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E-Book - Apostila Esse arquivo é uma versão estática. Para melhor experiência, acesse esse conteúdo pela mídia interativa. Unidade 1 - Bens públicos e licitações, o que devo saber sobre isso? E-Book - Apostila E-Book - Apostila 2 - 36 Introdução da disciplina MESTRE EM CIÊNCIA JURÍDICA Thiago Cesar Giazzi DOUTORANDA EM DIREITO Gabriela Giaqueto Gomes Olá, estudante! Tudo bem? Para darmos início ao nosso conteúdo, assista ao vídeo de apresentação a seguir. Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo Agora, vamos dar início à nossa unidade! Introdução da unidade E-Book - Apostila 3 - 36 Neste material, estudante, será trabalhado o conteúdo relativo aos bens públicos e modalidades licitatórias, ambos aspectos do Direito Administrativo. Para compreensão de quaisquer dos aspectos do Direito Administrativo, é necessário basear-se nos princípios constitucionais da Administração Pública, constantes no primeiro tópico de abordagem. São os princípios constitucionais os marcos para interpretação correta da aplicação do direito administrativo e de suas normas, representando o arcabouço fundamental do regime jurídico da administração pública. Em segundo momento, serão apresentados os pontos relativos ao objeto das relações públicas administrativas, ou seja, os bens públicos. Estudaremos seu conceito, suas classificações e especificações e o regime jurídico de utilização. Logo após, e como decorrência dos princípios do direito administrativo, principalmente dos princípios da legalidade, da eficiência e da impessoalidade, abordaremos os aspectos teóricos sobre as licitações públicas e suas modalidades e procedimentos. É o sistema de licitação pública o responsável pelo fornecimento à Administração Pública de todos os insumos necessários para a prestação dos serviços públicos e da manutenção das atividades das repartições públicas. É pelo procedimento licitatório que o ente público terá autorização de empregar recursos financeiros dos caixas públicos na compra de insumos ou contratação de terceiros para execução de suas atividades, garantindo, assim, a lisura e a adequação ao interesse público, constitucionalmente, expresso. Vamos lá, então? Acompanhe! Bens públicos e licitações: o que devo saber sobre isso? O Direito, como um todo, segue uma estrutura lógica de estudos. Com raras exceções produzidas pelas especificidades sobre fatos jurídicos que são possíveis de ocorrer, o Direito normatizará um fato que ocorre, interferindo em um objeto, sendo este vinculado a alguma pessoa. Assim são os negócios jurídicos, a mais abundante classe de operações jurídicas ocorridas em nossa sociedade. E-Book - Apostila 4 - 36 EXEMPLO Em uma compra e venda regida pelo direito privado, por exemplo, uma pessoa vendedora, proprietária de algum bem que esteja sob sua esfera patrimonial, dirige sua vontade perante outra pessoa que entrega valores, valores estes pertencentes à esfera patrimonial da compradora, em troca de alteração de titularidade do objeto vendido. Neste exemplo, é possível identificar um fato jurídico — alteração de propriedade — que relacionou pessoas — compradora e vendedora — em torno de bens jurídicos — o objeto vendido e o dinheiro pago. Fonte: FREEPIK / FREEPIK. E-Book - Apostila 5 - 36 Nesse aspecto, a lógica jurídica permanece nos fatos jurídicos regidos pelo direito administrativo, em que existem pessoas e agentes administrativos (sujeitos), bens públicos (objetos) e institutos jurídicos (fato jurídico) — neste estudo, veremos o instituto da licitação. Consequentemente, nosso estudo será pautado nos aspectos teóricos sobre esses elementos regidos pelo direito administrativo, apresentando o conteúdo necessário para conhecimento do regime jurídico de direito público delimitado pelos princípios constitucionais da administração pública e, também, pelos objetos vinculados aos fatos jurídicos administrativos, ou seja, os bens públicos, negociados, via de regra, pelos procedimentos licitatórios. Noções preliminares Iniciaremos tratando do regime jurídico da administração pública, também, chamado de regime jurídico de direito público, pois é sob seus limites que toda a teoria dos bens públicos e dos procedimentos licitatórios são construídos. Quando estamos diante de fatos jurídicos regulados pelo regime jurídico de direito privado, mais, comumente, dispostos nas normas do Código Civil, o núcleo de proteção jurídica está na autonomia de vontade, ou seja, na garantia de liberdade e igualdade entre os contratantes, para que decidam as normas que regularão a contratação e a circulação das riquezas pertencentes aos seus patrimônios, com a mínima intervenção possível do ente público (ALVES, 2021). Em nosso regime constitucional, a intervenção do ente público é existente mesmo nas negociações privadas, pois elas devem respeitar limites gerais, como o respeito aos direitos fundamentais, à boa-fé e à função socioambiental. O Estado, nas contratações privadas, surge como um garantidor de um ambiente de discussão e igualdade entre os contratantes, para que eles manifestem, livremente, as decisões sobre suas vontades e seus patrimônios. Para fins didáticos, neste primeiro momento, vamos usar analogias com o regime jurídico de direito privado, tão logo possível, demonstrando a diferenciação e o afastamento entre os institutos. E-Book - Apostila 6 - 36 Não por acaso, os principais princípios norteadores do regime jurídico privado são o princípio da liberdade, da autonomia privada, da mínima intervenção, da boa-fé, da pacta sunt servanda. A necessidade do regime jurídico de direito público, incidente para os atos em que o ente público seja participante, encontra-se em outra localização constitucional. Além de ser necessária a atenção para normas que prevejam a estruturação das instituições públicas, também, faz-se basilar que existam normas que impessam que a vontade privada daquele sujeito