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11340 LEI MARIA DA PENHA

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LEI MARIA DA PENHA
Natália Barroca
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LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- OBJETIVO:
Compensar desigualdades entre gênero que existiram ao
longo da história (e ainda existe), estimulando ações
afirmativas para inserção e inclusão do gênero feminino,
em espaço sociais, promovendo-se condições isonômicas.
Entrada em vigor em 22 de setembro de 2006 
(45 dias após a publicação)
MATERIAL COMPLEMENTAR
Comarca de Sete Lagoas, Minas Gerais, Edilson Rumbelsperger Rodrigues
Autos nº 222.942-8/06 (“Lei Maria da Penha”)
Esta “Lei Maria da Penha” — como posta ou editada — é portanto de uma heresia
manifesta. Herética porque é anti-ética; herética porque fere a lógica de Deus;
herética porque é inconstitucional e por tudo isso flagrantemente injusta. Ora! A
desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher — todos nós sabemos —
mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do
homem.
(...)
É portanto por tudo isso que de nossa parte concluímos que do ponto de vista ético,
moral, filosófico, religioso e até histórico a chamada “Lei Maria da Penha” é um
monstrengo tinhoso. E essas digressões, não as faço à toa — este texto normativo
que nos obrigou inexoravelmente a tanto. Mas quanto aos seus aspectos jurídico
constitucionais, o “estrago” não é menos flagrante.
•Perfil da violência
•
O índice de violência doméstica com vítimas femininas é três
vezes maior que o registrado com homens. Os dados
avaliados na pesquisa mostram também que, em 43,1% dos
casos, a violência ocorre tipicamente na residência da
mulher, e em 36,7% dos casos a agressão se dá em vias
públicas. Na relação entre a vítima e o perpetrador, 32,2%
dos atos são realizados por pessoas conhecidas, 29,1% por
pessoa desconhecida e 25,9% pelo cônjuge ou ex-cônjuge.
Com relação à procura pela polícia após a agressão, muitas
mulheres não fazem a denúncia por medo de retaliação ou
impunidade: 22,1% delas recorrem à polícia, enquanto
20,8% não registram queixa.
Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=34977 (agosto de 2019)
https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=34977
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- INCIDÊNCIA LEGAL:
Para incidência da Lei Maria da Penha, é necessário que a violência doméstica
e familiar contra a mulher decorra de:
(a) ação ou omissão baseada no gênero;
(b) no âmbito da unidade doméstica, familiar ou relação de afeto; decorrendo
daí
(c) morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial.
A norma se destina às hipóteses em que a “violência doméstica e familiar
contra a mulher” é praticada, obrigatoriamente, seja no âmbito da unidade
doméstica, seja familiar ou seja em qualquer relação íntima de afeto (art. 5º, I, II
e III, da Lei n. 11.340/2006) – HC 500.627/DF, DJe 13/08/2019
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Constitucionalidade da Lei, análise de 2012, STF*:
✓ Não há violação ao princípio constitucional da igualdade,
em face da lei ser voltada à proteção das mulheres;
✓ Não ofende à competência dos Estados em razão do art.
33 dispor sobre a estrutura dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a mulher;
*AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - 4424
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Constitucionalidade da Lei, análise de 2012, STF:
✓ Afirmação da não aplicação da Lei 9.099/95, ainda que a
pena seja inferior a 2 anos, em face de crimes praticados
com violência doméstica e familiar contra a mulher;
Neste sentido:
STJ Súmula 536 - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula 536,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Constitucionalidade da Lei, análise de 2012, STF:
✓ Confirmação de que toda lesão corporal, ainda que de
natureza leve ou culposa, praticada contra a mulher, no
âmbito das relações domésticas, é crime de ação penal de
natureza pública INCONDICIONADA
Neste sentido:
STJ Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. (Súmula 542,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015)
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- 1975, cidade do México, ONU realiza a I Conferência
Mundial sobre a mulher;
- 1980, Copenhague – Dinamarca, II Conferência Mundial
sobre a mulher;
- 1985, Nairóbi – Quênia, III Conferência Mundial sobre a
mulher;
- 1993, Viena – Áustria, Conferência de Direitos Humanos das
Nações Unidas;
- 1994, Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- 1994, Assembleia Geral da Organização dos Estados
Americanos adotou a Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Doméstica
(Convenção de Belém do Pará):
“Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a
mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano
ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública
como na esfera privada” (art.1º).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- 2001, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
publicou o Relatório 54/2001, sobre a lentidão processual e
grave violação de Direitos Humanos, acerca do caso de
Maria da Penha Maia Fernandes (cujo fato aconteceu em 29
de maio de 1983, o primeiro, que gerou a paraplegia e, uma
semana depois, o segundo fato, a descarga elétrica no
banho):
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- 2001, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
publicou o Relatório 54/2001:
“a ineficácia judicial, a impunidade e a impossibilidade de a
vítima obter uma reparação mostra a falta de compromisso
assumido pelo Brasil de reagir adequadamente ante a violência
doméstica”.
