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Curso de Medicina Veterinária APOSTILA DE DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO MÉDICO VETERINÁRIA Prof. Gilton Luiz Almada Vila Velha 2018 2 SUMÁRIO 1 Exercício da profissão de médico veterinário e criação dos Conselhos Federal E Regionais de Medicina Veterinária - Lei Nº 5.517 (23/10/1968) .............................................. 3 2 Inscrição, registro, cancelamento e movimentação de pessoas física e jurídica no sistema CFMV/CRMV - Resolução N.º 680 (15/12/2000) ........................................................ 8 3 Funcionamento e registro de empresas de planos de saúde animal - Resolução N.º 647 (22/04/1998) ............................................................................................................................ 9 4 Métodos de eutanásia em animais - Resolução Nº 1000 (11/05/2012) ........................... 10 5 Responsabilidade técnica ............................................................................................... 15 6 Título de especialista em áreas da medicina veterinária - Resolução Nº 935 (10/12/2009) 16 7 Funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários – Resolução Nº 1015 (09/11/2012) .......................................................................................................................... 17 8 Atendimento médico veterinário a animais silvestres/selvagens - Resolução Nº 829 (25/04/2006) .......................................................................................................................... 20 9 Procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres; e cirurgias mutilantes em pequenos animais - Resolução Nº 877 (15/02/2008) ..................................... 21 10 Fisioterapia animal - Resolução Nº 850 (05/12/2006) .................................................. 23 11 Exercício da responsabilidade técnica pelos laboratórios, exames laboratoriais e emissão de laudos essenciais ao exercício da medicina veterinária - Resolução Nº 831 (14/07/2006) .......................................................................................................................... 24 12 Atestados de sanidade, óbito, vacinação e de sanidade dos produtos de origem animal - Resolução Nº 844 (20/09/2006)........................................................................................... 24 13 Prestação de serviços de estética, banho e tosa - Resolução Nº 878 (15/02/2008) .... 25 14 Código de ética do médico veterinário - Resolução Nº 1138 (16/12/2016) .................. 26 3 1 Exercício da profissão de médico veterinário e criação dos Conselhos Federal E Regionais de Medicina Veterinária - Lei Nº 5.517 (23/10/1968) 1.1 Profissão de Médico(a) veterinário(a) O Exercício da profissão de médico veterinário obedecerá às disposições da presente lei. Só é permitido o exercício da profissão de médico veterinário: a) aos portadores de diplomas expedidos por escolas oficiais reconhecidas e registradas no Ministério da Educação (MEC); b) aos profissionais diplomados no estrangeiro que tenham revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor. O exercício das atividades profissionais só será permitido aos portadores de carteira profissional expedida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária ou pelos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária criados na presente lei, exceto aos profissionais estrangeiros contratados em caráter provisório pela União, pelos Estados, pelos Municípios, para função específica de competência privativa ou atribuição de médico veterinário. 1.2 Exercício profissional É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes atividades e funções quando exercidas nos governos federal, estadual e municipal, além de entidades autárquicas, paraestatais e de economia mista e particulares: a) a prática da clínica em todas as suas modalidades. b) a direção dos hospitais para animais. c) a assistência técnica e sanitária aos animais sob qualquer forma. d) o planejamento e a execução da defesa sanitária animal. e) a direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção onde estejam, permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim animais ou produtos de sua origem. f) a inspeção e a fiscalização sob o ponto de vista sanitário, higiênico e tecnológico dos matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas de carne e de pescado, fábricas de banha e gorduras em que se empregam produtos de origem animal, usinas e fábricas de laticínios, entrepostos de carne, leite, peixe, ovos, mel, cera e demais derivados da indústria pecuária e, de um modo geral, quando possível, de todos os produtos de origem animal nos locais de produção, manipulação, armazenagem e comercialização. g) a peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, doenças, acidentes, e exames técnicos em questões judiciais. h) as perícias, os exames e as pesquisas reveladoras de fraudes ou operação dolosa nos animais inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias. i) o ensino, a direção, o controle e a orientação dos serviços de inseminação artificial. j) atuar como docente nas disciplinas especificamente médico veterinárias, bem como a direção das respectivas seções e laboratórios. k) a direção e a fiscalização do ensino da medicina veterinária, bem como do ensino agrícola médio, nos estabelecimentos em que a natureza dos trabalhos tenha por objetivo exclusivo a indústria animal. 4 l) a organização dos congressos, comissões, seminários e outros tipos de reuniões destinados ao estudo da medicina veterinária m) a assessoria técnica do Ministério das Relações Exteriores, no país e no estrangeiro, no que diz com os problemas relativos à produção e à indústria animal. Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com: a) as pesquisas, o planejamento, a direção técnica, o fomento, a orientação e a execução dos trabalhos de qualquer natureza relativos à produção animal e às indústrias derivadas, inclusive às de caça e pesca. b) o estudo e a aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais transmissíveis ao homem. c) a avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de crédito e de seguro. d) a padronização e a classificação dos produtos de origem animal. e) a responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e a sua fiscalização. f) a participação nos exames dos animais para efeito de inscrição nas Sociedades de Registros Genealógicos. g) os exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal. h) as pesquisas e trabalhos ligados à biologia geral, à zoologia, à produção animal, bem como à bromatologia animal em especial. i) a defesa da fauna, especialmente a controle da exploração das espécies animais silvestres, bem como dos seus produtos. j) os estudos e a organização de trabalhos sobre economia e estatística ligados à profissão. k) a organização da educação rural relativa à pecuária. 1.3 Conselho Federal de Medicina Veterinária e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária A fiscalização do exercício da profissão de médico veterinário será exercida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e pelos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. A fiscalização do exercício profissional abrange os profissionais estrangeiros contratados em caráter provisório pela União, pelos Estados, pelos Municípios, para função específica decompetência privativa ou atribuição de médico veterinário. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) tem por finalidade, além da fiscalização do exercício profissional, orientar, supervisionar e disciplinar as atividades relativas à profissão de médico veterinário em todo o território nacional, diretamente ou através dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMV’s). O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária servirão de órgão de consulta dos governos da União, dos Estados, dos Municípios, em todos os assuntos relativos à profissão de médico veterinário ou ligados, direta ou indiretamente, à produção ou à indústria animal. O CFMV e os CRMVs constituem em seu conjunto, uma autarquia, sendo cada um deles dotado de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira. 5 O Distrito Federal (Brasília) será a sede do Conselho Federal de Medicina Veterinária com jurisdição em todo o território nacional, a ele subordinados os Conselhos Regionais, sediados nas capitais dos Estados. O CFMV será constituído de brasileiros natos ou naturalizados em pleno gozo de seus direitos civis, cujos diplomas profissionais estejam registrados de acordo com a legislação em vigor e as disposições desta lei. Os CRMV’s serão organizados nas mesmas condições do CFMV. O Conselho Federal de Medicina Veterinária compor-se-á de: um presidente, um vice- presidente, um secretário-geral, um tesoureiro e mais seis conselheiros, eleitos em reunião dos delegados dos Conselhos Regionais por escrutínio secreto e maioria absoluta de votos, realizando-se tantos escrutínios quantos necessários à obtenção desse “quorum”. Na mesma reunião e pela forma prevista no artigo, serão eleitos seis suplentes para o Conselho. Cada Conselho Regional terá direito a três delegados à reunião que o artigo prevê. Os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária serão constituídos à semelhança do Conselho Federal, de seis membros, no mínimo, e de dezesseis no máximo, eleitos por escrutínio secreto e maioria absoluta de votos, em assembléia geral dos médicos veterinários inscritos nas respectivas regiões e que estejam em pleno gozo dos seus direitos. O voto é pessoal e obrigatório em toda eleição, salvo caso de doença ou de ausência plenamente comprovada. Por falta não plenamente justificada à eleição, incorrerá o faltoso em multa correspondente a 20% (vinte por cento) do salário mínimo da respectiva região, dobrada na reincidência. O eleitor que se encontrar, por ocasião da eleição, fora da sede em que ela deva realizar-se, poderá dar seu voto em dupla sobrecarta opaca, fechada e remetida por ofício com firma reconhecida ao presidente do Conselho Regional respectivo. Serão computadas as cédulas recebidas até o momento de encerrar-se a votação. A sobrecarta maior será aberta pelo presidente do Conselho que depositará a sobrecarta menor na urna, sem violar o sigilo do voto. A Assembléia Geral reunir-se-á, em primeira convocação com a presença da maioria absoluta dos médicos veterinários inscritos na respectiva região, e com qualquer número, em segunda convocação. Os componentes do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e seus suplentes são eleitos por três anos e o seu mandato exercido a título honorífico. O presidente do Conselho terá apenas voto de desempate. São atribuições do CFMV: a. organizar o seu regimento interno. b. aprovar os regimentos internos dos Conselhos Regionais, modificando o que se tornar necessário para manter a unidade de ação. c. tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas pelos CRMVs e dirimi-las. d. julgar em última instância os recursos das deliberações dos CRMVs. e. publicar o relatório anual dos seus trabalhos e, periodicamente, até o prazo de cinco anos, no máximo e relação de todos os profissionais inscritos. f. expedir as resoluções que se tornarem necessárias à fiel interpretação e execução da presente lei. g. propor ao Governo Federal as alterações desta Lei que se tornarem necessárias, principalmente as que, visem a melhorar a regulamentação do exercício da profissão de médico veterinário. h. deliberar sobre as questões oriundas do exercício das atividades afins às de médico veterinário. i. realizar periodicamente reuniões de conselheiros federais e regionais para fixar diretrizes sobre assuntos da profissão; j. organizar o Código de Deontologia Médico Veterinária. 