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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
TÉCNICO INTEGRADO EM BIOTECNOLOGIA
ARTHUR CANDEIA HEHER DA SILVA
CLEBEN JUNIOR COSENDEY GARCIA
GUILHERME BORGES CABRAL
MARIA EDUARDA MARIM VILELA
SARA RAMOS NETO GOMES
EPIGENÉTICA:
Obesidade
VILA VELHA
2022
ARTHUR CANDEIA HEHER DA SILVA
CLEBEN JUNIOR COSENDEY GARCIA
GUILHERME BORGES CABRAL
MARIA EDUARDA MARIM VILELA
SARA RAMOS NETO GOMES
EPIGENÉTICA:
Obesidade
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de
Genética e Técnicas de Biologia Molecular do Instituto
Federal do Espírito Santo (Ifes), como requisito parcial
para aprovação no terceiro ano do curso integrado em
biotecnologia.
Orientadora: Profa. Msc. Iasmim Fernandes Barcelos
VILA VELHA
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. GENÉTICA E A OBESIDADE 5
3. EPIGENÉTICA E A OBESIDADE 6
4. CONCLUSÃO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8
1. INTRODUÇÃO
A palavra epigenética tem sua origem ligada ao grego, em que “epi” significa “acima,
a seguir”. Assim, entende-se epigenética como algo além da genética.
A epigenética pode ser definida como o estudo de alterações genômicas que não
ocasionam mudanças no DNA, ligadas ao comportamento ou ao ambiente em que
um indivíduo vive. As chamadas alterações epigenéticas podem ser passadas aos
descendentes de um organismo, de acordo com estudos, e consistem em mudanças
químicas no DNA ou em proteínas que o envolvem.
O epigenoma, conjunto de substâncias que indicam às células o que deve ser feito
com os genes, sofrem influência do modo como cada um vive e do que consome,
sendo influenciado por fatores como alimentação, medicamentos, etc. Quando o
DNA está enrolado nas histonas dentro das células, o epigenoma tem a capacidade
de atuar sobre ele, dificultando ou facilitando a produção de determinada proteína,
ao apertar ou soltar determinada parte do DNA.
A herança dessas alterações pode acontecer na mitose, causando alterações
fenotípicas no organismo. Cientistas acreditam atualmente que as marcas
epigenéticas são passadas de geração em geração, podendo as ações de um
ancestral interferir no organismo dos descendentes. Por exemplo, o fato de um pai
ter uma alimentação desbalanceada pode diminuir a expectativa de vida de um filho.
Já a obesidade pode ser definida como uma doença crônica caracterizada pelo
acúmulo de gordura em excesso no organismo, podendo causar danos como
problemas cardiovasculares e diabetes. São diversas as causas que podem levar à
obesidade, como uma má alimentação e a ausência de prática de atividades físicas,
por exemplo. O presente trabalho irá estabelecer relações entre a genética, a
epigenética e a obesidade.
2. GENÉTICA E A OBESIDADE
A obesidade é adquirida por um indivíduo ao longo de sua vida a partir de seus
hábitos e comportamentos. Porém, fatores genéticos têm certa influência nisso. É
necessário destacar que a obesidade não pode ser atrelada apenas a fatores
genéticos, mas sim uma predisposição a tê-la, herdada dos pais. Segundo a
farmacêutica Roche, estima-se que 25~40% do fator obesidade é influenciado pelos
genes. Dessa forma, pode-se afirmar que se há caso de obesidade nos pais, o risco
da criança ser obesa aumenta.
Os genes de uma pessoa influenciam na obesidade das seguintes formas:
Dificuldades na perda de peso (gasto energético); aumento do apetite; forma como
os alimentos são processados etc. Tais alterações têm sido estudadas pela ciência
cada vez mais, na tentativa de encontrar uma resposta definitiva que correlacione a
genética e a obesidade.