Lei 11.340/2006: Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui
uma das formas de violação dos direitos humanos.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.836/2019: acrescentou dispositivo ao art. 12 da Lei nº 
11.340, de 7 de agosto de 2006, para tornar obrigatória a 
informação sobre a condição de pessoa com deficiência da 
mulher vítima de agressão doméstica ou familiar; 
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.871/2019: Alterou a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha), para dispor sobre a
responsabilidade do agressor pelo ressarcimento dos custos
relacionados aos serviços de saúde prestados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) às vítimas de violência doméstica e
familiar e aos dispositivos de segurança por elas utilizados;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.880/2019: Alterou a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha), para prever a apreensão de
arma de fogo sob posse de agressor em casos de violência
doméstica, na forma em que especifica;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.882/2019: Alterou a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha), para garantir a matrícula dos
dependentes da mulher vítima de violência doméstica e
familiar em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.894/2019: Alterou a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha), para prevera competência dos
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento
ou dissolução de união estável nos casos de violência e
para tornar obrigatória a informação às vítimas acerca da
possibilidade de os serviços de assistência judiciária
ajuizarem as ações mencionadas;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 13.984, de 3 de abril de 2020: Alterou o art. 22 da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para
estabelecer como medidas protetivas de urgência frequência
do agressor a centro de educação e de reabilitação e
acompanhamento psicossocial.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ Lei 14.149, de 5 de maio de 2021 - Institui o Formulário
Nacional de Avaliação de Risco, a ser aplicado à mulher
vítima de violência doméstica e familiar.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Alterações legislativas recentes:
❑ LEI Nº 14.310, DE 8 DE MARÇO DE 2022: Altera a Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para
determinar o registro imediato, pela autoridade judicial, das
medidas protetivas de urgência deferidas em favor da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de
seus dependentes.
LEI Nº 14.310, DE 8 DE MARÇO DE 2022 
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para determinar o
registro imediato, pela autoridade judicial, das medidas protetivas de urgência deferidas em
favor da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes.
Art. 1º O parágrafo único do art. 38-A da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 38-A. .....................................................................................................................
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após sua concessão,
imediatamente registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho
Nacional de Justiça, garantido o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria
Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à
efetividade das medidas protetivas.” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.
Brasília, 8 de março de 2022; 201º da Independência e 134º da República.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- FINALIDADE:
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o
Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de
Execução Penal; e dá outras providências.
enquanto gênero ou sexo biológico?
Nova Iorque, 2016 (reconhecimento de 31 tipos de gêneros):
1. Bi-Gendered (Bi-gênero)
2. Cross-Dresser
3. Drag-King
4. Drag-Queen
5. Femme Queen
6. Female-to-Male (Fêmea-para-macho)
7. FTM
8. Gender Bender (Gênero fronteiriço)
9. Genderqueer
10. Male-To-Female (Macho-para-fêmea)
11. MTF
12. Non-Op
13. Hijra
14. Pangender (Pangênero)
15. Transexual/Transsexual
16. Trans Person (Pessoa trans)
17. Woman (Mulher)
18. Man (Homem)
19. Butch
20. Two-Spirit (espírito duplo)
21. Trans
22. Agender (sem gênero)
23. Third Sex (Terceiro sexo)
24. Gender Fluid (Gênero fluido)
25. Non-Binary Transgender (transgênero não binário)
26. Androgyne (andrógena)
27. Gender-Gifted
28. Gender Bender
29. Femme
30. Person of Transgender Experience (Pessoa em 
experiência transgênera)
31. Androgynous (Andrógeno)
MATERIAL COMPLEMENTAR
(...)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
STJ fixa medida protetiva a mulher trans com base na Lei Maria da Penha
6 de abril de 2022, 8h24
A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) é aplicável para o caso da mulher
transexual vítima de violência em ambiente doméstico. A proteção
conferida não pode ser limitada às pessoas que ostentam condição de
mulher biológica.
