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ANTI INFLAMATÓRIOS

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FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO 
 
 
FARMACOLOGIA | MEDICINA 
Farmacologia 07: Anti-inflamatórios
AINES, AIES, dor (não opioides, opioides, 
neuropática) 
AINES: não modificam (controlam somente) os sinais 
ou sintomas das inflamações; São amplamente 
utilizados sem prescrição pelo público em geral. 
Possuem propriedades analgésicas, antitérmicas, anti 
inflamatórias, anti trombóticas e anti reumáticas 
- Não possuem anel esteroide 
Os AINES pode ser: 
- Não seletivos (inibe COX-1 e COX-2): ácido 
acetilsalicílico (aspirina – usada off label como anti 
trombótico), diclofenaco (cataflan), naproxeno, 
ibuprofeno, piroxicam (feldene) e ácido mefenâmico 
(ponstan), paracetamol (não é um AINE, mas é 
classificado como se fosse internacionalmente) 
- Seletivos (inibe COX-2): rofecoxibe, calecoxibe, 
lumiracoxibe, valdecoxibe, etoricoxibe, nimesulida, 
meloxicam, etodolaco 
Mecanismo de ação geral: 
Ainda que existam diferenças, sua ação farmacológica 
se baseia na sua habilidade compartilhada de inibir a 
enzima COX de ácidos graxos, inibindo a síntese de 
prostaglandinas e tromboxanos. Existem duas 
isoformas comuns dessa enzima, COX-1 e COX-2. Os 
AINES inibem a biossíntese de prostaglandinas através 
da ação sobre a COX 
COX-1: enzima constitutiva, expressa na maioria dos 
tecidos, inclusiva nas plaquetas do sangue. 
Desempenha funções de manutenção no organismo, 
pois está envolvida na homeostase dos tecidos e é 
responsável pela produção de prostaglandinas, com 
funções de proteção gástrica, agregação plaquetária, 
autorregulação do fluxo sanguíneo renal e no início do 
parto 
COX-2: induzida principalmente nas células 
inflamatórias quando ativadas por citocinas (IL-1 e 
TNF-a). Sendo a principal responsável pela produção 
de mediadores da inflamação. Contudo, existem 
algumas exceções, como no rim, onde é expressão 
continuamente e participa da homeostase renal, e no 
SNC 
Prostaglandinas: anti agregantes plaquetários, são os 
mais potentes vasodilatadores, e esta ação envolve 
principalmente arteríolas, esfíncteres pré capilares e 
vênulas pós capilares 
Estômago: a prostaglandina produzida pela COX-1 
confere ao estomago gastro proteção 
- Citotec é uma prostaglandina sintética utilizada para 
o tratamento de úlcera gástrica, mas em mulheres 
gravidas pode induzir ao aborto pois causam contração 
uterina 
Útero não gravídico: COX1 e COX2 produz 
prostaglandina F2 alfa que induz a contração uterina, o 
medicamento vai inibir a COX e aliviar a dor 
- AINES diminui a contração uterina; pode prolongar o 
trabalho de parto para parto prematura 
Circulação fetal: o fechamento do canal arterial do 
recém nascido ocorre com 12 a 15 horas de vida. No 
prematuro ele permanece aberto por um período mais 
prolongado e a frequência da persistência do canal é 
maior quanto mais prematuro o recém-nascido. O 
mecanismo de manutenção depende de uma alta 
concentração de prostaglandina E2 
Pulmão: TXA2, PGD, PGF2alfa → substancias anti-
inflamatórias para o pulmão; prostaglandina tem 
função benéfica neles 
FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO 
 
 
FARMACOLOGIA | MEDICINA 
