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TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS: LIBERTADORA E LIBERTÁRIA PEDAGOGIA LIBERTADORA É a Pedagogia Freiriana, pois teve Paulo Freire como seu principal autor. As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros. Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme Gadotti. Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação- problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta, a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. Veja suas principais características: • Problematização da realidade visando a transformação dos sujeitos; • Relação professor-aluno é horizontal, ambos são sujeitos no ato educativo; • Relação dialógica, valorização do autêntico diálogo: “aquela em que sujeitos do ato de conhecer se encontram mediatizados pelo objeto a ser conhecido”; • Antiautoritária, elimina qualquer pressuposto de relação de autoridade; • Recusa conteúdos tradicionais, parte de temas geradores com relação a realidade/experiência vivida; • Ato educativo enquanto ato político; • Forma de trabalho a partir de grupos de discussão; • O professor é um animador, caminhando junto no processo de problematização, mas intervêm o mínimo indispensável; • O aluno é um sujeito ativo; • Codificação-decodificação (descodificação) até chegar a um nível mais crítico da realidade; • Dispensa programa previamente estruturado, trabalhos escritos, aulas expositivas e qualquer tipo de verificação direta da aprendizagem (provas); • Autoavaliação; • O que é aprendido pelo aluno decorre do nível crítico do conhecimento que ele chegou através do processo de compreensão, reflexão e crítica, não pela memorização ou imposição de um conteúdo programático; • Clima de abertura, tolerância e respeito na sala de aula; • A função da escola é levar à transformação da realidade, por meio do questionamento das relações dos indivíduos entre si e com a natureza. PEDAGOGIA LIBERTÁRIA É a Pedagogia de Freinet, pois teve Celestin Freinet como seu principal autor. A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura. Veja suas principais características: • Toda organização se baseia na autogestão; • Vivência grupal; •Antiautoritária, porque não aceita outra forma de poder; • Professor e aluno são desiguais e diferentes; • O professor é um orientador e um catalisador; • Os alunos são livres; • Favorece o desenvolvimento de pessoas mais livres; • O conhecimento deve servir aos interesses e a vida prática do aluno; • Ausência de avaliações da aprendizagem; • Os conteúdos sistematizados são dispensáveis; • Valoriza a experiência do aluno; • A estratégia pedagógica deve ser não diretiva; • Aprendizagem informal; • A motivação está no crescimento dentro da vivência grupal, pois supõe-se que o grupo devolva aos seus membros a satisfação de suas aspirações e necessidades.