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A TECNOLOGIA APLICADA À PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DAS CULTURAS COMERCIAIS

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
AGRONOMIA - BACHARELADO
GABRIELA FONSECA MARONÊS – R.A.: 21061682
MARCELO DE OLIVEIRA – R.A.: 20894190
RAFAEL TADASHI MARTINELI KUMATSURA – R.A.: 2112257709
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO (PTG)
Paranavaí
2022
GABRIELA FONSECA MARONÊS
MARCELO DE OLIVEIRA
RAFAEL TADASHI MARTINELI KUMATSURA
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO (PTG)
Trabalho apresentado ao Curso de Agronomia da UNOPAR-Universidade Norte do Paraná, para a disciplina de Atividades interdisciplinares.
Paranavaí
2022
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	3
3	CONCLUSÃO	12
REFERÊNCIAS	13
1 INTRODUÇÃO
As culturas do algodão, mandioca, cana-de-açúcar e café são importantes para o setor agrícola brasileiro, sendo cultivadas em várias em regiões do país e com volumes de produção significativos. Todavia para se obter uma boa produção em qualquer uma dessas culturas é essencial que o produtor tome alguns cuidados como: 
· Respeitar os critérios utilizados para o controle de qualidade das sementes de algodão que serão plantadas;
· Observar os aspectos de ordem agronômica e sanitária na seleção de manivas para o plantio da mandioca e na seleção dos colmos de cana-de-açúcar que serão utilizados como mudas;
· Seguir as recomendações técnicas para a escolha de matrizes, colheita, preparo e conservação das sementes de café.
Diante disso, se faz necessário a elaboração de textos informativos com recomendações aos agricultores sobre os procedimentos que devem ser adotados para se obter sementes, mudas ou materiais propagação de boa qualidade para o plantio do algodão, mandioca, cana-de-açúcar e café. Além de outras recomendações técnicas relacionados ao preparo das mudas, sementes e do solo, espaçamento utilizado e quantidade de material necessário para o plantio.
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1. Texto informativo: A CULTURA DO ALGODÃO
A cultura do algodão tornou-se nos últimos anos um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil. A propagação da cultura no Cerrado brasileiro resgatou o país da condição de importador para a de exportador de algodão. Esse avanço é o resultado do esforço coletivo de produtores, técnicos, pesquisadores e governos por meio de associações de produtores, das instituições públicas e empresas privadas na geração e transferência de novas tecnologias com o intuito de aprimorar o sistema produtivo (EMBRAPA, 2017).
Para se iniciar o plantio do algodão umas das preocupações devem ser com a qualidade e sanidade das sementes utilizadas. O controle de qualidade das sementes é tratado em legislação específica para o comércio e fiscalização de sementes e mudas, regulamentado pelo Governo Federal (EMBRAPA, 2017). A análise de sementes é primordial para o controle da qualidade na comercialização, sendo esta realizada em laboratórios oficiais credenciados. Para a avaliação de um lote de sementes, analisa-se uma pequena amostra que seja representativa para o lote em questão, a fim de expressar sua real qualidade. Os três critérios utilizados para o controle de qualidade de sementes são: análise de pureza, teste de germinação e grau de umidade (EMBRAPA, 2017).
A análise de pureza demonstra à composição física de um lote de sementes, indicando a limpeza do campo de produção e a eficiência da colheita e do beneficiamento. Essa análise é realizada em laboratório, se baseia nas metodologias prescritas nas Regras para Análise de Sementes e separam-se na amostra os seguintes componentes - sementes puras: sementes pertencentes a cultivar em análise; outras sementes: sementes de outras cultivares ou espécies; material inerte: tudo o que não é semente e está presente na amostra. O grau de pureza da amostra analisada deve ser, de no mínimo, de 98% (EMBRAPA, 2017).
Já o teste de germinação indica a porcentagem de germinação, que representa a capacidade da semente em dar origem a uma plântula normal e sadia. Esse teste tem o objetivo de avaliar as sementes tanto para fins de plantio como para comercialização. O prazo para a avaliação da germinação é de duas semanas, sendo a primeira e segunda contagens com 7 e 14 dias; são nessas datas que as plântulas são avaliadas. O potencial germinativo das amostras testadas é a média da porcentagem das plântulas normais, presentes em 4 ou 8 repetições. Considera-se uma plântula normal aquela que apresenta sinais indicativos de sua capacidade de, sob condições favoráveis, crescer e se transformar em planta normal (EMBRAPA, 2017).