- Asmático não pode tomar por mais de 6 dias, causa 
broncoconstrição; DPOC também não, dificulta a 
respiração 
Endotélio: COX1 e COX2; prostaglandina I2; função: 
vasodilatação, anti agregação plaquetária; reduz 
captação de colesterol. Inibir a prostaglandina nesse 
caso é ruim 
Plaqueta: COX1; tromboxano sintase; função: pró 
agregação plaquetária; vasoconstritor 
Rim: o tipo de COX depende do lugar 
- COX1 e COX2; várias prostaglandinas, mas uma que 
chama a atenção: prostaglandina I2; função: 
vasodilatação, para manter o néfron viável/vivo 
Sistema nervoso central: 
- Hipotálamo: COX2, prostaglandina E2; função: pró 
inflamatória 
A maioria dos AINES tradicionais (não seletivos) 
inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, embora sua 
potencia relativa para cada forma seja diferente. A sua 
ação inflamatória está relacionada à inibição da COX-
2, enquanto seus efeitos indesejáveis (principalmente 
os do trato gastrointestinais) resultam da sua inibição 
sobre a COX-1 
 
AINES não seletivos: ácido acetilsalicílico (aspirina) 
– inibe irreversivelmente, de maneira covalente, COX 
1 e COX 2; diclofenaco (cataflan), ácido mefenâmico, 
ibuprofeno, paracetamol 
Mecanismo: todos os AINES (não seletivos e 
seletivos COX 2) apresentam eficácia similar, a maior 
diferença entre os AINES (não seletivos e seletivos 
COX 2) são as reações adversas, variação na resposta e 
na tolerância individual, cerca de 60% das pessoas 
respondem a qualquer AINE 
Eficácia dos AINES não seletivos: todos são 
analgésicos, anti inflamatórios e antitérmicos, além de 
efeito nas doenças reumáticas, exceto o paracetamol, 
que não é inflamatório 
1. Benefício definido na dor: analgesia: uteis contra 
dor leve ou moderada, principalmente originada de 
inflamação ou lesão tecidual. Sinais clínicos da 
resposta inflamatória incluem palidez que aumenta 
sob pressão, diminuição da força, dor latejante, 
falta de sensação de toque leve, cianose 
- Doses únicas apresentam analgesia comparável à do 
paracetamol (analgésicos suaves) 
- Doses regulares possuem analgesia mais duradoura e 
efeitos inflamatórios 
- Úteis em dores contínuas e associadas a inflamação 
- Não existe diferença entre os efeitos analgésicos dos 
AINES. Os inibidores seletivos da COX-2 têm eficácia 
analgésica similar aos convencionais (não seletivos) 
Mecanismo: atividade analgésica 
- Inibe a síntese de prostaglandinas que são liberadas 
durante o processo inflamatório 
- Inibe a liberação de mediadores inflamatórios 
- Produz efeito central sobre a percepção da dor 
2. Benefício definido na inflamação: anti 
inflamatório: 
- Inflamação aguda: cessa no 1º dia tomando o 
medicamento 
- Inflamação crônica: demora semanas 
Mecanismo: atividade anti inflamatória 
- Inibe a síntese de prostaglandinas 
- Inibe a expressão de moléculas de adesão 
FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO 
 
 
FARMACOLOGIA | MEDICINA 
- Inibe a aderência de leucócitos 
- Inibe a migração de leucócitos 
- Interfere na degranulação das células inflamatórias 
- Reduz a produção de mediadores reativos 
3. Benefício definido na febre: antitérmico: febre 
geralmente resulta de uma infecção, lesão tissular, 
rejeição ao enxerto, doença maligna ou inflamação 
– pode ser alterada pelo AINES. Mas a febre 
