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Taxa até dois euros para os turistas do rio Douro Governo concorda que municípios cobrem por passageiros de cruzeiros e navios-hotel Jerónimo Martins, Sonae e Mota-Engil lideram ranking da desigualdade P. 13 Porto Rui Moreira favorável à Iberia no lugar da TAP P. 8 Salários Gestores das maiores empresas ganham 32 vezes mais do que os trabalhadores A N D R É R O LO / G LO B A L IM A G E N S PUBLICIDADE Fundado em 1888 jn.pt Diário. Ano 134. N.º 360. Preço: 1,90€ Sexta-feira 27.5.2022 Diretor-Geral Editorial Domingos de Andrade / Diretora Inês Cardoso / Diretores-adjuntos Manuel Molinos, Pedro Ivo Carvalho, Rafael Barbosa e Vítor Santos / Diretor de Arte Pedro Pimentel HOJE GRÁTISHOJE GRÁTIS NAS BANCAS 1,90¤* #374 ROTEIRO NA CAPITAL DO BORREGO. DOS ENCANTOS DA SERRA AO PATRIMÓNIO RELIGIOSO ROTEIRO NA CAPITAL DO BORREGO SOUSEL, BERÇO DA CARNE TENRA ATIVIDADES PARA FAZER COM OS FILHOSNOS PARQUES D ATIVIDADES PARA FAZER COM OS FILHOSNOS PARQUES D radicais FAMÍLIAS PSD Candidatos a líder geram indiferença na maioria P. 6 e 7 Metadados Executivo já tem proposta para contornar chumbo P. 14 Quase 40% acham que a guerra vai durar mais de um ano P. 28 e 29 SONDAGEM DA AXIMAGE PARA JN, DN E TSF Autarcas argumentam que “aumento brutal” de circulação não trouxe benefícios Páginas 4 e 5 JN North Festival. Primeiro dia levou milhares à Alfândega do Porto P. 32 e 33 aos grandes concertos. Rock no regresso. Jornal de Notícias2 27 de maio de 2022PÁGINA 2 A ABRIR A banalização da morte nas redes sociais POR Manuel Molinos Diretor-adjunto À pergunta de Joe Biden – Quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lóbi das armas? – devíamos juntar uma outra questão. Quando, em nome de todos, vamos deixar de ter mas- sacres transmitidos em direto ou anúncios de carnificinas nas redes sociais? Um já era muito. Mas continuam a ser bas- tantes os casos de horrores que passam pelos feeds das redes sem que o famoso algoritmo, essa entidade sem rosto e sem fronteiras éti- cas e legais, os detete e os anule. Quatro dias antes do ataque à escola do Texas, Salvador Ramos publicou fotografias de es- pingardas automáticas no Instagram. Identifi- cou uma rapariga que conhecia apenas das re- des sociais e perguntou-lhe se ia republicar as fotos das armas? Quatro dias antes, repita-se. Payton Gendron também teve tempo para matar 10 pessoas a tiro num supermercado em Buffalo, Nova Iorque, e transmitir a chacina no Twitch, serviço de streaming de vídeo. Antes, postou um manifesto de 180 páginas nas redes sociais onde se declarou fascista. E recuemos a 2019, quando Brenton Tarrant esteve 17 minutos em direto no Facebook a transmitir o massacre de 51 pessoas em duas mesquitas da Nova Zelândia. No início do século, a Internet já era regula- da. Com o passar dos anos, e com o cresci- mento das contas falsas, do extremismo, do negacionismo e do discurso de ódio, a tese ju- rídica de que as redes sociais não têm de res- ponder pelo que é publicado foi-se diluindo. Agora estamos à espera que a Lei de Serviços Digitais seja aprovada pelo Parlamento e Conselho Europeu e que haja regulamenta- ção séria para os gigantes da Internet. Que os responsabilize pelos conteúdos que difun- dem. O Congresso norte-americano também espera por novos regulamentos que obri- guem as redes sociais a serem responsabiliza- das pelos danos que causam. Até lá, as redes sociais vão continuar impu- nes e a não assumir as responsabilidades pelo mau uso das suas ferramentas. E enriquecem, mesmo que isso seja sinónimo de transmitir a morte em direto. der que nunca foi. Os anos que Montenegro passou à espera, os anos que Montenegro passou nos bastidores, as eleições onde não foi e poderia, as eleições onde não deveria ter ido mas foi, entre vitórias que nunca foram apenas suas e derrotas sempre ou quase pessoais, farão deste mo- mento um acto insólito e algo inóspito de glória. Os militantes deverão eleger Luís Montenegro num contexto de liderança no deserto, sem perspectiva de po- der, coincidente com quatro anos de maioria absoluta do PS e uma bancada parlamentar her- dada de Rui Rio, cenários de re- toma económica pós-covid e execução distributiva do PRR. Um fardo pesado e desanimador para as hostes laranja e que, cer- tamente, hipoteca grandes exal- tações triunfantes. Mas nin- guém duvida do regresso do PSD à política, quando encontramos o providencial homem certo no seu momento. Montenegro é aquele que nunca se cansou de esperar. A meio da semana e se fosse es- crita para vender, a expressão ganharia contornos de “best- -seller” enquanto delata desejos. Tantas vezes, para nada se fazer. “Nunca mais é sábado”, diz-se habitualmente por aqueles que não aguentam esperar pelo fim de semana ou antecipam a jor- nada de 4 dias de trabalho como uma inevitabilidade que o futu- ro trará. Ou por aqueles que tan- to esperaram para uma mudan- ça de líder no PSD. Amanhã, de- pois da febre de sexta-feira à noi- te de hoje onde se tentarão con- tar os derradeiros grãos de apoio, o PSD irá a votos para uma elei- ção directa que escolhe entre dois candidatos que mostraram tão pouco de si durante a campa- nha que a imagem que deles re- temos é a de um passado que an- tecipa um longo rio tranquilo para os próximos anos do gover- no de António Costa. A previsível vitória de Luís Montenegro fará com que o par- tido ajuste contas com a sua mais notável sombra, o candidato a lí- Se o apelo estratégico de Fran- cisco Balsemão não surtiu efeito, em que se baseiam as bases do PSD? Numa campanha eleitoral onde não se ouviu uma única troca de ideias, não se viu um único debate, não se acrescentou uma qualquer ideia ao país, os dois candidatos anularam o seu presente sem apresentarem uma centelha de futuro. Tudo o que deles sobra é passado. Nem o apoio do fundador do partido a Jorge Moreira da Silva bateu na consciência e repercutiu na mi- litância. Um enorme vazio, este, o que coroa a fulanização da po- lítica. Um grande deserto que de- verá entregar pontos de bandeja à direita do PSD, com a qual – de resto – Montenegro já admitiu entendimentos sem exclusões ou cordões sanitários. A autofa- gia. O país continuará órfão de ideias do PSD, enquanto este aluga o seu espaço político a quem se alimenta com a dema- gogia, a troco de promessas de um poder irrealista. O AUTOR ESCREVE SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA Mais um sábado no PSD CIMENTO LÍQUIDO POR Miguel Guedes Músico e jurista NUVEM DE PALAVRAS ATIRADOR MATA 19 CRIANÇAS E DUAS PROFESSORAS EM ESCOLA DOS EUA E É MORTO O crime hediondo de Salvador Ramos vol- tou a colocar na agenda política dos Estados Unidos uma maior regulação so- bre o acesso às ar- mas e maior prote- ção para as pessoas Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 3 PUBLICIDADE Jornal de Notícias4 PRIMEIRO PLANO 27 de maio de 2022 PR IM EI RO P LA N O Governo admite criar taxa sobre operadores de barcos turísticos PODER LOCAL Os operadores de barcos turísticos que exploram as vias fluviais, como os cruzeiros e os navios-hotel do rio Douro, po- dem ter de pagar uma taxa aos mu- nicípios ribeirinhos. Essa cobran- ça é reivindicada pelos autarcas, em particular dos territórios ba- nhados pelo Douro, e tem a con- cordância do Governo. As empre- sas remetem-se ao silêncio. Já a Administração dos Portos do Dou- ro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) concorda com a medida, embora defenda a consignação da receita a uma entidade regional e não aos municípios. Carlos Miguel, secretário de Es- tado da Administração Local e Or- denamento do Território, reco- nhece a legitimidade da reivindi- cação dos autarcas e admite taxar os operadores, no âmbito da des- centralização de competências no domínio do transporte em vias na- vegáveis interiores. “Esta descen- tralização de competências, sen- do trabalhada, nomeadamente com a APA [Agência Portuguesa do Ambiente], pode, devee merece dar receita aos municípios. Isto é, se há um canal navegável e se há empresas que o exploram e, por sua vez, há as despesas dos muni- cípios com a limpeza das margens terá de haver uma taxação feita a essas mesmas empresas”, susten- tou Carlos Miguel ao JN. NADA RECEBEM COM TRÁFEGO Estuda-se, então, a aplicação de uma taxa de um ou dois euros por cada passageiro que usufrua turis- ticamente da via navegável. Atualmente, argumentam os au- tarcas do Douro, no final de cada Receita sobre cruzeiros e navios-hotel reverteria para os municípios. Autarcas do Douro queixam-se de despesa sem qualquer rendimento viagem, os passageiros dos cruzei- ros e dos navios-hotel nada dei- xam nos concelhos por onde nave- gam, a não ser a pegada turística. A matéria foi discutida, recente- mente, na Associação Nacional de Municípios Portugueses. A inicia- tiva partiu de Manuel Cordeiro, presidente da Câmara de São João da Pesqueira. O autarca crê que a cobrança de uma taxa não afasta- rá os turistas nem prejudicará os ganhos das empresas. “Quem tra- ta da paisagem que é visitada não Turismo de luxo dos navios-hotel navega ao largo da economia local Navios do Douro não são boias de salvação para o comércio REPORTAGEM António Orlando sociedade@jn.pt é ressarcido”, ao contrário “do que acontece com a APDL e a EDP que recebem pelo tráfego fluvial e nós nada recebemos”, afirma, apon- tando para o “aumento brutal da circulação” de embarcações, que, apesar de ser bem-vindo, “traz muito pouco ao território”. QUATRO NAVIOS NOVOS NA LIXA “Mais do que uma taxa turística”, considera o presidente da Câmara de Baião, “esta deve ser entendida como uma taxa ambiental”, cuja receita seria dividida pelos muni- cípios “para a implementação de projetos ambientais de mitigação dos impactos decorrentes do turis- mo fluvial”. Paulo Pereira adverte que a circulação crescente de bar- cos provoca a erosão das margens e aumenta a produção de lixo, de- positado nos ancoradouros. Para que os concelhos não fi- quem a ver navios, o autarca de- fende um maior diálogo entre ope- radores e câmaras na definição de “rotas”, assentes numa programa- ção dos diversos ativos turísticos e não apenas no Douro Vinhateiro. Também Marco Martins, presi- dente da Câmara de Gondomar, vê a taxação com bons olhos, porém “tem de ser estudada”. Há, no en- tanto, boas notícias para o conce- lho. Com a entrada em funciona- mento do Cais da Lixa, junto à Bar- ragem de Crestuma/Lever, Gon- domar terá quatro navios ali sedia- dos, com partidas e chegadas nas subidas e descidas do rio. “Desta forma, passará a ter um serviço co- mercial com retorno financeiro e mais-valias que, no mínimo, atin- girão os 2,6 milhões de euros”, ex- plica o autarca socialista. Dos operadores turísticos há ape- nas silêncio. Nenhuma das empre- sas contactadas respondeu ao JN.� A ANMP estudou três ce- nários. Se a vontade for taxar os operadores tu- rísticos que navegam nos rios, então essa taxa de navegabilidade terá de ser criada pelo Estado, revertendo para as câma- ras. Nessa análise, a asso- ciação refere que poderá equacionar-se uma pro- posta ao Governo nesse sentido. Outro caminho é, no âmbito da descen- tralização, regulamentar a atividade e instituir uma taxa pela “ocupação do domínio público re- sultante da atracagem e tomada e largada de pas- sageiros”. Por lei, as câ- maras também podem criar taxas, mas dificil- mente vingaria. Navegabilidade taxada? Só se for Estado a criar ANÁLISE Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 PRIMEIRO PLANO 5 IMPACTO Se a pena de Carlos Tê faz a “escarpa brotar vi- nho”, pela voz de Rui Velo- so em Sayago Blues, os mi- lhares de turistas que nave- gam “rio abaixo e rio aci- ma”, no Douro, “só fazem crescer os dividendos de quem os transporta”. Os poucos comerciantes que estão de portas abertas jun- to ao rio falam em falácia quando se referem a provei- tos retirados pelo aumento de turismo fluvial. Tal como os autarcas, estes comer- ciantes queixam-se que pouco ou nada recebem pela passagem massiva de turis- tas no rio. O Douro Elegance, um barco-hotel de primeira classe, acabara de atracar no cais de Entre-os-Rios. Os turistas saíram, ordenados, em direção ao autocarro para os levar para a Quinta da Aveleda, cerca de 16 qui- lómetros acima, na cidade de Penafiel. Também hou- ve quem ficasse no navio, mas dali não consta que ti- vessem saído, nem que fos- se para tomarem um café na esplanada de Rui Branco. “Quem costuma vir aqui são as tripulações, já noite dentro, aí pelas 11 horas. Comem uns preguinhos e bebem umas cervejas. Os turistas, não”, garante o concessionário da esplana- da do Cais. “GANHAMOS POLUIÇÃO” Do outro lado do rio Tâme- ga (o Cais de Entre-os-Rios situa-se na foz do Tâmega), já no Marco de Canaveses, o dono do restaurante Ponte de Pedra tem as portas aber- tas vai agora fazer 20 anos, mas diz que “mal estaria se dependesse dos turistas dos navios”. O que ganhamos é poluição. Durante a noite, o barulho dos geradores é muito perturbador”, de- núncia Antero Sequeira. A alguns quilómetros a ju- sante, em Bitetos, ainda no Marco de Canaveses, Diogo Alves, no Cais B, tem a vitri- na carregada de garrafas de vinho, de todas as zonas vi- nícolas do país, com natural predominância, claro está, para o Douro. “Agora ven- de-se pouco”, revela. Ali, em Bitetos, a culpa até nem pode ser assacada aos turis- tas dos navios, porque “este ano eles só passam ao largo, por causa das obras no cais”, que a Câmara do Marco está a realizar “num projeto am- bicioso” para tornar a prin- cipal porta de entrada no concelho pela via fluvial. “Noutros anos, o cais esta- va sempre com pelo menos um navio-hotel atracado, mas turistas só saíam para o autocarro que os levava para o almoço no Convento de Alpendorada e depois voltavam para o navio e iam-se embora”, atalha An- tónio Palhiço, morador na localidade. O comércio ribeirinho, como se percebe, vive ape- nas da restauração. A espa- ços vão sendo tentados ou- tros negócios, mas morrem à nascença. � António Orlando sociedade@jn.pt Quem mantém portas abertas junto ao rio diz não retirar proveitos do turismo fluvial A D E LIN O M E IR E LE S / G LO B A L IM A G E N S Antero Sequeira Restaurante Ponte de Pedra “Os turistas adquirem às operadoras os paco- tes de passeio, ficando as localidades ribei- rinhas a ver navios” Rui Branco Esplanada do Cais “Agora ainda vão de autocarro para locais privilegiados. Há alguns anos, chegavam e nem do navio saíam” Mais de 1,6 milhões de pessoas fizeram turismo no Douro em 2019. Destas, 350 mil subiram o rio António Orlando sociedade@jn.pt RETOMA Mais de 1,6 mi- lhões de pessoas fizeram tu- rismo no rio Douro em 2019, antes da pandemia chegar. Destas, 350 mil su- biram ao Douro Vinhateiro a partir das margens do Por- to e de Gaia. As restantes (a esmagadora maioria) que- dou-se pelos percursos flu- viais entre as pontes, man- tendo o olhar na Invicta. “Foi um ano de recordes”, considera a Administração dos Portos do Douro, Lei- xões e Viana do Castelo (APDL). A marca ainda não tem paralelo, até porque a pandemia de covid-19 che- gou a proibir a navegabilida- de. Atualmente, segundo dados da APDL, está a assis- tir-se a uma retoma acima do esperado e que poderá trazer “números muito in- teressantes”, se não houver contratempos de maior, por exemplo da pandemia ou da guerra na Ucrânia. Conhecedora das reivindi- cações dos autarcas ribeiri- nhos, Nuno Araújo, presi- dente do Conselho de Ad- ministração da APDL, con- corda com “uma taxa úni- ca”, desde que seja gerida por uma entidade regional (como, por exemplo, o Tu- rismo Porto e Norte) para promoção do território. Ou seja, o valor apurado não en- traria nos cofres munici- pais, ao contrário do que é pretendido pelos municí- pios, por ser inócua. MAIS UM NAVIO A OPERAR De acordo como Plano de Atividades e Orçamento 2022-2024 da APDL, elabo- rado em setembro do ano passado, previa-se 660 mil passageiros na via navegá- vel do Douro para este ano, dos quais 160 mil passagei- ros navegariam entre albu- feiras e 500 mil passageiros na mesma albufeira. “No entanto, esta perspe- tiva poderá ser ultrapassa- da, atendendo a que, até abril, durante a época baixa, o rio Douro regista um nú- mero de passageiros signifi- cativamente superior ao es- timado, com um movimen- to de mais de 180 mil turis- tas, dos quais cerca de 20 mil entre albufeiras e cerca de 160 mil na mesma albu- feira”, revela Nuno Araújo. Aliás, este ano entrou em operação um novo operador de navio hotel, o Douro Cruises Shipping Com- pany, em acréscimo aos quatro que já operavam na via navegável do Douro. Em termos de carga, foi es- timado um movimento de 35 mil toneladas para este ano, um valor que também poderá ser ultrapassado face ao lançamento do concurso público para a concessão do Porto Comercial de Sardou- ra (Castelo de Paiva). A ex- portação de granito será o foco principal.� Embarcações levantam ferro a toda a velocidade 101 SABER MAIS operadores marítimo-tu- rísticos licenciados pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Estes operadores possuem um total de 210 embarcações: 26 navios-hotel, nove em- barcações de grande porte, 150 de pequeno porte e 25 barcos rabelos. 180 mil passageiros navegaram no rio Douro entre janeiro e abril deste ano. Destes, cerca de 20 mil passearam entre albufeiras e 160 mil ficaram-se por pequenas deslocações, junto às mar- gens do Porto e de Gaia. Jornal de Notícias6 NACIONAL 27 de maio de 2022 N A CI O N A L DIRETAS Nem Luís Monte- negro, nem Jorge Moreira da Silva: mais de metade dos portugueses não tem opi- nião sobre qualquer dos dois candidatos à liderança do PSD, segundo um estudo da Aximage para JN/DN/TSF. Uma situação que se pode dever à fraca mediatização da campanha das diretas de amanhã. A candidatura do ex-ministro reconhece o problema da mediatização e admite ter sido prejudicada. Já a do ex-líder parlamentar desvaloriza e considera que a mensagem chegou a quem interessa: os militantes. Segundo o estudo da Axi- mage, feito com base em 805 entrevistas de norte a sul do país e ilhas, 58% dos inquiridos manifestaram não ter qualquer opinião so- bre qual dos dois candidatos nas diretas será o melhor su- cessor de Rui Rio na lideran- ça dos sociais-democratas. Uma percentagem que atin- ge os 62% nos arquipélagos, os 68% no eleitorado femi- nino e os 62% na faixa etá- ria entre os 18 e os 34 anos. FALTA DE MEDIATIZAÇÃO “Quanto mais mediatismo tivéssemos, mais votos al- cançaríamos. A falta de me- diatismo na campanha pre- judicou-nos”, admite Car- los Eduardo Reis, recordan- do que Jorge Moreira da Sil- va partiu para o terreno com atraso face ao seu ad- versário, que já estava em campanha e foi candidato Candidatos à liderança do PSD não provocam entusiasmo no eleitorado do país nas diretas de 2020. “Uma coisa é um atraso de sema- nas, outra é recuperar um atraso de anos. É natural que tenha feito uma série de contactos, os tais almo- ços e jantares”, refere o di- retor da campanha do ex- -ministro do Ambiente, acreditando, contudo, que “os militantes são compe- tentes para decidir qual é o melhor protagonista para esta travessia de quatro anos” que o PSD enfrenta. E é precisamente com base no universo eleitoral das diretas de sábado que a candidatura de Luís Monte- negro desvaloriza a fraca mediatização da campanha e o seu impacto junto dos portugueses, em geral. “A campanha é sobretudo dirigida aos militantes e es- ses foram todos contacta- dos. Luís Montenegro este- ve em todos os círculos elei- torais. O universo eleitoral está perfeitamente esclare- cido”, sustenta Carlos Coe- lho, diretor da campanha do ex-líder parlamentar. AUSÊNCIA DE DEBATES Numa campanha morna, apenas aquecida pela ausên- Resultados das eleições diretas INFOGRAFIA JN EleitoresData da eleição Op os iç ão ELEITO Manuela Ferreira Leite 31 mai 2008 Votantes VENCEDOR Vencido 77 090 45 592 (59,14%) Manuela Ferreira Leite 17 278 (37,9%) Pedro Passos Coelho 14 160 (31,06%) Pedro Passos Coelho 3 mar 2012 53 270 21 412 (40,2%) Pedro Passos Coelho 20 266 (94,65%) GO VE RN O 25 jan 2014 46 430 19 711 (42,45%) Pedro Passos Coelho 17 711 (88,89%) Op os iç ão 5 mar 2016 50 518 23 422 (46,36%) Pedro Passos Coelho 22 276 (95,11%) Op os iç ão 26 mar 2010 78 094 51 748 (66,26%) Pedro Passos Coelho 31 671 (61,2%) Paulo Rangel 17 821 (34,44%) Rui Rio Op os iç ão Luís Filipe Menezes 28 set 2007 63 042 39 353 (62,42%) Luís Filipe Menezes 21 101 (53,62%) Luís Marques Mendes 16 973 (43,13%) Op os iç ão AMANHà 44 366 Op os iç ão Luís Marques Mendes 5 mai 2006 55 486 20 713 (37,33%) Luís Marques Mendes 18 832 (90,92%) Op is iç ão 13 fev 2018 70 692 42 655 (60,34%) Rui Rio 22 728 (54,15%) Santana Lopes 19 224 (45,85%) 27 nov 2021 18 jan 2020 (2.ª volta) 46 628 32 585 (69,88%) Rui Rio 17 139 (53,47%) Luís Monte- negro 14 978 (47,53%) 46 664 36 476 (78,16%) Rui Rio 18 852 (52,43%) Jorge Moreira da Silva ou Luís Montenegro Paulo Rangel 17 106 (47,57%) NOTA: em 2008 concorreram também Santana Lopes (13 475 votos - 29,6%) e Patinha Antão (308 votos - 0,68%); em 2010 concorreram ainda José Pedro Aguiar-Branco (1769 votos - 3,42%) e Castanheira Barros (138 votos - 0,27%); em 2018 concorreu também Pinto Luz (3030 - 9,55%) Op os iç ão Mais de metade dos inquiridos de um estudo para JN, DN e TSF sem opinião sobre Montenegro ou Moreira da Silva Hermana Cruz hermana.cruz@jn.pt cia de debates televisivos, Carlos Coelho admite: “Era desejável que tivesse havi- do debates”. Mas refere que seriam mais benéficos para Jorge Moreira da Silva por- que lhe poderiam dar “pro- jeção em locais onde não conseguiu ir”. Na sondagem feita pela Aximage para JN/DN/TSF, apenas 24% dos inquiridos admitem que votariam, em legislativas, num PSD lide- rado por Jorge Moreira da Silva. Já 41% votariam num PSD de Luís Montenegro. “Não haver debates é trair a essência da política. Além de que mediatizariam a campanha. Perdemos essa oportunidade”, contrapõe Carlos Eduardo Reis. O fraco entusiasmo moti- vado pelos dois candidatos à sucessão de Rui Rio – que foi reeleito líder do partido em novembro passado com 53% dos votos – torna-se mais evidente ao nível da abstenção, uma vez que 74% dos inquiridos não se manifestaram motivados para votar, em legislativas, com um PSD liderado por Jorge Moreira da Silva ou Luís Montenegro. � PORMENORES Das 14 às 20 horas A 11.a eleição direta que vai escolher o 19.o presi- dente do PSD decorre amanhã, entre as 14 e as 20 horas, em 23 estru- turas do partido. Disputas a dois Esta será a quarta vez que as diretas vão ser disputadas entre dois candidatos: em 2007, entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes; em 2018, entre Rui Rio e Santana Lopes; em no- vembro de 2021, entre Rui Rio e Paulo Rangel. Congresso em julho Depois das diretas, os so- ciais-democratas reú- nem-se em congresso para eleger os órgãos na- cionais. O 40.o conclave realiza-se no Porto entre os dias 1 e 3 de julho. 44 366 Militantes aptos para votar É o universo eleitoral das diretas de amanhã, menos 2 298 militantes face às eleições de 27 de novembro pas- sado, que reelegeram Rui Rio com 52,4% dos votos. Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 NACIONAL 7 Luís Montenegro consegue, ainda assim, captar rostos próximos do líder e tem o apoio de quase todas as distritais Moreira da Silva cativa maioria dos apoiantes de Rui Rio Hermana Cruz hermana.cruz@jn.pt SOCIAIS-DEMOCRATAS Seis meses depois, duas candida- turas às diretas voltam a di- vidir o PSD entre aparelho e bases, com Jorge Moreira da Silva a colher mais apoios de notáveisdo partido e entre aqueles que sempre estive- ram com Rui Rio. Mas Luís Montenegro é esmagador junto das distritais e conse- gue atrair também persona- lidades conotadas com o lí- der dos sociais-democratas. A proximidade de Jorge Moreira da Silva com a fação de Rui Rio levou o vice-pre- sidente do partido, Salvador Malheiro, a vir a público ga- rantir, por três vezes, que não apoia qualquer candida- to. Mas também fez com que Ribau Esteves, autarca de Aveiro, que ponderou en- trar nesta corrida, assumis- se o desejo de o apoiar. São, porém, mais os nomes Ganhou protagonismo na liderança parlamentar do PSD, de 2011 a 2017, em particular no Governo de Passos Coelho. Em 2020, tentou destronar Rui Rio e forçou uma inédita segunda volta. da “máquina” que deu a vi- tória a Rui Rio nas diretas de 27 de novembro que estão ao lado do ex-ministro do Ambiente. É o caso de João Montenegro, Carlos Eduar- do Reis (diretor da campa- nha de Moreira da Silva), André Coelho Lima (vice de Rio), António Tavares, Joa- quim Miranda Sarmento (coordenador da moção) e a antiga líder do PSD Manue- la Ferreira Leite. “É uma mulher corajosa, mostrou essa coragem e esse desassombro como líder do PSD e membro do Gover- no”, disse Moreira da Silva, ao garantir o apoio da antiga titular das Finanças. DE MADURO A BALSEMÃO O ex-diretor da OCDE con- seguiu ter também ao seu lado nomes de notáveis como o de Francisco Pinto Balsemão (militante n.o 1, fundador do partido e seu mandatário nacional), além do passista Miguel Poiares Maduro, que coordenou a moção de Paulo Rangel nas diretas de 2021. O ex-ministro conta ainda com Carlos Costa Neves (ex- -apoiante de Rangel), Silva Peneda, Fernando Negrão, Ângelo Correia e João Bosco Mota Amaral. COM AÇORES E MADEIRA Mas são poucas as bases que escolheram ficar ao lado de Jorge Moreira da Silva. A es- magadora maioria das distri- tais (15 em 19) estão com Luís Montenegro, incluindo as que reúnem maior núme- ro de militantes aptos a vo- tar amanhã, como Porto, Braga, Lisboa, Aveiro, Viseu, Leiria e Coimbra. O ex-líder parlamentar tem também consigo as es- truturas dos Açores e da Ma- deira, atraindo nomes como Alberto João Jardim, Miguel Albuquerque (que é o seu mandatário nacional) e José Manuel Bolieiro. Montene- gro cativou, inclusive, ros- tos próximos de Rui Rio, como o do cabeça de lista por Portalegre na legislativas de janeiro, João Pedro Luís, que é o seu mandatário da juven- tude, além de Clara Marques Mendes. Com o antigo eurodeputa- do Carlos Coelho como dire- tor de campanha, Montene- gro foi buscar ainda apoios à fação de Rangel, como o de António Leitão Amaro. � Luís Montenegro Ex-líder parlamentar PSD 49 anos Advogado Alberto João Jardim Ex-presidente Governo Regional da Madeira José Manuel Bolieiro Presidente do Governo Regional dos Açores Assunção Esteves Ex-presidente da Assembleia da República António Leitão Amaro Ex-deputado Miguel Albuquerque Presidente do Governo Regional Madeira Estreante em diretas, o ex-ministro do Ambiente é especialista em alterações climáticas, energia e desenvolvimento sustentável. Em abril, demitiu-se do cargo de diretor da OCDE. Jorge Moreira da Silva Ex-diretor da OCDE 51 anos Engenheiro eletrotécnico Miguel Poiares Maduro Ex-ministro do Desenvolvimento Regional Ângelo Correia Ex-ministro da Administração Interna João Bosco Mota Amaral Ex-presidente do Parlamento Fernando Negrão Ex-líder do grupo parlamentar Manuela Ferreira Leite Ex-ministra das Finanças e ex-líder do PSD Jornal de Notícias8 27 de maio de 2022NACIONAL VOOS Rui Moreira defendeu que a Iberia é uma boa alter- nativa para o Norte quando a TAP “acha que o Porto é mau negócio”. Aproveitou para recordar o compromis- so do ministro Pedro Nuno Santos de que haverá verbas para “o incremento de rotas diretas estratégicas”, cujo es- tudo está em curso, esperan- do ter “muito rapidamente voos diretos para os EUA com frequência pelo menos diária”. Já Eduardo Vítor Ro- drigues, líder do Conselho Metropolitano do Porto, acusou o Turismo de Portu- gal (TP) de tratar este assun- to de forma “leviana” e criti- cou o “ato falhado”. As reações surgiram após o JN ter noticiado que o presi- dente do TP, Luís Araújo, in- centivou a região a apostar na Iberia como parceiro es- tratégico e em Madrid en- quanto aeroporto de ligação internacional, em vez de es- Carla Soares, Carla Sofia Luz e Miguel Amorim sociedade@jn.pt Em causa declarações do presidente do Turismo de Portugal a incentivar a região a apostar na Iberia e a esquecer a TAP INFÂNCIA As crianças que nasceram após 1 de setem- bro de 2021 vão poder ter acesso a creche gratuita a partir do próximo ano leti- vo, desde que tenham lugar numa creche do setor soli- dário com acordo de coope- ração. Após algumas incer- tezas e indefinições – e de- pois de reuniões ocorridas durante esta semana entre o Governo, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) e União das Misericórdias Portuguesas – foi ontem co- nhecida uma das condições para o acesso às vagas do se- tor social solidário. “Está decidido que, a par- tir de 1 de setembro, as crianças que nasceram de 1 de setembro de 2021 para cá terão acesso à creche gratui- ta nas instituições que coo- peram com o Estado”, adiantou o presidente da CNIS, padre Lino Maia, sem concretizar de quantos lu- gares estamos a falar. AJUDAR NA INTEGRAÇÃO “Penso que esta medida é, de facto, muito importante, até porque a creche, embo- ra não esteja enquadrada no sistema educativo, é uma forma de ir integrando as crianças, pondo-as em con- tacto umas com as outras, e de ir dando perspetivas. Quanto mais cedo as come- çarmos a integrar no siste- ma educativo e de proteção social, mais estaremos a apoiar um futuro melhor para todos”, afirmou. Até então subsistiam dú- vidas sobre a medida. Desi- gnadamente, sobre se esta seria destinada apenas a crianças até um ano ou para todas as que entrem em se- tembro pela primeira vez numa creche, independen- temente da idade, como dis- se ao JN a dirigente da CNIS Filomena Bordalo.