Estudo Dirigido Bacteriologia_AV1 - QUESTÕES e RESPOSTAS

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Universidade Estácio de Sá
Disciplina: Bacteriologia
Professora: Ana Paula Loureiro
Alunas: Vanessa Alves de Sousa Miranda
Turma: 4012
Estudo Dirigido Bacteriologia
1) Quais são as principais diferenças estruturais entre as paredes celulares de gram-positivas e gram negativas?
Gram Positivas: 
Camada espessa de peptideoglicano.
Camada externa: com presença de ácido lipotecoico e ácido tecoico. 
Gram Negativas: 
Camada fina de peptideoglicano. 
Camada externa: LPS (lipopolissacarídeo): endotoxina.
2) Alguns grupos bacterianos não são possíveis de serem observados pelo Gram. Quais são eles e porque não se coram por este método?
Bacilos álcool-ácido resistentes -BAAR - Elas têm esteroides semelhantes ao colesterol - que dá uma resistência maior a parede delas, portanto não se coram com a técnica de gram.
Micobactérias – parede mais lipídica e espessa.
Mycoplasma - não se cora porque não tem parede.
Espiroquetas - até se coram, mas não dá pra ver no microscópio, pois sua parede é muito fina.
3) Por que as drogas antimicrobianas não atingem as células animais? Cite os principais mecanismos alvo destas drogas na célula bacteriana.
As drogas antimicrobianas não atingem as células animais, pois essas são eucariontes, portanto seus ribossomos (organelas responsáveis pela síntese proteica) são do tipo 80s, como esses antibióticos possuem ação seletiva, são criados para atingir apenas os ribossomos 70s (que são específicos de células procariontes – o que inclui as bactérias a este grupo).
Os principais mecanismos alvo destas drogas na célula bacteriana são: degradação/inibição da parede celular, inibe síntese de proteínas (dos ribossomos 70s), inibe o metabolismo da bactéria, inibe DNA e RNA, dano á membrana bacteriana.
4) Descreva as fases da curva de crescimento bacteriano. Como o frio interfere nesta curva? (CONTEÚDO DA PRÁTICA).
Fase Lag: adaptação microbiana.
Fase Log: menor tempo de geração bacteriana.
Fase Estacionária: as bactérias se equilibram por conta da falta de nutrientes. 
Fase Morte: Quando não ocorre a renovação de nutrientes.
O frio interfere na curva de crescimento bacteriano, pois há bactérias que só se desenvolvem em altas temperaturas (37ºC – 40ºC ou mais).
5) Defina: Esterilização, desinfecção, antissepsia e sanitização. (CONTEÚDO DA PRÁTICA).
Desinfecção: superfícies inanimadas;
Sanitização: tudo envolvido com alimentação (alimentos, instrumentos);
Antissepsia: tecido vivo;
Esterilização: eliminação de vida de microrganismos.
6) Quais são os mecanismos de recombinação gênica que ocorrem em bactérias? Determine como ocorrem cada processo.
Transformação: Célula geneticamente modificada por meio da junção do fragmento do DNA de uma célula doadora com o DNA da célula receptora. 
Conjugação: transferência de informação genética mediada por Plasmídeo e necessita de contato direto célula-célula.
Transdução: Transferência de material genético mediada por vírus (bacteriófagos).
7) O que são plasmídeos? Qual sua importância no controle da infecção por bactérias?
Plasmídio é um tipo de DNA extra-cromossomial (adicional).
Confere vantagens a bactéria como: resistência à antibióticos, e iniciam o processo da conjugação bacteriana.
8) Defina microbiota normal e indique as funções desta no organismo animal.
Microbiota normal compreende os microrganismos que colonizam as superfícies internas e externas de indivíduos sadios em associações simbióticas; tem funções essenciais no organismo do animal como: proteção contra infecções por patógenos, modulação imunológica (modificação e eficiência do sistema imune), Metabolismo alimentar (produção de enzimas que degradam os alimentos), 
9) O que são micro-organismos oportunistas? Relacione com a microbiota normal.
Microrganismos oportunistas são os que o hospedeiro é, normalmente, imunocompetente (ou seja, cujo organismo é capaz de reagir e/ou combater adequadamente), porém quando há alteração fisiológica (como por exemplo: alterações hormonais, idade, hábitos alimentares, patologias etc.) que venham a causar comprometimento na resposta imunológica do indivíduo, abrindo, assim, brechas para que esses microrganismos consigam acessar e causar infecção no organismo do hospedeiro.
10) Cite as etapas de uma infecção bacteriana. Para cada uma das etapas descreva um exemplo de fator de virulência associado.
Exposição: portas de entrada do hospedeiro (pele, mucosa, parenteral); dose infectante.
Adesão: moléculas que se ligam à receptores do hospedeiro de forma específica (fimbrias, adesinas, capsula).
