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Sumário
Psicologia e Abuso sexual infantil 
Uma delicada e essencial intervenção 
Introdução 
Criança X abuso sexual 
Abuso sexual infantil 
Família 
Comportamento social e escolar 
Sequelas 
Consequência lá psicológicas do abuso sexual infantil na vida adulta 
O contexto do abuso sexual infantil 
Consequências proveniente do abuso sexual 
As implicações psicológicas e comportamentais do abuso sexual 
infantil 
Consequências psicológicas do abuso sexual infantil 
A dialética abusador / abusado e o sistema de enfrentamento 
Definições e características 
Novas iniciativas para o combate à violência sexual infantil.
Psicologia preventiva 
O fenômeno do falso abuso sexual infantil no setting psicoterápico 
O falso abuso 
O psicólogo clínico frente ao abuso sexual 
Trauma e depressao na vida adulta
003
Consequência lá psicológicas do abuso sexual infantil na vida adulta 
O contexto do abuso sexual infantil 
Consequências proveniente do abuso sexual 
As implicações psicológicas e comportamentais do abuso sexual 
Consequências psicológicas do abuso sexual infantil 
A dialética abusador / abusado e o sistema de enfrentamento 
Definições e características 
Novas iniciativas para o combate à violência sexual infantil.
Psicologia preventiva 
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
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Na atualidade o abuso sexual infantil (ASI) é considerado um grave problema de 
saúde pública, tanto devido à elevada incidência epidemiológica, quanto devido ao seu 
impacto deletério no indivíduo, nos familiares e na sociedade. 
A Organização Mundial de Saúde conceituou o abuso sexual infantil como uma 
emergência de saúde silenciosa e o considerou como a mais cruel e trágica infração aos 
direitos da criança à saúde e proteção. Essa forma de mau trato é definida como o 
envolvimento da criança em uma atividade sexual que ela não compreende totalmente, para 
a qual ela não é hábil para dar consentimento, ou ainda para a qual ela não está preparada, 
em termos desenvolvimentais. 
Trata-se de um problema interdisciplinar, em que Psicologia, Direito, Medicina, 
Serviço Social, entre outras disciplinas, devem estar preparadas para enfrentá-lo. 
Especificamente, o psicólogo tem um papel importante nessas situações, podendo trabalhar 
tanto com o atendimento desses casos, quanto somente na avaliação destes. 
Na medida em que a Psicologia se instrumentaliza para atender às demandas do 
setor judiciário, ela contribui para a proteção da vítima e para seu desenvolvimento 
psicossocial. O olhar diferenciado visa minimizar o sofrimento e a revitimização, propondo 
um ambiente diferenciado para o inquérito, num esforço de proteger a vítima e resguardar 
seus direitos, enquanto crianças e adolescentes. 
O abuso sexual tem um impacto muito grande na saúde física e mental da criança e 
do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir 
por toda vida. Esses casos são permeados de dúvidas e incertezas, histórias complexas e
004
criança à saúde e proteção. Essa forma de mau trato é definida
envolvimento da criança em uma atividade sexual que ela não compreende totalmente, para 
a qual ela não é hábil para dar consentimento, ou ainda para a qual ela não está preparada, 
em termos desenvolvimentais. 
Trata-se de um problema interdisciplinar, em que Psicologia, Direito,
Social, entre outras disciplinas, devem estar preparadas para
Especificamente, o psicólogo tem um papel importante nessas situações, podendo trabalhar 
tanto com o atendimento desses casos, quanto somente na avaliação destes. 
Na medida em que a Psicologia se instrumentaliza para atender às demandas do 
dinâmicas difíceis, que muitas vezes impedem que um diagnóstico da situação seja 
consubstanciado. 
Os investigadores têm que obter e integrar matérias muitas vezes contraditórias, 
uma vez que não há um indicador específico que possa determinar se houve abuso sexual ou 
não. Em muitos casos, a única evidência disponível é o testemunho da criança e, em todos 
os casos, é crucial que uma descrição confiável da alegada vítima seja obtida. 
Nesse contexto, a participação do Psicólogo se constitui essencial, uma vez que o 
manejo da situação e, principalmente, a maneira pela qual a criança ou adolescente passa 
pelo processo de inquérito, serão elementos constituintes de sua resiliência, evitando assim, 
maiores danos e traumas, bem como o desenvolvimento de transtornos psicopatológicos. 
A ideia de trabalhar este tema vem surgindo desde um minicurso oferecido pela 
Faculdade Luciano Feijão (FLF) em 2012, durante um evento acadêmico de Psicologia, e 
mais tarde se fortalecendo após um encontro na mesma faculdade durante os sábados deste 
ano. Tema também bastante discutido durante a disciplina de Psicologia Jurídica na mesma 
faculdade, o que gerou forte interesse de estudar um pouco mais e expor todo o conteúdo 
apreendido nesses momentos. 
Essa temática aos poucos vem se evidenciando devido ao cuidado e à atenção 
oferecidos pela Justiça e pelos órgãos que acolhem as vítimas e defendem os Direitos das 
Crianças e dos Adolescentes, como o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e 
CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), entre outros. 
Dada a importância dessa temática e, mais ainda, do delicado trabalho exercido por 
esses profissionais, o objetivo desse estudo é esclarecer e pontuar, de maneira geral, como se 
dá a atuação do psicólogo em situações de abuso sexual infantil, bem como analisar as 
estratégias que compõem o fazer do profissional de Psicologia, e explicar, basicamente, 
como ocorrem os processos de tratamento, levando em consideração o importante papel do 
psicólogo na escuta e na terapia com as vítimas. É de suma importância salientar que esta 
escuta com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual é bastante delicada e requer 
profissionalismo e compreensão do profissional, exigindo que este estabeleça uma relação de 
confiança e respeito com quem for entrevistar.
005
Faculdade Luciano Feijão (FLF) em 2012, durante um evento acadêmico de Psicologia, e 
mais tarde se fortalecendo após um encontro na mesma faculdade durante os sábados deste 
ano. Tema também bastante discutido durante a disciplina de Psicologia Jurídica na mesma 
faculdade, o que gerou forte interesse de estudar um pouco mais e expor todo o conteúdo 
apreendido nesses momentos. 
Essa temática aos poucos vem se evidenciando devido ao cuidado e à atenção 
oferecidos pela Justiça e pelos órgãos que acolhem as vítimas e defendem os Direitos das 
Crianças e dos Adolescentes, como o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e 
CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), entre outros. 

Esse estudo foi desenvolvido com base no método dedutivo, partindo de leis gerais 
para a compreensão de questões locais ou pontuais. Para tanto, foi utilizado de pesquisa 
bibliográfico-documental, através de investigações em diversas obras, de autores que versam 
sobre o assunto. Estabelecendo assim, uma abrangência significativa. 
Para realizar este estudo bibliográfico contou-se com a participação e orientaçãoda 
Professora e Psicóloga Esp. Geórgia Feijão, a qual ministrou os cursos e as aulas baseadas 
neste tema e forneceu material e informações necessárias para a elaboração deste trabalho.

O abuso sexual infantil foi tratado por muitos anos em silêncio, tendo em vista 
principalmente de o agressor ser alguém da família ou muito próximo. Diante da atenção 
dos profissionais que trabalham com as famílias, crianças e adolescentes, e do avanço no 
estudo das consequências que esses abusos causam nas vítimas, esse assunto tem se tornado 
mais evidente e medidas foram criadas de modo evitar que aconteça tão largamente. 
As crianças e os adolescentes passam a ter a concepção de “sujeitos de direitos” após 
a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989, cujos princípios foram implementados 
no Brasil por meio do art. 227 da Constituição Federal de 1988 (que incorporou a doutrina 
da “proteção integral” que estava sendo discutida nas Nações Unidas) e desenvolvidos na 
legislação infraconstitucional a partir do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), de 
1990 (LOWENKRON, 2010). 
Também segundo Lowenkron (2010), o Estado, a família e toda a sociedade têm o 
dever e o compromisso de proteger a criança contra quaisquer formas de exploração e abuso 
sexuais, e movidos por essa luta é que a sociedade civil e o poder público têm reunido 
esforços para o desenvolvimento de políticas de enfrentamento desse tipo de violência, onde 
uma das principais áreas que está cada vez mais conquistando espaço no enfrentamento das 
consequências e na redução dos sintomas causados pelos traumas, é a Psicologia. 
Justamente no âmbito da luta contra o abuso sexual infantil e no processo da escuta 
terapêutica, de modo reduzir os impactos sofridos pelas vítimas, que se intensifica o 
trabalho do psicólogo. O acompanhamento psicológico de crianças vítimas de abuso sexual 
006
principalmente de o agressor ser alguém da família ou muito próximo. Diante da atenção 
dos profissionais que trabalham com as famílias, crianças e adolescentes, e do avanço no 
estudo das consequências que esses abusos causam nas vítimas, esse assunto tem se tornado 
mais evidente e medidas foram criadas de modo evitar que aconteça tão largamente. 
As crianças e os adolescentes passam a ter a concepção de “sujeitos de direitos” após 
a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989, cujos princípios foram implementados 
no Brasil por meio do art. 227 da Constituição Federal de 1988 (que incorporou a doutrina 
da “proteção integral” que estava sendo discutida nas Nações Unidas) e desenvolvidos na 
legislação infraconstitucional a partir do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), de 
é essencial, e é desenvolvido de acordo com as necessidades de cada criança, pois não é 
possível generalizar os efeitos do abuso sexual para todas as crianças, uma vez que a 
gravidade e a quantidade das consequências variam de caso a caso de acordo com a 
experiência vivida pela vítima. Os atos de acolher e oferecer segurança e confiabilidade são 
os primeiros passos para obter sucesso no tratamento físico e emocional da vítima. É de 
extrema importância escutar sua história, sua vivência, sem pré-julgamentos, interrupções 
ou detalhamentos desnecessários que apenas possam constranger mais ainda a criança ou o 
adolescente (COGO, et al., 2011). 
