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1 Khilver Doanne Sousa Soares Pré-Natal & T.O.R.C.H.S Pré-natal Refere-se ao conjunto de consultas ou visitas programadas da mulher gestante com o médico de família e comunidade e sua equipe de saúde. Alguns dos componentes centrais do acompanhamento são: Estimativa precoce e precisa da IG; Identificação de situações de risco e complicações; Avaliação contínua do estado de saúde da mãe e do feto; Intervenções que visem a prevenir ou minimizar a morbidade; Educação e comunicação com a gestante e sua família. Um pré-natal adequado deve iniciar-se em torno da 10ª semana de IG. Diagnosticando a Gestação É pensada em toda mulher na idade fértil com atraso menstrual. Sintomas presuntivos: Náuseas; Vômitos; Tonturas; Salivação excessiva; Mudança no apetite; Aumento da frequência urinária; Sonolência; Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar e cianose vaginal e cervical). Gestações tardias podem ser identificadas por meio do amolecimento da cérvice, aumento do volume uterino e aumento da revascularização das paredes vaginais. A detecção da gonadotrofina coriônica humana (hCG) em sangue ou urina é a base da maioria dos testes de gravidez: começa a ser secretada após a implantação e pode ser detectada em 8 dias após a concepção. 8 a 9 dias após a ovulação: valores de 10 mLU/mL são encontrados; A cada 24 horas esse valor dobra; Pico: 100.000 mLU/mL por volta de 10 semanas; Decréscimo: ocorre posteriormente até as 20 semanas, estabilizando-se em 20.000 mLU/mL – até o fim da gestação! Obs.: os testes séricos precisam de pelo menos de 5 a 10 mLU/mL de hCG para positivar e os urinários de 20 a 50 mLU/mL – a positividade desse teste urinário é dependente do insumo, mas a maioria positiva após 7 dias de atraso menstrual. A certeza da gestação ocorre com a presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF) detectados por sonar (a partir da 10a semana gestacional), a percepção dos movimentos fetais (a partir da 18a a 20a semana) e por meio de ultrassonografia (US) (saco gestacional com 4 a 5 semanas, vesícula vitelina e atividade cardíaca como primeira manifestação do embrião com seis semanas gestacionais). O calendário de consultas do MS preconiza pelo menos 6 consultas de pré-natal: Mensal até 28º semanas (+ ou – 7 meses); Quinzenal da 28 º semana até a 36 º semana (+ ou – dos 7 aos 9 meses); Semanal após 36 º semana de gestação (+ ou – após os 9 meses). Anamnese / História Clínica É preciso compreender a gestação dentro de seu contexto familiar e social e identificar o momento atual do ciclo de vida da família – presença de companheiro, se planejava a gestação, se usava ou não algum método anticoncepcional e como está sendo recebida a notícia. O contexto social determina tanto bom desenvolvimento da gestação como a relação que 2 Khilver Doanne Sousa Soares será estabelecida entre a mãe, família e o futuro bebê. Durante a anamnese é importante identificar e perguntar sobre: hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias, diabetes, trombose venosa, infecções, infecções sexualmente transmissíveis, doenças psiquiátricas e doenças hereditárias, enfim, todos os pontos cruciais sobre história clínica e familiar da gestante. É necessário perguntar sobre o uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas, bem como identificar o uso de medicamentos – suspendê- los ou substituí-los se necessário. Perguntar também a respeito da ocupação laboral da mulher (riscos ocupacionais e renda familiar). A história obstétrica prévia busca conhecer o número de gestações anteriores, a ocorrência de partos prematuros, o intervalo entre os partos, o tipo de parto, as complicações no parto e puerpério, o peso de nascimento dos filhos anteriores, a ocorrência de aborto, as perdas fetais, as hemorragias, o diabetes, a pré- eclâmpsia e eclâmpsia, a experiência da mulher com o aleitamento materno e outras situações que tendem a se repetir. É fundamental estabelecer uma IG de forma fidedigna, calculada a partir da data da última menstruação (DUM) utilizando o primeiro dia de fluxo. A regra de Naegele consiste em somar 7 dias ao dia da DUM e subtrair 3 do mês da DUM. Pode-se utilizar um gestograma ou disco obstétrico para identificar a data provável do parto – a data 280 dias após o primeiro dia da DUM. A US obstétrica para avaliação da IG deve ser solicitada quando não for possível determiná-la pela anamnese (DUM incerta) e exame físico, se a mulher apresentar ciclos menstruais irregulares ou se houver discrepância entre a altura uterina e a IG calculada. O exame deve ser realizado preferencialmente até a 14ª semana de gestação. Exame Físico Para a primeira consulta de pré-natal, preconiza-se um exame físico completo e