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Legislação Aplicada à Ética em Medicina Veterinária

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DESCRIÇÃO
Conhecer a legislação pertinente à profissão médico-veterinária, destacando a regulamentação
do exercício da profissão, os conselhos profissionais de medicina veterinária e o código de
ética do médico veterinário.
PROPÓSITO
Conhecer a legislação que cria, regula e fiscaliza o exercício profissional do médico veterinário
e articular, de forma consciente, sua aplicação nas relações que envolvem a prática médico-
veterinária.
PREPARAÇÃO
Para iniciar este estudo, você deverá consultar os documentos normativos mais importantes
para a construção de uma compreensão abrangente sobre o tema. São eles:
A lei que dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário (Lei n. 5.517/1968);
O decreto que regulamenta o exercício da profissão de médico veterinário e os conselhos
de medicina veterinária (Decreto n. 64.704/1969);
O código de ética profissional do médico veterinário (Resolução n. 1.138, de 16 de
dezembro de 2016).
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Compreender a prática veterinária com base na legislação sobre o exercício da profissão de
médico-veterinário (Lei n. 5.517/1968) e seu regulamento (Decreto n. 64.704/1969)
MÓDULO 2
Identificar os órgãos de classe vinculados ao exercício da Medicina Veterinária nos planos
federal (CFMV) e estaduais (CRMV)
MÓDULO 3
Compreender o código de ética do médico veterinário e a responsabilidade técnica desse
profissional
INTRODUÇÃO
O código de ética, também conhecido como código de conduta, define os padrões de
comportamento e procedimentos a serem adotados pelos profissionais em seu dia a dia de
trabalho.
Neste tema iremos entender a importância de uma legislação apropriada para regular o
comportamento profissional do médico veterinário e, para isso, vamos conhecer os
documentos normativos que compõem a base legal do assunto.
MÓDULO 1
 Compreender a prática veterinária com base na legislação sobre o exercício da
profissão de médico veterinário (Lei n. 5.517/1968) e seu regulamento (Decreto n.
64.704/1969)
AGIR DE OFÍCIO
Ocorre quando um administrador público, ou mesmo um juiz, realiza um ato administrativo sem
que esse ato tenha vindo de uma demanda, participação ou iniciativa de terceiros. Vem do
latim ex officio, que significa “oficialmente”, “em razão do cargo ocupado”.
REVEL
Se refere ao indivíduo que, acusado de algo e citado em uma ação, não responde a essa
citação, tornando-se ausente. Para não responder à revelia, ou seja, sem defesa, é indicado
um defensor.
A PROFISSÃO MÉDICO-VETERINÁRIA –
BREVE HISTÓRICO
A primeira escola de veterinária foi criada na França, no século XVIII, por um advogado que,
cansado de testemunhar tratamentos empíricos ineficientes em seus cavalos, convenceu o Rei
Luiz XV a instituir a Escola de Veterinária de Lyon. Isso foi em 1761. Somente a partir daí a
profissão de médico veterinário passou a ser reconhecida como uma profissão científica.
Logo depois, em 1766, foi fundada a École Nationale Vétérinaire d’Alfort, nos subúrbios de
Paris. No século XVIII, já havia dessas escolas na Áustria (1768), Itália (1769), Dinamarca
(1773), Suécia (1775), Alemanha (1778), Hungria (1781), Inglaterra (1791) e Espanha (1792).
Ao final do século XIX, a Europa contava com 19 escolas de veterinária. (CRMV, 2020)
 VOCÊ SABIA
Algumas importantes pesquisas e consequentes descobertas foram feitas por veterinários,
principalmente franceses, no século XIX. O desenvolvimento da seringa para injeção
hipodérmica foi trabalho de François Tabourin, um professor da escola de medicina veterinária
de Lyon. Gaston Ramon, veterinário do Instituto Pasteur, descobriu os toxoides antitetânicos de
antidiftérico. Os trabalhos sobre atenuação de cepas de Mycobacterium, usadas na vacina
contra a tuberculose – conhecida como BCG –, foi realizado por dois veterinários que
eternizaram seus nomes na sigla da vacina: Bacilo de Calmette e Guérin.
E quanto ao Brasil? Quando iniciamos a trajetória dessa profissão por aqui?
No Brasil, o desenvolvimento da medicina veterinária está ligado à chegada da corte
portuguesa em 1808. Fugindo de Napoleão, que havia imposto o bloqueio continental e
ameaçava invadir Portugal, Dom João VI e grande parte da corte portuguesa se deslocaram
até as terras brasileiras. A presença do rei e da corte no Rio de Janeiro acarretou o
desenvolvimento de diversas áreas, entre as quais cultura, ciência, finanças e política. O
surgimento de biblioteca, imprensa e faculdades também marcou aquele período. Trazendo a
experiência portuguesa, Dom João criou e implantou o ensino teórico e prático da agricultura.
Criou também o Museu Nacional e o Jardim Botânico.
Em 1875, no período do império, o Imperador Dom Pedro II, após voltar de uma viagem à
França, onde visitou a escola de medicina veterinária de Alfort, nas cercanias de Paris, pensou
na criação de um estabelecimento de ensino no Brasil, no qual também se estudasse medicina
veterinária. No entanto, só na república, no governo Nilo Peçanha, com o Decreto n. 8.319, de
20 de outubro de 1910, é que o ensino da medicina veterinária foi regulamentado. Esse
decreto criou a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária. Um pouco depois,
em 1914, o Exército Brasileiro criou a Escola de Veterinária do Exército, com o apoio do
Instituto Pasteur francês, e a primeira turma dessa escola se formou em 1917. Também se
formou, nesse ano, a primeira turma da Escola Superior de Agricultura de Medicina Veterinária.
A regulamentação da profissão e do exercício da medicina veterinária só foi estabelecida
pelo Decreto n. 23.133, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas em 9 de setembro de
1933, dia que foi escolhido, posteriormente, como o Dia do Médico Veterinário. Essa legislação
normatizou as condições e os campos de atuação do médico veterinário. Também estabeleceu
normas para a organização, a direção e a execução do ensino veterinário, bem como para:
[...] OS SERVIÇOS REFERENTES À DEFESA
SANITÁRIA ANIMAL, INSPEÇÃO DOS
ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DE PRODUTOS DE
ORIGEM ANIMAL, HOSPITAIS E POLICLÍNICAS
VETERINÁRIAS, PARA ORGANIZAÇÕES DE
CONGRESSOS E REPRESENTAÇÃO OFICIAL E
PERITAGEM EM QUESTÕES JUDICIAIS QUE
ENVOLVESSEM APRECIAÇÃO SOBRE OS ESTADOS
DOS ANIMAIS, DENTRE OUTRAS. PARA O EXERCÍCIO
PROFISSIONAL TORNOU-SE OBRIGATÓRIO O
REGISTRO DO DIPLOMA, QUE PASSOU, A PARTIR DE
1940, A SER FEITO NA SUPERINTENDÊNCIA DO
ENSINO AGRÍCOLA E VETERINÁRIO DO MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, ÓRGÃO IGUALMENTE
RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL.
Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, 1933.
No ano de 1968 foi editada a Lei n. 5.517 e, no ano seguinte, o Decreto n. 64.704 – os
principais instrumentos que regulamentam a profissão do médico veterinário, bem como seus
órgãos de classe: o Conselho Federal de Medicina Veterinária e os Conselhos Regionais de
Medicina Veterinária.
LEI N. 5.517/1968
Essa lei dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário e cria os respectivos
Conselho Federal e Conselhos Regionais. Em seus 43 artigos distribuídos em sete capítulos, a
lei trata de todos os aspectos relevantes para o profissional dessa área.
O capítulo I da referida lei trata da profissão do médico veterinário, estabelecendo os
requisitos necessários para o seu exercício, a saber: ser portador de diplomas expedidos por
escolas oficiais ou reconhecidas e registradas na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da
Educação e Cultura; quanto aos profissionais diplomados no estrangeiro, é exigido que tenham
revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor (art. 3º).
A seguir, vejamos os dois artigos desse capítulo que estabelecem as competências dos
médicos veterinários:
ARTIGO 5
O exercício profissional está descrito nesse artigo, que estabelece as diversas competências
privativas (exclusivas) dos médicos veterinários:
 