O potencial de germinação das amostras pode ser avaliado pelo próprio cotonicultor que deve observar as seguintes recomendações: Para cada amostra, utilizam-se 4 repetições de 50 sementes cada uma, que devem ser semeadas em caixas de madeira, de 22 cm x 30 cm x 10 cm, contendo cerca de 4 kg de solo de textura média. Devem-se fazer 5 sulcos em cada uma e colocar 10 sementes por sulco. Em condições favoráveis, de 7 a 10 dias após a semeadura, ocorre a germinação quando se realiza a contagem das plântulas emergidas cuja partes aéreas se apresentarem normais. O resultado do teste de germinação da amostra analisada deve ser de pelo menos 80%, com um mínimo admissível de 75% (EMBRAPA, 2017).
Por último, o grau de umidade determina o teor de água nas sementes por métodos adequados em análises de rotina, que se baseiam na perda de massa das sementes secas em estufa. A determinação deste critério é importante, porque o teor de umidade das sementes afeta diversos processos biológicos. Se a semente for armazenada com teor de umidade superior ao ideal, pode ocorrer o desenvolvimento de fungos e outros microrganismos, inclusive a indução de sua germinação. O teor de água máximo tolerável para a amostra de sementes de algodão é de 12%, pois favorece a manutenção da germinação e possibilita a conservação das sementes em ambiente aberto, durante 6 a 8 meses, podendo acarretar nesta faixa ataque de insetos (EMBRAPA, 2017).
Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, estabelece padrões oficiais mínimos para atestar a qualidade de um lote de sementes de algodão. Os padrões exigidos pelo MAPA são os seguintes: taxa de germinação de 70% a 75%; pureza de 98%; a presença de no máximo uma semente de outra espécie cultivada para uma amostra de 350 g de sementes; nenhuma semente de espécie de algodão diferente da espécie a ser analisada na amostra em questão; no máximo 1 ou até 2 sementes silvestres por amostra; apenas 1 ou 2 sementes nocivas toleradas a cada mil sementes amostradas e nenhuma semente nociva proibida; e apenas 1% de sementes de organismos geneticamente modificados em amostras de sementes convencionais (EMBRAPA, 2017).
Outra questão importante é em relação ao tratamento das sementes, em muitas culturas o tratamento de sementes pode melhorar significativamente a formação de um estande mais homogêneo. O uso de sementes sadias e/ou tratadas com fungicidas eficientes é extremamente importante para o controle adequado de inúmeras doenças do algodoeiro, cujos agentes causais são transmitidos por sementes ou microrganismos naturais do solo (CHITARRA, GOULART e ZORATO, 2009). 
Os fungicidas atualmente disponíveis para tratamento de sementes de algodoeiro (pertencentes ao grupo dos protetores e dos sistêmicos) têm controlado de forma variável o complexo de fungos associados às sementes desta cultura (GOULART, 1992). O tratamento de sementes de algodão utilizando a mistura dos fungicidas Tolylfluanid + Pencycuron + Triadimenol proporciona o melhor controle dos fungos Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides e Rhizoctonia solani, causadores de tombamento de plântulas (CHITARRA, GOULART e ZORATO, 2009).
Considerando todas as informações apresentadas, realizando as análises necessárias para o controle da qualidade das sementes, respeitando os padrões oficiais do MAPA para atestar uma semente de qualidade e utilizando o tratamento adequado para as sementes do algodoeiro, certamente o produtor conseguirá produzirsementes de qualidade, com sanidade e boas taxas de germinação, e, consequentemente, terá um melhor desempenho para a sua lavoura.
2.2. Texto informativo: A CULTURA DA MANDIOCA
O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca, participando com 12,7% do total. A mandioca é cultivada em todas as regiões do Brasil, com papel importante na alimentação humana e animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais.
O plantio da mandioca é realizado com manivas que são pedaços das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento e com 5 a 7 gemas. Sabendo que a disseminação de doenças é maior nas culturas propagadas vegetativamente do que nas espécies propagadas por meio de sementes sexuais, a seleção das ramas e o preparo das manivas são cruciais para um bom desempenho da plantação (EMBRAPA, 2003).