um exame gineco-obstétrico. Nas consultas subsequentes estar atento aos fatores específicos da gestação, sinais de violência e pré- eclâmpsia principalmente. Medida da PA Recomenda-se aferi-la todas as consultas de pré-natal. Valores de PA inferiores a 140x90 mmHg são considerados normais. Classificação dos diferentes tipos de distúrbios hipertensivos na gestação 3 Khilver Doanne Sousa Soares Avaliação do Estado Nutricional O IMC deverá ser calculado na primeira consulta de pré-natal, e o ganho de peso durante a gestação será monitorado nas próximas visitas. Os valores encontrados devem ser anotados no gráfico e o sentido da curva deve ser observado para avaliação no estado nutricional. Classificação do estado nutricional segundo o índice de massa corporal (IMC) Ganho de peso recomendado na gestação Medida de Altura Uterina e Palpação Obstétrica Recomenda-se que seja realizada em todas as consultas de pré-natal após 20 semanas, com objetivo de auxiliar no monitoramento do crescimento fetal. A AU é determinada pela medida (em cm) da distância entre a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino, com a gestante em posição supina, com flexão de 90 ° do quadril e joelho, expondo o períneo, ou em uma superfície plana, com os membros em extensão e bexiga vazia. No caso de medidas isoladas, abaixo do percentil 10 ou acima do percentil 90, deve-se pensar primeiramente em erro de cálculo na IG. Quando acima do percentil 90: deve-se avaliar a possibilidade de polidrâmnio, macrossomia, gestação gemelar, mola hidatiforme, miomatose e obesidade; Quando abaixo do percentil 10: deverá ser descartada morte fetal, oligoidrâmnio ou crescimento fetal restrito (CFR). Se possível solicitar US e retorno após 15 dias para reavaliação nesses casos. CFR comprovado? Realizar uma dopplervelocimetria para avaliação da vitalidade fetal. Manobras de Leopold-Zweifel. 4 Khilver Doanne Sousa Soares Padrão de referência da curva da altura uterina Exame Especular – Toque Vaginal – Rastreio de Ca de Colo de Útero Deve-se realizar exame pélvico na primeira consulta de pré-natal, através da inspeção da genitália externa e exame especular, com objetivo de avaliação de anormalidades do trato genitourinário e investigação de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). As gestantes seguem as mesmas indicações de periodicidade e faixa etária do rastreio que as demais mulheres: a partir de 25 anos, em todas as mulheres que iniciaram atividade sexual, e repetir a cada três anos, se os dois primeiros exames anuais forem normais. Após essa primeira avaliação, o exame pélvico e o toque vaginal devem ser realizados conforme necessidade, de acordo com queixas da paciente. Exame Rotineiro de Mamas Os tratamentos propostos para mamilos planos ou invertidos mostraram-se ineficazes e contraproducentes, reduzindo a confiança materna em suas possibilidades de amamentar. Ausculta dos Batimentos Cardíacos Fetais e Observação da MovimentaçãoFetal Os BCFs podem ser identificados a partir de 5 a 6 semanas por US, a partir de 10 a 12 semanas de gestação com sonar Doppler e a partir de 18 a 20 semanas com estetoscópio de Pinard. Obs.: No último trimestre, deve-se procurar realizar a ausculta com a gestante em decúbito lateral esquerdo, evitando compressão de grandes vasos abdominais e eventual diminuição dos BCFs. Ritmo regular e frequências entre 120 e 160 bpm são normais e podem ser medidas por um minuto ou em frações de 15 segundos multiplicados por quatro. Frequências abaixo de 120 ou acima de 160 necessitam de avaliação complementar. Não é recomendada a avaliação de movimentos fetais como rotina, pois ela aumenta a ansiedade das pacientes! 5 Khilver Doanne Sousa Soares Exames Complementares Os exames complementares no pré-natal buscam identificar situações e patologias que possam interferir diretamente na saúde da gestante e de seu filho, tais como: condições hematológicas, incompatibilidade Rh e ABO, doenças infecciosas, diabetes, distúrbios hipertensivos e outras afecções que possam interferir na saúde da gestante e de seu filho. Hemograma Solicitar na primeira consulta de pré-natal, segundo e terceiro trimestre: Dosagem de hemoglobina (Hb); Hematócrito (Ht); A concentração de Hb menor do que 11 g/dL caracteriza a presença de anemia (concentração de Hb diminuída 0,5g/dL durante o segundo trimestre é normal). A anemia durante a gestação pode estar associada ao risco aumentado de baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e trabalho de parto prematuro. Hb entre 8 e 11 g/dL indica anemia leve a moderada; Hb abaixo de 8 g/dL é considerada anemia grave, sendo indicado referenciamento a um centro obstétrico para avaliação, e posterior acompanhamento em um serviço de pré-natal de alto risco. Anemia