora 
de certames. 
B. Funcionário público, seus cônjuges ou parentes de até terceiro 
grau. 
C. Funcionários públicos que se valham das vantagens do 
cargo público ocupado. 
De acordo com o artigo 311-A, § 3º do Código Penal, caso o crime 
seja cometido por funcionário público, a pena será aumentada de um 
terço. Entretanto, deve-se frisar que a incidência desta causa de 
aumento de pena só terá aplicação se, em razão do cargo ocupado 
pelo agente, forem oferecidas a ele vantagens que resultem na 
fraude ao certame. Se o crime for praticado por funcionários de 
pessoas jurídicas de direito privado, cônjuges e parentes de qualquer 
grau não se aplica tal majorante. A conduta que causa dano à 
Administração é hipótese de qualificadora e não causa de aumento 
de pena. O fato de a conduta atingir concurso para acesso a cargos 
e empregos públicos não autoriza, por si só, incidência de causa de 
aumento de pena. 
D. Caso o agente cause dano à Administração Pública. 
E. Caso a conduta atinja concursos para cargos e empregos 
públicos. 
 
2. Sabe-se que, durante muito tempo, várias fraudes em 
certames acabaram por ficar impunes por ausência de norma 
incriminadora para essas condutas. Assim, quando o artigo 311-
A foi incluído no Código Penal, houve visível preocupação do 
legislador em abranger vários objetos materiais do crimes. 
Sobre esses objetos materiais do delito tipificado no artigo 311-
A do Código Penal, marque a alternativa correta: 
A. Considera-se concurso público, para fins penais, os processos 
seletivos simplificados. 
B. Considera-se avaliação ou exame público, para fins penais, o 
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). 
C. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, 
para fins penais, o exame da Ordem do Advogados. 
O exame da OAB, para fins doutrinários e jurisprudenciais, é 
classificado como exame previsto em lei e considerado um dos 
objetos materiais sobre o qual recai a conduta do artigo 311-A. 
Os processos seletivos simplificados não são considerados 
concursos públicos, pois são destinados apenas para acesso a 
cargos e empregos públicos, nos termos previstos na Constituição 
Federal. O ENEM enquadra-se na categoria de processo seletivo 
para ingresso no Ensino Superior, assim como os vestibulares para 
ingresso em faculdades e universidades públicas ou privadas. 
D. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, para 
fins penais, vestibulares promovidos por faculdades privadas. 
E. Considera-se exame ou processo seletivo previsto em lei, para 
fins penais, os vestibulares promovidos por faculdades públicas. 
 
3.A Lei dos juizados especiais cíveis e criminais tem o objetivo 
de facilitar a resolução de conflitos entre as partes, propiciando 
a composição de danos e o afastamento da aplicação de penas 
privativas de liberdade. 
Sobre a compatibilidade da Lei nº 9.099, de 1995, com o crime de 
fraude em certames 
A. O tipo previsto no artigo 311-A § 2º é incompatível com os 
benefícios da Lei nº 9.099/95. 
Os tipos previstos no caput e § 1º do artigo 311-A, cuja pena 
cominada é de reclusão de 1 a 4 anos e multa, são classificados 
como crime de médio potencial ofensivo. Sendo 
assim, é compatível, cumprindo os requisitos da Lei nº 9.099/95, o 
benefício da suspensão condicional do 
processo. Entretanto, quando o crime for praticado por 
funcionário público (artigo 311-A, § 3º), tem-se a majoração da 
pena em um terço ou, quando cometido na forma 
qualificada (artigo 311-A, § 2º), será aplicada a pena de detenção 
de 2 a 6 anos e multa. Desta forma, tanto o § 2º quanto o § 3º do 
artigo 311-A do Código Penal são imcompatíveis com os 
benefícios da Lei nº 9.099/95, não podendo, nestes casos, serem 
aplicadas a suspensão condicional do processo e a transação penal, 
dentre outros. 
B. É compatível a suspensão condicional do processo ao tipo 
previsto no artigo 311, § 2º. 
C. É Incompatível a suspensão condicional do processo ao tipo 
previsto no artigo 311-A, caput. 
D. É compatível a suspensão condicional do processo quando 
couber aplicação do artigo 311-A, § 3º. 
E. É incompatível a suspensão condicional do processo ao tipo 
previsto no artigo 311-A, § 1º. 
 
4. Jorge, candidato a uma vaga de juiz em concurso promovido 
pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, é também servidor deste 
Tribunal, exercendo o cargo de analista jurídico da 2ª instância. 
Jorge fez a prova objetiva em 19/05/2019 e aguarda o resultado, 
previsto para ser publicado em 01/07/2019. No dia 
29/06/2019, Felipe, também funcionário público do Tribunal que 
trabalha no gabinete da presidência, envia-lhe uma 
mensagem dando os parabéns, pois seu nome figura na lista 
dos aprovados. Jorge divulga o fato no Facebook, que, 
imediatamente, é descoberto por outros candidatos, causando 
grande alvoroço no ambiente concurseiro. 
Com base nesses dados e nos seus conhecimentos sobre 
legislação penal, marque a assertiva correta: 
A. A divulgaçãoantecipada do resultado para Jorge é fato típico, 
previsto no Artigo 311-A, caput, do Código Penal, podendo incidir 
causa de aumento de pena, uma vez que as partes envolvidas no ato 
são funcionário públicos. 
B. A divulgação antecipada do resultado para Jorge é fato típico, 
previsto no artigo 311-A, § 2ºdo Código Penal, uma vez que as partes 
envolvidas no ato são funcionários públicos. 
C. A divulgação antecipada do resultado para Jorge é fato atípico, 
pois não há violação de conteúdo em si da prova ou algum benefício 
na aprovação de Jorge. Tal conduta é incapaz de afetar a 
credibilidade do certame. 
A conduta de divulgar resultado do certame para 
algumas pessoas antes da publicação formal do ato é fato 
atípico. Mesmo considerado indevido, o ato de Felipe não violou o 
sigilo de contéudo da prova ou permitiu que Jorge tivesse algum tipo 
de benefício para a sua aprovação. A conduta é imoral, mas não é 
capaz de ensejar aplicação da norma penal. 
D. A divulgação antecipada do resultado é fato atípico em relação 
a Jorge. Quanto a Felipe, este responderá por crime previsto no 
artigo 311-A, caput, do Código Penal, incidindo majorante de um 
terço, por ser funcionário público. 
E. A divulgação antecipada do resultado é fato típico, previsto no 
Artigo 311-A, § 2º do Código Penal. A Jorge e Felipe, serão 
aplicadas a pena privativa de liberdade e a perda do cargo. 
 
5. Segundo Cléber Masson, cola eletrônica "é todo 
procedimento ilícito no qual os candidatos burlam vestibulares, 
concursos públicos e demais modalidades de processos 
seletivos, mediante a comunicação de meios tecnológicos com 
especialistas nas matérias exigidas nos exames, durante a 
realização da prova". (Masson, p.1.073, 2018). 
Acerca do embate jurídico sobre a cola eletrônica e a aplicação 
do artigo 311-A do Código Penal, marque a assertiva correta: 
A. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola 
eletrônica é fato tipificado como estelionato, mesmo após a edição 
do artigo 311- A do Código Penal. 
B. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola 
eletrônica é fato tipificado como falsidade ideológica, mesmo após a 
edição do artigo 311- A do Código Penal. 
C. Segundo entendimento do STF, embora inserida emum 
contexto de alta reprobabilidade social, a cola eletrônica é fato 
atípico, mesmo após a edição do artigo 311- A do Código Penal. 
Segundo entendimento do STF, a prática da cola eletrônica é ato 
atípico, nos termos do julgamento do inquérito nº 1.145 PB em 2006. 
Em 2012, após a entrada do artigo 311-A do Código Penal, o STF 
teve a oportunidade de julgar pedido de destrancamento de ação 
penal que versava sobre o artigo 311-A do CP, fundamentada 
na cola eletrônica. Tal ação havia sido trancada pelo STJ por 
considerar a cola eletrônica fato atípico, mesmo com a edição do 
artigo 331-A. O STF manteve a decisão do STJ; portanto, 
concordando com o referido artigo não abranger cola eletrônica. 
D. Segundo entendimento do STF, a conduta denominada cola 
eletrônica é fato tipificado no artigo 311-A do Código Penal em 
concurso com falsidade ideológica. 
E. Segundo entendimento recente do STJ, a conduta denominada 
cola eletrônica é fato tipico, previsto no artigo 311-A do Código Penal, 
a ser aplicado nos casos posteriores a 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 3 – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA 
Desafio 
O elemento falsidade é um dos atributos presentes em diversos tipos 
penais previstos no título X - Dos crimes contra fé pública, do Código 
Penal Brasileiro, no qual o operador do direito deve estar atento para 
que não haja condutas tipificadas de forma errônea. 
Com base em seus conhecimentos sobre os crimes contra a fé 
pública, analise a situação a seguir e ao final responda. 
 