6 As questões referentes às atividades afins com as outras profissões serão resolvidas através de entendimentos com as entidades reguladoras dessas profissões. A responsabilidade administrativa no CFMV e CRMV cabe ao seu presidente, inclusive para o efeito da prestação de contas. As atribuições dos CRMVs são as seguintes: a. organizar o seu regimento interno, submetendo-o à aprovação do CFMV. b. inscrever os profissionais registrados residentes em sua jurisdição e expedir as respectivas carteiras profissionais. c. examinar as reclamações e representações escritas acerca dos serviços de registro e das infrações desta Lei e decidir, com recursos para o CFMV. d. solicitar ao CFMV as medidas necessárias ao melhor rendimento das tarefas sob a sua alçada e sugerir-lhe que proponha à autoridade competente as alterações desta Lei, que julgar convenientes, principalmente as que visem a melhorar a regulamentação do exercício da profissão de médico veterinário. e. fiscalizar o exercício da profissão, punindo os seus infratores, bem como representando as autoridades competentes acerca de fatos que apurar e cuja solução não seja de sua alçada. f. funcionar como Tribunal de Honra dos profissionais, zelando pelo prestígio e bom nome da profissão; g. aplicar as sanções disciplinares, estabelecidas nesta Lei. h. promover perante o juízo da Fazenda Pública e mediante processo de executivo fiscal, a cobrança das penalidades previstas para execução da presente Lei. i. contratar pessoal administrativo necessário ao funcionamento do Conselho. j. eleger delegado-eleitor, para a reunião que elegerá os membros do CFMV. A responsabilidade administrativa no CFMV e CRMV cabe ao seu presidente, inclusive para o efeito da prestação de contas. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária não poderão deliberar senão a presença da maioria absoluta de seus membros. O Conselheiro Federal ou Regional que faltar, no decorrer de um ano, sem licença prévia do respectivo Conselho, a 6 (seis) reuniões, perderá automaticamente o mandato, sendo sucedido por um dos suplentes. O exercício do cargo de Conselheiro Regional é incompatível com o de membro do Conselho Federal. O médico veterinário que, inscrito no Conselho Regional de um Estado, passar a exercer a atividade profissional em outro Estado, em caráter permanente, assim entendido o exercício da profissão por mais de 90 (noventa) dias, ficará obrigado a requerer inscrição secundária no quadro respectivo ou para ele transferir-se. 1.4 Anuidades e taxas O médico veterinário para o exercício de sua profissão é obrigado a se inscrever no Conselho de Medicina Veterinária do seu Estado e pagará uma anuidade ao respectivo Conselho até o dia 31 de março de cada ano, acrescido de 20% quando fora desse prazo. Caso esteja ausente do País não fica isento do pagamento da anuidade, que poderá ser paga, no seu regresso, sem o acréscimo dos 20% referido neste artigo. O Conselho Federal ou Conselho Regional de Medicina Veterinária cobrará taxa pela expedição ou substituição de carteira profissional pela certidão referente à anotação de função técnica ou registro de firma. As firmas, associações, companhias, cooperativas, empresas de economia mista e outras que exercem atividades peculiares à medicina veterináriaestão obrigadas a se registrarem nos Conselhos de Medicina Veterinária das regiões onde funcionarem. Deverão pagar aos Conselhos de Medicina Veterinária onde se registrarem, taxa de inscrição e anuidade. 7 As firmas de profissionais da Medicina Veterinária, as associações, empresas ou quaisquer estabelecimentos cuja atividade seja passível da ação de médico veterinário, deverão, sempre que se tornar necessário, fazer prova de que, para esse efeito, têm a seu serviço profissional habilitado na forma desta Lei (responsável técnico). Aos infratores será aplicada, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária a que estiverem subordinados, multa que variará de 20% a 100% do valor do salário mínimo regional, independentemente de outras sanções legais. Constitui renda do CFMV o seguinte: a. a taxa de expedição da carteira profissional dos médicos veterinários sujeitos à sua jurisdição no Distrito Federal. b. a renda das certidões solicitadas pelos profissionais ou firmas situadas no Distrito Federal. c. as multas aplicadas no Distrito Federal a firmas sob sua jurisdição. d. a anuidade de renovação de inscrição dos médicos veterinários sob sua jurisdição, do Distrito Federal; e. ¼ da taxa de expedição da carteira profissional expedida pelos CRMVs. f. ¼ das anuidades de renovação de inscrição arrecadada pelos CRMVs. g. ¼ das multas aplicadas pelos CRMVs. h. ¼ da renda de certidões expedidas pelos CRMVs. i. doações e subvenções. A renda de cada Conselho Regional de Medicina Veterinária será constituída do seguinte: a. ¾ da renda proveniente da expedição de carteiras profissionais. b. ¾ das anuidades de renovação de inscrição. c. ¾ das multas aplicadas de conformidade com a presente Lei. d. ¾ da renda das certidões que houver expedido. e. doações; e subvenções. 1.5 As penalidades O poder de disciplinar e aplicar penalidades aos médicos veterinários compete exclusivamente ao Conselho Regional, em que estejam inscritos ao tempo do fato punível. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais são as seguintes: a. advertência confidencial, em aviso reservado. b. censura confidencial, em aviso reservado. c. censura pública, em publicação oficial. d. suspensão do exercício profissional até 3 (três) meses. e. cassação do exercício profissional, “ad referendum” do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Salvo os casos de gravidade manifesta que exijam aplicação imediata de penalidade mais alta, a imposição das penas obedecerá à graduação deste artigo. A imposição de qualquer penalidade caberá recurso, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência, para o Conselho Federal. Além do recurso previsto, não caberá qualquer outro de natureza administrativa, salvo aos interessados, a via judiciária. As denúncias contra membros dos Conselhos Regionais só serão recebidas quando devidamente assinadas e acompanhadas da indicação de elementos comprobatórios do alegado. 1.6 Disposições gerais São equivalentes, para todos os efeitos, os títulos de médico veterinário, quando expedidos por escolas oficiais ou reconhecidas, de acordo com a legislação em vigor. “A apresentação da carteira profissional prevista nesta Lei será obrigatoriamente exigida pelas autoridades civis ou militares, federais, estaduais ou municipais, pelas respectivas 8 autarquias, empresas paraestatais ou sociedades de economia mista, bem como pelas associações cooperativas, estabelecimentos de crédito em geral, para inscrição em concurso, assinatura de termo de posse ou de qualquer documento, sempre que se tratar de prestação de serviço ou desempenho de função privativa da profissão de médico veterinário. A carteira de identidade profissional expedida pelos Conselhos de Medicina Veterinária servirá como documento de identidade e terá fé pública. As repartições públicas, civis e militares, federais, estaduais ou municipais, as autarquias, empresas paraestatais ou sociedades de economia mista exigirão, nos casos de concorrência pública, coleta de preços ou prestação de serviço de qualquer natureza, que as entidades a que se refere o artigo 28 façam prova de estarem quites com as exigências desta Lei, mediante documento expedido pelo CRMV a que estiverem subordinadas. As infrações do presente artigo serão punidas com processo administrativo regular, mediante denúncia do CFMV ou CRMV, ficando a autoridade responsável sujeita à multa pelo valor da rescisão do contrato firmado com as firmas ou suspensão de serviços, independentemente de outras medidas prescritas nesta Lei. 2 Inscrição, registro, cancelamento e movimentação de pessoas física e jurídica no sistema CFMV/CRMV - Resolução N.º 680 (15/12/2000) 2.1 Justificativas a) Para o exercício da Medicina Veterinária no Território Nacional, os profissionais deverão se inscrever no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado que atuam. b) As Pessoas Jurídicas (empresas) são obrigadas a se registrarem junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária - CRMV, correspondentes à região onde funcionam ou venham a funcionar. c) Necessidade de disciplinar os processos de inscrição, registro, movimentação, cancelamento de Pessoas Física e Jurídica e outros procedimentos de secretaria, com o objetivo de manter a uniformidade de ação no âmbito do CFMV/CRMV. d) O Conselho Federal, como órgão de cúpula, é a instância superior da organização profissional dos Médicos Veterinários do País 2.2 Obrigatoriedade de inscrição Para o exercício da Medicina Veterinária no território nacional, o profissional é obrigado a se inscrever no Conselho Regional de Medicina Veterinária em cuja jurisdição estiver atuando. Caracteriza o exercício da Medicina Veterinária entre outros: I. magistério, em qualquer nível ou outras atividades, para as quais se valer do título profissional, para ocupar o cargo, função ou emprego, mesmo que não seja privativo da Medicina Veterinária. II. atividade em propriedade rural própria do Médico Veterinário, mesmo que exclusivamente. III. realização de curso de pós-graduação, em qualquer nível. IV. outras atividades que exijam a formação em Medicina Veterinária. 2.3 Transferência para outro estado Fica dispensado de transferência de inscrição o profissional que se afastar, temporariamente, da jurisdição do Conselho a que estiver inscrito, quando se deslocar para: I. frequentar, exclusivamente, cursos de pós-graduação em qualquer nível, em estabelecimento situado na jurisdição de outro CRMV. II. cumprir, exclusivamente, estágio ou residência. III. servir, exclusivamente, nos "campus avançados" das Universidades ou Escolas Isoladas. 9 2.4 Inscrição secundária Para o exercício de atividade profissional, na jurisdição de outro Conselho, por prazo superior a 90 (noventa) dias, ou, caracterizada a periodicidade de sua atuação, deverá o profissional requerer a inscrição secundária no Conselho onde exercerá as suas atividades profissionais, apresentando no ato a sua cédula de identidade profissional, para expedição da cédula de identidade secundária. 