presente? Tratar com: 120 mg/dia de ferro elementar, uma hora antes das refeições, de preferência com suco de frutas cítricas; Avaliar a presença de parasitose intestinal (não recomendado tratar durante o primeiro trimestre); Acompanhar com a solicitação de nova Hb e ferritina após 30 dias. O tratamento deve ser mantido até que a Hb alcance níveis superiores a 11 g/dL e, a seguir, deve-se voltar à dose profilática (30-60 mg/dia de ferro elementar) até o terceiro mês pós-parto. Tipagem Sanguínea e fator Rh Recomenda-se solicitar tipagem sanguínea ABO e fator RhD na primeira consulta de pré- natal. Se a gestante for RhD negativo, solicitar tipagem sanguínea com fator RhD do pai da criança e Coombs indireto à gestante. Se o Coombs for negativo, deve-se repeti-lo a cada 4 semanas, a partir da 24a semana. Quando for positivo (gestante sensibilizada), deve-se referir a gestante ao pré-natal de alto risco. Recomenda- se Ig anti-D até 72 h após o parto em mulheres com fator RhD negativo não sensibilizadas e um recém-nascido (RN) com RhD positivo. Durante a gestação entre 28 a 30 semanas também posso ofertar Ig anti-D. Pesquisa de Hemoglobinopatias Recomenda-se a investigação de hemoglobinopatias no primeiro trimestre, com hemograma e eletroforese de Hb, em gestantes de descendência africana, mediterrânea ou do sudeste asiático, se tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica. Exame Qualitativo de Urina e Urocultura (EQU) O EQU e a urocultura devem ser solicitados na primeira consulta e novamente no segundo (recomendação dos autores) e terceiro trimestre. Classifica-se como leucocitúria a presença acima de 10.000 células/mL ou 5 células/campo; hematúria, a presença acima de 10.000 células/mL ou de 3-5 hemácias por campo; proteinúria, alterado acima de 10 mg/dL. Cerca de 50% das gestantes irão apresentar glicosúria em algum momento da gestação. Pode também ocorrer aminoacidúria substancial, causada pela diminuição de sua reabsorção tubular. A excreção de proteínas na urina pode duplicar, sendo que o limite aceitável para gestantes é de 300 mg/24 horas. Pode 6 Khilver Doanne Sousa Soares ocorrer leve alcalemia e redução da osmolalidade. Quanto ao sedimento urinário, é aceitável 1 a 2 hemácias por campo de grande aumento. Considera-se normal < 10 mg/dL; traços entre 10 e 30 mg/dL; (+) 30 mg/dL; (++) 40 a 100 mg/dL; (+++) 150 a 350 mg/dL e (++++) > 500 mg/dL. A presença de proteinúria (um + ou mais) deve ser seguida de solicitação de proteinúria de 24 horas, sendo um dos sinais para diagnóstico de pré-eclâmpsia. A urocultura deve ser repetida após 7 a 10 dias do término do tratamento, que deve ser guiado pelo antibiograma. O tratamento da bacteriúria assintomática pode ser realizado em um esquema de dose única por 3 dias, ou de 5 a 10 dias. Na cistite, o esquema de 3 dias costuma ser efetivo. Tratamento em dose única com amoxicilina, 3 g; ampicilina, 2 g; cefalosporina, 2 g; nitrofurantoína, 200 mg ou sulfametoxazol-trimetoprima, 320/1600 mg. Em um curso de três dias com amoxicilina, 500 mg, três vezes ao dia; ampicilina, 250 mg, quatro vezes ao dia. Cefalosporina, 250 mg, quatro vezes ao dia; levofloxacina, 250 mg ou 500 mg diários; nitrofurantoína, 50 a 100 mg, quatro vezes ao dia; 100 mg, duas vezes ao dia, ou sulfametoxazol-trimetoprima, 160-800 mg, duas vezes ao dia. Outras opções seriam nitrofurantoína, 100 mg, quatro vezes ao dia durante 10 dias, ou nitrofurantoína, 100 mg, duas vezes ao dia, por 5 a 7 dias. Na ocorrência de dois ou mais episódios de ITU na gestação, deve-se prescrever profilaxia antimicrobiana, independentemente da presença ou não de fatores predisponentes. Para a profilaxia, os antibióticos mais utilizados são a nitrofurantoína (100 mg), a ampicilina (500 mg) ou a cefalexina (500 mg) por via oral, com uma dose à noite, por até duas semanas após o parto. Pesquisa de Diabetes Mellitus Os autores recomendam uma estratégia menos agressiva de rastreio de DMG, semelhante à preconizada pelo Ministério da Saúde em seus protocolos de atenção básica de pré-natal de baixo risco: realizar glicemia de jejum em dois momentos, mas com ponto de corte menor. Os fatores de risco para DMG são os seguintes: Idade > 35 anos; Obesidade (IMC > 30 kg/m2) ou ganho de peso excessivo na gravidez atual; DM; Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; Antecedentes obstétricos de macrossomia (peso > 4,5 kg), morte fetal ou neonatal, perdas gestacionais de repetição, malformações, polidrâmnio, hipoglicemia neonatal ou síndrome do desconforto respiratório; DMG prévio; Uso de hiperglicemiantes, síndrome dos ovários policísticos. Pesquisa para Disfunção da Tireoide O diagnóstico de hipotireoidismo primário durante a gestação se baseia na tireotrofina (TSH) elevada, específica para cada trimestre (acima de 2,5 no primeiro trimestre ou 3,0 no segundo e terceiro trimestre) em conjunção com uma tiroxina livre (T4L) diminuída. Hipotireoidismo subclínico é definido como uma concentração de TSH elevada, específica por trimestre, e uma concentração de T4L normal. 