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AULA 13 – ARRAS E JUROS 1. Arras: CAPÍTULO VI Das Arras ou Sinal Art. 417 – CC: Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. Art. 418 – CC: Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. Art. 419 – CC: A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. Art. 420 – CC: Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Uma das partes entrega a outra algo a título de arras. Ex: A quer comprar um carro de R$ 50.000,00 e paga R$ 5.000,00 de arras. Trata-se de uma garantia para que o pagamento seja quitado completamente no futuro (“adiantamento”). Pode-se dar coisa distinta de dinheiro como arras. Quando a coisa dada é da mesma natureza do que se deve (dinheiro-dinheiro), o que foi dado já serve como princípio do pagamento. Ex: R$ 50.000,00 – R$ 5.000,00 = R$ 45.000,00 necessário para quitar a dívida. · Se o sujeito que deu as arras foi o responsável pelo contrato não seguir em frente (não adimpliu), as arras dadas vai para outro devedor; · Se o contrato não vai adiante por conta de quem recebeu as arras, deve este devolver as arras e pagar o equivalente; No caso de arras penitenciais (encerramento do contrato por um ato de vontade), não há inadimplemento. A regra é a mesma do anteriormente mencionado. O direito de arrependimento foi disponibilizado e, portanto, não há consequências de inadimplemento. Nas arras confirmatórias, contudo, não há o direito de arrependimento, estando o sujeito passível de inadimplemento caso não cumpra com o que deveria. Neste caso, as arras funcionarão como o mínimo da indenização e o que exceder, se paga com perdas e danos. Nas arras, assim como na cláusula penal, não é necessária nenhuma prova. Contudo, a cláusula penal, como regra, cumula com perdas e danos. 2. Juros: Juros representam acréscimo no valor. Correção monetária é só a atualização do valor visando a manter o valor com a equivalência do poder tido no momento da dívida. A ideia de juros, contudo, é diferente: é aumentar o capital. Existia antes do CC/02, uma discussão sobre se seria possível ter perdas e danos diante do descumprimento de uma obrigação pecuniária. Havia uma corrente que defendia que na obrigação pecuniária, os juros já cobriam o possível prejuízo. Podemos classificar os juros com base em determinados critérios: a) A partir do ato que gerou a existência desses juros: · Juros legais: Independem de qualquer vontade humana (imposição de lei); · Juros convencionais: Criados por ato de vontade dos envolvidos. As taxas de juros sempre serão legalmente fixadas. As partes têm que seguir os limites impostos pela lei (não é um “mangue”); b) A partir do evento que gerou a existência desses juros: · Juros moratórios: Vinculados a qualquer inadimplemento; · Juros compensatórios: Servem pra compensar. Ex: O Banco concede um empréstimo já contendo juros, somente pelo fato da pessoa estar usando um capital do banco; c) A partir do modo em que se dá o cálculo desses juros: · Juros simples : Não integram de imediato o capital para o cálculo de novos juros; · Juros compostos : Integram de imediato o capital para o cálculo de novos juros; · C = capital; · I = taxa; · T = tempo; · J = juros; CAPÍTULO IV Dos Juros Legais Art. 406 – CC: Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. (Vide ADIN 5867) (Vide ADC 58) (Vide ADC 59) (Vide ADPF 131) Art. 407 – CC: Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. O Banco Central (BACEN) impõe limites de faixa para determinadas questões. Por exemplo, para X, só pode cobrar taxas de 2% a 5%. Mesmo com esses regramentos, um número significativo de ações discute juros (qual é o valor da dívida). Quando os juros moratórios não forem estabelecidos ou o forem sem taxa estipulada, deve-se seguir a taxa em vigor da Fazenda Nacional.
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