2.5 Identificação profissional Os Médicos veterinários em atividade no Brasil ou exterior ficam obrigados a inscrever abaixo da assinatura, em todos os atos profissionais, assim como em cartões de visita e em quaisquer outros veículos de apresentação profissional, inclusive em qualquer publicação de assuntos técnicos, a sigla do Conselho de Medicina Veterinária em que estiverem inscritos 3 Funcionamento e registro de empresas de planos de saúde animal - Resolução N.º 647 (22/04/1998) É obrigatório o registro de empresa prestadora de serviços de Plano de Saúde Animal, no Conselho de Medicina Veterinária do seu Estado. As empresas de serviços de Plano de Saúde Animal classificam-seem: I. Empresas de intermediação de serviços médicos veterinários. II. Empresas prestadoras de serviços diretamente através de estabelecimentos médicos veterinários. III. Empresas de intermediação e prestadoras de serviços médicos veterinários. A empresa de serviços de Plano de Saúde Animal deverá apresentar no ato do seu registro cópias dos seguintes documentos, devidamente registrados em cartório de título e documentos: I. contrato de Plano de Saúde Animal com as suas modalidades e variações a ser firmado com o contratante. II. contrato de credenciamento das pessoas físicas e jurídicas prestadoras de serviços médicos veterinários, quando for o caso. III. relação comprovando todos os serviços ou procedimentos que estão à disposição do usuário, diretamente ou através de terceirização, cobertos integralmente pelo Plano de Saúde Animal e a sua respectiva carência. IV. relação comprovando todos os serviços ou procedimentos que estão à disposição do usuário diretamente ou através de terceirização, que são cobertos parcialmente pelo Plano de Saúde Animal e a sua respectiva carência. V. documento constando claramente os valores de: a. matrícula. b. mensalidade das diferentes categorias do Plano de Saúde Animal. c. todos os serviços ou procedimentos que estão à disposição do usuário, em qualquer circunstância. As empresas de serviços de Plano de Saúde Animal, devem apresentar ao Conselho onde possui registro, cópias de todos os contratos firmados com pessoas físicas e jurídicas credenciadas, assim como, informar o descredenciamento. As empresas de serviços de Planos de Saúde animal devem providenciar um responsável técnico. Compete ao respectivo Conselho Regional a análise do contrato de credenciamento a ser firmado com a pessoa física ou jurídica prestadora de serviços médicos veterinários, no tocante aos aspectos ético-profissionais. 10 4 Métodos de eutanásia em animais - Resolução Nº 1000 (11/05/2012) 4.1 Justificativas a) a eutanásia é um procedimento clínico e sua responsabilidade compete privativamente ao médico veterinário. b) é competência do CFMV em regulamentar, disciplinar e fiscalizar o exercício da Medicina Veterinária. c) crescente preocupação da sociedade quanto à eutanásia dos animais e a necessidade de uniformização de metodologias junto à classe médico veterinária. d) diversidade de espécies envolvidas nos procedimentos de eutanásia e a multiplicidade de métodos aplicados. e) a eutanásia é um procedimento necessário, empregado de forma científica e tecnicamente regulamentada, e que deve seguir preceitos éticos específicos. f) os animais submetidos à eutanásia são seres sencientes e que os métodos aplicados devem atender aos princípios de bem-estar animal. 4.2 Disposições gerais Para os fins desta Resolução, eutanásia é a indução da cessação da vida animal, por meio de método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado, observando os princípios éticos aqui definidos e em outros atos do CFMV. A eutanásia pode ser indicada nas situações em que: I - o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos. II - o animal constituir ameaça à saúde pública. III - o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente. IV - o animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais – CEUA. V - o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário. São princípios básicos norteadores dos métodos de eutanásia: I - elevado grau de respeito aos animais. II - ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais. III - busca da inconsciência imediata seguida de morte. IV - ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade. V - segurança e irreversibilidade. VI - ausência ou mínimo impacto ambiental. VII - ausência ou redução máxima de risco aos presentes durante o procedimento. VIII - ausência ou redução máxima de impactos emocional e psicológico negativos no operador e nos observadores. É obrigatória a participação do médico veterinário na supervisão e/ou execução da eutanásia animal em todas as circunstâncias em que ela se faça necessária. O médico veterinário responsável pela supervisão e/ou execução da eutanásia deverá: I - possuir prontuário com os métodos e técnicas empregados, mantendo estas informações disponíveis para fiscalização pelos órgãos competentes. II - garantir o estrito respeito ao previsto princípios básicos norteadores dos métodos de eutanásia. III - ser responsável pelo controle e uso dos fármacos empregados. IV - conhecer e evitar os riscos inerentes do método escolhido para a eutanásia; V - prever a necessidade de um rodízio profissional, quando houver rotina de procedimentos de eutanásia, com a finalidade de evitar o desgaste emocional decorrente destes procedimentos. 11 VI - garantir que a eutanásia, quando não realizada pelo médico veterinário, seja executada, sob supervisão deste, por indivíduo treinado e habilitado para este procedimento. VII - esclarecer ao proprietário ou responsável legal pelo animal, quando houver, sobre o ato da eutanásia. VIII - solicitar autorização, por escrito, do proprietário ou responsável legal pelo animal, quando houver, para a realização do procedimento. Os animais deverão ser submetidos à eutanásia em ambiente tranquilo e adequado, respeitando o comportamento da espécie em questão. No que se refere à compra e armazenamento de fármacos, saúde ocupacional e a eliminação de despojos, a eutanásia deve seguir a legislação vigente. Os animais submetidos à eutanásia por métodos químicos não podem ser utilizados para consumo, salvo em situações previstas na legislação específica. 4.3 Procedimentos A escolha do método dependerá da espécie animal envolvida, da idade e do estado fisiológico dos animais, bem como dos meios disponíveis para a contenção dos mesmos, da capacidade técnica do executor, do número de animais e, no caso de experimentação ou ensino, do protocolo de estudo, devendo ainda o método ser: I - compatível com os fins desejados e de acordo com o Anexo I desta Resolução. II - seguro para quem o executa. III - realizado com o maior grau de confiabilidade possível, comprovando-se sempre a morte do animal, com a declaração do óbito emitida pelo médico veterinário responsável. Em situações onde se fizer necessária a indicação da eutanásia de grande número de animais, seja por questões de saúde pública ou por questões diversas, aqui não contempladas, a prática da eutanásia deverá adaptar-se a esta condição, seguindo sempre os métodos indicados para a espécie em questão, como previsto no Anexo I desta Resolução. 4.4 Métodos aceitáveis 4.5 Os métodos de eutanásia aceitáveis e aceitos sob restrição encontram-se listados no Anexo I desta Resolução. Para os fins desta Resolução, métodos aceitáveis são aqueles que, cientificamente, produzem uma morte humanitária, quando usados como métodos exclusivos de eutanásia. Métodos aceitos sob restrição são aqueles que, por sua natureza técnica, ou por possuírem um maior potencial de erro por parte do executor, ou por apresentarem problemas de segurança, ou por qualquer motivo não produzam uma morte humanitária. Tais métodos devem ser empregados somente diante da total impossibilidade do uso dos métodos aceitáveis, constantes do Anexo I desta Resolução. São considerados métodos inaceitáveis: I - embolia gasosa. II - traumatismo craniano. III - incineração in vivo. IV - hidrato de cloral para pequenosanimais. V - clorofórmio ou éter sulfúrico. VI - descompressão. VII - afogamento. VIII - exsanguinação sem inconsciência prévia. IX - imersão em formol ou qualquer outra substância fixadora. 12 X - uso isolado de bloqueadores neuromusculares, cloreto de potássio ou sulfato de magnésio. XI - qualquer tipo de substância tóxica, natural ou sintética, que possa causar sofrimento ao animal e/ou demandar tempo excessivo para morte. XII - eletrocussão sem insensibilização ou anestesia prévia. XIII - qualquer outro método considerado sem embasamento científico. A utilização dos métodos deste artigo constitui-se em infração ética. A não observância das regras e princípios definidos nesta Resolução sujeitará o médico veterinário a responder processo ético profissional. 13 14 15 5 Responsabilidade técnica 5.1 Conceituação A palavra responsável tem origem na língua latina, sendo res = coisa, empreendimento ou negócio e sponsalia = contrato de casamento. Portanto, em qualquer atividade humana, é imprescindível se “casar com o negócio ou coisa”, ou seja, assumir suas funções ou trabalho em quaisquer circunstâncias com dedicação, interesse, ética e responsabilidade. Conceitua-se, por analogia, que o diretor deve dirigir; o chefe, chefiar; o coordenador, coordenar; o professor, ensinar; e o Responsável Técnico (RT), orientar suas ações visando à qualidade dos produtos fabricados ou serviços prestados, em conformidade com as normas e regras estabelecidas na legislação específica e no Código de Deontologia e Ética Profissional. O RT é um agente da legalidade que visa garantir a saúde pública, o bem estar animal, a qualidade dos produtos e só deve aceitar sua contratação se o empregador conhecer o Manual do RT e concordar em seguir as exigências do Manual referentes à sua área de atuação. Como não basta cadastrar o RT e a empresa no Conselho, para que essa ação seja efetiva, é preciso acompanhar e controlar. Por consequência, os profissionais devem prestar seus serviços profissionais de acordo com os preceitos legais e éticos, tanto para as empresas como para a sociedade. Devem exercer a profissão com a clara compreensão de suas responsabilidades, defendendo os interesses que lhes são confiados, contribuindo concomitantemente para o prestígio de sua classe profissional. O Responsável Técnico deve ter a consciência de que é legítimo representante do seu Conselho Regional na proteção do consumidor ou cliente, quer atuando na indústria ou no comércio de produtos de origem ou uso animal, quer nas entidades profissionais como hospitais, clínicas e demais atividades inerentes à Medicina Veterinária. A responsabilidade técnica deve ser entendida como o processo que materializa conceitos, sendo o RT a figura central que responde ética, legal e tecnicamente pelos atos profissionais, devendo ter COMPETÊNCIA para orientar e coordenar processos e cadeias de produção, ocupando posições de interação entre as instituições públicas de fiscalização (Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais), entidades de proteção ao consumidor (Procon, Ministério Público) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária. O RT é o profissional que vai garantir à empresa contratante, bem como ao consumidor, a qualidade do produto através do serviço prestado, respondendo CIVIL E PENALMENTE por possíveis danos que possam vir a ocorrer ao consumidor, uma vez caracterizada sua culpa (por negligência, imprudência, imperícia ou omissão). O RT não será responsabilizado pelas irregularidades praticadas pelas empresas, desde que o profissional comprove ter agido em conformidade com suas obrigações. O profissional que executar qualquer atividade diferente da função de responsável técnico poderá cobrar separadamente os seus honorários. 