Para Cogo et al. (2011), o psicólogo deve acolher a criança e oferecê-la um ambiente 
seguro, para que esta perceba a atenção e a credibilidade deste profissional, e assim sinta-se à 
vontade para relatar seu caso. Uma criança bem acolhida e sentindo a confiança no 
profissional, poderá deixar transparecer seus reais sentimentos e detalhes vividos em sua 
experiência. O trauma vivido por essas crianças e adolescentes geralmente perpetuam por 
toda sua vida, e muitas vezes, infelizmente, em alguns casos podem influenciá-los a cometer 
os mesmos abusos ao chegarem à idade adulta, como defende Azambuja (2004) no trecho 
“as experiências ficam marcadas na herança genética e nos padrões de vínculo, sendo, 
portanto, repassadas de uma forma ou outra para a descendência” (Azambuja, 2004, p. 
125).
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Visto que o abuso sexual é um problema de responsabilidade pública, social e 
familiar, é essencial que haja mais práticas preventivas e novas pesquisas dentro dessa área, 
como também intensificar mais o trabalho desenvolvido com as próprias vítimas, 
ampliando os serviços de acolhimento e escuta terapêutica. 
O foco nas equipes multidisciplinares é uma boa estratégia nesse acolhimento, onde 
se faz necessário que valorizem o papel do psicólogo neste processo de escuta, uma vez que 
este profissional poderá possibilitar um resgate de detalhes através do vínculo de confiança, 
proporcionando um atendimento mais acolhedor, reduzindo os impactos e os receios da 
vítima, que após o trauma poderá ter dificuldades em estabelecer relações com os demais, já 
que sua confiança nos outros está fragilizada. 
007
profissional, poderá deixar transparecer seus reais sentimentos e detalhes vividos em sua 
experiência. O trauma vivido por essas crianças e adolescentes geralmente perpetuam por 
toda sua vida, e muitas vezes, infelizmente, em alguns casos podem influenciá-los a cometer 
os mesmos abusos ao chegarem à idade adulta, como defende Azambuja (2004) no trecho 
“as experiências ficam marcadas na herança genética e nos padrões de vínculo, sendo, 
portanto, repassadas de uma forma ou outra para a descendência” (Azambuja, 2004, p. 

Por meio deste breve estudo, espera-se futuramente aprofundar mais estas reflexões 
e construir mais pesquisas dentro desta temática. De antemão, o conteúdo aqui apresentado 
servirá como base para um estudo mais elaborado que visa esclarecer o papel do psicólogo 
no processo de escuta de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, onde é importante 
ressaltar que a intervenção do psicólogo é essencial na reconstrução da vida da criança, pois 
valoriza a infância perdida e busca a superação dos traumas sofridos durante este ato de 
violência.
008
ABUSO SEXUAL INFANTIL – CRIANÇA X ABUSO SEXUAL
RESUMO
Até muito recentemente, o abuso sexual de crianças era tratado como um assunto proibido 
na sociedade. Entretanto, de alguns anos pra cá esse tabu vem sendo quebrado, principalmente 
por conta da ação dos movimentos feministas, visto ser a mulher a vítima mais comum. E o que 
tem sido encontrado é alarmante, não apenas em freqüência de tais práticas, mas também em 
termos de conseqüências biopsicossociais. A criança, além de todo o sofrimento durante o abuso 
sexual, pode sofrer danos a curto e longo prazo; e uma simples intervenção precoce e efetiva 
pode modificar todo o desenvolvimento da criança. O “poder masculino” na relação de gênero, 
ou seja, o fato do homem ainda possuir o papel de patrão, de dono e de ser superior à mulher, é 
fator determinante da violência contra crianças, baseada numa cultura adultocêntrica (o adulto 
sabe tudo, pode tudo). 
O abuso sexual se caracteriza como um ato de violência praticado quando alguém se utiliza 
de uma criança para sentir prazer sexual e é caracterizado como toda ação que envolver a questão 
do prazer sexual quando a criança não for capaz ou não tiver idade para compreender, 
consequentemente provocando culpa, vai auto-estima, problemas com a sexualidade, dificuldade 
em construir relações duradouras e falta de confiança em si e nas pessoas. Com tudo isso, sua 
visão do mundo e dos relacionamentos se torna muito diferente do jeito das outras pessoas. 
Diante do exposto, após tomar conhecimento de uma situação de abuso sexual é importante 
amparar a vitima, dando apoio, amizade e transmitindo segurança, pois esta criança poderá estar 
com sua confiança abalada e geralmente não acredita quem alguém possa ajudá-la e procurar 
ajuda para que possa ser denunciado o caso, pois é denunciando que podemos combater o 
009
RESUMO
Até muito recentemente,o abuso sexual de crianças era tratado como um assunto proibido 
na sociedade. Entretanto, de alguns anos pra cá esse tabu vem sendo quebrado, principalmente 
por conta da ação dos movimentos feministas, visto ser a mulher a vítima mais comum. E o que 
tem sido encontrado é alarmante, não apenas em freqüência de tais práticas, mas também em 
termos de conseqüências biopsicossociais. A criança, além de todo o sofrimento durante o abuso 
sexual, pode sofrer danos a curto e longo prazo; e uma simples intervenção precoce e efetiva 
pode modificar todo o desenvolvimento da criança. O “poder masculino” na relação de gênero, 
problema, a omissão, além de permitir a continuidade do abuso e da impunidade do abuso e da 
impunidade, também é crime, punido por lei. 
Entretanto, fechar os olhos, colar de fingir que o abuso sexual de crianças “só pode 
acontecer na familia dos outros”e o mesmo que negar sua existência. Deixar de denunciar só 
favorece sua perpetuação. 
Palavras-chave: abuso sexual infantil, família, comportamento social e escolar, seqüelas 
1.INTRODUÇÃO
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. 8.069/90) art.º 5, 18, 
130, 245 e 250, como o caput de extraordinário e seminal artigo 227 da Constituição 
Federal: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 1
Em 1923 teve inicio a grande caminhada da comunidade internacional em favor dos 
Direitos da Criança. Nesse ano, a União Internacional “Save the Children” redigiu e aprovou um 
documento conhecido como Declaração de Genebra, continham nessa Declaração de cinco 
pontos os princípios básicos da proteção à infância. 
Sem querer entrar na esfera do inconsciente, pois sabemos que nele existem coisas só 
nossas, e lembrando o que Freud queria dizer com “traumas de infância”, fatores que vêm 
interferir quando já se é adulto, e que têm levado milhares de pessoas a buscar um 
analista, um psicoterapeuta, uma religião, ou o uso de mecanismos de defesa do ego 
constantes. Para que a pessoa continue a viver, não digo bem, mas satisfatoriamente, 
consigo mesma........ 2
010
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. 8.069/90) art.º 5, 18, 
130, 245 e 250, como o caput de extraordinário e seminal artigo 227 da Constituição 
Federal: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 
Em 1923 teve inicio a grande caminhada da comunidade internacional em favor dos Em 1923 teve inicio a grande caminhada da comunidade internacional em favor dos Em 1923 teve inicio a grande caminhada da
Direitos da Criança. Nesse ano, a União Internacional “Save the Children” redigiu e aprovou um 
documento conhecido como Declaração de Genebra, continham nessa Declaração de cinco 
pontos os princípios básicos da proteção à infância. 
A violência é um fenômeno social global, considerando como um problema de saúde 
pública que perpassa as diferentes classes sociais, culturas, relações de gênero, raça e etnia. As 
relações interpessoais são situações em que podem ocorrer violência, caracterizando a violência 
interpessoal. 
Trata-se de uma situação muito mais freqüente do que a sociedade imagina, ou do que 
parece. É considerado violência mesmo quando o abusador não usa força física, já que a criança 
é dependente e o adulto tem domínio sobre ela. 
O objetivo desse artigo é abordar o abuso sexual infantil, tendo como problema entender o 
porquê as crianças se calam diante de tamanha atrocidade, apontando quais os possíveis efeitos 
causado pelo abuso à criança, tendo como metodologia uma pesquisa teórica. 
Este estudo poderá evidenciar que para enfrentar a violência sexual é imprescindível 
compreender o fenômeno, reconhecer que o problema existe e intervir precocemente. Para isso é 
necessário uma mobilização da sociedade, envolvimento da familia, do interesse mobilização do 
estado na implementação das políticas públicas de prevenção e proteção efetiva. Além da 
garantia de uma assistência integral, em rede e interdisciplinar para impedir que as crianças 
sejam abusadas ou sexualmente exploradas. Promover as condições necessárias para que possam 
exercer a sua sexualidade de forma segura e saudável. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Abuso sexual Infantil 
O Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) acredita que a 
informação é fundamental para o conhecimento dos direitos da crianças e adolescentes para que 
possam lutar pela sua efetivação. Até muito recentemente, o abuso sexual de crianças era tratado 
como um assunto proibido na sociedade. Entretanto, de alguns anos pra cá esse tabu vem sendo 
quebrado, o alvo mais comum dos abusos sexuais são as mulheres, evidente que não se podem 
deixar de lado os do sexo masculino que hoje estão sendo alvo desses abusos. E o que tem sido 
encontrado é alarmante, não apenas em freqüência de tais práticas, mas também em termos de 
conseqüências biopsicossociais. A criança, além de todo o sofrimento durante o abuso sexual, 
pode sofrer danos a curto e longo prazo; e uma simples intervenção precoce e efetiva pode ter 
impacto decisivo, em longo prazo, no crescimento e desenvolvimento da criança e um efeito 
positivo em todo o funcionamento. 