a) prática da clínica em todas as suas modalidades; 
b) direção dos hospitais para animais; 
c) assistência técnica e sanitária aosanimais sob qualquer forma; 
d) planejamento e execução da defesa sanitária animal; 
e) direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos
comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção onde estejam,
permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim, animais ou produtos
de sua origem; 
f) inspeção e fiscalização, sob o ponto de vista sanitário, higiênico e tecnológico dos
matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas de carne e de pescado, fábricas de banha e
gorduras em que se empregam produtos de origem animal, usinas e fábricas de lacticínios,
entrepostos de carne, leite, peixe, ovos, mel, cera e demais derivados da indústria pecuária e,
de um modo geral, quando possível, de todos os produtos de origem animal nos locais de
produção, manipulação, armazenagem e comercialização; 
g) peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, doenças, acidentes e exames
técnicos em questões judiciais; 
h) perícias, exames e pesquisas reveladores de fraudes ou operação dolosa nos animais
inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias; 
i) ensino, direção, controle e orientação dos serviços de inseminação artificial; 
j) regência de cadeiras ou disciplinas especificamente médico-veterinárias, bem como direção
das respectivas seções e laboratórios; 
k) direção e fiscalização do ensino da medicina veterinária, bem como do ensino médio
agrícola, nos estabelecimentos em que a natureza dos trabalhos tenha por objetivo exclusivo a
indústria animal; 
l) organização dos congressos, comissões, seminários e outros tipos de reuniões destinados
ao estudo da medicina veterinária, bem como assessoria técnica do Ministério das Relações
Exteriores, no país e no estrangeiro, no que se refere a problemas relativos à produção e à
indústria animal.
ARTIGO 6
Nesse artigo, a lei prevê outras competências do médico veterinário relacionadas com:
 