Você, na qualidade de promotor de justiça, ao receber as peças 
do inquérito para propositura de ação penal, concordaria com 
as tipificações feitas pela autoridade policial? Justifique sua 
resposta e aponte qual o juízo competente para julgar a referida 
ação. 
Padrão de resposta esperado 
 O promotor de justiça não deve concordar com as tipificações 
feitas pela autoridade policial. Conforme dados colhidos no 
texto, Joana praticou duas condutas. São elas: 
1- Falsifica/fabrica carteira nacional de habilitação (CNH). 
2- Faz uso da carteira para obter vaga em emprego. 
Contudo, segundo entendimento jurisprudencial e 
doutrinário, quando o mesmo agente pratica as condutas de 
falsificação e uso desse documento a respeito de um mesmo 
objeto material, responderá por um único crime, o crime de 
falsificação. O entendimento é que o crime de uso de documento 
falso seria apenas um desdobramento do crime de falsificação 
de documento público. Sendo assim, Joana responderá 
exclusivamente pelo crime tipificado no artigo 297 do Código 
Penal: falsificação de documento público. 
A competência para julgamento de ações que versem sobre 
falsificação da carteira nacional de trânsito é da justiça estadual, 
pois a competência para emissão de tal documento é de 
autoridade estadual de trânsito. 
 
 
 
Exercícios 
Respostas enviadas em: 14/09/2022 11:24 
1. Depois de uma série de desavenças com seu chefe, Josias 
tem se sentido desestimulado a continuar a trabalhar na 
empresa. Ao mesmo tempo, não quer pedir demissão, pois 
perderá parte dos valores referente as verbas rescisórias. Josias 
tomou conhecimento que um clínico geral, chamado Dr. Carlos, 
concede atestados médicos, mesmo que a pessoa não esteja 
doente. 
Josias consegue a consulta com o médico e o respectivo 
atestado para apresentar na empresa, pois sabe que, se 
começar a faltar, justificadamente, terminará por ser demitido 
sem justa causa e ter acesso a todas as verbas trabalhistas. 
Com base nos dados apresentados acima e seus conhecimento 
acerca dos crimes contra fé pública, marque a opção correta. 
A. Dr. Carlos e Josias responderão por crime de falso atestado 
médico, uma vez que este crime, sendo classificado como comum, 
admite participação e encontra previsão no artigo 302 do Código 
Penal. 
B. Dr. Carlos responderá por crime de falso atestado médico e 
Josias por crime de falsificação de documento particular, pois é crime 
classificado como próprio. 
C. Dr. Carlos responderá por crime de falso atestado médico e a 
conduta de Josias será considerado fato atípico do Direito Penal, 
respondendo na esfera Cível. 
D. Dr. Carlos responderá por crime de falsidade de atestado 
médico, previsto no art. 302, e Josias responderá por crime de 
uso de documento falso, previsto no art. 304, ambos do Código 
Penal. 
Dr. Carlos, por ser o médico que fornece o atestado falso, responderá 
pelo crime de falsidade de atestado médico (previsto no artigo 302 
do Código Penal). Esse crime é classificado como próprio, tendo 
como único sujeito ativo o médico. Josias, que é paciente, não poderá 
ser julgado por crime de falso atestado médico. Assim, Josias 
responderá pelo crime de uso de documento falso, previsto no artigo 
304 do Código Penal. 
E. Dr. Carlos responderá por crime de falsificação de atestado 
médico e falsificação de documento particular e Josias responderá 
por crime de uso de documento particular. 
 
2. Leia o caso a seguir : 
Leonardo Machado, após cometer o crime de roubo, é preso em 
flagrante. Quando a autoridade policial pede para se identificar, 
Leonardo, que tem antecedentes criminais positivos e querendo 
ocultar tal fato, afirma ter esquecido seus documentos em casa 
e que seu nome é Carlos Augusto Machado. Na verdade, esse é 
o nome de seu irmão, que não tem antecedentes criminais. 
Considere o trecho acima e seus conhecimento sobre o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre tal assunto e 
marque a alternativa correta. 
A. Conforme jurisprudência do STF, o ato de atribuir para si 
identidade falsa para ocultar antecedentes criminais é exercício de 
autodefesa, portanto, não é crime. 
B. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si 
identidade falsa é exercíciode autodefesa, portanto, deve ser 
aplicado pena reduzida. 
C. Conforme jurisprudência do STF, atribuir para si 
identidade falsa é crime de falsa identidade, previsto no artigo 
307 do Código Penal. 
 
A conduta de Leonardo em atribuira si identidade falsa é crime 
previsto no artigo 307 do Código Penal (crime de falsa identidade). 
Leonardo, ao se identificar como Carlos Augusto Machado, não só 
apresentou nome e prenome inverídicos, como teve o objetivo de 
obter vantagem: ele tentou impedir que as autoridades policias 
descobrissem seus verdadeiros antecedentes criminais. 
O Supremo Tribunal Federal, no informativo de nº 537, fixou 
entendimento de que a atribuição de falsa identidade a si para 
esconder antecedentes criminais, perante autoridade policial, é 
conduta típica (art. 307, CP) e não pode ser afastado tal tipicidade 
sob o argumento de exercício de autodefesa. 
D. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si 
identidade falsa está tipificado como crime de falsidade ideológica. 
E. Conforme jurisprudência dominante, o ato de atribuir para si 
identidade falsa é fato típico, mas ausente a punibilidade. 
A conduta de Leonardo em atribuira si identidade falsa é crime 
previsto no artigo 307 do 
 
3. Leia o trecho a seguir: 
Em janeiro de 2020, a polícia apreendeu, na casa de Maurício, 
um apanhando de moedas falsas no valor de R$ 0,25, R$ 0,50, 
R$ 1,00. 
Considere o caso acima e também seus conhecimentos acerca 
da doutrina e jurisprudência sobre os crimes de moeda falsa e 
marque a alternativa correta. 
 
A. A vista do pequeno valor das moedas, poderá ser aplicado ao 
caso de Maurício o princípio da insignificância. 
B. A falsificação grosseira de moedas e cédulas, segundo 
entendimento dos tribunais superiores, desconfigura o crime de 
moeda falsa. 
C. Se alguém recebe de boa-fé moedas falsas e, sabendo 
desta falsidade, as restitui à circulação, responderá por crime de 
moeda falsa privilegiado. 
 
Segundo previsão do artigo 289 § 2º do Código Penal, quem tendo 
recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a 
restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com 
detenção, de seis meses a dois anos e multa, denominado pela 
doutrina como crime de moeda falsa na forma privilegiada. 
Segundo entendimento dos tribunais, a falsificação grosseira de 
moeda, incapaz de ludibrir outrem não se amolda ao tipo penal 
moeda falsa (STF, HC de n.º 83.526/CE). 
Em relação ao princípio da insignificância, este não pode ser aplicado 
aos crimes contra a fé pública e, no caso especifico dos crimes de 
moeda falsa, os baixos valores de tais moedas são irrelevantes para 
tipificação da conduta. 
D. A falsificação grosseiras de moedas e cédulas, segundo 
entendimento dos tribunais superiores, é fato tipíco, mas isento de 
pena. 
E. Se alguém recebe de boa-fé moedas falsas 
e recoloca em circulação, sabendo da falsidade, responderá por 
crime de moeda falsa qualificado. 
 
4. As regras de competência para processamento e julgamento 
de ações impõe a limitação do poder jurisdicional e permite 
maior organização do Judiciário. Nos crimes contra a fé pública, 
há critérios de competência que foram devidamente 
interpretados pelos tribunais. 
Reflita sobre seus conhecimentos acerca do assunto abordado 
acima e marque a opção correta. 
A. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de 
falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento 
particular de ensino. 
B. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de 
petrechos para falsifificação de moeda. 
C. Compete à Justiça Federal julgar e processar crimes de 
falsificação de atestado médico, usado para saque indevido de 
FGTS. 
D. Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de 
falsificação de carteira nacional de habilitação. 
E. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de 
falsa anotação de carteira de trabalho, atribuído a empresa 
privada. 
 