� A.C.C. Medida de apoio às famílias entra em vigor a 1 de setembro Creches gratuitas para bebés de um ano só na rede solidária Moreira vê na Iberia boa alternativa e Eduardo Vítor critica ato “leviano” Turismo de Portugal assume a aposta nos espanhóis. Porto diz que TAP encara região como “um mau negócio” D A N IE L G A R R ID O /G E TTY IM A G E S perar pela TAP. Em comuni- cado, o TP assumiu o traba- lho feito com a Iberia que visa “tornar ainda mais atra- tivos os destinos de Porto e de Lisboa” para quem faz li- gação em Espanha, mas re- cordou o papel “crucial” da TAP, com quem “há ainda muito trabalho a fazer”. “DESINVESTIMENTO DA TAP” Para Moreira, “se a TAP não pode oferecer maior fre- quência de voos diretos, é normal que o Porto olhe para outros operadores e que estes olhem para o Por- to”. Sobre a reunião em que esteve a vereadora do Turis- mo, referiu que Luís Araújo retratou “um forte desin- vestimento da TAP relativa- mente ao Aeroporto Fran- cisco Sá Carneiro”. E “terá dito que temos de olhar às alternativas, que é aquilo que temos feito”. “A notícia é boa. Não fiquei zangado, nem vejo que exis- ta polémica”, registou Mo- reira porque, quando a TAP “acha que o Porto é mau ne- gócio, felizmente há outros para quem é bom”. Porém, para Eduardo Vítor Rodrigues, “não compete” ao TP “assumir uma espécie de externalização de um se- tor tão importante”. E “não é o Turismo de Espanha”, reagiu, criticando o “ato fa- lhado” que não corresponde “à perceção do que são as pes- soas do Norte”. “A perspeti- va é sempre incisiva, mas construtiva, de encontrar uma solução agora que a TAP é pública”, contrapôs. “CONVERSA DE CAFÉ” A seu ver, o TP “não pode, em nome dos interesses do país, invocarninguém: nem a Ibe- ria nem a Air France”. Deve, sim, “diagnosticar, o que si- gnifica reconhecer que a TAP está a incumprir”. O líder metropolitano diz ainda que “o TP tem andado muito fugido” neste debate. “E, na primeira vez que fala, é com leviandade”. “Pare- ceu-me mais uma conversa de café”, atacou, atribuindo- -lhe “um erro crasso”. Tendo em conta que “a Iberia incluiu recentemen- te os destinos de Porto e Lis- boa no seu programa”, o TP destacou ontem que “tem sido desenvolvido um traba- lho no sentido de tornar ain- da mais atrativos estes des- tinos para os passageiros que fazem ligação em Espanha”. E “o mesmo se passa com o programa ‘stopover’ da TAP com quem o TP tem traba- lhado no sentido de aumen- tar a sua atratividade e im- pacte para todos os aeropor- tos nacionais”. A TAP é “essencial para o se- tor em todo o território na- cional” e “como parceiro es- tratégico do TP”. Mas “há ain- da muito trabalho a fazer no longo caminho que percorre- mos juntos, sendo indiscutí- vel que a TAP desempenha um papel crucial na conecti- vidade e acessibilidade ao destino Portugal”. Entretanto, numa entre- vista ao “Eco”, o presidente da Ryanair, Michael O’Leary, acusou o Governo de querer vender a TAP à Iberia.� A bancada do PSD re- quereu a audição do presidente do Turismo de Portugal, Luís Araú- jo, junto da comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, por “afir- mações desconcertan- tes” que “contrariam em absoluto a posição oficial do Governo”. Pede urgência face à relevância das suas de- clarações na estratégia da TAP e porque arran- cam na próxima sema- na audições “aos sindi- catos, bem como à CEO da companhia e ao pre- sidente do Conselho de Administração”. PSD quer líder do Turismo no Parlamento OPOSIÇÃO DELIBERAÇÃO A Entidade Reguladora para a Comuni- cação Social (ERC) deu “provimento parcial” a um recurso do empresário Mar- co Galinha, contra a publi- cação Esquerda.net, invo- cando a “denegação ilegíti- ma” de um direito de res- posta e retificação. “Tendo apreciado um re- curso de Marco Galinha” contra a Esquerda.net, “in- vocando a denegação ilegí- tima de um direito de res- posta e retificação relativo a uma notícia divulgada por aquele periódico em 01 de março de 2022 sob o título ‘Mariana Mortágua mostra ligações do dono da Global Media a oligarca russo’, o Conselho Regulador delibe- ra reconhecer provimento parcial ao recurso interpos- to pelo recorrente”. RESPOSTA REFORMULADA A ERC informa Marco Gali- nha que, “caso mantenha interesse na publicação do seu texto de resposta e reti- ficação, deverá proceder à reformulação do mesmo em estrita conformidade com os reparos assinalados na presente deliberação, a saber, expurgando os tercei- ro e quarto parágrafos do ponto 1 e todo o ponto 2 do texto original”. O Conselho Regulador acrescenta ainda que, “caso o recorrente reformule o seu texto em conformidade com o ponto anterior, deverá o periódico recorrido [Esquer- da.net] assegurar a publica- ção gratuita desse mesmo texto, feita com o mesmo re- levo e apresentação do artigo que lhe deu origem, de uma só vez, sem interpolações nem interrupções, devendo essa publicação ocorrer igual- mente na página principal do periódico recorrido e aí permanecer, em destaque, por um período de um dia”.� Em causa a “denegação ilegítima” do direito de resposta ERC dá “provimento parcial” a recurso de Marco Galinha Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 9 PUBLICIDADE Jornal de Notícias10 27 de maio de 2022NACIONAL Impactos psicossociais e económicos da covid penalizaram mais os jovens Estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos alerta para “face oculta” da pandemia. Identificada tripla desigualdade: económica, social e política DIGITALIZAÇÃO Mais do que pandemia, sindemia. Com impactos ao nível económi- co, social e político. Agra- vando o fosso das desigual- dades. Com um impacto “inesperado” sobre os jo- vens. “O Portugal pandémi- co não é um país para jo- vens”. Uma das principais conclusões do estudo “Um novo normal? Impactos e li- ções de dois anos de pande- mia”, promovido pela Fun- dação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) e coordena- do por Nuno Monteiro e Carlos Jalali. Em debate, hoje e amanhã, em Lisboa, no encontro “Outra vez nunca mais”. Do ponto de vista laboral, este efeito nos mais jovens decorre, por um lado, expli- cam os investigadores, de contratos precários e, por outro lado, de uma maior concentração em setores di- retamente encerrados ao Joana Amorim jamorim@jn.pt Jovens penalizados pela precariedade: em 2021 havia mais 20 mil desempregados abrigo das medidas restriti- vas para conter a pandemia. No final de 2021, notam, “entre os mais jovens, havia cerca de mais 20 mil inscri- tos” no Instituto do Empre- go e Formação Profissional face a 2019. Já a penalização psicosso- cial mede-se em números: “Um em cada dez jovens re- fere que passou a consumir calmantes” e “um em cada dez diz que sofreu alterações no consumo de tabaco e ál- cool”. Revelando ainda “menor sentimento de bem-estar, menor satisfação com a vida e mais níveis de depressão, ansiedade e stres- se durante o período da pan- demia”. DESCRENTES NO GOVERNO Acresce uma desigualdade política, que se agravou nes- tes dois anos pandémicos. Apresentando os jovens “menores índices de con- fiança no Governo e na ciên- cia”. Sendo que, explica ao JN Carlos Jalali, “o sistema político tende a ser menos responsivo às pessoas que participam menos”. Conforme vincam no es- tudo, “o impacto nos jovens é um aspeto central, e até agora negligenciado”. Uma “face oculta da pandemia” que, defende o professor e investigador da Universida- de de Aveiro, “obriga a pen- sar na resposta a dar para que esta marca não deixe cicatri- zes no futuro”. TRIPLA DESIGUALDADE A tripla desigualdade gerada pela pandemia – económica, social e política – “agravou o fosso” já existente e é outra das dimensões relevadas pe- los investigadores. “É abso- lutamente vital assegurar mecanismos de recupera- ção”, frisa o coordenador do estudo. A terceira dimensão pren- de-se com “a monitorização, planificação e desenvolvi- mento da capacidade do Es- tado para responder a crises como a pandemia”. E, aí, afirma Carlos Jalali, “a res- posta à pandemia, em larga medida, foi dada através de estruturas informais e ad hoc”. Sendo por isso “impor- tante assegurar que as aprendizagens adquiridas não se perdem e desenvol- vemos competências que são permanentes em estru- turas administrativas para fazer face a novas pande- mias”, defende. Numa última dimensão, a evidente “necessidade de maior coordenação e coope- ração internacionais”. De, como Carlos Jalali gosta de dizer, “olhar para a Terra como um só país”. Se assim tivesse sido, acredita, “tería- mos tido uma pandemia mais curta”. Tanto mais que, como lembram nas conclu- sões do estudo citando Eins- tein, “a política é mais difícil do que a física”. � M IG U E L PE R E IR A /G LO B A L IM A G E N S Gabinete de apoio à vítima já está a funcionar Segue-se Código de Conduta e reforço da prevenção, diz Faculdade de Direito de Lisboa ASSÉDIO O prometido gabi- nete de apoio à vítima da Fa- culdade de Direito da Uni- versidade de Lisboa (FDUL), na sequência da divulgação de um relatório com 51 quei- xas de assédio sexual e mo- ral, começou ontem a fun- cionar. Os passos seguintes, revela a diretora Paula Vaz Freire em comunicado, se- rão a elaboração de um Có- digo de Conduta e ações de prevenção. O referido gabinete asse- gurará apoio jurídico – ten- do sido indicado pela Or- dem dos Advogados o anti- go bastonário Rogério Alves –, e psicológico e emocional pela psicóloga Susana Lou- renço. A FDUL garante “que toda a orientação e apoio serão prestados em absoluta confidencialidade por profissionais externos à Faculdade”. Aquela escola da Universi- dade de Lisboa explicaque o apoio jurídico não servirá “como apoio ou patrocínio em fases posteriores” e que o apoio psicológico “não se destinará a assegurar ou substituir intervenções te- rapêuticas complexas ou de longa duração”. Com o gabinete a funcio- nar, a FDUL trabalhará ago- ra na elaboração de um Có- digo de Conduta e Boas Prá- ticas “complementar ao Có- digo da Universidade de Lis- boa”. Apostando “no refor- ço da divulgação de infor- mação e de ações de preven- ção”, como sejam ações de formação online destinadas a docentes e discentes. Recorde-se que, além da- quelas 51 queixas, a FDUL, posteriormente, abriu três inquéritos na sequência de outras denúncias. ��J.A. Há 58 casos de varíola dos macacos, DGS pondera vacinação Maioria em Lisboa e Vale do Tejo. Norte e Algarve também têm SURTO A Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que foram confirmados mais nove casos de infeção huma- na pelo vírus Monkeypox, somando-se um total de 58 casos. Todas as infeções são em homens entre os 23 e os 61 anos. A autoridade de Saú- de avalia a vacinação de con- tactos dos casos confirmados e de profissionais de saúde. A região de Lisboa e Vale do Tejo concentra a maioria das infeções, mas há também re- gisto de doentes nas regiões Norte e Algarve. Aos jornalistas, o secretário de Estado Adjunto e da Saú- de, Lacerda Sales, confirma a existência de um “movi- mento de aquisição euro- peia” de vacinas contra a va- ríola, prevendo-se uma “dis- tribuição de acordo com as pretensões de Portugal”. De qualquer forma, o país não espera receber uma quanti- dade elevada. “Esperemos que não seja uma quantidade muito grande, que seja uma quan- tidade relativamente peque- na, porque vamos esperar que, do ponto de vista de au- todelimitação da própria epi- demia, os casos não justifi- quem” mais vacinas. A DGS está a avaliar a ne- cessidade de imunizar os ca- sos confirmados e os profis- sionais de saúde. Enquanto não houver decisão da auto- ridade de saúde pública, La- cerda Sales diz que “a deci- são política é de não vacinar para já”. � Homenagem Os meses de investigação vertidos agora em 340 páginas são uma home- nagem a Nuno Monteiro, “um académico de repu- tação internacional, pro- fessor na Universidade de Yale e com raras qualida- des humanas”, precoce- mente falecido no ano passado, substituído na coordenação por Carlos Jalali. Trabalho de campo Entre várias fontes, o es- tudo suporta-se num in- quérito de opinião à po- pulação feito em duas va- gas. Na primeira, entre 16 de março e 20 de maio de 2021, com 3463 entrevis- tas. Na segunda, entre 6 de setembro e 25 de outu- bro do ano passado, com a reinquirição de metade da primeira amostra. SABER MAIS Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 NACIONAL 11 Instituições de apoio a idosos e saúde com falta de pessoal devido ao elevado número de isolamentos por covid-19. Pico da sexta vaga pode já ter passado Aumento de infetados leva a reativar apoio para lares Ana Correia Costa sociedade@jn.pt PANDEMIA Com o aumento de surtos de covid-19 em la- res, o Governo anunciou, ontem, que irá reativar a Medida Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamen- tos Sociais e de Saúde (MA- REESS) para fazer face à fal- ta de recursos humanos nas instituições devido a infe- ção ou isolamento. Até ao dia 9, o Ministério da Saúde vai anunciar o plano de va- cinação para o outono. Para já, mantêm-se as me- didas em vigor e não são im- plementadas outras, uma vez que “o pico [da nova vaga de covid] já terá passa- do”, admitiu a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, após o Conselho de Ministros, indicando ainda que ficou decidido prolon- gar a declaração da situação de alerta até 30 de junho. Durante a sessão de abertu- ra do debate “Pós-pandemia, Recuperação e Resiliência do Pilar Social em ano de des- centralização de competên- cias”, que decorreu em Gaia, a ministra do Trabalho, Soli- dariedade e Segurança So- cial, Ana Mendes Godinho, que participou por videocon- ferência, lembrou que o MA- REESS já abrangeu “mais de 30 mil pessoas”, e anunciou a reativação do programa, porque, “neste momento, muitas pessoas não podem trabalhar por terem covid”. “Espero que na próxima semana as instituições já possam recorrer ao MA- REESS”, avançou a gover- nante, que considera o pro- grama “excecional para re- cursos humanos”. 80 QUEREM AÇÃO SOCIAL Ana Mendes Godinho real- çou também que “a descen- tralização da Ação Social surge no momento certo”, e alertou para a necessida- de de se “conseguir respos- tas de proximidade”. Se- gundo a ministra, 80 muni- cípios já aderiram. “Temos um ‘delay’ de tempo para que os municípios possam implementá-la a partir de 2023”, referiu a governan- te, que salientou a “neces- PUBLICIDADE Lares e IPSS enfrentam vaga de falta de pessoal LE O N E L D E C A STR O /G LO B A L IM A G E N S sidade de combater a pobre- za infantil”. O padre Lino Maia, que preside à Confederação Na- cional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), lembrou que “uma das es- tratégias para combater a pobreza “hereditária” é apostar na educação, que deve começar o mais cedo possível”. O responsável sublinhou ainda que “têm de ser adotadas outras me- didas de apoio à natalidade”. “É importante que haja uma aposta muito grande não apenas no aumento do salário mínimo mas, tam- bém, no salário médio, em que tem havido estagnação. Sabemos que é importante dotarmos as pessoas de 193 surtos ativos Há atualmente 193 surtos de covid-19 em lares em Portugal, referiu o padre Lino Maia, da CNIS. Menos 500 sem-abrigo Segundo o gestor da Estra- tégia Nacional para a Inte- gração das Pessoas em Si- tuação de Sem-abrigo, Henrique Joaquim, saíram das ruas cerca de 500 pes- soas em 2020. OUTROS DADOS meios para terem filhos e para os criarem. Essa é uma medida fundamental. E também a conciliação entre a vida familiar e profissio- nal”, concretizou. O presidente do Conselho Económico e Social afirmou que existe “um problema de salários”: “Os nossos salá- rios médios são muito bai- xos”, reforçou Francisco As- sis, apontando também o “problema seríssimo de ha- bitação em Portugal, que te- mos de enfrentar”. � Jornal de Notícias12 27 de maio de 2022NACIONAL “Rolo compressor” do PS veta propostas da Oposição PSD acusa socialistas de exercerem “poder absoluto”, partido do Governo diz que aprovou “mais de 100” projetos. PAN e Livre vão abster-se hoje ORÇAMENTO O PSD acusou ontem o PS de ter recorrido ao “rolo compressor do po- der absoluto” para rejeitar quase todas as propostas de alteração ao Orçamento do Estado (OE) feitas pela Oposição. Os socialistas dis- seram ter aprovado “mais de 100” medidas, mas não escaparam às críticas que lhes foram dirigidas da Es- querda à Direita. No último dia da discussão do OE na especialidade, o PS chum- bou propostas como a atua- lização dos escalões do IRS à taxa de inflação ou o alarga- mento da gratuitidade das creches. PAN e Livre vão abster-se na votação final global de hoje. No final do debate, o de- putado Jorge Paulo Olivei- ra, do PSD, lamentou que o PS não tenha aprovado mais propostas sociais-de- mocratas. O parlamentar considerou que os socialis- tas fizeram uso do “rolo compressor do poder abso- luto” para “imporem a sua vontade”, criticando tam- bém a elevada carga fiscal: “Para um Governo que se diz de Esquerda, este facto devia ser motivo de vergo- nha”, referiu. João Vasconcelos e Sousa joao.f.sousa@jn.pt O PSD só conseguiu fazer aprovar três propostas na especialidade, a que se so- maram outras quatro do PSD-Madeira. Entre estas últimas conta-se o prolon- gamento, até dezembro de 2023, do prazo para emissão de licenças para operar na Zona Franca do arquipélago. IRS E CRECHES GRATUITAS Mais à Direita, o Chega la- mentou não ter conseguido aprovar nenhum dos 309 projetos que entregou. O lí- der da bancada, Pedro Pinto, afirmou que, enquantoo PS tenta fazer crer que elabo- rou um “OE das maravi- lhas”, há quem espere “mais de mil dias” por uma consulta. Já para Rodrigo Sa- raiva, líder parlamentar da IL, “ficou claro que a espe- cialidade do PS não é dar condições para os portugue- ses recuperarem” da crise. A líder da bancada do PCP, Paula Santos, acusou os so- cialistas de se “subjuga- rem” às regras da União Eu- ropeia e à redução do défi- ce, responsabilizando o par- tido pelo “agravamento das condições de vida” em Por- tugal. Mariana Mortágua, do BE, disse que o país terá “um OE do ‘não podemos viver acima das nossas pos- sibilidades’”, falando em “corte de rendimentos” e colando o PS a um regresso aos tempos de austeridade. Jamila Madeira, do PS, de- fendeu-se dizendo que as prioridades do partido pas- sam pelas “contas certas e pela credibilidade interna- cional”. A deputada lem- brou que os socialistas fize- ram aprovar “mais de 100” propostas, embora essa con- tagem inclua os projetos do PS – que eram cerca de 60 e receberam todos luz verde. O último dia de votações na especialidade ficou mar- cado pelo chumbo (pelo PS, com abstenção de Chega e Livre) de uma proposta do PSD para atualizar os esca- lões do IRS à taxa de infla- ção. O deputado laranja Ale- xandre Simões referiu que a rejeição do diploma leva- rá a “uma enorme perda de poder de compra” devido ao “brutal aumento do IRS”. Os socialistas também re- jeitaram o alargamento da gratuitidade das creches, propostas avocadas a plená- rio por PCP e PSD. O social- -democrata Nuno Carvalho afirmou que, se o PS não ti- vesse prometido creches gratuitas antes das legisla- tivas, seria “muito provável que uma grande parte dos deputados socialistas não tivesse sido eleita”. � Défice reaparece em abril, segundo mês com guerra Expurgando o efeito da pandemia, o saldo melhorou em 528 milhões de euros face a 2019 APURAMENTO Até março, o saldo das contas públicas foi excedentário, mas em abril as contas já começaram a re- fletir as primeiras dificulda- des impostas pela guerra (na Ucrânia, desde 24 de fe- vereiro) e pela subida em flecha da inflação (de 5%, em março, para mais de 7%, em abril). Assim, o ministério de Fernando Medina deu con- ta, esta quinta-feira, de um défice acumulado de 782 milhões de euros nos pri- meiros quatro meses deste ano. No primeiro trimestre, as contas tinham registado um excedente acumulado (de janeiro a março) no va- lor de 672 milhões de euros. CUSTO DO AUTOVOUCHER Mas as pressões inflacionis- tas começaram a subir de forma significativa. Por exemplo, o programa Auto- voucher (para compensar a subida do custo dos com- bustíveis) custou 30 mi- lhões de euros até abril. O Governo avançou então para uma medida de maior alcance, a redução do ISP (equivalente a uma descida do IVA para 13% na ener- gia). Esta medida entrou em vigor em maio e deve pro- longar-se até final de junho, devendo gerar uma despesa fiscal bastante elevada. Numa nota enviada às re- dações, o gabinete de Medi- na diz que “a execução orça- mental em contabilidade pública registou um défice de 782 milhões de euros em abril de 2022, evidenciando uma melhoria [aumento do saldo] de 4272 milhões de euros face aos primeiros quatro meses de 2021”. A discrepância é enorme já que foi nesse “momento que a atividade económica foi fortemente afetada por um confinamento geral” devido ao agravamento da pandemia e da mortalidade no início de 2021. Mas, “tendo por compara- ção o mesmo período de 2019, de forma a expurgar o efeito base causado pela pandemia, o saldo melho- rou [aumentou] em 528 mi- lhões de euros”, notam as Finanças. Segundo a mesma fonte, a evolução nestes primeiros quatro meses de 2022 “tra- duz a melhoria da atividade económica e do mercado de trabalho, bem como a redu- ção dos encargos associados às medidas de prevenção e combate da covid-19, em face da melhoria verificada na situação pandémica”. “Assim, a receita cresceu face a 2021 (+15%) e obser- vou-se uma ligeira redução da despesa (-1,8%). Excluin- do o efeito da despesa asso- ciada à covid-19, a despesa primária cresceu 2,1% em termos homólogos”. � Fernando Medina, ministro das Finanças JO SÉ SE N A G O U Là O /LU SA Chega e PAN voltaram a desentender-se du- rante o debate, desta vez devido às touradas. O líder da bancada da extrema-direita, Pedro Pinto – que defendia a descida do IVA da tau- romaquia –, acusou a deputada animalista Inês Sousa Real de ser “hipócrita” por se im- portar mais com os touros do que com a morte de polícias. A de- putada solicitou a defe- sa da honra, figura que permite aos deputados protegerem o seu bom- nome. Num primeiro momento, o presiden- te do Parlamento, San- tos Silva, disse que isso teria de aguardar pelo fim dos trabalhos; con- tudo, PS e BE intervie- ram e convenceram-no a deixar Sousa Real de- fender-se na hora. Chega e PAN em conflito devido às touradas EPISÓDIO Luís Reis Ribeiro luis.ribeiro@dinheirovivo.pt Votação final global do Orçamento do Estado decorre hoje no Parlamento M A N U E L D E A LM E ID A /LU SA Incentivos ao Interior Foi aprovada uma pro- posta do PS para dar be- nefícios fiscais às empre- sas que criem emprego no Interior do país. Apoio à infância Os partidos aprovaram, por unanimidade, um apoio de garantia para a infância que dará até 100 euros/mês às crianças em situação de pobreza. PAN e Livre PAN e Livre confirmaram que vão abster-se na vo- tação de hoje, após terem conseguido algumas con- quistas “importantes”. OUTROS DADOS Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 NACIONAL 13 José Varela Rodrigues jose.rodrigues@dinheirovivo.pt ANÁLISE Os presidentes executivos (CEO) das prin- cipais empresas cotadas na bolsa portuguesa auferiram, em média, 32 vezes mais do que os trabalhadores em 2021, concluiu a Deco Pro- teste numa análise aos salá- rios dessas companhias. Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, foi o gestor que mais rendi- mentos encaixou: 3,075 mi- lhões de euros, um valor que representa um cresci- mento de 19,3% face a 2020, de acordo com a nota enviada à Redação. Os ga- nhos do CEO da dona do Pingo Doce foi “262,6 vezes superior à média dos salá- rios dos restantes trabalha- dores da empresa, a qual de- tém a maior disparidade sa- larial” entre as organizações analisadas. A este valor so- mam-se mais 9,3 milhões de euros, que correspon- dem a uma contribuição ex- traordinária para o plano de pensões, segundo o Relató- rio de Governo da Socieda- de da Jerónimo Martins de 2021 (valor não entrou na análise da Deco Proteste). “No ranking da disparida- de”, como classifica a Deco, seguem-se a CEO do grupo Sonae, Cláudia Azevedo, que auferiu uma remunera- ção (1,6 milhões de euros) 77,4 vezes superior à dos trabalhadores do grupo; e Gonçalo Moura Martins, CEO da Mota-Engil, cujos rendimentos (848,7 mil eu- ros) totalizaram 73,3 vezes mais do que a média dos sa- lários dos restantes traba- lhadores da construtora. No entanto, os CEO que obtiveram os maiores ren- dimentos anuais, em 2021, foram Pedro Soares dos San- tos, Cláudia Azevedo e Mi- guel Stilwell d’Andrade, CEO do grupo EDP. Os ga- nhos deste último gestor as- cenderam a 2,23 milhões, 46,4 vezes mais do que o sa- lário médio dos trabalhado- res do grupo. Citado na nota enviada, João Sousa, coordenador da Proteste Investe, revista da Deco onde consta esta aná- lise, explica que os dados apresentados “ajudam a perceber as grandes dife- renças em matérias de re- muneração dos CEO em Portugal”. “Em teoria, a política de remunerações necessita do voto vinculativo dos acio- nistas. No entanto, a decla- ração sobre a política de re- munerações é, na prática e na maioria dos casos, muito vaga e não permite que seja votada, de forma individua- lizada, a remuneração dos membros do conselho de administração, ao contrário do que defendemos”, diz. � Pedro Soaresdos Santos, da Jerónimo Martins, lidera o “ranking da disparidade”, segundo a Deco Proteste CEO portugueses ganham 32 vezes mais que empregados Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins Em 2025, 12,6% dos carros ligeiros serão elétricos e híbridos Metade quer comprar um elétrico até 35 mil euros Acionistas devem votar João Sousa, da Proteste In- veste, considera “desejá- vel” que “a remuneração de cada administrador seja objeto de votação anual em assembleia geral de acionistas”. Fixar limites E que se fixe “um máximo para o rácio entre a remu- neração do presidente da comissão executiva e a mé- dia dos restantes trabalha- dores”. “Ainda que possa variar em função do setor de atividade, é necessário haver limites”, defende. SUGESTÕES AUTOMÓVEL As vendas dos carros elétricos e híbridos crescem, enquanto caem a pique no gasóleo: em 2017 representavam mais de 60% do total das vendas de veículos automóveis em volume e, em 2021, o peso caiu para cerca de 20% ape- nas. E é o acentuar desta tendência que revela o estu- do “As redes de retalho au- tomóvel em Portugal”, apresentado ontem pela As- sociação Automóvel de Por- tugal (ACAP), já que “um em cada dois consumidores afirma que o seu próximo carro será híbrido ou elétri- co” e cerca de 90% estão dis- postas a pagar, no máximo, 35 mil euros por uma viatu- ra elétrica – ainda que consi- derem gastar mais para usu- fruírem de tecnologia adi- cional, como conectividade, condução autónoma e en- tretenimento. Como referência, no que toca a preços, em Portugal, a oferta de carros elétricos co- meça nos 18 800 euros, no caso do Dacia Spring. Na Re- nault, nas gamas mais bai- xas do Twingo E-Tech e do ZOE, os preços começam nos 24 400 euros e 33 500, respetivamente. O Opel Corsa-e começa nos 30 560 euros, o Peugeot e-208 nos 29 220 euros e o Volkswa- gen ID3 nos 43 mil euros. Já um Tesla Model 3 é vendido a partir de 54 990 euros. MUDANÇA EM CURSO O inquérito elaborado por uma equipa do Instituto Su- perior de Economia e Ges- tão, da Universidade de Lis- boa, apurou que, no cenário mais favorável à eletrifica- ção, em 2025, o parque auto- móvel português de veícu- los ligeiros de passageiros será composto por 12,6% de carros elétricos e híbridos e por 87,4% a gasóleo e a gaso- lina (incluindo bi-fuel, mo- vidos também a GPL), evi- denciando a aposta em solu- ções mais verdes e tecnoló- gicas.