que esteja investido de uma função pública prevaleça sobre o patrimônio público. Uma coisa é o Estado garantir a liberdade de negociação do patrimônio privado de seus cidadãos, outra é impedir que pessoas negociem patrimônio público como se privado fosse, pois toda a estrutura da administração pública deve ser direcionada ao atendimento da função pública e para o interesse público. FIGURA 1 - Constituição Federal e Direitos Fundamentais Fonte: FABRIKASIMF / FREEPIK E-Book - Apostila 7 - 36 A Constituição Federal enumera vários Direitos Fundamentais, sejam oriundos de internalização de normas e diretrizes de Direitos Humanos, internacionalmente, discutidos ou da vontade do constituinte validada pelo procedimento normativo. Esses direitos fundamentais geram efeitos tanto no regime de direito privado (chamada de eficácia horizontal), quanto no regime jurídico de direito público (eficácia vertical). Por esse motivo, todos os fatos jurídicos existentes em ambos os regimes jurídicos devem respeitar os Direitos Fundamentais, sejam em suas esferas de liberdade, igualdade ou solidariedade, sejam em suas funções socioambientais, de defesa da democracia e da dignidade da pessoa humana. Da mesma forma que não se permite, no regime de direito privado, a proibição ao acesso a oferta de produtos vendidos em comércio em detrimento de raça, credo ou sexualidade, não se permite a proibição de participação de contratos públicos, concursos ou licitações em razão de motivos que desrespeitem os Direitos Humanos (DI PIETRO, 2018). Além da coincidente limitação à ambos os regimes jurídicos (privado e público) realizada pela ConstituiçãoFederal, como explicado acima, nossa norma fundamental, também, faz expressa a previsão de princípios específicos para o regime jurídico de direito público, sobretudo no Artigo 37. Passe o mouse sobre o card a seguir para saber mais: O Artigo 37 (BRASIL, 1988) elenca os princípios da LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE e EFICIÊNCIA — comumente chamado pela doutrina pela palavra formada por suas iniciais: LIMPE, como normas direcionadoras de toda a Administração Pública. Portanto todo ato jurídico realizado sob o regime de direito administrativo deve cumprir, estritamente, o alcance de todos esses princípios constitucionais, sob pena de nulidade, abuso de poder, arbitrariedade e, consequentemente, ilegalidade. E-Book - Apostila 8 - 36 Em se tratando do princípio da legalidade, para o direito administrativo, ele deve ser analisado sob o aspecto da estrita legalidade, ou seja, a legislação vai prever estritamente os atos dos agentes públicos. Caso esteja prevista na lei, interpretada em sentido amplo (leis ou demais atos normativos), a possibilidade de realização do ato jurídico pelo agente público será revestido de legalidade. Caso o agente público pratique ato jurídico que não tenha previsão expressa na legislação, o ato será ilícito. Portanto, para o regime jurídico de direito público, todos os atos praticados devem ter fundamentação prévia em ato normativo que preveja a conduta e autorize sua realização. REFLITA Repare que essa é uma lógica diferente do princípio da legalidade geral, que aceita como lícito todos os atos que não sejam proibidos pela legislação. Para o regime administrativo, somente é lícito o ato que já tenha sua conduta prevista, anteriormente, pela legislação. E-Book - Apostila 9 - 36 O princípio da impessoalidade, por sua vez, dispõe sobre a limitação direcionada ao agente público investido da função ou cargo público. Esse agente não poderá deixar suas relações pessoais, sejam relações de amizade ou de inimizade, interferirem nos atos públicos a serem realizados (DI PIETRO, 2018). É inerente à condição humana que aqueles que tenham uma maior proximidade afetiva sejam privilegiados em detrimento de pessoas neutras, assim como aqueles que despertam uma maior animosidade de repulsa sejam preteridos em relação à neutralidade. Clique na imagem a seguir para entender melhor: Como os agentes públicos sempre serão pessoas humanas, a legislação administrativa cria meios de proibir, sob pena de nulidade e ilicitude, atos que sejam praticados levando em consideração as condições e ligações afetivas de seus agentes, buscando, com isso, um contexto de neutralidade, para que o interesse público seja alcançado, e não o interesse particular do agente público. Como exemplos, desrespeitam o princípio da impessoalidade, tornando ilícitos o ato de nomeação de um parente para cargo comissionado ou a criação de edital de licitação que atenda, especificamente, uma empresa que despertou o interesse do administrador em detrimento das demais (ex. compra de carros de luxo para utilização do prefeito de empresa que tenha sede no município, em local que existe apenas uma concessionária de veículos). E-Book - Apostila 10 - 36 A moralidade administrativa, por sua vez, sinaliza para a necessidade de o ato da administração pública ser revestido de probidade (OLIVEIRA, 2019). Em uma sociedade heterogênea, como é a brasileira, não seria adequado pensar na moralidade administrativa como uma norma de padronização de valores que atendessem, por exemplo, apenas à interesses conservadores majoritários. É importante destacar que a função do Estado é a promoção de igualdade e direitos. Garantir o conservadorismo, também, é implicar a manutenção da exclusão de interesses de classes minoritárias e excluídas historicamente, divergindo da própria razão de existência do Estado. Agora, clique nas setas a seguir para interagir com o conteúdo e descobrir como poderíamos conceituar o princípio da moralidade: Assim como a moral filosófica é o conjunto normativo que se cria em razão da adequação dos membros de uma sociedade, seja adequação aos valores, ao contexto sociogeográfico, ou ao contexto histórico, a moralidade administrativa diz respeito à adequação do ato administrativo ao fim a que se destina, previsto no conjunto