A súmula 62 do STJ impõe que compete à Justiça Estadual processar 
e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e 
previdência social, atribuído à empresa privada. 
Compete à Justiça Estadual processar crimes de falsificação de 
atestado médico, usado para saque indevido de FGTS, pois não viola 
bens ou interesses da União, mas tão somente autoriza o saque de 
patrimônio do próprio particular. 
A súmula 104 do STJ compete à Justiça Estadual o processo e 
julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso 
relativo a estabelecimento particular de ensino. 
Os crimes de petrechos de falsificação de moeda são processados e 
julgados pela Justiça Federal. 
Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsificação 
de carteira nacional de habilitação, pois é a autoridade estadual 
responsável pela emissão da CNH. 
 
5. No que se refere ao sujeito ativo, como é classificado o crime 
de certidão ou atestado ideologicamente falso, previsto no 
artigo 301 do Código Penal? Marque a alternativa correta. 
Você acertou! 
A. Próprio. 
 
O crime de certidão ou atestado ideologicamente falso é classificado 
como próprio. Ele só pode ser cometido por funcionário público que 
tenha autoridade para emitir certidão ou atestado. 
B. Comum. 
C. Formal. 
D. Plurissubsistente. 
E. Omissivo. 
 
Aula 4 - Dos crimes sexuais contra vulnerável 
Desafio 
No Direito Penal, é possível que uma mesma conduta incida sobre 
dois tipos penais, caso em que o critério de especialidade deverá 
recair sobre a conduta, para que não haja dupla penalização sobre a 
conduta. 
Com base nas informações acima, analise o caso a seguir: 
 
 
Ao buscá-lo, na qualidade de Advogado da empresa Recorder X, 
Gustavo questiona: 
 
a) Cometeu crime Gustavo ao realizar as gravações e distribuir o 
vídeo por meio da Internet, mesmo sem saber da menor idade 
de Luan? Caso afirmativo, sua atitude foi ilícita? Embase em 
um artigo. 
 
 Gustavo cometeu crime ao transmitir, distribuir, publicar ou divulgar, 
por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática, 
vídeo que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica 
envolvendo criança ou adolescente. No entanto, não se reveste de 
ilicitude a conduta de Gustavo, pois encontrava-se em erro e, 
portanto, não poderia ter cometido de forma dolosa o crime, pela 
própria declaração falsa de Luan no instrumento contratual. 
Art. 20 CP –O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime 
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto 
em lei. 
 
 
b) Qual a lei aplicável à conduta praticada? 
 
Trata-se, na prática, de crime praticado contra adolescente, de modo 
que a lei aplicável é a Lei 8.069 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente). 
 
c) Especifique qual ou quais os tipos penais aplicáveis à conduta 
praticada? 
O tipo aplicável é o descrito no art. 241-A, ECA. art. 241-A, 
ECA. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar 
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de 
informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que 
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo 
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela 
Lei n.º 11.829, de 2008) § 1.º Nas mesmas penas incorre 
quem: (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) I – assegura os 
meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas 
ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.º 
11.829, de 2008) II – assegura, por qualquer meio, o acesso por 
rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que 
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.º 11.829, de 2008) § 
2.º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1.º deste artigo 
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do 
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao 
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei 
n.º 11.829, de 2008).Exercícios 
1. O crime de estupro de vulneráveis (217-A) é especial em 
relação ao crime de estupro (213 CP), a fim de dar especial 
reprobabilidade à conduta nele descrita. O crime de estupro de 
vulneráveis, em seu tipo principal, descreve a conduta 
especialmente praticada contra: 
A. menores de 18 anos. 
B. maiores de 60 anos. 
C. menores de 14 anos. 
 
O tipo principal do art. 217-A prevê o ato de ter conjunção carnal ou 
praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. 
Ampliando para outros casos de vulnerabilidade o tipo em seu § 1.º, 
que descreve que incorre na mesma pena quem pratica as ações 
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou 
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
D. maiores de 80 anos. 
E. menores de 12 anos. 
 
 
2. O crime de corrupção de menores, previsto no art. 244-B do 
Estatuto da Criança e do Adolescente possui, em seu núcleo, a 
atividade de "corromper". De acordo com a doutrina estudada, 
o ato de corromper se refere a: 
A. sexualidade. 
B. integridade física. 
C. indução a prática de crime. 
 
A corrupção de criança ou adolescente, de que trata o ECA, decorre 
da formação da personalidade do menor de 18 anos, no específico 
aspecto de sua inserção na criminalidade. 
D. integridade moral. 
E. indução a prática de ritos pagãos. 
 
 
 
3. O crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma 
de exploração sexual de criança, adolescente ou 
vulnerável, pune todos os envolvidos com o delito, incluindo o 
dono do local onde é praticado o ato. Em relação ao 
estabelecimento, qual sanção especial é aplicável? 
A. Detenção 
B. Cassação de licenças 
 
Ao incorrer no crime de favorecimento de prostituição ou outra forma 
de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável, o 
estabelecimento onde o crime foi cometido terá cassada as licenças 
de localização e funcionamento do estabelecimento (§3.º). Sendo as 
demais sanções aplicáveis às pessoas concorrentes para o crime. A 
advertência e a desapropriação são ferramentas do 
direito administrativo. 
C. Suspensão de licenças 
D. Advertência 
E. Desapropriação do estabelecimento 
 
4. O crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de 
estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia de 
adultos e de vulneráveis está previsto no art. 218-C do Código 
Penal. Já o mesmo crime, cometido contra crianças e 
adolescentes, encontra-se previsto no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, devido ao critério da: 
A.especialidade. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos arts. 241 e 241-
A, é aplicado no caso de crime contra crianças e adolescentes, 
devido ao critério da especialidade em relação à lei geral do Código 
Penal. Não se aplicando o critério temporal, eis que o Código Penal 
fora reformado de forma mais recente, porém de forma mais 
abrangente que o diploma mencionado (art. 2.º da LIDB). 
Art. 2.º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
§ 1.º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule 
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2.º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par 
das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
B. lei mais antiga. 
C. lei mais nova. 
D.lei genérica. 
E. lei internacional. 
 
5. O crime de divulgação de cena de estupro ou de cena de 
estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia de 
adultos e de vulneráveis, possui situações especiais de 
reprobabilidade, sendo uma destas o cometimento do ato por 
pessoa com quem a vítima possui relação de afeto, caso este 
que configura: 
A. minorante. 
B. majorante. 
A majorante é uma causa de aumento de pena, aplicando-se uma 
fração à sanção estabelecida no tipo penal. Consequentemente, 
deve ser levada em consideração na 3ª fase da dosimetria da pena. 
A qualificadora altera as penas mínima e máxima do tipo, além de 
trazer novas elementares para o tipo, caracterizado por ser um tipo 
derivado autônomo ou independente. 
Já as agravantes são aquelas circunstâncias que devem ser levadas 
em consideração na segunda fase da dosimetria da pena, após a 
fixação da pena base e da consideração das atenuantes. 
 
C. qualificadora. 
D. agravante. 
E. amiliorante. 
 
 
Aula 5 – 
Desafio – aula 5 
O crime de ultraje público ao pudor conta com um núcleo mutante, 
que o que é considerado chulo, imoral ou chocante para a sociedade, 
deve ser estudado como um fenômeno ligado ao seu tempo e aos 
valores sociais vigentes. 
Nesse sentido, analise o caso a seguir: 
 
 
Ao procurar você na qualidade de advogado, Carmelita faz os 
seguintes questionamentos, que você deverá responder de acordo 
com o entendimento corrente da jurisprudência superior e da 
legislação atual: 
 
O pleito de Carmelita tem lastro na legislação penal vigente? 
O pleito de Carmelita, em tese, tem lastro no tipo penal previsto no 
art. 233 CP. 
 
