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DEFINIÇÃO A lógica da aldeia global e seus desafios, a inclusão digital e as relações sociais no mundo pós-moderno, a ação comunicativa na construção de uma nova coletividade, a globalização x o globalismo e a pós-verdade. PROPÓSITO Compreender o conceito de globalização e seus efeitos no mundo contemporâneo. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir o conceito de globalização na construção da Nova Ordem Mundial MÓDULO 2 Descrever efeitos da globalização da vida social na pós-modernidade MÓDULO 3 Reconhecer os efeitos da globalização no tempo presente INTRODUÇÃO O assunto do qual trataremos aqui é muito presente em nosso cotidiano e, com certeza, nossa vida seria bem diferente se não estivéssemos em mundo globalizado. Ela pode ser entendida como um processo de integração de pessoas, de mercados e de culturas, por meio da tecnologia e da comunicação. Considerando o mundo em que vivemos, os efeitos dessa integração são sentidos na maior agilidade dos processos de tomadas de decisão de empresas e dos Estados, também no trato pessoal entre os indivíduos e nas questões da vida privada. Nesse sentido, a globalização fundamentou grandes transformações, criou concepções sobre as relações de trabalho e sobre as formas de produção de mercadorias, diversificou as possibilidades de serviços e promoveu o encontro e o diálogo entre pessoas em situações e em lugares muito diferentes. O QUE É A GLOBALIZAÇÃO? VAMOS COMEÇAR PELA PRÁTICA? AFINAL, TODOS JÁ OUVIRAM FALAR EM GLOBALIZAÇÃO. Podemos perceber os efeitos da globalização na nossa vida pessoal pelas possibilidades de criarmos laços afetivos com pessoas ao redor do mundo usando as redes sociais. Ao mesmo tempo que estamos fisicamente muito distantes, o acesso à informação e a possibilidade de comunicação nos aproxima. Conversas com familiares em outros estados e países, com amigos que viajaram a trabalho, ou mesmo o compartilhamento das fotos turísticas em tempo real nas redes sociais são corriqueiros e mostram nossa capacidade de estabelecer diálogo a distância. Porém, vamos considerar um caso mais complexo: Imaginem que por conta de interesses comuns, como um jogo, trabalho ou mesmo estudo, tenhamos tido contato por redes sociais com alguém que viva em Tóquio. Considerem que, certa vez, vendo televisão, descobrimos que houve um grande terremoto na cidade onde nosso colega mora. Imediatamente tentaremos estabelecer contato através de uma série de aplicativos pelos quais poderemos mandar uma mensagem, fazer uma ligação ou mesmo uma chamada de vídeo. Instantaneamente, ficaremos a par de tudo o que se passou e saberemos como está nosso colega. Esse contato poderá não custar nada, ou muito pouco, caso optemos por usar aplicativos pagos. De qualquer forma, conseguiremos estabelecer diálogo imediato com qualidade, independentemente da distância. Da mesma forma que isso ocorre em nossa vida pessoal, as tecnologias da comunicação também são aplicadas às questões econômicas, financeiras e de produção, gerando muitos impactos no mundo dos negócios. Informações privilegiadas nas bolsas de valores, assinaturas digitais, transações bancárias com um click, contratos firmados por e-mail, a força da robótica na produção industrial gerando desemprego estrutural, as possibilidades de armazenamento e disponibilidade de dados na nuvem, dentre tantas outras facilidades remodelaram o sistema de produção na era digital (ou javascript:void(0) javascript:void(0) era da informação) e modificaram profundamente a forma de organização da vida em sociedade. A conexão à internet e o uso do ciberespaço estão muito presentes na nossa vida cotidiana: o álbum de família que tinha as fotos cuidadosamente arrumadas em um livro disposto na sala de estar foi substituído por inúmeras pastas de fotos na nuvem; o diário antes secreto está agora publicado em blogues ou fotos com pequenos textos nas redes sociais; as cartas foram substituídas por e-mails; os ingressos de shows e tíquetes de viagens que eram guardados como lembrança viraram códigos QR. DESEMPREGO ESTRUTURAL Chamamos de desemprego estrutural aquele causado por reestruturações da economia. O trabalhador perde sua função seja devido a uma nova tecnologia que tornou seu trabalho obsoleto ou por um redirecionamento econômico que acabe com a sua função. ERA DIGITAL O uso de uma linha do tempo em eras ou períodos é típico da tentativa de o homem organizar o tempo. A era digital teria se iniciado na década de 1970 com as transformações das telecomunicações e se consolida nos anos de 1990. NO TRABALHO, ISSO TAMBÉM PODE SER OBSERVADO. Os pontos eletrônicos substituem a assinatura em cadernos de presença, a digitalização de documentos torna mais acessível e dinâmico o acesso às informações, as cobranças por e- mail e grupos de WhatsApp aumentam a carga de trabalho, ao mesmo tempo que possibilitam a resolução instantânea de problemas. Por outro lado, as câmeras de segurança, o reconhecimento facial, os detectores de metais, a possibilidade de rastreio de celulares e cartões de crédito, sob o signo da segurança, colocam- nos em uma situação bastante controversa entre a privacidade e as facilidades do universo digital. A maneira como organizamos a nossa vida, nosso tempo, nossa rede de afetos e moldamos nossas expectativas para o futuro são intermediadas tanto pelas possibilidades de comunicação quanto pela estrutura econômica e produtiva do mundo no qual estamos imersos. Tal como nós podemos nos comunicar imediatamente com qualquer lugar do mundo através da internet, um executivo na Europa consegue em poucos minutos encomendar peças e insumos na Argentina e na Índia, que serão levados à China para montagem de um produto, cuja venda será feita nos Estados Unidos, por exemplo. Ou um historiador no Brasil pode solicitar licenças para acessar arquivos em bibliotecas ao redor do mundo com a finalidade de escrever seu trabalho de final de curso. Um motorista de aplicativo pelo GPS consegue escolher entre seguir pelo caminho com menos trânsito ou pelo mais seguro. Tudo isso é possível por estarmos conectados às redes de informações. OS APARATOS TECNOLÓGICOS E VIRTUAIS GANHARAM TAMANHA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA QUE SE CONSTITUÍRAM COMO INSTRUMENTOS FUNDAMENTAIS PARA OS INDIVÍDUOS SE ENTENDEREM NA COLETIVIDADE. SAIBA MAIS Para saber mais sobre essa forma horizontalizada e flexível de produzir no contexto informacional, leia o livro A sociedade de rede, de Manuel Castells. QUANDO A GLOBALIZAÇÃO COMEÇOU? O termo Globalização é muito utilizado por todos, mas poucos sabem explicar quando e onde tal expressão surgiu. Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo a seguir. QUAIS AS PREMISSAS DA GLOBALIZAÇÃO NO CONTEXTO DA CRISE DA MODERNIDADE? Vimos no tópico anterior que o novo equilíbrio da balança de poder imposto pelo fim da Guerra Fria apresentava o nascimento de uma Nova Ordem Mundial, com ampla permeabilidade ao outro. NÃO EXISTIA MAIS UM INIMIGO EXTERNO A COMBATER E, DO PONTO DE VISTA DOS VENCEDORES AS BASES PARA A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO MUNDO ESTAVAM LANÇADAS, TENDO POR PRESSUPOSTO A IDEIA DA LIBERDADE. Nesse contexto, a sustentabilidade se tornou a palavra de ordem dos novos tempos. Conceitualmente, é responsável por redefinir a moral e a ética baseadas no diálogo e na diversidade. Ela significa o compromisso de produzir com a preocupação de não comprometer as gerações futuras garantindo recursos e pluralidades. Após os desastres nucleares, o uso de armas químicas e biológicas, que foram dramaticamente acompanhadas através de programas de rádio, fotos e até vídeos, era tempo de pensar novas formas de cuidar do habitat humano. Aprofundava-se amplo debate público mediado por oligopólios (grandes grupos empresariais), representantes de comunidades, ativistas, poderes públicos, minorias, entre outros agentes sociais. O eurocentrismo e as noções unidirecionais de progresso e desenvolvimento, tão marcantes na modernidade,deram espaço ao pensamento decolonial, no qual saberes e técnicas de grupos até então entendidos como inferiores foram valorizados. EUROCENTRISMO Conceito sociológico que fundamenta a Europa como o centro de todo conhecimento, cultura e tradições. Ex.: a tradição de expor o mapa-múndi com a Europa representada no centro e na parte de cima. PENSAMENTO DECOLONIAL Exercício de desconstrução dos valores europeus, cristãos e ocidentais, substituindo pela reconstrução de tradições, outras formas de poder e organização social. javascript:void(0) javascript:void(0) Boaventura de Sousa Santos (2010), à luz dos trabalhos de muitos pesquisadores africanos, asiáticos e latino-americanos, denunciou a violência epistêmica que os espaços periféricos sofreram pela imposição de uma modernidade aos moldes europeus. Ele propõe a valorização e o reconhecimento dos saberes e das práticas tradicionais desses espaços com valor em si, ou seja, uma forma completa de entendimento da realidade. Como um desdobramento no campo intelectual das demandas dos países não alinhados, na segunda metade do século XX as universidades dos EUA e da Europa começaram a trazer pensadores de espaços considerados periféricos. Foi nessa conjuntura que Edward Said publicou seu livro Orientalismo, que é uma referência para os estudos subalternos. Paulatinamente, pensadores da África, como Frantz Fanon e Achille Mbembe, e da América Latina, como Fernando Henrique Cardoso, Néstor Canclini e Angel Rama também ganharam fama internacional e levaram para o cenário intelectual mundial os questionamentos e os conceitos construídos a partir de seus olhares na periferia do globo. Do ponto de vista organizativo, o mundo pós-Guerra Fria estava conectado, não apenas entre os países centrais, mas também em relação aos periféricos ‒ de acordo com Amin (2003), O IBAS e o BRICS são dois exemplos da articulação entre países periféricos pelo desenvolvimento econômico mútuo. Na década de 1990, muitos blocos econômicos criavam regras especiais para os países membros no que dizia respeito à circulação de pessoas e de mercadorias, criando múltiplos centros de poder. Podemos alguns exemplos, como: BLOCOS ECONÔMICOS Grupos de países que, através de pactos, passam a compartilhar fronteiras, acordos econômicos e até cidadania. Ex.: União Europeia e Mercosul. javascript:void(0) MERCOSUL Mercado Comum do Sul é uma organização intergovernamental fundada a partir do Tratado de Assunção de 1991. Os países vão e vem, tem até núcleos duros, como o Mercosul tem Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. NAFTA Acordo de Livre Comércio da América do Norte é um acordo econômico e comercial formado por Estados Unidos, Canadá e México. Criado em 1994, tem como objetivo o fortalecimento das relações comerciais entre esses países. UNIÃO EUROPEIA A União Europeia é o maior bloco econômico do mundo, conhecido pela livre circulação de bens, pessoas e mercadorias e pela adoção de uma moeda única: o euro. Reúne 27 países, tem França, Alemanha e Itália como seu núcleo mais histórico. JUNTO A ELES NOVAS CONCEPÇÕES DE CIDADANIA, REPRESENTATIVIDADE E ESTADO NACIONAL ESTAVAM SENDO LANÇADAS. ESSA REALIDADE ERA BASTANTE DIFERENTE DA ORDEM BIPOLAR QUE ENTRE 1945 ATÉ 1991 OPÔS EUA E URSS COMO CENTROS DO PODER MUNDIAL. As preocupações de cunho ambiental surgiram como pauta internacional tendo como marco o encontro da ECO-92 no Rio de Janeiro. No âmbito das relações internacionais consolidava-se a multipolaridade como estratégia de investimento e cooperação entre os Estados, visto que existiam vários polos de poder. A crença em organizações intergovernamentais como a Organização das Nações Unidas (ONU), Banco Mundial (BIRD) e Organização Mundial do Comércio (OMC) como agentes de resolução dos conflitos e promotores do desenvolvimento era uma marca dos novos tempos. ECO-92 Foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que se realizou entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. Debateu-se sobre o aquecimento global e foi afirmada a importância da sustentabilidade. Como resultado, foi aprovada a Agenda 21, que consistia em um plano de ação internacional para os países membros da ONU, que orientava o desenvolvimento para o século XXI. ORGANIZACOES INTERGOVERNAMENTAIS Organizações criadas por países mediante a tratados internacionais. O terceiro setor, através de organizações não governamentais (ONGs), deveria atuar em setores específicos, como no combate à fome, no acesso democratizado à educação, na preservação ambiental, dentre outras causas promovendo, através da sociedade civil, uma agenda de transformações positivas. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) ENQUANTO ISSO, ÀS EMPRESAS SERIA DADA A RESPONSABILIDADE DE PROMOVER O DESENVOLVIMENTO ATRELANDO O LUCRO ÀS RESPONSABILIDADES NO SEU ENTORNO. ASSIM, O ESTADO PASSARIA A TER A FUNÇÃO DE GESTOR, ENQUANTO OS CIDADÃOS E AS CIDADÃS ERAM CONVIDADOS A PARTICIPAR COMO AGENTES ATRAVÉS DO CONSUMO CONSCIENTE. TERCEIRO SETOR Organização de atividades sem fins lucrativos. CONSUMO CONSCIENTE Consumo consciente é um contraponto ao consumismo entendido como base no modelo do capital. Ao invés de estimular o consumo como forma de crescimento econômico, ter como foco o sujeito, o meio ambiente e a mediação de excessos para garantir que mais gente tenha acesso aos bens de consumo. javascript:void(0) ALDEIA GLOBAL, AGIR LOCALMENTE, PENSAR GLOBALMENTE Os pontos que discutimos até aqui sobre os significados da transformação da globalização em um mundo marcado pela internet e pela convergência entre tecnologia e informação levaram a um lema que inspirou acordos políticos internacionais, programas sociais e definiu missões de instituições empresariais e do terceiro setor: agir localmente e pensar globalmente. Ele remete a duas frentes de ação: Esse lema animou, por exemplo, a conferência ECO-92, da qual tratamos anteriormente. Um dos assuntos mais debatidos nessa reunião foi o aquecimento global e seus impactos combinados com o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio. Esses temas afetam todo o globo. A alteração climática pode trazer, além de desgraças naturais e extinção de parte da fauna e da flora, mudanças nos regimes de colheitas. O derretimento das geleiras pode fazer com que áreas habitadas sejam inundadas. Apesar de o problema ser coletivo, alguns países participavam com maior número de emissão de gases poluentes, e esses eram os países mais desenvolvidos e economicamente mais ricos. Assim, com base nessas ameaças coletivas, os representantes dos países da ONU discutiram estratégias, embora não sem controvérsias, de tentar contornar os problemas ambientais considerando o desenvolvimento econômico e a preservação dos recursos naturais. ONU Organização das Nações Unidas é uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional. Fonte: (INSTITUTO FONTE, 2020) javascript:void(0) A Agenda 21, compromisso firmado após a Conferência ECO-92, ratificava o comprometimento com a sustentabilidade e deixava claro o reconhecimento da necessidade de ações locais que precisavam ser incentivadas de forma coletiva. As possíveis consequências em cadeia de desastres ambientais expunham a profunda conexão que extrapolava as fronteiras nacionais e as diferenças culturais. Mas, como ficaria a questão cultural em meio a esse fluxo tão intenso de informações? Como o campo das artes e da cultura popular poderia se comportar frente a essa nova forma de agir no mundo? Teríamos impulso a um processo de homogeneização ou seria possível manter a diversidade? Essa foi uma questão que perturbou muitos analistas do processo de globalização. Uma impressão bastante pessimista sobre as mídias e as propagandas era levantada, apontando que os meios de comunicação mundializados poderiam criar uma falsa noção de liberdade, na qual o ser humano teria seus próprios desejos manipulados. SAIBA MAIS Herbert Marcuse, nos anos 1960, ofereceu uma visão crítica da sociedade globalizada, apontando que ela era composta por ambiguidades e contradições. Para ele, a liberdade e a mídia levavam a um tipo de controle social que fazia o indivíduo pensar que agia livremente, quando, na verdade, ele estava tendo suas ações e emoções induzidas e camufladas pelo consumo. Para caracterizar essa relação, ele criou o conceito de Homem Unidimensional. Além de Marcuse, outro conhecido autor que entende as múltiplas possibilidades da sociedade globalizada como controle, inclusive usando a metáfora da prisão no estilo panóptico, é Foucault. Será, então, que a popularização da tecnologia como entretenimento poderia fazer com que rendeiras esquecessem seus pontos, que as crianças abandonassem as brincadeiras tradicionais ou que comunidades indígenas deixassem de falar sua língua nativa? Quais questionamentos e dúvidas o futuro guardaria sobre a globalização? Através do conceito de hibridização, foi lançada uma concepção mais animadora sobre as trocas culturais em um mundo globalmente conectado. Elas provocariam um processo de mescla, que não resultaria necessariamente em perda, mas na criação de algo novo. VOCÊ SABE O QUE É HIBRIDIZAÇÃO? OUÇA A EXPLICAÇÃO DO PROF. RODRIGO RAINHA SOBRE O ASSUNTO. Nesse sentido, acredita-se que as culturas tradicionais e subalternas poderiam usar os meios digitais e as redes de comunicação para aumentar seu alcance e mobilizar suas causas em espaços até então inacessíveis. HIBRIDIZAÇÃO Significa mistura, combinação. Fonte:(DICIO, 2020) Por exemplo, na música, não é raro ouvirmos em festas das classes médias e altas os ritmos da periferia como o Funk, o Rap ou o Samba. Esses ritmos romperam os limites das zonas pobres da cidade e passaram a ser ouvidos por variados setores sociais, inclusive no exterior. Com a atuação de membros dessas comunidades, chamados de influencers e através da intermediação da produção técnica de empresas radiofônicas e gravadoras, a produção cultural de setores subalternos tiveram visibilidade e retorno econômico. javascript:void(0) javascript:void(0) O Funk, o Rap ou mesmo o Samba gravado e transformado em cultura de massa não é o mesmo produzido em seu berço, mas um produto mesclado entre o gosto do consumidor final e do produtor. INFLUENCERS É a pessoa capaz de influenciar o comportamento e opinião de milhares de pessoas por meio do conteúdo que publica em seus canais de comunicação, como Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. O mesmo efeito poderia ser visto no artesanato de populações tradicionais. O seu valor, apesar de culturalmente inestimável, não tem relevância comercial se permanece isolado nas comunidades ou é vendido em feiras ao ar livre. Quando uma joalheria compra e revende essas peças evidenciando aos consumidores a história da comunidade e seus desafios, é agregado àquele produto um novo valor, que não o faz perder todas as suas características, mas o atribui novas, e assim, o transforma. Em ambos os casos, percebemos que sujeitos subalternos, através da cultura de massa, fizeram-se visíveis, exportaram seus produtos culturais além das fronteiras nacionais e, assim, tornaram públicas questões e problemas que dificilmente seriam de conhecimento geral sem a intermediação das redes. O conceito de hibridização leva a debates muito atuais anunciados por grupos subalternos como o da aculturação e da apropriação cultural, embora o conceito de hibridização nos incline a pensar que a aculturação não existe, visto que não há ser humano sem cultura, e que a apropriação cultural, posto que