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Ato administrativo

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO ADMINISTRATIVO I 
Ato administrativo 
- Conceito: toda manifestação expedida no exercício da função administrativa, com caráter infralegal, consistente na 
emissão de comandos complementares à lei, com a finalidade de produzir efeitos jurídicos. 
- Atributos dos atos: macete > PAI 
• Presunção de legitimidade: relativa; presente em todos os atos. Até prova em contrário, o ato administrativo é 
considerado válido para o Direito, cabendo ao particular a prova da ilegalidade. 
• Autoexecutoriedade: permite que a administração pública realize a execução material dos atos administrativos, 
usando a força física se preciso for para desconstituir situação violadora da ordem jurídica; dispensa autorização 
judicial. Ex.: fechamento de restaurante pela vigilância sanitária. Presente em alguns atos administrativos. 
• Imperatividade: cria unilateralmente obrigações aos particulares, independente da anuência destes; está 
presente na maioria dos atos, pois está ausente nos atos enunciativos. 
Obs.: doutrinas modernas também consideram a exigibilidade (poder de aplicar sanções administrativas sem 
necessidade de ordem judicial; está presente na maioria dos atos) e a tipicidade (respeita a finalidade específica 
definida na lei para cada espécie de ato; presente em todos os atos) como atributo dos atos. 
- 5 elementos dos atos/requisitos de validade: macete > COMFIFOMO 
• Competência/sujeito: para que o ato seja válido, é preciso verificar se foi praticado pelo agente competente 
segundo a legislação > a competência administrativa é o poder atribuído ao agente da administração para o 
desempenho de suas funções. Requisito vinculado. 
• Finalidade: objetivo de interesse público pretendido com a prática do ato. É vinculado. 
• Forma: modo de exteriorização e os procedimentos prévios exigidos na expedição do ato. É vinculado. 
• Motivo: situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato. Em regra, é discricionário. 
• Objeto: é o conteúdo do ato, a ordem por ele determinada ou o resultado prático por ele pretendido. é ser 
praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar, preservar e extinguir direitos e obrigações. Requisito 
discricionário. 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
• Critério dos destinatários: 
- Atos gerais/normativos: todo um grupo que está na mesma situação jurídica relacionado ao conteúdo daquele 
ato vai receber os mesmos efeitos. 
- Atos individuais: designa a quem está sendo dirigido aquele ato. Ex.: ato que traz nomeação de um concurso. 
 
• Critério das prerrogativas: 
- Atos de império: atos coercitivos (não há participação do administrado, pois ele está em nível inferior). Ex.: atos 
de fiscalização; de poder de polícia. 
- Atos de gestão: as partes estão no mesmo nível (administração e administrado). Ex.: contratos privados da 
administração, como um contrato de locação. 
 
 
Obs.: EFEITOS/EFICÁCIA DOS ATOS > o destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, 
declarar, modificar, preservar e extinguir direitos e obrigações. Algumas circunstâncias podem interferir na irradiação de 
efeitos do ato administrativo: existência de vício; condição suspensiva (suspende a produção de efeitos até implementação 
de evento futuro e incerto); condição resolutiva (acontecimento futuro e incerto cuja ocorrência interrompe a produção 
de efeitos do ato); termo inicial; termo final. 
• Critério dos efeitos: 
- Atos constitutivos: criam novas relações jurídicas. Ex.: quando a pessoa morre, há a certidão de óbito (transforma 
o status atual); o mesmo com casamento. 
- Atos declaratórios: ação/ato/coisa declarada. Ex.: declaração de antecedentes criminais; atestado de vacina. 
- Atos enunciativos: traz um juízo de valor sobre determinado tema necessário para que autoridade competente 
possa decidir determinada situação. Esse ato não existe sozinho, pois ele depende de um pedido da autoridade 
competente para que um técnico possa fazer juízo de valor sobre determinado tema. Não são vinculantes. O 
assessor técnico não pode ser responsabilidade pelo o que ele emite, exceto se o fizer de forma dolosa. Ex.: 
pareceres. Pode ser obrigatório ou não. 
 
• Critério da retratabilidade: 
- Atos irrevogáveis: sobre a ótica da conveniência e da oportunidade (análise de mérito), não podem ser anulados. 
Existem atos que não comportam análise de mérito. Ex.: ato vinculado não pode ser irrevogado (pode ser cassado. 
- Atos revogáveis: poderão ser anulados por uma análise de mérito, em que não atendem mais o interesse público. 
Ex.: autorização. 
 
• Critério da liberdade de ação: 
- Atos vinculados: todas as etapas de elaboração do ato estão previstas em lei. A autoridade competente, na 
elaboração do ato, não possui nenhuma liberdade, pois a lei define a conduta a ser seguida. Atos vinculados não 
podem ser não podem ser revogados porque não possuem mérito, mas podem ser anulados por vício de 
legalidade. 
- Atos discricionários: juízo de conveniência e oportunidade no motivo ou no objeto, conhecido como mérito. Por 
isso, podem anulados e revogados por interesse público. 
 