jurídico de normas administrativas. Se o ato administrativo praticado pelo agente for adequado ao fim social que foi esperado pela Constituição e pelo Interesse Público, pode se dizer que ele atenderá a moralidade. Se for um ato administrativo que não atenda à necessidade social e ao interesse constitucional, mas atenda, apenas, aos interesses de uma pequena parcela que deseja conservar o seu domínio econômico, por exemplo, poderá ser vislumbrado desrespeito ao princípio da moralidade. A interpretação correta do princípio da moralidade administrativa permite entender a razão de, eventualmente, um baile funk ou uma mostra de arte urbana de grafites receber verba pública para a sua realização, por meio de políticas públicas, demonstrar adequação à moralidade, ainda, que parcela mais conservadora da sociedade não simpatize com tais movimentos sociais e obras de embelezamento urbano, eventualmente, consideradas imorais, incidindo em improbidade do administrador público. E-Book - Apostila 11 - 36 No primeiro caso, o Estado está promovendo, dentro da legalidade prevista para a disposição do orçamento público, a cultura, historicamente, minoritária e discriminada, promovendo, assim, um avanço da igualdade. No segundo caso, não muito raramente, nas administrações municipais, as verbas de embelezamento urbano desviam orçamento que deveria ser destinado à manutenção de prédios públicos já existentes, como escolas e unidades básicas de saúde ou hospitais (pois o orçamento de embelezamento, normalmente, compete com a manutenção de prédios públicos). FIGURA 1 - Orçamentos públicos e construções Fonte: HEBERHARD / PIXABAY. A escolha do administrador público em embelezar praças acaba não atingindo o fim do orçamento público, causando piora ou inviabilidade de atendimento de outros serviços públicos mais urgentes e essenciais, ferindo a moralidade administrativa. E-Book - Apostila 12 - 36 O princípio da publicidade, de forma objetiva, determina que os atos da administração pública sejam dispostos em veículos de publicização, ou seja, que as informações relativas aos atos públicos da administração, assim como a destinação do dinheiro público, sejam colocadas em editais, portais de transparência e demais atos públicos, afastando o sigilo. Uma vez que o patrimônio é envolvido, os atos públicos, sempre, serão da coletividade, para que toda a sociedade tenha condições de averiguar a destinação e utilização desses recursos públicos pelas instituições públicas. (ALVES, 2021). Somente é possível o estabelecimento de sigilo aos atos públicos quando justificados em questão de segurança nacional, devendo a decisão de imposição ser submetida, para sua validade, aos demais princípios constitucionais, principalmente, a legalidade, a impessoalidade e a moralidade administrativa. Por fim, o princípio da eficiência traz a lógica econômica ao ente público, limitando e dirigindo as ações dos agentes públicos de modo a ponderar o melhor resultado com o menor custo possível. Na administração pública, todo valor dispendido para algum ato vai, de alguma forma, impedir que outro atoseja realizado e, com isso, outro cidadão tenha atendida a sua necessidade, pois a demandas são enormes e os recursos são limitados (DI PIETRO, 2018). Dessa forma, as atividades públicas devem trabalhar com a lógica da economia financeira, de modo a promover a maximização dos recursos públicos para o atendimento da maior quantidade de demandas possíveis. Se no campo do direito privado uma empresa multimilionária poderia esbanjar recursos para ostentar luxos, o Estado, ainda que tenha arrecadação de porte de enormes empresas, deve empregar esse recurso com responsabilidade, de modo a atender o máximo de demandas possíveis, afastando, com isso, as escolhas ostentatórias, em detrimento ao respeito do interesse público. Repare que os princípios do LIMPE não são, plenamente, autônomos entre si, mas trabalham em conjunto, um auxiliando na efetivação do outro. Uma decisão administrativa que autorize o gasto público com luxos, determinando o sigilo das justificativas do ato, ainda que tenha legislação de orçamento público autorizando, será ilícita, pois é maculada pelo desrespeito do princípio da moralidade (em utilizar o sigilo para fins inadequados), pelo desrespeito do princípio da eficiência (por destinar recursos para fins de luxo em vez de fins de atendimento social), pelo princípio da publicidade (uma vez que impede a sociedade de ter acesso às informações de gasto públicos) e pelo desrespeito ao princípio da pessoalidade (fazendo prevalecer a vontade do agente público sobre a vontade do interesse constitucional). ATENÇÃO E-Book - Apostila 13 - 36 Portanto, de forma inicial, temos as delimitações do regime jurídico de direito público aplicados aos entes da Administração Pública, podendo, adiante, entender, corretamente, os bens públicos enquanto objetos das relações administrativas. REFLITA Neste ponto do estudo, é interessante realizar a análise crítica do papel do direito na sociedade. Sob a ótica da efetividade da dignidade da pessoa humana, não é adequado pensar que a função das normas jurídicas seja promover a manutenção, apenas, de pensamentos e valores das classes mais abastadas economicamente, mas, sim, gerar meios para efetivação de uma igualdade às classes, historicamente, mais discriminadas. Portanto cabe a reflexão sobre o jargão jurídico do direito administrativo denominado de "interesse público". Até que ponto as decisões do ente administrativo são tomadas em favor do que seja, realmente, o interesse público, que emana de um povo e para um povo, conforme descrito nas normas da Constituição Federal? Será que em vários momentos da história os interesses da pessoa que exercia a função de administrador público não foram aplicados travestidos de interesse público? O interesse descrito no texto constitucional deve ser encarado como superior ao interesse de uma maioria