a) pesquisas, planejamento, direção técnica, fomento, orientação e execução dos trabalhos de
qualquer natureza relativos à produção animal e às indústrias derivadas, inclusive as de caça e
pesca; 
b) estudo e aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais
transmissíveis ao homem; 
c) avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de crédito e de seguro; 
d) padronização e classificação dos produtos de origem animal; 
e) responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e sua fiscalização; 
f) participação nos exames dos animais para efeito de inscrição nas sociedades de registros
genealógicos; 
g) exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal; 
h) pesquisas e trabalhos ligados à biologia geral, à zoologia, à zootecnia, bem como à
bromatologia animal em especial; 
i) defesa da fauna, especialmente o controle da exploração das espécies animais silvestres,
bem como dos seus produtos; 
j) estudos e organização de trabalhos sobre economia e estatística ligados à profissão; 
k) organização da educação rural relativa à pecuária.
Já o capítulo 3 trata dos Conselhos Federal e Estaduais de Medicina Veterinária, objeto de
estudo do Módulo 2. O capítulo 4 se refere às anuidades e taxas a serem pagas aos
conselhos pelos profissionais inscritos e o capítulo 5 trata do poder disciplinar dos conselhos
regionais, bem como da aplicação das penalidades nos casos em que o médico veterinário for
considerado responsável pelo cometimento de alguma infração profissional ou disciplinar –
tema que será desenvolvido no Módulo 3. Por fim, os capítulos 6 e 7 apresentam,
respectivamente, as disposições gerais e as disposições transitórias.
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que a lei não admite denúncias anônimas contra os veterinários.
A Lei n. 5.517/68 está regulamentada pelo Decreto n. 64.704/1969, que veremos a seguir.
DECRETO N. 64.704/1969
Esse decreto, editado em 17 de junho de 1969, aprovou, com base na própria Lei n. 5.517/68,
o regulamento do exercício da profissão de médico veterinário e dos Conselhos de Medicina
Veterinária.
O título I do regulamento dispõe sobre a profissão de médico veterinário, estabelecendo, em
seus cinco capítulos, os seguintes temas: campo profissional; atividade profissional; título
profissional; exercício profissional; e as firmas, empresas e associações.
O título II trata dos Conselhos de Medicina Veterinária, dispondo em seu capítulo I sobre a
conceituação, a vinculação e finalidade dos Conselhos Federal e Regionais.
O título III determina as anuidades e taxas que o médico veterinário está obrigado a pagar.
Ressalte-se que a taxa será devida quando houver uma contraprestação do Conselho, isto é,
quando ele prestar algum serviço ou expedir documento. Um exemplo é a taxa de inscrição. Já
as anuidades, que devem ser pagas a cada ano até o dia 31 de março, são devidas ao
Conselho Regional ao qual o veterinário está vinculado. No título III também estão previstos
outros tipos de renda dos Conselhos. A propósito, confira-se o art. 26 do Decreto n.
64.704/1969 e seus parágrafos:
Art. 26 – O médico veterinário está obrigado ao pagamento de taxa de inscrição e anuidade ao
Conselho a cuja jurisdição estiver sujeito.
§ 1º A anuidade deve ser paga até o dia 31 de março de cada ano, acrescida de 20% quando
fora desse prazo;
§ 2º O médico veterinário ausente do país não fica isento do pagamento da anuidade, que
poderá ser paga após o regresso sem o acréscimo de 20% previsto no parágrafo anterior.”
O título IV, espelhado na Lei n. 5.517/1968, estabelece as penalidades a serem impostas no
caso de infringência à lei, a esse regulamento e ao Código de Ética Profissional, estabelecido
pela Resolução CFMV n. 1.138/2016.
O decreto ainda prevê um quinto título dedicado às disposições gerais e transitórias. E no art.
48 estabelece que os casos referentes ao exercício da profissão de médico veterinário omissos
no documento serão resolvidos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
A PROFISSÃO MÉDICO-VETERINÁRIA
No vídeo a seguir, abordaremos um pouco mais o histórico da profissão médico-veterinária.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar os órgãos de classe vinculados ao exercício da Medicina Veterinária nos
planos federal (CFMV) e estaduais (CRMV)
OS CONSELHOS DA CLASSE
Com o exercício da profissão estabelecido, foi necessária a criação de órgãos de
fiscalização do exercício profissional do veterinário. Os conselhos profissionais têm essa
função. Por intermédio deles a própria classe profissional fica responsável pela atividade
fiscalizadora. Em 1968, com a Lei n. 5.517, que dispôs sobre o exercício da profissão do
médico veterinário, foram também criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
Medicina Veterinária. O CFMV ficou responsável por instalar os CRMV. Inicialmente foram
instalados 13 Conselhos Regionais. Atualmente, no Brasil, eles são em número de 27. Quando
foram criados, os Conselhos eram designados por ordem numérica.
 Símbolo do CFMV.
Em uma resolução posterior, editada pelo CFMV em 1990, a denominação passou a ser pela
sigla dos estados (ex.: CRMV-RJ; CRMV-SC), indicando que cada Conselho Regional tem
jurisdição exclusivamente sobre o estado que representa. Trata-se de órgãos importantes
dentro de sua jurisdição estadual, para orientação e fiscalização do exercício da profissão.
Também são fundamentais nas questões ligadas ao ensino, à pesquisa, à extensão, à defesa
sanitária, à saúde coletiva, à produção animal, ao meio ambiente e no que se refere a temas
relacionados com a indústria e o comércio de produtos veterinários, produtos de origem animal
e seus derivados.
Os CRMV, na forma da Lei n. 5.517/1968, são subordinados diretamente ao Conselho Federal
de Medicina Veterinária. No entanto, cada CRMV tem independência administrativa e
financeira. A reunião de todos os CRMV forma uma autarquia. No caso de conselhos
profissionais, como é o caso dos CRMV, asautarquias são denominadas autarquias de
regime especial, por terem características de entidades privadas, apesar de serem públicas.
Cada Conselho Regional é como se fosse um “braço” da autarquia nas várias regiões do Brasil
e eles não sofrem interferência federal, ou seja, não sofrem influências administrativas ou
financeiras do CFMV (exceto em casos descritos em lei).
Os conselhos profissionais também são chamados de autarquias corporativas. De
acordo com a legislação em vigor – Decreto n. 64.704/1969 – as atribuições dos CRMV estão
listadas no seguinte artigo:
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AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL
Uma autarquia é uma entidade dotada de personalidade jurídica própria, criada por lei
específica e pertencente à Administração Federal Indireta. Seu papel é desempenhar funções
próprias, reservadas ao Estado. Nos termos do art. 5º do Decreto-Lei n. 200/1967, a autarquia
é “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
ARTIGO 25
As atribuições dos CRMV são:
 
