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Criminalística PARA QUEM TEM PRESSA – PC GO BREVE HISTÓRICO DA ORIGEM DA CRIMINALÍSTICA Em 1560, na França Ambroise Paré, que não era reconhecido médico, fez avaliações acerca dos ferimentos produzidos por arma de fogo. Em 1563, em Portugal, João de Barros, que era cronista, publicou observações feitas na China sobre impressões digitais tomadas em contratos de compra e venda. Em 1651, na Itália em Roma, Paulo Zachia publicou o livro intitulado “Questões Médicas”. Esse livro teve uma importância tão grande dentro do assunto e Paulo Zachia passa a ser considerado o pai da Medicina Legal. Em 1664 o médico italiano Marcello Malpighi, professor de anatomia na Universidade de Bologna, desenvolveu estudos sérios sobre as linhas papilares da pele, encontradas nas extremidades dos dedos e nas palmas das mãos. Estes estudos serviram de base para estudos posteriores, na papiloscopia. Em 1823, o Dr. João Evangelista Purkinje, também professor de anatomia na Universidade de Breslaw, Alemanha, agrupou os desenhos papilares das extremidades digitais, em nove tipos fundamentais e estabeleceu o sistema déltico. Em 1753, na França, Boucher fez-se os primeiros estudos de balística forense. Em 1805 (na Áustria), 1807 (na Escócia), 1820 (na Alemanha Itália e França), tivemos o início do estudo da Medicina Legal como disciplina. Entre 1808 e 1811, na França, Eugênio François Vidocq implantou o sistema de investigação na polícia francesa Em 1823, na Alemanha, Breslaw e Purkinje fizeram tratado sobre desenhos digitais defendendo uma tese de doutorado. Esse tratado foi o precursor dos agrupamentos dos tipos de desenhos tipos fundamentais baseados no delta. Em 1829 foi fundada a Scotland Yard, na Inglaterra. Em 1840, na Itália, Orfila cria a Toxicologia. Esse estudo foi aprofundado em 1872 por Ogier. Em 1844,no Vaticano, Inocêncio VIII apresenta uma bula recomendando a intervenção de médico nos assuntos criminais. Em 1858, na Índia, William Herschel, delegado do governo Inglês iniciou os estudos sobre a imutabilidade das impressões dígitos papilares. nando Realce Criminalística Em 1864, na Itália, Cesare Lombroso cria o Sistema Antropométrico para identificação. Não nos esquecendo que Lombroso é considerado o pai da Criminologia. Em 1866, em Chicago nos Estados Unidos, Allan Pinkerton implantou o uso da fotografia forense para reconhecimento de delinquentes Em 1882, em Paris na França, Alphonse Bertillon criou um serviço de identificação judicial e publica a tese “Retrato Falado”. Em 1891, na Argentina (em La Plata) o iugoslavo naturalizado argentino Juan Vucetich apresentou um sistema de identificação denominado icnofalangometria. Ele era o encarregado da oficina de identificação. Em 1892, na Áustria, HANS GROSS pública o manual do juiz de instrução. Em 1896 Juan Vucetich convence a polícia a deixar o sistema de bertillon (que era antropométrico) e passar a usar o de impressões digitais. Em 1899, na Áustria, HANS GROSS cria um arquivo de Antropologia e Criminalística. Em 1902, Portugal implanta a identificação palmar, plantar e dactiloscópica. Em 1903, no Brasil no Rio de Janeiro, é fundado o gabinete de identificação e é adotado o sistema de Vucetich. Já em 1908, na Espanha, Constâncio Bernaldo de Quiróz divide a polícia científica em três fases: equivoca, empírica e científica. 1910 LOCARD criou o Laboratório de Polícia Técnica de Lyon, na França. Este foi o primeiro do gênero em todo mundo. Rodolfo Arquibaldo Reis cria o Instituto de Polícia Científica da Universidade de Lausanne. Em 1933 em Washington (Estados Unidos), Hommer Cummings, procurador-geral cria o FBI. No Brasil em 1947 em São Paulo o Primeiro Congresso Nacional de Polícia Técnica. Nesse congresso definiram-se a Criminalística e Medicina Legal, como sistemas independentes para exames do corpo de delito e a determinação da prova material do crime. OBJETIVOS DA CRIMINALÍSTICA O principal objetivo da Criminalística é buscar a verdade através da prova técnico científica, estabelecendo vínculos entre pessoas, circunstâncias e o fato delituoso. nando Realce nando Realce Criminalística Portanto, CRIMINALÍSTICA É O CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS CIENTÍFICOS DE QUE SE VALE A JUSTIÇA MODERNA PARA AVERIGUAR O FATO DELITUOSO E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS, ISTO É, O ESTUDO DE TODOS OS VESTÍGIOS DO CRIME, POR MEIO DE MÉTODOS ADEQUADOS A CADA UM DELES. A Criminalística é uma ciência que tem