resultante de exercício ou de alterações na 
temperatura não podem ser modificadas por 
AINES 
Febre = aumento da temperatura pelo hipotálamo para 
níveis acima do normal, ocorre pela ativação da COX-
2 e produção de prostaglandinas, decorre geralmente 
de infecções (processo inflamatório) 
O que pode provocar esta mudança na sensibilidade 
dos neurônios: imaturidade dos centros termo 
regulatórios, tumores, inflamação ou infecção 
(prostaglandinas, fator gerador de corticotropina e 
endotelinas) 
Mecanismo: inibe a produção de prostaglandinas no 
hipotálamo 
4. Benefício definido: dismenorreia primaria: 
cólicas menstruais 
Ibuprofeno obteve a melhor relação risco-benefício 
5. Benefício definido: distúrbios reumáticos 
- Artrite reumatoide e gota; promovem o alívio 
sintomático, mas não alteram o curso da doença 
Efeitos adversos dos AINES não seletivos: 
Mais comuns: desconforto gastrointestinal, náusea e 
diarreia. Pode aumentar o sangramento digestivo 
(quanto maior os dias de medicamento e a dose, maior 
o sangramento) 
RAM gastrintestinais 
- AINES tem alto risco de sangramento digestivo, 
quanto maior a dose, maior o sangramento 
- Pode levar a úlcera péptica 
Recomendação: iniciar com um AINEt de menor 
risco, na menor dose recomendada, não associar a 
outros medicamentos AINES e optar por 
medicamentos seletivos da COX-2; pode ingerir um 
gastroprotetor junto 
Mecanismo: COX-1 produz prostaglandinas; AINES: 
inibe o efeito gastro protetor → petéquias, úlceras2. RAM anti agregante plaquetário 
- Por que apenas a aspirina é utilizada como anti 
agregante plaquetário? Ela aumenta e prolonga o 
tempo de coagulação. Inibe parcialmente as plaquetas 
de produzir tromboxano 
- Necessário suspender a aspirina antes de 
procedimentos cirúrgicos 
- Nas plaquetas há COX-1; 100mg de aspirina possui 
efeito anti agregante plaquetário 
- Para dor de cabeça o indivíduo pode tomar até 
1000mg/3x dia = 3000mg/dia 
- Efeito anti inflamatório precisa da dose: 2000mg/3x 
dia = 6000mg/dia → causa sangramento 
3. RAM renal: ocorre no uso sistêmico e tópico, 
neuropatia por analgésicos. Quase não afeta indivíduos 
saudáveis que utilizam AINES em dose terapêutica. O 
grupo de risco são idosos, pacientes em uso de 
diuréticos, insuficiência cardíaca, doença vascular 
renal ou consumo de álcool crônico 
4. Asma induzida por AINES: 5% dos pacientes 
expostos aos AINES podem apresentar asma sensível a 
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FARMACOLOGIA | MEDICINA 
aspirina, possui relação com inibição da COX devido a 
uma infecção viral preexistente sensibilizadora 
Ao tomar AINES, inibe a COX 1 e COX 2, que 
normalmente no pulmão, produzem produtos anti 
inflamatórios (quando o indivíduo não está passando 
por um processo inflamatório) 
5. Hipersensibilidade cruzada: possui alergia a um 
AINE, possui há todos os outros 
- Erupções cutâneas, urticaria, rinite 
Contra indicações: pacientes com história de reação 
alérgica severa (anafilaxia e angioedema), asmáticos, 
pólipos nasais, gravidas (na última metade da 
gravidez), feto e recém nascidos 
- Na gravidez: prolonga a gestação, atrasando o início 
do trabalho de parto. A indometacina tem sido usada 
para a interrupção do trabalho de parto prematuro. 