a) organizar o seu regimento interno, submetendo-o à aprovação do CFMV; 
b) inscrever os profissionais residentes que exerçam a profissão em sua jurisdição e expedir as
respectivas carteiras de identidade profissional; 
c) examinar as reclamações e representações, escritas e devidamente assinadas, acerca dos
serviços de registro e das infrações a este regulamento; 
d) solicitar ao CFMV as medidas necessárias ao melhor rendimento das tarefas sob sua alçada
e sugerir-lhe providências junto às autoridades competentes para a alteração que julgar
conveniente na Lei n. 5.517/68, principalmente as que visem a melhorar a regulamentação do
exercício da profissão de médico veterinário; 
e) fiscalizar o exercício da profissão, punindo os seus infratores, bem como representando às
autoridades competentes acerca de fatos que apurar e cuja solução não seja de sua alçada; 
f) funcionar como Tribunal de Honra dos profissionais, zelando pelo prestígio e bom nome da
profissão; 
g) aplicar as sanções disciplinares, estabelecidas nesta lei; 
h) promover, perante o juízo da Fazenda Pública e mediante processo de executivo fiscal, a
cobrança das penalidades previstas para a execução da presente lei; 
i) contratar pessoal administrativo necessário ao funcionamento do Conselho; 
j) apresentar ao Conselho Federal os delegados para a reunião a que se refere o art. 19 deste
Regulamento. 
A COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS
Os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária se organizam com 16 participantes,
respeitando esta composição:
Diretoria Executiva
Presidente, Vice-Presidente, Tesoureiro e Secretário-Geral.
Conselheiros Efetivos e Conselheiros Suplentes
Seis membros eleitos por escrutínio secreto e maioria absoluta de votos em Assembleia Geral
dos Médicos Veterinários e Zootecnistas inscritos no Regional que estejam em pleno gozo de
seus direitos.
OS PLENÁRIOS DOS CONSELHOS:
COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS
A Resolução CFMV n. 591/1992, que instituiu e aprovou o Regimento Interno Padrão (RIP) dos
Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e deu outras providências – além de revogar,
expressamente, resoluções anteriores (n. 381, 398, 425, 426, 480, 508, 509, 558, 566, 569,
570, 578 e 581) – no seu artigo 4º é apresentado:
ARTIGO 4
Compete ao plenário, órgão deliberativo integrado por todos os membros efetivos de cada
CRMV, o seguinte:
 