��BRUNO CONTREIRAS MATEUS A FECHAR MERCADO O Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) consideram que o mercado de criptoativos ainda não coloca em cau- sa a estabilidade do sistema financeiro, mas admitem preocupação crescente. O administrador do BdP, Luís La- ginha de Sousa, disse que “os criptoativos têm justifica- do um acompanhamento e uma preocupação crescen- te”. Já o administrador da CMVM, Rui Pinto, fala de um crescimento exponencial do mercado de criptomoedas nos últimos cinco anos, mas diz que o risco de causar ins- tabilidade financeira “está relativamente contido”. BdP e CMVM admitem preocupação relativamente às criptomoedas SAÚDE Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) sublinharam a ne- cessidade de reduzir as “desigualdades” no acesso às vacinas antialérgicas, terapia que concluíram ser “custo-efetiva” no trata- mento de crianças com asma alérgica a ácaros. Em Portugal, a asma afeta 6,8% dos indivíduos, per- centagem que aumenta si- gnificativamente nas crianças (7,2%). Investigação alerta para falhas no acesso a vacinas antialérgicas PARLAMENTO A Iniciativa Liberal (IL) entregou on- tem uma proposta de alte- ração ao Regimento da As- sembleia da República (AR) para permitir a audi- ção do primeiro-ministro nas comissões parlamen- tares sobre áreas da sua responsabilidade. Além deste objetivo, o líder par- lamentar da IL, Rodrigo Saraiva, explica que a pro- posta também quer o re- gresso dos debates quinze- nais com António Costa. IL quer alterar regimento da AR para ouvir Costa nas comissões INVESTIGAÇÃO A Associação pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto exigiu, no âmbito da subida da taxa de mortalidade materna, transparência nos dados estatís- ticos da assistência obstétrica e a divulgação pública da investigação às causas de cada ocorrência. O apelo sur- ge no seguimento de uma notícia do JN na passada ter- ça-feira, onde se avançou que a taxa de mortalidade ma- terna atingiu, em 2020, os 20,1 óbitos por 110 mil nasci- mentos, o nível mais alto dos últimos 38 anos, estando a Direção-Geral da Saúde a investigar. Associação quer transparência nos dados da assistência obstétrica Cláudia Azevedo, CEO da Sonae Gonçalo Moura Martins, CEO da Mota-Engil Jornal de Notícias14 27 de maio de 2022JUSTIÇA JU ST IÇ A Manuel Ferreira Presidente do Observatório de Segurança Interna A proposta de lei que foi aprovada ontem é uma boa solução? Acreditamos que possa ser um bom caminho. Se é a so- lução de perfeita, aí não so- mos tão otimistas, mas pos- sivelmente resolve a ques- tão constitucional. Que dados guardam as ba- ses de dados comerciais? As operadoras de telecomu- nicações conservam imen- sa informação que pode ser bastante útil e proveitosa para fins de investigação cri- minal. Desde o nome, o en- dereço, os números marca- dos, data a hora e a duração de uma comunicação, o pro- tocolo IP, dinâmico ou está- tico. É suficiente para satisfa- zer os interesses da inves- tigação criminal? A informação que consta das bases em questão será sempre mais uma ferra- menta de apoio à investiga- ção criminal e nunca o úni- co meio de investigação. Mas, sobretudo no âmbito de crimes no ciberespaço, pode ser crucial ter acesso a dados das operadoras de te- lecomunicações, como por exemplo, o serviço de Inter- net utilizado, a identifica- ção dos equipamentos utili- zados ou o identificador da célula no início da comuni- cação, bem como o IP. Quanto tempo é que as ba- ses de dados são guarda- das? As bases de dados que as operadoras usam para fins comerciais são guardadas durante um ano. ENTREVISTA “Pode resolver a questão constitucional” LEI O Governo já definiu a forma como quer contornar o acórdão do Tribunal Cons- titucional (TC) que decla- rou a inconstitucionalidade da Lei dos Metadados. Com base na proposta de lei apro- vada ontem pelo Conselho de Ministros, as polícias de investigação criminal pode- rão consultar informação das bases de dados que as operadoras de telecomuni- cações conservam unica- mente para fins comerciais. A ministra da Justiça, Ca- tarina Sarmento e Castro, garantiu que aquela solução teve anuência dos órgãos de polícia criminal. Mas, para o advogado da Deco – Associa- ção Portuguesa de Defesa do Consumidor, Luís Pisco, a informação que se encon- trava na base de dados de Investigação vai buscar metadados às bases comerciais acesso exclusivo às polícias não pode constar naquelas que são usadas pelas opera- doras para fins comercias. Se tal acontecer, o mais pro- vável é que a medida volte a ser considerada inconsti- tucional, defende. Até final de abril, os meta- dados dos portugueses, que incluem a localização, hora e destinatário de um telefo- nema ou o IP de um email enviado, eram guardados pelas operadoras em duas bases de dados. Uma utiliza- da pelas empresas para fatu- rar o serviço, e outra, mais completa, de consulta ex- clusiva das polícias durante uma investigação criminal. Nesta última, os dados eram conservados por um ano, mas o TC considerou isso violador da privacidade dos cidadãos. Segundo a ministra da Jus- tiça, a proposta de lei que o Governo vai enviar para ser apreciada e votada pela As- sembleia da República “muda o paradigma”. “Não vamos manter uma base de dados separada, com infor- mação conservada, durante um ano, para a exclusiva fi- nalidade da investigação cri- minal. Vamos aceder, sim, às bases de dados que as opera- dorasusam na sua atividade comercial”, explicou. A ministra acrescentou que esta solução nasceu da reflexão sobre a “jurispru- dência do TC e do Tribunal da Justiça da União Euro- peia”, efetuada pelo grupo de trabalho que reuniu vá- rios órgãos de polícia crimi- nal e a Procuradoria-Geral da República. “O que a juris- prudência nacional censu- rou foi que se construísse uma base de dados da qual constassem as informações de todas as pessoas para fins de investigação criminal. A jurisprudência não sancio- nou bases de dados para o exercício normal da ativida- de comercial”, referiu. CHUMBO CONSTITUCIONAL Luís Pisco tem dúvidas de que as bases de dados para fins comerciais guardem a mesma informação que constava da armazenada na lista de acesso exclusivo para investigação criminal. “Informação como o desti- natário, hora e local de onde é feito um telefonema não pode estar acessível a todos, e as bases de dados das ope- radoras são consultadas por todo o departamento co- mercial”, lembra. E se aquela informação privada estiver acessível, defende o advogado da De- co, a nova proposta de lei pode ser chumbada pelo Tri- bunal Constitucional. “Vio- la o princípio da proporcio- nalidade e a privacidade dos clientes”, sustenta.� Conselho de Ministros aprova proposta de lei para contornar acórdão do Tribunal Constitucional. DECO alerta para perigo de novo chumbo Roberto Bessa Moreira roberto.moreira@jn.pt Ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, explicou que solução legislativa nasceu da reflexão efetuada pelo grupo de trabalho que reuniu polícias e a Procuradoria- -Geral da República PORMENORES Dados essenciais Fontes policiais refe- rem, ao JN, que o acesso a metadados é essencial para o sucesso das inves- tigações, especialmente as que estão relaciona- das com cibercrimes. Localização Ainda não se sabe se as bases de dados usadas para fins comerciais pas- sarão a disponibilizar a localização de um tele- fonema e o IP de um email. Estes dados são fundamentais para a Po- lícia. Chumbo contornado O Observatório de Segu- rança Interna acredita que “o facto de ter caído a intenção de manter uma base de dados espe- cificamente criada para a investigação criminal ajuda a superar o chum- bo do TC”. Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 JUSTIÇA 15 Joaquim Gomes justica@jn.pt JULGAMENTO O vice-presi- dente da Câmara de Barce- los, Domingos Pereira, foi condenado ontem a perda de mandato no processo em que recebeu um envelope com dez mil euros para ar- ranjar “um emprego para a vida” a um ex-assessor, José Figueiredo. O Tribunal de Braga deu como provado um crime de corrupção pas- siva para ato ilícito, conde- nando também o arguido a pena de prisão de dois anos e dez meses, suspensa se pa- gar cinco mil euros a uma instituição particular de so- lidariedade social. A comerciante barcelense Maria José Figueiredo, que fez chegar o envelope a Do- mingos Pereira, foi conde- nada a um ano e meio de pri- são, pena igualmente sus- pensa. O dinheiro foi decla- rado perdido a favor do Es- tado. A juíza-presidente destacou “a gravidade deste tipo de crimes”, mesmo re- conhecendo que o autarca aceitou os dez mil euros, mas não satisfez o pedido. Domingos Pereira, antigo deputado, ex-autarca do PS e hoje vice-presidente elei- to como independente, res- pondia por crime de corrup- ção passiva. No seu primei- ro mandato (2009-2013) Fi- gueiredo foi secretário da Autarquia por nomeação pessoal de Domingos Perei- ra, não renovada no segun- do mandato. Em julgamento, o vice- -presidente assumiu ter re- cebido o dinheiro em 2016, mas não acedeu ao pedido de Maria Figueiredo. Justifi- cou que nunca devolveu os dez mil euros porque a sua família e a da mulher eram próximas e a eventual devo- lução seria constrangedora. E disse que até tinha combi- nado com os filhos que, se fosse vítima de fatalidade, não deveriam gastar aquele dinheiro e devolvê-lo. O envelope acabaria por ser encontrado num armá- rio da sua casa dois anos e meio depois, em buscas da PJ relacionadas com uma in- vestigação ao alegado favo- recimento de uma empresa de segurança e em que já são arguidos, entre outros, o ex- -presidente da Câmara Mi- guel Costa Gomes e a ex-ve- readora Armandina Saleiro. O autarca terá anotado no próprio envelope a data em que o recebera e o fim a que se destinava. A versão de Domingos Pe- reira foi corroborada, em julgamento, pelos seus dois filhos. Explicaram que Ma- ria José Figueiredo terá pos- to o envelope com dez mil euros dentro de um saco com peças de crochê desti- nadas à esposa. � JO A Q U IM G O M E S Condenado também a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, no caso do envelope com dez mil euros Perda de mandato para vice de Barcelos por corrupção Domingos Pereira deverá recorrer da condenação no Tribunal de Braga Homem que fugiu em contramão na VCI com apresentações diárias “Rei dos catalisadores” fica em liberdade Embate aconteceu na VCI MEDIDAS DE COAÇÃO O “Rei dos catalisadores”, detido após ter provocado um aci- dente quando circulava em marcha atrás na VCI, no Por- to, para fugir à PSP, saiu on- tem à tarde em liberdade do Tribunal de Instrução Cri- minal. Ficou sujeito a apre- sentações diárias às autori- dades. A namorada de Vítor M. também foi libertada, mas terá de deslocar-se a uma esquadra da PSP duas vezes por semana. O arguido, suspeito de ter furtado pelo menos 50 cata- lisadores desde o início do ano, foi detetado na manhã de quarta-feira, em flagran- te na zona do Pinheiro Man- so, no Porto. Quando se apercebeu da presença de agentes da Esquadra de In- vestigação Criminal da PSP do Porto fugiu num veículo furtado. Tinha já percorrido cerca de sete quilómetros a alta velocidade e chegado à VCI quando, na zona de Bessa Leite, decidiu conduzir em marcha atrás para tentar es- capar à perseguição da Polí- cia. Ainda conseguiu fazer cerca de 500 metros, até provocar um acidente. Ain- da assim, ele e a namorada saíram do carro, que aban- donaram ali mesmo. O casal foi detido poucos minutos depois pelos agen- tes e levado ontem perante um juiz do Tribunal de Ins- trução Criminal do Porto. �� ALEXANDRE PANDA Marido violento atira-se da varanda para não ser preso Patrulha alertada por vizinhos pelos gritos da mulher e filha bebé. Agressor em estado grave PENAFIEL Um emigrante, de 45 anos, atirou-se da varan- da do quinto andar de um prédio, na madrugada de ontem, em Penafiel, para fugir de uma patrulha da GNR que para ali se desloca- va com a intenção de o pren- der por violência domésti- ca. Tinha espancado a mu- lher e a bebé de três anos. O homem sobreviveu e foi in- ternado nos cuidados inten- sivos. A mulher e a filha também receberam cuida- dos médicos no hospital. Pouco passava da meia- -noite quando a GNR de Pe- nafiel foi alertada por vizi- nhos do casal, por causa dos gritos provenientes da casa. O homem estava a agredir a companheira, de 41 anos, e a filha bebé. Quando os mi- litares entraram no prédio, situado por cima do centro comercial Brasília, no cen- tro da cidade, o homem apercebeu-se da sua chega- da e decidiu atirar-se da va- randa para a rua. De acordo com informações recolhi- das pelo JN, antes de se ati- rar, o indivíduo gritou que não ia ser preso por nin- guém. Foi assistido pelos Bom- beiros Voluntários de Pena- fiel no local e levado para o Centro Hospitalar do Tâme- ga e Sousa, onde ontem, à hora do fecho desta edição, se mantinha internado nos cuidados intensivos. A mulher e a bebé sofre- ram vários ferimentos e também foram assistidas no local e levadas para a mesma unidade hospitalar. A bebé já teve alta, mas ontem a mãe continuava internada. O homem estaria há vá- rios meses a trabalhar no es- trangeiro e regressou nos últimos dias à cidade de Pe- nafiel por causa de compro- missos familiares. Não ha- via queixas às autoridades mas a violênciadoméstica duraria há dois anos. � Estado falhou na prevenção dos fogos de Pedrógão Grande ALEGAÇÕES Castanheira Ne- ves, advogado do então pre- sidente da Câmara de Casta- nheira de Pera Fernando Lo- pes disse ontem, no Tribunal de Leiria, que o Estado é o “potencial responsável” pe- los incêndios de 2017, em Pe- drógão Grande, porque fa- lhou na prevenção. “A ausência de conheci- mento e de competência em todo o edifício da proteção da floresta contra incêndios contribuiu para um desfe- cho dramático”, afirmou Castanheira Neves. O ex-au- tarca é acusado de dez cri- mes de homicídio e um de ofensa à integridade física. O Estado foi acusado de não ter disponibilizado meios suficientes e no tempo ade- quado. “A preocupação foi com o incêndio de Góis”, disse o advogado. Além dis- so, indicou “falhas operacio- nais” da Associação Nacio- nal de Emergência e Prote- ção Civil, atraso na evacua- ção das pessoas e falta de coordenação entre o coman- do distrital e o comandante no terreno. O advogado considerou que “o arguido cumpriu exemplarmente o seu dever legal”, incluindo em relação à limpeza dos terrenos, pois, assegurou, “os trabalhos fo- ram todos executados”, no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios em vigor e do Pla- no de Ação Municipal de De- fesa da Floresta. � A.B. Mário Constantino, o presidente da Câmara, mantém a “confiança” no seu vice. Em comunica- do, diz que “os pressupos- tos que estiveram na base da ‘Coligação Barcelos Mais Futuro’ mantêm-se inalterados” e recorda que Domingos Pereira “vem afirmando a sua inocência”. “A Justiça tem o seu tempo. (...) Ha- vendo recurso a interpor daquela decisão judicial, a presidência da Câmara de Barcelos aguarda sere- namente o veredito fi- nal”, conclui. N.D. Presidente garante “confiança pessoal e institucional” REAÇÃO Jornal de Notícias16 27 de maio de 2022JUSTIÇA Agredido e metido em bagageira de carro por 20 euros Jovens deixaram vítima em Portimão. Em Guimarães suspeitos agiram por vingança VIOLÊNCIA A Polícia Judiciá- ria anunciou, ontem, a de- tenção de quatro homens, com idades compreendidas entre os 19 e os 58 anos, sus- peitos de terem sequestra- do e roubado dois homens, em Silves e em Guimarães. Naquela cidade algarvia, os sequestradores, de 19 e 23 anos, abordaram a vítima quando esta saía de um res- taurante, cerca das 2 horas do dia 16 de janeiro, e se di- rigia para a viatura. Os agressores espancaram o outro homem, roubaram- -lhe 20 euros e meteram-no na bagageira do carro, arran- cando para duas horas de viagem, caracterizada por uma “condução agressiva”, conforme sublinha a PJ. A vítima foi mantida se- questrada até às 4 horas, momento em que os dois jo- vens abandonaram o veícu- lo, junto a um posto de abas- tecimento de combustíveis, em Portimão, e fugiram a pé. Esta circunstância foi aproveitada pela vítima para sair da bagageira do car- ro e pedir ajuda. “Em resultado da agressão inicial e do cárcere na baga- geira da viatura, a vítima fi- cou ferida na zona do crâ- nio, carecendo de tratamen- to hospitalar prolongado”, referiu a Judiciária. Os detidos foram ouvidos por um juiz de instrução do Tribunal de Portimão, que ordenou a sua libertação, mediante apresentações pe- riódicas num posto policial. AGIRAM POR VINGANÇA Em Guimarães, os seques- tradores, de 57 e 58 anos, agiram por vingança. O crime ocorreu no pri- meiro dia de dezembro do ano passado, quando um dos detidos atraiu a vítima e, com a ajuda do amigo, agrediu-a e também a me- teu num carro. O sequestrado foi agredi- do e levado para uma habi- tação, “onde foi manietado e mantido sob sequestro, com tratamento cruel e de- gradante”, revelou a PJ. Ambos os detidos têm an- tecedentes criminais. �� REIS PINTO Mais uma vítima de violência na noite de Albufeira ALGARVE Um homem, de 57 anos, foi esfaqueado, na ma- drugada de ontem, em Al- bufeira e permanece inter- nado. É a segunda noite con- secutiva de violência na- quele concelho. A vítima, de nacionalida- de portuguesa, pediu ajuda no quartel dos bombeiros por volta das 1.20 horas. Foi assistida e encaminhada para a unidade de Portimão do Centro Hospitalar e Uni- versitário do Algarve em es- tado considerado grave. O Núcleo de Investigação Criminal da GNR foi acio- nado, tendo a investigação do caso passado, entretan- to, para a Polícia Judiciária. Ontem, um homem, com cerca de 50 anos e de nacio- nalidade inglesa, foi agredi- do com violência na zona da Oura. O alerta foi dado às 4.45 horas da manhã. A vítima foi socorrida pe- los Bombeiros de Albufeira e pelo INEM e depois trans- portada para o hospital. Sofreu ferimentos na ca- beça e no maxilar. Fazia par- te de um grupo de três turis- tas que foram assaltados e ficaram sem dois telemó- veis. ��� MARISA RODRIGUES Pandemia fragilizou economia e sistemas do setor. Autoridades consideram ainda “expectável” que fraude com subsídios europeus continue a aumentar Relatório alerta para “potencial risco” de corrupção na saúde PREVENÇÃO O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2021 alerta para o “potencial risco” da existên- cia, em Portugal, de “corrup- ção e crimes conexos na área de saúde, face à insuficiência de recursos humanos, estru- turas, equipamentos e mate- rial médico” originada pela pandemia e o seu “impacto na economia”. Os procedi- mentos contratuais de aqui- sição de bens e serviços apontada como área a pres- tar atenção. O “potencial risco”, identi- ficado por “instâncias inter- nacionais”, tinha já sido re- ferido, no ano passado, pela Transparência Internacional ao analisar a corrupção na União Europeia. Segundo o barómetro de 2021, quase metade (46%) dos utentes dos serviços de saúde em Portugal dependeram de “li- gações pessoais”. “Estas conclusões são par- ticularmente preocupantes no contexto atual”, subli- nhou então o organismo, precisando que, além da ne- Inês Banha ines.banha@jn.pt cessidade de prestarem cui- dados médicos a doentes de covid-19, os governos euro- peus estavam já, à data, a va- cinar a sua população e a pla- near a distribuição de fundos milionários para “a recupe- ração pós-pandemia”. “A corrupção ameaça todas es- tas atividades”, frisou a Transparência Internacio- nal. Além da área da saúde, o RASI considera, ainda, “ex- pectável” que em 2022 se mantenha a tendência cres- cente”, já constatada em 2020, de “fraude na obten- ção e/ou desvio na conces- são de subsídios”. Em causa está o facto de os esquemas usados serem “cada vez mais complexos” e de estarem em curso diversos programas co- munitários, como o Portugal 2030 e o Plano de Recupera- ção e Resiliência. “LAVAGEM” ESTÁ A MUDAR Em 2021, o número de in- quéritos abertos pela Polícia Judiciária (PJ) na área da cri- minalidade económico-fi- nanceira aumentou, de res- to, 10% face ao ano anterior, com o branqueamento a re- presentar 33% dos casos. Associada a diversos cri- mes, a “lavagem” de dinhei- ro está, no caso do cibercri- me, a mudar de característi- cas, tendo-se verificado nos últimos anos, lê-se no RASI, o “desaparecimento total” do recurso a “mulas” que dis- ponibilizavam contas pes- soais para a transferência dos lucros ilegais da rede. A prática passa agora pela contratação de alguém “para cria empresas fictícias” com contas bancárias que funcio- nam como destino da quan- tia subtraída noutros países. Esta é, depois, transferida para contas em “países não cooperantes”, incluindo eu- ropeus. “Outra alteração significa- tiva é o uso do sistema ban- cário para a expatriação dos fundos da conta ‘mula’ para o destino (anteriormente usavam-se maioritariamen- te plataformas de transfe- rência de fundos)”, lê-se. O esquema é usado por grupos que, fora de Portugal, atacam sistemas informáti- cos, praticam online burlas com alojamentos de férias e enganam investidores em criptomoedas. � Aquisição de bens é apontada noRASI como área merecedora de atenção 822 DADOS inquéritos por corrupção concluídos em 2021. Des- tes, só 41 culminaram em acusação. Noutros 23 foi determinada a suspensão provisória do processo. 715 investigações por bran- queamento finalizadas em 2021. Em 48 destas, foi de- duzida acusação. Outros dois processos foram sus- pensos provisoriamente. Em 2021, ficaram feridos em ação mais 189 ele- mentos de GNR, PSP, PJ e Polícia Marítima do que em 2020. No total, foram assistidos 1042 polícias, dos quais apenas 18 ne- cessitaram de ser hospi- talizados. Já o número de mortes diminuiu de três para uma, na sequência de um acidente rodoviá- rio na via de acesso ao Autódromo de Portimão, onde se realizava o Gran- de Prémio de Moto GP. O RASI não refere quantos cidadãos ficaram feridos em ações policiais. Em comunicado, o Sindicato Nacional de Polícia fala em mais polícias feridos além dos contabilizados e exige uma moldura pe- nal mais grave para agressores de polícias. Mais 189 polícias feridos em ação do que em 2020 EVOLUÇÃO R E IN A LD O R O D R IG U E S/G LO B A L IM A G E N S Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 17 Todas estas funções e características: Som Digital suave Com adaptador para máximo conforto Colocação imediata Bastante discreto em uso Experimentar sem risco Apenas para Pensionistas: 295€ Ligue agora 808 91 30 20 / 215 874 409 e entre em contacto com o seu agente autorizado local ou, se preferir, solicite ser contactado em www.295.pt. Termos e Condições: - Oferta limitada, apenas 100 unidades, ligue agora 808 91 30 20 / 215 874 409 para fazer a sua reserva. - Outras opções e promoções disponíveis. - Demonstração Grátis – compre apenas se estiver satisfeito. - Tecnologia alemã de qualidade. - Vendas e Serviço a nível Nacional. 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O es- quema com cartões bancá- rios vigorou entre março de 2019 e junho de 2021 e terá causado um prejuízo de 250 mil euros a 36 vítimas. Uma das alternadeiras acusadas admitiu ontem, no julgamento, no Porto, que participava em encon- tros com os homens burla- dos e que até recebeu 400 euros de um deles para com- prar um vestido. Sobre as burlas não se pronunciou, mas disse que, após os en- contros, nunca mais falava. “Eles só queriam ter rela- ções sexuais”, justificou. Manuel, de 76 anos, com- binou um encontro com Ca- rina após uma troca de men- sagens no Tinder (site de en- contros) e Facebook. O pro- fessor universitário viajou de Lisboa ao Porto para se encontrar com uma supos- ta cabeleireira de 50 anos. Carina apareceu com uma amiga e foram todos até ao bar de alterne, chamado Tropical 2. “Parecia um bar normal, mas com pouca ilu- minação. Ficámos lá a to- mar umas bebidas”, contou o professor, doutorado em Ciência Política, após apon- tar duas arguidas como sen- do Carina e a amiga Maria. Manuel pediu a conta: eram 100 euros. Veio uma senhora com o terminal multibanco. Disse que dava erro. “Eu dei outro cartão e inseri o código mais três ve- zes”, conta. Acabou por pa- gar com dinheiro. Deu 50 euros, as amigas ficaram de dar outros 50 euros. Fariam contas depois, ao jantar. E saíram do bar. Carina disse que ia deixar a amiga. De- pois iria ter com Manuel à Praça Velásquez. “Esperei três horas. Tentei ligar, mas já estava desliga- do. Enviei mensagens e nada”. Manuel jantou sozi- nho. No hotel, quando acor- dou, consultou o seu saldo bancário e viu que lhe ti- nham tirado 100 euros e, em mais três movimentos, três mil, 1500 e 500 euros. Perdeu cinco mil euros, que já se transformaram em sete mil, por causa dos juros e das comissões ao banco. Um mês depois, Manuel recebeu uma SMS de um número desconhecido. Di- zia que era a Carina e que ti- nha filmes e fotos dele com duas prostitutas. Ou Ma- nuel pagava, ou as fotos iam parar às redes sociais. Ma- nuel não pagou e fez queixa à PSP. “Tudo isto afetou-me muito, em termos académi- cos e sociais”, queixou-se o professor universitário. � A M IN C H A A R / G LO B A L IM A G E N S Docente de 76 anos conhece alternadeira no Tinder e cai em esquema que lesou 36 vítimas em 250 mil euros Professor de Lisboa burlado em bar de alterne do Porto Companheiro e filho da patroa do bar de alterne também estão a ser julgados Detidos em flagrante, “reis dos elétricos” foram libertados Dois trios de carteiristas apanhados pela PSP Oito arguidos A dona do bar, o compa- nheiro, o filho, três alter- nadeiras e dois cúmplices estão a ser julgados por de- zenas de crimes de burla no Tribunal de São João Novo, no Porto. Fingiam erros no TPA O esquema passava pela si- mulação de erros no termi- nal de pagamento para obrigar as vítimas a inserir o código PIN várias vezes e assim conseguirem debitar várias pagamentos de quantias superiores ao devido. ACUSAÇÃO Elétricos são palco habitual de carteiristas LISBOA Três carteiristas, co- nhecidos como “os reis dos elétricos”, foram apanha- dos com uma carteira furta- da num elétrico, anunciou ontem a PSP, que deteve um segundo trio de cartei- ristas, estes do Leste da Eu- ropa, por 25 furtos e 30 uti- lizações indevidas de car- tões bancários, que lesaram as vítimas em 41 775 euros. Os “reis dos elétricos” – pai, filho e amigo – têm en- tre 69 e 37 anos e foram apa- nhados a 20 de maio. Dete- tados no Cais do Sodré, se- riam detidos em Belém ao saírem de um elétrico com uma carteira com 180 euros. “A vítima de nada se aperce- beu”, diz a PSP, que lhes im- putaria mais dois furtos. São velhos conhecidos da PSP, que já estiveram pre- sos, mas seriam libertados por um juiz, na condição de não frequentarem elétricos e se apresentarem à PSP uma vez por semana. Já o trio estrangeiro tam- bém detido pela PSP de Lis- boa atuava mais em esta- ções ferroviárias e ficou em prisão preventiva. Além de furtos, é suspeito de fazer levantamentos e pagamen- tos com cartões furtados. A sua mobilidade dificultou a investigação, assume a PSP, dizendo que o grupo come- çou a atuar no país em 2018, mas só em 2021 passou a vir cá “de forma mais regular”, ainda que “por curtos perío- dos de tempo”. � A FECHAR LOURES A PSP fiscalizou, em Loures, no passado dia 17, dois lares que se encontravam a funcionar sem licencia- mento em duas habitações e acolhiam cerca de duas de- zenas de idosos. Os agentes constataram que os utentes estavam higienizados, nutridos e sem sinais de maus- -tratos. No entanto, verificaram também nos dois locais a inexistência de diversos equipamentos obrigatórios por lei em lares, por forma a dar melhores condições de vivência aos seus utentes. Foram elaborados dois autos de notícia por contraordenação por falta de licenciamen- to e autos por diversas infrações à legislação. Polícia fiscalizou em Loures dois lares ilegais com 20 utentes PORTO A PSP deteve an- teontem, cerca das 14.10 horas, no Bairro da Paste-leira Nova, no Porto, um homem, com 24 anos, por tráfico de droga. Agentes da Esquadra de Interven- ção e Fiscalização Policial da 2.a Divisão, no decurso de uma ação de prevenção e combate ao tráfico de droga intercetaram o sus- peito, que estava na pos- se de 167 doses de heroí- na, 28 de cocaína e sete de haxixe. Traficante detido pela PSP no Bairro da Pasteleira Nova CORUCHE Um homem, com 28 anos, foi detido em Coruche pela GNR, que o surpreendeu a furtar cortiça. No seguimento de uma denúncia a dar conta do furto, os militares da Guarda deslocaram-se para o local e surpreende- ram o suspeito a efetuar o corte de um sobreiro para retirar a cortiça. Foram ainda identificados três homens, com idades entre os 36 e os 45 anos. O deti- do já tinha cadastro. Surpreendido pela GNR quando furtava cortiça COVILHà A GNR resgatou, anteontem e na terça-feira, na Covilhã, um corso recém-nascido e um texugo-europeu. Os militares do Núcleo de Proteção Ambiental foram alertados, anteontem, para a presença de um texugo- -europeu que aparentava estar ferido e debilitado junto a uma zona residencial em Teixoso. No dia anterior, ha- viam recolhido o corso, que deambulava na rua na loca- lidade de Erada e aparentava estar desnutrido e debili- tado. Os animais foram entregues no Centro de Recu- peração de Animais Selvagens em Castelo Branco. GNR resgatou texugo-europeu e corso recém-nascido Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 PORTO 19 ECONOMIA Na antiga Fábrica das Sedas, o centro empresarial funda- do no romper da quarta revolução industrial, a 27 de maio de 2002, atinge o vigésimo aniversário com o vigor redobrado do projeto origi- nal e já metido na vertigem de to- das as novas transições. Eis, então, a alucinante era do 5G e do 5.0, sempre da tecnologia de ponta e da inovação e, para lá do negócio, um primado das humanidades, da eco- logia, da cultura e das artes. É a “métrica da felicidade” no traba- lho, resume uma das entidades de maior relevância na economia de Matosinhos e da Área Metropoli- tana do Porto (AMP). A efeméride teve ontem uma primeira celebração, investida de todo o simbolismo: com a presen- ça de 1200 convidados, na maioria “lioneses”, como se intitulam os sete mil funcionários da comuni- dade, a Lionesa fez a festa de apre- sentação do novo logótipo, que re- mete para as origens mais remo- tas, as da Fábrica das Sedas, funda- Lionesa. 