Com esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça deu
provimento ao recurso especial para fixar medidas protetivas a uma mulher
transexual, vítima de agressões pelo próprio pai. O precedente é inédito na
corte.
O processo foi motivado por episódio violento do pai da autora da ação.
Usuário de drogas e álcool, ele chegou em casa alterado, agarrou a filha
pelos punhos e atirou contra a parede, antes de tentar agredi-la com
pedaço de madeira. Ela foi perseguida pela rua até encontrar uma viatura
da PM.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-abr-06/lei-maria-penha-
aplicavel-proteger-mulher-trans-stj
Vítima foi agredida 
pelo pai e teve 
medida protetiva 
negada pelo 
Judiciário paulista
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
STJ fixa medida protetiva a mulher trans com base na Lei Maria da Penha
6 de abril de 2022, 8h24
As instâncias ordinárias entenderam que a medida protetiva seria incabível
no caso concreto. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o conceito
"mulher" é usado na Constituição Federal, e nada justifica que ele seja
interpretado, ao menos em matéria penal, como diferente do "sentido
científico".
O recurso ao STJ foi ajuizado pelo Ministério Público de São Paulo, para
quem o acórdão violou o artigo 5º da Lei Maria da Penha. Defendeu que a
única interpretação possível é a que protege a mulher contra qualquer
espécie de violência fundada no gênero e não apenas no sexo biológico.
Relator, o ministro Rogerio Schietti entendeu como descabida a
preponderância que o TJ-SP deu ao fator meramente biológico sobre o que
realmente importa para a incidência da Lei Maria da Penha.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-abr-06/lei-maria-penha-
aplicavel-proteger-mulher-trans-stj
Vítima foi agredida 
pelo pai e teve 
medida protetiva 
negada pelo 
Judiciário paulista
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
STJ fixa medida protetiva a mulher trans com base na Lei Maria da Penha
6 de abril de 2022, 8h24
"A Lei Maria da Penha nada mais objetiva do que proteger vítimas em
situação como a da ofendida destes autos. Os abusos por ela sofridos
aconteceram no ambiente familiar e doméstico e decorreram da distorção
sobre a relação oriunda do pátrio poder, em que se pressupõe intimidade e
afeto, além do fator essencial de ela ser mulher", apontou.
Sexo x gênero
O voto do relator destaca como é ainda incipiente na literatura jurídico-penal
e criminológica brasileira o diálogo com as teorias queer, que desafiam a
heteronormatividade compulsória.
Assim, o ministro Schietti propõe a diferenciação entre os conceitos de
gênero e sexo e esclarece noções de termos transexuais, transgêneros,
cisgêneros e travestis, com a inclusão dessas categorias no abrigo da Lei
Maria de Penha.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-abr-06/lei-maria-penha-
aplicavel-proteger-mulher-trans-stj
Vítima foi agredida 
pelo pai e teve 
medida protetiva 
negada pelo 
Judiciário paulista
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
STJ fixa medida protetiva a mulher trans com base na Lei Maria da Penha
6 de abril de 2022, 8h24
"O conceito de gênero não pode ser empregado sem que se saiba exatamente
o seu significado e de tal modo que acabe por desproteger justamente quem a
Lei Maria da Penha deve proteger: mulheres, crianças, jovens, adultas ou
idosas e, no caso, também as trans", afirmou o relator.
Ao acompanhar o voto, a ministra Laurita Vaz seguiu a mesma linha e
destacou que o alcance do artigo 5º da Lei Maria de Penha passa
necessariamente pelo entendimento de conceito de gênero, que não se
confunde com conceito de sexo biológico.