a) observar as resoluções emanadas do CFMV e as do próprio CRMV, assim como os demais
diplomas legais vigentes; 
b) deliberar quanto à necessidade de modificações neste Regimento, a serem submetidas à
consideração e aprovação do CFMV; 
c) julgar infrações à legislação pertinentes ao exercício da Medicina Veterinária e da Zootecnia,
cometidas na Jurisdição do Conselho, estabelecendo, em cada caso, a sanção legal adequada; 
d) examinar e adotar medidas consideradas necessárias ao melhor rendimento das tarefas sob
sua alçada; 
e) sugerir ao CFMV as providências escritas e devidamente assinadas acerca dos serviços ou
dos registros de profissionais e de empresas, assim como infrações às normas atinentes à
Medicina Veterinária e à Zootecnia; 
g) funcionar como “Tribunal de Honra”, zelando pelo prestígio e bom nome das profissões; 
h) deliberar quanto ao sistema de fiscalização do exercício da Medicina Veterinária e da
Zootecnia; 
i) deliberar quanto à forma e prestar, aos poderes públicos que atuam na jurisdição,
assessoramento em assunto e matérias de interesse profissional; 
j) agir em colaboração recíproca com as entidades civis dos médicos veterinários e dos
zootecnistas da região, decidindo quanto à elaboração do plano de ação integrada que
contemple a realização de congressos, simpósios, estudos ou outros tipos de eventos sobre
matérias de competência das respectivas profissões, inclusive as de natureza cultural-
científica; 
l) deliberar sobre a proposta orçamentária (e eventuais reformulações) elaboradas(s) pela
Diretoria Executiva (DE) com vistas à aprovação pelo CFMVS; 
m) julgar as prestações de contas da Diretoria Executiva, antes do seu encaminhamento ao
CFMV; 
n) apreciar e deliberar sobre o Relatório Anual da Diretoria Executiva, apresentado pelo
Presidente; 
o) decidir sobre a aquisição ou alienação de bens patrimoniais do Conselho, ouvido o CFMV
em caso de alienação de bens imóveis; 
p) discutir e votar os requerimentos de inscrições de profissionais; 
q) eleger, nos termos das disposições gerais deste RIP, a Comissão de Tomada de Contas
(CTC); 
r) expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das atribuições do Conselho.
AS RESOLUÇÕES DO CONSELHO
FEDERAL DE MEDICINA (CFMV)
O CFMV, como órgão regulador, disciplinador, fiscalizador e apoiador da atividade médico-
veterinária, já produziu e emitiu, ao longo de sua existência, aproximadamente 1.300
resoluções. Várias delas aprovam orçamentos e reformulações orçamentárias dos CRMV e
julgam suas prestações de conta, renovam habilitação para a concessão de título de
especialista, fixam os valores de anuidades de pessoas físicas e jurídicas, entre outras.
No entanto, muitas dessas resoluções são mais relevantes para o exercício da profissão,
direcionando e estabelecendo diretrizes que apontam procedimentos, ações e
responsabilidades características e privativas da função médico-veterinária. Veja alguns
exemplos:
 Resolução CFMV n. 1.275/2019
Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médico-
veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras
providências.
 
 Resolução CFMV n. 1.260/2019
Define os limites de atuação dos auxiliares de médicos veterinários e dá outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 1.236/2018
Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre
a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 1.178/2017
Dispõe sobre a responsabilidade técnica em estabelecimentos que criem ou utilizem animais
em atividades de pesquisa ou ensino.
 
 Resolução CFMV n. 1.138/2016
Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário.
 
 Resolução CFMV n. 1.122/2016
Institui e regulamenta o voto eletrônico on-line, via internet, para eleição dos Conselhos
Regionais de Medicina Veterinária.
 
 Resolução CFMV n. 1.094/2015
Cria o Sistema de Acreditação dos Programas de Residência e Aprimoramento Profissional em
Medicina Veterinária e dá outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 1.069/2014
Dispõe sobre diretrizes gerais de responsabilidade técnica em estabelecimentos comerciais de
exposição, manutenção, higiene estética e venda ou doação de animais e dá outras
providências.
 
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que essa resolução de 2014 estabeleceu os princípios que devem ser
observados na exposição, manutenção, higiene,estética e venda ou doação de animais por
estabelecimentos comerciais, com a promoção de segurança, saúde e bem-estar dos animais
sob seus cuidados. Em 2019, uma nova resolução (CFMV n. 1.293) acrescentou que os
princípios e regras definidos na Resolução n. 1.069 também se aplicam aos estabelecimentos
industriais, recreativos, desportivos, protetivos e quaisquer outros, públicos ou privados, que
atuem com exposição, manutenção, higiene, estética, venda ou doação de animais.
 Resolução CFMV n. 1.051/2014
Habilita a Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (Abravet) para concessão de Título
de Especialista em Acupuntura Veterinária. Tal habilitação foi renovada pela Resolução CFMV
n. 1.294/2019.
 