Em tese, define-se Abuso Sexual como qualquer conduta sexual com uma criança levada a 
cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto pode significar, além da penetração 
vaginal ou anal na criança, também tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os 
011
estado na implementação das políticas públicas de prevenção e proteção efetiva. Além da 
garantia de uma assistência integral, em rede e interdisciplinar para impedir que as crianças 
sejam abusadas ou sexualmente exploradas. Promover as condições necessárias para que possam 
exercer a sua sexualidade de forma segura e saudável. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Abuso sexual Infantil 
O Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) acredita que a 
genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os 
genitais do adulto com a criança, muitas vezes a família não acredita no que falam as crianças e 
os adolescentes, só acreditam quando ocorre o sangramento genital. Às vezes ocorrem outros 
tipos de abuso sexual que chamam menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um 
adulto a uma criança, incitar a criança, incentivar a ver revistas ou filmes pornográficos, ou 
utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno, o que muitas vezes ocorrem é a 
presença da criança nos atos sexuais em si, não como participantes, o que favorece essa 
participação é devido ao ambiente familiar não terem condições de privacidade, faz com que as 
crianças participem passivamente dos atos sexuais dos pais. 
Vários fatores concorrem para dificultar a identificação desses casos, muitas vezes à criança 
chegam à escola com um comportamento estereotipado, não tem uma atenção direcionada dos 
colaboradores, motivo: dos pais já chegarem com um discurso que essa criança é muito danada, é 
muito inquieta, é muito chorona, tem dificuldade de concentração e aprendizagem, tem 
dificuldade de fazer amizades, tem uma agressividade excessiva, é muito rebelde. O terror e 
medo de algumas pessoas ou alguns lugares fazem com que essas crianças não queiram ir à 
escola, lugares públicos, etc. 
Em geral, aqueles que abusamsexualmente de crianças podem fazer com que suas vítimas 
fiquem extremamente amedrontadas de revelar suas ações, incutindo nelas uma série de 
pensamentos torturantes, tais como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por 
isso, a criança não consegue dizer que esta sendo molestada até obter confiança suficiente, mas 
dá indícios que algo de errado está acontecendo. Nos desenhos feitos por crianças e adolescentes 
molestadas sexualmente está sempre presente a figura de um animal devorador ou de uma figura 
humana gigantesca, ao passo que eles frequentemente se colocam como figuras muito pequenas, 
o que expressa os sentimentos, como também, aparecem as representações que fazem do conto de
fadas “Chapeuzinho Vermelho”, onde a identificação com “Chapeuzinho” se faz presente na
impotência diante do “Lobo Mau”.
“Ele aparece no meu sonho entrando em minha cada para me pegar. Eu fico com muito 
medo, porque ele pode me pegar à força.....” (R.M. nove anos, 2002). 
“Eu tentei sair, mas ele era muito grande, gordo e forte, e eu não pude fazer nada.....” (A.C. 
oito anos, 2001). 
Alguns sinais nas mudanças de comportamento quando apresentados devem ser observados 
por parte das pessoas mais próximas, como por exemplo, a família, que pode detectar algo 
estranho na criança abusada sexualmente.
012
dificuldade de fazer amizades, tem uma agressividade excessiva, é muito rebelde. O terror e 
medo de algumas pessoas ou alguns lugares fazem com que essas crianças não queiram ir à medo de algumas pessoas ou alguns lugares fazem com que essas crianças não queiram ir à medo de algumas pessoas ou alguns lugares fazem
escola, lugares públicos, etc. 
Em geral, aqueles que abusam sexualmente de crianças podem fazer com que suas vítimas 
fiquem extremamente amedrontadas de revelar suas ações, incutindo nelas uma série de 
pensamentos torturantes, tais como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por 
isso, a criança não consegue dizer que esta sendo molestada até obter confiança suficiente, mas 
dá indícios que algo de errado está acontecendo. Nos desenhos feitos por crianças e adolescentes 
molestadas sexualmente está sempre presente a figura de um animal devorador ou de uma figura 
humana gigantesca, ao passo que eles frequentemente se colocam como figuras muito pequenas, eles frequentemente se colocam como figuras muito pequenas, eles frequentemente se colocam
o que expressa os sentimentos, como também, aparecem as representações que fazem do conto de
fadas “Chapeuzinho Vermelho”, onde a identificação com “Chapeuzinho” se faz presente na
2.2 Família
“A transmissão é a capacidade dada a uma pessoa de dispor de certos números de certezas 
ou, ao menos, de informações sobre o que é uma família, a sua família, de tal modo que 
ela possa articular seu próprio projeto fundador, seja em continuidade seja em ruptura 
com a geração precedente: a transmissão da capacidade de transmitir. A ferramenta da 
transmissão é a memória: no caso, a memória familiar.. 3
A família sempre teve um importante papel por sua função socializadora. O grupo 
familiar constituiu o grupo de participação e de referencia fundamental e é por isso que os 
valores desse grupo constituem bases significativas na orientação da criança, quer a família atue 
como grupo positivo de referência, quer opere como grupo negativo de referência. Para Erich 
Fromm (1990), “o amor não é uma relação comum uma pessoa especifica: é uma atitude, uma 
orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e 
não para com um objeto de amor”. “O amor é preocupação ativa pela vida e crescimento daquilo 
que amamos”. A relação familia criança refere-se ao cuidado das necessidades físicas e 
emocionais. Os efeitos organizadores e desorganizadores das emoções estão no cotidiano da 
criança, na familia. 
No Relatório de Pesquisa de Campo realizado em Dezembro de 2002 pelo Cendhec – 
Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social, “através de pergunta aberta, que os 
entrevistados precisassem onde ocorrem a violência sexual no seu município, obtivemos diversas 
respostas, sendo que do total de entrevistados a “residência” apareceu como um local de maior 
índice (22), além de postos de gasolina (13), casa de prostituição (10), estradas/BR (7), bares e 
praças(6), e outros com números menores significativos. “Levantamento realizado pelo 
Laboratório de Estudos da Criança/USP entre 1996 e 2002 registrou mais de seis mil ocorrências 
de violência sexual contra crianças e adolescentes, sendo 73% praticadas contra meninas. Já a 
Abrapia (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência) recebeu 
só em 2002, mais de 1.500 denúncias de Abuso Sexual, sendo que 58% dos casos aconteceram 
dentro da família da vítima”. 4
Com base nessas pesquisas o agressor, geralmente, é uma pessoa conhecida em que se 
confia e ama, mas também pode ser um desconhecido, abuso sexual às crianças pode de fato 
acontecer muitas vezes dentro de casa, no ambiente familiar, através do pai, do padrasto, do 
irmão ou outro parente qualquer, essa fato dificulta ainda mais que a criança fale sobre com 
medo de sofrer ameaças por parte do agente agressor. Outras vezes ocorre no ambiente externo, 
013
orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e 
não para com um objeto de amor”. “O amor é preocupação ativa pela vida e crescimento daquilo 
que amamos”. A relação familia criança refere-se ao cuidado das necessidades físicas e 
emocionais. Os efeitos organizadores e desorganizadores das emoções estão no cotidiano da 
criança, na familia. 
No Relatório de Pesquisa de Campo realizado em Dezembro de 2002 pelo Cendhec – 
Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social, “através de pergunta aberta, que os 
entrevistados precisassem onde ocorrem a violência sexual no seu município, obtivemos diversas 
respostas, sendo que do total de entrevistados a “residência” apareceu como um local de maior 
índice (22), além de postos de gasolina (13), casa de prostituição (10), estradas/BR (7), bares e 
praças(6), e outros com números menores significativos. “Levantamento realizado pelo 
Laboratório de Estudos da Criança/USP entre 1996 e 2002 registrou mais de seis mil ocorrências 
digo, fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo mais velho, de uma pessoa que toma 
conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido. 
Acontecem nas diferentes classes sociais. 
2.3 Comportamento Social e Escolar 
No inicio, a totalidade do processo de desenvolvimento ocorre devido a tendências 
herdadas tremendamente vitais em direção ao desenvolvimento – à integração, ao 
crescimento: a coisa que um dia faz a criança querer andar e assim por diante. Se houver 
uma provisão ambiental satisfatória, essas coisas ocorrem com a criança. Porém, se o 
ambiente facilitador não for satisfatório, rompe-se a linha da vida, e as tendências 
herdadas, muito poderosas, não podem levar a criança à plenitude pessoal. 5
Quando esse ambiente não está favorável à criança por diversos motivos faz com que o 
social fique comprometido juntamente com a aprendizagem. Contudo, a criança não consegue 
interagir com os amigos na escola, tem receio de falar com os adultos e sempre esta com olhar de 
desconfiança. Vários sintomas comportamentais, psicológicos e físicos aparecem na criança 
sexualmente abusada. 