Riscos do uso – hipertensão pulmonar fetal por 
fechamento do canal arterial e comprometimento da 
circulação geral (alta concentração de prostaglandinas 
em prematuros – o fechamento do canal arterial ocorre 
algumas horas após o nascimento, nos prematuros ele 
permanece aberto por mais tempo). Contra indicação: 
maior no terceiro trimestre da gravidez 
- Tratamento com AINES para fechar o canal em 
prematuros: indometacina produz o fechamento na 
maioria dos casos, porém pode ser ineficiente. O 
ibuprofeno tem sido utilizado, com efetividade 
semelhante, mas aumenta o risco de doença pulmonar 
crônica e a hipertensão pulmonar 
Interações: 
Nunca usar AINES com: 
- Outro AINES: podem levar a insuficiência renal, já 
existindo pré disposição 
- IECA 
- Anti hipertensivos (essa interação diminui o efeito 
anti hipertensivo, AINES bloqueiam a prostaciclina – 
vasodilatador produzido pelas anti hipertensivos) 
- Anticoagulantes e trombolíticos (AINES prolongam 
o tempo de coagulação) 
- Corticosteroides (podem aumentar os efeitos 
adversos; diminuem a gastroproteção e a 
prostaglandina no estômago, pode provocar 
ototoxicidade e risco aumentado de ulceração e perda 
gastrointestinal de sangue) 
- Metotrexato 
Principais AINES não seletivos: 
AAS: principal AINES desenvolvido a partir da 
acetilação do ácido salicílico 
- Inibe a COX irreversivelmente por acetilação 
Indicações: dor, febre, terapia de doença 
cardiovascular, anti inflamatório, anti trombótico, 
infarto, aterosclerose 
Mecanismo de ação: inibição da função plaquetária, 
AAS inibe a COX-1 irreversivelmente nas plaquetas, 
com a inibição elas não conseguem fazer a produção 
de tromboxano A2 ou mesmo sofrer ação do 
tromboxano A2, o que diminui a sua produção. A 
aspirina acetila as enzimas COX e como as plaquetas 
não tem núcleo, elas não são capazes de realizar a 
síntese proteica, permanecendo inativadas pelo seu 
tempo de vida 
- A aspirina ao inibir a COX-1 e 2, inibe a 
prostaciclina, mas o endotélio se recupera, fazendo 
síntese de COX-2 que foi inibida pela aspirina 
- Anti inflamatório: inibição do sistema NFkB 
Administração: ingerir com alimentos ou leite para 
diminuir a irritação gástrica. Diferentes apresentações 
podem apresentar diferentes tempos de latência, mas 
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FARMACOLOGIA | MEDICINA 
nenhuma elimina a irritação gástrica (inibição da 
COX-1 no estômago) 
• 500 ou 1000mg de AAS ou associados – 4 a 8 
horas, não excedendo 8 comprimidos por dia; não 
deve ser administrada por mais de 3 a 5 dias 
• Ação anti pirética para febre alta superior a 39,5 
graus com duração superior a 3 dias ou febre 
recorrente; atua no SNC onde a interleucina-1 
libera prostaglandinas que elevam o ponto de 
ajuste hipotalâmico para o controle de temperatura, 
causando febre, os AINES ajudem a impedir esse 
mecanismo – 0,3 a 1g por dose 
• Pode causar sangramento gastrintestinal, 
decorrentes da inibição da COX 1 gástrica, que 
sintetiza as prostaglandinas que normalmente 
inibem a secreção de ácido e protegem a mucosa – 
a partir de 0,3g 
• Pode ser usado como anti agregante plaquetário – 
75 a 325mg/dia 
• Não é recomendado como anti inflamatório pois o 
AAS atua inativando irreversivelmente a COX 1 e 
COX 2 – 3g/dia 
• Pode ser utilizado como analgésico em curto prazo 
– 0,3 a 1g por dose 
- Não possui efeito pró trombótico 
Cuidados: usar com precaução em pacientes com 
problemas de coagulação, erosões gastrintestinais, 
comprometimento hepático ou renal. Em crianças pode 
levar a Síndrome de Reye ou toxicidade 
- Síndrome de Reye: em caso de crianças com virose 
(varicela zoster ou influenza) + uso de AAS leva a 
inflamação do cérebro e do fígado, gerando dificuldade 
respiratória e até a morte. Utilizar o paracetamol 
(tylenol) 
Hipersensibilidade: ocorre dentro de 3 horas. 
Apresenta urticária, angioedema, broncoespasmo, 
rinite severa e choque. Relatos de óbito após poucos 
minutos em pacientes com histórico de 
hipersensibilidade 
- Nunca utilizar qualquer substancia que contenha 
AAS em indivíduos com suspeita ou dengue 
confirmada 
Contra indicações: hipersensibilidade, asma, rinite, 
pólipos nasais, hemofílicos, crianças ou adolescentes 
com sintomas de gripe ou catapora 
- Na gravidez: teratogenicidade (alterações na 
homeostasia), mortalidade perinatal e hipertensão 
pulmonar 
- Na lactação: salicilatos são excretados no leite 
materno e podem causar reações adversas no bebe, 
possibilitando desenvolvimento da síndrome de Reye. 