20 velas, 5G e alegria no trabalho da em 1944, falida nos finais dos anos 1990 e adquirida pela família do empresário Pedro Pinto. Precisamente, é no casulo do bi- cho-da-seda, reinterpretado no o da marca, que António Pedro Pin- to, diretor de marketing do “hub”, anuncia “o espaço dinâmico, de vá- rias formas e mutações, em cons- tante crescimento”. No caso da Lionesa, a larva transformou-se no que é hoje, um resort industrial de vanguarda, com 120 inquilinos, entre os quais se encontram mar- cas de prestígio como a Oracle, a Farfetch, a Vestas, a Volkswagen, a Cofco, a Klockner Pentaplast, a Generix ou a Hilti. CAPTAR TALENTOS Da instalação destas multinacio- nais resulta o fluxo diário de cola- boradores de 46 nacionalidades, o que faz da Lionesa uma marca “onusiana”, de variadíssimas cul- turas e de vastas competências técnicas. “A nossa função é captar talentos”, observa António Pedro Pinto. De todo estes circuitos, faz-se, então, o “Silicon Valley” da AMP. Fechou 2021 com a instalação de cinco novas empresas, que criaram 800 novos postos de trabalho. Ou- tro gigante internacional, a ameri- cana FedEx, prepara-se para insta- lar, até final do ano, um centro de serviços partilhados, que acrescen- tará à comunidade mais 700 “lio- neses”, num novo edifício de escri- tórios, com sete mil metros qua- drados, distribuídos por quatro pi- sos. Deverá estar concluído em ju- lho e incluiu-se no “masterplan” que prevê, até 2025, investimen- tos de 100 milhões de euros. Des- te plano destacam-se a construção de zonas desportivas, de residên- cias empresariais e de um hotel, com cerca de uma centena de alo- jamentos, para uso da comunida- de das vagas de nómadas digitais. JARDIM FILOSÓFICO A joia será o jardim de cinco hecta- res, que ligará o “campus” ao mos- teiro de Leça do Balio, também propriedade da Lionesa. O projeto do Jardim Filosófico, como foi ba- tizado, conjuga-se entre o arquite- to paisagista Sidónio Pardal e o ar- quiteto Álvaro Siza. “Business Hub” de Leça do Balio completa duas décadas de expansão e vanguarda empresarial. “Bem-estar e felicidade da comunidade” são a chave de ingresso na quinta revolução industrial Almiro Ferreira almiro@jn.pt Será um brinco vegetal, nas mar- gens do rio Leça, para fruição de toda a comunidade. Não será só es- tética. A Lionesa aguarda retribui- ção: “Em pesquisas internas repa- rámos que o contacto dos colabora- dores com o meio ambiente au- menta a felicidade em 15%, a pro- dutividade em 6% e a criatividade em 15%”, diz o diretor de marke- ting, observando outros estudos, que atribuem ao contacto com a natureza o aumento de 26% de es- tímulos cognitivos. “Não sei bem se é a quinta revo- lução, porque já há muito tempo fazíamos este caminho. Simples- mente, a pandemia veio acelerar este caminho, de interação e de co- laboração num espaço mais so- cial”, diz António Pedro Pinto. “Já tínhamos entrado por aí há muito tempo, só que não o tínha- mos percecionado assim. Sempre trabalhámos na ótica das pessoas, com particular preocupação de humanização do trabalho. O nos- so foco são as pessoas”, atalha Eduarda Pinto, diretora-executi- va de um dos locais “mais felizes para trabalhar”.� PO RT O CURIOSIDADES trabalhadores e 120 empresas A comunidade lionesa continua em crescimen- to e deverá atingir 12 mil colaboradores até 2025. Presentemente, tem instaladas 120 em- presas, entre as quais multinacionais de reno- me planetário. 7000 nacionalidades e um mundo à parte O Business Hub da Lio- nesa é uma autêntica sociedade das nações e uma encruzilhada de culturas. Tem colabora- dores de 46 nacionalida- des e atrai uma data de nómadas digitais. 46 O centro empresarial de Leça do Balio não vive só de negócio. Arte, cultura e bem-estar social fazem parte de uma história de sucesso LE O N E L D E C A STR O /G LO B A L IM A G E N S Jornal de Notícias20 27 de maio de 2022PORTO The Editory Boulevard Aliados conta com 68 quartos e piscina exterior. Investimento de 20 milhões tem ligação à Rua do Almada TURISMO O Hotel Editory Boulevard Aliados Porto, no coração da Invicta, teve on- tem a sua inauguração ofi- cial, numa cerimónia que contou com muitos convi- dados, entre eles o autarca Rui Moreira. A unidade ho- teleira, que representa um investimento de 20 mi- lhões de euros por parte da Sonae, é da gama cinco es- trelas e tem a particularida- de de ligar os Aliados à Rua do Almada. Pedro Capitão, adminis- trador da Hotelaria Sonae Capital, mostrou-se “con- fiante” no volume de ne- gócios para este ano, pers- petivando, a nível do gru- po, “igualar o volume de 2019, na pré-pandemia”. O Editory Boulevard Aliados tem 68 quartos e piscina exterior aquecida. Dispõe de salas de reuniões e tem no seu restaurante outro dos atrativos. A localização é mais um fa- tor-chave. Destinado a um segmento de luxo, benefi- cia da centralidade e da pro- ximidade a pontos de inte- resse, como os bairros das artes ou a movida. Também na relação com a história e a arquitetura, o hotel marca pontos. Está classificado como parte de um conjunto de interesse público, posi- cionado entre a Avenida dos Aliados, cuja traça remonta ao século XIX, e a artéria do Almada, do século XVIII. NOVIDADES NA PRIMAVERA O presidente da Câmara, Rui Moreira, desejou as “maiores felicidades” à equipa da Sonae, que de- monstra a “resiliência das gentes do Norte”, salien- tando que a Baixa portuen- se deixou de ser um “bura- co negro”, como acontecia antes da reabilitação,para tornar-se num “sítio aprazí- vel”, que recuperou a “dinâ- mica” de outrora. Para além da nova joia no centro citadino, Pedro Capi- tão lembrou que a marca Editory conta com hotéis na Ribeira, Boavista (Porto Pa- lácio) e na Rua Firmeza. Para a primavera do próxi- mo ano está prevista a inau- guração de uma nova unida- de, também na Firmeza. � Sonae inaugura hotel cinco estrelas na Baixa AMBIENTE A Resulima tem 30 dias para apresentar um plano de ação e 180 dias para resolver os problemas no aterro de Paradela (Barce- los), que, há cinco meses, li- berta um cheiro nausea- bundo que desespera os mo- radores de Laundos e S. Pe- dro de Rates, na Póvoa de Varzim. Quem o diz é a Co- missão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte (CCDR-N). A visto- ria, pedida pela Câmara da Póvoa, detetou “várias in- conformidades” e “defi- ciências de exploração”. Agora, ou resolve, ou fecha. “É uma vergonha o que ali se passa! Foram dados 30 dias para apresentar um pla- no para a resolução dos pro- blemas que as populações constatam, bem como defi- ciências de exploração dete- tadas”, explicou o presiden- te da Câmara, Aires Pereira, que entre 2013 e 2021 presi- diu à Lipor, a gestora de re- síduos do Grande Porto. Lixo depositados em ater- ro sem tratamento, resí- duos para os quais a unida- de não está licenciada, pro- cessos técnicos encurtados de 28 para 14 dias e detritos deixados a céu aberto antes do tempo são apenas alguns dos “problemas graves” de- tetados pela vistoria, que vem, agora, dar razão aos moradores das duas fregue- sias poveiras. Gizado o plano, diz ainda a CCDR-N, a Resulima tem 180 dias para corrigir as “in- conformidades”, caso con- trário não será emitida a li- cença de exploração. O ater- ro de Paradela custou 28 mi- lhões e começou a funcio- nar no início do ano. As queixas das duas freguesias vizinhas não tardaram. Dentro de 180 dias, se nada mudar, a Câmara vai agir para que o aterro seja encer- rado. ��A.T.M. Odor nauseabundo de aterro em Barcelos é há muito contestado Resulima tem 180 dias para acabar com o mau cheiro na Póvoa Marginal da Póvoa cortada ao trânsito ao fim de semana Medida repete-se todos os verões desde 2019 e tem sido um êxito, incluindo ambiental AMBIENTE A medida chegou em 2019 e veio para ficar. A marginal da Póvoa de Varzim vai voltar a ser cortada ao trânsito aos fins de semana, entre 1 de junho e 15 de se- tembro. A Câmara quer dar prioridade ao peão e permitir que se desfrute da beira-mar sem carros. Ao mesmo tem- po, é mais uma ajuda ao am- biente: incentiva-se a bicicle- ta e outros modos suaves de transporte e diminui-se o trânsito no centro da cidade. “É inquestionável que, nos meios urbanos, cresce a dificuldade de coabitação entre o cidadão e o automó- vel”, frisou o presidente. Aires Pereira sublinha o “impacto positivo” da me- dida nos últimos dois anos: há mais gente e, na estrada, as filas de trânsito dão lugar a famílias a pé, de bicicleta, trotineta, patins ou skate a passear ou a fazer desporto junto à praia. A medida aplica-se de 1 de junho a 15 de setembro, às sextas-feiras à noite e aos sábados e domingos todo o dia. ��A.T.M. Executivo vai votar na segunda-feira a compra do equipamento para vigiar zonas de diversão SEGURANÇA A Câmara do Porto vai avançar com um concurso público interna- cional para a aquisição e ma- nutenção de sistema de vi- deovigilância para a segu- rança de pessoas e bens na cidade. Depois da luz verde dada pela Comissão Nacio- nal de Proteção de Dados, a Autarquia vai adquirir 79 câ- maras a instalar no espaço público da zona da Baixa. O sistema vai abranger es- sencialmente as artérias lo- calizadas na União de Fre- guesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória e, segundo o despacho do Ministério da Administração Interna, pu- blicado a 29 de março em “Diário da República”, deve ser operado de forma a ga- rantir “a proteção da segu- rança das pessoas, animais e bens, em locais públicos ou de acesso público, e a pre- venção de crimes, em locais em que exista razoável ris- co da sua ocorrência”. Na reunião do executivo da próxima segunda-feira será então votada a aquisi- ção e manutenção de siste- ma e a decisão de contratar os trabalhos de empreitada. O preço base para o período máximo de vigência do con- trato é superior a 1,4 mi- lhões de euros (sem IVA). A FUNCIONAR 24 HORAS/DIA Este sistema funcionará na ala nascente do complexo do Centro de Gestão Inte- grada (CGI), instalado no quartel dos Sapadores Bom- beiros, na Rua da Constitui- ção. As imagens serão visio- nadas 24 horas/dia por agentes da PSP mas é proibi- da a captação de sons, exce- to quando ocorra perigo concreto para a segurança de pessoas e bens. Recorde-se que foi em 2021 que a PSP apresentou Porto avança com compra de câmaras de videovigilância Alfredo Teixeira locais@jn.pt um mapa com as artérias com um índice de crimina- lidade elevado e solicitou que a Autarquia implemen- tasse os recursos tecnológi- cos que permitissem à Polí- cia evitar situações de inse- gurança para pessoas e/ou bens nestes locais. Para a Autarquia, “o siste- ma de videovigilância pro- posto não visa em nenhu- ma instância substituir a componente humana da atividade policial, mas an- tes constituir uma ferra- menta complementar da atividade policial, preventi- va e reativa, com comprova- do eleito dissuasor da práti- ca de determinados ilícitos criminais”. ��A.T. Câmaras vão vigiar artérias da Baixa portuense R U I O LIV E IR A / G LO B A L IM A G E N S No átrio, a placa foi descerrada por Rui Moreira C A R LO S C A R N E IR O / G LO B A L IM A G E N S 3 OBRAS hotéis da Sonae, localiza- dos na Invicta (Porto Palá- cio), Lagos e Tróia vão so- frer melhoramentos du- rante o próximo triénio. Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 PORTO 21 Passeio Público Compromisso superior no OE Decorreram esta semana as dis- cussões parlamentares sobre o Orçamento do Estado. No Ensino Superior, revemos o congelamento do valor das propi- nas para todos os ciclos de estudo, medida importante quando o im- pacto da pandemia ainda se refle- te nos orçamentos das famílias. Na ação social é aprovada a pro- posta da Iniciativa Liberal que al- tera procedimentos de atribuição de bolsas de estudo, para que as decisões sejam conhecidas antes da divulgação dos resultados do Concurso Nacional de Acesso, e o reforço das bolsas a estudantes do segundo ciclo. Contudo, na ação social precisa- mos de um compromisso supe- rior no OE, por ser central no alar- gamento da base social de recru- tamento. O elevador social en- contra-se em manutenção, afinal, foi noticiado que apenas 10% dos filhos de famílias pobres e com poucas qualificações chegam ao Ensino Superior. Apesar da pandemia e da inter- rupção da legislatura, os números conhecidos da execução orça- mental mostram que o aumento de 2% por ano das transferências do Estado para as Instituições de Ensino Superior será cumprido. Mas, se consideradas novas ad- missões e progressões de carreira e o aumento dos custos de funcio- namento agravados pela inflação, a garantia prestada pelo contrato de legislatura não é suficiente para que as IES consigam cumprir os objetivos previstos pela notória indisponibilidade financeira. O aumento de 135 milhões de euros nas dotações destinadas ao setor decorre sobretudo da dispo- nibilidade possibilitada pelo PRR. Perante os desafios que se colocam ao país, urge rever e me- lhorar o modelo de financiamen- to do Ensino Superior, com uma estratégia de desenvolvimento estrutural que seja adequada aos recursos disponíveis. POR Ana Gabriela Cabilhas Presidente da Federação Académica do Porto A FECHAR PATRIMÓNIO Os Paços do Concelho de Vila do Con- de, construídos em 1543 por ordem do rei D. Ma- nuel I, vão estar amanhã de “porta aberta” com uma visita guiada, às 10.30horas, orientada por Elia- na Miranda Sousa, arqueó- loga e historiadora. Os in- teressados em participar na visita devem inscrever- -se previamente através do e-mail turismo@cm-vi- ladoconde.pt ou pelo tele- fone 252 248 445. Quinhentista Paços do Concelho de Vila do Conde de portas abertas AJUDA Entre amanhã e do- mingo, o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto promove uma nova cam- panha de alimentos, de- pois de a última ação ter acontecido em novembro. A campanha decorrerá em mais de 300 super e hiper- mercados do distrito do Porto, locais onde será possível doar todo o tipo de produtos não perecí- veis: leite, conservas, azei- te, óleo, arroz, açúcar, fa- rinha ou massas. Banco Alimentar do Porto com nova campanha no fim de semana ROMARIA A Festa da Bugiada e Mouriscada regressa a So- brado, no concelho de Valongo, e já tem programa de festejos que culminam a 24 de junho com a manifesta- ção popular de danças de mouros e cristãos pela dispu- ta pela imagem milagrosa de São João Batista. As festas começam a 15 e terminam a 24 de junho. O cartaz inclui as atuações da banda Amor Electro (dia 17), do humoris- ta Fernando Rocha (20), Pólo Norte (21), Zé Amaro (22), Richie Campbell (23), entre muitos outros. Mão-cheia de artistas promete animar Bugiada e Mouriscada GONDOMAR A remoção dos resíduos perigosos deposita- dos em São Pedro da Cova, Gondomar, será retomada e demorará quatro meses, garantiu ontem a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), após obter visto do Tribunal de Contas (TC). “A CCDR-N obteve visto prévio do TC para a extensão do contrato dos trabalhos de remoção de resíduos peri- gosos depositados nas escombreiras das antigas minas de São Pedro da Cova, tendo em vista a sua conclusão em definitivo”, refere. Até à data, foram removidas 275 300 toneladas de resíduos perigosos. Retoma da remoção de resíduos em S. Pedro da Cova foi aprovada Grande incêndio destrói empresa de espumas sintéticas Instalações foram completamente tomadas pelas chamas, mas os 50 funcionários irão manter postos de trabalho SÃO JOÃO DA MADEIRA A em- presa de espumas sintéticas e tecidos Ert2, localizada em São João da Madeira, ficou completamente destruída pelas chamas na tarde de on- tem. Os postos de trabalho não deverão estar em causa. O fogo na Ert2, uma das sete unidades de laboração que esta marca tem na Zona Industrial das Travessas, co- meçou cerca das 18.30 ho- ras, quando os trabalhado- res mudavam de turno. Sem causas ainda conheci- das e numa altura em que se registavam temperaturas elevadas, as chamas rapida- mente tomaram a empresa destruindo-a por completo. Apesar da pronta inter- venção dos Bombeiros de São João da Madeira, cujo quartel está a cerca de 600 metros dali, não foi possível salvar a empresa, neste in- cêndio que acabaria por ser também combatido com o auxílio de várias corpora- ções do distrito de Aveiro. Aquela unidade dedicava- -se à produção de espumas e tecidos para o setor do cal- çado, representando cerca de 10% da laboração do gru- po que se dedica, maiorita- riamente, à produção de es- pumas e tecidos para o setor automóvel. Ao JN, o presidente da Câ- mara, Jorge Sequeira, expli- cou que a atuação dos bom- beiros passou pela tentativa de evitar que as chamas se propagassem a outras em- presas anexas, também elas com materiais muito infla- máveis. “Esta unidade está praticamente tomada pelo fogo”, afirmava o autarca quando ainda decorria o combate às chamas, garan- tindo que “a empresa terá capacidade para absorver os postos de trabalho [cerca de 50 funcionários]”. Apesar da destruição veri- ficada e da rápida propaga- ção das chamas, não houve feridos a lamentar. Tudo in- dicava que o rescaldo iria durar toda a noite. � R A D IM PR E N SA A G Ê N C IA N O TIO C IO SA /A N TÓ N IO LIM A Salomão Rodrigues locais@jn.pt 1 Chamas irromperam cerca das 18.30 horas, durante mudança de turnos dos funcionários 2 O fogo tomou rapidamente conta da empresa e as chamas eram visíveis a quilómetros de distância SA LO M à O R O D R IG U E S 1 2 Jornal de Notícias22 27 de maio de 2022NORTE/SUL N O RT E/ SU L Freguesias rurais de Braga e Vila Verde temem avanço de indústrias que lhes roubem o sossego. Municípios prometem cumprir regras ambientais e urbanísticas “Vão pôr um monstro à frente das casas” POLÉMICA Há 34 anos, Adão Quin- tela comprou um terreno na fre- guesia rural de Vilaça, em Braga, para construir uma casa, sair do centro da cidade, e passar “a ter sossego e ar puro”. Agora, o mora- dor teme perder isso tudo, devido ao projeto de expansão de uma transportadora, que ali quer cons- truir um centro logístico. Em Vila Verde, a população de Atiães tam- bém saiu à rua em protesto, no úl- timo mês, porque não quer ver nascer “um parque industrial” que lhe possa roubar o silêncio. Já os municípios garantem que as re- gras ambientais e urbanísticas se- rão avaliadas. “Viemos para a aldeia para ten- tar melhorar a mente e a saúde. Agora vão pôr um monstro à fren- te das casas. Mesmo que seja um pavilhão para medicamentos, vai haver refrigeração 24 horas por dia”, lamenta Adão Quintela, ad- mitindo que “sempre [imaginou]” Sandra Freitas locais@jn.pt que os terrenos vizinhos viriam a ser ocupados por habitação. “Nós gostávamos que viesse para aqui gente nova”, acrescenta Rogério Rocha, secretário da Junta de Vila- ça, que, recentemente, questio- nou a decisão do Município, quan- to à aprovação do investimento da Torrestir como sendo de “interes- se público estratégico” (ler caixa). A proposta do Executivo, que dá luz verde ao centro logístico no lo- cal, vai voltar a reunião do Executi- vo, com uma missiva da Junta. Os responsáveis querem que fique re- gistado que “a nível social e de qua- lidade de vida, esta decisão vai ter um impacto brutal na vida pacata da freguesia”. Questionam tam- bém “os impactos nas vias de co- municação”, “no ambiente sonoro” ou até “na rede de águas pluviais”. HAVERÁ ESTUDOS João Rodrigues, vereador do Muni- cípio, ressalva que o “reconheci- mento estratégico” apenas signifi- ca que o investimento “é de inte- resse municipal”. “Urbanistica- mente, ainda, nada está decidido. Tudo o que for aprovado terá de merecer estudos e estar de acordo com regras urbanísticas”, assegu- ra, ao JN, frisando que, para já, “ne- nhum pavilhão está licenciado”. A mesma posição tem o Municí- pio de Vila Verde sobre o alegado parque industrial que está previs- to para Atiães. Aquando o protes- to da população, a 27 de abril, os responsáveis autárquicos asseve- raram que, “juntamente com en- tidades externas”, vão “assegurar que sejam cumpridos os termos e as regras do regulamento do Plano Diretor Municipal, designada- mente em termos ambientais e de dimensão”. Mas as justificações não caem bem ao presidente da Junta de Atiães, que já tem consigo um abaixo-assinado subscrito por cer- ca de 300 moradores, dos quase 500 que compõem a freguesia. Sa- muel Estrada atesta que o terreno “é um monte e não tem nenhuma condição para ter um parque in- dustrial”. � Grupo Torrestir, ligado aos transportes, vai criar centro logístico num terreno da freguesia de Vilaça, em Braga G O N Ç A LO D E LG A D O / G LO B A L IM A G E N S Na proposta que foi le- vada à reunião do Execu- tivo da Câmara de Braga, em abril, o Grupo Tor- restir fala de um projeto de expansão da empresa para a freguesia de Vila- ça, que deverá represen- tar um investimento de “cerca de quatro mi- lhões de euros” e a con- tratação de “cerca de 200” trabalhadores. O JN tentou contactar os res- ponsáveis da empresa, mas sem sucesso. Contu- do, a proposta revela que o grupo quer cons- truir um centro de ar- mazenamento e trata- mento logístico, desti- nado a produtos da in- dústria farmacêutica. Torrestir promete cerca de 200 empregos INVESTIMENTO Samuel Estrada Presidenteda Junta de Atiães, Vila Verde “Vamos entregar um abaixo-assinado nas en- tidades que participam na revisão do Plano Di- retor Municipal contra o parque industrial” Adão Quintela Morador em Vilaça, Braga “Ainda não temos ideia do projeto da empresa, mas o que pedimos é que as boxes dos camiões não fiquem em cima das casas” DISCURSO DIRETO Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 NORTE/SUL 23 Obra estava bloqueada por polémica em Ponte da Barca desde que o templo ardeu em 2017 Ana Peixoto Fernandes locais@jn.pt PROJETO O bispo da diocese de Viana do Castelo, D. João Lavrador, garante que a re- construção da igreja de La- vradas em Ponte da Barca, destruída por um incêndio em dezembro de 2017, de- verá avançar, finalmente, este ano. Segundo aquele responsável católico, que tomou posse há cerca de meio ano, estão já reunidas todas as condições para que a obra avance, faltando ape- nas luz verde por parte da Câmara. D. João Lavrador, que há dias visitou o local, onde apenas restam as paredes da antiga igreja, informou que a reconstrução será execu- tada, de acordo com um pro- jeto que prevê a demolição da antiga residência paro- quial situada ao lado, para construção de um templo novo. E que as ruínas serão aproveitadas e restauradas, para funcionar como entra- da. Adiantou ainda que a obra “respeita” o parecer da população de Lavradas e que na visita à paróquia pe- diu que se acrescente à obra, “uma nova casa paroquial” até agora não prevista. “As obras podem começar este ano. Só estão penden- tes das autorizações da Câ- mara. Logo que tenha o pro- jeto aprovado, as obras co- meçam”, disse, recordando que a Autarquia “já deu uma primeira aprovação e agora estava pendente do [pare- cer de] arqueólogos”, que estiveram no local durante cerca de um ano. E que, en- tretanto, “já disseram que está tudo normal”. Recorde-se que uma onda solidária reuniu “mais de 400 mil euros” em donati- vos, há cerca de cinco anos, nos meses seguintes ao in- cêndio provocado por um curto-circuito. Contudo, instalou-se a discórdia na paróquia por causa do proje- to de reconstrução. � Reconstrução da igreja de Lavradas avança este ano Monção e Melgaço estabeleceram uma frente comum com os autarcas galegos de As Neves e de Arbo CONTESTAÇÃO Os municí- pios de Monção, Melgaço, As Neves e Arbo na Galiza reafirmaram uma posição pública contrária à constru- ção de uma linha de muito alta tensão, atravessando a fronteira do rio Minho. E as- sumiram a sua participação numa manifestação marca- da para depois de amanhã (29 de maio, pelas 17 horas) em Arbo, para contestação ao projeto. ESPANHA MANTÉM TRAÇADO Um comunicado, divulgado ontem pela Câmara Muni- cipal de Monção, informa que “de acordo com a decla- ração de impacto ambiental da Direção General de Cali- dade y Evaluacion Ambien- tal, publicada no passado dia 26 de abril, no Boletim Oficial do Estado, o Gover- no de Espanha mantém o traçado inicial da linha elé- trica de muito alta tensão – de 400 quilovolts (Kv) –, desde Fontefria, em territó- rio galego, até à fronteira portuguesa”. Na passada terça-feira, os autarcas de Monção, Antó- nio Barbosa, e de Melgaço, Manoel Baptista, e os alcai- des de Arbo, Horácio Gil, e As Neves, Xose Manuel Ro- driguez, “reuniram-se, em Arbo, para analisar a posição do Governo espanhol e es- tabelecer uma “frente co- mum” contrária ao projeto elétrico”. IMPACTO NEGATIVO BRUTAL Lamentam que “o Governo espanhol não tivesse aten- dido às legítimas preocupa- Manifestação na fronteira contra linha de alta tensão ções das populações e do poder local” e fazem saber que “em uníssono, com de- terminação e firmeza, con- sideram que a instalação de uma linha de muito alta tensão terá um impacto ne- gativo brutal em ambos os territórios”. Assim os quatro municí- pios manifestaram a sua participação, num protesto convocado pela Asociacion de Afectados Pola Liña de Alta Tension Fontefria- -Fronteria Portuguesa, para depois de amanhã, em Va- liñas-Poste (Barcela-Sela), em Arbo, contra a instalação daquele empreendimento elétrico. De acordo com o mesmo comunicado, o projeto de instalação da linha elétrica de muito alta tensão, desde Fontefria, em território ga- lego, até à fronteira portu- guesa, com o prolongamen- to à Rede Elétrica Nacional, atravessa sete concelhos do Alto Minho: Monção, Mel- gaço, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Paredes de Coura.� Ana Peixoto Fernandes locais@jn.pt Autarcas portugueses (centro) reuniram-se na terça-feira com os parceiros galegos D IR E ITO S R E SE R V A D O S 7 DADO O projeto de instalação da linha elétrica de muito alta tensão atravessa sete con- celhos do Alto Minho: Monção, Melgaço, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Pare- des de Coura. Igreja de Lavradas ardeu em dezembro de 2017 R U I M A N U E L FO N SE C A / G LO B A L IM A G E N S D. João Lavrador Bispo da diocese de Viana “Gostei do projeto [da nova igreja]. Gosto mais desta relação entre o antigo e o novo, em reconstrução, do que de coisas novas só” Podence, em Macedo de Cavaleiros, ficará sem estrutura PCP quer explicações do ministério para fecho de infantário POLÉMICA O Grupo Parla- mentar do PCP pediu escla- recimentos ao Ministério da Educação sobre o anún- cio de fecho do jardim de in- fância da União de Fregue- sias de Podence e Santa Combinha, localizado em- Podence, concelho de Ma- cedo de Cavaleiros. Os comunistas querem sa- ber quais as razões que jus- tificam o seu encerramento e de que forma o Ministério da Educação pretende ga- rantir o direito à educação e as condições adequadas de aprendizagem para as 14 crianças. O Município de Macedo de Cavaleiros indi- cou que o jardim de infância encerrará no próximo ano letivo, em resultado do reordenamento da Rede Es- colar de Educação Pré-Esco- lar e das Escolas do Primeiro Ciclo do Ensino Básico pro- movida pela DGEstE. Num comunicado envia- do pelo Município, da res- ponsabilidade de Sandra Sa- lomé, vereadora da Educa- ção, explica-se “que o encer- ramento se deve à falta de segurança no recinto da es- cola devido ao aumento do número de turistas na al- deia, por causa do sucesso dos Caretos de Podence”. HORA DE VIAGEM Os alunos do infantário re- sidem maioritariamente nas freguesias limítrofes de Podence, aldeia onde ape- nas vive uma das crianças. “Sucede que, de acordo com os pais das crianças afeta- das, o seu encerramento le- vará a que crianças de tenra idade sejam obrigadas a fa- zer viagens diárias, nos transportes escolares, que ultrapassam uma hora de duração”, explicou uma fonte do PCP, que conside- ra o fecho da escola um rude golpe para aquela região despovoada. � GLÓRIA LOPES Jornal de Notícias24 27 de maio de 2022NORTE/SUL Paulo Lourenço e Sofia Cristino locais@jn.pt MOBILIDADE A aprovação de uma proposta do Livre, há duas semanas, para a redu- ção da velocidade máxima em 10 km/hora na maioria das vias de circulação de Lis- boa e o corte ao trânsito na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados têm causado forte polémica. Apesar de crescerem as vo- zes discordantes, este é, no entanto, um cenário que se repete em muitas outras ci- dades europeias. Polémica ao rubro, e, mes- mo tendo em conta que cada cidade e país têm realidades diferentes, nomeadamente ao nível da capacidade de res- posta e eficácia dos transpor- tes públicos, as limitações da circulação automóvel e a re- dução dos limites de veloci- dade têm sido anunciadas um pouco por toda a parte, com destaque para as gran- des capitais europeias. Das várias cidades que aplicaram, nos últimos anos, medidas fortemente restritivas para o trânsito automóvel, destaca-se a ca- pital espanhola, onde o pro- grama “Madrid Central” li- mita a 30 km/h a velocida- de máxima de circulação e obriga ao uso de um dístico ambiental nos veículos au-torizados a circular nas zo- nas de baixas emissões. CADENTES E AMBIENTE Paris é outra das cidades que mais têm declarado “guerra” à circulação automóvel tra- dicional. No verão passado, foi introduzido um limite de velocidade de 30 km/h na grande maioria das ruas, numa tentativa de reduzir os acidentes e a poluição sono- ra, mas também ajudar a ci- dade a adaptar-se às mudan- ças climáticas. Além da capi- tal, cerca de outras 200 cida- des da França já adotaram medidas semelhantes. Na Alemanha, a capital Berlim caminha mais deva- gar na implementação des- tas limitações. O debate atual gira, porém, em torno da fixação do limite de 30 km/hora na maioria das ruas da capital alemã durante o período noturno e a expan- são da área onde atualmen- te já vigora esta restrição du- rante o dia. Dublin (Irlanda), Londres (Reino Unido), Bruxelas (Bélgica), Viena (Áustria), Copenhaga (Dinamarca), Estocolmo (Suécia) ou Hel- sínquia (Finlândia) são ou- tros exemplos de grandes ci- dades europeias onde a limi- tação de 30 km/hora está já instalada com sucesso. PROVIDÊNCIA CAUTELAR Por cá, no entanto, a contro- vérsia está instalada. O Au- tomóvel Clube de Portugal entregou uma providência cautelar contra as mudan- ças do trânsito para impedir que as alterações sejam fei- tas sem estudos. Por sua vez, a Associação de Hotelaria de Portugal avisa que haveria um pre- juízo no negócio para todos os operadores na ordem dos 66 dias anuais (domingos e feriados). O Coliseu dos Recreios, o Teatro Tivoli BBVA, o Teatro Politeama, o Teatro Maria Vi- tória e o Capitólio manifes- taram-se contra o fecho da Avenida da Liberdade ao trânsito aos domingos e fe- riados, uma vez que “são os dias mais importantes, por se poderem realizar sessões múltiplas, atingindo muitas vezes as 22 mil pessoas ao longo do dia”. � B R U N O LISITA /G LO B A L IM A G E N S Diminuição dos limites de velocidade e restrições à circulação já são realidade em muitos centros urbanos Polémica em Lisboa contraria tendência em cidades europeias Proposta do Livre quer retirar carros da Avenida da Liberdade aos domingos Aluno da Guarda desenha moeda do futuro e ganha concurso Tiago Rodrigues, de 12 anos, usou tecnologia da UMinho em desafio da Casa da Moeda CLIMA Tiago Rodrigues, de 12 anos, residente na Guar- da, foi o vencedor do tercei- ro concurso “Desenhar a Moeda”, dedicado ao clima. Com um valor facial de cin- co euros, a peça de coleção foi lançada numa versão normal, em cuproníquel e outra em prata, com discos de plástico reciclado encra- vados no centro, através de uma tecnologia desenvolvi- da no Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros, da Universidade do Minho. O desafio para conceber a moeda foi feito a alunos dos segundo e terceiro ciclos das escolas da Guarda pela Im- prensa Nacional Casa da Moeda (INCM) em parceria com o Município. “Comecei por desenhar o planeta Ter- ra, com as cidades. Depois desenhei as nuvens, a chu- va e os raios, para represen- tar as alterações climáticas”, contou Tiago ao JN. “Não es- perava vencer, até porque havia trabalhos muito bons”, disse. A proposta do aluno da Es- cola EB 2, 3 Carolina Beatriz Ângelo destacou-se entre os 582 trabalhos a concur- so. “A pesquisa para o traba- lho foi muito importante para percebermos melhor o que é isto da emergência climática”, confessa. “O Tiago transformou-se numa das figuras mais ilus- tres deste concelho”, frisou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na sessão de apresentação da moeda, na Câmara da Guarda. Com a vitória, Tia- go teve também oportuni- dade de ir a Lisboa conhecer a INCM e de cunhar uma moeda. INTERESSE DOS MAIS NOVOS “Embora o Tiago ande agora no 7.o ano, o concurso atra- sou-se, por causa da pande- mia. Na altura em que ini- ciamos este processo ele an- dava no 5.o ano”, refere o professor de Educação Vi- sual, Carlos Panoias, que acompanhou o trabalho. Dado que o concurso esta- va aberto até ao 9.o ano, pode ter surpreendido a vi- tória de um dos meninos mais novos, mas Carlos Pa- noias encarou isso com nor- malidade por considerar que essa faixa etária está muito atenta ao tema. Alcides Gama, administra- dor da INCM, referiu que a intenção do concurso não foi “a qualidade artística, mas a adequação ao tema”. Tiago imagina uma carrei- ra ligada às artes, embora ainda não saiba se será atra- vés do design ou da arquite- tura. A quarta edição do concur- so decorrerá em Viana do Castelo.