Invasão: penetração ativa (invade o tecido ou mucosa do hospedeiro por ingestão ou algum fator de virulência); penetração passiva (lesão tecidual, vetores, endocitose e fagocitose).
Infecção: quando adentra e se multiplica no organismo do hospedeiro – liberando ou produzindo fatores de virulência.
_Toxicidade: efeitos de toxinas no sistema imune e organismo do hospedeiro em geral (endotoxinas e exotocinas).
_Invasividade: crescimento adicional em sitio local ou distantes.
A infecção culmina em doença e/ou lesão tecidual.
11) Qual característica da droga semi-sintética meticilina que torna ela vantajosa frente a penicilina?
Inibidora e resistente à enzima beta-lactamase produzida por determinadas bactérias.
12) Como o Ácido Clavulânico auxilia a ação do antimicrobiano Amoxicilina?
A amoxicilina, associada ao ácido clavulânico, tem sua semi-vida aumentada, pois este inibe a quebra da amoxicilina pela enzima beta-lactamase produzida por determinados microrganismos. 
13) Quais características das bactérias do gênero Listeria que tornam a listeriose uma doença de grande importância para a saúde pública, principalmente no que se refere ao controle de alimentos?
A listeriose possui grande importância em saúde pública, pois a Listeria, gênero bacteriano que a transmite contém características que assumem alta patogenicidade como, por exemplo: crescem e se desenvolvem em concentrações altas de sal; formam biofilmes, o que as protege da ação de sanitização e se aderem em tubulações e instrumentos, dessa forma podem se disseminar nos alimentos; são psicrotróficas, ou seja, crescem mesmo em ambientes refrigerados.
14) Um veterinário responsável por uma fazenda de gado de corte se deparou com a seguinte situação: Alguns animais apresentavam grande edema no pescoço e na parte ventral do abdome e outros haviam morrido com intenso sangramento nasal, oral e retal. O animal não foi necropsiado, mas amostras do sangue expelido foram coletadas para análise. Responda:
a) Qual seria sua suspeita clínica neste caso? Qual o agente etiológico envolvido nesta infecção?
A suspeita clínica seria Carbúnculo hemático e, o agente etiológico neste caso seria o Bacillus anthracis.
b) Qual o motivo de não ser realizada a necropsia neste caso?
A necropsia de animais que vieram a óbito por carbunculo hemático não é indicada, pois baseado nas características do agente etiológico, o Bacillus anthracis​​, que é uma bactéria gram positiva com tendências a formar esporos, esse ato pode gerar contaminação ambiental, já que ao falecer o animal gera um ambiente de anaerbiose, que é propcio a esporulação dessa bactéria dentro do organismo do animal, sendo assim, ao serem necropciados esses esporos podem se disseminar e contaminar pastagens, rios e logo, também outros animais.
c) Descreva a toxina responsável por tal sintomatologia.
Holotoxina: causa deterioração da hemodinâmica do animal, que morre por choque circulatório. 
◦ Fator Edema: Perda de fluidos e eletrólitos pelas células.
◦ Antígeno protetor: se conecta na célula e faz receptor para os outros dois (fator letal e fator edema) necessário para os demais fatores.
◦ Fator Letal: lesão tecidual.
15) Quais as principais espécies de cocos Gram positivos associados com a mastite contagiosa em bovinos? Qual a importância de definir se a mastite tem origem contagiosa ou ambiental?
Staphylococcus e Streptococcus
Staphylococcus aureus – Microbiota da região apical doteto.
Streptococcus agalactiae - Parasita do teto mamário –não sobrevive no ambiente. 
Streptococcus dysgalactiae – subespécie Dysgalactiae (mastite ambiental). 
Streptococcus uberis e Streptococcus bovis (mastite ambiental -estreptococos ambientais).
Importante identificar para tratamento farmacológico e profilaxias adequados, e para a possibilidade de erradicação do rebanho, como é o acaso de S. agalactiaedo.
16) O garrotilho é uma doença de alta morbidade e baixa mortalidade em equinos. Responda:
a) Qual o agente etiológico envolvido nesta infecção?
Streptococcus equi
b) Descreva a patogenia da doença.
A bactéria entra na Mucosa do trato respiratório superior do equino, se aderindo ao organismo do hospedeiro por meio de seus elementos de adesão: capsula e proteína M, causa processo inflamatório através da exotoxina pirogênica, em seguida invade as células do sistema imune também por auxilio da proteína M, ocasionando então migração para os linfonodos e lesão tecidual por conta da ação da enzima hemolisina e outras, gerando abcessos. 
17) Com relação aos Clostridios neurotóxicos, descreva o mecanismo de ação de suas toxinas e diferencie-as.
Toxina Botulínica – ingestão de alimento contendo a toxina intestino delgado germinação (por anaerobiose) corrente sanguínea junção neuromuscular evita a liberação de acetilcolina = gera a paralisia aguda flácida.