5.2 Limites de carga horária O profissional poderá comprometer seu tempo, no máximo, com carga horária de 48 horas semanais. A carga horária a ser cumprida será definida pelo profissional para o perfeito desempenho de sua função, sendo estabelecido o limite mínimo de seis horas semanais para cada estabelecimento. As exceções serão decididas em Reunião Plenária do CRMV, mediante a apresentação de justificativa do profissional. 5.3 Capacitação para assumir a responsabilidade técnica É de responsabilidade do profissional e recomenda-se que o mesmo tenha, além de sua graduação universitária, treinamento específico na área em que assumir a responsabilidade técnica, mantendo-se sempre atualizado, cumprindo as normas e resoluções do CFMV e CRMV. 16 5.4 Limites da área de atuação do RT A área de atuação do RT deverá ser, preferencialmente, num raio de cem quilômetros da residência do profissional, podendo o CRMV, a seu juízo, deixar de conceder a anotação em situações excepcionais, caso haja incompatibilidade com outras responsabilidades técnicas já assumidas. 5.5 Impedimentos para assumir a responsabilidade técnica O profissional que ocupar cargo como servidor público, com atribuições de fiscalização em determinados serviços ou áreas tais como Vigilância Sanitária, Defesa Sanitária Animal, Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção Municipal (SIM), ficará impedido de assumir função de responsabilidade técnica em estabelecimentos sujeitos a fiscalização do Departamento ou Setor ao qual está vinculado, conforme determina o Código de Ética Profissional. Os profissionais que tiveram seus contratos já homologados sem que tenha sido observado o disposto neste item, ficam obrigados a regularizar a situação. 5.6 Responsável técnico que é proprietário da empresa O profissional que for proprietário da empresa fica obrigado a preencher a Anotação de Responsabilidade Técnica, devendo seguir as mesmas exigências de uma anotação convencional, inclusive com a descrição de prazo de validade determinado. 5.7 Doenças de notificação obrigatória O RT deve comunicar às autoridades sanitárias oficiais a ocorrência de enfermidades de notificação obrigatória. A notificação deve ser acompanhada de laudo técnico emitido pelo RT ou outro profissional devidamente habilitado. 5.8 Nome e função afixados no local de trabalho O RT deverá informar ao proprietário do estabelecimento sobre a obrigatoriedade de ser afixado, em local visível, quadro onde conste o Certificado de Regularidade. Deverá ser mantida no estabelecimento, em local visível, uma placa com nome completo do RT e seu número de registro no CRMV, na qual conste a informação das datas e horários em que o RT estará presente no estabelecimento. 5.9 Habilitação do estabelecimento O profissional RT deve assegurar-se de que o estabelecimento com o qual assumirá ou assumiu a responsabilidade técnica encontra-se legalmente habilitado ao desempenho de suas atividades, especialmente quanto ao seu registro junto ao CRMV e demais órgãos relacionados à sua atividade no Estado de São Paulo e nos órgãos federais. 5.10 Cobrança de honorários O profissional que executar qualquer atividade diferente da função de responsável técnico poderá cobrar separadamente os seus honorários. 6 Título de especialista em áreas da medicina veterinária - Resolução Nº 935 (10/12/2009) É vedado o registro de mais de uma especialidade com base no mesmo curso de especialização e resultado da prova prestada. Poderá obter o registro de até dois títulos de especialista no Conselho Regional em que possuir inscrição principal. Os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária procederão ao registro dos títulos de especialista conferidos pelas sociedades, associações e colégios de âmbito nacional que congreguem contingentes de médicos veterinários dedicados às áreas específicas do seu domínio de conhecimento. Os CRMVs procederãoao registro dos títulos de especialista somente aqueles conferidos pelas sociedades, associações e colégios que congreguem contingentes de Profissionais, 17 estabelecidos em pelo menos 05 (cinco) unidades da Federação em suas áreas específicas de domínio de conhecimento. As entidades deverão ser habilitadas junto ao CFMV. Para a submissão à prova de conhecimentos específicos, serão considerados como pré- requisitos pelo menos um dos seguintes instrumentos: I – certificado de curso de especialização na área específica, conferido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Conselho Nacional de Educação/Ministério da Educação (CNE/MEC) ou entidades de especialistas, cujo curso atenda aos requisitos desta Resolução; II - certificado de conclusão de Programa de Residência na área específica; III - título de mestre na área específica, conferido ou revalidado por Instituição de Ensino Superior em Curso/Programa de Pós-graduação reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES/MEC); IV - título de doutor na área específica, conferido ou revalidado por Instituição de Ensino Superior em Programa de Pós-graduação reconhecido pela CAPES/MEC; É obrigatório, a apresentação de memorial documentado no qual se possa comprovar que o solicitante desenvolve atividades na área da especialidade requerida há pelo menos 05 (cinco) anos, aí se incluindo os Cursos de Pós-graduação lato e stricto sensu. O solicitante que não possuir quaisquer dos títulos previstos poderá pleitear o título de especialista desde que apresente memorial documentado que demonstre de forma inequívoca sua experiência, há pelo menos 08 (oito) anos, na área da especialidade pleiteada e logre aprovação na prova de conhecimentos específicos. 7 Funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários – Resolução Nº 1015 (09/11/2012) O funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários, as instalações e os equipamentos necessários aos atendimentos realizados ficam subordinados às condições e especificações da presente Resolução e demais dispositivos legais pertinentes. Em se tratando de serviço especializado, deve ser atendido o que preceitua a Resolução CFMV nº 935, de 10 de dezembro de 2009, que dispõe sobre requisitos para exercício da especialidade. 10.1. Hospitais veterinários São estabelecimentos capazes de assegurar assistência médica curativa e preventiva aos animais, de funcionamento obrigatório em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário. São condições para o funcionamento de hospitais veterinários: I - Setor de Atendimento: sala de recepção; consultório; sala de ambulatório; arquivo médico; sala de vacinação. No caso de grandes animais a sala de vacinação será substituída por brete ou tronco de contenção. II - Setor Cirúrgico: sala de preparo de pacientes; sala de antissepsia com pias de higienização; sala de lavagem e esterilização de materiais; unidade de recuperação anestésica; sistemas de aquecimento e monitorização do paciente; sistemas de provisão de oxigênio e ventilação mecânica. Deve conter armário com chave para guarda de medicamentos e armário para descartáveis necessários ao seu funcionamento. No caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escrituração em livro apropriado, de guarda do Médico Veterinário responsável técnico e devidamente registrado na vigilância sanitária. A sala cirúrgica do Setor cirúrgico deve conter: mesa cirúrgica impermeável, com bordas e dispositivo de drenagem e de fácil higienização; equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos; equipamentos para monitorização anestésica; sistema de iluminação emergencial própria; desfibrilador; foco cirúrgico; instrumental para cirurgia, em 18 qualidade e quantidade adequadas à rotina; bombas de infusão; aspirador cirúrgico e mesas auxiliares. III - Setor se Internamento: mesa e pia de higienização; baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento compatíveis com os animais a elas destinadas, de fácil higienização, obedecidas as normas sanitárias municipais e/ou estaduais; local de isolamento para doenças infecto-contagiosas; armário para guarda de medicamentos e materiais descartáveis necessários a seu funcionamento. IV - Setor de Sustentação: lavanderia; local para preparo de alimentos; depósito/almoxarifado; instalações para repouso de plantonistas e funcionários; sanitários/vestiários compatíveis com o nº de funcionários; setor de estocagem de medicamentos e fármacos; conservação de animais mortos e restos de tecidos. V - Setor Auxiliar de Diagnóstico: setor auxiliar de diagnostico próprio, conveniado ou terceirizado, realizados nas dependências ou fora do hospital. VI - Equipamentos Indispensáveis: geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; dispositivos para lavagem, secagem e esterilização de materiais; O hospital deverá manter convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e lixo hospitalar. 10.2. Clínicas Veterinárias São estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos clínico-cirúrgicos, podendo ou não ter internamentos, sob a responsabilidade técnica e presença de médico veterinário. No caso de internamentos, é obrigatório manter no local um profissional médico veterinário e um auxiliar no período integral. Havendo internação apenas no período diurno, a clínica deverá manter Médico Veterinário e auxiliar durante todo o período de funcionamento do estabelecimento. A opção de internação em período diurno ou integral e de atendimento cirúrgico deverá ser expressamente declarada por ocasião de seu registro no sistema CFMV/CRMVs. Havendo atendimento cirúrgico a clínica deverá manter atendimento 24 horas e unidade de recuperação pós-anestésica. I - Setor de Atendimento: sala de recepção; consultório; sala de ambulatório e arquivo médico. II - Setor Cirúrgico: sala de preparo de pacientes; sala de antissepsia com pias de higienização; sala de lavagem e esterilização de materiais; unidade de recuperação anestésica; sistemas de aquecimento e monitorização do paciente; sistemas de provisão de oxigênio e ventilação mecânica. Deve conter armário para guarda de medicamentos e descartáveis necessários ao seu funcionamento. No caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escrituração em livro apropriado, de guarda do Médico Veterinário responsável técnico e devidamente registrado na vigilância sanitária. A sala cirúrgica do Setor cirúrgico deve conter: mesa cirúrgica impermeável, com bordas e dispositivo de drenagem e de fácil higienização; equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos; equipamentos para monitorização anestésica; sistema de iluminação emergencial