� RUI DIAS Moeda de Tiago vence entre 582 trabalhos candidatos D IR E ITO S R E SE R V A D O S Esperam 5000 peregrinos por ano nos 52 quilómetros Mirandela e Valpaços com troço do Caminho de Santiago INAUGURAÇÃO Os municí- pios de Mirandela e de Val- paços passam a estar liga- dos, a partir de hoje, por um troço do Caminho Portu- guês de Santiago do Este, que estabelecerá a ligação destes dois concelhos ao Ca- minho Português Interior de Santiago, em Chaves, que por sua vez conduzirá os peregrinos até Santiago de Compostela, na Galiza. É a concretização de uma parceria entre os dois muni- cípios que passou pela im- plementação do projeto “Caminho Português de Santiago do Este”, integran- do Mirandela e Valpaços na rede internacional de itine- rários do Caminho de San- tiago, num investimento de 250 mil euros. Este troço – com uma ex- tensão total de 59,2 km (31,7 km no concelho de Mirandela e 27,5 km no de Valpaços) – “integra um va- lioso património cultural, imaterial e material que im- porta preservar, promover e valorizar”, adianta Vítor Correia, vereador de Miran- dela, que não tem dúvidas da importância deste novo troço. “Estamos certos de que vai traduzir-se numa me- lhoria da oferta turística e no incremento dos fluxos turísticos para os municí- pios e para a região trans- montana, estimando-se que anualmente possam cruzar os dois concelhos cerca de 5000 peregrinos”, acrescenta.� FERNANDO PIRES Troço em Mirandela Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 25 VIANA DO CASTELO A Romaria de Nossa Senho- ra d’Agonia em Viana do Castelo regressa em Agosto, de 17 a 21, com programa na íntegra e reforçado com mais um dia de festa. O cartaz, de Renan Morgado, que foi escolhido entre 60 propostas apresentadas por criativos de todo o país, Brasil e França, foi apresentado ontem. Romaria d’Agonia regressa com programa de cinco dias BRE VES INSPEÇÃO A circula- ção na ponte da Ré- gua vai manter-se condicionada, com corte ao trânsito du- rante a noite até dia 3 de junho, devido a trabalhos de inspeção e diagnóstico. O des- vio faz-se pela barra- gem de Bagaúste. Trânsito condicionado na Régua CASTRO DAIRE O Fes- tival de Sopas Solidá- rio, iniciativa da Câ- mara de Castro Daire, realiza-se hoje com o Agrupamento de Es- colas de Castro Daire e a Fundação EDP. O evento decorre no mercado municipal, a partir das 19 horas. Festival de Sopas solidário Seus filhos, nora, genros e netos participam o falecimento e que o funeral se realiza hoje, dia 27, pelas 14.30 horas, na igreja do Foco. Após as cerimónias, segue a sepultar em jazigo de família, no cemitério de Pedroso – Vila Nova de Gaia. A missa do 7.oº dia será celebrada na próxima quarta-feira, dia 1 de junho, pelas 19 horas, na referida igreja. A família agradece todas as demonstrações de pesar e carinho recebidas neste momento de dor. AGÊNCIA FUNERÁRIA PÁTRIA Pedrouços – Maia MARIA ALICE DOS SANTOS BARBOSA JACQUES DE SOUSA Faleceu Seus filhos, noras, netos, bisnetos e demais família, com profundo pesar, participam às pessoas de sua estima o falecimento deste ente querido. O funeral realiza-se hoje, sexta-feira, pelas 15 horas, na capela da Ressurreição, anexa à igreja paroquial de São Cosme, onde o corpo se encontra depositado. Após celebração de exéquias fúnebres, será inumada em jazigo de família, no cemitério da mesma localidade. Antecipadamente e por este meio se agradecea comparência a esta cerimónia, bem como na eucaristia do 7.o dia, que será celebrada na igreja acima indicada, quarta-feira, dia 1 de junho, pelas 19 horas. Vila de Fânzeres (Av. da Carvalha) – Cidade de Gondomar D. JESUÍNA DA CONCEIÇÃO GOMES NOGUEIRA (VIÚVA DO SAUDOSO SR. VENTURA RODRIGUES) Faleceu (1928 – 2022) FUNERÁRIA SARAMAGO Casa Moreira A G Ê N C I A F U N E R Á R I A S E C U L A R d e s d e 1 8 4 7 Atendimento Permanente 24h www.casamoreira.pt 22 944 90 21 EFEMÉRIDES 1823 D. Miguel desencadeia o movimento da Vilafranca- da, para abolir a Constitui- ção Liberal de 1822. 1860 Forças pró-unificação da Itália, comandadas por Giuseppe Garibaldi, inva- dem a Sicília e ocupam Pa- lermo. 1862 Nasce Manuel Teixei- ra Gomes, escritor, diplo- mata, sétimo presidente da I República, figura determi- nante para o reconheci- mento da República Portu- guesa pelas potências euro- peias, em 1911. 1911 É aprovado o primeiro Código da Estrada, em Por- tugal. – Publicado decreto que cria a Tutoria de Infância e a Fe- deração Nacional dos Ami- gos e Defensores das Crian- ças, instituições de proteção à criança. 1936 O paquete de luxo bri- tânico Queen Mary começa a primeira viagem transa- tlântica. 1937 Abre ao tráfego a pon- te Golden Gate de São Fran- cisco. 1941 II Guerra Mundial. O navio de guerra alemão Bis- marck é afundado ao largo de França. 1951 Juan Domingo Peron é eleito presidente da Argen- tina. 1963 Morre, com 77 anos, o escritor português Aquilino Ribeiro, autor de “Terras do Demo” e “Quando os lobos uivam”. 1964 Morre, com 74 anos, o primeiro-ministro indiano Jawaharmal Pandita Nehru. – Fundação das FARC, mo- vimento guerrilheiro da Co- lômbia, o mais antigo da América Latina. 1974 Entra em vigor o pri- meiro salário mínimo na- NECROLOGIA NASCIMENTO Manuel nasceu na madrugada de ontem dentro de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Sines. O alerta foi dado às 1.20 horas e já o parto estava em esta- do avançado. A ambulância seguia para o hos- pital de Setúbal. Os bombeiros Sandra Sobral e Soraia Periquito ajudaram ao nascimento do menino. R.M. Bombeiros de Sines foram “parteiros” de menino cional, fixado em 3300 es- cudos mensais. 1982 Guerra das Falk- lands/Malvinas. Paraque- distas britânicos tomam o ponto estratégico de Goose Green. 1985 É inaugurada a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo. – A China e o Reino Unido trocam os documentos que ratificam o acordo de devo- lução de Hong-Kong à Re- pública Popular da China, em 1997. 1987 O F. C. Porto conquis- ta o título de Campeão Eu- ropeu de Futebol ao vencer na final o Bayern de Muni- que por 2-1. 1988 O Senado norte-ame- ricano ratifica o tratado de eliminação de Forças Nu- cleares Intermédias. 1990 Jorge Sampaio é ree- leito secretário-geral do PS, no final do IX congresso do partido. 1993 Atentado à bomba no centro histórico de Floren- ça, Itália, causa a morte a cinco pessoas e destrói pa- trimónio artístico da cidade. 1994 Regressa à Rússia, após 20 anos de exílio, o es- critor Alexander Solje- nitsin, autor de “O arquipé- lago de Gulag”. 1996 O Governo, a Liga de Clubes e a Federação Portu- guesa de Futebol assinam o convénio da transferência das receitas do Totobola para pagamento das dívidas dos clubes às Finanças e à Segurança Social. 1997 A NATO e a Rússia as- sinam, em Paris, a ata para a colaboração militar. 1999 O Tribunal Interna- cional para a ex-Jugoslávia acusa Slobodan Milosevic de crimes contra a humani- dade. Jornal de Notícias26 MUNDO 27 de maio de 2022 M U N DO DDM4 RIFLE Arma desportiva A espingarda utiliza- da no tiroteio é co- nhecida como DDM4 Rifle, uma arma des- portiva se- miauto- mática, um modelo a seguir à ca- rabina M4, usada pelos militares dos Estados Uni- dos. Pagou 725 dólares De acordo com fotogra- fias publicadas no Insta- gram, o atirador terá comprado uma mira ho- lográfica alimentada por bateria que normalmen- te é vendida por cerca de 725 dólares (678,27 euros). TIROTEIO O ataque na Escola Pri- mária Robb, em Uvalde, no Texas, fez emergir a discussão sobre o di- reito de posse de armas nos EUA, um dos temas que mais dividem republicanos e democratas. Embo- ra o país ainda esteja a recuperar o fôlego depois de ter assistido a um dos maiores massacres da década, o partido conservador faz uma proposta que mantém intacto o “direito constitucional e indivi- dual” dos norte-americanos, ao mesmo tempo que “previne” es- tes crimes. A solução passa por au- mentar o número de polícias ar- mados nas escolas e instalar por- tas e janelas à prova de bala. A sugestão foi dada por Ted Cruz, senador republicano eleito no Te- xas, alegando que este tipo de massacres podem ser evitados se as escolas passarem a ter apenas uma porta de entrada e saída, que deve ser vigiada por autoridades armadas. Republicanos pedem armas para evitar ataques em escolas Ana Isabel Moura ana.moura@jn.pt Em declarações à “Fox News”, o político defendeu “que retirar ar- mas aos cidadãos não funciona”. Com ligações ao lóbi pró-armas da Associação Nacional de Rifles da América (NRA, sigla em inglês), Cruz recebeu, em 2019, cerca de 176 mil dólares (164 mil euros) para financiar a sua campanha. O senador irá juntar-se, entre hoje e domingo, a Donald Trump, ex-presidente dos EUA (ler caixa), e Greg Abbott, governador do Te- xas, para discursar no encontro anual da NRA, que entre 1990 e 2020 gastou 54,4 milhões de dó- lares (cerca de 50 milhões de eu- ros) a apoiar campanhas. O lóbi pelo controlo de armas nos EUA está em crescimento des- de 2013, refere a “Al Jazeera”, o que dificulta a aprovação de novas leis que possam contrariar a ten- dência. Tendo em conta a conjun- tura atual, o Senado não vai avan- çar, para já, com uma votação para uma legislação sobre as armas, adiantou o senador democrata Chuck Schummer. O líder da maioria do Senado mostra-se pou- co otimista, considerando pratica- mente “impossível” obter avan- ços com o aval dos republicanos. AVISOU QUE IA MATAR No entanto, Joe Biden, presiden- te dos EUA, considerou que a “Se- gunda Emenda não é absoluta” e voltou a pedir limitações. “Quan- do a emenda foi aprovada, não era possível ter certos tipos de ar- mas”, lembrou Biden, acrescen- tando que visitará o Texas nos pró- ximos dias. A investigação da Polícia tem B R A N D O N B E LL / A FP FLE sportiva rda utiliza- eio é co- omo DDM4 a arma des- - o ca- , s dos ni- agora como prioridade determinar o que levou Salvador Ramos a co- meter o massacre. O jovem, que ti- nha completado 18 anos há pou- cos dias, anunciou as suas inten- ções através de mensagens que enviou a uma rapariga com quem falava virtualmente. O atirador informou a jovem de 15 anos, que vive na Alemanha, que tinha acabado de disparar con- tra a avó – agora em estado crítico –, indicando, cerca de quinze mi- nutos antes de iniciar a ofensiva, que se preparava para atacar uma escola, informa a CNN. Em entrevista ao “Daily Mail”, a mãe do rapaz, Adriana Reyes, ga- rante que o filho não era violento, lamentando o desfecho trágico. “Estou a rezar por todas aquelas crianças”, referiu. Entre as famílias das vítimas sur- gem agora dúvidas sobre a rapidez da resposta das autoridades, já que após alvejar um segurança da es- cola, o atirador terá estado no inte- rior cerca de 40 minutos sem que a Polícia interviesse. � ALERTA Joe Biden Presidente dos EUA “A Segunda Emenda não é absoluta. Quando foi aprovada, não se podia ter certos tipos de armas” Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 MUNDO 27 BREVES TRAGÉDIA O colapso de um edifício em construção no sudoeste do Irão fez pelo menos 18 mortos, disseram ontem as autoridades iranianas quatro dias após a tra- gédia. Na segunda-feira, o edifício Metropol, de dez an- dares, em construção numa das principais ruas de Aba- dan, cidade da provínciade Khouzestan ficou parcial- mente destruído após a derrocada. “O número exato de pessoas soterradas ainda é desconhecido, mas até ao mo- mento encontramos 18 corpos”, disse Ehasan Abbas- pour, governador de Abadan. Derrocada de edifício no Irão fez pelo menos 18 mortos ESCUTAS O primeiro-mi- nistro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou uma reforma da lei que regula o funcionamento dos servi- ços de informações, prin- cipalmente para “reforçar o controlo judicial”, na se- quência do escândalo de escutas telefónicas. “Tra- ta-se de reforçar as garan- tias deste controlo, mas também de assegurar o respeito pelos direitos in- dividuais e políticos das pessoas”, disse o chefe do Governo aos deputados. Espanha anuncia reforma nos serviços de informação SENEGAL Os bebés morre- ram na quarta-feira num incêndio num hospital em Tivaouane, no oeste do Se- negal, anunciou o presi- dente Macky Sall. O in- cêndio foi causado por “um curto-circuito e o fogo espalhou-se muito rapidamente”, informou o autarca de Tivaouane, Demba Diop, acrescen- tando que três crianças fo- ram salvas a tempo. O hos- pital havia sido inaugura- do recentemente, segun- do a imprensa local. Incêndio em hospital mata onze recém- -nascidos HOMICÍDIO Uma escritora norte-americana que escre- veu um ensaio intitulado “Como matar o seu marido” foi condenada anteontem por matar o marido, por um tribunal no Oregon, noroeste dos Estados Unidos. Após oito horas de deliberação, o júri considerou Nancy Crampton Brophy culpada de assassinar Daniel Brophy. A escritora, especializada em romances sentimentais com títulos chamativos como “O inferno no coração” ou “O marido errado”, negou todas as acusações. Os ad- vogados da mulher, de 71 anos, vão recorrer. Condenada mulher que escreveu livro sobre como matar o marido TURQUIA O líder do grupo jiadista Estado Islâmico (EI), Abu Ibrahim al Qura- shi, foi detido na cidade de Istambul, Turquia, avançou ontem o portal de notícias turco Odatv. Segundo vários meios de comunicação da Turquia, a detenção ocorreu na sema- na passada, no âmbito de uma operação internacio- nal que foi preparada em se- gredo, tendo só agora vindo a público. Durante a detenção, fo- ram recuperadas informa- ções relevantes sobre o gru- po terrorista, segundo o por- tal, citado pelas agências in- ternacionais. O portal Odatv afirma que o presidente da Turquia, Re- cep Tayyip Erdogan, anun- ciará nos próximos dias a de- tenção e dará mais porme- nores sobre a mesma. A in- formação foi divulgada pelo jornalista Toygun Atilla, um proeminente repórter com contactos importantes com a Polícia. De acordo com as infor- mações ontem avançadas, Abu Ibrahim al Qurashi já estava a ser vigiado pelas autoridades há vários dias. A detenção do líder jiadista foi feita por uma unidade de agentes antiterrorismo, na casa onde vivia em Is- tambul. O líder do EI foi alegada- mente detido sem resistên- cia e está agora a ser interro- gado pelos serviços secretos turcos. MOMENTO DE FRAQUEZA Abu Ibrahim al Qurashi as- sumindo o controlo do EI num momento em que o grupo está enfraquecido por sucessivas ofensivas apoia- das pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria. Nos últimos anos, a Tur- quia também tem lutado contra o Estado Islâmico ao longo da fronteira com a Sí- ria, onde a organização jia- dista mantém milhares de combatentes de forma clan- destina. A notícia da deten- ção surge numa altura em que Ancara está a preparar uma operação para enfren- tar as milícias curdas do YPG apoiadas pelos EUA, mas vistas como terroristas pelo regime liderado por Er- dogan.� TU R K ISH PR E SID E N T PR E SS O FFIC E H A N D O U T Abu Ibrahim al Qurashi foi preso no âmbito de uma operação internacional preparada em segredo Líder do Estado Islâmico detido em Istambul Recep Tayyip Erdogan anunciará nos próximos dias a detenção Ted Cruz, senador do Texas, propõe polícias armados e instalação de portas e janelas à prova de bala Escola onde morreram 19 crianças e duas professoras é agora local de homenagens Trump discursa no encontro do poderoso lóbi POSIÇÃO PERFIL Abu Ibrahim al Qurashi, o terceiro líder da orga- nização radical sunita desde a sua criação, é re- lativamente desconhe- cido e existem poucas informações sobre a sua vida. Foi eleito em mar- ço passado, depois do grupo terrorista Estado Islâmico ter confirmado a morte de Abu Ibrahim al Hashimi al Qurashi a 3 de fevereiro, na sequên- cia de um ataque norte- -americano no noroeste da Síria. O mais discreto dos chefes do Daesh � Abu Ibrahim al Qurashi � Cargo: Líder do Estado Islâmico a Apesar do tiroteio na es- cola de Uvalde estar a chocar os EUA e o Mun- do, o ex-presidente Do- nald Trump mantém a intenção de discursar na reunião anual do lóbi da Associação Nacional de Armas (NRA) no Texas. “A América precisa de solu- ções reais e liderança real neste momento, não de políticos e considerações partidárias”, referiu o re- publicano através do Truth Social, rede social que criou quando foi ex- pulso do Twitter. “É por isso que vou honrar o meu compromisso de longa data de falar na convenção da NRA no Te- xas”, acrescentou, pro- metendo um “importan- te discurso ao povo nor- te-americano”. Trump posiciona-se assim de forma oposta ao seu su- cessor, Joe Biden. Jornal de Notícias28 MUNDO 27 de maio de 2022 FONTE: AXIMAGE, BARÓMETRO DE MAIO DE 2022 INFOGRAFIA JN Guerra Rússia/Ucrânia Decisão da NATO de não intervir diretamente na guerra (%) Sentiu algum impacto da guerra? A ajuda ao povo ucraniano pela União Europeia é suficiente? Em que medida a sua vida se alterou com a guerra? Confiança nas instituições 56% (52%) Concorda 15% (27%) Discorda Concorda totalmente Concorda Discorda totalmente Discorda Sem opiniãoNem concorda, nem discorda Muito grande Grande Muito pequena Pequena Não sabe Média Que tipo de ajuda adicional deve ser dada? 18% (31%) 26% (22%) 39% (26%) 17% (21%) 6 (11) 9 (16) 20 (18) 31 (34) 25 (18) 9 (3) Se discorda, acha que Portugal deve enviar tropas para a Ucrânia? 76% (74%) SIM 20% (14%) Não 4% Semopinião Qual a expectativa quanto à duração da guerra? O seu poder de compra diminuiu Deixou de comprar alguns produtos e bens Até agora continua sem restrições Deixou de passear ao fim de semana Passou a andar de transportes públicos Aumento de instabilidade a nível psicológico/tristeza 3 a 6 meses 6 a 12 meses mais de 1 ano Não sabe 18% (24%) NÃO 55% (54%) SIM 45% (46%) NÃO 75% (70%) 16% (17%) 6% (7%) 2% (3%) 1% (2%) 0% (1%) Sanções ainda mais severas no plano financeiro e económico à Rússia Suspensão da compra de carvão, petróleo e gás à Rússia Nacionalização de empresas russas na Europa 54% 34% 12% (entre parêntesis o resultado da sondagem de abril) (38%) (51%) (11%) 29% (24%) Confia 23% (29%) Não confia10 (13) 13 (16) 41 (42) 22 (18) 7 (6) 7 (5) Líderes Europeus 49% (43%) Confia 7 (10) 3 (6) 32 (36) 34 (32) 15 (11) 9 (5) 13% (16%) Não confia NATO % (76%) SIM 82% assumem sentir impacto do conflito no dia a dia, especialmente na perda de poder de compra (75%) SONDAGEM Mais de três meses depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, são cada vez mais os portugueses que acreditam que a guerra vai durar mais de um ano. Em março eram 16%, este mês são 39%. Mais do dobro, de acordo com os dados da sondagem Quase 40% dos portugueses acreditam que guerra vai durar mais de um ano Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt sobre o conflito feito pela Aximage para o JN, DN e TSF. São também cada vez mais os que dizem sentir o impacto da guerra na sua vida particular (passou de 59% em março para 82% em maio), especialmente através da perda do poder de compra. A percentagem dos que têm a expectativa de que a guerra vai durar entre seis meses e um ano também duplicou: passou de 13% em março, subiu para 22% em abril e atingiuos 26% em maio. Naturalmente em sentido inverso, quase caiu para metade os que acreditam que a invasão vai durar menos de seis meses – eram 30% dos inquiridos em março, subiram para 31% em abril, mas diminuí- ram para 18% em maio. Os que dizem sentir o im- pacto da guerra cresce con- secutivamente desde o iní- cio da sondagem, numa tendência consolidada: 59% dos inquiridos respon- deram que sim em março, 76% em abril e 82% em maio. Os efeitos são mais apontados pelas mulheres (87% das que responderam ao questionário contra 77% dos homens), por inquiri- dos com mais de 50 anos (por 93% dos que têm en- tre 50 e 64 anos e por 76% dos que têm mais de 65 anos) e da Área Metropoli- tana do Porto (88%) e da Região Centro (77%). A perda do poder de com- pra foi o principal efeito apontado por 75% dos que responderam sentir impac- to (em abril tinham sido 70%). Mais uma vez, espe- cialmente pelos que têm mais de 50 anos (83% en- tre o grupo dos 50 aos 64 anos e 86% pelos que têm mais de 65 anos). Quanto a outras consequências, como deixar de comprar al- guns produtos ou passar a andar de transportes públi- cos registaram-se diminui- ções ligeiras relativamente ao mês passado: passou de 17% para 16% os que assu- miram reduzir as compras; e de 2% para 1% os que dei- xaram de usar o carro. MAIS SANÇÕES Mais de metade dos inqui- ridos (55%) considera que a ajuda da União Europeia ao povo ucraniano “é sufi- ciente”, principalmente as mulheres (57% contra 53% dos homens), os que têm mais de 65 anos (70% des- te grupo) e vivem nas re- giões Centro (67%), Sul e ilhas (59%). Em março, re- corde-se, a opinião quanto ao apoio dividia os portu- gueses: 51% consideravam suficiente, 49% não. Entre os 45% que consi- deram que os 27 estados- -membros não estão a fa- zer o suficiente, 54% (eram 51% em março) de- Apenas 25% dos inquiridos consideram que o ní- vel de isenção da informação divulgada sobre a guerra é “grande”; 41% dizem ser “média” e 14% “pequena”. Os mais velhos são os que confiam mais na comunicação: 34% dos que têm mais de 65 anos e 26% dos que têm entre 50 e 64 anos di- zem que o nível de isenção é “grande”. A maioria (62%) dos portugueses afirma procurar diaria- mente informação sobre o conflito, especialmen- te os mais velhos (79% dos inquiridos com mais de 65 anos e 69% dos que têm entre 50 e 64 anos) e os homens (68% contra 56% das mulheres). Para a esmagadora maioria (93%), a televisão é o meio escolhido para procurarem notícias sobre a guer- ra, sobretudo as mulheres (94% das inquiridas) e os mais velhos (95% dos inquiridos com mais de 50 anos). Mais de metade (53%) dos inquiridos en- tre os 18 e 34 anos responderam preferir a infor- mação divulgada pelas redes sociais. Só um quarto considera que informação divulgada é muito isenta COMUNICAÇÃO Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 MUNDO 29 Quantidade de informação Cobertura da guerra pela Comunicação Social FICHA TÉCNICA A sondagem foi realizada pela Aximage para o JN, TSF e DN, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre a guerra Rússia/Ucrânia. O trabalho de campo decorreu entre os dias 19 e 24 de maio de 2022 e foram recolhidas 805 entrevistas entre maiores de 18 anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, obtida através de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género, grupo etário e escolaridade. Para uma amostra probabilística com 805 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,017 (ou seja, uma “margem de erro” – a 95% – de 3,45%). Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem, Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio. Isenção da informação Regularidade com que procura informação Meios de comunicação pre- feridos para obter informação TV Redes sociais Jornais Rádio 19% 16% 35% Insuficiente Suficiente Excessiva Sem opinião 35% 3% 48% 14% 93% Diariamente Várias vezes por semana Ocasionalmente Raramente 13% 6% 19% 62% 4% 25% 41% 8% 14% 8% Muito grande Grande Muito pequena Pequena Não sabeMédia fendem que devem ser aprovadas sanções mais se- veras à Rússia no plano fi- nanceiro e económico. Di- minuiu no último mês, de 38% para 34%, a percenta- gem de portugueses que concorda com a suspensão da compra de carvão, pe- tróleo ou gás russos, inde- pendentemente das conse- quências na economia eu- ropeia. Já a nacionalização de empresas russas na UE ganhou adeptos, passando de 11% para 12%. A confiança na Aliança Atlântica caiu 14 pontos percentuais, de 63% em março para 49% este mês (somando que manifestam ter “grande”, 34%, e “mui- to grande confiança”, 11%). Apesar de se manter em ní- veis baixos, os portugueses registaram uma subida na confiança de que os líderes europeus contribuirão para a resolução do conflito: 22% responderam ter “grande” confiança e 7% “muito grande”, totalizan- do 29%, enquanto em abril eram 24%. A sondagem da Aximage foi feita a partir de 805 en- trevistas, entre 19 e 24 de maio. � dos que responderam ao in- quérito concordam (31%) ou concordam totalmente (25%) com a decisão da NATO de não intervir dire- tamente no conflito. A per- centagem aumentou ligei- ramente em relação à son- dagem feita em abril quan- do 52% concordaram (34%) ou concordaram totalmente (18%) com a NATO. dos portugueses defende- ram na sondagem o envio de tropas por Portugal para a Ucrânia. Esta percenta- gem, apurada tendo por base a totalidade dos inqui- ridos, tem vindo a diminuir sucessivamente desde o iní- cio da invasão: era de 30% na sondagem feita em mar- ço e de 20% de acordo com os resultados de abril. 56% 11% FONTES: INSTITUTE FOR THE STUDY OF WAR, UK MINISTRY OF DEFENCE, REUTERS, GRAPHIC NEWS INFOGRAFIA JN Invasão da Ucrânia – 92.º dia Controlado pela Rússia Cidades Território Avanços russos Contraofensivas ucranianas 1 Região do Donbass: russos avançam a leste de Popasna para cortar uma das estradas principais que ligam Severodonetsk a Bakhmut. Concentração de mais de 10 000 tropas sugere que a Rússia pode começar a ofensiva sobre Severodonetsk antes de cortar as linhas de abastecimento às tropas ucranianas. 2 Distritos de Kherson e Zaporíjia: Putin assina decreto a simplificar a aquisição de cidadania russa para os ucranianos que vivem nas zonas ocupadas pela Rússia. 