Existem alguns comportamentos emocionais, quando apresentados, também devem ser 
investigados, como: choro excessivo sem razão aparente; irritabilidade ou agitação extrema na 
criança; fracasso no desenvolvimento; regressão a etapas do desenvolvimento anteriormente já 
ultrapassadas como: enurese, chupar o dedo, falar como bebê; fugas constantes e resistência para 
voltar para casa; mudanças repentinas de comportamento; comportamento abaixo do esperado 
para a idade; tentativa de suicídio; problemas de sono (pesadelos, insônia); tristeza profunda, 
comportamento amuado,isolamento, dificuldade de aprendizagem e de concentração; sentimento 
profundo de insegurança, culpa, presença de medo como: medo do escuro, de ir para cama, ser 
deixado com certas pessoas, etc. Brincadeira repetitiva de sexo com bonecas, brinquedos, 
animais, com outras pessoas ou sozinha. Essa brincadeira geralmente tende a ser bastante 
específica, pois a criança simula o que aconteceu com ela. Este tipo de brincadeira ultrapassa os 
limites da exploração sexual normal para a sua idade; masturbação excessiva, chegando ao grau 
de irritar os órgãos genitais ou comportamento repetitivo, incessante, em público; apego 
excessivo e particularmente a certos adultos; mudança nos hábitos alimentares, tanto aumento 
como diminuição do apetite e Conhecimento explícito de atos sexuais, acima do nível de 
desenvolvimento normal para a idade. 
5 Em Tudo Começa em Casa de D.W.Winnicott, pág. 139 O ambiente facilitador se tornar uma questão de 
relação interpessoal, começa com o crescimento e a notar a existência de outras pessoas, esse ambiente 
requer uma qualidade humana em direção à integração da personalidade em corpo e mente e em direção 
ao relacionamento objetal. 
014
Quando esse ambiente não está favorável à criança por diversos motivos faz com que o 
social fique comprometido juntamente com a apsocial fique comprometido juntamente com a apsocial fique comprometido juntamente com rendizagem. Contudo, a criança não consegue 
interagir com os amigos na escola, tem receio de falar com os adultos e sempre esta com olhar de 
desconfiança. Vários sintomas comportamentais, psicológicos e físicos aparecem na criança 
sexualmente abusada. 
Existem alguns comportamentos emocionais, quando apresentados, também devem ser 
investigados, como: choro excessivo sem razão aparente; irritabilidade ou agitação extrema na 
criança; fracasso no desenvolvimento; regressão a etapas do desenvolvimento anteriormente já 
ultrapassadas como: enurese, chupar o dedo, falar como bebê; fugas constantes e resistência para 
voltar para casa; mudanças repentinas de comportamento; comportamento abaixo do esperado 
para a idade; tentativa de suicídio; problemas de sono (pesadelos, insônia); 
comportamento amuado, isolamento, dificuldade de aprendizagem e de concentração; sentimento 
A criança cria uma imagem distorcida do corpo e problemas relacionados, tais como 
medo de tomar banho com outros, medo de outros verem-na despida, muitas vezes chegam a usar 
várias camadas de roupas para esconder o corpo. “Adorava tomar banho e no dia que sofreu o 
abuso chorava muito dizendo que não ia tomar banho, cobrindo o sexo com a mão. Não queria 
mais entrar em casa e nem deitar na cama. Com a genitália vermelha e cortada, não queira que 
chamassem o pai, mas contou tudo que aconteceu sobre a ameaça que sofreu”(mãe de J.M, 2005) 
2.4 Sequelas.
Geralmente em todos os casos que a criança e adolescente que vivenciam uma situação de 
violência sexual demonstram sentimentos de culpa, como se fossem responsáveis pelo abuso que 
sofreram. Ainda existe um sentimento muito comum com essas crianças que é o medo das 
ameaças sofridas. A insegurança relacionada a uma incerteza de que não serão acreditadas. Por 
tanto, dentre os sintomas psicologicos existem as seqüelas físicas temos: dor abdominal crônica, 
enurese, encoprese, infecção recorrente do trato urinário, corrimento vaginal, erupção nos 
genitais, dano anogenital, queixa anal, dificuldade se sentar, muitas idas ao banheiro, 
principalmente em vítimas do sexo masculino (fissuras, constipação) e às vezes chegam a 
engravidar na adolescência. 
Os sintomas ao longo dos tempos, na fase adolescência/adulta, são mais freqüentemente 
associados com abuso sexual prévio, encontram-se: distúrbios psicológicos e psicossomáticos, 
frigidez, vaginismo, promiscuidade sexual, impotência, pedofilia e pederastia, dificuldade sexual 
no casamento, incesto, prostituição, homossexualismo, uso de drogas, delinqüência juvenil, baixa 
auto-estima, depressão, sintomas conversivos e dissociativos, automutilação e múltiplas 
tentativas de suicídio. Como também podemos ver problemas no desenvolvimento da 
personalidade, como: sensação de impotência, medo e ansiedade associados, sentimentos de 
traição (desconfiança, hostilidade e raiva nos relacionamentos), auto-acusação (vergonha, culpa e 
auto-esvalorização), baixa auto-estima como a dificuldade com a colocação de limites para si e 
na interação com os outros, confusão de papéis no relacionamento interpessoal. 
Os problemas comportamentais da ao longo do tempos para crianças/adolescentes 
abusados sexualmente são dentes eles: comportamento sexual inapropriado para idade e nível de 
desenvolvimento (comparado com a média das crianças e adolescentes da mesma faixa etária e 
do mesmo meio sócio-cultural e no mesmo momento histórico): comportamento excessivamente 
sexualizado ou erotizado; promiscuidade sexual; homossexualidade; disfunções sexuais; aversão 
a sexo; comportamento impulsivo (sexual, abuso de álcool/drogas); conduta auto-mutilatória 
(cortar-se, queimar-se, fincar-se, até tentativa de suicídio); fuga de casa; depressão; 
transtornos de conduta (mentira, roubo, violência física ou sexual, atear fogo, invadir 
propriedade); sintomas dissociativos (como amnésia) ou conversivos (sintomas sugerindo a 
015
ameaças sofridas. A insegurança relacionada a uma incerteza de que não serão acreditadas. Por 
tanto, dentre os sintomas psicologicos existem as seqüelas físicas temos: dor abdominal crônica, 
enurese, encoprese, infecção recorrente do trato urinário, corrimento vaginal, erupção nos 
genitais, dano anogenital, queixa anal, dificuldade se sentar, muitas idas ao banheiro, 
principalmente em vítimas do sexo masculino (fissuras, constipação) e às vezes chegam a principalmente em vítimas do sexo masculino (fissuras, constipação) e às vezes chegam a principalmente em vítimas do sexo masculino (f
engravidar na adolescência. 
Os sintomas ao longo dos tempos, na fase adolescência/adulta, são mais freqüentemente 
associados com abuso sexual prévio, encontram-se: distúrbios psicológicos e psicossomáticos, 
frigidez, vaginismo, promiscuidade sexual, impotência, pedofilia e pederastia, dificuldade sexual 
no casamento, incesto, prostituição, homossexualismo, uso de drogas, delinqüência juvenil, baixa 
auto-estima, depressão, sintomas conversivos e dissociativos, automutilação e múltiplas 
tentativas de suicídio. Como também podemos ver problemas no desenvolvimento da 
presença de um problema médico na ausência de achados compatíveis, como crises parecendo 
epilepsia); isolamento afetivo (parece indiferente, anestesiada frente aos eventos da vida); 
dificuldade de aprendizagem; fobias; isolamento social; irritabilidade; ansiedade; transtornos do 
sono e da alimentação (como obesidade, anorexia, bulimia). 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que é abuso sexual (violência) e exploração sexual contra criança e adolescentes? É 
quando alguém de mais idade faz uso do corpo de uma criança ou de um adolescente, buscando 
sentir prazer sexual. Essa violência pode se expressar de duas formas: a agressão e o abuso 
sexual. O agente agressor faz uso da coação física ou psicológica no primeiro caso, como no 
estupro, já no segundo caso o agressor seduz a criança, como é o caso do pedófilo para poder 
praticar o sexo, podem ser tanto meninos como meninas. Aquilo que acontece é tão terrível que 
não pode ser falado, toma uma proporção enorme e é mais difícil de ser elaborado como uma 
parte da vida. Segue, assim, interferindo em todas as áreas do funcionamento do individuo 
(escola, família, relacionamentos). 
Faz com que criança não mantenha interação com familiares, amigos ou mesmo na escola 
(tem dificuldade para adquirir conhecimentos), podem afetar o desenvolvimento psicológico da 
criança, nas reações emocionais utilizadas para sobreviver à avassaladora agressão do abuso. 
Pode assim paralisar o desenvolvimento emocional e a evolução da aquisição progressiva 
de capacidadespara resolver de forma independente os problemas do dia-a-dia da vida e lidar 
com suas próprias angústias, confiando cada vez mais em si. 
Assim, para prevenção do abuso sexual infantil deve começar logo nos primeiros anos 
com o esclarecimento da criança sobre o seu corpo e sua sexualidade. É preciso que a criança 
esteja segura para dizer “não”, quando alguém de mais idade quiser tocar determinadas partes do 
seu corpo. Os pais precisam estar atentos para saber quem está ficando com seus filhos em casa 
ou nos momentos de lazer, as mães ou pais que tem filhos que não são do conjugue atual tem que 
está atento(a) para as possíveis abordagem. 
É importante criar o hábito de conversar com filhos e filhas, onde eles possam sentir-se a 
vontade para conversarem tudo que quiserem, sobre tudo e, principalmente, sobre algo que lhes 
provoquem tanto medo. Nesse caso há necessidade do carinho e o respeito, escutando o que eles 
dizem como também é necessário atenção nos comportamentos e nas atitudes, quando denotam o 
que estão sofrendo, para que, conversando com eles, possamos evitar atos violentos por parte de 
quem deveria protegê-los e respeita-los. 
016
praticar o sexo, podem ser tanto meninos como meninas. Aquilo que acontece é tão terrível que 
não pode ser falado, toma uma proporção enorme e é mais difícil de ser elaborado como uma 
parte da vida. Segue, assim, interferindo em todas as áreas do funcionamento do individuo 
(escola, família, relacionamentos). 