"A própria realidade brutal vivenciada pelas mulheres trans permite
identificar traços comunscom a violência praticada contra mulheres
cisgênero, o que releva que atos violentos possuem mesma origem a
discriminação de gênero", disse.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-abr-06/lei-maria-penha-
aplicavel-proteger-mulher-trans-stj
Ministro Rogerio 
Schietti propôs 
reflexão sobre 
aplicação da Lei 
Maria da Penha 
para proteção das 
mulheres 
transexuais
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
STJ fixa medida protetiva a mulher trans com base na Lei Maria da Penha
6 de abril de 2022, 8h24
Clique aqui para ler o voto do ministro Rogerio Schietti
REsp 1.977.124
Fonte: https://www.conjur.com.br/2022-abr-06/lei-maria-penha-
aplicavel-proteger-mulher-trans-stj
Ministro Rogerio 
Schietti propôs 
reflexão sobre 
aplicação da Lei 
Maria da Penha 
para proteção das 
mulheres 
transexuais
https://www.conjur.com.br/dl/lei-maria-penha-aplicavel-proteger.pdf
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (arts. 5º e 6º):
Art. 5º
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou
por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Formas de violência:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação,
manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13772.htm#art2
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Formas de violência:
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- Formas de violência:
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
OUTRAS VÍTIMAS
“embora as suas disposições específicas sejam voltadas à proteção da
mulher, não é correto afirmar que o apenamento mais gravoso dado ao
delito previsto no parágrafo 9º do artigo 129 do Código Penal seja aplicado
apenas para vítimas de tal gênero pelo simples fato desta alteração ter se
dado pela Lei Maria da Penha” (RHC 27.622).
Atenção:
▪ SUJEITO ATIVO
▪ SUJEITO PASSIVO
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
MEDIDAS PROTETIVAS
“o crime de desobediência é subsidiário, configurando-se apenas quando,
desrespeitada ordem judicial, não existir sanção específica ou não houver
ressalva expressa no sentido da aplicação cumulativa do artigo 330 do
Código Penal” (REsp 1651.550).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
PRISÃO PREVENTIVA
“Demonstrada a presença do periculum libertatis, com base em elementos
concretos dos autos, justificada está a manutenção do decreto constritivo
imposto ao paciente, a bem da garantia da ordem pública, a fim de
acautelar o meio social e resguardar a integridade física e psíquica da
vítima, evitando ainda a reprodução de fatos graves como os sofridos pela
ofendida”, disse o ministro (HC 392.631).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
“concretude ao texto constitucional e aos tratados e convenções
internacionais de erradicação de todas as formas de violência contra a
mulher, com a finalidade de mitigar, tanto quanto possível, esse tipo de
violência doméstica e familiar (não só a violência física, mas também a
psicológica, a sexual, a patrimonial, a social e a moral) ” (HC 369.673).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
QUALIFICADORAS
"É devida a incidência da qualificadora do feminicídio nos casos em que o
delito é praticado contra mulher em situação de violência doméstica e
familiar, possuindo, portanto, natureza de ordem objetiva, o que dispensa a
análise do animus do agente. Assim, não há se falar em ocorrência de bis in
idem no reconhecimento das qualificadoras do motivo torpe e do
feminicídio, porquanto a primeira tem natureza subjetiva e a segunda,
objetiva" (HC 440.945).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
QUALIFICADORAS
"Quanto ao ponto, é imperioso destacar que, ao contrário do que
consignado na impetração, as qualificadoras do motivo torpe e do
feminicídio não possuem a mesma natureza, sendo certo que a primeira
tem caráter subjetivo, ao passo que a segunda é objetiva, não havendo,
assim, qualquer óbice à sua imputação simultânea“ (HC 430.222).
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
CIÚME
Ao julgar o AREsp 1.441.372, a Sexta Turma concluiu que o ciúme é de
especial reprovabilidade em situações de violência de gênero, por reforçar
as estruturas de dominação masculina – uma vez que é uma exteriorização
da noção de posse do homem em relação à mulher –, e é fundamento apto
para aumentar a pena-base.
O ministro Rogerio Schietti Cruz mencionou que o ciúme não legitima a
prática de lesões corporais contra a ex-companheira, ao contrário,
caracteriza-se como motivação repugnante, em nítido sentimento de
propriedade.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
A Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objetiva proteger a
mulher da violência doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial, desde que o crime
seja cometido no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer
relação íntima de afeto.