Paracetamol e ibuprofeno são alternativas melhores 
Paracetamol 
- Tylenol 
- Medicamento seguro 
Indicações: dor leve a moderada, de baixa intensidade 
e origem não visceral, enxaqueca, dor relacionada a 
osteoartrite, febre 
Posologia: 
- Adultos: 750mg/dose – 4x/dia = 3000mg/dia 
- Crianças: 10 a 15mg/kg/dose 
Mecanismo: inibe a COX 3. Uma isoforma da COX 
que é produto de splice alternativo da COX-1 
Farmacocinética: após a absorção oral os picos 
plasmáticos são atingidos em 10 a 60 minutos. Sofrem 
eliminação pela urina ou bile. Sua meia vida é de 1,25 
a 3h 
- Pode ocorrer hepatotoxicidade se tomada em excesso 
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FARMACOLOGIA | MEDICINA 
Cuidados: hepatotoxicidade potencialmente fatal pelo 
acúmulo de NAPQI (pode ocorrer pela ingestão de 
dose tóxica única de 10g, ingestão repetida de altas 
doses 7,5g por dois dias, ingestão crônica). A 
fatalidade é rara em doses menores de 15mg. Não se 
deve utilizar outro produto que contenha paracetamol 
Contra indicações: hipersensibilidade a paracetamol, 
uso com precaução em pacientes que utilizam mais de 
3 doses diárias de bebidas alcóolicas (fígado 
sobrecarregado) 
Só usar se necessário na lactação e na gravidez, 
excretado no leite materno 
Interações: álcool, indutores enzimáticos, 
anticoagulantes orais 
Diclofenaco 
Biofenac, Cataflan, Voltaren 
Indicações: artrite reumatoide aguda, crônica e 
juvenil, febre, osteoartrite, dismenorreia, espondilite 
anquilosante, cólica renal e biliar, alívio da dor, pós 
operatório preventivo da cirurgia do olho 
- Processosque tenham dor, inflamação e febre 
Posologia: VO, VM, IV 
- Suspensão oral, gotas, pomada, supositório, 
injetáveis, gotas 
Sais: o fármaco é ligado a um sal para aumentar a 
hidrossolubilidade (diclofenaco sódico ou potássico). 
Pode ser associado a colestiramina para aliviar o efeito 
gástrico (resina de troca iônica) 
Cuidados: não são indicados para crianças abaixo de 
14 anos, com exceção de casos de artrite juvenil 
crônica. Não aplicar no deltóide, pode necrosar 
 
 
Ibuprofeno 
Muito seguro. Difícil ter efeitos colaterais com o 
aumento da dose 
Indicações: artrite reumatoide (concentra-se em 
articulações), artrite reumatoide infantil, osteoartrite, 
dismenorreia – primeira escolha, febre – segunda 
escolha, cefaleia (apenas 15 minutos para efeito) 
Efeitos adversos: o ibuprofeno é considerado uma 
droga segura 
Ibuprofeno + arginina: utilizados por pacientes que 
precisam usar ibuprofeno com frequência (artrite) 
Arginina → permite a sua solubilização, melhora a 
biodisponibilidade e acelera o início do efeito 
terapêutico, alcançando picos de concentração 
plasmática após 15 minutos de administração 
Concentração no fluído sinovial → menor que a 
concentração plasmática (penetra lentamente nos 
espaços sinoviais e pode ali permanecer em 
concentrações elevadas) 
Criança: escolha: ordem: paracetamol, ibuprofeno, 
dipirona; porém, a dipirona é mais utilizada pelo preço 
no SUS 
Obs: a dipirona não é AINES – tem efeito antitérmico 
e analgésico, mas não inibe a COX. 