 Resolução CFMV n. 1.015/2012
Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médico-
veterinários e dá outras providências.
 
 Resolução n. 1.000/2012
Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências.
Essa resolução de número 1.000 teve como objetivo uniformizar as metodologias para a prática
de eutanásia, já que os animais submetidos a esse ato são seres sencientes e que os métodos
aplicados devem atender aos princípios de bem-estar animal. Levou-se em consideração que a
eutanásia é um procedimento clínico e sua responsabilidade compete privativamente ao
médico veterinário. Assim, em função da diversidade de espécies envolvidas nos
procedimentos de eutanásia e da multiplicidade de métodos aplicados que devem ser
empregados de forma científica e tecnicamente regulamentada, e que devem seguir preceitos
éticos, a resolução veio para instituir normas reguladoras de procedimentos relativos a essa
prática.
 
 Resolução CFMV n. 955/2010
Normatiza o processo eleitoral no Conselho Federal de Medicina Veterinária e dá outras
providências.
 
 Resolução CFMV n. 948/2010
Dispõe sobre a apresentação de justificativas por não comparecimento ao processo eleitoral,
fixa o valor da multa eleitoral, disciplina o processo de cobrança da multa e dá outras
providencias.
 
 Resolução CFMV n. 923/2009
Dispõe sobre procedimentos e responsabilidades do médico veterinário e do zootecnista em
relação à biossegurança no manuseio de microrganismos e de animais domésticos, silvestres,
exóticos e de laboratório, inclusive os geneticamente modificados, bem como suas partes,
fluidos, secreções e excreções.
 
 Resolução CFMV n. 879/2008
Dispõe sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa, regulamenta as Comissões de Ética
no Uso de Animais (CEUA) no âmbito da Medicina Veterinária e da Zootecnia brasileiras e dá
outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 877/2008
Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres e
sobre cirurgias mutilantes em pequenos animais, e dá outras providências.
Essa resolução também dispõe sobre a necessidade de as cirurgias serem realizadas,
preferencialmente, em locais fechados e de uso adequado para esta finalidade e aponta para a
obrigação de que todos os procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos devem ser realizados
exclusivamente pelo médico veterinário conforme previsto na Lei n. 5.517/1968.
 
 Resolução CFMV n. 780/2004
Estabelece critérios para normatizar a publicidade no âmbito da Medicina Veterinária,
conceituando os procedimentos para divulgação de temas de interesse médico-veterinário e dá
outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 746/2003
Estabelece a obrigatoriedade de designação de responsável técnico nos cursos de medicina
veterinária e zootecnia por parte das instituições de ensino e dá outras providências.
 
 Resolução CFMV n. 609/1994
Cria o símbolo de Medicina Veterinária, que é respaldado por princípios históricos, culturais e
mitológicos.
 
No vídeo a seguir, falaremos sobre a importância dos Conselhos no exercício da Medicina
Veterinária.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Compreender o código de ética do médico veterinário e a responsabilidade técnica
desse profissional
O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
VETERINÁRIA
A ética profissional é o conjunto de saberes que procuram definir o que é certo ou errado com
base na análise da moral de dada sociedade, aplicados no campo do exercício da atividade
profissional. Para isso as sociedades regulamentam, por meio de normas jurídicas, como
devem agir os profissionais de várias áreas durante o exercício de sua profissão.
ATO ADMINISTRATIVO NORMATIVO
Os atos administrativos normativos explicam e especificam um comando dado por uma lei. São
os decretos, regulamentos, regimentos, resoluções. Não criam nada que não esteja na lei,
apenas “explicam” os seus conteúdos.
Assim, profissões que são regulamentadas por lei obedecem a um código de conduta
que indica os direitos, as competências, os limites e como atuar de forma legal dentro da esfera
da profissão. A esse documento chamamos de Código de Ética Profissional ou Código de
Deontologia.
O atual Código de Ética Médica Veterinária está disposto na Resolução CFMV n. 1.138/2016,
que substituiu a anterior (Resolução CFMV n. 722/2002). A resolução é um ato administrativo
normativo. No caso dos conselhos profissionais como os CRMV, esse instrumento
normativo tem a finalidade de manter a uniformidade de comportamento social, baseado
em conduta profissional exemplar dos médicos veterinários.
O texto atual foi debatido e aprovado pelo plenário do Conselho Federal de Medicina
Veterinária em dezembro de 2016. No entanto, entrou em vigor somente no ano seguinte, no
dia do médico veterinário, 9 de setembro. O novo código, atualizado, foi concebido com o
propósito de se adequar às novas realidades do mundo moderno, marcado pela velocidade de
transformação dessas mesmas realidades, visando o aperfeiçoamento das normas de conduta
ética que devem pautar o exercício da profissão médico-veterinária.
Um aspecto interessante que podemos observar no novo código é a mudança em relação à
responsabilidade em determinadas circunstâncias. Por exemplo, o médico veterinário
será responsabilizado por seus atos profissionais, não podendo se arvorar de suas ações
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atribuindo seus erros a terceiros, em situações que poderiam ter sido evitadas, ainda que
tenham sido solicitadas pelo cliente. Compare a redação anterior com a nova redação:
Art. 14, inciso III da Resolução CFMV n. 722/2002
A primeira redação estava disposta desta forma: “atribuir seus erros a terceiros e a
circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas”.