mediada por membros dos grupos tradicionais ou subalternos, não seria necessariamente uma tomada epistemologicamente violenta, mas um processo de negociação. javascript:void(0) javascript:void(0) ACULTURAÇÃO Conceito que nega ao outro a sua cultura. Quando é entendido que indígenas estão em território nacional (comum a todos os nativos e habitantes) e será dado a eles aquilo que é previsto pela cidadania no território, com o argumento de que todos são iguais e de que eles precisam se integrar, está-se retirando deles o direito de comungar uma cultura diferente. Isto é aculturação. APROPRIAÇÃO CULTURAL Apropriação cultural é tomar a cultura do outro de forma descontextualizada para autopromoção ou modismo. Quando eu me visto de indígena, sem perceber o que aquelas representações significam para aqueles grupos, estou fazendo uma apropriação cultural. Contudo, um dos pontos frágeis desse conceito está na necessidade de não negligenciar a existência de grupos hegemônicos que provocam certa desigualdade nesse processo de troca. Ou seja, entendendo a hibridização como uma criação em mão dupla entre diversos grupos sociais com poderes econômicos diferentes, o fluxo resultante dessas trocas é desigual. VERIFICANDO O APRENDIZADO ATENÇÃO! Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das seguintes questões. O CONTEÚDO AINDA NÃO ACABOU. Clique aqui e retorne para saber como desbloquear. VOCÊ CONSEGUIU DESBLOQUEAR O MÓDULO 2! E, com isso, você: Definiu o conceito de globalização na construção da Nova Ordem Mundial. Retornar para o início do módulo 1 AS FRONTEIRAS DO MUNDO DIGITAL Entramos neste segundo módulo sabendo que, de maneira mais intensa do que outros meios tecnológicos de circular a informação — como o rádio ou a televisão —, o uso da internet se configurou na década de 1990 como um instrumento radical de mudança. Na visão de alguns intelectuais, é forte a ponto de fundar uma nova fase, a pós-modernidade. As redes de comunicação que passaram a conectar as pessoas, criando uma ideia de aldeia global, afetaram de forma avassaladora os negócios, os mundos do trabalho e os relacionamentos interpessoais e afetivos. Considerando o tempo das transformações globais, o mundo digital entrou muito rapidamente nas nossas casas e suas transformações foram sendo incorporadas de maneira igualmente veloz. No entanto, a falta de acesso às tecnologias da informação de uma grande massa da população acaba por aumentar o abismo social, dificultando o acesso à empregos, benefícios sociais e uma série de outras oportunidades. A exclusão digital de grande parcela da população mundial levou à diferenciação entre indivíduos locais, ou seja, aqueles que não estão participando ativamente da sociedade em rede e os globais, que conseguem se conectar acessando as possibilidades de trabalho, informação e novas formas de interação que transcendem seu espaço físico. NOTA-SE QUE, DA MESMA MANEIRA QUE NA ERA DIGITAL AS DISTÂNCIAS FORAM ESTREITADAS, HOUVE SEGREGAÇÃO DAQUELES QUE NÃO CONSEGUIRAM TER ACESSO ÀS TRANSFORMAÇÕES INFORMACIONAIS E TECNOLÓGICAS QUE AGILIZAVAM O TEMPO E MUDAVAM AS LÓGICAS DE COESÃO SOCIAL. É sobre o funcionamento desta dinâmica atual da globalização que trataremos daqui por diante. Com a popularização dos smartphones, evidentemente, em dez anos esse quadro mudou e muitos estudos têm surgido para repensarmos as ações em prol da inclusão digital e como os novos usuários têm se comportado na rede. Dados de 2017 mostram um grande avanço no número de usuários, sobretudo por causa dos telefones móveis. A maior função da internet para eles seria a troca de mensagens. APESAR DO INCREMENTO, NAS ÁREAS RURAIS E NAS REGIÕES MAIS CARENTES DO NORTE E NORDESTE, AINDA HÁ UM GRANDE TRABALHO A SER FEITO, E É NECESSÁRIO NÃO APENAS DEMOCRATIZAR O ACESSO, MAS TAMBÉM PROMOVER EDUCAÇÃO DIGITAL COM A FINALIDADE DE ENSINAR OS NOVOS USUÁRIOS COMO ATUAR DE FORMA SEGURA E DIVERSIFICADA NA REDE. ESPAÇOS FÍSICOS E OS ESPAÇOS VIRTUAIS – A LIQUIDEZ Os espaços que ocupamos, na internet e fora dela, são constantemente transformados e causam impactos em nossas vidas. Vamos refletir sobre nosso comportamento individual e coletivo nas redes sociais e nos lugares por onde passamos com frequência. Para saber mais sobre o assunto,assista ao vídeo a seguir. Vimos que as relações na rede virtual e no mundo físico transbordam mutuamente e, de uma forma geral, tendemos a buscar formas comuns de resolver os conflitos. Assim, sem o contraditório, anulado por nossas próprias ações, acabamos vendo nos que estão à nossa volta um espelho de nós mesmos, fazendo as relações pessoais efêmeras e descartáveis. O SISTEMA E O MUNDO DA VIDA – AÇÃO COMUNICATIVA Quando problematizamos a sociedade em que vivemos, percebemos que as horas gastas no celular produzem certo isolamento, que não lembramos do rosto da atendente da padaria onde vamos todos os dias ou mesmo que, tal como muitas outras pessoas, pegamos o transporte público no mesmo horário para ir para o trabalho e não nos conhecemos. Seria possível citar diversos outros exemplos que sugerem que a tecnologia nos afasta mais do que aproxima. Ao mesmo tempo, é impossível negar que ela tenha trazido benefícios inestimáveis. Apesar de todas as promessas de integração e democratização no mundo globalmente integrado, de uma forma geral, será que podemos dizer que estamos felizes? Através dos estudos do sociólogo alemão Jürgen Habermas, é possível indicar que a anomia entre os indivíduos, tal como as reflexões sobre como as redes sociais operam para o isolamento social — ao contrário de contribuir contundentemente para a integração dos indivíduos —, é resultado de uma interferência sistemática dos negócios e do dinheiro nas relações que deveriam ser intermediadas por valores morais, pela cultura e pela tradição. Nas palavras do pesquisador, diríamos que: JÜRGEN HABERMAS É um filósofo alemão e um dos mais influentes sociólogos do pós-guerra. É conhecido por suas teorias sobre a razão comunicativa e considerado um dos mais importantes intelectuais contemporâneos. Fonte:(FRAZÃO, 2016) ANOMIA javascript:void(0) javascript:void(0) Termo cunhado pelo sociólogo Émile Durkheim (1858-1917). Ausência de lei ou de regra, desvio das leis naturais; anarquia, desorganização. O SISTEMA COLONIZOU O MUNDO DA VIDA. O sistema tem a ver com a produção material de riqueza, como uma força que impulsiona ao sucesso e à competição, sendo estes corporificados no dinheiro e nos negócios. Por outro lado, o mundo da vida é o espaço da interação