Precedentes:
HC 310154/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado
em 28/04/2015, DJe 13/05/2015;
AgRg no REsp 1427927/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA,
julgado em 20/03/2014, DJe 28/03/2014;
HC 172634/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
06/03/2012, DJe 19/03/2012.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
A Lei Maria da Penha atribuiu àsuniões homoafetivas o caráter de entidade
familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais
mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual.
Precedentes:
REsp 1183378/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 25/10/2011, DJe 01/02/2012;
REsp 827962/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA,
julgado em 21/06/2011, DJe 08/08/2011;
REsp 1026981/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/02/2010, DJe 23/02/2010;
REsp 1236524/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, julgado
em 08/09/2011, DJe 15/09/2011.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é a
mulher, já o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que
fique caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade,
além da convivência, com ou sem coabitação.
Precedentes:
HC 277561/AL, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 13/11/2014;
HC 250435/ RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 19/09/2013, DJe 27/09/2013;
HC 181246/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 20/08/2013, DJe
06/09/2013;
HC 175816/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe
28/06/2013;
CC 88027/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 05/12/2008, DJe 18/12/2008;
RHC 046278/AL (decisão monocrática), Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, julgado em 09/06/2015, DJe
16/06/2015.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
A vulnerabilidade, hipossuficiência ou fragilidade da mulher têm-se como
presumidas nas circunstâncias descritas na Lei n. 11.340/2006.
Precedentes:
RHC 55030/RJ, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTATURMA,
julgado em 23/06/2015, DJe 29/06/2015;
HC 280082/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
12/02/2015, DJe 25/02/2015;
REsp 1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
01/04/2014, DJe 15/04/2014.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
A agressão do namorado contra a namorada, mesmo cessado o
relacionamento, mas que ocorra em decorrência dele, está inserida na hipótese
do art. 5º, III, da Lei n. 11.340/06, caracterizando a violência doméstica.
Precedentes:
REsp 1416580/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
01/04/2014, DJe 15/04/2014;
AgRg no AREsp 59208/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado
em 26/02/2013, DJe 07/03/2013;
HC 182411/RS, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe
03/09/2012;
RHC 27317/RJ, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em
17/05/2012, DJe 24/05/2012;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
CC 92591/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
05/12/2008, DJe 16/03/2009;
AREsp 517728/RJ (decisão monocrática), Rel. Ministro WALTER DE ALMEIDA
GUILHERME (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), julgado em
28/11/2014, DJe 05/12/2014;
RHC 45743/RJ (decisão monocrática), Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,
julgado em 29/05/2014, DJe 02/06/2014;
RHC 42629/RJ (decisão monocrática), Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, julgado em
08/11/2013, DJe 14/11/2013;
REsp 1305218/MG (decisão monocrática), Rel. Ministra MARILZA MAYNARD
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), julgado em 05/06/2013, DJe
25/06/2013.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
É cabível a decretação de prisão preventiva para garantir a execução de
medidas de urgência nas hipóteses em que o delito envolver violência
doméstica.
Precedentes:
AgRg no HC 285844/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 04/08/2015, DJe 12/08/2015;
RHC 56620/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em
30/06/2015, DJe 04/08/2015;
RHC 60394/MA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe 30/06/2015;
HC 312513/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
21/05/2015, DJe 28/05/2015;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
AgRg no HC 298460/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 06/11/2014, DJe 25/11/2014;
AgRg no REsp 1445446/MS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA,
julgado em 03/06/2014, DJe 06/06/2014;
RHC 43425/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
11/03/2014, DJe 27/03/2014;
RHC 40567/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado
em 05/12/2013, DJe 11/12/2013;
HC 246481/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 18/09/2012, DJe 21/09/2012;
REsp 1537239/DF (decisão monocrática), Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA
RAPOSO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), julgado em 23/06/2015,
DJe 25/06/2015.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
Nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem
especial relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a
condenação, pois normalmente são cometidos sem testemunhas.