Art .9°, inciso III da Resolução CFMV n. 1.138/2016
Na segunda, lê-se: “atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam
ser evitadas, mesmo quando solicitadas pelo cliente”.
Como vimos, a nova redação deixa claro que o cliente não pode ter ascendência sobre o
profissional, já que é este que detém o conhecimento técnico e, portanto, cabe a ele tomar as
decisões que lhes são cabíveis.
RESOLUÇÃO N. 1.138 DE 16 DE DEZEMBRO DE
2016 – O CÓDIGO DE ÉTICA
Vamos, a partir de agora, comentar o texto do código aprovado na Resolução n. 1.138/2016
para esclarecer pontos que possam suscitar dúvidas e oferecer um resumo didático para o
melhor entendimento dessa norma jurídica.
O Código de Ética Profissional do Médico Veterinário traz, antes do preâmbulo, em seu anexo
único, o juramento do médico veterinário como um guia que norteia todo o texto, já que a
própria noção de ética pressupõe obedecer e respeitar um juramento prestado.
O documento se compõe de um preâmbulo seguido por 14 capítulos, totalizando 38 artigos e
95 incisos. A seguir, apresentaremos cada um desses capítulos.
IMPERÍCIA
Caracteriza-se pela falta de conhecimento específico ou habilidade própria para o
desenvolvimento de uma prática de caráter técnico ou científico.
IMPRUDÊNCIA
Atitudes precipitadas ou sem reflexão adequada, imponderadas e diferentes daquelas
aprendidas e esperadas.
NEGLIGÊNCIA
Falta de cuidado, desleixo, displicência numa determinada situação ou tarefa aser realizada.
Preâmbulo
Essa parte do texto precede o 1º capítulo e trata da livre escolha do homem para estabelecer
sua forma de atuar, explicando que a resolução regula os direitos e deveres do médico
veterinário. É no preâmbulo que se aponta a necessidade de se exercer a medicina veterinária
com integridade, respeito, dignidade e consciência, seguindo as normas de ética profissional
traçadas pelo código.
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS – ART.
1 AO 5
Esse capítulo é composto por cinco artigos apresentando os princípios éticos que
fundamentam o exercício da profissão. Versa sobre a conduta do profissional no exercício da
medicina veterinária sempre com o máximo de sua capacidade, buscando o aprimoramento
profissional e condutas que fortaleçam e dignifiquem a profissão. Apresenta também a
necessidade de uma postura de zelo e proteção para com os animais em qualquer situação.
CAPÍTULO II – DOS DEVERES PROFISSIONAIS – ART.
6
Nesse capítulo encontram-se 16 incisos e ele tem como base principal aquilo que envolve o
conhecimento técnico-profissional do médico veterinário. Entre outros aspectos, os incisos
indicam a necessidade de aprimoramento constante e de entendimento de seus limites
técnicos para que não cause danos em ações que estejam fora de sua capacidade, e reforçam
que uma das responsabilidades do médico veterinário é o combate ao exercício ilegal da
profissão.
CAPÍTULO III – DOS DIREITOS DO MÉDICO
VETERINÁRIO – ART. 7
Explica quais são os direitos do médico veterinário em cinco incisos e um parágrafo único.
Resumindo, o artigo indica de forma bem clara o direito do médico veterinário de exercer a
medicina veterinária sem ser discriminado em razão de raça, cor, religião, sexo, nacionalidade,
condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza.
CAPÍTULO IV – DO COMPORTAMENTO – ART. 8
Esse artigo é o mais longo. Conta com 32 incisos que dispõem sobre as vedações impostas ao
médico veterinário, como: prescrever medicamentos sem registro; fornecer a leigos
ensinamentos e técnicas privativas de sua competência profissional; praticar ato que venha a
desprestigiar a profissão; praticar ou permitir atos de crueldades contra animais; prescrever e
administrar drogas proibidas por lei; praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção,
dentre outras.
CAPÍTULO V – DA RESPONSABILIDADE
PROFISSIONAL – ART. 9, INCISOS I AO VII
O art. 9°trata da responsabilidade que recai sobre o médico veterinário no caso de atos
praticados com dolo (intenção) ou culpa (sem intenção) durante o exercício profissional,
podendo responder civil e penalmente pelas infrações éticas e ações que causem dano ao
paciente e/ou ao tutor, principalmente aqueles atos resultados de imperícia, imprudência e
negligência.
CAPÍTULO VI – DA RELAÇÃO COM OUTROS MÉDICOS
VETERINÁRIOS – ART. 10
O artigo 10 conta com oito incisos e dispõe sobre as vedações impostas ao médico veterinário
em sua relação com outros profissionais médicos veterinários. Algumas dessas vedações são
aquelas que proíbem atrair para si clientes de algum colega e praticar atos de concorrência
desleal, assim como fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal
de colegas.
CAPÍTULO VII – DO SIGILO PROFISSIONAL – ART. 11,
INCISOS I A V
Nesse capítulo o médico veterinário toma conhecimento a respeito de como lidar com as
informações sobre seus pacientes. Por exemplo: não pode usá-las em anúncios profissionais
ou na mídia em geral; não pode fornecê-las a empresas ou seguradoras sem a devida
autorização do responsável legal, sendo exceção os casos de risco à saúde coletiva, ao meio
ambiente ou quando houver alguma ordem judicial que lhe permita revelar informações; não
pode revelar fatos que prejudiquem pessoas ou entidades, dentre outras proibições.
CAPÍTULO VIII – DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS –
ART. 12 AO 16
O capítulo VIII explicita os requisitos sobre os quais os honorários profissionais do médico
veterinário devem estar baseados. Vários fatores influenciam esse cálculo. Os de maior
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relevância giram em torno da complexidade da ação realizada, do trabalho e do tempo
necessário para a realização do procedimento, e incluem a qualificação e o renome do
profissional que executou o trabalho. É interessante notar que a condição socioeconômica do
cliente é um dos requisitos que podem compor os honorários. O art. 14 explicita a vedação ao
médico veterinário de, nos meios de comunicação de massa e redes sociais, informar os
preços de seus serviços ou as formas de pagamento. Também não é permitido ao profissional
divulgar valores promocionais ou reter remuneração devida a outro médico veterinário quando
em cargo de direção ou chefia.
CAPÍTULO IX – DA RELAÇÃO COM O CIDADÃO
CONSUMIDOR DE SEUS SERVIÇOS – ART. 17
Aqui o médico veterinário passa a conhecer alguns fatores fundamentais para que a relação
com seu cliente se dê de forma profissional. Por exemplo, ele deve cumprir todos os contratos,
prestar serviços sem condicioná-los a fornecimento de produtos ou serviços e agir de modo a
não se beneficiar da fraqueza, ignorância, saúde, idade ou condição social do consumidor para
impor-lhe um produto ou diferenciar a qualidade do serviço prestado. Um ponto importante para
que essa relação ocorra de forma positiva para ambos, é o conhecimento das normas que
regulamentam a atividade profissional. 
 