	A seleção e preparo do material de plantio são pontos importantes para um ótimo desenvolvimento da cultura da mandioca, resultando em aumento de produção com pequenos custos. Além disso, alguns aspectos de ordem fitossanitária e agronômica devem ser considerados. Dentro do aspecto fitossanitário, vale ressaltar que o material de plantio deve estar sadio, ou seja, livre de pragas e doenças. É necessário, portanto, inspeção constante do mandiocal de onde serão retiradas as ramas para plantio, para avaliar sua sanidade, devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros e percevejo-de-renda, ou que sofreram granizos ou geadas (EMBRAPA, 2003).
	Os aspectos agronômicos, apesar de simples, resultam em aumento de produção do mandiocal, às vezes sem acréscimo ao custo de produção. Dentre os aspectos agronômicos, que devem ser observados na seleção dos materiais para plantio, pode-se destacar: a escolha do cultivar, a seleção de ramas, a conservação de ramas, a seleção e preparo das manivas e a quantidade de manivas (EMBRAPA, 2003).
A escolha do cultivar deve estar de acordo com o objetivo da exploração e as condições climáticas da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares, pois elas apresentam desenvolvimento diferente e podem comprometer o sucesso da lavoura (EMATER, 2001). Caso seja necessário usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras separadas (EMBRAPA, 2003). 
Na seleção das ramas, devem ser escolhidas ramas maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis. Outrossim, é importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte (EMBRAPA, 2003).
A conservação das ramas deve ocorrer mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, protegido dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas ser dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo as suas bases enterradas cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e que permanecerá molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas devem conservar a cepa ou maniva-mãe e ser empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas (EMBRAPA, 2003).
Em relação a preparação das manivas, elas devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte inclinado. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão, dando-lhe um golpe com o facão de um lado, girando a rama 180 graus e dando outro golpe no outro lado da rama para evitar, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas (EMBRAPA, 2003).
 	Por último, a quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 a 6 metros cúbicos, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento (EMBRAPA, 2003). Para o plantio, as manivas devem ser distribuídas ao longo do sulco, na posição horizontal e, sempre que possível, no mesmo sentido. A distância entre uma maniva e outra, dentro do sulco, deve ser de 60 centímetros (EMATER, 2001).
	Se o produtor ao escolher as ramas para o plantio tomar o cuidado de selecionar a variedade mais indicada para o seu tipo de produção e de acordo com o clima da região, verificar se as ramas são saudáveis e livres de patógenos, conservar as ramas de forma adequada e seguir as orientações para o preparo das manivas, certamente o agricultor terá um bom rendimento em sua produção. 
2.3. Texto informativo: A CULTURA DA CANA DE AÇÚCAR
A cana-de-açúcar é cultivada em mais de 100 países em vários continentes (América, África, Ásia e Oceania). Por muitos anos o Brasil foi o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e derivados, mas o país perdeu essa posição para a Índia que está na liderança desde 2017 (FAO, 2019).
No Brasil, na safra de 2019 houve um aumento médio de 4,9% na produtividade por hectare de cana em relação ao ano anterior. A área plantada diminuiu 1,35% entre 2019 e 2018, atingindo 8,5 milhões de hectares. (CONAB, 2020). Das 642,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moídas nas usinas brasileiras, 65% foram destinadas à produção de etanol anidro e hidratado e os 35% restantes foram destinados à produção de açúcar (THOMAZ JÚNIOR, 2010).
Todavia, mesmo em casos em que a produção de cana-de-açúcar não seja voltada para a exportação, mas sim parte de um programa de agricultura familiar com a plantação destinada à alimentação animal e fornecimento de matéria prima para produção de caldo de cana, é necessário que sejam tomados certos cuidados para que se tenha uma boa produção. 
É muito importante que, antes do plantio, o produtor escolha a cultivar que se adapta às condições climáticas e do solo da região onde será realizado o plantio, com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos recursos naturais e, consequentemente, aumentar a produtividade. Daí a importância de certificar se a cultivar escolhida é resistente às principais moléstias que podem ocorrer em plantações de cana. Após a escolha do cultivar, é importante, ainda, que o produtor verifique a origem das mudas escolhidas, se são sadias e se realmente são da variedade escolhida (EMBRAPA, 2022).
Outrossim, a escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, que necessita de condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de água, temperaturas elevadas e alto índice de radiação solar. A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno (EMBRAPA, 2022).
Em relação aos procedimentos de preparo de mudas para o plantio, o sistema de mudas-pré-brotadas contribui na produção rápida de mudas, e sempre levando em conta o padrão fitossanitário, vigor e uniformidade de plantio. Esse sistema é uma tecnologia de multiplicação, que reduz o custo de mudas. Para que comecem a produção de mudas são utilizados colmos, onde se faz cortes e preparo dos minerebolos que serão produzidos em viveiros básicos que dará origem a muda de cana-de-açúcar (ROSA, 2013).