Faz com que criança não mantenha interação com familiares, amigos ou mesmo na escola 
(tem dificuldade para adquirir conhecimentos), podem afetar o desenvolvimento psicológico da 
criança, nas reações emocionais utilizadas para sobreviver à avassaladora agressão do abuso. 
Pode assim paralisar o desenvolvimento emocional e a evolução da aquisição progressiva 
de capacidades para resolver de forma independente os problemas do dia-a-dia da vida e lidar 
com suas próprias angústias, confiando cada vez mais em si. 
Assim, para prevenção do abuso sexual infantil deve começar logo nos primeiros anos 
rpo e sua sexualidade. É preciso que a criança 
CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DO ABUSO SEXUAL 
INFANTIL NA VIDA ADULTA 
RESUMO 
O presente trabalho se baseia em pesquisas bibliográficas e exploratória com o propósito de 
compreender o contexto, as circunstâncias e os impactos que o abuso sexual a crianças e 
adolescentes podem gerar ao longo de suas vidas. Faz-se necessário apresentar questões que 
podem influenciar na vida adulta devido às experiências sentidas na infância como a 
vulnerabilidade, abusos emocionais, físicos, eventos estressores que ocorrem comumente em 
situações de maus tratos gerando traumas ou transtornos psicopatológicos associados ao 
desenvolvimento psicossexual, psicossocial. Em seu meio familiar quando é acometido pela 
violação, o vínculo afetivo familiar pode ser prejudicial para a vítima, que pode dificultar o 
desenvolvimento da sua relação com o que está a sua volta e consigo mesma. É importante 
observar, cuidar e encaminhar para tratamento as pessoas que estão vivenciando os impactos 
que esta violência traz, sendo um problema de saúde pública, devido à alta incidência 
epidemiológica e às graves consequências dela decorrentes.
INTRODUÇÃO
O abuso sexual infantil é tratado atualmente como um problema de saúde
pública, pois tem uma alta taxa de prevalência e suas consequências podem ser 
017
vulnerabilidade, abusos emocionais, físicos, eventos estressores que ocorrem comumente em 
situações de maus tratos gerando traumas ou transtornos psicopatológicos associados ao 
lvimento psicossexual, psicossocial. Em seu meio familiar quando é acometido pela 
violação, o vínculo afetivo familiar pode ser prejudicial para a vítima, que pode dificultar o 
desenvolvimento da sua relação com o que está a sua volta e consigo mesma. É im
observar, cuidar e encaminhar para tratamento as pessoas que estão vivenciando os impactos 
que esta violência traz, sendo um problema de saúde pública, devido à alta incidência 
epidemiológica e às graves consequências dela decorrentes.
graves para a vítima, seus familiares e sociedade. Os estudos referentes ao tema 
são recentes e o interesse na pesquisa se iniciara apenas nos últimos quarenta 
anos (COGO et al., 2011). 
Na antiguidade, a criança era vista de maneira diferente, não havia padrões 
afetivos como os atuais no relacionamento com os filhos, eles eram vistos como 
um problema ou como objetos de pertença, com os quais os pais poderiam fazer 
o que quisessem. Somente no século XX as crianças começaram a ser vistas
como seres dependentes dos pais e passou-se a entender que estes deveriam 
dar todo suporte às suas necessidades e prover um desenvolvimento saudável. 
Dessa forma, compreende-se que a preocupação com o bem-estar e o 
desenvolvimento da criança é algo contemporâneo (BATISTA, 2009). 
O abuso sexual de crianças e adolescentes é umas das formas de 
violência mais preocupantes hoje no Brasil. Diversos estudos conceituam o abuso 
sexual como uma relação onde o agressor seja sexualmente mais adiantado que 
a criança ou o adolescente. Ocorre por meio de práticas sexuais, utilizando-se de 
violência física, indução ou ameaça, variando desde atos que não envolvam 
contato físico até variadas ações envolvendo penetração ou não. É um fenômeno 
de funcionamento específico, que se inicia sutilmente, e à medida que o abusador 
ganha a confiança da vítima, vai começando os contatos sexuais, tornando-se 
mais íntimos. O fato de o abuso sexual ser feito sem a violência física está 
relacionado com a confiança e a lealdade que a criança tem no abusador, este, 
que se utiliza desse fato para ter o silêncio da vítima (SANTOS; DELL’AGLIO, 
2010). 
Os danos causados pelo abuso são complexos e sua intensidade podem 
variar de acordo com o contexto no qual a criança está inserida, podendo durar 
por toda a vida. A criança abusada pode ter seu desenvolvimento cognitivo, 
afetivo e social afetado; quanto mais cedo a vítima revelar a violência e receber o 
devido tratamento, maiores são as possibilidades de atenuar os efeitos causados 
pelo abuso (SIEBRA et al., 2019). 
018
desenvolvimento da criança é algo contemporâneo (BATISTA, 2009). 
O abuso sexual de crianças e adolescentes é umas das formas de 
violência mais preocupantes hoje no Brasil. Diversos estudos conceituam o abuso 
sexual como uma relação onde o agressor seja sexualmente mais adiantado que 
a criança ou o adolescente. Ocorre por meio de práticas sexuais, utilizando-se de 
violência física, indução ou ameaça, variando desde atos que não envolvam 
contato físico até variadas ações envolvendo penetração ou não. É um fenômeno 
de funcionamento específico, que se inicia sutilmente, e à medida que o abusador 
ganha a confiança da vítima, vai começando os contatos sexuais, tornando-se 
mais íntimos. O fato de o abuso sexual ser feito sem a violência física está 
relacionado com a confiança e a lealdade que a criança tem no abusador, este, 
Essa experiência traumática é um fator de risco para o desenvolvimento de 
psicopatologias, como transtornos de ansiedade, de humor e de personalidade, 
além de interferir em outros âmbitos da vida (HABIGZANG et al., 2005).
Esta pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica e 
exploratória a respeito do Abuso Sexual Infantil e sua repercussão na vida adulta, 
especificamente identificar o desenvolvimento e a permanência de transtornos 
psicológicos em vítimas de abuso sexual na infância. Para isso, será necessário 
descrever o conceito de abuso sexual infantil, compreender as circunstâncias e os 
desdobramentos do abuso para a criança e verificar os efeitos a longo prazo do 
abuso infantil. A revisão da literatura é narrativa, compreendendo que esta, 
segundo Mattos (2015 p. 2) “não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a 
busca e análise crítica da literatura”, foram usados artigos acadêmicos 
disponibilizadosno Google Acadêmico e para a busca as palavras chave “abuso 
sexual infantil”, “trauma”, “transtorno”, “vida adulta”, “consequências” e sinônimos, 
sendo utilizado materiais das áreas da saúde e sociais, especificamente da 
psiquiatria e psicologia. 
O assunto se mostra relevante, visto que o abuso sexual infantil é um tema 
que tem sido muito discutido e seu combate tem se intensificado nos últimos anos 
através de campanhas e portais de denúncias como o Disque 100. Dados 
disponibilizados pelo Governo Federal (2019) revelam que o abuso sexual e a 
exploração sexual foram as violações mais notificadas para a faixa etária de 
crianças e adolescentes em 2019, grande parte das vítimas tem entre 4 a 11 anos 
e a maioria dos abusos são cometidos dentro de casa, com padrasto, madrasta e 
pai como as figuras abusadoras que aparecem com mais frequência. (BRASIL, 
2019) 
Segundo Santos e Dell'aglio (2010), por essa relação de proximidade e do 
poder exercido sobre a vítima, os abusos podem ser mantidos em segredo por 
muitos anos, muitos casos não são sequer notificados. A soma da violação com o 
vínculo afetivo familiar pode ser devastadora a vida da criança, podendo afetar 
019
segundo Mattos (2015 p. 2) “não utiliza critérios explícitos e sistemáticos para a 
busca e análise crítica da literatura”, foram usados artigos acadêmicos 
disponibilizados no Google Acadêmico e para a busca as palavras chave “abuso 
sexual infantil”, “trauma”, “transtorno”, “vida adulta”, “consequências” e sinônimos, 
sendo utilizado materiais das áreas da saúde e sociais, especificamente da 
psiquiatria e psicologia. 
O assunto se mostra relevante, visto que o abuso sexual infantil é um tema 
que tem sido muito discutido e seu combate tem se intensificado nos últimos anos 
através de campanhas e portais de denúncias como o Disque 100. Dados 
disponibilizados pelo Governo Federal (2019) revelam que o abuso sexual e a 
exploração sexual foram as violações mais notificadas para a faixa etária de 
seu desenvolvimento físico e psicológico, alterando sua maneira de enxergar o 
mundo, suas relações e a si própria (COGO et al., 2011). 
Essas questões podem ser levadas para a vida adulta, essa 
vulnerabilidade experienciada na infância está associada a ao desenvolvimento 
de transtornos psicopatológicos (KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016). 
REFERÊNCIAL TEÓRICO
VIOLÊNCIA IN ANTIL E ABUSO SEXUAL IN ANTIL
O abuso sexual infantil é apontado como um grave problema de saúde 
pública, pela grande ocorrência da violência e pelas consequências físicas, 
psicológicas e sociais para o indivíduo, para a família e para a sociedade (COGO 
et al., 2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde (2016), violência é: 
O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, 
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma 
comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em 
lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou 
privação (OMS, 2016 p. 16). 
A violência infantil possui um vasto processo histórico, com diferentes 
transformações até os dias atuais, a cada ano vêm se intensificando as agressões 
contra crianças e adolescentes no nosso país. Sabemos que a violência sofre 
influência de diversas culturas, épocas, locais e realidades muito diferentes. 