7 Khilver Doanne Sousa Soares Fluxograma de acompanhamento a partir do resultado da glicemia de jejum na primeira consulta Fluxograma de acompanhamento a partir de 24 semanas de gestação 8 Khilver Doanne Sousa Soares Sugere-se uma abordagem focada, em vez de rastreio universal: mulheres oriundas de áreas de insuficiência de iodo moderada a severa; sintomas de hipotireoidismo; história familiar ou pessoal de tireopatias; história pessoal de anticorpos antitireoperoxidase (TPO); DM tipo 1; radiação na cabeça e pescoço; abortos recorrentes; obesidade mórbida ou infertilidade. Se o TSH é > 2,5 mU/L, mede-se o T4L para determinar o grau de hipotireoidismo. Em gestantes com hipotireoidismo subclínico (TSH >2,5 mU/L com T4L normal), também se mede anti-TPO. Exames complementares que poderão ser solicitadosde acordo com a idade gestacional 9 Khilver Doanne Sousa Soares US Obstétrica e Morfológica Recomenda-se que seja solicitado em momentos nos quais possa acrescentar informações oportunas, com o máximo de fidedignidade. A US deve ser solicitada precocemente na gestação quando há incerteza sobre a DUM, quando a mulher apresenta ciclos menstruais irregulares ou quando houver discrepância entre a altura uterina e a IG presumida. O melhor período para solicitar US sem indicação específica ao longo do pré-natal é entre 18 e 20 semanas de IG, quando a US ainda apresenta boa acurácia na avaliação da IG, poderá identificar a presença de malformações fetais (com baixa sensibilidade) e também determinar o sexo da criança. T.O.R.C.H. São infecções perinatais que podem ser transmitidas da mãe para o feto. T – Toxoplasmose O – Outras infecções (Sífilis, HIV) R – Rubéola C – Citomegalovírus H – Herpes simples 1 e 2 (varicela) +Z - Zika 10 Khilver Doanne Sousa Soares Toxoplasmose Seu agente etiológico, o protozoário Toxoplasma gondii, é um parasita com ciclo biológico de duplo hospedeiro. No gato o corre o ciclo reprodutivo, sendo desta maneira o hospedeiro definitivo. Outros mamíferos e aves são hospedeiros intermediários, abrigando o ciclo proliferativo. O ciclo de vida do Toxoplasma gondii 1a. Os ovos são eliminados nas fezes de gato. Muitos ovos são eliminados, mas geralmente durante apenas uma a duas semanas. Depois de um a cinco dias no ambiente, os ovos conseguem causar infecção. 1b. Os gatos podem ser reinfectados ao consumir alimentos ou outros materiais contaminados com os ovos. 2. Outros animais (como pássaros silvestres, roedores, veados, porcos e ovelhas) podem consumir os ovos em solo, água, material de plantas ou areia para gatos contaminada. 3. Pouco depois que os ovos forem consumidos, eles liberam formas do parasita que podem se mover (chamados taquizoítos). 4. Os taquizoítos se disseminam pelo corpo do animal e formam cistos no tecido nervoso e muscular. 5. Os gatos são infectados depois de comer animais que contêm esses cistos. 6a. As pessoas podem ser infectadas ao comer carne malcozida contendo esses cistos. 6b. As pessoas também podem infectar-se se ingerirem alimentos, água ou outros materiais (como solo) contaminados com fezes de gato ou tocar em areia para gatos domésticos e depois levar a mão à boca. 7. Em casos raros, as pessoas são infectadas ao fazerem uma transfusão de sangue ou transplante de órgão que contenha o parasita. 8. Em casos raros, a infecção é transmitida da mãe para o feto. 9. Nas pessoas, os parasitas formam cistos em tecidos, geralmente no músculo e no coração, cérebro e olhos. Oocistos: contêm os esporozoítos e são estágios que se formam no trato intestinal dos felídeos, sendo, portanto, dependes, obrigatoriamente, do hospedeiro definitivo; Taquizoítos: são observados na fase aguda da infecção, transmissão placentária; Bradizoítos: são observados nos cistos teciduais que se formam na fase crônica da doença. A transmissão vertical ocorre principalmente na fase aguda da doença, com a parasitemia materna. Os taquizoítos infectam e se multiplicam na placenta, chegando a circulação fetal. Outra forma de transmissão seria a reativação da doença em gestantes com 11 Khilver Doanne Sousa Soares infecção crônica pelo toxoplasma e imunossuprimidas. O risco de infecção fetal e a gravidade do acometimento estão relacionados a idade gestacional na infecção aguda materna. No início da gravidez a infecção é menos frequente, mas pode levar ao abortamento ou sequelas graves. O período entre 10 e 24 semanas é considerado de maior risco. As principais alterações