Precedentes:
HC 318976/RS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em
06/08/2015, DJe 18/08/2015;
RHC 51145/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado
em 11/11/2014, DJe 01/12/2014;
AgRg no AREsp 423707/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado
em 07/10/2014, DJe
21/10/2014;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
HC 263690/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, julgado em 17/10/2013,
DJe 24/10/2013;
AgRg no AREsp 213796/DF, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 19/02/2013, Dje 22/02/2013;
HC 151204/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA
DO TJ/SE), QUINTA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 26/10/2012;
HC 179364/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em
07/08/2012, Dje 16/08/2012;
AREsp 547181/DF (decisão monocrática), Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
julgado em 25/05/2015, DJe 03/06/2015;
AREsp 574212/DF (decisão monocrática), Rel. Ministro JORGE MUSSI, julgado em
25/11/2014, DJe 28/11/2014;
AREsp 329687/DF (decisão monocrática), Rel. Ministra LAURITA VAZ, julgado em
05/06/2013, DJe 12/06/2013.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
É inviável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos 
nos casos de violência doméstica, uma vez que não preenchidos os requisitos 
do art. 44 do CP.
Precedentes:
AgRg no AREsp 700718/MS, Rel. Ministra MARIATHEREZA DE ASSIS MOURA, 
SEXTATURMA, julgado em 30/06/2015, DJe 03/08/2015;
AgRg no AREsp 700745/MS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA 
TURMA, julgado em 30/06/2015, DJe 03/08/2015;
HC 320816/MS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA 
TURMA, julgado em 09/06/2015, DJe 17/06/2015;
HC 318817/MS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 
19/05/2015, DJe 01/06/2015;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
AgRg no HC 291889/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
02/06/2015, DJe 15/06/2015;
AgRg no AREsp 558706/MS, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 29/05/2015;
AgRg no HC 293551/ MS, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2015, DJe
14/05/2015;
HC 306856/MS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe
10/04/2015;
HC 311090/MS, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/SC),QUINTA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe 03/03/2015;
AgRg no REsp 1474891/MS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em
18/12/2014, DJe 12/02/2015.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
COMPETÊNCIA PARA O PROCESSAMENTO DE CRIMES DOLOSOS
CONTRA A VIDA PRATICADOS NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA
A Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1a fase do procedimento do
júri seja realizada na Vara de Violência Doméstica em caso de crimes dolosos
contra a vida praticados no contexto de violência doméstica. Não haverá
usurpação da competência constitucional do júri. Apenas o julgamento
propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal do Júri.
STF. 2a Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014.
Informativo 748 STF.
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
A audiência de retratação prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/06 apenas será 
designada no caso de manifestação expressa ou tácita da vítima e desde que 
ocorrida antes do recebimento da denúncia.
Precedentes:
RHC 41545/PB, Rel. Ministra MARIATHEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 04/09/2014, DJe 16/09/2014;
HC 184923/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 
04/09/2012, DJe 14/03/2013;
AgRg no AREsp 40934/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD 
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DOTJ/SE), UINTATURMA, julgado em 
13/11/2012, DJe 23/11/2012;
LEI MARIA DA PENHA (11.340, 7 de agosto de 2006)
- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ:
HC 167898/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 
14/02/2012, DJe 18/06/2012;
AgRg no Ag 1380117/SE, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
22/05/2012, DJe 05/06/2012;
HC 27317/RJ, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2012, 
DJe 24/05/2012;
REsp 1533691/MG (decisão monocrática), Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, julgado 
em 23/06/2015, DJe 03/08/2015;
AREsp 518363/DF (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO 
BELLIZZE, julgado em 24/06/2014, DJe 27/06/2014.
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
LEI 11.340/2006.
Art. 16. Nas ações penais
públicas condicionadas à
representação da ofendida de
que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à
representação perante o juiz,
em audiência especialmente
designada com tal finalidade,
antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério
Público.
CÓDIGO PENAL.
Art. 102. A representação será
irretratável depois de oferecida a
denúncia.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...) VI - pela retratação do agente,
nos casos em que a lei a admite;
FATO
Persecutio Criminis
Propositura da ação penal
Fase investigatória/cautelar
Fase judicial
Oferecimento 
da Denúncia
Recebimento/Rejeição 
da Denúncia
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
FAT
O
Persecutio Criminis
Violência 
doméstica e 
familiar:
Física;
Psicológica;
Sexual;
Patrimonial;
Moral.