 
O pedido de Carmelita, se levado a juízo, prosperará? 
 Em que pese incidir o tipo de maneira abstrata, a jurisprudência 
entende que a "moral vigente não se dissocia do costume vigente. 
Assim, quando os costumes mudam, avançando contra os 
preconceitos, os conceitos morais também mudam. O conceito de 
obsceno de hoje não é mais o mesmo da inspiração do legislador 
penal de 1940". Dessa forma, em uma sociedade em que são 
aceitáveis videoclipes análogos ao da cantora, o conteúdo do tipo 
penal invocado se encontra esvaziado ante a tolerância moral vigente 
da sociedade em que Carmelita se encontra. 
 
Qual o principal fundamento jurídico utilizável para a defesa da 
cantora? 
 O principal fundamento jurídico utilizável para a defesa da cantora 
reza na naureza artística de seu conteúdo, tutelado pelo art. 220, 
parágrafo segundo da Constituição Federal, que não admite 
censura a ele. 
 
 
Exercícios 
1. O crime previsto no artigo 227 do Código Penal prevê a 
penalização da indução de alguém a satisfazer a lascívia de 
outra pessoa, devendo-se o crime em questão recair sobre 
receptor próprio, pois se não, estar-se-á diante do crime de: 
Você acertou! 
A. favorecimento à prostituição. 
Favorecimendo à prostituição, uma vez que a indução da satisfação 
da lascívia de pessoa incerta configura o tipo previsto no art. 228 do 
Código Penal. Os demais crimes são previsões da mesma espécie 
(crimes contra a liberdade sexual), mas com condutas distintas. 
B.exposição da intimidade. 
C. tráfico de pessoas. 
D. rufianismo. 
E. ultraje ao pudor. 
 
2.O crime de manutenção de estabelecimento para exploração 
sexual, previsto no art. 229 da Constituição Penal, requer para a 
sua configuração: 
A.Culpa. 
B. Dolo. 
O dolo ou a vontade como elemento subjetivo do tipo, não cabendo 
análise de culpabilidade. As demais hipóteses são possibilidades de 
agravamento da pena. 
C. Dever de garantia. 
D.Tutela. 
E. Relação de parentesco. 
 
3.O crime de rufianismo, previsto no art. 230, trata do ato de 
sustentar-se da prostituição alheia. 
Nesse caso a proteção legal é direcionada diretamente: 
A. ao herdeiro da vítima. 
B. à profissional explorada. 
Profissional explorada e os ganhos auferidos de sua prática, sendo 
as demais alternativas bens penais resguardados de forma indireta. 
C.à sociedade. 
D. à moral do ofensor. 
E. à família dependente da vítima. 
 
4.O crime de tráfico de pessoas, previsto no art. 149-A CP, foi 
ampliado para adequar-se ao conceito internacional. 
O crime, além de abranger a exploração sexual, abrange: 
Você acertou! 
A. a retirada de órgãos. 
Retirada de órgãos da vítima, sendo as demais hipóteses alheias ao 
direito penal. 
B. a exploração de trabalho. 
C. o matrimônio por interesse. 
D.a sujeição à cultura alienígena. 
E. a tributação internacional. 
 
5. O crime de ultraje público ao pudor é imputável a práticasofensivas à moral pública. 
Dessa forma, o conceito nuclear do tipo previsto no art. 233 CP 
é: 
A. estanque. 
B. definido pela sociedade. 
Definido pela sociedade, de acordo com os usos e costumes do 
tempo em que fora praticado o suposto delito e tratando-se de um 
conceito que extrapola as características da vítima e que não é 
estático, estanque ou pétreo; tampouco pode ser cedimentado pela 
doutrina de forma definitiva. 
 
C. pétreo. 
D. doutrinário. 
E. definido pela vítima. 
 
 
Aula 6 - Desafio e exercios: 
 
A responsabilidade e as ações do gestor público com a 
administração das despesas e receitas públicas devem ser pautadas 
pela legalidade, probidade, boa-fé, razoabilidade e 
proporcionalidade, a fim de manter o equilíbrio e a viabilidade da 
máquina pública. Desta forma, existe, no Código Penal, um capítulo 
sobre crimes contra as finanças públicas, os quais são destinados a 
coibir condutas que violem o patrimônio material e imaterial da 
administração pública. 
Imagine que você é promotor de justiça e, em setembro de 2019, 
é designado para atuar na Comarca de Contagem/MG, e chegue ao 
seu conhecimento a seguinte situação: 
 
 
Sendo você o promotor, qual atitude tomaria, na esfera penal, 
contra o prefeito? Ele incorreu em alguma conduta tipificada no 
Código Penal? Responda usando elementos do texto e da 
legislação penal. 
 
Padrão de resposta esperado 
A conduta a ser tomada como promotor de justiça é a promoção de 
ação penal pública incondicionada contra o prefeito Antônio 
Petra, com base no artigo 359-G do Código Penal, crime de 
aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato 
ou legislatura, que assim determina: 
“Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de 
despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao 
final do mandato ou da legislatura: pena — reclusão, de 1 (um) a 4 
(quatro) anos.” 
Com base na questão acima, Antônio deu posse aos aprovados em 
novembro de 2019, faltando aproximadamente 50 dias para 
encerrar seu mandato. Além disso, foi comunicado a Antônio que a 
posse faria com que o município ultrapassasse o limite destinado a 
gastos com pessoal. Ainda assim, ele prosseguiu com a nomeação. 
O argumento de ter compromisso moral com o candidato não está 
apto a permitir que o prefeito desequilibre as contas públicas e 
ponha em risco a estabilidade das finanças públicas, quando o 
município poderia aguardar a retomada das receitas para que 
pudesse fazer as nomeações de forma responsável. 
Exercícios 
1. Os crimes contra as finanças públicas têm como fundamento 
a Constituição, as Normas Gerais de Direito Financeiro e a Lei 
Complementar de n.º 101 de 2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal), que por sua vez são pautadas pela gestão pública ética, 
planejada e transparente. 
Sobre os crimes contra as finanças públicas, marque a 
alternativa que representa conduta atípica. 
Você acertou! 
A. Autorizar a inscrição em resto a pagar de despesas que 
tenham sido previamente empenhadas. 
Conduta atípica é aquela que, embora tenha correlação com o bem 
penalmente tutelado, não se amolda a nenhum tipo descrito na 
norma penal. 
Logo, o ato de autorizar a inscrição em resto a pagar de despesas 
que tenham sido previamente empenhadas não se enquadra em 
nenhuma das hipóteses previstas no capítulo destinado aos crimes 
contra as finanças públicas. 
Contudo, as seguintes condutas são típicas, no qual serão aplicadas 
as penas correspondentes, são elas: 
Autorizar inscrição em restos a pagar que exceda o limite 
estabelecido em lei, conduta descrita no artigo 359-B do Código 
Penal. 
Realizar operação de crédito externo, sem prévia autorização 
legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. 
Ordenar operação de crédito interno, sem prévia autorização 
legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. 
Autorizar operação de crédito interno, sem prévia autorização 
legislativa, conduta descrita no artigo 359-A do Código Penal. 
B. Autorizar inscrição em resto a pagar de despesas que 
excedam o limite estabelecido em lei. 
C. Ordenar operação de crédito interno, sem prévia autorização 
legislativa. 
D. Realizar operação de crédito externo, sem prévia autorização 
legislativa. 
E. Autorizar operação de crédito interno, sem prévia autorização 
legislativa. 
 
 
2. 
O crime tipificado no artigo 359-C do Código Penal almeja 
impedir que os administradores assumam dívidas que não 
possam ser adimplidas ao final do exercício financeiro 
correspondente ao final de seus mandatos ou legislatura ou, em 
caso de obrigações parceladas, não tenha receitas para 
cumprimento dessas obrigações no exercício seguinte ao 
término do mandato ou legislatura. 
Sobre o crime de assunção de obrigação no último ano do 
mandato ou legislatura, marque a alternativa correta. 
A. Caracteriza-se por ordenar a assunção de obrigação nos 
últimos 12 meses do mandato, cuja despesa não possa ser paga no 
mesmo exercício financeiro. 
B. Se o crime chegar a ser consumado, admite modalidade 
culposa. 
C. Se o crime for tentado, admite a modalidade culposa. 
D. A pena cominada permite que o processamento deste crime 
seja feito por meio do rito sumaríssimo. 
E. Trata-se de crime próprio e admite a suspensão 
condicional do processo, caso o agente satisfaça os requisitos 
da Lei n.° 9.099/95. 
O crime descrito no artigo 359-C do Código Penal pode ser praticado 
exclusivamente por agentes titulares de mandato ou legislatura, 
portanto, trata-se de crime próprio. Por ser um delito de médio 
potencial ofensivo, admite a suspensão condicional do processo, 
caso o agente cumpra os requisitos do artigo 89 da Lei n.° 9.099/95. 
Não admite rito sumaríssimo. 
Nos termos do artigo 359-C, caracteriza-se por ordenar a assunção 
de obrigação nos dois últimos quadrimestres do mandato, cuja 
despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro. 
Tanto na forma consumada quanto tentada, é praticado 
exclusivamente mediante dolo. Não admite culpa. 
 