histórica? E-Book - Apostila 14 - 36 Na sequência, estudaremos o que se entende por bens públicos. Vamos lá? Acompanhe, caro(a) estudante! Bens públicos Entendem-se por bens aqueles objetos os quais são atribuídos valores. Bens jurídicos são aqueles objetos, ainda que intangíveis, cujos valores são protegidos pelo direito. Bem público, portanto, são bens jurídicos vinculados à esfera de propriedade de um ente estatal. Uma pessoa jurídica de direito público, dotada da capacidade de ser proprietária de algum bem, torna-se proprietária de bens jurídicos que serão regulamentados pelas normas de bens públicos. Espécies de bens públicos Dividem-se nas seguintes espécies: bens de uso comum do povo, bens de uso especial, bens dominicais ou dominiais. Os bens públicos de uso comum do povo são aqueles que a utilização é destinada a qualquer pessoa da sociedade. Todos podem usar nos limites de civilidade. São exemplos as ruas e as praças das cidades. As pavimentações que são encontradas dentro do limite das propriedades privadas, ainda que nomeadas, não são bens públicos por não estarem sob responsabilidade do ente público, mas ligada ao patrimônio particular (como exemplo, as ruas dos condomínios fechados). E-Book - Apostila 15 - 36 FIGURA 1 - Bens de uso comum do povo: ruas Fonte: LARISA-K / PIXABAY. O s bens de uso especial não têm utilização livre para qualquer pessoa da sociedade, pois são destinados às instalações dos prédios públicos em que são ofertados serviços públicos específicos (OLIVEIRA, 2019). São exemplos o prédio da prefeitura, de uma escola pública e de uma secretaria pública. Apesar de serem patrimônios públicos e comporem o acervo de bens do Estado, estando, portanto, sob a égide dos princípios constitucionais da administração, podem ter o acesso limitado aos cidadãos daquela sociedade, conforme sua destinação especial. Não é livre o acesso de qualquer pessoa às salas de aula de uma escola (destinadas aos professores e alunos em período de aula), assim como não é livre o acesso a um gabinete de secretário de saúde a qualquer pessoa sem ser anunciada ou fora do expediente de atendimento e prestação do serviço público. E-Book - Apostila 16 - 36 Normalmente, os bens de uso especial possuem um inventário de outros bens que os guarnecem (mobiliários, equipamentos técnicos, documentos, etc.) justificando que, apesar de públicos, não possuem o acesso público ilimitado. Estudar os conceitos e classificações das disciplinas é o melhor meio para adquirir o conhecimento teórico, podendo, com o aprofundamento, ser aplicável as questões práticas. Neste contexto, vamos entender mais sobre os conceitos das espécies de bens públicos? Segue uma boa dica para seus estudos: DICA Na Biblioteca Virtual da FMU, é possível ter acesso à obra "Direito Administrativo: teoria e prática", de autoria de Felipe Dalenogare Alves (2021), uma importante leitura para compreensão do panorama geral dos bens públicos. Leia das páginas 367 a 384 para aprofundar seus conhecimentos sobre quadros sinóticos e linguagem esquematizada. Para conferir a leitura, cole o l ink em seu navegador e acesse a biblioteca virtual: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicaca o/188218/pdf/0 https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/188218/pdf/0 E-Book - Apostila 17 - 36 Tanto os bens públicos de uso comum do povo quanto os de uso especial integram a categoria de bens afetados, pois têm, em sua escrituração registral, limitação de alienação, não podendo ser destinado para fins diversos. Os bens dominiais, por sua vez, não são destinados aos serviços públicos, nem ao acesso público (ALVES, 2021). Chamados de bens desafetados, poderiam ser alienados pelo ente estatal. Eles apenas integram o patrimônio do ente público por não integrar o patrimônio de nenhum ente privado. Podem ser bens que o ente público adjudicou em razão de dívida pública não paga, recebeu em razão de herança vacante ou por discriminação de terras devolutas, assim como por perdimento de patrimônio privado em razão de sanção penal ou administrativa. Ou seja, são bens que, hipoteticamente, poderiam pertencer à esfera patrimonial de qualquer pessoa, mas, por fatos jurídicos e suas consequências, pertencem ao acervo patrimonial de uma pessoa jurídica estatal. No vídeo a seguir, vamos abordar dois temas, extremamente, importantes: o regime jurídico e, também, o uso dos bens públicos. Vamos lá? Aperte o play! Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo E-Book - Apostila 18 - 36 Com base no que você acabou de assistir, as fundamentações discutidas na unidade fazem uma correlação melhor com o que,até então, havia sido apresentado? Pense sobre isso. Licitações públicas Estudante, todos os entes públicos que compõem a administração pública direta, fundos especiais, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista, via de regra, devem utilizar a licitação como procedimento obrigatório para realização de aquisições de bens, contratações de serviços ou alienações. É regulamentada, sobretudo, pelas leis n. 8666, de 1993 (que recebeu atualização pela Lei n. 13.303, de 2016), n. 14.121, de 2021, n. 10.520, de 2002 e n. 12.462, de 2011. A licitação é um procedimento para efetivação dos princípios do LIMPE na aquisição de bens e serviços pelos entes da administração pública, provimento, ainda, a competitividade e a isonomia entre os licitantes e a vantajosidade e a promoção do desenvolvimento sustentável à sociedade. Modalidades e procedimentos licitatórios As modalidades de licitação são estruturadas em razão dos critérios de julgamento e tipos de contratação: bens, obras ou serviços. Os interessados em participar de licitações, via de regra, devem providenciar o credenciamento prévio para o procedimento licitatório, preenchendo os requisitos para participação. Quando da ocasião da licitação, o ente público buscará, nesse cadastro, os interessados (BRASIL, 2021). Os interessados