3 Distrito de Mykolaiv: tropas russas tentam avançar na direção de Kryvyi Rih. 4 Mar Negro: Rússia diz que está pronta a facilitar corredor para navios que transportem alimentos da Ucrânia em troca do levantamento de sanções. Combates violentos Controlo russo antes de 24 fev. MAR NEGRO MAR DE AZOV Kharkiv Kiev UCRÂNIAUCRÂNIA RÚSSIARÚSSIA Mykolaiv Izyum Lyman Bakhmut Zaporíjia Kryvyi Rih Dnipro Popasna Severodonetsk Belgorod Donetsk Lugansk Odessa Kherson Mariupol Sevastopol 100km Melitipol CRIMEIA Anexada em 2014 REGIÃO DE DONBASSKiev BIELORR. P O LÓ N IA ROMÉNIA RÚSSIA UCRÂNIA 1 3 4 2 Kremlin começa a difundir propaganda russa em Mariupol Invasores instalaram ecrãs de televisão para espalhar influência de Moscovo. Nas escolas, os alunos irão ter novo programa educativo CONFLITO Meses após cerca- rem a cidade portuária, as autoridades russas que ago- ra dominam Mariupol ini- ciaram o processo de difu- são de propaganda russa, que facilitará a ocupação fi- nal do território. Para isso, os invasores decidiram es- tender o programa educati- vo russo às escolas. “Os ocupantes anuncia- ram a extensão do ano leti- vo até 1 de setembro. Não há férias. O principal objetivo é desucranizar as crianças em idade escolar e prepará- -las para o currículo russo que terão de assumir no pró- ximo ano letivo”, revelou Petro Andriushchenko, au- tarca de Mariupol, no Tele- gram, detalhando que du- rante os próximos meses os alunos irão estudar língua, literatura, história e mate- mática em russo. O responsável ucraniano explicou ainda que,a man- do de Moscovo, as autorida- des que controlam Mariu- pol irão abrir nove escolas onde cerca de 53 professo- res irão lecionar as matérias definidas pelo Kremlin. Além disso, os russos ins- talaram vários ecrãs de tele- visão com o intuito de espa- lhar a influência do regime de Vladimir Putin. “Os ocu- pantes russos lançaram três veículos de propaganda mó- vel e instalaram doze tele- visões em áreas públicas, como centros de ajuda hu- manitária, escritórios e pon- tos de acesso à água”, infor- mou Andriushchenko nas redes sociais, lamentando que se preocupem em disse- minar mentiras, quando o que falta é comida e água. Vídeos partilhados pelo Kremlin também mostram os ecrãs suportados em car- rinhas, classificadas como Ana Isabel Moura ana.moura@jn.pt “complexos de informações móveis”, onde são emitidos programas russos e ouvidos comentários de especialis- tas que apoiam a invasão Esta é mais uma forma da Rússia impor autoridade na Ucrânia, depois do presi- dente russo ter assinado um decreto que permite facili- tar a obtenção de cidadania russa aos residentes de Kherson e Zaporíjia. No entanto, Kiev subli- nha que não irá reconhecer os passaportes emitidos. “É uma flagrante violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia”, refe- riu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba. No Donbass, a ofensiva in- tensifica-se, mas os ataques também têm sido frequen- tes em outros pontos da Ucrânia. Em Kharkiv, sete pessoas morreram em no- vos bombardeamentos de- pois de a cidade ter iniciado um regresso à normalidade. Após a justiça ucraniana ter condenado a prisão per- pétua o primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra, mais dois combaten- tes do Kremlin foram cap- turados e declararam-se cul- pados por bombardear uma cidade da Ucrânia. Alexan- der Bobikin e Alexander Ivanov reconheceram fazer parte de uma unidade de ar- tilharia que disparou contra alvos na região de Kharkiv, sendo que o veredito final de ambos deverá ser conhe- cido na próxima semana. � Ecrãs foram colocados no meio da destruição D R Jornal de Notícias30 OPINIÃO 27 de maio de 2022 Os crimes em grupo e juvenis au- mentaram, respetivamente, 7,7 por cento e 7,3 por cento em 2021, de acordo com o Relatório Anual de Se- gurança Interna. Perante esta subi- da de casos, Administração Interna, escolas e poder local devem pensar numa estratégia articulada para tra- var uma tendência que poderá pro- vocar graves fissuras sociais. Em ano de fortes restrições de contactos de proximidade devido à covid-19, esperar-se-ia que as es- tatísticas relativas a uma violên- cia que acontece sobretudo no es- paço público diminuísse. Assim não foi. Os média noticiosos já ti- nham testemunhado isso, mas os números globais das entidades competentes nesta área apresen- tam um retrato mais fidedigno de um país que, em contexto urbano, continua com periferias demasia- do explosivas. E a exigir ações plu- rissetoriais. Não chega o Ministério da Ad- ministração Interna anunciar um reforço das comissões de proteção de jovens em risco ou da vigilân- cia policial para inverter este qua- dro. É preciso dotar estas entida- des de mais meios. No caso da PSP, impõe-se assegurar mais po- liciamento em zonas críticas, numa postura que privilegie a prevenção à correção de infra- ções. Por seu lado, as escolas necessi- tam de prestar muita atenção a uma população estudantil alhea- da daquilo que se passa na sala de aula. Para isso, o Ministério da Educação deve dar maior estabili- dade aos quadros dos estabeleci- mentos de ensino de zonas pro- blemáticas, apoiando projetos de intervenção que ocupem os jo- vens em atividades de inclusão social. É igualmente fulcral inte- grar nos planos curriculares for- mação em redes socais, que deba- ta exaustivamente os riscos de uma comunicação digital centra- da em conteúdos de rutura social. O poder local também pode constituir-se como parte de uma solução de integração social. Os territórios, especialmente as cida- des, desenham frequentemente espaços propícios à disrupção da- queles que neles habitam. Depois de uma geração de autarcas dema- siado ocupada em multiplicar pré- dios, sucedeu uma outra geração muito ciosa de eventos promocio- nais. Tem faltado projetar urbani- zações com quotidianos de bairro bem como reabilitar harmoniosa- mente espaços degradados. E, aci- ma de tudo, iluminar as ruas, fa- zendo entrar aí atividades que lhes deem vida. Há, pois, todo um programa sis- témico para colocar em marcha. Associar este tipo de criminalida- de ao hip-hop ou ao drill, para além de não fazer sentido, é peri- goso. Porque cria preconceitos e não resolve o problema. PRAÇA DA LIBERDADE POR Carla Fraga Direção da Associação das Juízas Portuguesas co, preferencialmente a burka, em cuja divulgação foi referido que “As mulhe- res que não são nem muito jovens nem muito velhas devem cobrir o rosto, exce- to os olhos, de acordo com as recomendações da Sha- ria, para evitar qualquer provocação quando encon- trarem um homem” e que, se não tiverem motivos para sair, “é melhor que fi- quem em casa”. A violação deste decreto implica, para além da puni- ção da mulher, também pu- nições ao respetivo chefe de família, o que, na prática, determinará um aumento dos conflitos familiares e da violência doméstica. Numa entrevista à CNN, Mahbouba Seraj, afegã que luta pelos direitos das mu- lheres naquele país, afir- Caminhos de inversão da criminalidade juvenil As medidas que vêm sendo tomadas naquele país visam a eliminação da presença feminina na sociedade As mulheres invisíveis Um povo culto, ainda que não eru- dito, é exímio no uso das metáforas. Assim o tenho percebido na estreita relação que mantenho com alguns dos grandes sábios transmontanos, mestres da tradição oral, onde vou colhendo metáforas que são figura- ções muito pertinentes nos tempos em que vivemos. Como esta de um sapo fanfarrão que passava o tempo a gabar-se junto das rãs. Dizia que era o melhor em tudo, que não havia quem lhe passasse a perna. Nisto, es- tava ele com a “cantilena” do costu- me, foi calcado por um boi que o mantinha preso sob o casco. – Estás aflito? – perguntaram as rãs. – Bô?! Estou a segurar este boi pela pata, para que não caia! – res- ponde o sapo. Por fim, com tamanho peso em cima, começaram a sair-lhe as tri- pas, e, de novo questionado pelas rãs: – E agora? Estás aflito? Ele respondeu: – Não. Estou a segurar as corren- tes do relógio. Certamente, ainda lá estará a en- ganá-las ou a enganar-se a si pró- prio. Quando se persiste no discur- so, ou na obsessão, de que “somos os melhores”, mas os estudos di- zem que Portugal está a caminho de cair para o terceiro país mais po- bre da União Europeia e que, já em 2021, “havia 2,3 milhões de pes- soas em situação de pobreza ou de exclusão social, o que correspon- de a um quinto da nossa popula- ção” (JN, 27-4-2022), colocamo- -nos também na posição daquele sapo que, nem com as tripas de fora, conseguia assumir a compli- cada situação em que estava. Joaquim Miranda Sarmento, um eminente especialista em Finan- ças Públicas, escreveu uma obra que qualquer político hoje deveria ler (“Portugal, liberdade e espe- rança – uma Visão para Portugal 2030”, Bertrand, 2021), onde, evocando a lição de Esopo, con- cluiu: “Enganar-se a si próprio pode levar à autodestruição”. Re- correu a Esopo, pois claro. Ou não fosse ele o grande mestre das me- táforas. Tal como os sábios trans- montanos. A metáfora do sapo fanfarrão mou que podem morrer a qualquer momento. E, de facto, assim parece ser. As medidas que vêm sendo tomadas naquele país visam a eliminação da pre- sença feminina na socieda- de; a invisibilidade das mu- lheres perante os homens. E o motivo primário parece claro naquele decreto: impe- dir que os homens sejam “provocados” pela beleza fe- minina. Um argumentoque não abona muito a favor de tais homens. E que, como declarou uma afegã numa entrevista à BBC 100 Wo- men, as faz sentir que é cri- me ser mulher. No passado dia 13 foi divul- gada uma declaração conjun- ta dos ministérios de Negó- cios Estrangeiros de vários países, incluindo europeus (Portugal não consta do elenco desses países) a mani- festar a sua preocupação com tais restrições e apelar ao regime talibã ao respeito de direitos humanos das mu- lheres: a educação, trabalho e liberdade de movimentos. E o Estado português? Não se revê neste apelo? Num período em que as atenções a nível internacio- nal estão focadas na guerra na Ucrânia e nas suas conse- quências a nível mundial, a situação das mulheres no Afeganistão agrava-se. Desde agosto de 2021 que o regime talibã tem vindo a limitar os direitos das mu- lheres, com várias recomen- dações quanto ao vestuário, o encerramento de escolas para meninas com mais de 12 anos, proibição de viajar para o exterior ou desloca- ções longas no país desa- companhadas de um ho- mem da família. Os direitos das mulheres foram no início do mês no- vamente restringidos num decreto que impõe o uso de um véu integral em públi- POR Felisbela Lopes Prof. associada com agregação da UMinho POR Alexandre Parafita Escritor e jornalista Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 OPINIÃO 31 ESPAÇO DO LEITOR CARTAS, EMAILS E POSTS A licença menstrual anula as mulheres A licença menstrual menoriza a mulher. E ir a correr rapidamente atrás de uma legislação de Espanha – que, com todo o respeito, não pa- rece ser dos países mais evoluídos da Europa – que parece inadequa- da, ainda é mais grave. Pelo contrá- rio, a legislação espanhola é mui- to oportuna ao consagrar que as jo- vens de 16 anos podem, sem auto- rização parental, pedir a interrup- ção voluntária da gravidez. Voltando à chumbada (e bem) li- cença menstrual em Portugal, ar- rogar que as mulheres são incapa- zes de trabalhar os mesmos dias por mês é um golpe absoluto na causa feminista. As mulheres menstruam, e se isso implicar não conseguirem, “por decreto”, executar o mesmo que o homem, é anular num ápice tudo o que as mulheres conse- guiram alcançar pela igualdade salarial no trabalho e na vida. Depois, juntemos a isto o facto de serem as mulheres a ter os fi- lhos, o que implica ficar perío- dos longos em casa sob licença de maternidade. Aprovar a licença menstrual se- ria deitar por terra tudo o que a mulher conseguiu conquistar em décadas. Seria arranjar um pretexto para voltar a empurrar o homem para o patamar de cima, empurrando a mulher para o inferior em toda a hierar- quia das empresas, das institui- ções e, claro está, com reflexos a nível salarial. Tanto homens como mulheres encontram pretextos para, de quando em vez, se esquecerem de trabalhar. Não se arranje um para menorizar a mulher. AUGUSTO KÜTTNER aakuttner@gmail.com ELIAS, O SEM-ABRIGO POR R. Reimão e Aníbal F. lização), a situação não é me- lhor. Por insistência da Asso- ciação Portuguesa de Admi- nistradores Hospitalares foi possível nomear duas comis- sões de avaliação de desem- penho. Foram avaliados 166 trabalhadores. Parte deles fi- nalmente progrediram na carreira, ainda que sem alte- ração remuneratória (em al- guns casos, depois de quase vinte anos sem qualquer progressão...!), sendo que, outros, avaliados há cerca de um ano, continuam a aguar- dar pela progressão que lhes é mais do que devida. Acres- ce que, nos últimos vinte anos, não foram abertos quaisquer concursos que possibilitassem a progressão remuneratória prevista na carreira. Porque espera a tutela para rever esta situação? Esperará por um interlocutor mais conformado, eventualmen- te hierarquicamente subor- dinado, para dessa forma mais facilmente se prosse- guir com a desvalorização do administrador hospitalar, nomeadamente no que res- peita ao seu estatuto salarial? Não pode ser este o caminho. Nos próximos meses, a re- visão da carreira será discuti- da com a tutela. Será a opor- tunidade para que o Gover- no afirme o seu compromis- so com a melhoria da gestão em saúde, avançando para uma revisão da carreira que valorize e dignifique os ad- ministradores hospitalares. Assim o esperamos, assim o exigiremos. Administração hospitalar: crónica de uma carreira (in)adiável No início do séc. XXI, a em- presarialização da gestão hospitalar obrigou a rever to- das as carreiras da saúde. To- das, com exceção da admi- nistração hospitalar. Em 2017, o então secretá- rio de Estado dr. Manuel Del- gado validou a proposta de revisão da carreira apresen- tada por grupo de trabalho técnico nomeado para o efei- to. Infelizmente, a sua publi- cação nunca se concretizou. Esta omissão legislativa cria situações absolutamen- te inaceitáveis. Continuam a existir administradores hospitalares a desempenhar funções semelhantes e a re- ceber salários radicalmente diferentes. Persistem os ca- sos em que o profissional exerce a função, mas não está contratado como admi- nistrador hospitalar e, mais grave ainda, continuam a existir administradores hos- pitalares que não exercem as funções nas quais se diferen- ciaram, criando um claro desperdício do potencial va- lor que poderiam acrescen- tar ao SNS. No âmbito dos administra- dores hospitalares em fun- ções públicas (contratados no período pré-empresaria- POR Xavier Barreto Administrador hospitalar Lares devem ser bem fiscalizados Quando vão para um lar, pensio- nistas e doentes pensam que vão para o céu, mas às vezes vão pa- rar ao inferno. A começar pelos diretores, que não acompanham o dia a dia do que se passa, nem tudo é cor-de-rosa nos lares e mi- sericórdias. As auxiliares satu- ram-se dos trabalhos pesados e chegam mesmo a tratar mal os internos. Há quem passe fome e faltam medicamentos. Os uten- tes com mobilidade reduzida fi- cam muitas vezes nos quartos sem comida e banho. Pergunto para que serve a Segurança So- cial? Quando aparece, já vem muito tarde! Tem de haver fisca- lização de todos os lares, porque muitos estão ilegais, e os crimes têm de ser comunicados ao Mi- nistério Público. MANUEL PADILHA manuelpadilha@hotmail.com Diretor-Geral Editorial: Domingos de Andrade Diretora: Inês Cardoso Diretores-adjuntos: Manuel Molinos, Pedro Ivo Carvalho, Rafael Barbosa e Vítor Santos Diretor de Arte: Pedro Pimentel Diretor-adjunto de Arte: António Moreira ASSINATURAS 21 924 9999 Dias úteis das 8 às 18 horas RECEBA O JN TODOS OS DIAS EM CASA Leia o QR Code ou contacte a linha de assinaturasEmail: apoiocliente@noticiasdirect.pt Jornal de Notícias32 CULTURA 27 de maio de 2022 C U T R L U A Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 Nunca é tarde para se ser louco à moda do Porto de Zen FESTIVAL Há coisas que não mudam, nem que passem 30 anos. Rui Silva, aka Gon, vocalista dos Zen, continua a ser um animal de palco. Eles, a maior banda de culto Delfim Machado delfim.machado@jn.pt Banda de culto da Invicta, guiada pelo animal de palco Gon, deu um concerto com garra no JN North Festival da Invicta nos anos 90, con- tinuam a preencher recin- tos com alma e um punk rock cru que já é raro. No primeiro de três dias do JN North Festival, ainda antes da atuação de Linda Martini e Ornatos Violeta, os prota- gonistas foram os Zen. Falar de Zen é falar de Gon, um dos últimos ani- mais de palco do século pas- sado. Os penteados insóli- tos ficaram nos anos 90, mas a energia com uma grande dose de loucura está toda lá. Protagoniza danças deformadas, faz poses se- xuais, fuma enquanto can- ta, mutila-se com o micro- fone, arregala os olhos e está em constante interação com a linha da frente do pú- blico. Os vocalistas moder- nos usam guitarra. Gon usa Heineken de garrafa. “Puor- to!”, gritou a abrir o concer- to de cerca de uma hora que passou por quase todos os temas do disco The Privile- ge of Making The Wrong Choice, o únicoda banda. Houve outro, Rules, Jewels, Fools, sem Gon, vetado ao esquecimento. Os Zen apresentaram-se na formação original de 1991 sem Jorge Coelho. No Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 CULTURA 33 final, o tema mais conheci- do, “U.N.L.O.” pôs toda a gente a dançar. Suposta- mente era a última, mas os verdadeiros fãs sabiam que ainda vinha aí “11 A.M.”, ou- tro emblema musical dos portuenses, com que acaba- ram o concerto. Pelo meio houve tempo para Helter Skelter, gravada em 1968 pelos Beatles. FESTA HIPPIE COM PAUS Antes de Zen houve uma ode à boa percussão. Os Paus, ou o quarteto de bate- ria siamesa, ou a banda que consegue produzir uma das melhores distorções nacio- nais sem usar guitarra, de- ram uma autêntica aula de como o rock consegue ser dançável e intenso ao mes- mo tempo. Depois de um início mais jazzístico e com pouco bai- xo, embora de sintetizador incisivo, o concerto acabou com uma espécie de festa hippie onde cabeças deam- bulantes pululavam da es- querda para a direita ao ritmo das quatro baquetas, de forma incessante, com o riff em distorção a vir do baixo e um jogo de luzes psi- cadélicas a fazerem a comu- nhão entre o Porto e a ban- da lisboeta. Foi o primeiro momento do festival em que o público se deixou le- var, conduzido pela batida disforme. O tribalismo indissociável dos Paus atinge píncaros em temas como “Luzia Vene- no”, do último álbum, o Yess, que o conjunto lançou em 2020. O disco esteve na prateleira nos últimos dois anos e pouco saiu à rua por causa dos cancelamentos da pandemia. A meio do espe- táculo, o baterista Quim Al- bergaria dedicou a “Mo Peo- ple”, do álbum Mitra (2016), àqueles que no meio cultural mais sofreram com as sucessivas paragens: “Esta é para todos os técni- cos que estiveram durante a pandemia sem trabalhar. É pá, vão a concertos, apare- Os Linda Martini marcaram presença no North Festival em 2019. Ontem voltaram a pisar o palco da Alfândega do Porto, após o lançamen- to do disco “Êrror”. Tocar no Porto tem um sa- bor diferente? Cláudia Guerreiro: Sim, é inevitável. Somos sempre muito bem recebidos, te- mos uma base sólida há muitos anos. Vocês eram um quarteto, mas este ano ficaram re- duzidos a trio. Como está a ser o processo de transi- ção? André Henriques: Acontece na vida das pessoas. As rela- ções passam por várias fa- ses, nós estamos juntos há muitos anos. Coisa rara é conseguir aguentar uma banda tantos anos sem alte- rar os elementos. C.G.: E a nossa já tinha tido uma alteração [Sérgio Le- mos, guitarrista, abandonou os Linda Martini em 2008]. A.H.: Nós vamos fazer 20 anos no próximo ano e, quando começámos, éra- mos cinco. Tínhamos três guitarras, depois passámos a duas e estivemos estes anos todos com duas. Senti- mos que queríamos tocar este disco, estávamos mui- to contentes por o fazer, e queríamos estar todos com esse pé a bordo. Já têm algum projeto para o futuro? C.G.: As nossas perspetivas são sempre as mesmas. Lan- çamos um disco, tocámo-lo e depois queremos fazer ou- tro. � MARGARIDA CERQUEIRA ENTREVISTA Linda Martini de novo à beira-rio 1 - Público aderiu ao primeiro festival após a pandemia 2 - Zen atuaram antes de Ornatos Violeta 3 - Paus distinguiram-se pela percussão 4 - Paraguaii teve longos instrumentais çam sempre, consumam cultura que esta gente pre- cisa de trabalhar”. O outro baterista é Hélio Morais, que voltaria a subir ao palco com Linda Martini. FESTIVAIS DE VOLTA Antes de Paus foi a vez do duo vimaranense Paraguaii, de Giliano Boucinha e Zé Pedro Correia, a que se jun- tou um baterista. O space rock destes Paraguaii é de calibre elevado, o que ao fim do dia proporcionou a via- gem musical psicadélica de longos e envolventes ins- trumentais que guiaram os poucos melómanos que preenchiam o recinto. As honras de abertura es- tiveram a cargo de S. Pedro, o projeto a solo de Pedro Pode. O JN North Festival continua hoje com um dia dedicado à dança e o meio cultural afirma-se num re- gresso definitivo depois de dois anos de adiamentos e cancelamentos com que- bras próximas de 100%.� 1 2 43 PALCO PRINCIPAL� � Cassete Pirata: 18h � T-Rex: 19h � Domingues: 20h � Capicua: 21h � Robin Schulz: 22.30h � Don Diablo: 00h ESPAÇO CLUBBING � Throes + The Shine, Marc Vedo, Zanova, Pea- ce Maker! “O SURF E A ECONOMIA DO MAR” Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, é o protagonista da segunda talk promovida pelo JN. JN TALKS Cartaz Hoje FO TO S: A N D R É R O LO / G LO B A L IM A G E N S Jornal de Notícias34 CULTURA 27 de maio de 2022 Edward Prendick dá por si retido em alto mar. A espe- rança de sobrevivência é nula, mas dá-se o caso de ser resgatado por um navio que tem em curso uma das missões mais incomuns: o transporte de animais sel- vagens para uma pequena ilha no oceano Pacífico. É este o ponto de partida para “A ilha do Dr. Moreau”, a obra que o escritor britâni- co H. G. Wells viu ser publi- cada em 1896, e que chega amanhã às bancas, terceiro volume da coleção Essen- ciais da Literatura de Ter- ror. Ainda esquecido, Pren- dick é forçado a desembar- car com o carregamento na ilha. Aí conhece o Dr. Mo- reau, um cientista que faz experiências macabras com os seus animais após ter sido exilado da Inglaterra em consequência das suas teorias científicas contro- versas. Parábola sobre a teoria da evolução, bem como uma sátira social mordaz, “A ilha do Dr. Moreau” é um ro- mance que ainda choca e horroriza os leitores. Está à venda a partir de amanhã, e durante duas semanas, com o seu JN, por mais 4,95 eu- ros. � Experiências macabras que ainda perturbam Coleção Essenciais da Literatura de Terror chega a uma ilha peculiar A COLEÇÃO DRÁCULA - BRAM STOKER 14 DE MAIO O MÉDICO E O MONSTRO - ROBERT LOUIS STEVENSON 21 DE MAIO A ILHA DO DR. MOREAU - H. G. WELLS 28 DE MAIO O FANTASMA DA ÓPERA - GASTON LEROUX 4 DE JUNHO O CORVO - EDGAR ALLAN POE 11 DE JUNHO FRANKENSTEIN - MARY SHELLEY 18 DE JUNHO A VOLTA DO PARAFUSO - HENRY JAMES 25 DE JUNHO UM SUSSURRO NAS TREVAS - H. P. LOVECRAFT 2 DE JULHO O FANTASMA DE CANTERVILLE - OSCAR WILDE 9 DE JULHO CARMILLA - SHERIDAN LE FANU 16 DE JULHO A VIDA ETERNA - MACHADO DE ASSIS 23 DE JULHO O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON - F. SCOTT FITZGERALD 30 DE JULHO GATO PRETO - EDGAR ALLAN POE 6 DE AGOSTO PUBLICIDADE 1954-2022 O ator e produtor americano Ray Liotta fale- ceu ontem aos 67 anos. De acordo com um represen- tante do homem nascido Raymond Allen Liotta em Nova Jérsia, a morte aconte- ceu durante o sono, na Re- pública Dominicana. Liotta encontrava-se naquela zona das Caraíbas em filmagens de “Dangerous waters”, uma longa-metragem de John Barr, com interpreta- ções de Saffron Burrows, Odeya Rush e Eric Dane. Entregue a um orfanato ao nascer e adotado aos seis meses, foi nos anos 1980 que Ray Liotta se revelou na representação e deu corpo a uma parte significativa das personagens pelas quais se tornou conhecido. Depois de passagens discretas pela televisão, seguiram-se em rápida sucessão aparições em “Selvagem e perigosa” de Jonathan Demme (86), “Campo de sonhos” de Phil Alden Robinson (89) e “Tudo bons rapazes” de Martin Scorsese (90). Rapi- damente se colou a um tipo de personagem maligna, sempre a um passo da vio- lência física, que frequente- mente resvalava para a cari- catura – um traço que Liotta explorou, inclusive em co- médias negras. Nas décadas seguintes, Ray Liotta brilhou em fil- mes como “Cop Land – Zona exclusiva” (97), “Ha - nnibal” (2001) e “Todos os santos de Newark” (2021).� Morreu Ray Liotta, um ator nada bom rapaz Intérprete de “Cop Land – Zona exclusiva” partiu aos 67 anos Ray Liotta em 2016 Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 CULTURA 35 SU G ES TÕ ES PALCO Os escultores de fogo no Imaginarius Míticacompanhia Xarxa Teatre traz produção com 26 anos, “Veles e vents” A companhia valenciana Xar- xa Teatre tem no currículo 39 impressionantes anos dedica- dos ao teatro de rua. Não po- deria, então, ser mais apro- priado o contexto em que se apresenta, hoje e amanhã, no Imaginarius – Festival Inter- nacional de Teatro de Rua, que decorre até domingo em San- ta Maria da Feira. Partindo desde sempre da cultura po- pular valenciana e mediterrâ- nica para as suas produções, conseguiu fazer das suas tradi- ções espetáculos universais. É o caso de “Veles e vents”, que se apresenta agora em Portu- gal e já passou por todos os continentes. Nesta obra, a pirotecnia e a macrocenografia são os ele- mentos potenciadores capa- zes de provocar o espectador pela intensidade da espetacu- laridade criada, exacerbada pelo desenho de luz e pela música sempre em excesso. A pirotecnia é utilizada a favor da dramaturgia, não servindo apenas a estética mas também a própria história. Este artifí- cio valeu-lhes o epíteto de “es- cultores do fogo”, desde a pri- meira obra, “El foc del mar” (O fogo do mar). “Veles e vents” é uma produ- ção criada para a inauguração do túnel do Canal da Mancha, estando em cena há 26 anos, e foi apresentada em geografias tão díspares como Coreia do Sul, Austrália ou Costa Rica. O título parte do poema ho- mónimo do valenciano Ausiàs March que, no contexto atual, ganha todo um novo significa- do premonitório. “Velas e ventos cumpriram nossos de- sejos/ fazendo caminhos du- vidosos pelo mar”; “O mar fer- verá como uma panela no for- no, mudando de cor e estado natural/ e vai querer mostrar tudo errado”. O mar pode ser uma paisa- gem idílica mas também apo- calíptica, e é sobre estas duas caras que se une a dramaturgia, acompanhando a viagem des- te veleiro que pode ser tam- bém um navio ou um mortífe- ro petroleiro. A mensagem so- bre o modo como o ser humano interage com o planeta ocupa nesta obra o lugar central que, entre outras distinções, lhe va- leu o prémio Caleidoscópio da Comissão Europeia. Para ver hoje e amanhã. � Veles e vents CASA DO MOINHO (SANTA MARIA DA FEIRA) ATÉ DIA 28 Por Catarina Ferreira Jornalista “Veles e vents”: pirotecnia e macrocenografia D IR E ITO S R E SE R V A D O S FOTOGRAFIA Amarante celebra a partir de hoje os 75 anos da Magnum FESTIVAL A segunda edição do f/est Amarante – Festival Internacional de Fotografia realiza-se a partir de hoje e até dia 29 sob o tema “Refo- tografar”. Um dos destaques do cer- tame é a exposição “Mag - num Photos 75 years”, da prestigiada agência foto- gráfica, e que estará paten- te no Centro Histórico de Amarante. Outro dos des- taques será a mostra “As I was dying”, de Paolo Pelle- grin; trabalhos fotográficos globais feitos em zonas de guerra e conflito (Líbano, Sudão, Gaza, Libéria, Ira- que, Palestina, entre ou- tros), que estarão no Mu- seu Municipal Amadeo Souza-Cardoso. Nos Claus- tros do Mosteiro de São Gonçalo estará patente a exposição “As bravas” de Paulo Pimenta. No programa do f/est há também formação. Leonel de Castro, fotojornalista do “Jornal de Notícias”, dará a formação “Colódio húmido 1851”, onde os participan- tes podem aprender a mani- pular os elementos para re- velar fotografias em chapas de alumínio. A fotojornalis- ta Rita Carmo dará o workshop “Fotografia de espetáculo”. Ambos decor- rem amanhã. � Soluna é a protagonista de um concerto hoje no Pérola Negra, Porto, às 22.30 horas, acompanhada pela DJ King Kami. Soluna começou a carreira musical ao lado de Dino d’Santiago e lança-se agora a solo, na fronteira en- tre o reggaeton e o tarraxo. Soluna segue com a apre- sentação do EP “Gano”. De- pois, a noite continua com o DJ set de Rita Lig. � MÚSICA Concerto de Soluna no Porto O Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, recebe hoje às 15 horas o espetácu- lo de José Leite e Raquel Oli- veira “Quem és tu?”. A par- tir de obras de Lewis Car- roll, “Alice no país das ma- ravilhas” e “Alice do outro lado do espelho”, propõe-se um jogo criativo sobre tea- tro e filosofia para o público infantil. Uma resposta à pergunta: “Quem és tu?”