humana, mediada pela cultura, pela vida comunitária e pela capacidade dos indivíduos de argumentarem racionalmente. Quando é colocado que “o sistema colonizou o mundo da vida”, significa dizer que o dinheiro, os negócios e a visão para o sucesso deixaram de ser pressupostos do espaço público e adentraram as relações e as esferas privadas, fazendo com que o mundo da vida, ou seja, nossas questões enquanto seres humanos em coletividade, passassem a responder como demandas de cunho econômico e produtivo. Podemos perceber a tomada do sistema pelo mundo da vida em muitas oportunidades. Um exemplo aparentemente simples, mas muito corriqueiro, está nas agências de turismo. Quando planejamos uma viagem e temos todo o roteiro traçado pela empresa, perdemos a possibilidade de planejar de acordo com nossas próprias intenções e desejos. O que deveria ser um passeio a lazer, que nos possibilitaria conhecer lugares e pessoas diferentes a partir do nosso próprio olhar estaria, dado a mediação da agência, subordinado aos negócios da empresa. Nossa experiência, que poderia ser transcendental do ponto de vista humano, torna-se uma mera transição financeira. A solução proposta por Habermas (1989) para solucionar esse problema, que também aparece no trato com o Estado — uma vez que as tomadas de decisões não se baseariam em um acordo mútuo, mas na imposição — está no estabelecimento de diretrizes no diálogo racional, simétrico e honesto entre os indivíduos. O entendimento entre os sujeitos na comunidade seria o pressuposto fundamental para a democracia. Essa conversa intermediada pela razão e pelo abandono das paixões não inviabiliza as redes sociais, mas reivindica que o ser humano — seja como indivíduo ou como representante de Estados Nacionais nas relações entre países — mantenha uma postura ética. Essa conversa em busca do entendimento mútuo, que pode se dar por quaisquer meios, é o que se chama de agir comunicativo. AÇÃO COMUNICATIVA (CONCEITO DE HABERMAS) Análise teórica e epistêmica da racionalidade como sistema operante da sociedade. javascript:void(0) A exclusão do sistema marca anulação do mundo da vida, então subjugado às relações econômicas. Por isso, a sobreposição do sistema ao mundo da vida inviabiliza o agir comunicativo, tal como a democracia. Ou seja, na ideia de Habermas, é preciso pensar ações no sentido de separar essas duas esferas, devolvendo aos indivíduos a coesão social e a capacidade de se comunicar mediante a razão. O “GLOBALISMO” E A PÓS-VERDADE Como temos visto através dos meios de comunicação e dos embates políticos atuais, no bojo das mazelas do mundo globalizado atual foram reacendidas discussões críticas sobre a globalização e seus impactos econômicos e políticos. Lembremos que, no primeiro módulo, questionamos sobre os desafios e questionamentos da globalização no futuro. Nesse subtópico, trataremos de pontos fundamentais desses novos desafios e fronteiras. Aproveite para autoavaliar a sua postura diante das coisas que você acessa e reproduz na internet. Cabe-nos, primeiramente, localizar o contexto do surgimento das ideias que nos levam a discutir o globalismo e a pós-verdade, pois é preciso evidenciar que não se trata de algo absolutamente novo. PÓS-VERDADE Significa colocar a verdade no meu interesse e observações imediatas e possíveis nos meus interesses, desprestigiando o conhecimento debatido e estruturado. VAMOS OUVIR AGORA O QUE O PROF. RODRIGO RAINHA NOS DIZ SOBRE A PÓS-VERDADE. javascript:void(0) Globalismo é um viés da crítica à globalização, distante da elaboração rebuscada da liquidez proposta por Bauman e da colonização do mundo da vida pelo sistema apontado por Habermas. Têm ganhado popularidade as chamadas teses antiglobalistas. VALE RESSALTAR QUE, DO PONTO DE VISTA DA LITERATURA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E MESMO DA SOCIOLOGIA E DA HISTÓRIA, O TERMO GLOBALISMO NÃO É USADO, NÃO CARACTERIZANDO, POR ISSO, UMA CATEGORIA ACADÊMICA E CIENTÍFICA, MAS QUE DO PONTO DE VISTA DO AMPLO DEBATE SOCIAL, NÃO DEVE SER IGNORADO. Por essa razão, ele será posto aqui em itálico. Com forte teor conspiratório, esse termo surge denotando, pelo uso do sufixo ismo, uma constituição ideológica ou mesmo uma doença. O cerne da constituição desse pensamento está na negação da reflexão conjunta internacional sobre como lidar com os problemas de ordem global. Assim, com lemas fortemente nacionalistas, seus adeptos se colocam como defensores das tradições e do conservadorismo, não condenando, por outro lado, a economia de mercado globalizada e suas mazelas. A globalização, enquanto conceito academicamente estudado, e como já mostramos aqui, fruto da confluência entre tecnologia e informação, transformou sensivelmente todo o globo ao conectá-lo. Isso trouxe novas formas indissociáveis de pensar os negócios e as culturas, como também questões que não respeitam as fronteiras imaginadas das nações como a radiação, o efeito estufa e até mesmo os movimentos imigratórios forçados. Poderia, então, cada Estado Nacional decidir sozinho sobre essas questões? E o quanto racional seria impor um discurso soberano sobre tais questões que transbordam as fronteiras nacionais, posto que a fumaça de uma floresta queimando na Austrália pode chegar na América Latina? Da mesma forma, como poderíamos nos conectar e buscar consensos entre pessoas ao redor do mundo, com tão diferentes culturas e credos, se não buscássemos vias seculares e argumentos em uma base comum de valores? Por exemplo, no início de 2020, após uma barista criticar a qualidade do café brasileiro apontando que ele seria tão ruim quanto o vinho da marca Sangue de Boi, por meio de áudio e fotos no aplicativode WhatsApp foi veiculada a notícia de que o café em pó brasileiro seria feito com sangue de boi coagulado para aumentar o peso do produto. Embora a ANVISA, agência reguladora que faz o controle sanitário dos produtos nacionais e importados comercializados no Brasil, proíba o uso de qualquer produto animal na fabricação do café e as marcas tenham certificação, muitos compartilharam essa notícia e certamente algumas pessoas realmente desconfiaram do inocente café. ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária é uma agência reguladora, sob a forma de autarquia de regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde. javascript:void(0) A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) teve que vir a público desmentir a acusação. Esse caso, embora quase bobo, mostra-nos que muitas pessoas não entendem o Estado, nem as suas agências ou a iniciativa privada como instituições confiáveis. O selo da ANVISA, tal como o da ABIC, não garante para esses consumidores que eles não estão tomando café com sangue de boi. MUITAS PESSOAS PODEM CHEGAR A RIR DESSE PRIMEIRO EXEMPLO, MAS AS FAKE NEWS PODEM TOMAR PROPORÇÕES GRAVES E AMEAÇAR A DEMOCRACIA, A SAÚDE PÚBLICA E TANTAS OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTREMAMENTE NECESSÁRIAS PARA A REPRODUÇÃO DA VIDA. Lembremos da atuação de grupos antivacina que produzem enunciados compartilhados na rede, seja pelas mídias sociais, mas também por canais no YouTube, blogues e outros meios. A grande oferta de enunciados faz com que se torne difícil discernir entre o verdadeiro e o falso, fazendo com que, de uma forma geral, os indivíduos abracem como verdadeiros os enunciados que eles desejam que sejam verídicos, causem medo ou que sirvam para manter a fidelidade a um grupo. Recentemente, foi divulgada a informação falsa, também chamada de fake news, que a vacina da tríplice viral causaria autismo em crianças. A base dessa afirmação é de um artigo de Andrew Wakefield publicado em 1998, cujo estudo foi refutado diversas vezes e o próprio pesquisador se retratou por erros metodológicos e perdeu a licença de trabalho. A viralização dessa notícia teve impactos negativos em todo o mundo. No Brasil, fez com que o sarampo, que estava erradicado desde 2016, tornasse a fazer vítimas. Nesse contexto, a descrença na ciência, tal como a vontade de crer em certos materiais apresentados e o medo, aliado à incapacidade de duvidar, confunde e alarma os indivíduos. Esse fenômeno da proliferação de enunciados distorcidos com o objetivo de moldar a opinião e a percepção dos indivíduos, ao serem compartilhados sistematicamente, mobilizam a opinião pública causando impactos na economia, na política, na saúde e na vida social. Esse processo é tão alarmante, que o termo pós-verdade, que caracteriza esse fenômeno, foi escolhido pela Universidade de Oxford como a palavra do ano de 2016. VERIFICANDO O APRENDIZADO ATENÇÃO! Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das seguintes questões. O CONTEÚDO AINDA NÃO ACABOU. Clique aqui e retorne para saber como desbloquear. VOCÊ CONSEGUIU DESBLOQUEAR O MÓDULO 3! E, com isso, você: Descreveu efeitos da globalização da vida social na pós-modernidade. Retornar para o início do módulo 2 MUNDOS DO TRABALHO E A ECONOMIA NO CONTEXTO DIGITAL Para começar a aprofundar nossa reflexão, devemos pensar os mundos do trabalho como uma questão transversal para analisar as guinadas e as redefinições de rota que aparecem no século XXI. Tanto os trabalhadores qualificados quanto aqueles que exercem funções que não demandam muita instrução têm lidado com questões como insegurança, falta de perspectivas para planejar o futuro e por um processo de se transformar em empresa. Ou seja, o indivíduo passa a administrar por sua conta e risco o oferecimento de suas habilidades, serviços e saberes no mercado. TRANSFORMAR-SE EM EMPRESA Xabier Arrizabalo (2004) defende que esse é um processo relacionado à globalização e à expansão do sistema financeiro global, que através de suas crises diminuiu progressivamente o valor do trabalho e aumentou a exploração sobre o trabalhador, produzindo, assim, concentração de renda que apresenta ritmos crescentes mesmo em contextos de expansão econômica junto às classes subalternas. javascript:void(0) Baseado na ideia de que esses sujeitos não participam do processo de produção como subordinados, como também considerando que o mundo ocidental vem passando por um processo de desindustrialização que abriu espaço para o setor de serviços, enquanto o produtivo sofre decréscimo significativo, alguns sociólogos defendem a ideia do fim do trabalho. FIM DO TRABALHO A ideia de fim do trabalho é uma ruptura com a relação de trabalhadores construída a partir dos modelos da Revolução Industrial. Se, a partir de Ford, dos movimentos de organização trabalhista, configurou-se uma rede de proteção ao trabalhador formal, a dinâmica é permitir uma maior liberdade de gestão do seu capital pessoal e seu trabalho será mediado pelo próprio mercado. Os trabalhadores fordistas teriam sido substituídos pelos novos proletariados de serviços. Essa categoria envolve também pessoas cujo trabalho é qualificado, pois remete ao sujeito que necessita da máquina digital conectada à rede para cumprir suas atividades. A flexibilidade e o empreendedorismo, tal como o risco constante e a instabilidade como sucesso, tornaram-se premissas da nova forma de pensar o trabalho no contexto da pós-modernidade. javascript:void(0) javascript:void(0) A outra face disso seria a informalidade e a precarização em uma cultura individualista e constantemente em definição. O crescimento da informatização como parte da vida social e a grande ampliação do acesso à rede por smartphones fez com que o mercado ampliasse suas ações nas redes através de sites de vendas pela internet. EMPREENDEDORISMO Capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras ou arriscadas em companhias ou empresas. Fonte: (DICIO, 2020) A EDUCAÇÃO E O FOCO NO ALUNO A forma de ensinar e aprender mudou muito. Veja, no vídeo a seguir, como essa mudança pode impactar na educação. DA PRECARIZAÇÃO À NECROPOLÍTICA – AS MOBILIZAÇÕES E A LUTA PELA VISIBILIDADE Chegamos até aqui com muitas informações e, também, tomando parte de um debate importante sobre o ser humano no contexto da organização informacional — como as demandas de coesão social são reproduzidas no contexto da era digital. Vimos que existem transformações da ordem econômica e da organização empresarial. ORGANIZAÇÃO INFORMACIONAL Gestão de informação partilhada em prol da coesão (confluência em um mesmo sentido) das informações. COESÃO SOCIAL Sentido da troca das informações partilhadas em prol do bloco. Exemplo: diante de quadros de pandemia, a OMS se encarrega de fazer a gestão da organização informacional e direciona seus olhares, ações e políticas em prol de uma coesão social. Observamos que tais mudanças alteraram a forma como os sujeitos se relacionam, vivem seu espaço físico e expressam seus sentimentos. Do ponto de vista das organizações políticas e instituições, como os sindicatos e partidos políticos, que possibilitam uma experiência coletiva e engajamento na luta por transformação, houve fragmentação e desconfiança. javascript:void(0) javascript:void(0) A mídia, no contexto da pós-verdade, das invenções técnicas — que possibilitam alterar ou falsear