fetais são: ventriculomegalia, microcefalia, calcificações intracranianas, hepatoesplenomegalia, ascite, catarata, hidropsia e intestino ecogênico. O quadro clínico é encontrado em um terço dos casos e a ausência de alterações ultrassonográficas não exclui a doença. Em grande parte das crianças afetadas as sequelas são tardias, sendo a mais comum retinocoroidite que acomete até 70% dos infectados. Recomenda-se solicitar IgG e IgM para toxoplasmose na primeira consulta de pré-natal e repetir o exame no segundo e terceiro trimestre, conforme resultado do primeiro exame. Doença prévia + Imunidade adquirida: IgG reagente e IgM não reagente; Doença recente: IgG não reagente e IgM reagente. Há recomendação de iniciar o tratamento, referenciar ao pré-natal de alto risco e repetir os exames após três semanas, com expectativa de positivação do IgG; IgG e IgM reagentes? Dúvida sobre a época da infecção. Se o teste de avidez de IgG for fraco ou IG for > 16 semanas, também há indicação de iniciar o tratamento e referenciar ao pré-natal de alto risco. Se a avidez for forte e gestação for inferior a 16 semanas, é provável que a doença seja prévia, sem indicação de tratamento; Não imune: se a gestante for IgG e IgM não reagente. Repetir sorologias no segundo e terceiro trimestre. IgM tem sua produção iniciada 1 a 2 semanas após a infecção e o pico de produção ocorre em um a 2 meses IgM tem sua produção seguida à do IgM, aparecendo normalmente 2 semanas após investigação do IgM. E se a paciente tiver IgG e IgM +? Faço o teste de avidez de IgG se a avidez for alta a infecção é antiga, se a avidez for baixa a infecção é recente e a paciente deve ser tratada. Tratamento tríplice: Sulfadiazina, 3 g ao dia; Pirimetamina, 50 mg ao dia; Ácido folínico, 10 a 20 mg 3 vezes por semana (podendo a dose ser aumentada por surgimento de neutropenia, anemia ou plaquetopenia). Critérios para definição de caso durante a gestação de acordo com o Protocolo de Notificação e Investigação de Toxoplasmose Gestacional do Ministério de Saúde do Brasil de 2018 12 Khilver Doanne Sousa Soares Algoritmo para interpretação das sorologias IgM e IgG para toxoplasmose no pré-natal As medidas de prevenção preconizadas são: lavar as mãos ao manipular alimentos; lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se alimentar; não ingerir carnes cruas, malcozidas ou malpassadas, incluindo embutidos (salames, copa, etc.); evitar contato com o solo e terra de jardim. O tratamento com espiramicina é usado na dose de 1 g (3.000.000 UI), de 8 em 8 horas, via oral. O esquema tríplice consiste em pirimetamina, 25 mg, de 12/12 horas, por via oral; sulfadiazina, 1.500 mg, de 12/12 horas, por via oral; e ácido folínico, 10 mg/dia, é recomendado quando o diagnóstico for feito com IG superior há 30 semanas ou se houver suspeita de acometimento fetal. Citomegalovírus O citomegalovírus é um herpesvírus tipo 5. A transmissão vertical pode ocorrer por via transplacentária, por secreções durante o parto e na amamentação. A infecção por citomegalovírus na gestação pode gerar abortamento e malformações. Durante a rotina pré-natal (apesar de não ser adotada como rotina pelo Ministério da Saúde) alguns serviços têm proposto a realização da sorologia para citomegalovírus antes de 14 semanas para as gestantes com IgG não reagente ou desconhecido. A IgM torna-se reagente 1 a 3 semanas após a infecção e permanece reagente por 9 a 12 meses. A IgG torna-se reagente três a cinco semanas após a infecção e permanece reagente por tempo indeterminado. Nos casos de IgM reagente e IgG não reagente, deve-se realizar nova coleta entre sete a dez dias. Nas infecções agudas, o IgG deve se tornar reagente. O teste de avidez para IgG será considerado alto quando seu valor for ≥60%, e a interpretação será de que a infecção provavelmente ocorreu há mais de 12 semanas. Será considerado baixo quando seu valor for ≤40%, e a interpretação será de que a infecção provavelmente ocorreu há menos de 12 semanas. 13 Khilver Doanne Sousa Soares Fluxograma de interpretação da sorologia para citomegalovírusno primeiro trimestre Valaciclovir tem sido recomendado na dose de 2 g via oral de 6 em 6 horas, a partir da confirmação diagnóstica até 21 semanas de gestação, além de controle a cada 4 semanas de hemograma, creatinina, ureia e enzimas hepáticas. Recomenda-se seguimento ultrassonográfico, Doppler e ecocardiografia fetal. Sífilis A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria (espiroqueta) Treponema pallidum. Os casos são decorrentes de transmissão mucocutânea de lesões com presença do agente (fases primária e secundária), ou passagem transplacentária, por via hematogênica, para o feto. Cursam com períodos de atividade com manifestação clínica, intercalados