própria; desfibrilador; foco cirúrgico; instrumental para cirurgia, em qualidade e quantidade adequadas à rotina; bombas de infusão; aspirador cirúrgico e mesas auxiliares. III - Setor se Internamento (opcional): mesa e pia de higienização; baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento, com ralos individuais para as espécies destinadas e de fácil higienização, e com coleta diferenciada de lixo, obedecidas as normas sanitárias 19 municipais e/ou estaduais; local de isolamento para doenças infecto-contagiosas; armário para guarda de medicamentos e materiais descartáveis necessários a seu funcionamento. No caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escrituração em livro apropriado, de guarda do Médico Veterinário responsável técnico e devidamente registrado na vigilância sanitária. IV - Setor de Sustentação: lavanderia;local para preparo de alimentos; depósito/almoxarifado; instalações para repouso de plantonistas e funcionários; sanitários/vestiários compatíveis com o nº de funcionários; setor de estocagem de medicamentos e fármacos; geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos conservação de animais mortos e restos de tecidos. A clínica deverá manter convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e lixo hospitalar 10.3. Consultório Veterinário São estabelecimentos de propriedade de médico veterinário, destinados ao ato básico de consulta clínica, curativos e vacinações de animais, sendo vedadas a realização de procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos e a internação. Os Consultórios veterinários estão isentos de pagamento de taxa de inscrição e anuidade, embora obrigados ao registro no Conselho de Medicina Veterinária. São condições de funcionamento dos consultórios dos médicos veterinários: I - setor de atendimento: sala de recepção; mesa impermeável com bordas e dispositivo de drenagem e de fácil higienização; sala de atendimento; pias de higienização; arquivo médico; armários próprios para equipamentos e medicamentos. II - equipamentos necessários: geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; O consultório deverá manter convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e lixo hospitalar. 10.4. Ambulatório Veterinário São as dependências de estabelecimentos comerciais, industriais, de recreação ou de ensino, onde são atendidos os animais pertencentes exclusivamente ao respectivo estabelecimento, para exame clínico e curativos, com acesso independente, vedadas a realização de procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos e a internação. I - setor de atendimento: sala de recepção; mesa impermeável com bordas e dispositivo de drenagem e de fácil higienização; sala de atendimento; pias de higienização; arquivo médico; armários próprios para equipamentos e medicamentos. II - equipamentos necessários: geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; O ambulatório deverá manter convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e lixo hospitalar 10.5. Unidade de Transporte e Remoção e Ambulância Veterinária Unidade de transporte e remoção é o veículo destinado unicamente a de remoção de animais que não necessitem de atendimento de urgência ou emergência. Sua utilização dispensa a necessidade da presença de um médico veterinário. Ambulância veterinária é o veículo identificado como tal, cujos equipamentos, utilizados obrigatoriamente por um profissional médico veterinário, permitam a aplicação de medidas 20 de suporte básico ou avançado de vida, destinadas à estabilização e transporte de doentes que necessitem de atendimento de urgência ou emergência. É condição fundamental para o funcionamento da unidade de transporte e remoção e da ambulância veterinária estarem vinculadas a um estabelecimento veterinário, sendo vedado seu uso como veículo móvel para realização de atendimentos veterinários. A unidade de transporte e remoção e a ambulância veterinária somente poderão ter gravados o nome do estabelecimento ao qual estejam vinculadas, logomarca, endereço, telefone, e a clara identificação “transporte de animais” ou “ambulância”. São equipamentos indispensáveis à ambulância veterinária: sistema de maca com possibilidade de contenção e imobilização do paciente; sistema de monitorização do paciente; sistema para aplicação de fluidos; sistema de provisão de oxigênio e ventilação mecânica. A Unidade de transporte e remoção poderá prestar serviços de utilidade pública no transporte de animais em apoio à Saúde Animal, Saúde Pública, Pesquisa e Ensino Profissional. É terminantemente vedada a utilização da unidade de transporte e remoção e da ambulância veterinária para transporte de animais para serviços de banho e tosa. São considerados estabelecimentos médicos veterinários: hospitais veterinários, clínicas veterinárias, consultórios veterinários, estabelecimentos de ensino, pesquisa, outros órgãos públicos e privados que utilizem a Unidade Móvel de Atendimento Médico Veterinário. Constitui falta grave, passível de multa, a utilização de unidade de transporte e remoção na função de ambulância veterinária ou o transporte de animais para serviços de banho e tosa em unidade de transporte e remoção ou ambulância veterinária. 10.6. Comercialização de produtos para uso animal e prestação de serviços de estética para animais Hospitais veterinários, clínicas veterinárias, consultórios veterinários podem conter dependências próprias e com acesso independente para comercialização de produtos para uso animal e prestação de serviços de estética para animais, desde que sejam regularmente inscritos na Junta Comercial ou Cartório de Registro de Títulos e Documentos. 8 Atendimento médico veterinário a animais silvestres/selvagens - Resolução Nº 829 (25/04/2006) A necessidade de disciplinar o atendimento médico veterinário a animais silvestres/selvagens justifica-se considerando os aspectos abaixo: a) a necessidade de disciplinar, uniformizar e normatizar em todo território nacional os procedimentos de atendimento clínico-cirúrgico por parte dos médicos veterinários a animais silvestres/selvagens em estabelecimentos médicos veterinários, criadouros e mantenedouros da fauna silvestre. b) a garantia dos princípios do livre exercício da profissão; do sigilo profissional; da necessária e obrigatória assistência técnica e sanitária aos animais silvestres/selvagens independentemente da sua posse, origem e espécie; da segurança e privacidade no trabalho clínico-cirúrgico e dever funcional da defesa da fauna, especialmente o controle da exploração das espécies animais silvestres/selvagens, bem como dos seus produtos. Os animais silvestres/selvagens devem receber assistência médica veterinária independentemente de sua origem. Quando ocorrer atendimento a animais silvestres/selvagens os médicos veterinários deverão: 21 I – elaborar prontuário contendo informações indispensáveis à identificação do animal e de seu detentor. II – informar ao detentor a necessidade de legalização dos animais e a proibição de manutenção em cativeiro dos animais constantes da lista Oficial Brasileira da Fauna Silvestre Ameaçada de Extinção ou dos anexos I e II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, quando este, não possuir autorização do órgão competente. O médico veterinário deve encaminhar comunicado a Superintendência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e ao órgão executor da Defesa Sanitária Animal no Estado, quando do atendimento de doenças de notificação obrigatória. . O estabelecido nesta Resolução não prejudica o disposto no Código de Ética do Médico Veterinário. 9 Procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres; e cirurgias mutilantes em pequenos animais - Resolução Nº 877 (15/02/2008) 9.1 Justificativas A necessidade de regulamentar os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres; e cirurgia mutilante em pequenos animais justifica-se considerando os aspectos abaixo: a) a necessidade de disciplinar, uniformizar e normatizar procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres. b) que esses procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em condições ambientais aceitáveis, com contenção física, anestesia e analgesia adequadas, e técnica operatória que respeite os princípios do pré,trans e pós-operatório. c) a necessidade de disciplinar, uniformizar e normatizar cirurgias mutilantes em pequenos animais. d) que as intervenções cirúrgicas ditas mutilantes, em pequenos animais, têm sido realizadas de forma indiscriminada em todo o País e que muitos procedimentos são danosos e desnecessários, o que fere o bem-estar dos animais. e) que é obrigação do médico-veterinário preservar e promover o bem-estar animal. As cirurgias devem ser realizadas, preferencialmente, em locais fechados e de uso adequado para esta finalidade. Todos os procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos devem ser realizados exclusivamente pelo médico-veterinário conforme previsto na Lei nº 5.517/68. Devem ser respeitadas as técnicas de antissepsia nos animais e na equipe cirúrgica, bem como a utilização de material cirúrgico estéril por método químico ou físico. 9.2 Procedimentos cirúrgicos em animais de produção Não se recomenda o uso exclusivo de contenção mecânica para qualquer procedimento cirúrgico, devendo-se promover anestesia e analgesia adequadas para cada caso (anexos 1 e 2). Esta Resolução abrange as cirurgias realizadas em locais onde não haja condições ideais para garantir um ambiente cirúrgico controlado. Todos os procedimentos devem ser realizados de acordo com o previsto nos Anexos 1 e 2 desta Resolução, observadas as suas indicações clínicas. São considerados procedimentos proibidos na prática médico-veterinária: castração utilizando anéis de borracha, caudectomia em ruminantes, salvo disposto no anexo 2, ou qualquer procedimento sem o respeito às normas de antissepsia, profilaxia, anestesia e analgesia previstos no Anexo 1 desta Resolução.(3) 22 São considerados procedimentos não recomendáveis na prática médico-veterinária: corte de dentes e caudectomia em suínos neonatos e debicagem em aves. 9.3 Cirurgias em animais silvestres As cirurgias realizadas em animais silvestres devem ser executadas de preferência em salas cirúrgicas ou em ambientes controlados e específicos para este fim. É proibida a realização de cirurgias consideradas mutilantes, tais como: amputação de artelhos e amputação parcial ou total das asas com a finalidade de marcação ou que visem impedir o comportamento natural da espécie. A amputação parcial ou total das asas pode ser realizada em famílias de aves cujo comportamento reprodutivo dispensa o voo ou que passam boa parte do tempo em atividade no solo e/ou na água, desde que mantidas em instituições credenciadas pelo IBAMA ou órgão de competência similar, e que sejam previamente submetidas à anestesia e analgesia. 9.4 Cirurgias estéticas mutilantes em pequenos animais São proibidas as cirurgias consideradas desnecessárias ou que possam impedir a capacidade de expressão do comportamento natural da espécie, sendo permitidas apenas as cirurgias que atendam as indicações clínicas. São considerados procedimentos proibidos na prática médico-veterinária: conchectomia e cordectomia em cães e, onicectomia em felinos. A caudectomia é considerada um procedimento cirúrgico não recomendável na prática médico-veterinária. 