Para que as gemas tenhamum maior aproveitamento ao longo do colmo é necessário a utilização de viveiros básicos com 6 a 10 meses de idade. Nessa etapa são utilizadas ferramentas de corte (podão), onde deverão ser desinfetados com produtos à base de amônia quaternária, a despalha deve ser feita em local isolado para que não tenha perigo de transportarem pragas na área destinada a produção de mudas, essas operações deverão ser executadas manualmente para que as gemas não estraguem (IAC, 2012).
Para que o corte e a preparação de minerebolos seja feita corretamente, é utilizado um sistema de guilhotina com lâmina dupla, na sua utilização é necessário fazer a desinfecção. Sendo que o tamanho determinado pelo espaçamento da lâmina que é entorno de 3cm. Essa etapa permite a seleção das melhores gemas, com isso elimina os minerebolos com danos nas gemas e com algum sintoma de Diatraea saccharalis, diminuindo as perdas (IAC, 2012).
Ademais, escolher um espaçamento adequado é de fundamental importância, já que possibilita a otimização de atividades como o uso intensivo de máquinas e colheita.
O espaçamento adequado contribui para o aumento da produção, pois interfere favoravelmente na disponibilização de recursos como luz, água e temperatura – variáveis consideradas determinantes para que haja aumento de produção. O espaçamento do plantio deve variar de acordo com a fertilidade do terreno e as características da variedade recomendada. No caso da cana-de-açúcar, o espaçamento entre sulcos pode variar de um metro a 1,8 metro (EMBRAPA, 2022).
Em solos arenosos, espaçamentos mais estreitos como 1 metro ou 1,20 metro são mais indicados, pois permitem que o fechamento da entrelinha ocorra mais rapidamente, facilitando o controle do mato. Se a colheita for mecanizada, o espaçamento deve ser de ao menos 1,5 metro para evitar o pisoteamento e a compactação das linhas de cana pelas rodas das máquinas. Em solos férteis, o espaçamento mais comum é de 1,5 metro (EMBRAPA, 2022).
Para a cultura da cana é comum o chamado espaçamento abacaxi, onde duas linhas de cana são plantadas a 0,30 centímetros de distância uma da outra, com espaçamento da entrelinha de 1,50 metro, num total de 1,80 metro. Existe, também, o plantio com sulcos largos. Neste caso, o sulcador faz o sulco com base larga, permitindo o plantio de mudas para formar uma linha dupla. O espaçamento total é também de 1,80 metro (EMBRAPA, 2022).
A quantidade necessária de mudas varia entre dez e 15 toneladas por hectare. Quando a época de plantio é adequada e a qualidade da muda está excelente, pode-se optar por menores quantidades de mudas (EMBRAPA, 2022).
As mudas são canas jovens, com oito a dez meses, plantadas em condições ótimas, bem fertilizadas, com controle de pragas e doenças. É necessária a distribuição de ao menos 12 gemas por metro de sulco. Para o plantio em épocas de estiagem, é necessário dar preferência para densidade de 15 a 18 gemas por metro (EMBRAPA, 2022).
Portanto, para ser ter um bom cultivo da cana de açúcar, o produtor deve observar os fatores agronômicos e fitossanitários, como selecionar cultivares apropriados ao clima e solo da região, além de utilizar mudas livres de patógenos. O preparo correto das mudas que serão utilizadas e o preparo do solo com o espaçamento adequado para o plantio são primordiais para o ótimo desenvolvimento da cultura.
2.4. Texto informativo: A CULTURA DO CAFÉ
Há em todo o globo mais de 100 diferentes espécies de café, gênero Coffea. Entretanto, apenas duas espécies apresentam relevante importância econômica no mercado mundial de cafés. Uma delas é a espécie Coffea arabica, conhecida como café arábica sendo originária da Etiópia, crescem naturalmente no sub-bosque de Florestas tropicais, em altitudes de 1.600 a 2.800 m, temperatura média anual de 20oC, precipitação de 1.600 a mais de 2.000 mm, teor de cafeína nos grãos inferior a 1,5%. Sozinha, esta espécie representa cerca de 60% da produção mundial e 70% da produção brasileira de café (FERRÃO et al., 2007).