- É muito difícil ter efeitos colaterais com o aumento 
da dose de ibuprofeno, em relação ao paracetamol que 
pode ter toxicidade e a aspirina com problemas de 
coagulação 
 
 
 
FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO 
 
 
FARMACOLOGIA | MEDICINA 
Inibidores seletivos da COX 2: é seletiva quando não 
causa nenhuma interferência mensurável na atividade 
da COX-1 
- O sufixo ‘’coxibs’’ indica inibição de COX 2 
- Foram desenvolvidos com o intuito de não causar os 
efeitos adversos dos inibidores não seletivos. Porém, 
há malefícios em inibir a COX 2 e não inibir a COX 1 
- Não possuem efeito antitrombótico, pelo contrário, 
podem induzir a trombose – efeito pró trombótico 
Obs: somente sob prescrição médica – devido aos 
efeitos sobre trombose, reação anafilactóide 
Rofecoxibe: matou por infarto agudo do miocárdio; 
forma trombos; não é seguro 
Celecoxibe: menor potencial a causar trombo; menor 
risco cardiovascular 
Efeitos terapêuticos: anti inflamatório (moderado), 
analgésico (moderado) e antipirético 
- Benefício definido: artrite reumatoide, dismenorreia 
e dor pós operatória 
- Efeitos adversos: lesão renal, eventos 
cardiovasculares, reações anafilactóides. Por esse 
motivo não são utilizados como fármacos de 1ª escolha 
- COX-2 não é restrita apenas ao processo 
inflamatório, ela é constitutiva/fisiológica – se tomada 
com muita frequência causa inibição da COX-2 renal, 
gerando problemas renais 
- Riscos cardiovasculares devido a diminuição de 
COX-2 e, consequentemente de prostaciclina, o que 
aumenta os riscos de trombose e aterosclerose; podem 
causar edema, aumento da tensão arterial, insuficiência 
cardíaca e renal aguda em pacientes com doença renal 
pré-existente 
- Presença de COX 2 ao redor de úlceras 
Hipertensão: inibidores seletivos da COX-2 
apresentam retenção transitória de sódio, mas em 
indivíduos saudáveis não há aumento da pressão. 
Depende da dose, duração e paciente 
Aterosclerose: inibem a produção de PGI2 e 
favorecem a formação de pró trombóticos (TAX2) 
Reações cutâneas: Síndrome de Bextra e de Stevens 
Johnson 
Prescrição: 
- Não são mais eficazes como anti inflamatórios e 
analgésicos que os outros AINES 
- Sua prescrição deve ser reservada a pacientes com 
alto risco gastrintestinal 
- Indicado para pacientes com risco gastrointestinal 
- Não devem ser utilizados em pacientes com 
cardiopatia isquêmica ou doença cerebrovascular 
- Não devem ser utilizados como fármacos de primeira 
linha, deve-se priorizar AINES não seletivos (mais 
seguros em relação aos efeitos adversos) 
 
AIES 
Classificação: 
- Esteroides gonadais: progesterona, estrogênio, 
androgênio 
- Glicocorticoides: o mais importante é o cortisol por 
suas ações metabólicas e anti inflamatórias 
- Mineralocorticoides: o mais importante é a 
aldosterona, por sua ação reguladora do equilíbrio 
eletrolítico 
Desenvolvimento do fármaco esteroidal ideal: efeito 
anti inflamatório típico, sem efeito mineralocorticoide 
FARMACOLOGIA CAMILA SANTIAGO 
 
 
FARMACOLOGIA | MEDICINA 
Anti inflamatórios esteroidais: corticosteroides 
(glicocorticoides e mineralocorticoides) são os agentes 
anti inflamatórios mais efetivos. Seu uso mais comum 
é em asma crônica ou exacerbações e na profilaxia 
pela administração via inalatória 
Locais de produção: produzidos na adrenal e 
regulados pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Esse 
eixo controla a liberação de aldosterona e cortisol, 
assim como os hormônios gonadais. A prednisolona é 
um análogo do cortisol e bloqueia esse eixo. O cortisol 
exerce funções homeostáticas (atuando nas células por 
via genômica ou não genômica) 
Mecanismo de ação: 