23 10 Fisioterapia animal - Resolução Nº 850 (05/12/2006) A necessidade de regulamentar a atividade de fisioterapia animal como uma atividade privativa do médico veterinário justifica-se considerando os aspectos abaixo: a) a Medicina Veterinária possui na formação de seu profissional conhecimentos especializados sobre anatomia animal, genética animal, fisiologia animal, patologia animal, nutrição animal, biofísica, bioquímica veterinária, traumatologia e ortopedia animal, semiologia veterinária, farmacologia veterinária, interpretação de diagnósticos por imagem, clínica médica veterinária dentre outras matérias dirigidas para o funcionamento dos organismos das diversas espécies animais. b) o médico veterinário é o único profissional capacitado para interpretar os sinais clínicos e laboratoriais, as alterações morfofuncionais e instituir diagnóstico, tratamento, prognóstico e medidas profiláticas relativas à saúde e bem estar animal. c) as especificidades da cinesiologia, cinesiopatologia, cinesioterapia das diferentes espécies animais domésticas, silvestres e selvagens. d) a alínea “a” do art. 5º da Lei nº5.517/68 estabelece que é privativo do médico veterinária a prática da clínica em todas as suas modalidades. e) a necessidade de regulamentar a fisioterapia animal; É atividade privativa do médico veterinário prescrever e executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de reabilitar, desenvolver e conservar a capacidade física do animal. A fisioterapia animal se constitui em uma área de atuação do médico veterinário que 24 estuda, previne e trata distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas dos animais, gerados por alterações genéticas, por traumas ou por doenças adquiridas. O médico veterinário ao prescrever conduta fisioterápica deve observar os seguintes aspectos: I – a técnica recomendada para a espécie que está sendo submetida ao tratamento, avaliando as causas envolvidas no transtorno. II – biomecânica do animal. III – velocidade metabólica da espécie. IV – intensidade e resistência peculiares a espécie. III - inquérito administrativo. IV – julgamento. V- as características etológicas das diferentes espécies animais. VI – respostas fisiológicas dos animais frente a diferentes estímulos. Todo e qualquer estabelecimento que ofereça o serviço de fisioterapia animal é obrigado a se registrar no Conselho Regional de Medicina Veterinária e a apresentar o responsável técnico. 11 Exercício da responsabilidade técnica pelos laboratórios, exames laboratoriais e emissão de laudos essenciais ao exercício da medicina veterinária - Resolução Nº 831 (14/07/2006) A necessidade de regulamentar a atividade de responsabilidade técnica de laboratório como uma atividade privativa do médico veterinário justifica-se considerando os aspectos abaixo: a) o que preceitua a alínea “a” do artigo 5º e o artigo 28 da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, que estabelece ser atividade privativa do médico veterinário a prática da clínica veterinária em todas as suas modalidades e determina a contratação de responsável técnico médico veterinário pelas empresas que exerçam tais atividades. b) que o diagnóstico dos agravos sanitários no âmbito da Medicina Veterinária está embasado em exames e laudos laboratoriais, fundamentados em técnicas e procedimentos próprios, que considerem as especificidades da fisiologia e da patologia das diferentes espécies animais. c) a relevância para o bem-estar animal e para os programas de sanidade animal e saúde pública, no que concerne as zoonoses, que as análises laboratoriais sejam realizadas com o indispensável embasamento técnico científico. d) a formação profissional do médico veterinário. A Responsabilidade Técnica pelos laboratórios, exames laboratoriais e emissão de laudos necessários ao exercício da medicina veterinária deve ser exercida por profissional médico veterinário, regularmente inscrito no Conselho Regional da sua área de atuação. As análises laboratoriais compreendem as áreas de hematologia veterinária, bioquímica veterinária, citologia veterinária, anatomia patológica veterinária, parasitologia veterinária, microbiologia veterinária, imunologia veterinária, toxicologia veterinária, genética veterinária, biologia molecular aplicada a medicina animal, além das demais essenciais ao diagnóstico e à emissão de laudo médico-veterinário. 12 Atestados de sanidade, óbito, vacinação e de sanidade dos produtos de origem animal - Resolução Nº 844 (20/09/2006) É privativo do médico veterinário atestar a sanidade e o óbito dos animais, assim como certificar a sanidade dos produtosde origem animal. O atestado de óbito deverá obedecer no mínimo os seguintes requisitos: I - nome, espécie, raça, porte, sexo. II - pelagem, quando for o caso. 25 III - idade real ou presumida. IV - local do óbito. V - hora, dia, mês e ano do falecimento. VI - causa do óbito VII - identificação do proprietário: nome, CPF e endereço completo. VIII - outras informações que possibilitem a identificação posterior do animal. IX - identificação do médico veterinário: carimbo (legível) com o nome completo, número de inscrição no CRMV e assinatura. X - identificação do estabelecimento (razão social, CNPJ, registro no CRMV), quando for o caso. O atestado sanitário deverá conter, no mínimo: I - nome, espécie, raça, porte, sexo. II - pelagem, quando for o caso. III - idade real ou presumida. IV - informação sobre o estado de saúde do animal. V - declaração de que foram atendidas as medidas sanitárias definidas pelo serviço veterinário oficial e pelos órgãos de saúde pública. VI - informações sobre imunização anti-rábica. VII - identificação do médico veterinário: carimbo (legível) com o nome completo, número de inscrição no CRMV e assinatura. VIII - identificação do proprietário: nome, CPF e endereço completo IX - data e o local. É privativo do médico veterinário atestar a vacinação dos animais. A vacinação e a aplicação de qualquer produto em animal só pode ser feita sob a orientação e o controle de médico veterinário. O atestado de vacinação ou de aplicação de qualquer produto em animal só pode ser assinado após a conclusão do trabalho. Fica a critério do médico veterinário a confecção do atestado e/ou carteira de vacinação. O atestado e/ou carteira de vacinação não poderá veicular publicidade de produtos ou serviços de terceiros. As campanhas de vacinação realizadas por órgãos públicos não se subordinam aos dispositivos da presente Resolução, devendo, no entanto, dispor de médico veterinário como responsável técnico. Nos atestados e/ou carteiras de vacinação deverá conter, no mínimo: I - nome, espécie, raça, porte, sexo. II - pelagem, quando for o caso. III - idade real ou presumida. IV - data e o local em que se processou. V - dados da vacina: nome, número da partida, fabricante, datas de fabricação e validade. VI - dados da vacinação: dose, datas de aplicação e revacinação. VII - identificação do proprietário: nome, CPF e endereço completo. VIII - identificação do estabelecimento: razão social ou nome fantasia, endereço completo, CGC e inscrição estadual, número de registro no CRMV. IX - identificação do médico veterinário: carimbo (legível) com o nome completo, número de inscrição no CRMV e assinatura. 13 Prestação de serviços de estética, banho e tosa - Resolução Nº 878 (15/02/2008) A necessidade de regulamentar os serviços de estética, banho e tosa justifica-se considerando os aspectos abaixo: a) é de competência privativa do Médico Veterinário a prática da clínica veterinária em todas as suas modalidades e a assistência técnica e sanitária aos animais. 26 b) a manipulação equivocada de substâncias e o manejo incorreto dos pacientes podem acarretar reações alérgicas, hipóxias e arritmias, envenenamentos, convulsões, fraturas, lesões por calor ou frio, coma, choque, edema pulmonar; e que os respectivos tratamentos, equipamentos e drogas são de competência e uso privativos dos médicos veterinários. c) as situações emergenciais, para afastar os riscos de morte, devem receber imediato exame, classificação e tratamento (triagem). d) a prática das atividades privativas dos Médicos Veterinários por pessoas não habilitadas configura contravenção penal, nos termos do artigo 47 do Decreto-Lei nº 3.688, de 03 de outubro de 1941. e) a prática das atividades privativas dos Médicos Veterinários por pessoas não habilitadas pode ferir animais, bem como configurar ato de abuso ou maus-tratos, nos termos do artigo 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. f) a falta de profissional responsável técnico pode levar a cometimento de crimes contra a saúde, nos termos do Capítulo III do Título VIII, Parte Especial, do Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940 (Código Penal). As pessoas jurídicas que prestam serviços de estética, banho e tosa, cuja atividade básica não exija o registro no Sistema CFMV/CRMVs, são obrigadas a fazer prova de que têm a seu serviço médico veterinário, registrando o contrato perante o CRMV da jurisdição de seu domicílio. Entretanto, o registro das pessoas jurídicas de que trata este artigo é facultativo, sendo isento de pagamento de taxa de inscrição e anuidade. Os serviços de estética, banho e tosa deverão fixar placa em local visível com nome do Médico Veterinário que tem a seu serviço. Quando flagrada ou identificada a utilização de medicamentos nos estabelecimentos de tosa e banho sem o devido acompanhamento do Médico Veterinário, o Conselho promoverá: a) a imediata representação à autoridade policial para lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência pelo exercício ilegal da profissão, se for o caso; b) a representação ao Ministério Público para providências relativas à apuração do cometimento do crime tipificado no artigo 32 da Lei nº 9.605, de 1998. 14 Código de ética do médico veterinário - Resolução Nº 1138 (16/12/2016) 14.1 Justificativas a) Devido ao fato de que a Medicina Veterinária é conceituada como atividade imprescindível ao progresso econômico, à proteção da saúde, meio ambiente e ao bem estar dos brasileiros, requerendo desta maneira o aprimoramento profissional do médico veterinário e obediência aos princípios da sã moral. b) Os médicos veterinários, voluntariamente, por convicção, por inspiração cívica, tendo em vista o prestígio da classe e o progresso nacional, resolveram se submeter a instrumento normativo capaz de mantê-los em uniformidade de comportamento, baseado em conduta profissional exemplar. 14.2 Juramento do médico veterinário Sob a proteção de Deus PROMETO que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os dispositivos legais e normativos, com especial atenção ao Código de Ética, sempre buscando uma harmonização perfeita entre ciência e arte, para tanto aplicando os conhecimentos científicos e técnicos em benefício da prevenção e cura de doenças animais, tendo como objetivo o Homem. E prometo tudo isso fazer, com o máximo respeito à ordem 27 pública e aos bons costumes, mantendo o mais estrito segredo profissional das informações de qualquer ordem, que, como profissional tenha eu visto, ouvido ou lido, em qualquer circunstância em que esteja exercendo a profissão. Assim o prometo. 