A outra espécie não menos importante, em função do alto teor de cafeína e sólidos solúveis verificado nos seus grãos, e que representa aproximadamente 38% da produção mundial de café, é a Coffea canéfora, conhecida popularmente como café robusta e deve sua origem no Congo (FERRÃO et al., 2007).
A reprodução do café pode ocorrer por meio de sementes (reprodução sexuada), por estacas ou por pequenos pedaços do seu tecido (reprodução vegetativa). Em relação às variedades de café arábica, as mudas podem ser produzidas a partir de sementes, já que a fecundação, se dá, em sua maioria (90 a 95%), por autofecundação, ou seja a semente é formada através da união de suas próprias estruturas reprodutivas, masculinas e femininas, o que reduz a variação genética (EMBRAPA, 1998). Segundo Matielo et al (2005) não há relatos sobre os efeitos prejudiciais ao vigor e a produtividade do cafeeiro, proporcionado pelas sucessivas autofecundações, por esse motivo são usadas sementes na propagação e formação de cafeeiros dessa espécie. Já para o café robusta a reprodução vegetativa é mais indicada, uma vez que suas sementes apresentam reprodução cruzada e dão origem a plantas com grande variabilidade genética (EMBRAPA, 1998).
Não é qualquer produtor que pode produzir sementes de café. As sementes destinadas à produção de mudas devem ser adquiridas de produtores idôneos registrados na Secretaria Estadual de Agricultura ou em Fazendas Experimentais de Órgãos de Pesquisa federais e estaduais, onde se pode ter certeza quanto à boa origem do material, devendo se conhecer a variedade/linhagem (MATIELLO et al., 2005). 
O cafezal deve ser formado com sementes de boa qualidade e origem, os lotes de lavoura para produção de sementes devem estar o mais isolado possível, para reduzir o risco de cruzamento entre variedades, o que pode ocorrer em uma razão de 5 a 10%. Os frutos destinados à produção de sementes devem ser colhidos maduros (cereja), de lavouras de boa origem e de características genéticas comprovadas (variedade definida). Os frutos devem ser separados em água para eliminação de chochos e parte dos brocados, e em seguida, devem ser despolpados (retirada da casca) e degomados (retirada da mucilagem) por meio da fermentação natural da mucilagem, o que ocorre em tanques com água (MATIELLO et al., 2005). 
Por fim, as sementes devem ser secas na sombra, ficando as mesmas (após a secagem) com uma película superficial chamada de "pergaminho". O processo de secagem leva até 3 dias. No primeiro dia, as sementes podem ser distribuídas no terreiro, em camada fina, para a secagem da água que mantinham após a lavagem. No segundo dia, a camada deve ser engrossada, passando por uma altura de 10 a 15 cm, sendo revirada a cada hora e, no terceiro dia as sementes já podem ir para um depósito, onde ficaram esparramadas à sombra, para completar a secagem, até o teor de 15 a 20% de umidade (MATIELLO et al., 2005).
As sementes devem ser armazenadas e semeadas sem a retirada do pergaminho, o que poderia danificar a semente. Somente deve-se plantar sementes com idade inferior a 6 meses, pois após este tempo a taxa de germinação declina, a não ser que as mesmas sejam conservadas em câmara fria, além disso quanto mais lenta a perda da umidade maior será período de boa germinação (EMBRAPA, 1998). Também não se deve tratar as sementes com brometo de metila. Cada quilo de sementes contém cerca de 5.000 sementes (EMBRAPA, 1998) e pode produzir em média 3.000 mudas de café (EMBRAPA, 1998; MATIELLO et al., 2005).
Portanto, a produção de mudas de café arábica é obtida por meio de sementes retiradas de lavouras reconhecidamente produtivas e registradas ou adquiridas de centros de pesquisa (BRAGANÇA et al., 1995), a aquisição feita desta maneira, garante a origem do material genético e evita riscos com material de baixa qualidade, errôneos ou material com cruzamentos entre variedades superiores aos 5% exigidos por lei (SANTINATO; SILVA, 2001). Por fim, é de fundamental importância a obtenção de sementes de café de alta qualidade fisiológica,uma vez que, a utilização de sementes saudáveis, de procedência conhecida e com alto desempenho germinativo são os principais fatores responsáveis pela obtenção de mudas mais vigorosas em condições de campo, resultando em altas taxas de produtividade na exploração comercial da cultura do café (BRACCINI et al.,1998). 