3. A contratação de operação de crédito é descrita no artigo 359-
A do Código Penal, podendo ser praticada apenas por 
funcionário competente especialmente para ordenar, autorizar 
ou realizar operação de créditos. 
Sobre a pena cominada para este delito, marque a alternativa 
correta. 
A. Detenção de 1 a 2 anos e multa. 
B. Reclusão de 1 a 2 anos. 
Aos moldes do artigo 359-A do Código Penal, a este delito foi 
cominada a pena de reclusão de 1 a 2 anos. Não há previsão na 
legislação penal para a aplicação de multa. 
C. Reclusão de 2 a 4 anos e multa. 
D. Detenção de 1 a 2 anos. 
E. Detenção de 2 a 4 anos e multa. 
 
4. O artigo 359-H do Código Penal é considerado pela doutrina 
como um crime simples, próprio, formal, de perigo abstrato, 
comissivo, instantâneo, unissubjetivo e plurissubsistente. 
Sobre a conduta de oferta pública ou colocação de títulos no 
mercado, marque a alternativa correta. 
A. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros 
de títulos criados por lei nos últimos 180 dias para conclusão de 
mandato ou legislatura. 
B. O crime pode ser praticado mediante à inserção no mercado 
financeiro de títulos criados por lei, mas registrados em sistema 
centralizado de liquidação e custódia. 
C. O crime pode ser praticado mediante à inserção no 
mercado financeiro de título sem que tenha sido criado por lei. 
A descrição do artigo 359-H do código Penal, assim define o 
crime de oferta ou colocação de títulos no mercado a conduta 
de “Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a 
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública 
sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam 
registrados em sistema centralizado de liquidação e de 
custódia”. 
É lícito inserir no mercado título criado por lei e 
registrado em sistema centralizado de liquidação e de custódia, 
portanto, não há conduta típica nesta prática. 
O Código Penal não menciona prazos relativos a final de 
mandato elegislatura para configuração deste delito. Portanto, 
que pode ser praticado a qualquer tempo ou época. 
D. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros 
de títulos criados por lei no último ano para conclusão de mandato ou 
legislatura. 
E. O crime é praticado com a inserção no mercado de financeiros 
de títulos criados por lei nos dois últimos quadrimestres para 
conclusão de mandato ou legislatura. 
 
5. O artigo 359-G do Código Penal, delito de aumento de 
despesa total com pessoal no último ano do mandato ou 
legislatura, segundo Luiz Flávio Gomes e Alice Bianchini, 
objetiva “resguardar a possibilidade de o agente público valer-
se de repercussão que a conduta de contratação de pessoal, por 
exemplo, aumento salarial, possa causar político-eleitoralmente 
para lhe favorecer nas eleições”. 
Considere seus conhecimentos acerca deste delito e marque a 
alternativa correta. 
 
A. Recebe a classificação doutrinária de elevado potencial 
ofensivo. 
B. Comina-se a pena de detenção de 1 a 4 anos e multa. 
C. Quanto ao elemento subjetivo, admite modalidades culposa e 
dolosa. 
D. Comina-se a pena de detenção de 1 a 4 anos. 
E. Autoriza aumento de despesas nos 180 dias anteriores ao 
final do mandato. 
O crime de aumento de despesa total com pessoal no último ano 
do mandato ou legislatura é descrito no artigo 359-G do Código 
Penal “Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento 
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias 
anteriores ao final do mandato ou da legislatura”. Além disso, 
estes delitos têm as seguintes características: 
Admite apenas a modalidade dolosa, em relação ao elemento 
subjetivo. É cominada uma pena de reclusão de 1 a 4 anos. Não 
previsão de multa. Mediante à quantidade de pena cominada, 
recebe a classificação de médio potencial ofensivo. 
 
 
Aula 7 
Desafio 
Os crimes contra a segurança dos meios de comunicação, transporte 
e outros serviços públicos têm como bem jurídico penal a 
incolumidade pública. 
Sendo assim, analise o caso a seguir: 
 
Os irmãos, surpreendidos pelo seu enquadramento no crime do art. 
260 do Código Penal, o procuram na qualidade de advogado para 
responder aos seguintes questionamentos: 
 
 
1 -Enquadram-se os irmãos no crime de perturbação ou 
impedimento de serviço de estrada de ferro? Qual é o 
fundamento jurídico? 
Enquadram-se os irmãos no crime de perturbação ou impedimento 
de serviço de estrada de ferro por incidir a hipótese do inciso I do 
art. 260 do Código Penal que, entre outras condutas, elenca a 
destruição ou dano, total ou parcialmente, de obra de arte ou 
instalação dentro do contexto da linha férrea. 
 
 
2- Caso, por descuido, os irmãos tivessem deixado a estátua cair 
sobre os trilhos e, desse descuido, resultasse o desastre 
envolvendo o descarrilhamento do trem, qual seria a pena 
aplicável à conduta? 
Na hipótese descrita, a pena aplicável é aquela descrita 
no parágrafo segundo do artigo em comento — detenção, de seis 
meses a dois anos —, eis que o dolo dos irmãos era a subtração 
da peça e não o desastre resultante, configurando, assim, a 
modalidade culposa do tipo penal. 
 
Exercícios 
1. Os crimes contra a segurança dos meios de comunicação e 
transportes e outros serviços públicos incluem o crime de 
perigo de desastre ferroviário, este que encontra-se tipificado no 
art. 260 do Código Penal. 
Sobre este, é correto afirmar que: 
I. somente aplica-se a transportes sobre trilhos. 
II. admite forma culposa. 
III. é qualificado pelo resultado desastre. 
Quais afirmativas são corretas? 
A. Apenas a afirmativa I está correta. 
B. Apenas a afirmativa II está correta. 
C. Apenas a afirmativa III está correta. 
D. As afirmativas I e II estão corretas. 
E. As afirmativas II e III estão corretas. 
Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro 
qualquer via de comunicação em que circulem veículos de 
tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.Estando 
a forma culposa do tipo prevista no parágrafo segundo e a 
qualificadora no parágrafo primeiro. 
 
2. O crime de atentado sobre a segurança de transporte 
marítimo, fluvial ou aéreo trata da incolumidade pública dos 
passageiros destas modalidades de transporte. 
Sobre este crime, considere as seguintes afirmativas: 
( ) É lícito expor a perigo aeronave própria. 
( ) Em relação ao transporte marítimo, considera-se apenas a 
modalidade de transporte de passageiros. 
( ) Qualifica-se o tipo pelo evento destruição de aeronave. 
Marque a sequência correta para V (verdadeiro) e F (falso) em 
relação às afirmativas anteriores. 
A. V, V, V. 
B. V, F, V. 
C. F, V, V. 
D. V, F, V. 
E. F, F, V. 
O tipo não diferencia o modal próprio ou de terceiros para sua 
consubstanciação, tampouco distingue a modalidade de transporte 
de carga ou de passageiros para sua configuração. Qualificando-se 
o ato pelo naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou 
a queda ou destruição de aeronave. 
 
3. O crime contra a segurança de serviço de utilidade pública 
tutela as condições dignas de vida humana, em relação a 
serviços considerados essenciais. 
Sobre a essencialidade ou utilidade pública, encontram-se 
tutelados à luz da jurisprudência corrente o: 
I. fornecimento de luz 
II. fornecimento de calor 
III. fornecimento de serviços de educação 
Quais são as afirmativas corretas? 
A. As afirmativas I, II e III estão corretas. 
B. As afirmativas I e II estão corretas. 
Segundo a jurisprudência corrente, não encontra-se tutelada a 
educação como serviço essencial; sendo os mesmos aqueles 
essenciais à vida humana, como água, luz, energia, calor, etc. 
C. As afirmativas II e III estão corretas. 
D. Apenas a afirmativa I está correta. 
E. Apenas a afirmativa III está correta. 
 