depositam a ata de registro de preços junto ao sistema de registro de preços, vinculando o registro formal de preços relativos à prestação de serviços, obras, aquisição ou locação de bens para contratações futuras. Dessa forma, os critérios de regularidade dos interessados, em participar, da licitação, assim como os limites dos valores negociados, já estarão, previamente, disponibilizados em banco de dados, promovendo a eficiência do procedimento. E-Book - Apostila 19 - 36 Dispensa de licitação Nem sempre será possível a realização de procedimento licitatório para a contratação do bem ou serviço pelo ente público. Podem existir situações em que o bem necessário só tenha um fornecedor, não havendo possibilidade de outros concorrem. É possível, ainda, que o serviço desejado pelo ente público só possa ser realizado por determinada pessoa, em razão do caráter de especialidade ou mesmo artístico. Mesmo nesses casos, o agente público deve agir adstrito à legislação, pois a impossibilidade de realização de licitação não afasta o princípio da legalidade administrativa. Dessa forma, existe previsão legal dos permissivos para a dispensa ou inexigibilidade de licitação. Vamos entender melhor esse ponto, conhecendo algumas particularidades ligadas à dispensa de licitação, interagindo com o infográfico a seguir. Clique nas caixas em azul e confira Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo O Brasil, desde 1993, utilizava da Lei de Licitações e Contratos Públicos numerada como Lei n. 8.666, de 1993. O entendimento de seus artigos, ainda que atualizados por outros atos legislativos, já estava consolidado em nosso sistema jurídico. Ademais, ainda, há aplicação da lei naquilo que não conflitar com a nova legislação dada pela Lei n. 14.133, de 2021. Acessando o link disponível no Saiba Mais, a seguir, você poderá conhecer o texto da nova lei. Vamos lá? SAIBA MAIS Estudante, indica-se a leitura da Lei n. 14.133, de 2021, especialmente, em relação às previsões de dispensa de licitação dispostas no Artigo 75, IV. Cole o l i n k a seguir em seu navegador e confira a leitura: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/lei/L14133.htm#art75 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art75 E-Book - Apostila 20 - 36 Modalidades O legislador criou modalidades licitatórias para atender os diversos tipos de necessidades de contratação do ente público. Entre bens, quando necessária a realização de compra, pode haver momentos em que o critério seja melhor preço, outrora especificação da qualidade do bem. Quanto aos serviços, pode acontecer do critério ser o melhor preço ou a especificidade do serviço necessário. Conforme alteram-se os critérios de contratação, existem modalidades licitatórias adequadas para serem realizadas. Elas serão, agora, estudadas. Clique no (+) das sanfonas a seguir e conheça algumas modalidades de licitação vigentes. Concorrência É a modalidade mais ampla, normalmente, destinada às contratações de grandes valores. Exige que os licitantes interessados realizem comprovação de requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital. Delimita os critérios padrões para o julgamento da oferta vencedora pelo menor preço, melhor técnica ou conteúdo artístico, maior retorno econômico ou maior desconto. Concurso É a modalidade para a escolha do trabalho técnico, científico ou artístico, tendo como critério de julgamento a melhor técnica ou conteúdo artístico. Leilão É a modalidade destinada à utilização das vendas de bens públicos desafetados ou apreendidos cuja manutenção de propriedade não interesse ao ente público. Ganhará a licitação o que oferecer o maior lance. E-Book - Apostila 21 - 36 Pregão É a modalidade obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns. Utilizando de recursos de tecnologia, os licitantes participam de procedimento, inteiramente, por sistema de informação, direcionados pelo pregoeiro, realizando sua habilitação, propostas, lances e fases de adjudicação. Tem critérios de julgamento para o menor preço ou para o maior desconto Diálogo competitivo Modalidade para contratação de obras, serviços e compras que tenham característica de inovação tecnológica ou técnica, impossibilidade de satisfação da necessidade da administração sem adequação de soluções disponíveis no mercado ou impossibilidade de especificação com precisão. A administração realiza diálogos entre os licitantes previamente selecionados para desenvolver uma ou mais alternativas que atendam à necessidade da contratação. Agora que já conhecemos as modalidades de uma licitação, vamos entender como são suas fases? Vamos lá! Seguimos! Fases da licitação A licitação é organizada nas seguintes fases: divulgação do edital; apresentação das propostas; julgamento; habilitação; e adjudicação ou revogação. Vamos nos aprofundar nessa temática e entendê-la melhor, assistindo ao vídeo a seguir? Acompanhe! Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo E-Book - Apostila 22 - 36 É interessante observar as fases da licitação como um processo, e não como um fim em si mesmas. Enquanto processo licitatório — regularmente, denominado de procedimento licitatório, em razão de sua natureza administrativa —, são apresentadas fases sucessivas entre si que, somadas, garantem a lisura e a licitude do gasto público para a contratação de bens e serviços de necessidade pública. A alteração do procedimento, invertendo ordem de fases ou ignorando-as, caso não permitido em lei, tornará o procedimento ilícito, uma vez que foi alterado o caminho previsto pelo legislador para a validade do ato administrativo. Enquanto processo, também, de modo dinâmico e lúdico, é possível pensar em uma esteira de produção, sendo cada fase análoga à uma peça acrescentada ao produto que está em curso na esteira. A não colocação de uma peça, ou a inversão de ordem da peça no produto, pode descaracterizar o produto, ou seja, o respeito à ordem e a necessidade