. � TEATRO Identidade, essa complexa questão Fora de casa POR Catarina Ferreira VÁRIOS LOCAIS Amarante MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIA Rua S. Bento da Vitória, 45 PÉROLA NEGRA Rua de Gonçalo Cristóvão, 288, Porto MÚSICA O festival Semibreve volta a Braga em outubro, para a 12.a edição, com um cartaz que inclui o compositor ale- mão Alva Noto e o regresso do programa de clubbing, após dois anos de pausa devido à pandemia de covid-19. O festi- val de música eletrónica e arte digital, que decorre entre 27 e 30 de outubro, inclui ainda prestações de Jana Rush, Jan Je- linek e Gábor Lázar. Semibreve regressa a Braga em outubro com clubbing BRE VES CINEMA O presidente da Câma- ra Municipal de Viseu disse hoje que durante as gravações de “Velocidade furiosa” no dis- trito, o “quartel-general” ficará sediado na cidade e defendeu que os locais de filmagem po- derão ser “um grande atrativo” turístico. Fernando Ruas de- fendeu também que, “ainda que não haja datas em concre- to” para a rodagem, espera que seja “relativamente próximo” e no IP5, junto à A25. “Velocidade furiosa” será atrativo turístico para a cidade de Viseu MÚSICA A Festa do Avante! de- corre entre 2 e 4 de setembro na Quinta da Atalaia, no Seixal, contando com uma homena- gem a Adriano Correia de Oli- veira pela voz de Paulo Bragan- ça, concertos de Carminho, Ca- picua e o kuduro de Pongo. O tributo celebra o 80.o aniversá- rio do nascimento de Adriano e vai percorrer os discos das dé- cadas de 1960 e 70. Paulo Bragança, Carminho e Pongo na 46.a Festa do Avante! Jornal de Notícias36 CULTURA 27 de maio de 2022 PUBLICIDADE //RTP1 06.30 Bom dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da tarde 14.25 Os nossos dias 15.10 A nossa tarde 17.30 Portugal em direto 19.05 O preço certo 20.00 Telejornal 21.00 A prova dos factos 21.40 Joker 22.50 Em casa d’Amália 24.00 O nome da Rosa 01.50 A arte elétrica em Portugal 02.55 Apocalipse: A guerra dos mun- dos //RTP2 07.00 Espaço zig zag 14.00 So- ciedade civil 15.05 A fé dos homens 15.40 Joga quem qui- zzer 16.05 Mare TV 17.00 Espaço zig zag 20.40 Austrália a cores 21.30 Jornal 2 22.00 Culpas e desculpas 20.45 Folha de sala 23.05 Um segre- do de família 00.55 Sociedade civil 02.05 Euro- news Farmácias //SIC 06.30 Edição da manhã 08.20 Alô Portugal 10.10 Casa feliz 13.00 Primeiro jornal 14.50 Li- nha aberta com Hernâni Carva- lho 16.15 Júlia 18.15 Fina es- tampa 18.45 Amor eterno amor 19.15 Ca- sados à primeira vista 20.00 Jor- nal da noite 21.55 Por ti 23.15 Amor amor 00.10 Pan- tanal 01.10 Ca- sados à primeira vista 03.55 Li- nha aberta //TVI 06.30 Diário da manhã 07.00 Esta manhã 10.10 Dois às 10 13.00 Jornal da uma 14.45 A única mulher 16.00 Goucha 18.00 Big Brother 19.15 Rua das Flores 20.00 Jornal das 8 21.55 Festa é festa 22.25 Que- ro é viver 23.20 Para sempre 24.00 Big Brother 02.15 Chicago fire 03.00 Louco amor //RTP3 06.30 Bom dia Portugal 08.30 Mundo automó- vel 08.40 Bom dia Portugal 10.00 3 às 10 11.00 3 às 11 12.00 Jornal das 12 13.00 Linha da frente 14.00 3 às 14 15.00 3 às 15 15.30 Eixo Norte Sul 15.45 Zoom África 16.00 3 às 16 17.00 3 às 17 18.00 18/20 20.00 Todas as palavras 20.20 Eurodeputados 21.00 360 22.30 Janela global 23.00 3 às 23 23.10 O último apaga a luz 24.00 24 horas 01.00 Manchetes 01.30 Manchetes 3 02.00 3 às 2 02.10 As horas extraordinárias 02.30 A prova dos factos 03.00 Janela global 03.30 Mundo sem muros 04.00 Eixo Norte Sul 04.20 Manche- tes 3 PORTO Farmácia São João (Campanhã) Estr. da Circunvalação, 7698 • 225371928; Barreiros (Cedo- feita) R. Serpa Pin- to, 12 • 228349150; Farmácia Porto (Cedofeita) Estrada da Circunvalação, 14075• 222001782; Mira- foz (Foz do Douro) R. de Diogo Bote- lho, 1734 • 226187011; GAIA Confiança (Serze- do) R. São Mame- de, 1254 • 227620316; MAIA Vales (Pedrouços) R. Arroteia, 254 • 229039033; MATOSINHOS Pedra Verde (São Mamede de Infes- ta) R. Mainça, 89 • 229010949; OUTRAS LOCALIDADES Amarante Costa • 255423032; Arou- ca Santo António • 256944245; Fel- gueiras J. Reis • 255922640; Lou- sada Lopes Caçola • 255811662; Mar- co de Canaveses Farmácia do Mar- co • 255531096; Oliveira de Aze- méis Santos • 256482107; Pare- des Ferreira de Va- les • 224113522; Penafiel Da Mise- ricórdia • 255136615; Póvoa de Varzim A-Ver- -O-Mar • 252681520; Santo Tirso Central • 252808190; Santa Maria da Feira Far- mácia Sousa • 256363295; São João da Madeira Lamar • 256822232; Vila Nova de Famalicão Ribeirão • 252416482; Valon- go • 252323294; AVEIRO Aveiro Farmácia Nova • 234933286; Águeda Nova • 234742632; BRAGA Fafe Ferreira Leite • 253503452; Gui- marães Henrique Gomes • 253516046; Vila Verde Fátima Mar- ques • 253353020; Barcelos Lamela • 253811684; BRAGANÇA Bragança Margari- da Machado • 273322556; Mi- randela Da Ponte • 278262546; COIMBRA Coimbra Isabel Folhas • 239404543; Fi- gueira da Foz Jar- dim • 233418203; Coimbra Maria do Céu Albuquerque • 239431205; GUARDA Guarda Da Miseri- córdia • 271212130; Seia Manaia • 238311697; VIANA DO CASTELO Viana do Castelo São Bento • 258817603; Ponte de Lima Da Mise- ricórdia • 258941131; VILA REAL Vila Real Almeida • 259322874; VISEU Tondela Farmácia Ribas de Sousa • 232862119 TV O FILME DE HOJE Sophie dá uma ajuda ao amor AVENTURA Sophie (Amanda Seyfried) é uma aspirante a escri- tora que viaja para Itália com o noivo Victor (Gael García Bernal). Victor sonha montar um restau- rante. Em Verona, cidade da nar- rativa de “Romeu e Julieta”, local propício para uma lua de mel an- tecipada, Sophie percebe que o noivo está mais interessado em ar- recadar fornecedores para o res- taurante do que nela. Na cidade, descobre uma carta de amor anti- ga e junta-se a um grupo de volun- tárias que respondem a estas mis- sivas. Para sua surpresa, a reme- tente Claire Smith (Vanessa Red- grave) segue o conselho dado na AXN WHITE/ 21.25 H Cartas para Julieta Amanda Seyfried, Gael García Bernal 2010 resposta que recebeu e vai procu- rar Lorenzo, rapaz por quem se apaixonou na adolescência. O pro- blema é que existem muitos ita- lianos com esse nome, mas Sophie demonstra interesse imediato em ajudá-la na tarefa. Apesar do gesto simpático de Sophie, o neto de Claire, Charlie (Christopher Egan), fica bastante desagradado com a situação, uma vez que já ti- nha reprovado anteriormente esta loucura da avó viúva. � A fama do Messias supera todas as restantes obras de Handel. Este oratório estreou-se em Dublin em 1742 e foi, desde a primeira exibi- ção, um enorme sucesso. Messias é considerada a assinatura do com- positor germânico-britânico, que a tocou 36 vezes. Neste espetácu- lo, Valentin Tournet, que esteve associado aos programas do Château de Versailles nas últimas temporadas, apresenta uma visão diferente do oratório. � MEZZO/ 19.30 H Handel’s Messiah in Versailles 2018 MÚSICA Obra máxima de Handel em Versalhes Num futuro pós-apocalíptico, mi- lhares de agentes especiais, co- nhecidos como viajantes, são en- carregues de impedir o colapso da sociedade. Eles são enviados de volta no tempo e transferidos para o corpo de indivíduos que, de ou- tro modo, acabariam por morrer, com vista a minimizar o impacto inesperado na linha do tempo. Neste episódio, MacLaren desco- bre uma verdade chocante que Kathryn lhe tem escondido. � SÉRIE Presos no corpo de outras pessoas SYFY/ 12.55 H Viajantes no tempo Eric McCormack, MacKenzie Porter 2016-2018 Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 CULTURA 37 Soluções de ontem: Horizontais: 1 - Pagar. Levar. 22 - Arável. Seda. 33 - SMS. Mua. Rui. 4 - Ma. Calma. Ba. 55 - Cada. Gear. 66 - Bota. Ruir. 77 - Cara. Moda. 88 - AL. Reino. Tu. 99 - Sem. Mad. Net. 110 - Aiar. Rabelo. 111 - Ralar. Rimar. Verticais: 1 - Pasmo. Casar. 2 - Arma. Baleia. 3 - Gás. Cor. Mal. 4 - Av. Catar. Ra. 5 - Remada. Em. 6 - Lula. Miar. 7 - AM. Rondar. 8 - Es. Agudo. Bi. 9 - Ver. Eia. Nem. 10 - Adubar. Tela. 11 - Raiar. Autor. Localidade: Cabanas de Viriato Cruzadas Sudoku Grau de dificuldade: ●●●●● Instruções: O objetivo do jogo é muito simples: tem de se preencher cada coluna e cada quadrado de 3x3 com números entre 1 e 9. O único senão é que não pode repetir nenhum número nas colunas (horizontais e verticais), nem em cada qua- drado de 3x3 casas. Grau de dificuldade: ●●●●● Instruções: As letras nas casas com um círculo for- mam o nome de uma locali- dade portu- guesa. Horizontais: 1 - Qualquer coisa onde se deseja acertar. Aquisição. 2 - Vai à rua. Favorável a uma das partes em litígio. 3 - Senhor (abrev.). De preço elevado. Rebor- do do chapéu. 4 - Aprecia o me- recimento de. Prata (s. q.). 5 - For- te afeição. Missiva. 6 - Gordo. 7 - Pôr uma coisa no sentido oposto. Cilindro de cera com pavio, que serve para dar luz. 8 - Antes do meio-dia. Caixa gradeada que serve de prisão a animais, particu- larmente a aves. 9 - Espaço de um mês. Qualquer compartimen- to. Plural (abrev.). 10 - Diz-se da pedra do forno, de cada lado da porta. Redução de Internet. 11 - Distinção. Andar de um edifício. Verticais: 1 - Queima. Tornar oval. 2 - Lagarta. Isento. 3 - Observei. Gostar muito. O fruto da ateira (Brasil). 4 - Reproduzir por clona- gem. Artigo antigo. 5 - Estar imi- nente. Textualmente (adv.). 6 - Rosto. Cais. 7 - Prefixo (monta- nha). Peixe comum em Portugal, também conhecido por sarda. 8 - Numeração romana (1100). Cár- cere. 9 - Vaso de pedra para líqui- dos. Cilindro. Letra grega corres- pondente a n. 10 - Capital de Marrocos. Cadeia de montanhas do Sul da Europa Central. 11 - Inundar. Elevado. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ÚTIL & FÚTIL Signos Carneiro 21.03 a 20.04 Será confrontado com situações pessoais difíceis, não tenha medo de firmar a sua posição e de opi- nar livremente. Touro 21.04 a 21.05 Sente-se emocionalmente des- gastado e mesmo desiludido com um amigo. Tenha uma conversa frontal. Gémeos 22.05 a 21.06 Não é fácil para si comunicar quando está à frente de uma pla- teia, pressionado. Encontre alter- nativas. Caranguejo 22.06 a 22.07 Na busca pela autorrealização irá identificar-se fortemente com al- guém. Não tenha pressa e leve as coisas com calma. Leão 23.07 a 22.08 Aproveite este dia para se libertar da pressão dos últimos tempos e quebrar rotinas. Surpreenda quem gosta. Virgem 23.08 a 23.09 Terá alguns conflitos com colegas de trabalho, o que poderá afetar as suas rotinas. Tente esclarecer um mal-entendido. Balança 24.09 a 23.10 Nem sempre o resultado dos seus investimentos é o pretendido, busque novas soluções e não de- sista. Escorpião 24.10 a 22.11 Começa a questionar se a carreira que escolheu foi a melhor opção. Confie nas suas capacidades e seja positivo. Sagitário 23.11 a 21.12 Vontade acentuada de experien- ciar algo novo. Talvez seja o mo- mento certo para fazer a viagem que sempre quis. Capricórnio 22.12 a 20.01 Pode sentir uma perda de vitalida- de. Terá dificuldade em manter a boa energia no trabalho, procure agir com ponderação. Aquário 21.01 a 20.02 Evite tomar decisões importantes, sente-se stressado e poderá não pensar com clareza antes de avançar. Peixes 21.02 a 20.03 Não queira chamar a si todos os problemas. Precisa de passar mais tempo com a família e de se divertir. MARÉS NORTE BAIXA-MAR 07.54H-0,9M 20.13H-0,9M NORTE PREIA-MAR 01.42H-3,1M 14.08H-3,1M SUL BAIXA-MAR 07.52H-0,9M 20.12H-0,9M SUL PREIA-MAR 01.54H-3,3M 14.21H-3,3M 15º/34º 16º/33º 14º/26º 14º/23º 12º/25º 16º 17º 17º 19º Lisboa SEXTA 27 SÁBADO 28DOMINGO 29 SEGUNDA 30 TERÇA 31 Porto Braga Coimbra Faro TEMP. MÁXIMA < 0 0-5º 6-10º 11-15º 16-20º 21-25º 26-30º 31-35º 36-40º 40> 15º/34º 17º/26º 16º/23º 16º/22º 16º/23º 20º/32º 16º/27º 15º/24º 16º/23º 15º/24º 17º/29º 17º/26º 16º/23º 16º/23º 16º/24º Céu limpo Pouco nublado Muito nublado Trovoada Aguaceiros Chuva Neve Bragança 10º / 30º Vila Real 14º / 31º Viseu 17º / 30º Guarda 13º / 27º Castelo Branco 17º / 32º V. Castelo 18º / 32º Porto 20º / 32º Aveiro 19º / 33º Coimbra 19º / 33º Leiria 15º / 34º Portalegre 20º / 31º Évora 13º / 34º Beja 14º / 33º P. Delgada 16º / 20º Açores Madeira Funchal 17º / 23º Faro 17º / 29º Braga 15º / 34º Lisboa 15º / 34º 19º/33º 18º/33º 15º/27º 16º/23º 16º/24º Céu limpo e subida temperatura Céu pouco nublado ou limpo. Vento fraco a moderado do quadrante leste, soprando moderado a forte nas terras altas até ao final da manhã e a partir do final da tarde, persistindo nas serras algarvias, sendo temporariamente de noroeste na faixa costeira ocidental durante a tarde. Pequena subida de temperatura, em especial da máxima. POR Isabel Guimarães Astróloga – ISAR/CAP Jornal de Notícias38 27 de maio de 2022PESSOAS Kevin Spacey acusado de agredir sexualmente três homens Ator americano, de 62 anos, está de novo a braços com a Justiça, agora no Reino Unido. Quatro queixas de assédio, numa altura em que prepara regresso ao cinema José Mourinho Mimo da filha após conquista Somado o quinto título eu- ropeu com a conquista da Liga Conferência pela Ro- ma contra o Feyenoord, o treinador foi surpreendido pela filha, Matilde Mouri- nho. Dona de uma marca de joalharia homónima, a jovem ofereceu a José Mou- rinho uma pulseira perso- nalizada com a inscrição do jogo e data da consagração, que o treinador logo colo- cou no pulso. � Cindy García Vestido de noiva português É no dia 16 de junho que o jogador do F. C. Porto Matheus Uribe subirá ao altar para oficializar a rela- ção com Cindy García, a mãe dos filhos. O casamen- to realizar-se-á na Colôm- bia, o país natal, mas foi de Portugal que a empresária levou o vestido de noiva, da autoria da estilista Mi- caela Oliveira. � Kate Moss Testemunho a favor de Depp “Ele nunca me empurrou, pontapeou ou atirou de nenhu- mas escadas”. Foi assim que, anteontem, Kate Moss ne- gou quaisquer atos violentos de Johnny Depp durante a “relação romântica” que assumiu terem mantido entre 1994 e 1998. A antiga top model testemunhou através de videoconferência, a partir do Reino Unido, no âmbito do processo que opõe o ator e a ex-mulher Amber Heard. A intervenção durou quatro minutos e aconteceu por Heard ter sugerido, numa das sessões, que Depp tinha empurra- do a antiga namorada de umas escadas, rumor que a pró- pria agora desmentiu. � PE SS O A S Sara Oliveira pessoas@jn.pt Laura e Mickael Juntos há uma década A ex-atriz e apresentadora assinalou ontem dez anos de namoro com Mickael Carreira, desejando que seja “para sempre e mais um dia”. “Crescemos e vi- vemos tanto ao longo des- tes anos. O melhor de mim gerámos juntos! Eu sei que ainda temos muito para vi- ver, amor. Venha o resto da vida para nos amarmos”, declarou Laura Figueiredo. Da relação nasceu a filha, Beatriz, de cinco anos. � em 2018, após apresentação de seis queixas relacionadas com agressões sexuais que alegada- mente aconteceram em 1996 em Westminster, e em Glou- cester em 2013. Ou seja, no Reino Unido onde, durante 11 anos (2004-2015), Kevin Spa- cey foi diretor artístico do tea- tro Old Vic, em Londres. Insti- tuição que, no final de 2017, re- colheu depoimentos de duas dezenas de pessoas sobre o “comportamento inapropria- do” da estrela americana. Já em 2019, dois processos contra o ator chegaram a tribu- nal, mas não avançaram para julgamento. Isto porque o mas- sagista que o denunciou na Ca- lifórnia morreu antes das acu- sações e, no Massachusetts, um jovem desistiu das queixas. REGRESSO AOS FILMES Com dois Oscars no currículo, Spacey sofreu o peso das atitu- des, logo após a primeira acusa- ção, sendo banido da série “House of cards” que protago- nizava na Netflix. Foi também apagado do filme “Todo o di- nheiro do mundo” (2017) pelo realizador Ridley Scott, que o substituiu por Christopher Plummer. “Billionaire boys club”, em 2018, foi o último filme em que apareceu, preparando-se para voltar aos cinemas na pele de um assassino em série em “Peter five eight”, cujo trailer foi divulgado a semana passa- da no Festival de Cinema de Cannes. O ano passado partici- pou ainda em “L’uomo che di- segnò Dio”, mas o primeiro pa- pel principal, cinco anos após a primeira acusação, está reser- vado a “1242 – Gateway to the west”, do cineasta húngaro Pe- ter Soos. � ESCÂNDALO Aos 62 anos, Kevin Spacey volta ao centro das atenções pelos piores motivos, somando novas acusações de assédio sexual sobre três ho- mens, que relatam quatro ex- periências em diferentes oca- siões, no Reino Unido. A deci- são foi ontem confirmada pela agência governamental britâ- nica Crown Prosecution Servi- ce (CPS), depois de ter investi- gado durante mais de um ano as queixas recebidas na Polícia Metropolitana. “O CPS autorizou as acusa- ções criminais de três homens contra Kevin Spacey”, infor- mou a chefe de Divisão de Cri- mes Especiais, Rosemary Ains- lie, acrescentando que o artis- ta “também foi acusado de fa- zer uma pessoa se envolver em atividade sexual com penetra- ção sem consentimento”. Sub- linhou ainda que o arguido “tem direito a um julga- mento justo”. As denúncias co- meçaram em outu- bro de 2017, em consequência do m o v i m e n t o #MeToo, quan- do o ator de “Star treck” A n t h o n y Rapp disse ter sido as- s e d i a d o por Spa- cey quando tinha apenas 14 anos, numa festa. Assumida- mente gay, assumiu as alegações num ar- tigo do BuzzFeed, le- vando o visado a re- conhecer ser tam- bém homossexual, ao mesmo tempo que se desculpava com falta de me- mória. O processo atual advém da abertura de uma investigação Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 DESPORTO 39 Ristic, lateral-esquerdo sérvio, assina até 2026 e admite a pressão de jogar num clube “grande” e com a necessidade de recuperar títulos BENFICA Mihailo Ristic, lateral-es- querdo sérvio de 26 anos, tornou- -se no segundo reforço da tempo- rada do clube da Luz, após a chega- da do avançado Musa (ex-Boavis- ta). O jogador assinou contrato até 2026, e assegurou estar confiante, além de ciente da dificuldade e da pressão de jogar num grande clube e que vive um período de seca de títulos. Proveniente do Montpellier, 13.o classificado da Liga francesa, realizou 31 jogos e marcou dois golos na última épo- ca. Chega à Luz a custo zero. “Sou muito ambicioso e o que Benfica tem para me oferecer é exatamente o que preciso. Estou 100% seguro, vim para ganhar e não para brincar. Estou confiante de que vamos ter boa sorte. Estou “Estou 100% seguro, vim para ganhar e não para brincar” preparado para o desafio”, subli- nhou Ristic, em declarações à BTV. O novo concorrente de Grimaldo na ala esquerda da defesa, assume que escolheu as águias pela sua “grandeza e ambição”, qualidades que, segundo o futebolista, estão “em sintonia desde o primeiro mo- mento”. Ristic elegeu o dia de on- tem como o “melhor da vida” e re- cordou Roger Schmidt, o novo trei- nador das águias: “Tal como o mís- ter disse há uns dias, ‘se amas o fu- tebol, amas o Benfica’.Tenho a cer- teza de que levaremos isso à letra e que a frase será a base do que vamos construir para o futuro”, acentuou. Por outro lado, o jogador é visto com um elemento de grande pro- pensão ofensiva, velocidade, ex- plosão, capacidade de dar largura e profundidade ao ataque, bem como de revelar assertividade no cruzamento. “Esse é o estilo [ata- cante] que tenho. Estou certo de que não haverá problemas, vou adaptar-me o mais depressa possí- vel. Vim para ganhar, o futebol é aminha paixão e sou obcecado pelo jogo”, destacou. O lateral-esquerdo assinou con- trato com o Benfica antes de se jun- tar à seleção sérvia que irá partici- par na fase de grupos da Liga das Nações. Contratado por Rui Pedro Braz elogiou as qualidades do dire- tor desportivo das águias com o qual alegou ter estado “sempre em grande harmonia”. “Sei muito so- bre o clube que é um dos maiores da Europa. Jogar num clube tão grande como o Benfica é um sonho que se realiza. Não podia estar mais feliz e orgulhoso, não vejo a hora de começar”, acentuou. O jogador assina, ao contrário do que foi noticiado, um vínculo de quatro épocas. � Ristic assinou contrato até 2026 e chega à Luz a custo zero, depois de quatro épocas em França ao serviço do Montpellier SL B E N FIC A Luís Antunes luis.antunes @jn.pt DE SP O RT O POR DENTRO Ferro em destaque na Croácia Ferro, central cedido pelo Benfica ao Hajduk Split, esteve em evidên- cia na final da Taça da Croácia. O jogador, que dificilmente terá espaço no plantel, assinou o golo da igualdade da equipa que acabou por vencer o Rijeka (3-1). Noronha elogia Roger Schmidt Noronha Lopes, antigo candidato à presidência do Benfica, elogiou Ro- ger Schmidt. “Tem cre- denciais e espero que te- nha sucesso no Benfica, como qualquer adepto deseja. Mas, principal- mente, espero que exis- ta uma estrutura que lhe crie condições para vencer”, vaticinou. PERFIL Natural de Bijeljina (Bósnia-Herzegovina), mas com nacionalida- de sérvia, Ristic ini- ciou a carreira na for- mação do Estrela Ver- melha e passou pela equipa principal, an- tes de rumar ao Kras- nodar (Rússia), num investimento de dois milhões de euros. Ce- dido ao Sparta de Pra- ga (Rep. Checa) voltou ao clube perto do mar Negro antes de ser transferido ao Monte- pellier por 800 mil eu- ros. Jogou três épocas e meia nos franceses, fez 99 jogos, três golos e sete assistências. Conquistou os únicos títulos (Liga e Taça da Sérvia) pelo Estrela Vermelha e é interna- cional pelo seu país. Chega à Luz como jo- gador livre. Fez três golos e sete assistências em França � Mihailo Ristic � Idade: 26 anos � Posição: Defesa- -esquerdo Jornal de Notícias40 DESPORTO 27 de maio de 2022 Nuno Cunha renova contrato com os guerreiros até 2025 Médio de 21 anos competiu nos sub-23 e estreou-se na equipa B BRAGA O investimento nas camadas jovens continua a ser o caminho dos guerrei- ros. Nesse sentido, Nuno Cunha renovou contrato com o Braga até 2025, pro- longando o percurso na for- mação arsenalista que dura há mais de dez anos. O jo- vem médio de 21 anos foi uma das peças-chave da equipa de sub-23, na qual as- sumiu a braçadeira de capi- tão em 27 jogos, tendo-se ainda estreado na equipa B. “É uma felicidade enorme renovar este contrato, mas, ao mesmo tempo, também é uma grande responsabilida- de. Estou preparado. Vou continuar a trabalhar todos os dias para atingir os meus objetivos”, revelou Nuno Cunha aos meios do clube. O Braga tem feito uma grande aposta na formação e o mé- dio não escondeu a vontade de representar a equipa prin- cipal: “É para isso que traba- lho todos os dias”. ��E.P.C Santa Clara aceitou as condições oferecidas pela SAD leonina. Japonês para precaver saídas do meio-campo SPORTING Fim de novela. Depois de várias semanas de negociações, o Sporting já tem amarrado Morita como reforço para 2022/23. Os leões apresentaram uma proposta de 3,8 milhões de euros, com possibilidade de chegar aos 4,5 milhões de euros mediante o cumpri- mento de objetivos, que, após longa reflexão, foi acei- te pela SAD do Santa Clara, que, ainda assim, mantém 5% do passe do internacio- nal japonês. Morita está fechado e vai assinar contrato até 2026 André Bucho andre.bucho@jn.pt Há muito que o emblema verde e branco chegou a acordo com Morita, que as- sinará contrato até 2026 e que será oficializado nos próximos dias. O jogador, de resto, está convocado para os próximos compromissos da seleção japonesa, mas está devidamente autoriza- do a formalizar a mudança para a capital portuguesa. O médio era uma das pas- tas prioritárias da SAD ver- de e branca e foi pedido ex- presso de Ruben Amorim, que sabe estar na iminência de perder unidades no meio-campo, seja Palhinha Morita, médio internacional japonês, deixa o Santa Clara e ruma ao Sporting G O N Ç A LO D E LG A D O /G LO B A L IM A G E N S ou Matheus Nunes, não es- tando descartada a hipótese de ambos saírem. O Sporting foca-se agora, ao nível das entradas, em dois processos. Para a vaga deixada por Pablo Sarabia, prosseguem as negociações por Trincão, desejo também do técnico de 37 anos mas que, a chegar, será sempre por empréstimo junto do Barcelona. Em alternativa, está referenciado Paulinho, brasileiro do Bayer Le- verkusen. Além disso, a SAD verde e branca está também no mercado à pro- cura de um avançado. � Nuno A. Amaral nuno.a.amaral@jn.pt F. C. PORTO O Conselho de Disciplina (CD) da FPF ins- taurou um megaprocesso disciplinar na sequência dos incidentes ocorridos no rel- vado do Dragão após o apito final do jogo do campeona- to entre o F. C. Porto e o Sporting, realizado a 11 de fevereiro. A SAD portista, o defesa leonino Matheus Reis e vários funcionários dos dragões estão entre os visados do processo, que foi enviado pelo CD à Comis- são de Instrutores da Liga, na semana passada. Em causa estão as alegadas agressões a Matheus Reis, levadas a cabo por funcioná- rios da manutenção da pu- blicidade estática do Estádio do Dragão, habitualmente denominados coletes azuis. O processo inicial incluía factos como o arremesso de cadeiras de plástico para o relvado ou ainda o arremes- so de um projétil para den- tro das quatro linhas. Os funcionários do F. C. Porto que são alvo do pro- cesso disciplinar são João Sousa, Ricardo Carvalho e Carlos Carvalho, ligados à direção de campo e da segu- rança do estádio. Manuel Silva, Cláudio Filipe Nova e Carlos Elias são os restantes acusados, que trabalham para a empresa de publicida- de estática contratada pelo clube da Invicta e que esta- vam de serviço no clássico. São estes três elementos que envergavam os coletes azuis e que estiveram en- volvidos nas alegadas agres- sões a Matheus Reis, igual- mente visado no processo. Caso estas supostas agres- sões ao jogador dos leões, por elementos credencia- dos pelo F. C Porto, sejam consideradas provadas pelo CD, fica aberto o caminho à aplicação do Artigo 118.o do Regulamento Disciplinar, relativo a “inobservância qualificada de outros deve- res” por parte do clube anfi- trião, que prevê a interdição de um a três jogos do estádio onde se verifiquem os inci- dentes, um cenário já recla- mado pelo Sporting. No entanto, o artigo 118.o também prevê a aplicação de uma multa, opção segui- da pelo CD no passado em casos ocorridos com ele- mentos exteriores ao jogo: em 2017/18, um adepto do F. C. Porto saltou para o rel- vado do Dragão e atingiu o benfiquista Pizzi, tendo os portistas sido multados em 2860 euros; em 2008/09, um adepto do Benfica en- trou no relvado da Luz e agarrou o pescoço de um ár- bitro assistente num jogo com o F. C. Porto, tendo o clube lisboeta sido multado em 2600 euros. � PE D R O C O R R E IA /G LO B A L IM A G E N S Incidentes após o clássico de fevereiro com o Sporting continuam a ter consequências. SAD portista acusada Superprocesso do CD pode valer interdição do Dragão Confusão no relvado após o final do F. C. Porto-Sporting ainda dá que falar Mbemba despede-se Mesmo sem o assumir por palavras, Mbemba despe- diu-se dos adeptos do F. C. Porto, ao publicar uma fo- tografia nas redes sociais em que surge ao lado dos seis troféus que conquis- tou em quatro épocas. O central vai sair do Dragão. Almoço em grupo O plantel, equipa técnica e staff portista reuniram-se num almoço para assinalar o fim da época. Todosassu- miram o compromisso de não publicar fotos do re- pasto nas redes sociais. POR DENTRO Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 DESPORTO 41 “Jogadores do Bayern nunca falam do banho que levaram” No dia em que se completam 35 anos da final de Viena, Paulo Futre recorda ao JN o jogo que valeu o primeiro título europeu ao F. C. Porto. Memórias de um triunfo que entrou para a história EFEMÉRIDE Parece mentira, mas já foi há 35 anos que o F. C. Porto venceu o Bayern de Munique (2-1) e conquistou a Taça dos Campeões Euro- peus. Paulo Futre lembra-se de tudo o que aconteceu em Viena, naquele dia 27 de maio de 1987. “É inesquecí- vel e a prova disso é que de- pois deste tempo todo esta- mos aqui a falar dessa final”, afirma o ex-futebolista, ao JN, como se ainda estivesse a correr atrás da bola no está- dio do Prater. “Desde a meia-final com o Dínamo de Kiev, tinham sido cinco semanas a ouvir dizer que íamos ser goleados. Isso dava-me raiva e só que- ria que o jogo começasse de- pressa. Quando ficámos sem o Fernando Gomes, lesiona- do, pensei que era uma bai- xa muito grande. Mas aque- la equipa tinha tanto cará- ter...”, refere o antigo extre- mo-esquerdo, recordando a famosa palestra do treinador Artur Jorge, ao intervalo, após uma primeira parte que não correu bem aos dragões: “O Bayern não foi superior e teve sorte no golo. Chegá- mos ao balneário de rastos. O Artur Jorge disse que tínha- mos 45 minutos para entrar na história e não era ‘bluff’. Quando disse que ia meter o Juary, eu vi que ele estava a falar a sério. Aquela palestra rebentou com os alemães. Ganhámos o jogo ali”. A segunda parte foi mes- mo um arraso portista, mas Futre ainda falhou o empa- te após “um lance de génio que teve finalização da dis- trital”. “Essa frase foi do meu pai. Depois de chorar de alegria, disse-me isso no aeroporto. Aquilo parecia uma assistência para o Mad- jer e só eu sabia o ridículo que tinha feito. Ainda bem que não nos custou a final, senão ia ser massacrado até sair do F. C. Porto”, afirma, antes de lembrar os golos da reviravolta: “Fiquei sem ar Nuno A. Amaral nuno.a.amaral@jn.pt Equipa portista fez a festa no Prater, em Viena, a 27 de maio de 1987, após a vitória na final da Taça dos Campeões Europeus PE TE R R O B IN SO N / E M PIC S SPO R TS PH O TO A G E N C Y quando Madjer marcou de calcanhar. Nem o Marado- na, nem o Messi seriam ca- pazes de uma coisa daque- las. Depois, o 2-1 nasce do maior nó que vi um defesa levar. O Madjer entortou o lateral todo e fez um cruza- mento perfeito para o Juary meter lá dentro”. O Bayern não conseguiu reagir e Futre jamais ouviu os alemães sobre o assunto: “Em 35 anos, nunca falaram do banho que levaram. Nem a pesquisar no Google se en- contra. Têm pesadelos quan- do se lhes fala do F. C. Porto. Foi a maior humilhação que o Bayern levou na vida e eles nunca nos deram o mérito que merecíamos. Mas não interessa. Aquela final mu- dou a vida do F. C. Porto e de muitos jogadores. A minha mudou totalmente. Fui para o Atlético de Madrid e o Gil y Gil tornou-se presidente do clube porque tinha dito que me levava se fosse eleito. Os adeptos viram o jogo e ele limpou as eleições”. � “Fui considerado o melhor em campo, mas para mim o Madjer foi o homem do jogo. Eu mereci um 9,5, mas ele foi nota 10” Paulo Futre Campeão europeu pelo F. C. Porto em 1987 Mlynarczyk (68 anos) Empresário Zé Beto (Falecido em 1990) João Pinto (60 anos) Scouter do F. C. Porto Inácio (67 anos) Treinador Celso (66 anos) Reformado Eduardo Luís (66 anos) Reformado Lima Pereira Falecido em 2022 Bandeirinha (59 anos) Scouter do F. C. Porto