com períodos de latência, com infecção assintomática. As lesões das fases primária e secundária são autolimitadas, com desaparecimento, independentemente do tratamento. A fase primária, que ocorre em torno de duas a seis semanas após o contágio, manifesta-se na forma de cancro (úlcera de bordas elevadas, fundo limpo e não dolorosa), geralmente na área de inoculação do agente (mucosas genital, anal ou oral). O cancro pode durar de três a seis semanas e cicatriza espontaneamente, independente do tratamento, sem que a doença esteja curada (raro diagnosticar nestes casos – se desenvolve no canal vaginal e é indolor). Entre 45 e 60 dias após o desaparecimento do cancro, surge um rash maculopapular com lesões generalizadas, inclusive em palma da mão e planta dos pés. Na fase secundária se resolvem espontaneamente. A fase latente, assintomática é o período que vai do desaparecimento das lesões do secundarismo até a ocorrência de lesões da fase terciária e ocorre em 15% a 25% das infecções não tratadas. A transmissão de sífilis transplacentária pode ter como resultado abortos, óbitos fetais e neonatais, até recém-nascidos vivos com sequelas diversas da doença, que poderão se manifestar até os 2 anos de vida. Também pode haver 14 Khilver Doanne Sousa Soares transmissão por contato com a área genital afetada através do parto. A sífilis pode ser readquirida, sua infecção não confere imunidade. Os testes sorológicos utilizados são divididos em dois tipos: treponêmicos (TT) e não treponêmicos (TNT). Testes não treponêmicos: o VDRL (venereal disease research laboratory), o RPR (rapid plasma reagin) e o TRUST (toluidine red unheated serum test). A reatividade desses testes pode ocorrer ao redor da quarta semana da infecção; Testes treponêmicos: TPPA (treponema pallidum agglutination assay), TPHA (treponema pallidum haemagglutination assay), FTA-abs (fluorescent treponemal antibody absorption assay) e os vários métodos imunoenzimáticos e os testes de imunocromatografia em fita (testes rápidos). Os testes treponêmicos confirmam o diagnóstico da doença, MAS NÃO NEGATIVAM após tratamento. A paciente pode apresentar provas treponêmicas positivas eternamente ao longo da vida. Prova imunoenzimática ideal para sífilis positiva: deveria ser confirmada com a realização de outra prova treponêmica (TPHA ou FTA-Abs), acompanhada do VDRL (prova não treponêmica) para seguimento. Diante de teste CLIA ou CMIA positivo e VDRL e TPHA negativos, identifica-se exame imunoenzimático falso-positivo. Frente a um CLIA/CMIA positivo e a provas de VDRL/TPHA positivos, confirma-se a presença de sífilis. Métodos diagnósticos de sífilis: testes imunológicos No Brasil a triagem pré-natal inclui a realização de teste rápido (TR) para iniciar diagnóstico. A positividade confirma a presença de infecção (atual ou prévia) e autoriza o tratamento em gestantes sem tratamento anterior. 15 Khilver Doanne Sousa Soares Resultados, interpretação e conduta de testes treponêmicos e não treponêmicos de sífilis 16 Khilver Doanne Sousa Soares O tratamento da sífilis na gestação deve ser realizado com penicilina. Nas fases primária, secundária e na latência recente, a dose recomendada de penicilina benzatina é de 2.400.000 UI, dividida em duas injeções de 1.200.000 UI em cada um dos glúteos, em uma única tomada. Em casos assintomáticos sem referência de história prévia de tratamento, o diagnóstico é de fase latente indeterminada, devendo ser tratada com 7.200.000 UI, divididas em três aplicações semanais de 2.400.000 UI. Indica-se realização de VDRL mensal após tratamento, para acompanhamento da queda dos títulos. 17 Khilver Doanne Sousa Soares Tratamento e monitoramento de sífilis Hepatites Virais Hepatite A Causada por um RNA vírus (HVA) transmitido pela via fecal-oral através de água e alimentos contaminados. A doença é sintomática em 70% dos adultos e geralmente autolimitada. Incialmente, aparecem sintomas gerais, como náuseas, vômito, perda de peso, indisposição e febre, evoluindo depois com colúria, acolia e icterícia. Sugere-se realização de outros testes laboratoriais: enzimas hepáticas - alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina, bilirrubinas, proteínas totais e frações. No caso de infecção aguda no momento do parto, a via de parto segue recomendação obstétrica, e o aleitamento não é contraindicado, devendo-se ressaltar medidas higiênicas de prevenção. A profilaxia da doença se dá principalmente pela vacinação. Hepatite B É um DNA vírus muito resistente que sobrevive fora do organismo por longos períodos de tempo. É transmitido pelas vias sexual, percutânea e vertical. A variação na prevalência se deve principalmente à taxa de cronificação, que é tanto maior quanto mais precoce for a infecção, chegando a 90% para as transmissões perinatais. Logo, a profilaxia da transmissão vertical é uma importante estratégia de prevenção da doença e de evolução para as formas crônicas. 