14.3 Preâmbulo 1 – O homem é livre para decidir sua forma de atuar a partir do conhecimento de seu ser, das relações interpessoais, com a sociedade e com a natureza. 2 – A Medicina Veterinária é uma ciência a serviço da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza. 3 – O Código de Ética do Médico Veterinário regula os direitos e deveres do profissional em relação à comunidade, ao cliente, ao paciente, a outros profissionais e ao meio ambiente. 4 – Os médicos veterinários no exercício da profissão, independentemente do cargo ou função que exerçam, sujeitam-se às normas deste código. 5 – Para o exercício da Medicina Veterinária com, INTEGRIDADE, RESPEITO, dignidade e consciência, o médico veterinário deve observar as normas de ética profissional previstas neste código, na legislação vigente, e pautar seus atos por princípios morais de modo a se fazer respeitar, preservando o prestígio e as nobres tradições da profissão. 6 – A fiscalização do cumprimento das normas éticas estabelecidas neste código é da competência dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. 14.4 Princípiosfundamentais I. Exercer a profissão com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade. II. Denunciar às autoridades competentes qualquer forma de agressão aos animais e ao meio-ambiente. III. Empenhar-se para melhorar as condições de bem-estar, saúde animal, humana, ambiental, e os padrões de serviços médicos veterinários. IV. No exercício profissional, usar procedimentos humanitários preservando o bem-estar animal evitando sofrimento e dor. V. Defender a dignidade profissional, quer seja por remuneração condigna, por respeito à legislação vigente ou por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético profissional da Medicina Veterinária em relação ao seu aprimoramento científico. 14.5 São deveres do médico veterinário: I - aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício dos animais, do homem e do meio-ambiente. II - exercer a profissão evitando qualquer forma de mercantilismo. III - combater o exercício ilegal da Medicina Veterinária denunciando toda violação às funções específicas que a ela compreende. IV - assegurar, quando investido em função de direção, as condições para o desempenho profissional do médico veterinário. V - relacionar-se com os demais profissionais, valorizando o respeito mútuo e a independência profissional de cada um, buscando sempre o bem-estar social da comunidade. VI - exercer somente atividades que estejam no âmbito de seu conhecimento profissional. 28 VII - fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória. VIII - denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras realizadas com animais sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos adequados. IX - não se utilizar de dados estatísticos falsos nem deturpar sua interpretação científica. X - informar a abrangência, limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais. XI - manter-se regularizado com suas obrigações legais junto ao seu CRMV. XII - facilitar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos órgãos de classe. XIII - realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV. XIV - não se apropriar de bens, móvel ou imóvel, público ou privado de que tenha posse, em razão de cargo ou função, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem. XV - comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato de que tenha conhecimento, o qual possa caracterizar infração ao presente código e às demais normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária. XVI – comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que representar riscos a saúde humana ou animal. 14.6 É direito do médico veterinário: I - exercer a Medicina Veterinária sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. II - apontar falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, bem como em programas, regulamentos, normas, portarias, decretos e leis municipais, estaduais e federais, com base em conhecimentos técnicos, comunicando o fato aos órgãos competentes, e ao CRMV de sua jurisdição. III - receber desagravo público, quando solicitar ao CRMV, se ofendido no exercício de sua profissão. IV - prescrever, tratamento que considere mais indicado, bem como utilizar os recursos humanos e materiais que julgar necessários ao desempenho de suas atividades. V - escolher livremente seus clientes ou pacientes, com exceção dos seguintes casos: a) quando não houver outro médico veterinário na localidade onde exerça sua atividade. b) quando outro colega requisitar espontaneamente sua colaboração. c) nos casos de emergência ou de perigo imediato para a vida do animal ou do homem. No caso de haver cumprido fielmente suas obrigações com pontualidade e dedicação e não houver recebido do cliente um tratamento correspondente ao seu desempenho, o médico veterinário poderá retirar sua assistência voluntariamente ou negar ao atendimento, desde que seja observado o disposto no inciso V deste artigo. 14.7 É vedado ao médico veterinário: 29 I - prescrever medicamentos sem registro no órgão competente, salvo quando se tratar de manipulação. II - afastar-se de suas atividades profissionais sem deixar outro colega para substituí-lo em atividades essenciais e/ou exclusivas que exijam a presença do médico veterinário, as quais causem riscos diretos ou indiretos à saúde animal ou humana. III - receitar, ou atestar de forma ilegível ou assinar sem preenchimento prévio receituário, laudos, atestados, certificados, guias de trânsito e outros. IV - deixar de comunicar aos seus auxiliares as condições de trabalho que possam colocar em risco sua saúde ou sua integridade física, bem como deixar de esclarecer os procedimentos adequados para evitar tais riscos. V - praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção. VI - quando integrante de banca examinadora, usar de má-fé ou concordar em praticar qualquer ato que possa resultar em prejuízo ou benefício dos candidatos. VII - fornecer a leigo ensinamentos, métodos ou meios, instrumentos ou técnicas privativas de sua competência profissional. VIII - divulgar informações sobre assuntos profissionais de forma sensacionalista, promocional, de conteúdo inverídico, ou sem comprovação científica. IX - deixar de elaborar prontuário e relatório médico veterinário para casos individuais e de rebanho, respectivamente. X - permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, clínica, unidade sanitária, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer função profissional. XI - deixar de fornecer ao cliente, quando solicitado, laudo médico veterinário, relatório, prontuário, atestado, certificado, resultados de exames complementares, bem como deixar de dar explicações necessárias à sua compreensão. XII – praticar qualquer ato que possa influenciar desfavoravelmente sobre a vontade do cliente e que venha a contribuir para o desprestígio da profissão. XIII - receber ou pagar remuneração, comissão ou corretagem visando angariar clientes. XIV - anunciar-se especialista sem que tenha o título devidamente registrado no Sistema CFMV/CRMVs. XV - receitar sem prévio exame clínico do paciente. XVI - alterar prescrição ou tratamento determinado por outro médico veterinário, salvo em situação de indispensável conveniência para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico veterinário desse paciente. XVII - deixar de encaminhar de volta ao médico veterinário o paciente que lhe for enviado para procedimento especializado, e/ou não fornecer as devidas informações sobre o ocorrido no período em que se responsabilizou pelo mesmo. idade manifesta, o quadro clínico dos pacientes sob sua responsabilidade. XIX - atender, clínica e/ou cirurgicamente, realizar procedimento ambulatorial ou receitar, em estabelecimento comercial ou em locais que estejam em desacordo com a legislação vigente. XX – praticar ou permitir que se pratiquem atos de crueldade para com os animais nas atividades de produção, pesquisa, esportivas, culturais, artísticas, ou de qualquer outra natureza. 30 XXI - prescrever ou executar qualquer ato que tenha a finalidade de favorecer transações desonestas ou fraudulentas. XXII - realizar experiênciascom novos tratamentos clínicos ou cirúrgicos em paciente, cujo projeto de pesquisa não tenha sido submetido e aprovado por Comitê de Ética. XXIII - prescrever ou administrar aos animais: a) drogas que sejam proibidas por lei. b) drogas que possam causar danos à saúde animal ou humana. c) drogas que tenham o objetivo de aumentar ou de diminuir a capacidade física dos animais. XXIV - desviar para clínica particular cliente que tenha sido atendido em função assistencial ou em caráter gratuito. XXV - opinar, sem solicitação de pelo menos uma das partes interessadas, a respeito de animal que esteja sendo comercializado. XXVI – criticar trabalhos profissionais ou serviços de colegas sem fundamentação científica. XXVII - fornecer Certificados, atestados ou laudos de qualidade de medicamentos, alimentos e de outros produtos, sem comprovação científica. XXVIII - permitir a interferência de pessoas leigas em seus trabalhos e julgamentos profissionais. XXIX – indicar estabelecimento para compra e/ou manipulação do medicamento prescrito. XXX – deixar de comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que representar riscos a saúde humana ou animal. XXXI – assinar contratos de prestação responsabilidade técnica com finalidade específica de regularizar formalmente a empresa obrigada a registro. XXXII - manter conduta incompatível com a medicina veterinária. 14.8 Responsabilidade profissional O médico veterinário será responsabilizado pelos atos que, no exercício da profissão, praticar com dolo ou culpa, respondendo civil e penalmente pelas infrações éticas e ações que venham a causar dano ao paciente ou ao cliente e, principalmente: I - praticar atos profissionais que caracterizem: a) a imperícia. b) a imprudência. c) a negligência. II - delegar atos ou atribuições privativas da profissão de médico veterinário. III - atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas, mesmo quando solicitadas pelo cliente. IV - deixar de esclarecer ao cliente sobre as consequências socioeconômicas, ambientais e de saúde pública, provenientes das enfermidades de seus pacientes. V - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos órgãos ou entidades públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. VI - deixar de atender às requisições administrativas e intimações emanadas pelos órgãos ou entidades públicas dentro do prazo determinado. 31 VII - praticar qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de iminente risco de morte ou de incapacidade permanente do paciente. 