• Critério da intervenção da vontade administrativa: quem vai exteriorizar a vontade administrativa. 
- Atos simples: demanda da vontade de um único agente da administração pública. Ex.: chefe do poder executivo, 
ao nomear um servidor para cargo comissionado. 
- Atos complexos: demanda a manifestação de diversos agentes e órgãos diferentes, em que cada manifestação 
é independente e possui conteúdo próprio. Ex.: quando surge uma vaga no STF, presidente da república vai indicar 
e publicar (primeiro ato autônomo). Depois, essa indicação vai para o Senado, o qual irá fazer a sabatina e dar um 
parecer favorável ou não (segundo ato autônomo). Agora o executivo vai nomear (terceiro ato autônomo). Depois, 
o presidente do STF vai marcar a data da posse (quarto ato autônomo). 
 
ESPÉCIES: 
QUANTO À FORMA DE EXTERIORIZAÇÃO: 
Existem determinados objetos que devem ter uma forma específica, enquanto existem outros que não tem lei 
definindo. Quando a lei exige uma forma, ela deve ser seguida e, quando não exige, a administração pode escolher 
uma das formas abaixo. 
- Decretos: considerado ato de 1º grau, utilizado para regulamentar as leis. Ex.: desapropriação de um imóvel. 
• Gerais:/normativo: 
• Individuais/concreto: 
- Resoluções: não é autônomo. Deve ter a lei ou decreto regulamentando a lei para que se possa ter uma resolução. 
Pode ser federal, estadual ou municipal. 
- Deliberações: própria dos órgãos colegiados. Ex.: deliberação do Conselho Nacional de Trânsito. 
- Instruções, circulares, portarias: classe dos atos ordinatórios > voltado para o âmbito interno da administração 
pública, para que ela possa ordenar e sistematizar sua organização. 
- Alvará: tem em seu conteúdo uma licença ou uma autorização. É necessário sempre que quer exercer uma atividade 
que depende da aquiescência da administração pública, através de uma licença ou autorização. Existe até mesmo 
alvará de funcionamento. 
- Pareceres: informação técnica sobre determinado assunto. 
- Certidões (declaratório): trás algo que já existe nos bancos de dados da administração pública. Ex.: certidão de 
antecedentes criminais (CAC). 
- Atestados (declaratório): fato em que o servidor, por sua fé de ofício, vai atestar algo. 
- Declarações (declaratório): fato em que o servidor, por sua fé de ofício, vai declarar algo. 
QUANTO À EXTINÇÃO: 
- O ato administrativo é praticado, produz efeitos e depois desaparece. 
- Extinção natural: sem nenhum obstáculo ou interferência no ato > o ato já produziu seus efeitos. Ex.: utilização de 
bem público por 15 dias > quando acaba o prazo, extingue-se naturalmente. 
- Extinção subjetiva: relacionado com o sujeito > se ele desaparecer, desaparece o ato. Ex.: promoção de servidor 
extinta com seu falecimento. 
- Extinção objetiva: desaparecimento do objeto da relação.Ex.: desativamento de estabelecimento comercial. 
- Cassação: ocorre quando o administrado deixa de preencher condição necessária para permanência da vantagem. 
Ex.: habilitação cassada porque o condutor ficou cego. 
- Invalidação/anulação: extinção de um ato ilegal, determinada pela administração ou pelo Judiciário, com eficácia ex 
tunc (o ato nulo já nasce contrariando o ordenamento jurídico, por isso deve desconstituir os efeitos desde o início). 
Tem prazo decadencial de 5 anos. Pode anular ato discricionário ou vinculado. 
*Teoria monista: todos os atos que apresentarem qualquer vício devem ser anulados. 
*Teoria dualista: defende que existem atos nulos (vícios insanáveis) e atos anuláveis (vícios sanáveis). 
- Convalidação: suprime um defeito de um ato > aproveitamento do ato > ratificação (ato pelo qual decide eliminar a 
ilegalidade de um ato administrativo. É feito para a preservação da segurança jurídica e da economia processual, 
evitando que o ato viciado seja anulado e seus efeitos desconstituídos. Ex.: era para sair portaria e saiu ordem de 
serviço, então será publicado novamente, adotando a forma de portaria, com uma observação de erro na origem. 
- Reforma: retirar ato irregular. Ex.: conceder férias anuais e férias prêmio, porém ainda não podia receber férias 
prêmio, então ela é retirada pela reforma. 
- Conversão: existe uma parte válida e uma parte inválida, então tiraria essa parte inválida e colocaria uma parte 
válida no lugar. Ex.: decreto concedendo promoção por merecimento para um servidor e por antiguidade por 
outro servidor, na qual o último não tinha direito, então mantém-se a promoção do primeiro, retira a do segundo 
e coloca o terceiro merecedor no lugar. 
- Revogação: extinção do ato administrativo perfeito e eficaz, com eficácia ex nunc, praticada pela administração 
pública e fundada em razões de interesse público (conveniência/oportunidade). Somente ato discricionário pode ser 
revogado, feito por análise de mérito. Só a administração pública pode revogar. Ex.: autorização, permissão para uso 
de bem público. Atos impossíveis de se revogar: atos que já produziram seus efeitos; atos vinculados; atos que geram 
direito adquirido; atos integrativos de processo administrativo. 
- Caducidade: extinção do ato em consequência da sobrevinda de norma legal proibindo situação que o ato autorizava. 
Funciona como uma anulação por causa superveniente. Ex.: perda do direito de utilizar imóvel com fins comerciais 
com a aprovação de lei transformando a área em exclusivamente residencial.

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