imagens — e da proliferação de enunciados por redes sociais e outros veículos, perdeu seu monopólio de divulgar a informação. Nesse contexto, no qual as pessoas se tornaram indivíduos solitários, bombardeados por informações e publicidade, como também sem a força das instituições que historicamente protagonizaram a organização social, seria possível agir coletivamente? Quais os impactos para a organização social de se estar conectado na aldeia global? Essas perguntas nos levam a 2011, quando, a partir do Facebook, milhares de pessoassaíram às ruas para protestar contra regimes autoritários que há muito tempo estavam no poder. O Egito e a Síria são casos emblemáticos, assim como a Tunísia e a Líbia. Embora atualmente haja muitas interpretações sobre esse movimento, que ficou conhecido como a Primavera Árabe, para seus contemporâneos ele foi inspirador e indicava uma nova possibilidade de agir e organizar-se coletivamente usando as redes sociais. Os compartilhamentos em tempo real de fotos, vídeos e comentários direto das rebeliões arregimentaram apoiadores e críticos ao redor do mundo. Os jovens que não acreditavam mais nas promessas feitas nos Fóruns Sociais Mundiais sobre a possibilidade de caminhos conciliatórios entre o capital e o desenvolvimento humano partiram para uma nova estratégia, a ação direta, que marcou os movimentos occupy. Este tipo de movimento consistia em ocupar, ou seja, fazer-se presente e visível nos espaços públicos, sobretudo no coração do sistema financeiro. A Ocupação de Wall Street foi um movimento que denunciava a desigualdade econômica e social, atribuindo suas mazelas à ganância do sistema financeiro. Ele foi composto por pessoas muito diferentes entre si, negros, mulheres, homossexuais, que compunham uma multidão diversa que materializou suas insatisfações através do ato de colocar os seus corpos no espaço público. A crise econômica de 2008 e a opção do governo Bush por socorrer os bancos deixando os estadunidenses desabrigados, desassistidos e com dívidas impagáveis são a raiz econômica desse movimento, enquanto a inspiração para a ação veio dos movimentos da Primavera Árabe. Como um rastilho de pólvora, essa forma de ação se multiplicou por todo o mundo a ponto de se falar de um novo 1968. No Brasil, sobretudo nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, houve ocupações nas ruas e parques, além de reitorias e outros prédios públicos. Essas formas repentinas de reunião no espaço público, fomentadas como uma ação orgânica de insatisfação coletiva e extremamente multifacetada, têm início nas redes sociais e transbordam para os espaços visíveis ou extremamente significativos das cidades e das instituições. Tais assembleias públicas causaram para uns esperança e para outros medo da ação descoordenada e inesperada da multidão. Sem os partidos, sindicatos ou organizações formais que liderassem o movimento global era impossível pensar em uma pauta restrita e específica. Manifestava-se contra o sistema, contra a precarização da vida, contra a proeminência da economia frente às necessidades básicas dos seres humanos e pela defesa dos povos subalternos. A ausência de uma pauta restrita pelo que lutar expressava a polifonia do movimento, como também dificultava as possibilidades de negociação e, em muitos lugares, acabou tendo forte repressão policial. O conceito de precarização é fundamentalmente importante, pois ele vai se tornar transversal para pensar a existência humana e a possibilidade de reprodução da vida cotidiana no contexto em que o emprego, a assistência médica, a moradia e a alimentação básica se tornam objetivos diários a serem perseguidos com dificuldades e muitas vezes não alcançados. A crise de 2008 deixou claro para os habitantes do país até então mais poderoso do mundo — os Estados Unidos — que muitas pessoas ficavam pelo caminho e isso poderia acontecer também com a classe média. A cor de sua pele, a sua identidade de gênero, o acento em sua fala, sua religião eram marcadores que poderiam deixar a vida mais ou menos precária, mais ou menos difícil, ou até mais ou menos relevante. O que faz com que mortes em consequência de guerras civis que perduram há décadas no continente africano tenham menos visibilidade do que a roupa da Rainha da Inglaterra? O que faz com que imigrantes de zonas de guerra sejam impedidos de desembarcar em um porto qualquer, enquanto o fluxo aéreo de aviões em viagens internacionais é intenso? O que faz pessoas morrerem sem atendimento médico? Se a vida é um direito de todos, por que a indústria farmacêutica torna remédios tão caros? Por que pessoas estão em condição de subnutrição, se tanta comida é produzida? Essas e outras perguntas apontam para a desumanização das relações econômicas e nos levam a pensar em outro conceito fundamental que, coligado ao da precarização, tem fornecido uma base de reflexão crítica do mundo atual, a necropolítica. Nessa articulação, a produção da morte se tornou uma política, ou seja, uma ação do Estado capturado pelos agentes econômicos no sentido de desaparecer com os indesejáveis. A morte deixa de ser uma tragédia e passa a ser parte da reprodução do sistema. Aqueles que não teriam como pagar por serviços de saúde, por comida, pela água potável, entre outros serviços fundamentais, não teriam serventia, logo, poderiam (ou até deveriam) morrer. Assim, as prisões, as favelas, os campos de refugiados seriam lugares de excelência, porém não exclusivos, para observarmos a necropolítica. Da denuncia das ações que levam à precarização e à necropolítica surgem tentativas de refinar as pautas de lutas dos amplos movimentos de ocupação por todo mundo. A descrença com a política institucional, a alta taxa de abstenções e a crise econômica levaram ao crescimento da extrema direita. Nesse cenário, começamos a assistir a uma nova forma de ação coletiva baseada na construção de movimentos identitários, como grupos feministas, LGBTQ+, indígenas, negros, entre outros. Os grupos citados anunciam, respectivamente, propostas de lutas centralizadas, como o combate ao feminicídio, a criminalização da homofobia, contra a expansão de madeireiros e seringueiros e de combate ao racismo. Claro que o universo de pautas é muito maior e mais diversificado do que citamos aqui, mas a intenção é perceber que não se trata mais simplesmente de lutar contra o capitalismo. As pautas identitárias colocaram objetivos reais de luta para pessoas extremamente diversas que se encontram e conectam pelas redes, usando hashtags que geram