por objetivos: a) dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal; b)verificar os meios e modos pelos quais foi praticado o delito, visando obter a dinâmica do comportamento típico; c) indicar a autoria do delito, quando possível fazê-lo; d) elaborar a prova técnica, através da indiciologia material. PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA Princípio da Observação: “Todo contato deixa uma marca”. Este é conhecido como princípio de LOCARD (toda ação deixa uma marca no LOCAR). Por este princípio afirma-se que praticamente inexistem ações em que não resultem marcas, vestígios ou até microvestígios. Princípio da Análise: “A análise pericial deve sempre seguir o método científico”. As condutas periciais sempre se baseiam em métodos científicos, do contrário não há que se falar em perícia. Princípio da Interpretação: “Dois objetos podem ser indistinguíveis, mas nunca idênticos”. Também conhecido como Princípio da Individualidade. Princípio da Descrição: “O resultado de um exame pericial é constante com relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem ética e juridicamente perfeita”. Princípio da Documentação: “Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no local de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem”. Isso é o que chamamos cadeia de custódia da prova material, que lhe confere fidelidade e credibilidade. Bizu: DOIDA Princípio da Intercomunicabilidade – Ninguém entra no local sem levar para este as marcas da sua presença e nem sai sem levar sobre si as marcas do local. nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce Criminalística Criminalística DA FINALIDADE DA CRIMINALÍSTICA A finalidade dos levantamentos de local dos crimes é constatar se efetivamente houve ou não uma infração Penal. Se afirmativo, precisar as características dessa infração, isto é, qualificá-la, perpetuar os vestígios materiais colhidos, suscetíveis de serem utilizados como prova, após levantamento técnicos periciais, descritivos fotográficos, topográficos, papiloscópicos, revelações, decalques, modelagem, os elementos, porventura existentes, que possibilitem a identificação do criminoso , ou criminosos e a demonstração insofismável de sua culpabilidade. Legalizar a prova e autenticá-la, de modo a assegurar o seu valor em juízo, como peça de convicção do juiz. DO LOCAL DO CRIME É toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração de delito e, que, portanto, reclame a presença e as providências da polícia Conceito: “Local do crime é toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração de delito e que portanto exija as providências da Polícia Judiciária.” Eraldo Rabello, um dos maiores peritos do Brasil, utiliza uma metáfora para explicar o significado de local de crime: “Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo -se desse modo, para sempre, os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos.” Para o perito Dwayne S. Hildebrand da Scottdale Police Crime Lab, intitulado “Science of Criminal Investigation”, onde ele descreve a importância dos vestígios deixados no local, pelo autor do crime, permitindo ao perito criminal e policiais refletirem sobre o que buscar na cena do crime:Onde quer que ele (autor) ande, o que quer que ele toque ou deixe, até mesmo inconscientemente, servirá como testemunho silencioso contra ele. Não impressões papilares e de calçados somente, mas, seus cabelos, as fibras das suas roupas, os vidros que ele quebre, as marcas de ferramentas que ele produza, o sangue ou sêmen que ele deposite. Todos estes e outros transformam-se em testemunhas contra ele. Isto porque evidências físicas não podem estar equivocadas, não perjuram contra si mesma. Criminalística CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DO CRIME Classifica-se em: 1. Quanto à área onde ocorreu o fato ou quanto ao local em si; 2. Quanto à natureza do fato; 3. Quanto ao estado ou preservação do local do fato; 4. Quanto à posição de pessoas ou coisas. A) Quanto à área onde ocorreu o fato: 1) Local Interno: aquele onde há delimitação física do espaço, a exemplo dos locais situados no interior de edifícios, residências, lojas, pátios de estacionamento, garagens, etc 2) Local Externo: aquele localizado em local aberto e, fora da área de qualquer prédio, ou onde não haja delimitação física, a exemplo da rua, na fazenda, na praça, na praia, etc. 3) Local misto A) Quanto à área onde ocorreu o fato: 3) Locais Relacionados: são os que se referem a uma mesma ocorrência, mas