Sendo cada vez mais complexas, e apresentando sob diferentes formas, a 
violência existe desde quando o homem vive sobre a Terra. (PASCOLAT et al., 
2010). 
Historicamente, a violência infantil sempre esteve associada à ação 
educativa, virando um problema histórico-cultural, percorrendo de década em 
década até os dias atuais. Ressalta Pascolat (2001) “quando se tentou identificar 
o motivo pelo qual se gerou a violência contra a criança, a maioria dos agressores
020
O abuso sexual infantil é apontado como um grave problema de saúde 
pública, pela grande ocorrência da violência e pelas consequências físicas, 
psicológicas e sociais para o indivíduo, para a família e para a sociedade (COGO 
et al., 2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde (2016), violência é: 
O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, 
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma 
comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em 
lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou 
privação (OMS, 2016 p. 16). 
A violência infantil possui um vasto processo histórico, com diferentes 
transformações até os dias atuais, a cada ano vêm se intensificando as agressões 
alegou a necessidade de colocação de limites como forma de educação” 
(PASCOLAT et al., 2001, p.37). 
Nas antigas civilizações, as crianças eram maltratadas por meio do 
infanticídio, usado para matar crianças que nasciam com deficiências físicas, para 
equilibrar os sexos, como medidas econômicas e por motivos religiosos, e quando 
não aguentavam as longas caminhadas eram abandonadas ou mortas. (ARAKAKI 
et al., 2019). 
Desde a antiguidade, a maioria dos casos de violência infantil acontece no 
ambiente familiar, contradizendo o papel de proteção que a família deveria 
exercer (ARAKAKI et al., 2019). 
Diante disso, pode-se constatar que a violência não causa apenas 
prejuízos físicos, como também psicológicos ao indivíduo. Entre os tipos de 
violência à criança podem ser citados os maus-tratos, bullying, violência física, 
violência sexual, violência emocional ou psicológica e testemunhar violência 
(OMS, 2016). 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016), é considerado 
violência sexual: 
Inclui contato sexual não consensual, efetivado ou tentado; atos não 
consensuais de natureza sexual que não envolvem contato (tais como 
voyeurismo ou assédio sexual); atos de tráfico sexual cometidos contra 
alguém incapaz de recusar ou consentir; e exploração on-line (OMS, 
2016 p. 16). 
Para Rezende (2013, p. 92), esta “ação sexual tem por finalidade estimular 
sexualmente a criança no objetivo do agressor conseguir sua própria satisfação 
sexual”, o abusador pode iniciar o abuso com gestos pequenos que podem ser 
confundidos com carinho e progredir para contato íntimo e concretizar a violência 
sexual. Dessa forma, o abuso pode ser praticado com a violência sexual, através 
da penetração vaginal ou anal, com o uso ou não de objetos, masturbação, sexo 
oral ou interfemoral, ou sem o contato físico que abarca o voyerismo, 
exibicionismo, utilização de imagens pornográficas e conversas obscenas 
(SANTOS; DELL'AGLIO, 2010; REZENDE, 2013; HABIGZANG et al., 2005).
021
Diante disso, pode-se constatar que a violência não causa apenas 
prejuízos físicos, como também psicológicos ao indivíduo. Entre os tipos de 
violência à criança podem ser citados os maus-tratos, bullying, violência física, 
violência sexual, violência emocional ou psicológica e testemunhar violência 
(OMS, 2016). 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2016), é considerado 
violência sexual: 
Inclui contato sexual não consensual, efetivado ou tentado; atos não 
consensuais de natureza sexual que não envolvem contato (tais como 
voyeurismo ou assédio sexual); atos de tráfico sexual cometidos contra 
alguém incapaz de recusar ou consentir; e exploração on-line (OMS, 
2016 p. 16). 
Conforme Rezende (2013), o abuso sexual infantil pode ser praticado de 
diversas formas, acompanhado de violência física ou não, pode ser um ato 
permitido pela criança por uma falta de maturidade, conhecimento ou pela 
familiaridade que ela tem com o agressor. 
O abuso sexual infantil pode acontecer em contexto intrafamiliar ou 
extrafamiliar. O abuso sexual extrafamiliar é praticado por pessoa fora da 
formação familiar, mas que tem algum grau de proximidade com a criança, como 
um vizinho, um amigo da família ou professores. O abuso sexual intrafamiliar é 
praticado por um membro da família, como o tio, primo, padrasto ou pai, sendo 
este considerado incesto (SANTOS; DELL'AGLIO,2010; REZENDE, 2013; 
HABIGZANG et al., 2005).
O incesto é descrito por Cogo e colaboradores (2011, p.132) como sendo 
“caracterizado pela estimulação sexual intencional provocada por alguns dos 
membros do grupo que possuem vínculo parental. Assim, o que caracteriza o 
incesto é o abuso sexual e o vínculo familiar”, de forma que pode ser 
extremamente prejudicial ao desenvolvimento da criança: 
Sua devastação é maior do que as violências sexuais não incestuosas 
contra a criança, porque o incesto se insere nas constelações das 
emoções e dos conflitos familiares. Não há um estranho de que se possa 
fugir, não há uma casa para onde escapar. A criança não se sente mais 
segura nem mesmo em sua própria cama. A vítima é obrigada a 
aprender a conviver com o incesto, ele abala a totalidade do mundo da 
criança. O agressor está sempre presente e o incesto é quase sempre 
um horror contínuo para a vítima (COGO et al., 2011 p.132). 
Em grande parte dos casos o abuso é realizado por alguém do círculo de 
confiança da criança, pesquisas apontam que na maioria dos casos o abuso é 
realizado pela figura paterna, como o pai biológico ou padrasto, como revela 
Batista (2009): 
De acordo com o Sistema Nacional de Combate à Exploração Sexual 
Infanto-Juvenil, mais da metade das denúncias de ASI realizadas no 
período de 2000 a 2003 se caracterizaram como intrafamiliares, sendo 
que em 42% dos casos o pai foi apontado como o autor. Outros estudos 
apontam para o mesmo dado: o pai biológico é o principal agressor, 
seguido do padrasto e do tio. Esse dado abre espaço para a 
022
HABIGZANG et al., 2005).
O incesto é descrito por Cogo e colaboradores (2011, p.132) como sendo 
“caracterizado pela estimulação sexual intencional provocada por alguns dos 
membros do grupo que possuem vínculo parental. Assim, o que caracteriza o 
incesto é o abuso sexual e o vínculo familiar”, de forma que pode ser 
extremamente prejudicial ao desenvolvimento da criança: 
Sua devastação é maior do que as violências sexuais não incestuosas 
contra a criança, porque o incesto se insere nas constelações das 
emoções e dos conflitos familiares. Não há um estranho de que se possa 
fugir, não há uma casa para onde escapar. A criança não se sente mais 
segura nem mesmo em sua própria cama. A vítima é obrigada a 
aprender a conviver com o incesto, ele abala a totalidade do mundo da 
criança. O agressor está sempre presente e o incesto é quase sempre 
compreensão do baixo número de denúncias no mundo todo (BATISTA, 
2009 p.22). 
Tem-se uma estimativa que menos de 10% dos casos de abuso sexual 
infantil são devidamente denunciados e que demoram em média quatro anos para 
que a criança denuncie a violência quando o abusador é um membro da família e 
quando o abuso é frequente (BATISTA, 2009). 
Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2003) revelam 
que 3,2% das meninas e 13% dos meninos sofreram abuso sexual em Costa 
Rica. Já em Nicarágua, 26,0% para meninas e 20,0% para meninos. Uma 
investigação na Venezuela mostrou que a cada 100 vítimas de abuso sexual, 20 
são para menores que 6 anos. Os estudos apontam o abuso sexual e físico com 
maior frequência na população infantil (MARTINS; JORGE, 2010). 
Serviços de atendimento em São Paulo mostram que grande parte dos 
casos de violência contra crianças são por abuso sexual. Em Curitiba, a Rede de 
Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a violência 
mostra que 6,2% das notificações são de violência sexual (MARTINS; JORGE, 
2010). 
Da Silva (2018) apresenta que na maioria dos casos o abusador é do 
gênero masculino e esta questão de gênero não pode ser encarada como natural, 
mas que é uma característica cultural com origens no machismo, principalmente, 
considerando que a maioria das vítimas são do gênero feminino. Segundo Batista 
(2009), o abuso sexual infantil intrafamiliar é um fenômeno que pode ser 
encontrado em diversas culturas, e independentemente dos argumentos utilizados 
para defender ou da maneira que possa ocorrer, é uma violência que pode causar 
muitas consequências. 
O CONTEXTO DO ABUSO SEXUAL IN ANTIL
A infância é um período em que o indivíduo está em pleno desenvolvimento 
físico, cognitivo, emocional e social, devido à imaturidade nesses aspectos, a 
023
investigação na Venezuela mostrou que a cada 100 vítimas de abuso sexual, 20 
são para menores que 6 anos. Os estudos apontam o abuso sexual e físico com 
maior frequência na população infantil (MARTINS; JORGE, 2010). 
Serviços de atendimento em São Paulo mostram que grande parte dos 
casos de violência contra crianças são por abuso sexual. Em Curitiba, a Rede de 
Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a violência 
mostra que 6,2% das notificações são de violência sexual (MARTINS; JORGE, 
Da Silva (2018) apresenta que na maioria dos casos o abusador é do 
gênero masculino e esta questão de gênero não pode ser encarada como natural, 
mas que é uma característica cultural com origens no machismo, principalmente, 
criança é dependente de seus cuidadores, é um relacionamento envolvido por um 
vínculo de confiança e afetividade. O abuso sexual infantil no contexto 
intrafamiliar é caracterizado por uma dinâmica própria e complexa (BATISTA, 
2009).