3 CONCLUSÃO 
Existe na literatura disponível diversas informações sobre o preparo de sementes para o cultivo de algodão e café, e sobre o preparo do material de propagação (manivas – mandioca; colmos – cana) para o cultivo de mandioca e cana-de-açúcar. Seguindo as recomendações, indicadas nos textos informativos, com certeza o produtor conseguirá ter uma boa produção. Relembrando que é fundamental observar os aspectos fitossanitários, uma vez que a utilização de sementes ou mudas saudáveis e livres de patógenos é imprescindível para se ter uma lavoura com plantas de qualidade e produtivas. 
REFERÊNCIAS
ARAUJO, A. E.; CHITARRA, L. G.; SUASSUNA, N. D.; COUTINHO, W. M. A cultura do Algodão no Cerrado. EMBRAPA, 2017. Disponível em: Cultura do Algodão no Cerrado (embrapa.br). Acesso: 15 abr. 2022.
BRACCINI, A.L.; BRACCINI, M.C.L.; SCAPIM, C.A.; OLIVEIRA, V.R.; ANDRADE, C.A.B. Conservação de sementes de café-robusta (Coffea canephora Pierre ex Froehner) cultivar Conillon em função do grau de umidade e do tipo de embalagem. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.20, n.2, p. 160-169, 1998.
BRAGANÇA, S.M.; FONSECA, A.F.A.; SARAIVA, J.S.T.; PEREIRA, J.O.; ROCHA, A.C.; PELISSARI, S.A.; BREGONCI, I.S. Formação de Mudas. In: COSTA, E.B. (Coord). Manual técnico para a cultura do café no estado do Espírito Santo. Vitória: SEAG-ES, 1995, p.19-28.
CHITARRA, Luiz Gonzaga, GOULART, Augusto César Pereira e ZORATO, Maria de Fátima. Tratamento de sementes de algodoeiro com fungicidas no controle de patógenos causadores de tombamento de plântulas. Revista Brasileira de Sementes [online]. 2009, v. 31, n. 1, p. 168-176, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-31222009000100019. Acesso em: 28 abr. 2022.
CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Cana: aumenta a produtividade e diminui área. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/cana--aumenta-a-produtividade-e-diminui-area_428320.html. Acesso em: 12 de abr. de 2022.
EMATER-MG. A Cultura da Mandioca. 2001. Disponivel em: https://www.emater.mg.gov.br/doc/site/serevicoseprodutos/livraria/Culturas/Cultura%20da%20Mandioca.pdf. Acesso em: 30 abr. 2022.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Agência EMBRAPA de Informação Tecnológica. Árvore do Conhecimento: Cana-de-açúcar. Disponível em: Agência Embrapa de Informação Tecnológica - Plantio. Acesso em: 17 abr. 2022.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado. 2003. Disponível em: <Plantio (embrapa.br)>. Acesso em: 25 abr. 2022.
EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Recomendações para a produção de sementes de café. Instruções técnicas. EMBRAPA. 1998. Disponível em: IT14.PDF (embrapa.br). Acesso: 15 abr. 2022.
FAO, Food and Agriculture Organization of the United Nations. Food Outlook: biannual report on global food markets. Rome/ Italy, FAO, 2019.
GOULART, A.C.P. Efeito de fungicidas no controle de patógenos em sementes de algodão (Gossypium hirsutum L.). Summa Phytopathologica, v.18, n.2, p.173-177, 1992.
IAC, Instituto Agronômico de Campinas. Sistema de multiplicação de cana-de-açúcar com uso de mudas prébrotadas (MPB). Instituto Agronômico de Campinas (IAC), 22p, 2012.
MATIELLO, J. B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A.W.R.; ALMEIDA, S. R.; FERNANDES, D.R. Cultura do café no Brasil: novo manual de recomendações. Varginha: PROCAFÉ, 2005. 438p.
ROSA, Daniela Aragão Santa. 7. 2013. 30 f. Monografia (Especialização) - Curso de Gestão do Setor Sucro energético. Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Agrárias, Sertãozinho, 2013. Cap. 1. Disponível em: https://brt.ifsp.edu.br/phocadownload/userupload/213354/IFMAP160019%20SISTEMA%20DE%20PRODUO%20DE%20MUDAS%20DE%20CANA-DE-ACAR.pdf. Acesso em: 30 abr.2022.
SANTINATO, R.; SILVA, V.A. Tecnologias para produção de mudas de café. Belo Horizonte: O Lutador, 2001. 116p.

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