4. O crime de interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, 
telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade 
pública tutela a comunicação e segurança pública. Sobre esse 
tipo penal, é correto afirmar que é qualificado quando praticado 
em caso de: 
A. utilidade pública. 
B. eleições. 
C. campanha de vacinação. 
D. calamidade pública. 
Conforme o § 2 do art. 266 do Código Penal, aplicam-se as penas 
em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade 
pública. Não estando as demais situações contempladas pela 
legislação penal em questão. 
E. serviço de educação telepresencial. 
 
5. O crime de arremesso de projétil contra veículo destinado ao 
transporte, tutela a incolumidade pública dos usuários de 
transporte, assim como o veículo de forma indireta. 
Sobre esse tipo, é correto afirmar que é qualificado: 
( ) pelo resultado morte 
( ) pelo resultado lesão 
( ) se realizado contra veículo oficial 
Marque a alternativa que contém a ordem correta para V 
(verdadeiro) e F (falso). 
A. V, V, V. 
B. F, F, F. 
C. V, F, V. 
D. F, V, V. 
E. V, V, F 
O parágrafo único do art. 264 prevê que, se do fato resulta lesão 
corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3.º, aumentada 
de um terço. 
 
 
Aula 8 – exercícios 
Desafio 
Você está em seu escritório e é procurado por um cliente que se 
identifica como servidor público federal. Ele lhe conta que recebeu 
uma denúncia do Ministério Público Federal pela prática do crime 
de corrupção passiva no período em que atuava como auxiliar no 
escritório consular do Brasil na Bolívia. 
O servidor relata que, na Bolívia, é comum que os agentes públicos 
sejam presenteados pelos cidadãos quando do bom atendimento, 
gerando resultados rápidos e eficientes para os interessados. 
Nesse sentido, o acusado questiona sobre a aplicabilidade do art. 
317 do Código Penal sobre o fato, já que no país de sua ocorrência 
não é considerado crime. Mais do que isso, afirma que jamais 
solicitou qualquer tipo de regalo; apenas não o devolveu quando do 
recebimento. Assevera o valor ínfimo da situação, e questiona se é 
capaz de representá-lo emoutro país. 
Diante do cenário exposto, quais são as explicações que você 
daria para o cliente? 
 
Padrão de resposta esperado 
Em primeiro lugar, é preciso lembrá-lo de que, na qualidade de 
funcionário público, o seu vínculo atrairá a competência para o 
julgamento dos fatos pela Lei Penal brasileira; tratando-se de 
exceção à teoria da territorialidade. 
Segundo a redação dada pela Lei n.º 7.209, de 11 de julho de 1984: 
Extraterritorialidade 
Art. 7.º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
[...] 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
[...] 
O crime será, portanto, processado no Brasil (o processo judicial 
tramitará na Justiça brasileira). Isso acontecerá mesmo que o ato 
ilícito não tenha ocorrido por requerimento expresso de vantagem 
pelo funcionário público, já que o verbo receber também está 
presente no tipo. 
 
Exercícios 
1. Considerando a definição de funcionário público disposta 
pelo art. 327 do Código Penal, identifique a alternativa que se 
enquadra nos vínculos previstos. 
 
A. Servidor público, agente político, estagiário, terceirizado. 
B. Servidor público, estagiário, servidor temporário, agente 
político. 
C. Estagiário, agente político, terceirizado, servidor temporário. 
D. Terceirizado, estagiário, agente público, servidor público. 
E. Terceirizado, servidor temporário, agente político, servidor 
público. 
Segundo definição do Código Penal, funcionário público é todo 
aquele que – ainda que de forma transitória ou sem remuneração – 
exerça cargo, função ou emprego público. 
 
2. Em um dia comum de trabalho, o servidor público André, 
lotado na Secretaria da Fazenda Municipal, atende um 
contribuinte que alega ter uma dívida junto ao Município e 
pretende quitá-la através de pagamento em espécie. O servidor 
consulta o sistema e verifica que o contribuinte não possui 
nenhuma dívida junto ao Município, mas, aproveita a situação 
para receber a quantia em dinheiro, ao invés de informar a 
inexistência do débito. Analisando o caso hipotético, assinale a 
alternativa que corresponde ao tipo penal corresponde à 
conduta de André 
A. Peculato desvio 
B. Peculato culposo 
C. Peculato apropriação 
D. Peculato mediante erro de outrem 
A conduta praticada por André corresponde ao peculato mediante 
erro de outrem, previsto no art. 313 do Código Penal. Trata-se da 
hipótese em que o servidor público recebe dinheiro ou qualquer por 
erro de terceiros, em virtude do exercício de cargo público. O 
peculato desvio e o peculato apropriação estão previstos no caput do 
art. 312. O peculato culposo nos §§2º e 3º do art. 312. Já o peculato 
eletrônico foi inserido no Código Penal através dos art. 313-A e 313-
B 
E. Peculato eletrônico 
 
3. A alternativa que melhor representa os crimes de corrupção 
ativa e corrupção passiva é: 
A. Na corrupção ativa, o sujeito ativo é um terceiro e na 
corrupção passiva, um funcionário público. 
Segundo o art. 333 do Código Penal, o crime de corrupção ativa é 
praticado por terceiro que não tem vínculo com a Administração 
Pública. O art. 317 do Código Penal, por sua vez, trata da corrupção 
passiva e está inserido no capítulo dos crimes contra a Administração 
praticados por funcionário público. 
B. A corrupção ativa caracteriza-se por demonstrar interesse em 
receber vantagem. 
C. A corrupção ativa ocorre quando o agente público obriga o 
pagamento de propina para realizar sua função. 
D. A corrupção ativa é crime e a corrupção passiva não. 
E. O crime de corrupção passiva não admite tentativa. 
 
4. Considere os verbos nucleares “retardar ou deixar de praticar, 
praticá-lo contra disposição expressa de lei” e escolha a 
alternativa que contém o tipo penal descrito. 
A. Prevaricação. 
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. 
B. Facilitação de contrabando ou descaminho. 
C. Excesso de exação. 
D. Concussão. 
E. Condescendência criminosa. 
 
5. João, na qualidade de chefe do departamento em que 
trabalham José e Pedro, ao tomar ciência de que estes 
desviaram para proveito próprio itens adquiridos pela 
Administração Pública para reforma de uma escola da rede 
pública, chama-os para conversar. Após prometerem que o ato 
não irá se repetir, João deixa de efetuar registro na ficha 
funcional deles e de reportar o ocorrido ao seu superior 
hierárquico. No caso concreto, qual a conduta tipificada 
praticada por João? 
A. Condescendência Criminosa. 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando 
lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
B.Exercício funcional ilegal, antecipado ou prolongado. 
C. Advocacia administrativa. 
D. Facilitação. 
E. Corrupção ativa. 
 
AULA 9 
Desafio 
A Administração Pública é um bem tutelado no Código Penal 
Brasileiro cujo fundamento é garantir a regularidade das atividades 
estatais relacionada à probidade, à integridade e à eficiência, dentre 
outros aspectos. Considere seus conhecimentos sobre os crimes 
praticados por particular contra a Administração Pública e reflita 
sobre o caso a seguir: 
 
 
 
Imagine que você seja juiz da vara criminal, e precise decidir sobre 
este fato. Você entenderia pela atipicidade ou tipicidade da conduta 
de Miguel? Que fundamento você utilizaria em sua decisão? 
Padrão de resposta esperado 
A conduta de Miguel é típica, descrita no artigo 332 do Codigo 
Penal, denominada tráfico de influência, dispondo o seguinte: 
"Obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em funcionário público no exercício 
da função". 
No caso de Miguel, a configuração do tráfico de influência se 
deu em razão de meio fraudulento empregado para obter para si 
a propriedade de Fátima. 
Miguel fingiu suposta capacidade de influenciar ajuda para Fátima 
em órgãos administrativos, levando esta a tomar a decisão da 
venda (obter vantagem). Além disso, usou o cargo público de 
auditor fiscal de um suposto amigo, com quem ele sequer tem 
contato, se amoldando na parte final do tipo, em que afirma: "a 
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no 
exercício da função". 
A consumação do delito ocorreu no momento em que Miguel levou 
Fátima a crer na possiblidade de influenciar um agente público e, 
assim, proceder a venda da casa de festas a ele. 
 