De acordo com Habigzang e colaboradores (2005), é comum que crianças 
vítimas de abuso sexual no ambiente familiar também sofram outros tipos de 
violência como negligência, abusos emocionais e físicos. Essas famílias 
costumam ter relações interpessoais que apresentam algum nível hierárquico e 
de desigualdade. 
Para Pascolat e seus colaboradores (2001) o abuso sexual e físico tem 
uma maior probabilidade de se desenvolver em lares onde os pais são alcoolistas, 
imaturos e de pouca idade. Além da situação econômica, brigas familiares, 
histórico de abuso de drogas e álcool e baixa escolaridade. No grupo de risco 
estão inclusas crianças portadoras de algum tipo de deficiência, seja física ou 
mental, abaixo do peso, não planejadas, crianças que foram adotadas ou estão 
sob guarda legal.
Os abusadores de crianças se convencem de que as vítimas querem ter 
relações com eles, e que o abuso não é prejudicial para ela (SANTOS; 
MESQUITA, 2019). A ingenuidade da criança frente ao abuso faz com que ela 
não tenha consciência da situação a que ela está exposta, principalmente quando 
há algum vínculo afetivo com o abusador. Nessa circunstância, a criança pode 
apresentar uma insegurança tardiamente, e quando essa insegurança é 
observada pelo abusador, ele inverte os papeis, fazendo com que ela se sinta 
responsável por aceitar os “carinhos”, ou se aproveitando da lealdade e confiança 
depositada pela criança para obter o silêncio dela (HABIGZANG et al., 2005; 
REZENDE, 2013). 
Um modelo proposto por Jean Von Hohendorff, Luísa Fernanda Habigzang e 
Silvia Helena Koller explica a dinâmica encontrada no Abuso Sexual Infantil, em 
que: 
024
maior probabilidade de se desenvolver em lares onde os pais são alcoolistas, 
imaturos e de pouca idade. Além da situação econômica, brigas familiares, 
histórico de abuso de drogas e álcool e baixa escolaridade. No grupo de risco 
estão inclusas crianças portadoras de algum tipo de deficiência, seja física ou 
mental, abaixo do peso, não planejadas, crianças que foram adotadas ou estão 
sob guarda legal.
Os abusadores de crianças se convencem de que as vítimas querem ter 
relações com eles, e que o abuso não é prejudicial para ela (SANTOS; 
MESQUITA, 2019). A ingenuidade da criança frente ao abuso faz com que ela A ingenuidade da criança frente ao abuso faz com que ela 
não tenha consciência da situação a que ela está exposta, principalmente quando 
há algum vínculo afetivo com o abusador. Nessa circunstância, a criança 
(i) inicialmente o agressor estabelece uma relação de confiança com o menor, (ii) após, dá
início as interações de cunho sexual, que podem envolver vários tipos de contato, desde caríciasaté o ato sexual em si, (iii) caso o menor identifique que está sofrendo abuso sexual, o agressor 
tende a utilizar de artimanhas o calar, tal como proferir ameaças contra a vítima; (iv) em regra, o 
abusado teme que as ameaças se concretizem e costuma se manter em silêncio; (v) quando há a 
revelação da situação, esta geralmente ocorra de forma acidental e levas muitos anos para 
acontecer; (viii) ocorrendo a revelação, o menor pode se sentir compelido a se retratar por se 
sentir pressionado pela família, abusador ou até pelos órgãos de proteção (SIEBRA et al., 2019 
p.361).
A criança pode se silenciar diante do sentimento de culpa, por ter permitido 
o ato, vergonha de si mesma e medo do agressor, deste modo, o abuso pode
ficar em segredo durante anos, impossibilitando a busca de ajuda (SANTOS; 
DELL'AGLIO, 2010). Quando se trata do abuso sexual intrafamiliar, pode ocorrer 
o pacto do silêncio entre o abusador, a criança e a família, o agressor usa a
sedução e a ameaça para manipular a vítima, que por culpa ou por identificação 
com o agressor opta por silenciar-se, enquanto o resto da família tende a negar 
ou minimizar os fatos (BATISTA, 2009). Em alguns casos, mesmo depois do 
abuso ser revelado pela criança, ela ainda tem que conviver com o agressor, pois 
a possibilidade de desestruturação da família faz com que os familiares ignorem 
as agressões (DA SILVA, 2018; REZENDE, 2013; HABIGZANG et al., 2005). 
Como é descrito por Santos e Dell’Aglio (2010): 
O receio em contar as experiências de abuso pode estar associado ao 
medo da rejeição familiar, ao fato da família não acreditar em seu relato, 
ao medo de perder os pais ou ser expulso de casa, de ser o causador da 
discórdia familiar ou, ainda, à falta de informação ou consciência sobre o 
que é abuso sexual (SANTOS & DELL'AGLIO, 2010 p. 330). 
Segundo Batista (2019), essa manipulação que ocorre com a criança 
abusada faz com que esta fique confusa, a vítima começa a compreender que 
culpa é sua e que a participação foi por escolha dela, isso pode dificultar a 
denúncia, pois seu discurso fica incoerente e desajustado, o que pode gerar um 
descrédito em quem ouve. 
025
ficar em segredo durante anos, impossibilitando a busca de ajuda (SANTOS; 
DELL'AGLIO, 2010). Quando se trata do abuso sexual intrafamiliar, pode ocorrer 
o pacto do silêncio entre o abusador, a criança e a família, o agressor usa a
sedução e a ameaça para manipular a vítima, que por culpa ou por identificação 
com o agressor opta por silenciar-se, enquanto o resto da família tende a negar 
ou minimizar os fatos (BATISTA, 2009). Em alguns casos, mesmo depois do 
abuso ser revelado pela criança, ela ainda tem que conviver com o agressor, pois 
a possibilidade de desestruturação da família faz com que os familiares ignorem 
as agressões (DA SILVA, 2018; REZENDE, 2013; HABIGZANG et al., 2005). as agressões (DA SILVA, 2018; REZENDE, 2013; HABIGZANG et al., 2005). 
Como é descrito por Santos e Dell’Aglio (2010): 
Para entender um pouco sobre a violência sexual, vamos utilizar o modelo 
ecológico, que estuda os fatores em quatro âmbitos: familiar, individual, 
sociocultural e comunitário, seu foco é a interação entre esses quatro níveis, que 
produzirá a violência. Nesses níveis não há um fator determinante, mas sim um 
conjunto de fatores que interagem provocando e favorecendo a violência. 
Conhecendo seus diferentes contextos e culturas é possível identificar os pontos 
fracos e estudar os caminhos para intervenção e prevenção da violência. 
(CASIQUE; FUREGATO, 2006).
O modelo ecológico visa investigar os fatores que influenciam no 
comportamento dos indivíduos. 
No primeiro nível analisamos a história pessoal e os fatores biológicos. 
Educação, sexo, renda, idade, características pessoais e seus antecedentes. No 
segundo nível, analisam-se as relações interpessoais, as relações familiares, as 
mais próximas, como amigos. No terceiro nível são explorados os contextos onde 
se desenvolvem as relações. Analisam-se as características desses ambientes, 
pois elas podem aumentar o risco de atos violentos. No quarto nível são 
analisados os fatores no geral, a cultura da sociedade. Os fatores ajudam a 
desenvolver um ambiente que inibe ou incita a violência. Também são 
encontrados nesse nível outros aspectos como políticas econômicas, sociais e 
educativas, políticas sanitárias, que colaboram para criar desigualdades sociais e 
econômicas (CASIQUE; FUREGATO, 2006). 
O contexto em que a vítima e o abusador estão inseridos é um fator 
primordial, as condições desse ambiente, a proximidade entre as vítimas e o 
abusador. As agressões cometidas às crianças incluem maus-tratos físicos, 
psicológicos, violações e o abuso sexual. Quase sempre o abuso sexual é 
acompanhado pelo abuso psicológico (SANTOS; MESQUITA, 2019). 
CONSEQUÊNCIAS PROVENIENTES DO ABUSO SEXUAL
Diversos autores descrevem que o impacto do abuso sexual no 
desenvolvimento da criança pode depender de diversos fatores, do seu âmbito 
026
No primeiro nível analisamos a história pessoal e os fatores
sexo, renda, idade, características pessoais e seus antecedentes.
nível, analisam-se as relações interpessoais, as relações familiares,
mais próximas, como amigos. No terceiro nível são explorados os contextos onde 
desenvolvem as relações. Analisam-se as características desses
podem aumentar o risco de atos violentos. No quarto
os fatores no geral, a cultura da sociedade. Os fatores
um ambiente que inibe ou incita a violência. Também
nesse nível outros aspectos como políticas econômicas,
educativas, políticas sanitárias, que colaboram para criar desigualdades sociais e 
econômicas (CASIQUE; FUREGATO, 2006). 
social, de sua personalidade, do tipo de abuso sofrido, da idade em que ocorreu, 
da duração e da frequência em que os abusos ocorriam (HABIGZANG et al., 
2005; REZENDE, 2013; SIEBRA et al., 2019; COGO et al., 2011; BORGES; 
DELL'AGLIO, 2008). Esse evento traumático pode trazer consequências que 
ultrapassam aquelas da violência em si: 
O desenvolvimento psicossexual e psicossocial da criança pode ser 
prejudicado, pois a experiência de ser estimulada sexualmente rompe 
com a sequência normal do desenvolvimento. A criança é forçada a um 
desenvolvimento genital prematuro, uma vez que o suporte cognitivo, 
psicológico e físico necessário para o estabelecimento de uma 
experiência sexual não foi atingido plenamente (BATISTA, 2009 p.28). 