14.9 É vedado ao médico veterinário: I - a conivência com o erro ou qualquer conduta antiética em razão da consideração, solidariedade, apreço, parentesco, amizade, inimizade ou ainda com finalidade de manutenção de vínculo empregatício. II – utilizar de posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos. III - participar de banca examinadora estando impedido de fazê-lo. IV - negar sem justificativa sua colaboração profissional a colega que dela necessite. V - atrair para si, por qualquer modo, cliente de outro colega, ou praticar quaisquer atos de concorrência desleal. VI - fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal de colega. VII - desrespeitar as cláusulas dos contratos de sociedade ou as regras de contratos trabalhistas quando entre colegas. VIII - deixar de atender com cortesia colegas que necessite de orientação o na sua área de competência. 14.10 Sigilo profissional Tomando por objetivo a preservação do sigilo profissional, o médico veterinário não poderá: I - fazer referências a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou suas fotografias em anúncios profissionais ou na divulgação, de assuntos profissionais em programas de rádio, televisão, cinema, na Internet, em artigos, entrevistas, ou reportagens em jornais revistas e outras publicações leigas, ou em quaisquer outros meios de comunicação existentes e que venham a existir, sem autorização expressa do cliente. II - prestar a empresas ou seguradoras, qualquer informação técnica sobre paciente ou cliente sem expressa autorização do responsável legal, exceto nos casos de ato praticado com dolo ou má fé por uma das partes ou quando houver risco á saúde pública, ao meio ambiente ou por força judicial. III - permitir o uso do cadastro de seus clientes sem a respectiva autorização. IV - facilitar o acesso e conhecimento dos prontuários, relatórios e demais documentos sujeitos ao sigilo profissional. V - revelar fatos que prejudiquem pessoas ou entidades sempre que o conhecimento advenha do exercício de sua profissão, ressalvados os atos de crueldade e os interessam ao bem comum, à saúde pública, ao meio ambiente ou que decorram de determinação judicial. 14.11 Honorários profissionais Os honorários profissionais devem ser fixados atendendo os seguintes requisitos: I - o trabalho e o tempo necessários para realizar o procedimento. II - a complexidade da atuação profissional. III - o local da prestação dos serviços. IV - a qualificação e o renome do profissional que o executa. 32 V - a condição socioeconômica do cliente. O médico veterinário não deve oferecer nem permitir que seus serviços profissionais sejam oferecidos como prêmio de qualquer natureza. É vedado ao médico veterinário veicular em meios de comunicação de massa e em redes sociais os preços e as formas de pagamento de seus serviços. É vedado ao médico veterinário divulgar os seus serviços como gratuitos ou com valores promocionais. É vedado ao médico veterinário, quando em função de direção, chefia ou outro, reduzir ou reter remuneração devida a outro médico veterinário. É vedada, também, a utilização de descontos salariais ou de qualquer outra natureza, exceto quando autorizado. 14.12 Relação com o consumidor de seus serviços O médico veterinário deve: I - conhecer as normas que regulamentam a sua atividade. II – cumprir contratos. III - prestar seus serviços sem condicioná-los ao fornecimento de produtos ou serviço, exceto quando estritamente necessário para que a ação se complete. IV - agir sem se beneficiar da fraqueza, ignorância, saúde, idade ou condição social do consumidor para impor-lhe produto ou diferenciar a qualidade de serviços. É vedado ao médico veterinário reter o paciente como garantia de pagamento. 14.13 Relações com o animal e o meio-ambiente O médico veterinário deve: I - conhecer a legislação de proteção aos animais, de preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida. II - respeitar as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas dos animais, não atentando contra suas funções vitais e impedindo que outros o façam. III - evitar agressão ao ambiente por meio de resíduos resultantes da exploração e da indústria animal que possam colocar em risco a saúde do animal e do homem. IV - usar os animais em práticas de ensino e experimentação científica, somente em casos justificáveis, que possam resultar em benefício da qualidade do ensino, da vida do animal e do homem, e apenas quando não houver alternativas cientificamente validadas. 14.14 Responsabilidade técnica São deveres do Responsável Técnico (RT): I - comparecer e responder às convocações oficiais dos órgãos públicos fiscalizadores de atuação da empresa na qual exerce suas funções. II - responder, integralmente e na data aprazada, os relatóriosde RT solicitados pelo CRMV/CFMV. III - elaborar minucioso laudo informativo ao CRMV/CFMV em caráter sigiloso, toda vez que o estabelecimento se negar e/ou dificultar a ação da fiscalização oficial ou da sua atuação 33 profissional, acarretando com isso possíveis danos à qualidade dos produtos e serviços prestados. É vedado ao médico veterinário que assuma RT exercê-la nos estabelecimentos de qualquer espécie, sujeitos à fiscalização e/ou inspeção de órgão público oficial, no qual exerça cargo, emprego ou função, com atribuições de fiscalização e/ou inspeção, ou qualquer função pública que esteja em efetivo exercício. 14.15 Relações com a justiça O médico veterinário na função de perito deve guardar segredo profissional, sendo-lhe vedado: I - deixar de atuar com absoluta isenção, quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições. II - ser perito de cliente, familiar ou de qualquer pessoa cujas relações influam em seu trabalho. III - intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico veterinário, ou fazer qualquer apreciação em presença do interessado, devendo restringir suas observações ao relatório. 14.16 Publicidade e dos trabalhos científicos O médico veterinário não pode publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado, e tampouco atribuir a si autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou por outros profissionais, mesmo quando executados sob sua orientação. Não é lícito utilizar dados, informações ou opiniões ainda não publicadas sem fazer referência ao autor ou sem a sua autorização expressa. As discordâncias em relação às opiniões ou trabalhos não devem ter cunho pessoal, devendo a crítica ser dirigida apenas a matéria. Falta com a ética o médico veterinário que divulga, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido por órgão competente. Comete falta ética o médico veterinário que participar da divulgação, em qualquer veículo de comunicação de massa, de assuntos que afetem a dignidade da profissão. A propaganda pessoal, os receituários e a divulgação de serviços profissionais devem ser em termos elevados e discretos. As placas indicativas de estabelecimentos médicos veterinários, os anúncios e impressos devem conter dizeres compatíveis com os princípios éticos, não implicando jamais em autopromoção, restringindo-se a: I - nome do profissional, profissão e número de inscrição do CRMV. II - especialidades reconhecidas pelo sistema CFMV/CRMVs. III - título de formação acadêmica mais relevante. IV - endereço, telefone, horário de trabalho, convênios e credenciamentos. V - serviços oferecidos. 34 14.17 Infrações e Penalidades Para a gradação da penalidade e respectiva imposição consideram-se: I - a maior ou menor gravidade da infração. II - as circunstâncias agravantes e atenuantes da infração. III - o dano causado e suas consequências. IV - os antecedentes do infrator. Na aplicação de sanções disciplinares, serão consideradas agravantes as seguintes circunstâncias: I - a reincidência. II - qualquer forma de obstrução de processo. III - o falso testemunho ou perjúrio. IV - aproveitar-se da fragilidade do cliente. V - cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou função. VI - imputar a terceiros de boa fé a culpa pelo ocorrido. Será considerado reincidente todo profissional que após o trânsito em julgado da penalidade imposta administrativamente cometer nova infração ética no período de 5 anos. No caso de reincidência, independentemente da pena aplicada anteriormente, a nova condenação será passível de enquadramento em gradação superior. Na aplicação das sanções disciplinares, serão consideradas atenuantes as seguintes circunstâncias: I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional. II - ausência de punição disciplinar anterior. O caráter das infrações éticas se classificará conforme a seguinte gradação: I – levíssimas. II - leves. III – sérias. IV – graves. V - gravíssimas. As infrações levíssimas compreendem o que está estabelecido: I - nos incisos I, V, X, XII e XV do art. 6º II - inciso, XXV do art. 8º. III - incisos I e IV do art. 9º. IV – art. 13. V - art. 15. VI - incisos I e II do art. 18. VII - art. 24. As infrações leves compreendem o que está estabelecido: I - nos incisos I a XVI do art. 6º. II – nos incisos I a XXVIII do art. 8º. III - nos incisos I a VIII do art. 9º. IV – nos incisos II a VIII do art. 10. V - incisos I, II, IV e V do art. 11. VI – nos incisos I a V do art. 12. VII –nos incisos I a IV do art. 17. VIII – nos incisos I a IV do art. 18. IX – nos incisos I a III do art.19. X – nos incisos I e III do art. 21. XI – nos arts. 23 a 28. As infrações sérias compreendem o que está estabelecido: I - nos incisos II a XIV do art. 6º. II – nos incisos I a XXXII do art. 8º. III – nos incisos I a VII do art. 9º. IV – nos incisos I a VIII do art. 10. V – nos incisos I a V do art. 11. VI – nos incisos I a V do art. 12. VII – no artigos 13 a 16. VIII - nos incisos I a V e parágrafo único do art. 17. IX – nos incisos I a IV do art. 18. X – nos incisos I a III do art. 19. XI – no art. 20. XII – nos incisos I a III do art. 21. XIII – nos artigos 22 a 27. XIV – nos incisos I a V do art. 28. 35 As infrações graves compreendem o que está estabelecido: I - nos incisos II, III, VI, VII, VIII, XI, XIII e XIV do art. 6º. II – nos incisos I a X, XX e XXI do art. 8º. III – nos incisos I a VII do art. 9º. IV - nos incisos II, III, e V a VIII do art. 10. V – nos incisos I, II, IV e V do art. 11. VI – nos artigos 13 a 16. VII – nos incisos II a IV do art. 18. VIII – nos incisos I a III do art. 19. IX – no art. 20. X – nos incisos I e III do art. 21. XI – nos artigos 22, 23, 25 e 26. As infrações gravíssimas compreendem o que está estabelecido: I - nos incisos II e XIV do art. 6º. II – nos incisos X e XXI do art. 8º. III – nos incisos I, IV e VII do art. 9º IV – no art. 22. As infrações levíssimas culminarão com a aplicação da pena de advertência confidencial. As infrações leves culminarão com a aplicação da pena de censura confidencial. As infrações sérias culminarão com a aplicação da pena de censura pública. As infrações graves culminarão com a aplicação da pena de suspensão do exercício profissional por até 90 dias. As infrações gravíssimas culminarão com a aplicação da pena de cassação do exercício profissional. O conteúdo desta apostila é um compilado da legislação do site do Conselho Federal de Medicina Veterinária.