manifestações de massas como: AS GUERRAS HÍBRIDAS E OS NOVOS DESAFIOS PARA A SEGURANÇA NACIONAL NO CIBERESPAÇO Se no plano da vida social a Era Digital despertou desafios no sentido do estabelecimento de um parâmetro novo de coesão social, as transformações também podem ser sentidas com as relações entre os Estados Nacionais. O que nós, pessoas comuns e anônimas, poderíamos fazer que despertasse tamanho interesse? Por um lado, o monitoramento da população poderia identificar com antecedência atos terroristas ou até mesmo evitar crimes. Por outro, nossos dados, desejos e preferências são materiais importantes para aqueles que vendem serviços e mercadorias. Quantas vezes, apenas por curiosidade, procuramos algo no Google, por exemplo, uma barraca de camping, e começamos a sistematicamente receber uma série de anúncios de barracas? As questões que mobilizam o nosso monitoramento, na maioria das vezes, têm razões diferentes, daquelas que motivam a espionagem internacional, que por sinal é crime! Legislações nacionais e internacionais têm sido criadas para regular essas questões que se mostram muito problemáticas, seja por pontos mais simples e pessoais, como clonagens de cartões de crédito ou por graves problemas diplomáticos. AS TENSÕES INTERNACIONAIS, SOBRETUDO COM RELAÇÃO À OPOSIÇÃO OCIDENTE X ORIENTE, NO CASO ATUAL OPONDO EUA A CHINA E RÚSSIA EM UM DISCURSO DE LUTA POR HEGEMONIA. APÓS A PUBLICAÇÃO DE SUAS DENÚNCIAS, SNOWDEN RECEBEU ASILO POLÍTICO NA RÚSSIA. Essa situação levou a novas teorias sobre a atuação da realpolitik nas relações internacionais. As grandes manifestações, ocorridas em 2011 e que foram chamadas de Primavera Árabe, após algum tempo haviam se revelado sangrentas e destruidoras. A dramática crise migratória pela qual passamos tem suas raízes nos desdobramentos desses conflitos. Recentes estudos feitos na Rússia apontam que os eventos da Primavera Árabe teriam sido mais do que uma manifestação espasmódica da populaçãocansada do autoritarismo e que pela primeira vez podia ser observada por todo o mundo através das redes sociais. REALPOLITIK javascript:void(0) Palavra em alemão para se referir à política real, não a discursiva, a do espetáculo, mas a feita no cotidiano, com as trocas e as complexas teias de poder.. FAZEMOS PARTE DESSA GUERRA HÍBRIDA? VAMOS OUVIR A EXPLICAÇÃO DO PROF. RODRIGO RAINHA. O intelectual russo, Andrew Korybko, cunhou o termo Guerras Hibridas, ou Revoluções Coloridas, para caracterizar o esforço de setores da inteligência dos EUA de incentivar, através das redes sociais, convulsões que viessem a desestabilizar governos que não fossem de sua simpatia, com vista em sua troca. Quando a mudança de governo não fosse bem-sucedida, a guerra aberta e a completa desestabilização tomariam o lugar da até então aparente mobilização democrática, através de Golpes de Estado, como aconteceu na Síria. Atualmente, analistas políticos usam o conceito de Guerra Híbrida para explicar uma série de convulsões sociais e políticas também fora do mundo árabe. Do movimento que levou à caída de Evo Morales na Bolívia até os recentes protestos em Hong Kong, a coisa tem sido interpretada a partir dessa lente de análise. O que está sendo teorizado por esse conceito são os novos desafios colocados para a segurança internacional no contexto da era da informação e do uso do ciberespaço. Por outro lado, a retórica da ameaça terrorista tem justificado o discurso nacionalista que se corporifica no projeto de construção de muros e políticas de restrição à imigração, recriando a oposição entre nós (países centrais) e eles (periferia perigosa). O uso da internet e da inteligência artificial não é um privilégio de um ou outro país, tal como os meios empregados para monitorar a população. Sabemos que por meio de rastreamentos de celulares, câmeras com reconhecimento facial e outros aparatos tecnológicos, a privacidade dos indivíduos sofre fortes interferências. Contudo, no que diz respeito a Estados e relações internacionais, o que se coloca em debate é a viabilidade do próprio sistema democrático. Muitas ambições nutridas nos anos 1990 tiveram um complicado desenrolar. A luta interna entre países da União Europeia, os conflitos em torno da política climática, a continuidade das guerras e das crises econômicas mostram que não superamos muitos dos desafios que nos eram postos na década de 1990, como também mudamos substancialmente nossas formas de nos relacionar e de nos colocar diante da tecnologia. Hábitos simples como fazer compras, estudar, conversar com amigos, fazer reuniões de trabalho, ganharam novas dimensões, e seus impactos, ao mesmo tempo que são calculados, passam por processos constantes de crítica e redefinições. VERIFICANDO O APRENDIZADO ATENÇÃO! Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das seguintes questões. O CONTEÚDO AINDA NÃO ACABOU. Clique aqui e retorne para saber como desbloquear. VOCÊ CHEGOU AO FINAL DESTA EXPERIÊNCIA! E, com isso, você: ✓ Reconheceu os efeitos da globalização no tempo presente. Retornar para o início do módulo 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Globalização é um tema vasto, complexo e polêmico, gerador de muitas paixões. E, por falar em paixões, crise da modernidade, pós-modernidade, pós-verdade, Nova Ordem Mundial, quer gostemos ou não, são fatos. Precisamos aprender, apreender, saber e questionar, desafiar, independentemente de ias e ismos, crenças, classes, povos, nações, etnias e lugares de fala. Aqui, conseguimos arranhar a superfície da questão. Demos um breve passeio pelo panorama, mas o suficiente para conseguirmos observar muitos fatos e, a partir dessa observação, formularmos novas questões, necessárias: afinal de contas, somos todos atores desse fantástico drama, que continua sendo encenado, ininterruptamente, infinito, ao contrário do que imaginaram os fukuyamas do mundo — que bom para nós, por mais complicado que seja. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: CONTEUDISTA Flavia Ribeiro Veras CURRÍCULO LATTES REFERÊNCIAS AMIN, Samir. Refundar a solidariedade dos povos do Sul. In: SANTOS, Theotônio dos (coord.) Os impasses da globalização-hegemonia e contra-hegemonia. v.1. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2003. ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade no mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 2011. pp. 2013. ARRIZABALO, Xabier. Capitalismo y economia mundial. Madrid: IME-ARCIS-UdeC, 2004. AUGÉ, Marc. 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