No âmbito da unidade 
doméstica, familiar e/ou 
relação íntima de afeto
FASE INVESTIGATÓRIA/CAUTELAR
Atendimento pela 
autoridade policial, 
de imediato (art.10)
Atendimento preferencialmente por servidoras do sexo feminino
Inquirição 
da mulher, 
com 
observância 
dos §§1º e 
2 º, do 
art.10-A
Providências 
do art. 11
FATO
Ouvir a ofendida 
(vide art.10-A), 
lavrar B.O. e tomar 
representação a 
termo
PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS, CONFORME ART. 12
Colher todas as 
provas que 
servirem para 
esclarecer o 
fato e/ou 
circunstâncias
Remeter, no prazo
de 48h, expediente
apartado ao juiz com
o pedido da
ofendida, para
concessão de
medidas protetivas
de urgência (arts.18
ao 24-A)
Vide arts. 
11 e 12-C
determinar que se 
proceda ao exame de 
corpo de delito da 
ofendida e requisitar 
outros exames periciais 
necessários
ouvir o 
agressor e 
as 
testemunhas
ordenar a identificação do agressor e 
fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes criminais, indicando a 
existência de mandado de prisão ou 
registro de outras ocorrências policiais 
contra ele
verificar se o agressor 
possui registro de porte 
ou posse de arma de 
fogo...(art. 12, VI)
Remessa 
do IP ao 
juiz e ao 
Ministério 
Público
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico
Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894,
de 2019)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e
familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar,
domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação dada pela Lei nº
14.188, de 2021)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver
delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado
disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Por 11x0, o STF decidiu na ADI 6138 que são constitucionais as 
disposições da Lei Maria da Penha, que permitem à autoridade 
policial afastar agressor da convivência contra a vítima, nas 
hipóteses do art. 12-c, da Lei 11340/2006
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Alteração feita em 2019 permite afastar o suposto agressor do domicílio em caso
de risco à vida da mulher sem decisão judicial.
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válida a alteração promovida na Lei
Maria da Penha (Lei 11.340/2006) para permitir que, em casos excepcionais, a
autoridade policial afaste o suposto agressor do domicílio ou do lugar de
convivência quando for verificadorisco à vida ou à integridade da mulher, mesmo
sem autorização judicial prévia. A decisão, na Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) 6138, julgada na sessão desta quarta-feira (23), foi unânime.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Risco iminente
De acordo com a norma, introduzida pela Lei 13.827/2019, diante do risco atual ou
iminente à mulher em situação de violência doméstica e familiar ou a seus
dependentes, o agressor será imediatamente afastado​ do local. A medida poderá
ser implementada pelo delegado de polícia, quando o município não for sede de
comarca​ (quando o juiz responsável não mora na localidade), ou pelo policial,
quando não houver delegado disponível no município no momento da denúncia.
Nesses casos, um juiz deve ser comunicado, em no máximo 24h, para decidir
sobre a manutenção ou revogação da cautelar.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Reserva de jurisdição
A Associação de Magistrados do Brasil (AMB), autora da ação, afirmou que, sem
que haja flagrante delito, a entrada de um policial sem autorização judicial em
qualquer domicílio viola princípios constitucionais da reserva de jurisdição, do
devido processo legal e da inviolabilidade do domicílio (incisos XII, LIV e XI do
artigo 5º da Constituição Federal).
No mesmo sentido, o procurador-geral da República sustentou que o afastamento
provisório do agressor do lar é uma medida cautelar e, por esse motivo, só pode
ocorrer com autorização prévia do Judiciário.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Urgência
Já o advogado-geral da União defendeu a constitucionalidade da norma. Segundo
ele, a medida é excepcional e visa dar celeridade à proteção da mulher em
situações de violência doméstica nas quais não é possível, com a devida urgência,
conseguir autorização judicial prévia.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Ciclo de violência
Em seu voto, o relator da ADI, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a
autorização legal para que policiais e delegados de polícia atuem de forma
supletiva para interromper o ciclo de violência doméstica não viola a prerrogativa
constitucional do Judiciário de decretar medidas cautelares. Ele lembrou que, em
última análise, é um juiz que irá decidir, em 24h, se a medida deve ser mantida.