que tem práticas delitivas fracionadas, ou praticadas em áreas relacionadas, nos casos onde o crime ocorreu em dois ou mais locais diferentes, os quais, associados se complementam na configuração do delito, a exemplo do crime de sequestro, onde há o início da prática delitiva em um lugar e o cárcere existente em outro local, ou ainda, quando há falsificação de moeda em um local e em outro ocorre o derrame de referidas notas, etc. A) Quanto à área onde ocorreu o fato: Outras classificações que já vi por aí. Algumas bancas adoram usar termos não muito frequentes em concursos. - Ermos (local com pouca circulação de pessoas); - Concorridos (frequentados ou habitado); - Abertos (ex.: campo de futebol); - Mistos (vide exemplo abaixo); Criminalística - Móveis (ex.: interior de veículos em geral); - Imóveis (ex.: casas, edifícios, etc.); - Isolados (ex.: casa em uma fazenda); - Contíguos (ex.: conjunto de casas umas geminadas às outras). Preservação (?) do local A Autoridade Policial deverá se incumbir da preservação e isolamento de local de infração penal, segundo a Lei 8862/94, que expressa: “Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais”. nando Realce Criminalística Criminalística Conceito de Corpo de Delito Quando falamos em corpo de delito, nada mais estamos fazendo do que nos referirmos a busca de elementos indicativos da existência de um crime material. Lembramos que quando falamos de crime material, estamos falando dos crimes onde há uma necessidade de modificação do mundo exterior, ou seja, de um resultado externo a própria ação, sendo indispensável o resultado material para que os mesmos existam. Assim sendo, em se tratando de um local onde ocorreu um crime de homicídio, teremos vários vestígios materiais que poderão ser estudados e que serão da maior importância para a solução do crime, sendo que neste sentido podemos citar: - o próprio corpo da vítima; - as lesões existentes no corpo; Criminalística - as condições do vestuário da vítima; - a arma do crime – se localizada - projéteis; - marcas de sangue, pegadas, objetos diversos, etc. Ao conjunto de todos estes vestígios se dará o nome de CORPO DE DELITO. Podemos conceituar Corpo de Delito como: - “O conjunto de elementos que constatam a existência do crime” - Pimenta Bueno. - “O conjunto de elementos sensíveis do fato criminoso” - João Mendes. - “O conjunto de vestígios materiais deixados pelo crime” - Farinácio. Enfim, se pode constatar que corpo de delito é qualquer ente material relacionado a um crime e no qual é possível efetuar um exame pericial. “É o delito em sua corporação física.” DOS VESTÍGIOS, EVIDÊNCIAS E INDÍCIOS Corpo de delito é o elemento principal de um local de crime, em torno do qual gravitam os vestígios e para o qual convergem as evidências. É o elemento desencadeador da perícia e o motivo e razão última de sua implementação. Vestígio é todo e qualquer elemento encontrado no local do crime, na vítima ou no suspeito, que possa colaborar para a elucidação dos fatos e determinar o autor da prática delitiva, a exemplo de uma pegada, uma marca de sangue, fios de cabelo, etc. Se constituem na realidade, em qualquer marca, objeto, ou sinal deixado no local do crime ou proximidades e que possa ter relação com o fato investigado. O vestígio pressupõe a existência de um agente provocador e de um local onde o mesmo se concretizou. O vestígio é o material bruto que o perito constata no local do crime ou faz parte do conjunto de um exame pericial qualquer. Porém, somente após examiná-lo adequadamente Criminalística é que se pode saber se aquele vestígio está ou não relacionado ao evento periciado. Os vestígios podem nos levar às chamadas evidências, que é aquilo que é evidente, que é incontestável, que todos veem ou podem ver e verificar. No âmbito da criminalística, constitui uma evidência o vestígio que, após analisado pelos peritos, se mostra diretamente relacionado com o delito investigado. As evidências são, portanto, os vestígios depurados pelos peritos. O que caracteriza a evidência é a sua vinculação com o crime em si, ou seja, o vestígio uma vez analisado e demonstrada a sua vinculação com o fato criminoso, se torna evidência. Cumpre observar que somente será considerado como sendo indício, o elemento que puder levar ao que chamamos de prova indiciária, ou seja, é um princípio de prova inequívoco. Quando falamos de indícios, temos a sua conceituação no artigo 239 do Código de Processo Penal, que estabelece que “considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.” Na realidade o termo indício, tem conotação processual, enquanto que evidências e vestígios são expressões utilizadas na fase da perícia, ou seja, da investigação criminal. → O VESTÍGIO ENCAMINHA; O INDÍCIO APONTA. – Prof. Gilberto Porto. Já quando falamos em prova, estamos diante da situação que é inequívoca, ou seja, que está devidamente provada dentro do processo, ou seja, aquilo que era indício virou prova. O indício pode evoluir para a prova. Em relação aos vestígios materiais, que podem levar a existência de indícios materiais, estes podem ser classificados: 1. Quanto à duração 2. Quanto à natureza 3. Quanto ao comportamento nando Realce Criminalística 1. QUANTO À DURAÇÃO Apresenta os aspectos seguintes: 1. TRANSITÓRIOS Desaparecem rapidamente após um lapso de tempo relativamente curto, como os vestígios de frenagem, lama, sangue, impressões papilares, etc.; Ou 2. PERMANENTES Permanecem por tempo indeterminado, num espaço de tempo relativamente longo, como em relação aos sinais de arrombamento, vidros quebrados, amolgamentos em veículos, impressões digitais impressas, manchas de tinta, etc. Criminalística 2. QUANTO À NATUREZA: Classificam-se em: a) manchas; b) impressões; c) armas; d) outros vestígios; Criminalística 3. QUANTO AO COMPORTAMENTO PERCEPTÍVEIS São os vestígios determinados pelos sentidos do ser humano; IMPERCEPTÍVEIS São aqueles que devem ser revelados, pois, se encontram em estado latente.A revelação pode ser praticada por meios químicos, mecânicos, biológicos, físicos, etc.; Podem ainda ser classificados em relação ao fato delituoso: a) Verdadeiros: quando estão diretamente relacionados ao evento; b) Forjados: quando são produzidos com a finalidade de iludir a investigação; c) Ilusórios: quando não tem nenhuma relação com o crime, podendo ser anteriores, ou posteriores ao próprio delito e que são produzidos sem a intenção, a exemplo de marcas de calçado existentes no local do crime e que foram deixados pelos próprios policiais. DO EXAME DE CORPO DE DELITO Observe-se, portanto que o exame de corpo de delito pode ser: Criminalística • Direto: quando recai diretamente sobre objeto de avaliação criminalístico, a exemplo do corpo de uma vítima de homicídio; • Indireto: quando tendo desaparecidos os vestígios, o exame de corpo de delito for feito com base em prova testemunhal, nos termos do artigo 167 do CPP. Observe-se, portanto, que o Corpo de Delito é composto por vestígios, indícios e evidências, sendo que para que tenhamos o Exame de Corpo de Delito indireto, temos que ter dois requisitos para sua admissibilidade, sendo eles: • Terem desaparecidos os vestígios; • Existir pelo menos uma testemunha direta do crime. Há um entendimento de que a reprodução simulada dos fatos, a chamada reconstituição do crime, seria uma forma de exame de corpo de delito indireto, na qual o perito oficial emite um juízo de valor sobre a versão apresentada do crime. É importante salientar que é fundamental que haja a participação da defesa em referida reconstituição, permitindo-se que, em fase policial, o suspeito se faça acompanhar de advogado. Quando falamos de reconstituição do crime, estamos na realidade fazendo uma encenação do delito, com atores representando os fatos anteriormente ocorridos, tudo com a finalidade de assegurar a obtenção da versão mais próxima dos fatos. Referida reconstituição será feita mediante o registro fotográfico ou, de preferência, mediante filmagem da mesma para que posteriormente possa ser analisada pelas partes no processo e, assim, buscar a melhor adequação dentre das verdades apresentadas pela acusação e pela defesa e, inclusive, sobre a verdade de autor e vítima do fato. O objetivo da fase de coleta de vestígios é encontrar, reunir e preservar todas as evidências físicas úteis para reconstituir o crime e identificar o criminoso, fazendo com que ele seja trazido ao tribunal. As provas podem ser de toda ordem. Alguns vestígios típicos que o perito pode encontrar no local do crime incluem: vestígios (resíduo de arma de fogo, resíduo de tinta, vidro quebrado, produtos químicos desconhecidos, drogas); impressões digitais, pegadas e marcas de ferramentas; nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce nando Realce Criminalística fluidos corporais (sangue, esperma, saliva, vômito); cabelo e pelos; armas ou evidências de seu uso (facas, revólveres, furos de bala, cartuchos); documentos examinados (diários, bilhetes de suicídio, agendas