- Bloqueiam todo o mecanismo inflamatório, enquanto 
os AINES bloqueiam apenas a COX 
Quando o corticoide é ingerido, ao chegar no sangue a 
droga se liga a albumina, se apresentando de forma 
inativa, semelhante ao cortisol endógeno. Para exercer 
sua ação, essa substancia precisa se precisa se desligar 
das proteínas e assumir sua forma ativa. Existem 
receptores para o glicocorticoide (GR) e 
mineralocorticoides (MR). Quando se baseia no 
cortisol ele atua apenas no receptor GR, por apresentar 
a enzima 11 beta HSD-1, essa enzima metaboliza o 
cortisol no fígado, pois transforma a cortisona (inativa) 
em cortisol (ativo). No rim o cortisol sofre inativação 
pela enzima HSD-2, que transforma o cortisol em uma 
substância inativa. A prednisona sofre ativação pela 
ação da HSD-1 formando a prednisolona no fígado e a 
prednisolona sofre inativação pela ação da HSD-2 
formando a prednisona no rim 
Os glicocorticoides interagem com o receptor 
esteroidal inativo e se ligam nesse receptor, formando 
um complexo que induz uma mudança 
conformacional. O receptor ao se ligar a substância se 
desvincula das proteínas que conferem estabilidade 
tornando-se ativado. A partir disso forma-se um 
dímero capaz de entrar no núcleo e se ligar ao 
elemento responsivo por esteroide, regulando a 
transcrição gênica aumentando ou diminuindo a síntese 
de proteínas 
No núcleo os AIES irão ativar a anexina-1 que inibe a 
fosfolipase A2, e inibir os fatores de transcrição 
NFkB e AP-1, que inibem outros mediadores de 
inflamação e citocinas envolvidas nas respostas 
imunológicas. O que justifica sua ação anti 
inflamatória e imunossupressora 
Genômico (indireto e direto): depende dos receptores 
do citosol 
Não genômico: rápido, não depende do DNA para 
ocorrer o efeito 
- O efeito genômico ou não depende da dose 
Efeito genômico: se liga a MR ou GR – mas a ação é 
somente em GR por causa de 11β HSD 
Fisiologicamente há produção de cortisol (agonista do 
receptor de mineralocorticoide), no rim, ele não tem 
efeito porque é metabolizado a uma substancia inativa 
(cortisona) 
Mas, se há produção da cortisona ou se ela é tomada, 
ela é metabolizada em cortisol e esse cortisol possui 
efeito 
A prednisona no rim é inativa, se ligando pouco ao 
receptor MR 
Obs: todos os glicocorticoides possuem alguma 
atividade mineralocorticoide. Isto ocorre porque a 
aldosterona é quimicamente semelhante ao cortisol, e 
eles possuem atividade parcial nos receptores um do 
outro. A aldosterona age no rim, promovendo a 
retenção de água e sódio e excreção de potássio, é 
interessante, portanto, pacientes hipertensos evitarem 
corticoides com ação mineralocorticoides (como a 
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cortisona) e utilizarem outros que apresentam 
minimamente este caráter (prednisona e 
dexametasona) 
AIES: efeitos 
1. Efeito anti inflamatório e imunossupressor: 
supressão de citocinas, quimiotoxinas, moléculas 
de adesão, prostaglandinas, fosfolipase A2 e da 
COX-2. Inibem a função dos macrófagos 
teciduais, APC, degranulação de mastócitos 
- Os análogos do cortisol reduzem a inflamação das 
vias respiratórias, inibindo sinais clínicos de asma, 
artrite reumatoide e rejeição de transplantes 
2. Efeitos metabólicos: produz hiperglicemia por 
antagonizar as ações da insulina 
3. Efeitos catabólicos e antianabólicos: diminuição 
do colágeno e de massa muscular, diminui a força 
muscular e aumenta a lipólise 
4. Efeito cardiovascular: hipertensão arterial 
5. Efeitos sobre o músculo esquelético: fadiga e 
fraqueza muscular 
6. Efeitos sobre o SNC: alterações do 
comportamento, euforia, insônia, ansiedade e 
psicose 
7. Efeitos hematológicos: diminuem os linfócitos e 