Além disso, em situações excepcionais, como flagrante delito e desastres, a
Constituição permite a invasão do lar sem autorização judicial prévia.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Ciclo de violência
Em seu voto, o relator da ADI, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a
autorização legal para que policiais e delegados de polícia atuem de forma
supletiva para interromper o ciclo de violência doméstica não viola a prerrogativa
constitucional do Judiciário de decretar medidas cautelares. Ele lembrou que, em
última análise, é um juiz que irá decidir, em 24h, se a medida deve ser mantida.
Além disso, em situações excepcionais, como flagrante delito e desastres, a
Constituição permite a invasão do lar sem autorização judicial prévia.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 24/03/2022 14:34
Outro aspecto destacado pelo relator é que a Constituição (artigo 226, parágrafo 8)
exige que o Estado assegure assistência à família, criando mecanismos para coibir
a violência no âmbito de suas relações. As convenções internacionais sobre o
tema, por sua vez, preconizam que, para prevenir e combater o problema, são
necessários instrumentos efetivos e eficazes para afastar o suposto agressor.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
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Proporcionalidade
Em relação à adequação e à proporcionalidade da norma, o relator argumentou
que, embora 1.464 municípios brasileiros não tenham delegacia de polícia, nos
três anos de vigência da regra, o afastamento foi aplicado pela autoridade policial
apenas 642 vezes, das quais 344 foram confirmadas pelo juiz responsável e 298
revogadas. Para o ministro, constada uma agressão ou sua iminência, não é
razoável que o policial volte à delegacia e deixe o suposto agressor com a
potencial vítima.
STF valida mudança na Lei Maria da Penha que autoriza delegados e policiais a 
concederem medidas protetivas
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O ministro Alexandre de Moraes salientou que durante a pandemia aumentaram
os casos de violência doméstica e nesse período, 24,4% das mulheres brasileiras
com mais de 16 anos sofreram algum tipo de violência ou agressão, física ou
psicológica. Segundo ele, 66% dos feminicídios ocorreram na casa da vítima e 3%
na do agressor. Em 97% dos casos, afirmou, não havia qualquer medida protetiva
contra o agressor.
Fonte: STF
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827,
de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da
medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
Art. 12. (...)
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá
conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da
violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de
ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos
fornecidos por hospitais e postos de saúde.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13836.htm#art1
CAPÍTULO II – DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de
urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária,
quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de
divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo
competente; (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO II – DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE
URGÊNCIAArt. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a
prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do
Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do
processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao
agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem
prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao
agressor .
Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao
órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe
de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação;
e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13984.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L13984.htm#art2
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras
previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério
Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição
do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de
prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz
requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no
caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art461%C2%A75
Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário
de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo
domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e
locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos
nos incisos II e III deste artigo.
Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que
deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá
conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13641.htm#art2
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E FAMILIAR
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será
prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na
Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único
de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de
violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governofederal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para
preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses.
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de
dissolução de união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de
2019)
Competência para determinação da medida é do Juízo da Vara de Violência
Doméstica e não do Juízo do Trabalho, visto que a motivação não decorre da
relação laboral, mas sim, de uma situação emergencial, decorrente de violência
doméstica e/ou familiar contra a mulher.
A natureza jurídica deste afastamento é de interrupção do contrato de trabalho,
incidindo, de forma análoga, o auxílio-doença:
15 primeiros dias pela empresa, demais pelo INSS (Informativo 655, STJ)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e
tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos
de violência sexual.
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou
psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os
danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo
com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os
recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável
pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de
2019) (Vigência)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente
e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou
familiar amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo
agressor. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá
importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar possibilidade de substituição
da pena aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13871.htm#art1
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para
matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de
seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos
documentos comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de
violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou
transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações
será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos competentes do poder
público. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13882.htm#art2
SÚMULAS STJ SOBRE O TEMA
Súmula 536 - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se
aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula 536,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)
Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. (Súmula 542,
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2015, DJe 31/08/2015)
Súmula 588 - A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. (Súmula 588, TERCEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 18/09/2017)
Súmula 589 - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.
Súmula 600 - Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no
artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação
entre autor e vítima. (Súmula 600, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 22/11/2017, DJe
27/11/2017)

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