Atualmente, existem dois hormônios que vêm sendo estudados pelos cientistas no
que tange a sua responsabilidade no excesso de peso. Um desses hormônios é a
leptina, hormônio produzido nos adipócitos multiloculares, responsável pela
sensação de saciedade, isso é, pela supressão do apetite. Em situações normais, os
níveis de leptina são mais elevado em pessoas obesas, contudo, imagina-se que
pessoas com excesso de peso tenham desenvolvido uma resistência a esse
hormônio, ou seja, ocorre uma dificuldade na sensação de saciedade, fazendo com
que quase não ocorra e a pessoa se alimente cada vez mais. Outro hormônio
estudado é a grelina, excretada pelo estômago e, ao contrário da leptina, produz o
apetite levando impulsos nervosos ao cérebro com a informação de que estamos
com fome. Sua produção é alta quando o estômago está vazio e baixa quando está
cheio, tendo função reguladora no peso corporal, o que pode ser um fator atuante na
obesidade.
Figura 1 – Retratação da influência genética na obesidade
Fonte: correiobrasiliense.com.br
3. EPIGENÉTICA E A OBESIDADE
Além dos fatores genéticos, a epigenética também possui uma forte influência sobre
o fenômeno da obesidade. Percebeu-se que, nos últimos 50 anos, houve um
aumento sem precedentes de indivíduos com essa condição, impulsionado por
alterações pré e perinatais do epigenoma, ocorrendo de forma transgeracional.
Segundo estudos, essas alterações se dão, sobretudo, por causa da ingestão
hipercalórica principalmente de carboidratos e gorduras pelos pais; todavia, também
estão relacionados a outros comportamentos.
Estudos sobre a herança epigenética paterna apontaram que essas características,
passadas transgeracionalmente, eram sexo-dependentes, variando entre a prole
feminina e masculina. Foi destacado como os filhos e netos, principalmente na fase
adulta, possuem chances aumentadas de desenvolver resistência a insulina e
diabetes tipo II, por exemplo, como consequência de comportamentos dos pais e
avós, como dieta hipercalórica, tabagismo e falta de atividade física.
Na mesma linha, o cientista Romain Barrès liderou um estudo na Suécia e na
Dinamarca, avaliando os espermatozoides de homens magros e obesos,
reavaliando os espermatozoides desses últimos após a realização de cirurgia
bariátrica. Deduziu-se que os genes que controlavam o apetite dos indivíduos se
adaptaram ao seu padrão alimentar, ocasionando diferentes expressões gênicas em
seus espermatozoides. Ademais, com a realização da cirurgia bariátrica, os
espermatozoides de alguns dos indivíduos ex-obesos reverteram seus perfis
epigenéticos, se aproximando daqueles avaliados inicialmente nos homens magros.
Pesquisas realizadas em animais também podem ser muito proveitosas. Como
exemplo, pode ser citado um estudo realizado em camundongos, feito por
pesquisadores da Faculdade Santa Casa BH: foram separados dois grupos de
camundongos, sendo que um grupo recebeu uma dieta normal durante 8 semanas,
enquanto o outro recebeu uma dieta normal pelo mesmo período, porém, passou a
ter uma dieta hiperlipídica durante mais 8 semanas. Ao final do experimento,
observou-se que os camundongos do segundo grupo apresentaram maiores pesos e
a baixa expressão de alguns genes, como Rab3Gap1 e Rab3Gap2,
comprometendo o transporte neuronal e, consequentemente, a sensação de
saciedade e outros mecanismos do organismo.
Resultados como esses são animadores e contribuem para uma melhor
compreensão do fenômeno da obesidade, permitindo o aperfeiçoamento de formas
de prevenção e tratamento. Contudo, é necessário ressaltar que, por mais que
pareçam promissores, os estudos em humanos devem ser realizados e analisados
com muita cautela, tendo em vista a dificuldade de se separar os fatores ambientais
e biológicos. Por isso, a realização de testes em animais ainda é de extrema
importância.