eosinófilos, aumentam os leucócitos 
8. Supressão do eixo hipotálamo-hipofisário 
9. Risco de úlcera péptica: por inibição da 
expressão da COX-2, prostaglandina é diminuída e 
isso reduz a gastroproteção 
Indicações: indicados em doenças e manifestações 
responsivas, só devem ser utilizados após tentativas 
com medicamentos de menor risco (preferencia pelos 
AINES), empregar as menores doses eficazes, no 
menor tempo e em esquemas que propiciem os 
resultados esperados. A melhora sintomática e não a 
remissão completa da doença deve ser o objetivo. A 
suspensão do tratamento prolongado deve ser lenta e 
gradual, a fim de permitir a reativação funcional 
progressiva do eixo hipotalâmico-hipófise-adrenal 
- Uma pessoa tomando a medicação a longo prazo (em 
uso tópico, inalatório ou sistêmico) possui uma 
supressão transitória da função adrenal, o que interfere 
no crescimento. Portanto, ela deve ser retirada 
gradativamente, a fim de evitar a suscetibilidade a 
infecções 
Formas de apresentação: 
- Vias sistêmicas: comprimido, elixir, soluções, 
xaropes e injetável 
- Vias tópicas: comparar a eficácia, relação custo-
efetividade, efeito adversos, pode ser pela via 
respiratória (rinite, asma, DPOC, pode ser solução 
nasal – dexametasona ou spray – budesonido), ocular, 
periocular, cutânea, renal e intra-articular (pode gerar 
um quadro de desgaste ósseo com aumento de mais de 
3 aplicações) 
Posologia: 
- Uso sistêmico: como anti inflamatório – por no 
máximo 7 dias (evitar o fracionamento, pois pode 
gerar a supressão), de preferência no período matinal, 
ou como supressores – 1 a 2 mg com esquema crônico 
Devem ser empregadas diferentes doses por dia, como 
forma de enganar o eixo 
Farmacocinética: distribuição de 90% do cortisol 
ligado a albumina e CGB e 10% na forma livre. Seu 
metabolismo ocorre no fígado e no rim, a partir do 
sistema citocromo p450, com posterior conjugação 
com ácido glicurônico. A eliminação ocorre pelo 
sistema renal 
Usos clínicos: 
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1. Diagnóstico e tratamento das alterações da 
supra renal: insuficiência córtico-supra-renal, 
síndrome de Cushing e aldosteronismo 
2. Estimulação de maturação pulmonar do feto: 
usado para redução da síndrome da angústia 
respiratória pelo uso na mãe (ajuda na produção de 
surfactante pulmonar), deve ser administrada 
intramuscular com repetição dentro de 24 a 48 
horas 
3. Distúrbios não supra renais: asma aguda, DPOC, 
rinite, meningite bacteriana, rejeição aos órgãos 
após transporte e lesão medular aguda (reduzir as 
sequelas neurológicas) 
Reações adversas: em geral o uso maior que 2 
semanas pode levar a várias reações de toxicidade 
- Pode levar a Síndrome de Cushing iatrogênica: 
euforia, hipertensão craniana benigna, cataratas, 
corcova de búfalo, hipertensão, face em lua cheia com 
bochechas vermelhas, aumento da gordura abdominal, 
braços e pernas finos, atrofia muscular e cicatrização 
deficiente das feridas. Além disso, osteoporose, 
hiperglicemia, aumento do apetite, obesidade 
- Reações adversas gerais: hiperglicemia, ganho de 
peso, osteoporose, catarata, hipertensão arterial, 
glaucoma e imunossupressão 
- Cuidados especiais: paciente hipertenso, paciente 
com osteoporose, diabéticos e gravidez (preferir 
prednisona, pois o feto não tem 11 beta-HSD II ativo 
no fígado, o que não permite sua conversão em 
prednisolona) 
- Interações medicamentosas: agentes que induzem 
(fenobarbital ou rifampicina) ou inibem (estrógenos, 
eritromicina, cetoconazol) o metabolismo hepático e 
antiácidos que interferem na absorção (hidróxido de 
magnésio + alumínio)

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