Toxina Tetânica – esporos no ambiente inoculação em lesão profunda germinação (por anaerobiose) produção de tetanoespasmina corrente sanguínea junção neuromuscular liberação contínua de acetilcolina = gera a paralisia espástica. 
18) Diferencie o carbúnculo sintomático e gangrena gasosa quanto seus agentes etiológicos e mecanismos de indução da lesão muscular.
Gangrena Gasosa:
Agente etiológico – Clostidios do tipo: C. septicum, C. perfringens, C. novyie C. sordelli - (habita solos e fezes de animais herbívoros e outras espécies animais).
A gangrena gasosa é uma infecção necrosante caracterizada por feridas com produção de gás; as alterações patológicas desenvolvidas decorrentes desta infecção estão relacionadas a sua via de infecção que se dá por lesões (tosquias, cirurgias por instrumentos cirúrgicos sem devida antissepsia), ao passo que os clostridios se beneficiarão desta para adentrar no tecido subcutâneo e na musculatura do hospedeiro, estes possuem Alfa-toxina – que é uma toxina indutora de poro na célula endotelial do hospedeiro, causando a morte celular, devido então a este fato temos a ocorrência de edemas e necroses teciduais.
Carbúnculo Sintomático:
Agente etiológico - Clostridium chauvoei (habita solo e trato intestinal dos herbívoros).
Essa infecção se caracteriza por desenvolver patogenias que se correlacionam com sua forma de infecção por ingestão de capim contaminado, os clostridios irão invadir a musculatura do hospedeiro, estes possuem Alfa-toxina e Chauveolisina – que são toxinas indutoras de poro na célula do hospedeiro e que causam a morte celular, o ambiente anaeróbio mais a ação destas toxinas, assim, também como na gangrena gasosa, acabam por favorecerem a doença em si e suas patologias sintomáticas: crepitação, edemas e hemorragias, choque e morte.
19) As bactérias da espécie Escherichia coli podem ser classificadas em patotipos de acordo com os fatores de virulência que apresentam e na sintomatologia que induzem no hospedeiro. Cite os patotipos envolvidos nas doenças gastro-intestinais indicando os principais fatores de virulência envolvidos em cada um deles.
E. coli Enteropatogênica clássica (EPEC)
Fatores de Virulência:
- Adesão íntima com formação de pedestais: Lesões do tipo “attaching and effacing” →destruição das microvilosidades intestinais;
- Sistema de secreção tipo III: injeta proteínas da bactéria na célula do hospedeiro (enterócito) que mobilizam o citoesqueleto formando o pedestal.
Patogenia: Diarréia aquosa e com muco.
E. coli Enterotoxigênica (ETEC)
Fatores de Virulência:
- Enterotoxinas–codificadas por plasmídeos: Termolábil (LT) e termoestável (ST).
- Desequilíbrio hidrossalino = perda de água e acidose metabólica;
Patogenia: Diarreia aquosa e abundante, e desidratação.
E. coli Enterohemorrágica (EHEC)
Fatores de Virulência:
- Sistema de secreção do tipo III: Lesão A/E; 
 
- Toxina Shiga – absorção sistêmica. 
Patogenia: Causam diarreia hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica por conta da ação da toxina shiga (é uma complicação extra-intestinal, ocorre em humanos e cães). 
20) Recentemente os Estados Unidos vem sofrendo um surto em humanos em decorrência da ingestão de alface contaminado pela bactéria E. coli O157 H7 (EHEC). A fonte de contaminação das verduras foi provavelmente uma criação de bovinos que existia concomitante com a plantação. O que faz acreditar que bovinos saudáveis possam ser a fonte de infecção desta estirpe bacteriana?
Os bovinos são apenas reservatórios para E. coli O157 H7 (EHEC), pois não possuem receptores para a toxina shiga em seu organismo. 
21) O isolamento e identificação de E. coli em amostra fecal de animais/humanos com diarreia é um achado significativo? Justifique.
Sim, pois desta forma é possível identificar os sorotipos existentes para aquela espécie bacteriana e seus genes de virulência (identificar toxinas, proteínas etc. envolvidas no processo infeccioso) e, a partir disto as patogenias que podem ser associadas. Dessa forma o isolamento e identificação do agente etiológico específico é de suma importância para auxiliar com medidas de prevenção, controle de doenças e possíveis surtos.
22) Um indivíduo que ingeriu carne de frango contaminado por salmonelas pode não desenvolver salmonelose. Quais são os fatores preponderantes para que a infecção por salmonelas em pessoas seja efetiva?
Os fatores preponderantes para que a infecção por salmonelas em pessoas seja efetiva são:
- Dose infectante;
- Estado de resistência do hospedeiro à colonização; 
- Espécies ou sorotipos particulares de Salmonella;
- Consumo/preparo da carne: cozida e bem passada = morte dos micro-organismos.