70% dos indivíduos são oligo ou assintomáticos. A evolução para doença fulminante é rara. A positividade do anti-HBc IgM confirma o diagnóstico de hepatite B aguda. Na suspeita de infecção aguda, sugere- se solicitar enzimas hepáticas (ALT/ AST), bilirrubinas e tempo de protrombina. A persistência da alanina aminotransferase (ALT) alta por mais de seis meses é sinal de progressão para doença crônica. Crianças nascidas de mães HBsAg e HBeAg positivo tem maior risco de transmissão vertical (entre 70% e 100%) quando comparadas àquelas com HBeAg negativo (5% a 30%). Para isso, todas as gestantes devem ser rastreadas para hepatite B por meio da pesquisa no HBsAg no primeiro trimestre ou assim que iniciarem o pré-natal. Na doença aguda, o tratamento se limita a medidas de suporte e prevenção de transmissão aos contactantes. Essas pacientes devem ser monitoradas quanto à positividade do HBsAg e à carga viral. Como já citado, pacientes com HBsAg negativo no pré-natal que não tenham recebido a vacina ou com esquema vacinal incompleto devem ser orientadas a completarem a vacinação. Gestantes com HBsAg positivo devem complementar a propedêutica com pesquisa de HBeAg, ALT, dosagem de carga viral HBV e ultrassonografia de abdome total. 18 Khilver Doanne Sousa Soares Na ausência de alteração hepática, com ALT normal, HbeAg negativo e CV <200.000 UI/mL, deve-se manter apenas seguimento com repetição trimestral de ALT. Com 28 semanas, deve-se repetir a pesquisa de HBeAg e da CV. Caso se mantenham da mesma forma, não é necessário indicar terapia antiviral. Quando há sinais de replicação viral, indica-se a profilaxia da transmissão vertical com tenofovir (TDF) - o tenofovir é indicado na dose de 300 mg/dia, a partir do 3º trimestre (28 semanas) até após o parto. Todos os recém-nascidos de mães portadoras de hepatite B (HBsAg+) devem receber imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) e a primeira dose do esquema vacinal de hepatite B, idealmente nas primeiras 12 horas de vida. O esquema vacinal será completado com 2, 4 e 6 meses. A vacina deve ser aplicada no vasto lateral da coxa (dose:0,5 mL). A IGHAHB deve ser aplicada também no vasto lateral, mas contralateral ao da aplicação da vacina. O aleitamento materno também não está contraindicado, mesmo para as pacientes que estão em uso de TDF, desde que o recém-nascido tenha recebido a profilaxia perinatal. A redução da transmissão vertical com a profilaxia adequada é de mais de 95%. Hepatite D É uma partícula viral incompleta que causa doença apenas na presença do vírus B. O diagnóstico pode ser feito por meio da detecção de anticorpos anti-HDV, de antígenos ou genoma viral. Há possibilidade de transmissão vertical. O seguimento e a profilaxia são os mesmos recomendados para a hepatite B. Hepatite E Causada por RNA vírus. A apresentação do HEV na gestação varia desde uma doença leve e subclínica, com resolução espontânea em uma a quatro semanas, até uma doença fulminante com falência hepática e alta mortalidade. Pode-se realizar a pesquisa de anticorpos. O anti-HEV IgM aparece na doença aguda e persiste por poucos meses. O anti-HEV IgG fica positivo por anos. O aleitamento não é contraindicado. Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV Quando uma mulher que vive com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) engravida, é possível realizar intervenções, durante o pré-natal, o parto e a amamentação, que reduzem o risco de transmissão vertical. Entre todas as possibilidades diagnósticas oferecidas, o Ministério da Saúde sugere que os serviços de saúde utilizem o fluxograma que emprega um imunoensaio de 4ª geração (IE4ªG) como teste inicial e um teste molecular complementar para amostras reagentes no teste inicial. As gestantes soropositivas devem ser encaminhadas para o pré-natal de alto risco. Vale ressaltar a importância de investigar o HIV na parceria sexual e nos filhos anteriores, aproveitando para orientar sobre a prática de sexo seguro e sobre o uso de preservativo nas relações sexuais. Para gestantes que diagnosticam HIV na gestação ou sabem ser portadoras do vírus e estão com CV detectável, devem ser solicitados na primeira consulta: carga viral, genotipagem e CD4. É preciso repetir CV a cada 4 semanas até negativação e, depois disso, próximo ao parto, ao redor de 34 semanas de gestação. O tratamento é antirretroviral na gestação. Herpes Simples Genital Os herpes simples vírus (HSV) tipos I e II são DNA vírus pertencentes à família Herpesviridae humano. Podem acometer regiões orofaciais e genitais, tornando-se infecção