 
Exercícios 
1. Considere seus conhecimentos acerca dos crimes praticados 
por particulares contra a Administração Pública previstos nos 
artigos 329 e 330 do Código Penal e marque a assertiva correta. 
A. O delito de resistência implica uso de grave ameaça ou 
violência física. 
O crime de resistência é previsto no artigo 329 do Código Penal, e o 
uso de grave ameaça ou violência física é fundamental para 
caracterização deste delito, sendo o elemento que o diferencia do 
crime de desobediência. 
O delito de desobediência é praticado exclusivamente mediante 
dolo; portanto, não admite culpa. Se feito em estado de necessidade, 
exclui o crime. 
A resistência qualificada, nos termos do artigo 329, §1º, do Código 
Penal, comina pena de reclusão de um a três anos e multa. 
Não há previsão legal para desobediência qualificada e, por 
consequência, não há pena diferenciada. 
A vítima que deixa de colaborar com investigação criminal responde 
por crime de desobediência, segundo entendimento unânime dos 
Tribunais Superiores. 
B. Segundo o STF, o crime de desobediência admite culpa nos 
casos de estado de necessidade. 
C. A resistência qualificada comina pena de reclusão de um a 
dois anos. 
D. O delito de desobediência qualificada resulta em aumento de 
1/3 da pena prevista no caput do artigo 330 do Código Penal. 
E. A vítimaque deixar, sem uso de grave ameaça ou violência, 
de colaborar com investigação criminal, responde por crime de 
resistência. 
 
2. A tipicidade da conduta ilicita envolve vários elementos, como 
os elementos objetivos, os subjetivos e a forma de execução, 
dentre outros critérios. Baseado nesses aspectos, analise o 
caso abaixo. 
Cláudio, por acaso, encontra um site, no exterior, que 
comercializa um produto emagrecedor que foi proibido no 
Brasil. Cláudio efetua a compra e fica aliviado quando o produto 
é liberado pela alfândega e, finalmente, chega em sua 
residência. 
Sobre a situação acima, marque a assertiva correta. 
A. A conduta praticada por Cláudio é atípica, uma vez que não foi 
barrada pelas autoridades no posto alfandegário. 
B. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334 do 
Código Penal, crime de descaminho. 
C. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334 do 
Código Penal, que prosseguirá no rito sumaríssimo. 
D. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334, §1, 
do Código Penal, crime de descaminho qualificado. 
E. A conduta praticada por Cláudio é tipificada no artigo 334-
A do Código Penal, crime de contrabando. 
O delito praticado por Cláudio é o de contrabando, previsto no 
artigo 334-A do Código Penal, pois a mercadoria importada por 
ele é proibida no Brasil. 
 Não se enquadra como descaminho (art. 334 do Código Penal), pois, 
neste caso, a mercadoria é permitida, mas o agente tenta ludibriar o 
pagamento dos tributos e direitos correspondentes. 
O delito previsto no artigo 334 do Código Penal, por ser classificado 
como de médio potencial ofensivo, não admite rito sumaríssimo, 
conforme Lei nº 9.099/95. 
 
 
3. O delito de tráfico de influência consubstancia-se no ato de 
solicitar, exigir, cobrar ou obter para si ou para outrem vantagem 
ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado 
por funcionário público no exercício da função. 
A respeito das características deste crime, marque a assertiva 
correta. 
A. Sobre o elemento subjetivo, admite dolo ou culpa. 
B. Se a conduta puder ser fracionada, admite a tentativa. 
O tráfico de influência admite tentativa, na medida em que os atos 
podem ser divididos ou fracionados, como é o caso do uso de e-
mails, bilhetes, etc. e, por algum motivo, não chega no destinatário. 
Quanto ao elemento subjetivo, admite exclusivamente dolo. 
Caso o agente insinue que o agente público receberá alguma 
vantagem, a pena será aumentada pela metade, nos termos do 
parágrafo único, do artigo 332, do Código Penal. 
Considerando a pena cominada para o delito de tráfico de influência, 
que é de reclusão de 2 a 5 anos e multa, conforme artigo 332, caput, 
recebe a classificação de crime de elevado potencial ofensivo. 
C. A insinuação de obtenção de vantagem por agente público é 
causa de diminuição de pena. 
D. É classificado como crime de médio potencial ofensivo. 
E. É cominada pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa. 
 
 
4. Com a edição da Lei nº 13.008, de 2014, os tipos penais de 
descaminho e contrabando foram colocados em dispositivos 
separados, mas com estruturação ainda muito semelhante. 
Pense sobre as diferenças entre estes delitos e analise a 
questão abaixo. 
Motorista de veículo automotor é parado, na fronteira do Brasil 
com o Paraguai, levando consigo várias malas de mercadoria 
lícita, equivalente a R$ 30.000, sem o pagamento do imposto 
correspondente. Sobre a situação jurídica do motorista, marque 
a alternativa correta. 
A. Responderá por contrabando, previsto no artigo 334-A caput. 
B. Responderá por contrabando qualificado, previsto no artigo 
334-A, §3º. 
C. Penalmente irrelevante, uma vez que a mercadoria é lícita. 
D. O motorista responderá por crime de descaminho. 
 Uma vez que a mercadoria é licita, a entrada dela em território 
brasileiro sem o recolhimento de direitos ou impostos 
devidos configura-se penalmente relevante, tipificada no artigo 
334, do Código Penal, como delito de descaminho. 
O contrabando é delito que tem como um de seus elementos a 
mercadoria proibida, o que não é o caso, pois fica bem clara a licitude 
dos bens. Portanto, qualquer tipificação vinculada a contrabando está 
errada. 
E. Penalmente irrelevante, a despeito do valor total da 
mercadoria. 
 
 
5.O cumprimento das determinações legais e das ordens 
emanadas por agentes públicos é dever de todo particular. Para 
tanto, o Código Penal buscou proteger a autoridade de ordens 
legais decorrentes da função pública através da tipificação das 
condutas de resistência e desobediência. Com base em seu 
conhecimento sobre esses tipos penais, leia o trecho a seguir e 
responda a questão. 
João, oficial de Justiça, às 16h de uma segunda-feira, toca o 
interfone na casa de Carlos para proceder a citação deste em 
ação de alimento. Carlos atende prontamente, mas, quando 
percebe que João é oficial de justiça, golpeia-o com alguns 
chutes e fecha rapidamente o portão, impedindo João de 
cumprir o mandado de citação. Carlos responderá por que 
crime? 
A. Desobediência genérica, sem prejuízo de outros delitos 
referentes à violência. 
B. Desobediência qualificada, sem prejuízo de outros delitos. 
C. Resistência qualificada, sem prejuízo de outros delitos 
referentes à violência. 
O ato de Carlos em usar de violência (chutes) para impedir que o 
oficial cumprisse seu trabalho é tipificado como crime de resistência 
qualificada. A qualificação ocorre porque Carlos conseguiu, de 
fato, impedir a execução do ato, nos termos do artigo 329, § 1º, do 
Código Penal. 
Ainda no §2º do artigo 329 do Código Penal, há imposição de que a 
incriminação pelo crime de resistência não impede que o agente seja 
denunciado por outros delitos correspondentes à violência como, por 
exemplo, o crime de lesão corporal. 
A resistência genérica, prevista no caput do artigo 329, é afastada 
em decorrência da tipificação da resistência qualificada, que é 
considerada mais grave. 
Para caracterizar meramente crime de desobediência, não pode 
haver uso de violência, que não foi o caso de Carlos. 
O exercício regular do direito não autoriza o descumprimento de leis 
ou determinações legais oriundas de gentes públicos competentes. 
D. Resistência genérica, sem prejuízo de outros delitos referentes 
à violência. 
E. Exercício regular do direito. 
 
 
 
 
Aula 10 – exercícios 
Desafio 
Sabe-se que os crimes contra a administração da justiça têm por 
fim a proteção de direitos e garantias fundamentais estabelecidos 
na Constituição e em instrumentos legislativos e perseguidos pelas 
instituições democráticas (Tribunais, polícia judiciária, Ministério 
Público e outros). Dentre esses direitos, o direito à honra envolve a 
dignidade e probidade que deve ser garantida a toda pessoa física 
ou jurídica, no bojo do Estado Democrático de Direito. A honra é um 
dos objetos jurídicos do delito de denunciação caluniosa, 
caracterizado no art. 339 do Código Penal. 
Tomando por base seus conhecimentos sobre esse delito, analise o 
caso de Bernardo, denunciado pelo crime de denunciação caluniosa 
pelo Ministério Público. 
 