Laureta (60 anos) Formação do V. Guimarães Festas (54 anos) Empresário Quim (62 anos) Técnico sub-15 do Rio Ave André (64 anos) Reformado Sousa (65 anos) Treinador Jaime Pacheco (63 anos) Treinador Elói (67 anos) Reformado Semedo (57 anos) Adjunto sub-17 do F. C. Porto Frasco (67 anos) Adjunto sub-19 do F. C. Porto Jaime Magalhães (59 anos) Adjunto sub-15 do F. C. Porto Rabah Madjer (63 anos) Embaixador da FIFA Paulo Futre (56 anos) Empresário Fernando Gomes (65 anos) Diretor do F. C. Porto Juary (63 anos) Técnico sub-13 do Santos Casagrande (59 anos) Comentador televisivo Vermelhinho (63 anos) Reformado Plantel dos campeões europeus Jornal de Notícias42 DESPORTO 27 de maio de 2022 Seleção nacional bate espanhóis e garante presença entre os quatro melhores do Europeu SUB-17 O Estádio Netanya, em Israel, foi palco de um jogo absolutamente fabulo- so e o dérbi ibérico sorriu às cores nacionais, com golos de Afonso Moreira e Dinis Rodrigues a selarem a pre- sença na meia-final de de- pois de amanhã. A França é o último obstáculo rumo ao jogo decisivo do Europeu de 2022 – a outra semifinal opõe Países Baixos e Sérvia –, onde as quinas podem conquistar o sétimo título. Os sub-17 portugueses apanharam um enorme sus- to logo a abrir, com Diogo Fernandes a assinar uma de- fesa incrível para impedir o golo de Dani Rodríguez. A resposta foi quase imediata e 100% eficaz. Um atraso in- fantil de Boñar ofereceu a bola e uma bela execução a Afonso Moreira. A Espanha reagiu e Boñar redimiu-se do erro anterior com o cabe- ceamento do empate (17 m), antes de uma sucessão de oportunidades perdidas. O intervalo fez muito bem a Portugal, com Dinis Rodri- gues a acertar no poste e Ivan Lima a desperdiçar uma excelente chance, an- tes do momento que decidiu o jogo. O árbitro viu a mão de Gasiorowski e Dinis Ro- drigues não desperdiçou a respetiva grande penalida- de. Os espanhóis pressiona- ram, Portugal desperdiçou o terceiro várias vezes, mas o essencial estava garantido. � ESPANHA Nono, Boñar, Gasiorowski, Keddari, Miguel Carvalho (Pol Fortuny, 56), Hernández (Youssef, 88), Dani Pérez (Álvaro Ginés, 77), Dani Rodríguez (David Mella, 57), Antonio Moreno, Iker Bravo e Iván Gabriel (Víctor Moreno, 88) Treinador Julen Guerrero PORTUGAL Diogo Fernandes; Martim Fernandes, Diogo Monteiro, João Muniz e Leonardo Barroso; Dário Essugo, João Veloso (Vivaldo Semedo, 90+1) e Ussumane Djaló; Afonso Moreira (João Gonçalves, 90+1), Ivan Lima (Manuel Mendonça, 90+4) e Dinis Rodrigues (Rodrigo Ribeiro, 80) Treinador José Lima LOCAL Estádio Netanya (Israel) ÁRBITRO Christian Ciochirca (Áustria) AO INTERVALO 1-1 GOLOS Afonso Moreira (9), Boñar (17), Dinis Rodrigues (63, gp) AMARELOS Hernández (21), Iker Bravo (36), Gasiorowski (62) e Martim Fernandes (85) Muito brilho rumo à meia-final com a França Portugal já prepara duelo com a Espanha, de estreia na Liga das Nações. Saldo negativo em 38 partidas Apenas um triunfo a doer em quase 101 anos de história SELEÇÃO O dia 18 de dezem- bro de 1921 marcou a estreia oficial da equipa das quinas no palco internacional, com um amigável em Madrid que terminou com a vitória da Espanha, por 3-1. A supe- rioridade de “La Roja” man- teve-se durante 15 jogos e tem sido, aliás, a norma dos dérbis ibéricos, ao ponto de Portugal apenas ter vencido um dos nove encontros competitivos que disputou contra o país vizinho. Agora, quase 101 anos depois, cabe à equipa de Fernando San- tos tentar repetir o que aconteceu no Europeu de 2004 para entrar com o pé direito na terceira edição da Liga das Nações, já na próxi- ma quinta-feira. O histórico regista um to- tal de 38 encontros, com seis triunfos portugueses (16%), 16 empates (42%) e outras tantas vitórias espanholas (42%), sendo que os va- lores são semelhan- tes quando se olha apenas para jogos de apuramento ou de fases finais de grandes competições. Portugal ven- ceu uma das nove partidas disputadas (11,1%), com a Es- panha a sorrir em quatro oca- siões (44,4%) e registando- -se quatro empates (44,4%). O único sucesso luso aconte- ceu na última jornada da fase de grupos do Euro 2004, com o golosolitário de Nuno Gomes a valer a presença nos quartos de final. Desde en- tão, os espanhóis consegui- ram a desforra nos oitavos de final do Mundial 2010 (1-0) e nas meias-finais do Euro 2012 (4-2 nos penáltis, após empate a zero), registando- -se ainda o emocionante em- pate a três na fase de grupos do Mundial de 2018. TRÊS AUSÊNCIAS A ABRIR A seleção iniciou ontem os trabalhos na Cidade do Fu- tebol, registando-se as au- sências de Rui Patrício, Pe- pe e Diogo Jota, autorizados a apresentarem-se apenas na segunda-feira. Portugal joga em Espanha a 2 de ju- nho, seguindo-se a receção à Suíça três dias depois e a visita à República Checa, no dia 9 de junho. � CR7 e Bernardo Silva apadrinham o estreante Ricardo Horta no primeiro treino M IG U E L A . LO PE S / LU SA Miguel Pataco miguel.pataco@jn.pt Miguel Pataco miguel.pataco@jn.pt Portugueses festejam o golo de Afonso Moreira (17) FPF Espanha 1 Portugal 2 José Lima Selecionador dos sub-17 “A primeira parte foi muito boa e a segunda ainda melhor. Fomos superiores. Sabemos que a França é difícil, mas queremos ir à final do Europeu” V. GUIMARÃES O lateral di- reito Sacko foi emprestado ao Saint-Étienne até final da temporada, mas o futuro do internacional maliano, cujo contrato com os vimara- nenses é válido até 2024, poderá passar pela mudan- ça em definitivo para o his- tórico emblema francês. As qualidades de Sacko já foram elogiadas pelo treina- dor, mas as negociações para a compra do passe só deverão avançar, para a se- mana, se o Saint-Étienne garantir a permanência na Ligue 1. Ontem, na primei- ra mão do play-off de manu- tenção, o Saint-Etiénne em- patou a um golo no reduto do Auxerre. O segundo jogo é no domingo, dia 29. Pelo empréstimo de Sacko, que não inclui opção de compra, a SAD do Vitória encaixou 300 mil euros. ��V.J.O. Negócio deve avançar se a equipa francesa ficar na liga principal Sacko pode mudar-se de vez para o Saint-Étienne SAD comprova regularização dos salários BOAVISTA A administração da SAD axadrezada já de- monstrou, junto da Liga, que a sociedade tem regula- rizada a questão salarial re- ferente aos meses de março e abril, anunciou o organis- mo que gere as competições profissionais. “A sociedade desportiva do Boavista pas- sa a ter a situação regulari- zada, o que faz com que to- dos os emblemas da Liga te- nham demonstrado o rigo- roso cumprimento das suas obrigações salariais, dentro dos prazos regulamenta- dos”, pode ler-se no comu- nicado da Liga. Na passada segunda-feira, a Boavista SAD tinha res- pondido à notificação do or- ganismo com a garantia de que tinha a “situação sala- rial regularizada” e que a de- monstração disso mesmo estava apenas “dependente de questões formais”. ��E.P.C David Carmo Defesa da seleção “Desde miúdo que sonho estar aqui entre os melhores do país. Estou muito feliz. O Pepe já ganhou muito, mas quero lutar por um lugar” m o pé ição da a próxi- um to- om seis (16%), outras nholas va- T A t t s p a n j n Jornal de Notícias 27 de maio de 2022 DESPORTO 43 A seleção de sub-17, orientada por José Lima, está nas meias-fi- nais do Europeu. Portugal jogou bem contra a Espa- nha e vai confiante para o duelo com a França. O tí- tulo é possível! José Lima No rescaldo do polé- mico jogo com o Sporting, o Conselho de Disciplina instaurou um megaprocesso ao F. C. Porto, que pode valer a in- terdição do Dragão. O me- nos mau será uma multa. F. C. Porto Terceiro jogo, ter- ceira derrota do Sporting com o F. C. Porto nas meias-finais do play- -off de basquetebol. A equipa de Luís Magalhães foi eliminada e já não pode revalidar o título. Luís MagalhãesD+ SEMÁFORO POR João Faria ZONA MISTA TÉNIS Parece ser sina de João Sousa ficar pela segunda ronda em Roland Garros. O português perdeu com o ita- liano Lorenzo Sonego (7-5, 6-3 e 6-4), após desperdiçar quatro match point no primeiro set. No setor feminino, se a n.o 1 Iga Swiatek continua a passear (6-0 e 6-2), re- gisto para mais uma grande surpresa, com a convidada francesa Leolia Jeanjean (227.a do ranking) a afastar a checa Karolina Pliskova (n.o 8), por duplo 6-2. João Sousa volta a ficar pela 2.a ronda Pimenta e Teresa nas finais A de K1 CANOAGEM O português Fernando Pimenta quali- ficou-se para a final A de K1 1000 metros da Taça do Mundo de Poznan, na Po- lónia, tal como Teresa Por- tela em K1 500. Pimenta venceu a meia-final com o melhor registo (3.32,66 minutos) entre todos os atletas que vão lutar pelo ouro. Portela foi a terceira (1.56,46 m) na segunda se- mifinal de K1 500. R.S. Benfica vence Leões Porto Salvo FUTSAL O Benfica adian- tou-se no duelo com o Leões Porto Salvo, dos quartos de final do cam- peonato, ao vencer em Oeiras por 3-1. Os encarna- dos chegaram ao interva- lo com o encontro decidi- do, graças aos golos de Car- los Monteiro, Tayebi e Ja- caré. Bruno Pinto fez o golo de honra dos locais. O segundo jogo realiza-se no dia 2 de junho, na Luz. AGENDA ANDEBOL - 1.ª Divisão Nacional - Águas Santas-F. C. Porto (21). FUTSAL - Liga (2.ª Fase) - Play-off (Quartos de final - Jogo 1) - Futsal Azeméis- -Sporting (19), Quinta Lombos-Ac. Fundão (21). GINÁSTICA - Taça do Mundo de Ginástica Rítmica - A partir das 11 horas, no Portimão Arena. Dragões domam leões e estão na final da Liga Azuis e brancos somaram a terceira vitória seguida e vão discutir o título frente ao Benfica Sporting 80 F. C. Porto 95 BASQUETEBOL Três jogos e três vitórias do F. C. Porto sobre o Sporting nas meias- -finais do play-off. Ao triun- farem no primeiro jogo na casa dos leões, os dragões garantiram a presença na fi- nal, onde vão defrontar o Benfica, com o primeiro jogo a disputar-se a 4 de ju- nho, no Pavilhão da Luz. A equipa de Moncho López mostrou ao que ia logo a abrir, mas o primeiro período terminou empata- do (20-20) depois do Spor- ting ter reagido à melhor entrada dos portuenses. No segundo período, o F. C. Por- to ganhou uma vantagem mais confortável de oito pontos. O terceiro período foi mais equilibrado, mas voltou a ser favorável, por um ponto, ao F. C. Porto, que se impôs de forma clara no quarto parcial. Nos por- tistas, destaque para os 23 pontos de Charlon Kloof, enquanto Shakir Smith foi o melhor marcador dos leões e do jogo, com 25. � SPORTING Travante Williams (10), Justin Tuoyo (1), Santis, Diogo Ventura (17) e João Fernandes (8) – cinco inicial – Shakir Smith (25), António Monteiro (10), Diogo Araújo (2), Joshua Patton (7) Treinador Luís Magalhães F. C. PORTO Vladyslav Voytso (13), Bradley Tinsley (5), Jonathan Arledge (12), Michael Morrison (6) e Charlon Kloof (23) – cinco inicial – Rashard Odomes (10), Francisco Amaral (4), Miguel Queiroz (15), João Maia (7), Miguel Correia Treinador Moncho López LOCAL Pavilhão João Rocha, Lisboa ÁRBITROS Luís Lopes, Paulo Marques e José Abreu POR PERÍODOS 20-20 (1.º); 18-26 (2.º); 15-16 (3.º); 27-33 (4.º) FILIPE A M O R IM / G LO B A L IM A G E N S Portista Charlon Kloof destacou-se com 23 pontos Covid-19 acaba com o sonho de João Almeida LU C A B E TTIN I / A FP Luso teve de abandonar o Giro a quatro etapas do fim Português testa positivo, após sentir sintomas, e é forçado a desistir. De Bondt vence 18.a etapa José Pedro Gomes desporto@jn.pt CICLISMO Acabou a aventu- ra de João Almeida no Giro de 2022, com o sonho de ga- rantir um lugar no pódio fi- nal a ser desfeito pela covid- -19. Após as dificuldades fí- sicas sentidas nos últimos dois dias, o corredor da UAE- -Emirates, de 23 anos, depa- rou-se, na noite de quarta- -feira, com sintomas de gri- pe, agudizados por uma dor de garganta persistente. Um teste à covid-19 confirmou o pior cenário e forçou a de- sistência, quando faltavam quatro etapas para o final. Já sem João Almeida no pe- lotão, o belga Dries deBondt (Alpecin-Fenix) foi o melhor na 18.a tirada, rema- tando com êxito uma fuga desenhada, com mais três corredores, logo no início. Na geral individual, Ricard Carapaz (Ineos) manteve- -se como líder, tendo a ca- misola da Juventude, que pertencia a João Almeida, transitado para o espanhol Juan Pedro López (Trek-Se- grafredo). A presença portu- guesa no pelotão ficou redu- zida a Rui Costa (42.o da ge- ral) e a Rui Oliveira (145.o), ambos da UAE-Emirates. � CLASSIFICAÇÕES ETAPA 18 (Valsugana-Treviso, 156 km) - 1.º Dries de Bondt (ESP, Alpecin- -Fenix) 3:21.21 horas; 2.º Edoardo Affini (ITA, Jumbo-Visma), m.t.; 3.º Magnus Cort (DIN, EF Education), m.t.;... 68.º Rui Oliveira (POR, UAE- -Emirates), a 2.52 m; 132.º Rui Costa (POR, UAE-Emirates), a 5.28 m. GERAL INDIVIDUAL - 1.º Richard Carapaz (EQU, Ineos), 73:19.40 horas, 2.º Jai Hindley (AUS, Bora-Hansgrohe), a 3 s; 3.º Mikel Landa (ESP, Bahrain- -Victorious), a 1.05 m;... 42.º Rui Costa (POR, UAE-Emirates), a 2:05.15 h; 145.º Rui Oliveira (POR, UAE-Emirates), a 5:14.20 h. LIGA 2 O futebol está de luto pela morte de António da Silva Albino, presidente responsável pelo renascimen- to do Académico de Viseu Futebol Clube em 2007. O em- presário, de 76 anos, vítima de doença prolongada, aju- dou os “viriatos” a subirem do Distrital até à Liga 2. Há um ano, António Albino alienou os 51% que detinha da SAD a alemães. Os presidentes da Liga e da FPF apresen- taram condolências ao clube e à família. O funeral é hoje, às 15.30 horas, na Igreja de São João de Lourosa (Viseu). Faleceu António Albino, o presidente que reergueu o Académico de Viseu Mural de “Mou” é nova atração ROMA O êxito de José Mourinho na Liga Confe- rência já valeu ao treina- dor a eternização em mu- ral, feito pelo artista de rua Harry Greb, num dos lo- cais mais icónicos da capi- tal italiana: o Circo Máxi- mo. Mourinho surge como um imperador ro- mano, colorido com as co- res da AS Roma e a segurar o primeiro troféu interna- cional ganho pelo clube. Miguel Vítor chamado à seleção ISRAEL O português Mi- guel Vítor foi convocado pela primeira vez para a seleção de futebol israeli- ta, que defrontará a Islân- dia (2 de junho) e a Albâ- nia (10) no Grupo B da Liga das Nações B. O central, de 32 anos, naturalizou-se is- raelita após seis épocas ao serviço do Hapoel Beer Sheva. É internacional por Portugal nos sub-23, sub- -21, sub-19 e sub-18. R.S. Eduardo Pedrosa Costa eduardo.p.costa@jn.pt Conselho de Administração: Marco Galinha (Presidente), Domingos de Andrade, Guilherme Pinheiro, António Saraiva, João Pedro Rodrigues, José Pedro Soeiro, Kevin Ho, Phillippe Yip, Helena Maria Ferreira dos Santos Ferro de Gouveia Secretário-geral: Afonso Camões Diretor digital: Manuel Molinos Head of Social Media: Artur Madeira Data Protection Officer: António Santos Diretor de Tecnologias e Sistemas de Informação: David Marques Propriedade: Global Notícias Media Group, SA; Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Almada. Capital social: 28 571 441,25 euros. NIPC: 502535369. Sede da Redação e do Editor: Rua Gonçalo Cristóvão,195-219 – 4049-011 Porto. Tel.: 222 096 100. Fax: 222 096 200 Filial: Rua Tomás da Fonseca, Torre E, 3.º – 1600-209 Lisboa. Tel.: 213 187 500. Fax: 213 187 501 Marketing e Comunicação: Carla Ascensão e Patrícia Lourenço Diretor Geral Comercial: Miguel Simões. Direção Comercial:Porto: Vitor Cunha, Lisboa: Pedro Veiga Fernandes. Classificados: Carlos Rebocho Detentores de 5% ou mais do capital social: KNJ Global Holdings Limited - 35,25%, Páginas Civilizadas, Lda. – 29,75%, José Pe- dro Carvalho Reis Soeiro - 24,5%, Grandes Notícias, Lda. - 10,5% Estatuto Editorial: https://www.jn.pt/estatuto-editorial.html Impressão: Naveprinter (EN, 14 (km 7,05) – Lugar da Pinta, 4471-909 Maia); Gráfica Funchalense (Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50, Morelena – 2715-029 Pero Pinheiro) Distribuição VASP; Registado na ERC com o n.º 104341. Depósito legal 121 052/98 Edição Norte: Depósito legal: ISSN nº 0870-2020 Edição Sul: Depósito legal: 383340/14 ISSN nº 0874-1352 Assinaturas 219 249 999 Dias úteis, das 08h00 às 18h00. Fax: 229 417 679. E-mail: apoiocliente@noticiasdirect.pt SMS+MMS: 969 840 084 | EMAIL: leitor@jn.pt TELEFONES: 222 096 100/213 187 500 FAX: 222 096 140. Tiragem média diária no mês de abril: 33 314 BANDEIRA DE CANTO POR José Bandeira Eduardo V. Rodrigues Pres. da C. M. de Gaia SOBE E DESCE Não gostou da “conversa de café” do líder do Turis- mo de Portugal, ao acon- selhar Porto e Norte a de- sistirem da TAP e optarem pela Iberia. O que deveria ter feito, diz, era assinalar o incumprimento da TAP. Luís Montenegro e Jorge M. da Silva Candidatos a líder do PSD A um dia da eleição para escolher o próximo presi- dente dos sociais-demo- cratas, uma sondagem re- veladora: 58% dos portu- gueses não querem saber. Pedro S. dos Santos CEO da Jerónimo Martins É o rosto da profunda de- sigualdade salarial entre gestores e trabalhadores: ganham 32 vezes mais em média. No caso do gestor da dona do Pingo Doce, são 262 vezes. Suspensão de quotas no CDS TRIBUNAL João Merino e Dora Vilhena, dirigentes centristas, solicitaram ao Tribunal Constitucio- nal (TC) a suspensão das decisões do último Con- selho Nacional, incluin- do o pagamento obriga- tório de uma quota men- sal de dois euros. Aquela decisão revogara uma deliberação do partido, que vigorou quase 14 anos, e tornou obrigató- rias as quotas “para quem quiser ser eleito, votar ou participar nas eleições internas”. Governo risca protocolo BERARDO O Governo vai denunciar o protocolo entre o Estado e o em- presário Joe Berardo, que renovaria automatica- mente no final deste ano. A Fundação de Arte Moderna e Contemporâ- nea (Coleção Berardo) será extinta e iniciado o processo de “criação de um museu de arte con- temporânea”, disse o mi- nistro da Cultura, Pedro Adão e Silva. ÚLTI- MAS Duas máquinas de tabaco destruídas em 45 minutos INSEGURANÇA Um café e um res- taurante foram assaltados, ontem de madrugada, no espaço de 45 mi- nutos, em Torres Vedras e Loures. Os assaltantes destruíram as má- quinas de tabaco e levaram tudo do seu interior, mas também o fundo de caixa, de 50 euros, de ambos os estabelecimentos. O Larana, res- taurante em Outeiro da Cabeça, Torres Vedras, foi atacado às 3 ho- ras. “Arrombaram a porta de entra- da e foram diretamente à máqui- na, destruindo-a por completo. Le- varam tudo, foi a primeira vez que nos aconteceu”, conta Miguel Fer- reira, marido da proprietária. Pas- sados 45 minutos, no Café Rapo- sa, Prior Velho, Loures, “partiram a máquina toda”, descreve Ana Lo- pes, funcionária.�S.C. Primeira mulher com varíola ESPANHA Foi detetado em Espa- nha, na região de Madrid, o pri- meiro caso confirmado de varíola dos macacos numa mulher. De acordo com as autoridades de saú- de espanholas, citadas pela Im- prensa do país, a infeção está “di- retamente relacionada com a ca- deia de transmissão de relações entre homens”. Segundo a última atualização de dados do Ministé- rio da Saúde, a região de Madrid tem 65 casos confirmados de va- ríola dos macacos e 30 suspeitos a aguardar resultados dos exames. Em todo o país, há 84 casos. Não está claro se este é o primeiro caso da doença numa mulher detetado em Espanha ou no Mundo. R.S. AGRESSÃO Um homem, com cerca de 45 anos, foi esfaqueado por di- versas vezes com um x-ato, duran- te uma zaragata, provocada por motivos fúteis, ao início da noite de ontem, no cais da estação de metro de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia. A vítima está em es- tado grave no hospital e o agressor foi logo detido pela PSP. De acordo com informações re- colhidas pelo JN, a vítima, visivel- mente alterada, viajava no metro, onde estaria a causar distúrbios. Saiu no cais da estação de Santo Ovídio, onde o agressor aguarda- va a chegada da composição. Por motivos aparentemente fú- teis, a vítima começou a insultar o agressor egerou-se uma discussão. “Vi as pessoas à pancada. Um de- les até agarrou uma placa de sina- lização do piso molhado. Outro atirou um saco de roupa para a li- nha. Havia muita confusão”, con- tou ao JN uma testemunha. O agressor puxou de um x-ato e golpeou várias vezes a vítima, an- tes de se pôr em fuga. Subiu para o patamar superior que dá acesso à via pública, onde largou o objeto, entretanto apreendido pela PSP. Os agentes, que chegaram rapi- damente ao local, detiveram o agressor. ��* COM ALMIRO FERREIRA As marcas de agressão eram visíveis na estação Esfaqueado com x-ato em rixa no cais do metro Vítima e agressor envolveram-se em conflito por motivos fúteis. PSP deteve suspeito e apreendeu arma do crime Alexandre Panda* alexandre.panda@jn.pt 2800 testes em 48 horas COVID Em menos de 48 horas, as farmácias reali- zaram cerca de 2800 tes- tes gratuitos à covid, des- de que entrou de novo em vigor a gratuitidade mediante receita médi- ca, disse ao JN Ema Pau- lino, presidente da Asso- ciação Nacional de Far- mácias. A receita para realizar o teste em far- mácias pode ser obtida através de um médico prescritor ou da linha SNS 24. 27 de maio de 2022 jn.pt LOTARIA POPULAR 26/5/2022 SÉRIE SORTEADA 5.ª Esta informação não dispensa a consulta da lista oficial 88375 1.º PRÉMIO 04590 2.º PRÉMIO 81581 3.º PRÉMIO 79775 4.º PRÉMIO ASSINATURAS 21 924 9999 Dias úteis das 8 às 18 horas Email: apoiocliente@jn.pt PARA ANUNCIAR 800 200 226 (chamada grátis) | anunciar.classificados@jn.pt | ENCONTRE em classificados.jn.pt a Loja do Jornal. Publicidade imóveis emprego diversosveículos ensino relax classificados.jn.pt Classificados CADERNO COMERCIAL | EDIÇÃO NORTE Sexta-feira 27 de maio de 2022 assine aqui 219 249 999 Dias úteis, das 8h às 18h Obesidade: fator de risco para as dores nas costas [ HOSPITAL DA LAPA ] assine o. e apoie o jornalismo credível,independente e de rigor. Aobesidade caracteriza-se pela presença excessiva de tecido adiposo, também conhecido como gordura, no organismo, esta ocorre quando a ingestão de alimentos é maior que o gasto energé- tico para a manutenção do organismo e a realização das atividades diárias. Existem diversos fatores de risco cau- sadores de dores nas costas, entre eles destaca-se a obesidade. Um estilo de vida sedentário e uma dieta desequilibrada, afetam a densidade óssea. Quando a estru- tura de um corpo vertebral está compro- metida, há risco de fraturas e de hérnias discais, estas são duas condições muito comuns em pessoas obesas. Uma justifi cação para a frequência aumentada de dor na região lombar no dia a dia da população é o fato desta suportar o peso do nosso corpo, a coluna é capaz de suportar até 60% do peso corporal, ser- vindo como base de sustentação. A obesidade é um fator de risco para as dores na coluna vertebral uma vez que prejudica a estabilidade da coluna que normalmente é mantida pela parte ós- sea, muscular e ligamentar. O excesso de peso prejudica esta estabilidade, devido à sobrecarga das estruturas pertencentes à coluna. O disco intervertebral encontra-se entre duas vértebras e está rodeado por um anel fi broso, quando este está desgastado ou sofre uma sobrecarga ocorre a rutura e o disco extravasa causando uma hérnia ou protusão discal, esta comprime o nervo causando dor. Atualmente é possível tratar hérnias discais na região cervical e lombar com técnicas mais avançadas, minimamente invasivas e sem recurso a cirurgia, não havendo cicatriz e reduzindo o trauma- tismo das estruturas ósseas e musculares adjacentes à coluna vertebral. O Centro da Coluna do Hospital da Lapa, liderado pelo Dr. Pedro Nunnes, é um cen- tro de referência europeu no tratamento de hérnias discais por fi bra ótica, que consiste na aplicação de uma fonte de energia atra- vés de um sistema avançado de fi bra ótica, numa localização muito precisa do disco herniado, sob controlo imagiológico de alta defi nição. O objetivo é reduzir a tensão intradiscal, obrigando a hérnia a regredir à sua posição inicial, aliviando a pressão sobre os nervos e, consequentemente, a dor. Esta técnica inovadora permite a redução da dor no pós-operatório, uma rápida recuperação, um curto tempo de internamento hospitalar e um retorno quase imediato às atividades normais do dia-a-dia. Pode ser realizada em pacientes com dores na coluna vertebral, com fraca resposta à terapêutica farmacológica e em doentes submetidos a uma cirurgia convencional prévia. Para saber se é candidato a este trata- mento necessita de realizar uma consulta médica de modo a rever a história clíni- ca e os sintomas que apresenta, realizar um exame físico minucioso e avaliar os achados imagiológicos para de seguida proceder a uma discussão diagnóstica e eleger a melhor opção terapêutica. // EXISTEM DIVERSOS FATORES DE RISCO CAUSADORES DE DORES NAS COSTAS, ENTRE ELES DESTACA-SE A OBESIDADE. UM ESTILO DE VIDA SEDENTÁRIO E UMA DIETA DESEQUILIBRADA, AFETAM A DENSIDADE ÓSSEA Dr. Pedro Nunnes 2 PUBLICIDADE JORNAL DE NOTÍCIASsexta, 27 de maio de 2022 imóveisimóveis arrendamentos VENDE-SE MORADIA NOGUEIRA (V. DO CASTELO) R/Chão 96 M², 1.º Andar 200 M², Anexo 50 m², Terreno 2.200 m². Boa exposição solar, otimos acessos ☎ 969069322 JN CLASSIFICADOS MAIS EFICÁCIA POR CM2. NO PAPEL E NO DIGITAL. 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Porto, 27 de maio de 2022 UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE ENGENHARIA Dá-se conhecimento público de que se encontra aberto processo de Recrutamento e Seleção, em regime de Contrato de Trabalho a Termo Resolutivo Certo, para 1 vaga de Técnico Superior, referência online n.º 814, para os Serviços Académicos, ao qual podem candidatar-se os indivíduos que reúnam as condições fi xadas no aviso disponível no seguinte endereço: http://www.fe.up.pt/concursos O prazo-limite para submissão online das candidaturas é de 5 dias úteis a contar a partir do dia útil imediato ao da presente publicação. Serviços de Recursos Humanos da FEUP emprego MOTORISTA - IBÉRICO/INTERNACIONAL - Cargas e descargas de mercadorias; - Carta de condução, CAM, cartão de tacógrafo digital; - Disponibilidade imediata. Contatos: trajetonautas.tps@gmail.com / 913 468 155 m/f diversos CRÉDITO PESSOAL ATÉ 75.000€ CRÉDITO HABITAÇÃO e OBRAS / HIPOTECA... 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(H.B., E.P.E.), se encontra aberto, pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, o processo de re- crutamento para a constituição de Reserva de Recrutamento de Assistentes Operacionais, tendente à resposta de neces- sidades que possam vir a ocorrer, tratando-se de regime de contrato individual de trabalho a termo incerto (necessidades temporárias) e/ou sem termo (necessidades defi nitivas). Os requisitos, o perfi l de competências exigido, os métodos e critérios de seleção e outras informações de interesse para a apresentação das candidaturas e para o desenvolvimento da Reserva de Recrutamento em apreço constam da publicitação integral do Aviso de Abertura, inserto na página eletrónica do Hospital de Braga, E.P.E. Braga, 27 de maio de 2022 INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, IP CONSELHO DIRETIVO Legislação aplicável Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de março, na sua versão atualizada Código Penal Data 2022-04-07 AVISO ENCERRAMENTO ADMINISTRATIVO DE UM ESTABELECIMENTO DE APOIO SOCIAL SEM DENOMINAÇÃO O Instituto da Segurança Social ordenou o encerramento administrativo imediato de um estabelecimento de apoio social sem denominação, com as seguintes características: • exerce a atividade de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas; • com fins lucrativos; • não estando licenciado; • funciona sob a propriedade de Maria Manuel Oliveira Rocha Ahrens Teixeira ; • está instalado em Rua da Boavista, 7, 2250-342 Vale Mestre. Porque ordenamos o encerramento do estabelecimento O Instituto da Segurança Social, IP ordenou o encerramento, através da Deliberação n.º 75, de 2022-04-07, porque o estabelecimento estava em atividade com deficiências graves nas condições de instalação, segurança, funcionamento, salubridade, higiene e conforto, representando um perigo potencial para os direitos dos utentes e a sua qualidade de vida. Consequências do incumprimento da deliberação Caso o estabelecimento seja reaberto ou a atividade de apoio social con- tinue de forma ilegal, a entidade responsável será sujeita a procedimento criminal pelo crime de desobediência. Local e prazo de afixação do aviso Este aviso deve estar afixado durante 30 dias na entrada principal do esta- belecimento. Consequência da não afixação do aviso Quem impedir a sua afixação será sujeito a procedimento criminal pelo crime de resistência ou coação sobre funcionário. Quem o remover delibe- radamente antes do fim do prazo de 30 dias será sujeito a procedimento criminal pelo crime de arrancamento, destruição ou alteração de editais. A Vice-Presidente Catarina Marcelino JORNAL DE NOTÍCIAS sexta, 27 de maio de 2022 PUBLICIDADE 3 massagens N O V I D A D E + 5 A M I G A S À SENHORA DA HORA Portuguesas. Somos sedutoras, eróticas e profis- sionais. Massagem tai landesa, desl., a hotéis/motéis. Das 9h/20h. Aceita-se colaboradora 912218731. QUANTO MAIOR O RELAX, MENOR O STRESS. JNRELAX.PT A CHOCOLATE- -AMOROSA Busca mensagens sfds? Dê aquela apimentada. Vc será tratado de forma + gostosa, sem frescura, sem preguiça, sempre pronta para fazer o que desejar , adoro 1 mint bem feito, adoro fazer o. molhado. Vem ter comigo. 932 868 069 relax Amarante A G O R D I N H A S E X Y ! C*** peludinha, an*l profundo e or** babadinho. Meiga e carinhosa. 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