As consequências podem vir a curto e longo prazo, impactando suas 
relações afetivas, desatando problemas emocionais, cognitivos e sociais e em 
diferentes intensidades e formas, conforme descreve Siebra (2019): 
O abuso sexual de menor é bem complexo, mormente por envolver uma 
criança, pois está pode não ter capacidade física, tampouco cognitiva, 
para identificar o ocorrido ou se defender; bem como porque se trata de 
crime potencialmente capaz de prejudicar a saúde mental do menor, 
uma vez que desperta a sensação de traição e de impotência, o que tem 
visivelmente caráter traumático (SIEBRA et al., 2019 p. 369).
A curto prazo, as consequências para criança que sofreu abuso podem ser 
físicas, como problemas para dormir e mudança nos hábitos alimentares; 
problemas comportamentais, como a hiperatividade, agressividade, 
comportamento suicida e de autoflagelo; problemas sexuais relativos à identidade 
sexual, conhecimento sexual precoce e masturbação compulsiva (COGO et al., 
2011; REZENDE, 2013; SIEBRA et al., 2019), podem ocorrer traumas físicos, o 
contágio de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e 
tentativas de aborto (BORGES; DELL'AGLIO, 2008). 
O abuso sexual infantil é um dos maiores causadores de transtornos 
psicológicos, e quanto mais velha a criança for mais acentuados serão os 
sintomas vivenciados, pois tem um maior entendimento do que a ação representa 
e das consequências que o abuso traria para as pessoas ao seu redor. Desse 
027
As consequências podem vira curto e longo prazo, impactando suas 
relações afetivas, desatando problemas emocionais, cognitivos e sociais e em 
diferentes intensidades e formas, conforme descreve Siebra (2019): 
O abuso sexual de menor é bem complexo, mormente por envolver uma 
criança, pois está pode não ter capacidade física, tampouco cognitiva, 
para identificar o ocorrido ou se defender; bem como porque se trata de 
crime potencialmente capaz de prejudicar a saúde mental do menor, 
uma vez que desperta a sensação de traição e de impotência, o que tem 
visivelmente caráter traumático (SIEBRA et al., 2019 p. 369
A curto prazo, as consequências para criança que sofreu abuso podem ser 
físicas, como problemas para dormir e mudança nos hábitos alimentares; 
problemas comportamentais, como a hiperatividade, agressividade, 
modo, a idade da criança, período de tempo e a constância dos abusos, o uso de 
violência e de ameaças pelo agressor, quanto mais estreita for a relação entre a 
vítima e o abusador, como o grau de parentesco, e a atitude da família ou 
responsáveis de ignorar ou negar o abuso, têm impacto sobre a dimensão que 
assumirão as consequências para a criança, que podem ser carregadas até a 
vida adulta (SIEBRA et al., 2019; KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016).
Pessoas abusadas sexualmente têm maior probabilidade de desenvolver 
distúrbios psicológicos do que as que não sofreram abuso sexual, assim como 
tendem a experienciar mais eventos traumáticos durante a vida do que pessoas 
não abusadas (SIEBRA et al., 2019; KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016). 
De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, o 
sofrimento psicológico do indivíduo que passa por um evento traumático pode 
variar muito, em parte dos casos são vivenciados ansiedade e medo, mas muitos 
indivíduos podem experienciar “sintomas anedônicos e disfóricos, externalizações 
de raiva e agressividade ou sintomas dissociativos” (APA, 2014 p. 265). 
O abuso sexual tem sido associado como fator traumático para o 
desenvolvimento de psicopatologias e transtornos de humor, especialmente a 
depressão (FIGUEIREDO et al., 2013).
Diante do exposto, é notório que o indivíduo que vivenciou o abuso adquire 
marcas que consequentemente irão influir em diversos aspectos de sua vida, 
gerando prejuízos irreparáveis, que em seu melhor cenário só poderão ser 
minorados. Essas lacunas que se abrem em alguém que sofre esse tipo de 
violência, que em geral ocorre de modo furtivo, se tornam um ambiente propício 
que permite o cultivo dos processos de revitimização e do autoflagelo, que em 
razão dos traumas, acabam perdurando, como é descrito por Siebra e 
colaboradores (2019): 
O indivíduo pode desenvolver problemas familiares e sociais, bem como 
pode acabar carecendo de suporte médico e psicológico constante e por 
muito tempo, o que significa altos custos para as instituições de saúde, 
assistência social, e, inclusive para o Judiciário (SIEBRA et al., 2019 p. 
369). 
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De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, o 
sofrimento psicológico do indivíduo que passa por um evento traumático pode 
variar muito, em parte dos casos são vivenciados ansiedade e medo, mas muitos 
indivíduos podem experienciar “sintomas anedônicos e disfóricos, externalizações 
de raiva e agressividade ou sintomas dissociativos” (APA, 2014 p. 265). 
O abuso sexual tem sido associado como fator traumático para o 
senvolvimento de psicopatologias e transtornos de humor, especialmente a 
depressão (FIGUEIREDO et al., 2013).
Diante do exposto, é notório que o indivíduo que vivenciou o abuso adquire 
marcas que consequentemente irão influir em diversos aspectos de sua vida, 
A vítima na idade adulta tem a tendência de buscar o suicídio, consumo de 
drogas, manifestar transtornos de identidade e de ansiedade (REZENDE, 2013). 
O indivíduo vítima de abuso pode enfrentar problemas de autoestima, medo, 
mudanças no humor (REZENDE, 2013; SIEBRA et al., 2019), assim como há a 
prevalência do transtorno de estresse pós-traumático e sintomas de dissociação 
(BORGES; DELL'AGLIO, 2008). 
O abuso pode impactar no estabelecimento de vínculos sociais, nota-se 
que vítimas de abuso sexual têm uma diminuição na sociabilidade, optando pelo 
isolamento, que resulta na redução do número de amigos, assim como outras 
consequências podem ser notadas por Rezende (2013): 
Além de tudo isso, muitas outras consequências podem se 
apresentar nas pessoas que sofreram algum tipo de abuso na 
infância, após adulto, o indivíduo provavelmente voltará à 
experiência em sonhos e flashbacks, revivendo dolorosamente a 
frustração passada, fazendo com que isso afete integralmente sua 
vida social (REZENDE, 2013, p. 95). 
Considerando a natureza da agressão, a vítima pode ter impactos 
significativos na sua vida sexual, que variam desde ter associações negativas ao 
sexo ou de ter um maior interesse sexual em comparação com pessoas que não 
sofreram abuso (KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016). A vítima pode o 
desenvolver comportamento sexual compulsivo, dificuldade em expressar 
sentimentos e comportamento de submissão (REZENDE, 2013; SIEBRA et al., 
2019). 
O adulto provavelmente também sofrerá de problemas 
com a transformação da imagem corporal, ou seja, sendo uma 
pessoa que já passou por algum tipo de violência sexual na 
infância e que de alguma forma teve seu corpo desejado e 
dominando por alguém, passa a querer ter sua própria imagem 
corporal totalmente fora dos padrões que interpreta como beleza 
para poder torna-se ignorado por outros possíveis interesses 
(REZENDE, 2013 p. 96). 
O atendimento psicológico a vítima é importante e a repercussão do abuso 
pode variar para cada indivíduo, dessa forma, a escuta e a criação de um espaço 
seguro é de grande valia para o acolhimento da criança e de sua dor e para um 
029
Além de tudo isso, muitas outras consequências podem se 
apresentar nas pessoas que sofreram algum tipo de abuso na 
infância, após adulto, o indivíduo provavelmente voltará à 
experiência em sonhos e flashbacks, revivendo dolorosamente a 
frustração passada, fazendo com que isso afete integralmente sua 
vida social (REZENDE, 2013, p. 95). 
Considerando a natureza da agressão, a vítima pode ter impactos 
significativos na sua vida sexual, que variam desde ter associações negativas ao 
sexo ou de ter um maior interesse sexual em comparação com pessoas que não 
sofreram abuso (KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016). A vítima pode o sofreram abuso (KRINDGES; MACEDO; HABIGZANG, 2016). A vítima pode o 
desenvolver comportamento sexual compulsivo, dificuldade em expressar 
sentimentos e comportamento de submissão (REZENDE, 2013; SIEBRA et al., 
bom resultado no tratamento (COGO et al., 2011). Como forma de tratamento na 
literatura tem sido recomendado a terapia cognitivo-comportamental no 
tratamento das vítimas de abuso, que tem sido eficaz na atenuação dos efeitos, 
como a redução da ansiedade, dos quadros depressivos, do estresse pós-
traumático e de problemas no comportamento e sexuais (SIEBRA et al., 2019). 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das consequências e dos danos que a violência sexual causa em 
crianças, adolescentes e adultos, este tipo de abuso compreende em um 
problema de saúde pública. 
Cercado pelo silêncio, o abuso sexual tem se perpetuado pela ignorância. 
Com equipes multidisciplinares, estratégias de acolhimento às vítimas devem ser 
criadas, focando no entendimento e atendimento de como essa violência afeta a 
vítima, e de como é vivenciada. 
Viver o trauma do abuso sexual faz com que a vítima perca autoridade 
sobre o próprio corpo, que pode ser controlado sem o seu consentimento. 
Afetando não só a própria vítima, mas a sociedade ao redor, essas 
consequências e tantas outras, pode fazer com que uma criança que foi 
traumatizada, hoje se torne um indivíduo com comportamentos agressivos ou até 
mesmo passivos para lidar com o cotidiano. 
Deste modo, é necessário

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