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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA / DIREITO ADMINISTRATIVO I – CONCEITO DE PRINCÍPIOS - Segundo definição de José Cretella Junior: “Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência” - Os princípios se dividem em: -> Onivalentes ou universais – são comuns a todos os ramos do saber. Exemplos: Princípio da identidade e da razão suficiente. -> Plurivalentes ou regionais – comuns a um grupo de ciências. Exemplos: Causalidade -> Monovalentes – se referem a um único campo do conhecimento. Exemplo: Princípios Gerais do Direito e o que ninguém pode alegar ignorância da lei -> Setoriais – informam os setores de cada ciência. Exemplo: princípios do Direito Civil, Direito do Trabalho, Direito Penal e etc. - Os princípios podem estar presentes na lei ou não, sendo que todos devem ser seguidos e respeitados. II – PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO - Constitucionais (“LIMPE”): -> Legalidade -> Impessoalidade -> Moralidade administrativa -> Publicidade -> Eficiência “Art. 37 da CF/88. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte” - Demais princípios: -> Supremacia do interesse público sobre o particular -> Indisponibilidade do interesse público -> Continuidade -> Autotutela -> Especialidade -> Tutela ou controle -> Razoabilidade e proporcionalidade -> Motivação -> Hierarquia -> Devido processo legal -> Segurança jurídica A) LEGALIDADE - A Administração Pública somente pode fazer o que a lei determina ou permite. - É a aplicação da famosa frase do autor Seabra Fagundes “Administrar é aplicar a lei de ofício". - O princípio da legalidade dita o limite de atuação do Estado que somente pode fazer aquilo que a lei permite, enquanto que os administrados podem fazer tudo que não seja vedado pela lei (Art. 5º, II da CF/88). - Ou seja, o silêncio ou ausência da Lei para a Administração Pública significa proibição, ao contrário do particular, que significa permissão. - A Administração Pública deve respeitar as leis, não criando leis, mas sim executando-as. Exceção: -> Medidas Provisórias (art. 62 da CF/88) -> Leis delegadas (art. 68 da CF/88) -> Decretos autônomos (art. 84, VI da CF/88) B) IMPESSOALIDADE OU FINALIDADE - É o princípio que impõe tratamento igualitário aos administrados, bem como a ideia de que os agentes públicos devem ter atuação neutra. - Dois aspectos: -> Igualdade de tratamento dos administrados – propiciando oportunidade a todos. Exemplo: concurso público. -> Neutralidade do agente – o art. 37, §1º da CF/88 dispõe sobre a proibição de atuação dos agentes da administração pautada pela promoção pessoal. Exemplo: aplicação de auto de infração contra uma empresa. A multa é aplicada, na bem da verdade, pela Administração. O mesmo se diz nos informativos de obras públicas, onde não pode constar o nome do prefeito, governador ou presidente, mas sim a Administração Pública. - Este princípio também se relaciona com o princípio da FINALIDADE – que orienta que exige que os atos administrativos sejam praticados com o objetivo de alcançar um fim almejado pela lei. Exemplo: asfalto de rua. A realização da obra deve ser realizada para beneficiar a coletividade e não um interesse pessoal do administrador. C) MORALIDADE - Princípio que impõe à Administração uma atuação moral, caracterizada pela obediência à ética, honestidade, lealdade e boa-fé. Exemplo: um prefeito, após ter sido derrotado nas eleições, às vésperas do encerramento do seu mandato, promove o congelamento do IPTU, reduzindo as receitas para o próximo prefeito que assumirá em janeiro. Mesmo que sua ação foi na forma da lei, agiu com inobservância à moralidade administrativa. - Art. 5º, CF/88: prevê a ação popular que visa anular ato contra a moralidade administrativa - Art. 14, §9º, CF/88: objetiva proteger a probidade e moralidade na execução do mandato dos governantes - Improbidade administrativa: é a quebra da moralidade administrativa mais grave, ou seja, quando além da prática de atos imorais, há o enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário ou ofensas aos princípios da administração. As condutas reconhecidas como improbidade administrativa estão expostas na Lei 8429/92 – Lei da Improbidade Administrativa. D) PUBLICIDADE - Este princípio exige que os atos praticados pela administração seja dada ampla divulgação, de modo que o particular possa cumprir as determinações ou impugná-las. Exemplo: o art. 28 da Lei 9784/99 (Lei do Processo Administrativo) obriga que o interessado seja intimado para tomar ciência dos atos do processo administrativo - Não obstante, há atos em que a publicidade é resguardada somente aos interessados, ou seja, quando o ato é sigiloso à todos. Exemplos: -> Art. 5º, XIV da CF/88 - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; -> Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado - Realizada a publicação do ato (normalmente nos Diários Oficiais da União, Estados e Municípios ou afixação na sede do órgão), presume-se que houve o conhecimento do mesmo aos interessados, iniciando-se, daí, prazos de recursos e prescrição.
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