de todas as fases da licitação é o que garante o correto produto da licitação: a contratação de compra ou de serviço. Via de regra, com algumas exceções previstas na legislação (como a habilitação prévia no sistema de pregão), o procedimento licitatório éprecedido por uma fase política de preparação em que são criadas as leis orçamentárias e de autorização de contratação, criação de edital e organização de custeios. Logo após essa fase política, há a publicação do edital, que delimitará as primordiais normas, critérios e determinações a serem seguidas na licitação. É o edital que vinculará o ente público e os participantes da licitação às características descritivas do bem ou serviço desejado, ao preço pago, às condições de pagamento, aos prazos de execução ou à entrega e a todos os demais pontos necessários sobre o negócio que será realizado com o término do procedimento licitatório. Após a divulgação do edital e no prazo nele previsto, os interessados apresentarão suas propostas, contendo o preço cobrado, prazo de entrega e característica do produto ou serviço. Caso seja utilizado a modalidade pregão e apresentarão lances, reduzindo o valor da proposta até seu limite de viabilidade, proporcionando, ao ente público, a garantia do melhor preço entre os licitantes. ATENÇÃO E-Book - Apostila 23 - 36 Encerrada a fase da apresentação das propostas, elas serão julgadas. O ente público ou o pregoeiro realizará análise, conforme os termos do edital, para averiguar se todos os requisitos previstos para o produto ou serviço foram obedecidos pela proposta, declarando a ordem de julgamento, do primeiro ao último. Após o julgamento, será aberto ao vencedor um prazo para demonstrar a documentação necessária que demonstre a capacidade técnica de realização do contrato e a ausência de impedimentos para contratação com o ente público. Algumas vezes a habilitação de parte dessa documentação é realizada, previamente, ao início do procedimento licitatório, quando do cadastramento no sistema eletrônico de licitação. A documentação colocada no cadastramento não se confunde com a fase de habilitação, mas pode ser aproveitada nela. Caso o primeiro colocado no julgamento não cumpra a habilitação, será chamado o segundo colocado para realizar a habilitação, e, assim, sucessivamente. Apenas após o julgamento e a habilitação encerrados, a licitação vai para fase de encerramento, quando o ente público exercerá sua decisão de homologar a licitação, adjudicando para si o direito de contratação com o licitante vencedor, ou, ainda, revogará o procedimento licitatório, deixando de realizar a contratação com qualquer dos licitantes. Estudante, após assistir ao vídeo e conhecer as fases que compreendem um processo de licitação, vamos visualizar as fases de uma forma esquematizada, para melhor fixação. (Clique no (+) das sanfonas para visualizar o conteúdo) Fase preparatória Consiste na elaboração inicial do planejamento público, da viabilização de orçamento e da legislação que garanta a legalidade estrita necessária que autorize o ente público a realizar a licitação. Divulgação do edital Garante a publicidade e a legalidade do certame. O edital deve trazer todos os aspectos da licitação, assim como os termos da contratação. Apresentação de propostas e lances E-Book - Apostila 24 - 36 Compra de bens: 8 dias — menor preço ou maior desconto; 15 dias para o restante. Contratação de serviços: 10 dias — serviços comuns por menor preço ou maior desconto; 25 dias — serviços especiais; 60 dias — contratação integrada; 35 dias — contratação semi-integrada ou não previstas nos anteriores. Julgamento Inexequíveis — abaixo de 75% do valor de orçamento pela Administração. Artigo 33 — I - menor preço; II — maior desconto; III — melhor técnica ou conteúdo artístico; IV — técnica e preço; V — maior lance, no caso de leilão; VI — maior retorno econômico (BRASIL, 2021). Habilitação I — jurídica; II — técnica; III — fiscal, social e trabalhista; IV — econômico- financeira. Encerramento Adjudica; revoga; e anula. E-Book - Apostila 25 - 36 Somente atravessando uma a uma as fases da licitação será garantida a legalidade do procedimento. É importante sempre relembrar que, ainda que a legalidade seja respeitada, eventualmente, o procedimento licitatório não será lícito, por exemplo, por desrespeito à moralidade ou publicidade administrativa. Imagine uma contratação artística cujo orçamento destinado seja superior ao orçamento para serviços essenciais de um município. Ainda que haja legalidade do procedimento licitatório, por exemplo, com permissivo legal de dispensa de licitação, existe quebra da moralidade administrativa. Via de regra, o momento para o agente administrativo realizar a última análise sobre a licitude será na fase de encerramento da licitação, não afastando a sindicabilidade do controle administrativo, nem a possibilidade de controle judicial do ato administrativo. Considerações finais Nesta unidade, você teve a oportunidade de: compreender sobre o regime jurídico de direito público; compreender os bens públicos; reconhecer as modalidades de licitação; reconhecer as fases do procedimento de licitação. Com isso, chegamos ao fim desta unidade. Em sua construção, foram abordados os princípios da administração pública, demonstrando serem corolários na definição do regime jurídico de direito público, aplicado aos fatos jurídicos que ocorrem quando agentes da administração pública, direta ou indireta, estão presentes. Como a unidade tratou sobre os bens públicos e o procedimento de licitação, houve a necessidade de entender, primeiro, como o procedimento licitatório é construído de modo a efetivar todos os princípios previstos no Artigo 37 da Constituição Federal, assim como a utilização dos bens públicos que estão sob a égide patrimonial do Estado, também, devem responder ao interesse público. Passou-se a trabalhar os aspectos teóricos sobre os bens públicos, como seu