crônica. As infecções genitais por HSV classificam- se como: 19 Khilver Doanne Sousa Soares Primário: pessoa não possui anticorpos contra nenhum tipo de HSV e desenvolve lesões genitais - o quadro clínico é exuberante; Primeiro episódio não primário: pessoa já possui anticorpos específicos contra um determinado tipo de HSV e adquire infecção genital pelo outro tipo de HSV; Recorrente: o episódio é causado pelo vírus já previamente adquirido. O quadro clínico geralmente caracteriza-se por prurido, vesículas que evoluem para exulcerações e úlceras extremamente dolorosas, disúria, febre, cefaleia, mal-estar e linfadenopatia locorregional não supurativa. Na maioria das vezes, o diagnóstico é baseado apenas na anamnese e no exame físico, embora a sensibilidade seja baixa. Os anticorpos aparecem 12 semanas após infecção. A transmissão transplacentária é descrita, porém é rara. A transmissão vertical ocorre durante o trabalho de parto e parto, pelo contato direto do recém-nascido com a mucosa infectada. Em casos de recorrências frequentes, e/ou sintomas graves, e/ou risco de prematuridade, recomenda-se aciclovir 400 mg, de 8 em 8 horas, por 5 dias. A terapia de supressão também está indicada a partir da 36ª semana (aciclovir na dose de 400 mg, de 8 em 8 horas, até o início do trabalho de parto). O valaciclovir seria uma opção viável, mas não está disponível na rede pública de saúde. O rastreamento sorológico universal na gestação não é recomendado. Zika Podemos afirmar com segurança o papel etiológico do ZIKV em gestantes, na gênese de malformações do sistema nervoso embrionário e fetal. Já se sabe que o vírus apresenta tropismo por células neurais progenitoras, em que se interrompem o crescimento, a proliferação, a migração e a diferenciação de células neuronais O diagnóstico laboratorial da infecção aguda pelo ZIKV se baseia na detecção do RNA viral utilizando RT-PCR em soro ou sangue em até 7 dias após o início dos sintomas, ou em amostra de urina em até 14 dias. Deve ser solicitada a IgM para ZIKV e DENV. Se o resultado da sorologia for negativo para os dois vírus, descarta-se a infeção por eles. Até o momento, não existe medicação antiviral específica para essas infecções, portanto o tratamento consiste em repouso, ingestão estimulada de líquidos, para prevenir a desidratação, e uso de analgésicos e antipiréticos, como o paracetamol ou a dipirona. Para gestantes com diagnóstico de ZIKV no início da gravidez, imagina-se que o comprometimento grave possa explicar a taxa elevada de abortamentos nessa doença. Passado o primeiro trimestre, o exame ultrassonográfico é mensal, na tentativa de buscar o diagnóstico de possíveis alterações fetais precocemente. 20 Khilver Doanne Sousa Soares Para todas as arboviroses, a corticoterapia e o uso do sulfato de magnésio, na iminência da prematuridade, estão liberados Rubéola O vírus da rubéola é um membro da família dos togavírus. Esse agente é transmitido pelo contato direto de gotículas das secreções nasofaríngeas, replica-se no tecido linfático do trato respiratório superior e se espalha de forma hematogênica. A maioria dos laboratórios usa imunoensaios enzimáticos (ELISA) devido à facilidade, à sensibilidade e à precisão destes, medindo as imunoglobulinas IgG e IgM específicas da rubéola. Na prática, a síndrome da rubéola aguda é diagnosticada por um aumento de quatro vezes no título de IgG entre amostras de soro agudo e convalescente, ou pela presença de IgM específico para rubéola. A síndrome de rubéola congênita (SRC) tem potencial altamente nocivo ao feto, elevando o risco de abortamentos espontâneos, infecção fetal, restrição de crescimento fetal e até óbito do concepto. A reação em cadeia da polimerase (PCR) constitui opção para fornecer o diagnóstico presuntivo de infecção fetal por rubéola. Embora o prognóstico para gestantes com rubéola seja excelente, é necessário destacar que não há tratamento intrauterino que seja realmente benéfico para fetos expostos ou afetados. O tratamento na infecção aguda por rubéola pode incluir o acetaminofeno para alívio sintomático. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ Referências https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/ 185-toxoplasmose. https://www.marchofdimes.org/complication s/coxsackie-infection-and-your-baby.aspx. GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti; DIAS, Lêda Chaves. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/185-toxoplasmose https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/185-toxoplasmose https://www.marchofdimes.org/complications/coxsackie-infection-and-your-baby.aspx https://www.marchofdimes.org/complications/coxsackie-infection-and-your-baby.aspx
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