telefônicas; também inclui documentos eletrônicos tais como secretárias eletrônicas e identificadores de chamadas). LEVANTAMENTO TÉCNICO-PERICIAL Ou estudo do local do crime. CPP art. 169, tem por finalidade documentar as condições em que se encontrava o local quando do comparecimento da polícia. Se a vítima se encontra com vida a primeira providência é socorrê-la. DOS LOCAIS DE CRIME E DO EXAME DE CORPO DE DELITO Temos que observar que diversos serão os locais de crime, dependendo da prática delitiva realizada, o que implicará em providências distintas a serem adotadas, sendo que nesse sentido podemos citar a título de exemplificação: a) Locais de Crime Contra a Vida: nos quais o isolamento da cena do crime é fundamental que sejam realizados: - Exame preliminar da cena do crime; - Anotações gerais da cena do crime: - Croqui da cena do crime: - Fotografias da cena do crime: - Fotografias do cadáver; - Processamento do Local, com coleta, identificação e preservação de evidências; - Exame do cadáver no local e no IML - Exame das vestes do cadáver, etc... nando Realce nando Realce Criminalística Dependendo das circunstâncias outras providências podem ser necessárias, como nas mortes por asfixia, afogamento, calor, envenenamento, etc. Perinecroscopia É o exame do local em que ocorreu a morte (ou que presumivelmente tenha sido a sede) de um indivíduo, cuja causa interessa à Justiça conhecer. A perinecroscopia compreende o exame do local (criminalística) e o exame do cadáver ou esqueleto no local. about:blank about:blank Criminalística As alterações em locais abertos podem ser provocadas pela temperatura, pelas chuvas, por agentes putrefativos, por animais ou pelo homem. Em locais fechados o homem é quem mais pode produzir alterações (remoção, adulteração, etc.). Normas gerais para a preservação: isolar o local, as pessoas no local ficam sob vigilância, o policial não deve tocar os vestígios e nem acrescentar novos. Atualmente, com os testes de DNA (genética forense), todo e qualquer material orgânico encontrado no local do crime pode fornecer elementos para a identificação dos envolvidos no delito (direta ou indiretamente), motivo pelo qual, tanto os policiais como os peritos que adentrarem no local devem usar luvas de procedimento. Criminalística Deve-se coletar tudo que possa contribuir para o esclarecimento do fato: armas, projéteis, cápsulas, panos, manchas (em seus suportes, se possível), substâncias, papéis etc. TUDO DEVE SER INDIVIDUALIZADO, MARCADO, ACONDICIONADO E LACRADO. Os materiais orgânicos devem, preferencialmente, ser acondicionados em recipientes de vidro esterilizado, lacrados e rubricados, pois a experiência ensina que os recipientes de material plástico permitem o desenvolvimento rápido de mofo em seu interior. Dificuldades para o levantamento no local: falta de isolamento adequado durante a noite e sem iluminação suficiente, condições do tempo (chuvas). about:blank about:blank Criminalística Estudo do Local Pesquisar e observar são qualidades inatas aprimoradas pelo estudo e pelo exercício. Deve-se observar, pesquisar e interpretar para formular uma hipótese que absorva e explique os indícios encontrados. Registro do Local CPP art. 170 – ilustrar com fotografias, croqui, desenhos ou esquemas. Além de descobrir, observar e interpretar, é necessário também registrar os indícios. Observar lesões em Crimes contra a vida about:blank Criminalística Criminalística Observar o local em Crimes contra a vida Criminalística Criminalística Observar sinais tanatológicos Criminalística Observações em locais de enforcamentos Criminalística CONDUTA NA PERINECROSCOPIA 1 – Exame do Corpo no Local Verificar a realidade da morte – observação dos fenômenos cadavéricos. Verificar o aspeto geral – vestes manchas, orifícios, estado de conservação. Antes de chegarmos à vítima: Portas abertas ou fechadas: de que lado estava a fechadura; Janelas abertas, fechadas ou trancadas; Se abrimos janelas; Luzes ligadas, desligadas, quais ? Cheiros – cigarros, pólvora, fumo, gás, perfume; Criminalística Ao chegarmos à vítima: Localização e posição da vítima; Ter atenção à presença de fluídos, evitando pisar os nos mesmos; Verificar as lesões externas e como foram produzidas Verificar qualquer outra particularidade que possa estar relacionada com o fato. about:blank Criminalística 2 – Verificar e Anotar as Relaçõesdo Corpo com o Meio Onde se encontra o corpo, em que posição, decúbito, situações inusitadas (sentado, dependurado, dentro de armários etc.). Observar se o indivíduo se locomoveu antes de morrer, se mudaram a posição do cadáver (manchas de hipóstases, sinais de arrastamento, manchas de sangue). Criminalística Criminalística 3 – Estimativa da Hora da Morte Manchas de hipóstases, rigidez cadavérica, fauna cadavérica, outros fenômenos. 