conceito, classificação e formas de uso. Demonstrou-se que pode o particular utilizar dos bens públicos de uso comum a todos, ou por força autorizativa de ato administrativo. De mesmo modo, existem situações em que o particular tem limitada a sua utilização, em razão de serem bens especiais de utilização das repartições públicas para oferta de serviços. E-Book - Apostila 26 - 36 Quanto ao procedimento licitatório, vislumbrou-se a normatização conforme a nova lei de licitações implementada em 2021, apresentando as modalidades licitatórias e suas fases e sob quais meios o administrador público pode tanto adquirir bens e serviços quanto alienar seus bens desafetados. Agora que finalizamos este conteúdo, vamos testar seus conhecimentos com o quiz a seguir. QUIZ O Artigo 37 da Constituição Federal dispõe sobre os princípios da administração pública, revelando verdadeiro norte para estipulação daquilo que é considerado o regime jurídico de direito público. Dentre os princípios, destacam-se o princípio da legalidade e o princípio da moralidade, necessários para a manutenção do Estado Democrático de Direito por manter controlada a vontade do administrador perante a vontade da própria Constituição. E-Book - Apostila 27 - 36 Dessa forma, levando em consideração os princípios da legalidade e da moralidade administrativa, assinale a alternativa correta. Resposta Correta: Diferente da legalidade geral, que implica ser permitido tudo o que não é proibido, para o ente administrativo, só pode ser realizado o ato que exista previsão em lei, ou seja, a legalidade específica, em que o agente público só pode fazer aquilo que a lei preveja e permita. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. A legalidade administrativa é diferente do princípio da legalidade aplicado aos particulares, que permite fazer o que não esteja proibido em lei. Tanto a legalidadeadministrativa quanto a moralidade são princípios que se complementam, um sendo necessário ao outro. Enquanto a legalidade prevê o ato administrativo, a moralidade demonstra que o ato deve ser adequado ao seu fim. O Estado é laico, não podendo normatizar valores religiosos. A legalidade estrita diz respeito, somente, a ser autorizado o agente administrativo a fazer um ato administrativo se houver, previamente, autorização da lei. a A legalidade administrativa é traduzida pelo direito fundamental, que enuncia que ninguém será privado de fazer algo senão defeso em lei. b E-Book - Apostila 28 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. A legalidade administrativa é diferente do princípio da legalidade aplicado aos particulares, que permite fazer o que não esteja proibido em lei. Tanto a legalidade administrativa quanto a moralidade são princípios que se complementam, um sendo necessário ao outro. Enquanto a legalidade prevê o ato administrativo, a moralidade demonstra que o ato deve ser adequado ao seu fim. O Estado é laico, não podendo normatizar valores religiosos. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. A legalidade administrativa é diferente do princípio da legalidade aplicado aos particulares, que permite fazer o que não esteja proibido em lei. Tanto a legalidade administrativa quanto a moralidade são princípios que se complementam, um sendo necessário ao outro. Enquanto a legalidade prevê o ato administrativo, a moralidade demonstra que o ato deve ser adequado ao seu fim. O Estado é laico, não podendo normatizar valores religiosos. A moralidade administrativa implica que o ato do administrador deve, sempre, traduzir os valores conservadores da população. c A moralidade administrativa é a legalidade somada à religião.d E-Book - Apostila 29 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. A legalidade administrativa é diferente do princípio da legalidade aplicado aos particulares, que permite fazer o que não esteja proibido em lei. Tanto a legalidade administrativa quanto a moralidade são princípios que se complementam, um sendo necessário ao outro. Enquanto a legalidade prevê o ato administrativo, a moralidade demonstra que o ato deve ser adequado ao seu fim. O Estado é laico, não podendo normatizar valores religiosos. A prescrição é o instituto que determina a perda, em razão de haver transcorrido um prazo, e uma pretensão jurídica de pedir um direito. Quando o proprietário de um bem deixa de exercer suas responsabilidades sobre o bem perante outrem, que o passe a utilizar com ânimo de dono, perpassando o prazo da lei, esse antigo proprietário A legalidade estrita pode ser afastada se for considerada imoral, em desacordo com os valores dos bons costumes. e E-Book - Apostila 30 - 36 perde o direito de reaver a propriedade, perdendo, com isso, também a própria propriedade. Sobre a aplicação da usucapião nas relações patrimoniais do ente público, assinale a alternativa correta. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Nenhum bem público pode sofrer usucapião, pois o ente público não pode vir a sofrer sanção de perda de propriedade em razão de inércia do agente público. Caso seja de interesse público que o patrimônio deixe a propriedade pública para passar a outrem, deve haver edição de lei específica para essa doação. Resposta Correta: Alternativa Correta. Nenhum bem público é passível de usucapião, ainda que o ente público não utilize o bem segundo a sua função social. Essa é uma prerrogativa do ente público em razão de o bem público integrar o patrimônio público, não podendo este ser perdido pela inércia do administrador. É possível que o ente público possa usucapir uma propriedade e ser usucapido de uma propriedade não afetada. a O ente público, apenas, pode usucapir propriedades de particulares, já que os bens públicos não são passíveis de usucapião. b E-Book - Apostila 31 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Nenhum bem público pode sofrer usucapião, pois o ente público não pode vir a sofrer sanção de perda de propriedade em razão de inércia do agente público. Caso seja de interesse público que o patrimônio deixe a propriedade pública para passar a outrem, deve haver edição de lei específica para essa doação. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Nenhum bem público pode sofrer usucapião, pois o ente público não pode vir a sofrer sanção de perda de propriedade em razão de inércia do agente público. Caso seja de interesse público que o patrimônio deixe a propriedade pública para passar a outrem, deve haver edição de lei específica para essa doação. São passíveis de usucapião os bens dominicais, entretanto os de uso comum do povo e os bens de uso especial não são possíveis de serem usucapidos. c Para um bem público ser usucapido, existe, anteriormente, a necessidade de passar pelo processo de desafetação, transformando-o em um bem dominial. d O ente público adquirirá bens por usucapião quando a herança de um particular não encontrar herdeiro.e E-Book - Apostila 32 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Nenhum bem público pode sofrer usucapião, pois o ente público não pode vir a sofrer sanção de perda de propriedade em razão de inércia do agente público. Caso seja de interesse público que o patrimônio deixe a propriedade pública para passar a outrem, deve haver edição de lei específica para essa doação. Na licitação, existem fases procedimentais em que, na última, poderá o administrador público adjudicar, confirmando todo o procedimento, revogar a licitação por sua discricionariedade ou, ainda, anular o procedimento em razão de ilicitude. Sobre as fases que compreendem a licitação, assinale a alternativa correta. Na fase de habilitação, sempre realizada previamente, poderá o interessado, apenas, apresentar certidões negativas fiscais para ser habilitado. a E-Book - Apostila 33 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Na fase de habilitação, prevista para ser realizada após o julgamento das propostas, deve ser demonstrada a capacidade técnica e a ausência de impedimentos para contratação com o ente público, seguindo as definições do edital, conforme Artigo 65 da Lei de Licitações. Caso o vencedor não consiga realizar a habilitação, será desclassificado, sendo chamado o segundo colocado para se habilitar. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Na fase de habilitação, prevista para ser realizada após o julgamento das propostas, deve ser demonstrada a capacidade técnica e a ausência de impedimentos para contratação com o ente público, seguindo as definições do edital, conforme Artigo 65 da Lei de Licitações. Caso o vencedor não consiga realizar a habilitação, será desclassificado, sendo chamado o segundo colocado para se habilitar. A habilitação deve ser jurídica, técnica, fiscal, social, trabalhista, econômico, política e informacional.b Caso ocorra divergência na documentação de habilitação, sendo sanável, deverá abrir prazo para a correção do interessado. c E-Book - Apostila 34 - 36 Resposta Correta: Alternativa Correta. Conforme Artigo 64 da Lei de licitações, não há interesse da administração pública que o vencedor seja desclassificado se o defeito da habilitação for, facilmente, sanável. Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Na fase de habilitação, prevista para ser realizada após o julgamento das propostas, deve ser demonstrada a capacidade técnica e a ausência de impedimentos para contratação com o ente público, seguindo as definições do edital, conforme Artigo 65 da Lei de Licitações. Caso o vencedor não consiga realizar a habilitação, será desclassificado, sendo chamado o segundo colocado para se habilitar. As condições de habilitação serão definidas pelo pregoeiro do certame.d Caso haja negativa da habilitação de licitante vencedor do certame, a licitação será anulada.e E-Book - Apostila 35 - 36 Resposta Incorreta: Alternativa Incorreta. Na fase de habilitação, prevista para ser realizada após o julgamento das propostas, deve ser demonstrada a capacidade técnica e aausência de impedimentos para contratação com o ente público, seguindo as definições do edital, conforme Artigo 65 da Lei de Licitações. Caso o vencedor não consiga realizar a habilitação, será desclassificado, sendo chamado o segundo colocado para se habilitar. Referências ALVES, F. D. Direito Administrativo: teoria e prática. 1ª e 2ª fases da OAB. 3.ed. São Paulo: Rideel, 2021. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 10 maio 2022. BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm. Acesso em: 25 ago. 2022. BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2006. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm. Acesso em: 25 ago. 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm E-Book - Apostila 36 - 36 BRASIL. Lei nº 14.121, de 11 de março de 2021. Autoriza o Poder Executivo federal a aderir ao Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19 ( Covax Facility ) e estabelece diretrizes para a imunização da população. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14121.htm. Acesso em: 25 ago. 2022. BRASIL. Lei nº 14.133, de 01 de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm. Acesso em: 10 maio 2022. BRASIL. Lei nº 2.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC; altera a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis nºs 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória nº 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12462compilado.htm. Acesso em: 25 ago. 2022. BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 10 maio 2022. DI PIETRO, M. S. Z. D. Direito administrativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. OLIVEIRA, R. C. R. Licitações e contratos administrativos: teoria e prática. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14121.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12462compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
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