 
Bernardo procura você, na qualidade de advogado, para 
representá-lo na ação penal em que é réu. Como advogado de 
Bernardo, qual linha de defesa você escolheria para defendê-
lo? Explique, de forma sucinta, os fundamentos fáticos e jurídicos, 
de ordem material, da defesa de seu cliente. 
Sua resposta 
Padrão de resposta esperado 
A denunciação caluniosa é crime previsto no art. 339 do Código 
Penal, cuja consumação só ocorre se, ao fazer a falsa imputação de 
crime, o agente sabia da inocência daquele que é acusado. No caso 
presente, ficou claro que Bernardo fez apenas uma confusão sobre 
a pessoa do agente que cometeu furto, já que tanto Dentinho 
quando Batata são muito parecidos entre si. 
Embora seu erro tenha prejudicado Batata, Bernardo deve ser 
absolvido, pois é elementar, para configuração do tipo denunciação 
caluniosa, o dolo direto, ouseja, Bernardo devia ter consciência da 
inocência de Batata, o que não foi o caso. 
Além disso, é interessante que sejam apresentadas fotografias de 
Dentinho e Batata, a fim de comprovar a semelhança física entre 
ambos e a provável confusão cometida por Bernardo, que o levou a 
imputar crime a pessoa inocente. 
 
Exercícios 
Respostas enviadas em: 27/09/2022 11:00 
1. Gilson resolveu furtar uma moto que estava estacionada em 
frente a um supermercado, próximo a sua residência. 
Como ficou com receio de que alguém pudesse ter gravado 
suas feições, pediu a Alex para esconder o motocicleta. 
Semanas depois, Gilson foi pego com a moto objeto 
do furto, acabou confessando o crime e o fato de ter pedido ao 
amigo para escondê-la. 
De acordo com o Código Penal brasileiro, Alex responderá por 
crime de: 
A. furto. 
B. favorecimento real. 
Resta claro que Alex não participou da conduta de furto; portanto, 
não pode ser acusado desse delito. Também não auxiliou Gilson em 
sua fuga; por conseguinte, não pode ser acusado de favorecimento 
pessoal nem de favorecimento privilegiado. Além disso, não inovou 
em procedimentos judiciais e administrativos a fim de induzir 
autoridade a erro. O que ocorreu foi que Alex auxiliou Gilson a ocultar 
a moto, objeto do furto, a fim de tornar seguro o proveito do crime. 
Essa conduta se amolda ao tipo penal denominado favorecimento 
real, previsto no art. 349 do Código Penal. 
C. favorecimento pessoal. 
D. favorecimento pessoal privilegiado. 
E. fraude processual. 
 
 
2. Carla é garota de programa e atende Joaquim há mais de um 
ano, duas vezes por semana. No último mês, Joaquim, que está 
com o salário atrasado, resolveu postergar o pagamento dos 
serviços sexuais, alegando sempre que pagaria na próxima 
semana. Com tais adiamentos, Carla não recebia nada há 2 
semanas e Joaquim já estava devendo R$ 120,00. Carla resolve, 
então, pegar o valor de R$ 100,00 na carteira de Joaquim 
enquanto este cochilava. Joaquim acorda, vê que Carla já tinha 
ido embora e sente falta de exatos R$ 100,00. Esse dinheiro lhe 
faria muita falta, pois era o único que tinha para fazer o 
supermercado da semana. Joaquim decide ir à delegacia e 
noticiar o fato delituoso. Como a autoridade policial que atendeu 
Joaquim deve se posicionar sobre a conduta de Carla? 
A. Enquadraria como comunicação falsa de crime ou 
contravenção. 
B. Enquadraria como denunciação caluniosa. 
C. Enquadraria como fato atípico. 
D. Enquadraria como furto. 
E. Enquadraria como exercício arbitrário das próprias razões. 
Carla, de fato, tem direito ao recebimento dos valores referentes aos 
serviços sexuais prestados; portanto, não se enquadraria como furto. 
Contudo, não é lícito pegar o dinheiro na carteira sem o 
consentimento de Joaquim, uma vez que Carla tem meios legais para 
a cobrança da dívida, que seria movendo ação de cobrança perante 
o Judiciário contra Joaquim. Quando decide ela mesma usar de 
meios para receber o débito, pratica conduta de uso arbitrário das 
próprias razões. 
O presente caso não se enquadra como denunciação caluniosa, nem 
comunicação de crime ou contravenção, pois o primeiro necessita 
que a alguém inocente seja imputado um crime, dando causa a 
procedimentos jurídicos; o segundo é noticiar crime ou contravenção 
que, de fato, não ocorreu. 
3. Vicente terminou o namoro de 12 anos com Laurenete. 
Esta, mesmo sabendo que Vicente é inocente, para se vingar, 
acusou-o de ter forçado relação sexual. Diante disso, é 
instaurado inquérito policial a fim de averiguar tal conduta. 
Descobertas as intenções de Laurenete e a inocência de Vicente, 
aquela responderá por: 
A. comunicação falsa de crime. 
B. fraude processual. 
C. denunciação caluniosa. 
Laurenete responderá por crime de denunciação caluniosa, pois 
sabia da inocência de Vicente e, mesmo assim, o acusou de conduta 
criminosa para prejudicá-lo. 
O fato não pode ser enquadrado como delito de comunicação falsa 
de crime, porque nesse delito o sujeito é fictício ou 
indeterminado. Não há conduta de favorecimento real ou pessoal, 
pois o texto não apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de 
criminoso ou auxílio para esconder objeto de crime. Tampouco se 
trata de fraude processual, pois Laurenete não inovou de forma 
fraudulenta no curso de processo civil ou administrativo. 
D. favorecimento real. 
E. favorecimento pessoal. 
 
4. Pérola, ao adquirir um celular, também fez seguro contra furto 
e roubo. Em um final de semana, Pérola perdeu o celular na 
balada, mas como sabe que tem seguro contra roubo, resolve 
fazer um boletim de ocorrência, alegando que foi furtada na 
porta da casa de shows. Com isso, um inquérito policial é 
instaurado. 
Considerando o texto acima, Pérola cometeu crime de: 
A. denunciação caluniosa. 
B. falso testemunho. 
C. favorecimento pessoal. 
D. comunicação falsa de crime. 
A conduta de Pérola em noticiar crime de furto que ela sabe não ter 
ocorrido e, ao mesmo tempo, não identificar nenhum agente 
criminoso se amolda no crime de comunicação falsa de crime. Em 
face da falta de determinação do sujeito ativo, não pode ser 
enquadrado como denunciação caluniosa. Bem como não há 
conduta de favorecimento real ou pessoal, pois o texto não 
apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de criminoso ou 
auxílio para esconder objeto de crime. Por fim, no texto não há 
menção de caracterização de Pérola como testemunha e, sim, como 
falsa vítima; portanto, não pode ser enquadrado como crime de falso 
testemunho. 
E. favorecimento real. 
 
 
5. Marília, obcecada em vencer causa na Justiça, que poderá lhe 
render alguns milhares de reais, promete a Valéria 15% de 
eventuais ganhos no processo, se esta for sua testemunha e 
mentir a respeito de um fato processualmente relevante. 
Considerando os elementos do texto, Marília responderá pelo 
delito de: 
A. corrupção ativa de testemunha. 
No momento em que Marília prometeu vantagem a Valéria para 
prestar depoimento falso em processo judicial, praticou a conduta 
denominada corrupção ativa de testemunha, prevista no art. 343 
do Código Penal: dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer 
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em 
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação. 
Não há que se falar em conduta de favorecimento real ou pessoal, 
pois o texto não apresenta elementos de auxílio a fuga pessoal de 
criminoso ou auxílio para esconder objeto de crime. Bem como não 
há menção de caracterização de Marília como testemunha. Nesse 
sentido, aquela não poderá responder por crime de falso testemunho. 
Também não há elementos no texto que indiquem que Marília tenha 
acusado inocente de crime, portanto não responderá por crime de 
denunciação caluniosa. 
B. falso testemunho. 
C. favorecimento pessoal. 
D. denunciação caluniosa. 
E. favorecimento real.

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