4 – Colheita de Material Para posterior exame no laboratório – recolher o que estiver à disposição. Verificar a existência de material sob as unhas da vítima. Verificar a presença de sustâncias ou excreções nas vias aéreas superiores Criminalística Atenção especial às mãos da vítima, em certas situações: São as extremidades mais expostas; Podem conter sangue, pele ou cabelos do autor; Pólvora nas mãos; Sinais de luta; Não limpar as mãos – proteger as mãos com um envelope, se houver transporte e para o IML Suspeita de envenenamento / overdose tentar recolher substância suspeita e colocar num envelope de papel; Laço do enforcamento; Preservar as mãos da vítima; Livores – causa da morte, mudança de posição do cadáver; about:blank Criminalística Se há a presença de sangue analisar se está presente em grandes quantidades, se a direção do fluxo segue as leis da gravidade; em caso negativo, o corpo pode ter sido movido; Se não há sangue na área em volta do corpo, isto condiz com a causa preliminar da morte? Em caso negativo, o corpo pode ter sido movido; Se, além do sangue, há outros fluidos corporais presentes; Se há presença de insetos sobre o corpo; em caso positivo, o perito poderá chamar um entomologista forense a fim de descobrir há quanto tempo a pessoa morreu (ou mesmo coletar esses insetos ou casulos). Após movimentar o corpo, ele realiza o mesmo exame no outro lado da vítima. Enquanto está investigando a cena, o perito procura por detalhes como: • se as portas e janelas estão travadas ou não; abertas ou fechadas; se há sinais de entrada forçada, tais como marcas de ferramentas ou travas quebradas; • se a casa está arrumada; em caso negativo, tem-se a impressão de ter havido se há alguma coisa que parece estar fora do lugar: um copo com marcas de batom no apartamento de um homem ou o assento do vaso sanitário está levantado no apartamento de uma mulher; se há um sofá bloqueando uma porta; • se há lixo nas latas de lixo; se há alguma coisa anormal no meio do lixo; alguém poderia estar procurando alguma coisa no lixo da vítima e revirado o lixo; • se os relógios existentes mostram a hora certa; • se as toalhas do banheiro estão molhadas; se estão faltando; se há sinais de que alguma limpeza foi feita; • se o crime foi cometido com arma de fogo, quantos tiros foram disparados? Criminalística O perito irá tentar encontrar a arma, as munições e projéteis, as cápsulas e os furos provocados pelos projéteis; • se o crime foi uma facada, há alguma faca faltando na cozinha da vítima? Em caso positivo, o crime pode não ter sido premeditado; uma luta ou a vítima era desorganizada; • se há correspondência em algum lugar e se foi aberta; • se a cozinha está arrumada; se há alimentos parcialmente consumidos; se a mesa está posta; em caso positivo, para quantas pessoas; • se há sinais de que houve uma festa (ou presença de pessoas), tais como garrafas ou copos vazios ou cinzeiros cheios; • se os cinzeiros estão cheios, que marcas de cigarros estão presentes e se há marcas de batom ou de dentes nas pontas de cigarros; se há marcas de pneu na entrada ou na área em volta do prédio; • se há respingos de sangue no chão, nas paredes ou no teto. A coleta de evidências físicas é um processo minucioso. Cada vez que um perito recolhe um item, ele deve imediatamente preservá-lo, etiquetá-lo e registrá-lo na cena do crime. Diferentes tipos de provas podem ser coletadas tanto no local como no laboratório, dependendo das condições e recursos. As cenas do crime são tridimensionais. Os peritos devem se lembrar de olhar para cima. Os vestígios podem incluir resíduo de pólvora, resíduo de tinta, produtos químicos, vidro e drogas ilícitas. Para coletar a evidência de marcas, o perito pode usar pinças, recipientes plásticos com tampa, dispositivos diversos. Ele também terá um kit para análises, além de sempre levar consigo luvas de látex, botinas, máscara facial e jaleco descartáveis e um saco para lixo, entre outros. nando Realce nando Realce PARA QUEM TEM PRESSA – PC GO Observar o local em Crimes contra a vida Observar sinais tanatológicos Observações em locais de enforcamentos CONDUTA NA PERINECROSCOPIA
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