4. CONCLUSÃO
Pode ser entendido, portanto, que o estudo de uma possível relação entre os fatores
genéticos e a obesidade acaba sendo complicado por uma dificuldade no isolamento
de variáveis - diferentes participantes das pesquisas possuem diferentes rotinas
alimentares, por exemplo - além da sensibilidade do tópico, que pode levar à
vergonha e dos participantes e recusa de participar das pesquisas.
Entretanto, mesmo que ainda seja cedo para qualquer certeza, é fato a importância
de prezar pela saúde, de modo que ela não se limite ao indivíduo como um, mas que
ela abranja toda sua descendência. Mesmo que ainda no período gestacional,optando por hábitos saudáveis por parte da figura materna, tal qual a figura paterna
realizando o mesmo, do seu modo.
Assim, esta área se apresenta como uma pluralidade de capacidades e caminhos,
abraçando diversos temas e assuntos, sejam polêmicos ou não. Infelizmente, devido
a questão dessas descobertas serem tão recentes, o caminho da insegurança e da
especulação é certo, mesmo que os frutos disso provam-se cada vez mais de
extremo destaque e mérito, tendo em vista que haveria a possibilidade de manipular
as interferências ambientais no genoma, um marco para toda a comunidade
científica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALI, Taccyanna. Influência epigenética: muito além do DNA. Igenomix, 2019.
Disponível em:
https://www.igenomix.com.br/press-and-news/influencia-epigenetica-muito-alem-do-d
na/ Acesso em: 24 out. 2022.
AMARAL, Daniela. A obesidade pode ser herdada? Disponível
em:https://www.lusiadas.pt/blog/criancas/obesidade-infantil/obesidade-pode-ser-herd
ada Acesso em: 24 out. 2022
CERIZZE, Bárbara. O que é a epigenética? Blog do Enem, 2020. Disponível em:
https://blog.enem.com.br/o-que-e-a-epigenetica/. Acesso em: 25 out. 2022.
CORREIO BRAZILIENSE. Risco de obesidade na infância tem a ver com
genética e ambiente familiar. Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2017/02/26/interna
_ciencia_saude,576721/genetica-influencia-em-ate-60-do-indice-de-massa-corporal-
das-crianca.shtml. Acesso em: 26 out. 2022.
FANTAPPIE, Marcelo. Epigenética e Memória Celular. Revista Carbono, 2013.
Disponível em:
http://www.revistacarbono.com/wp-content/uploads/2013/06/Marcelo-Fantappie-Epig
en%C3%A9tica-e-Mem%C3%B3ria-Celular.pdf. Acesso em: 25 out. 2022.
O PESO ATRAVÉS DAS GERAÇÕES. [Locução de]: Maria Martha Bernardi. São
Paulo: FAPESP, 26 fev. 2017. Podcast. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-peso-atraves-das-geracoes/. Acesso em: 26 out.
2022.
ORNELLAS, F. et al. Pais obesos levam a metabolismo alterado e obesidade em
seus filhos na idade adulta: revisão de estudos experimentais e humanos.
Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 93, n. 6, p. 551-559, jan./2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jped/a/GLhYb8ft8YZHyg8c8Hn3LDb/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 26 out. 2022.
https://blog.enem.com.br/o-que-e-a-epigenetica/
http://www.revistacarbono.com/wp-content/uploads/2013/06/Marcelo-Fantappie-Epigen%C3%A9tica-e-Mem%C3%B3ria-Celular.pdf
http://www.revistacarbono.com/wp-content/uploads/2013/06/Marcelo-Fantappie-Epigen%C3%A9tica-e-Mem%C3%B3ria-Celular.pdf
VEJA. A epigenética, Darwin e a obesidade. Disponível em: A epigenética, Darwin
e a obesidade Leia mais em:
https://veja.abril.com.br/coluna/letra-de-medico/a-epigenetica-darwin-e-a-obesidade/.
Acesso em: 13 jun. 2022.
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Obesidade. Brasil Escola, © 2022. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/saude/obesidade.htm. Acesso em: 26 out. 2022.
https://brasilescola.uol.com.br/saude/obesidade.htm

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