O parágrafo único desse capítulo dita que o médico veterinário, no caso de não ser pago por
seus serviços, não poderá reter o seu paciente como forma de garantir o recebimento dos
honorários.
CAPÍTULO X – DAS RELAÇÕES COM O ANIMAL E O
MEIO AMBIENTE – ART. 18
O capítulo X traz o art. 18, que se refere às relações do médico veterinário com seus pacientes,
os animais, e também a sua relação com o meio ambiente. Nesse sentido o artigo dispõe sobre
a necessidade de o médico veterinário conhecer a legislação pertinente à proteção dos animais
de preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e
da melhoria da qualidade de vida, assim como não atentar contra as funções vitais dos animais
e usar animais na práticas de ensino somente em casos justificáveis, quando não houver
alternativas cientificamente válidas. No caso do uso para o ensino, deve haver benefício da
qualidade da vida do animal, do homem e do próprio ensino.
CAPÍTULO XI – DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA –
ART. 19 E ART. 20
O art. 19 indica a postura do médico veterinário frente às demandas dos órgãos públicos
fiscalizadores que necessitem de informações sobre a empresa em que ele atue como
responsável técnico (RT) e determina que as respostas às solicitações feitas pelo CRMV e pelo
CFMV sejam fornecidas em forma de relatório. 
 
O texto do art. 20 proíbe o médico veterinário, que ocupa cargo em órgão de fiscalização, de
exercer responsabilidade técnica em qualquer estabelecimento que sofra fiscalização do tal
órgão fiscalizador.
CAPÍTULO XII – DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA –
ART. 21
Dispõe sobre a função de perito. Quando desempenha essa função, o médico veterinário deve
guardar segredo profissional sobre os dados técnicos que tenha coletado, atuando com
isenção e jamais ultrapassando os limites de suas atribuições. Suas observações têm que ser
feitas somente em relatório. O médico veterinário perito não pode participar de perícias que
envolvam clientes, familiares ou qualquer pessoa cujas relações influam em seu trabalho.
Também não pode intervir nos atos profissionais de outro médico veterinário.
CAPÍTULO XIII – DA PUBLICIDADE E DOS TRABALHOS
CIENTÍFICOS – ART. 22 AO 28
O capítulo XIII e seus sete artigos dispõem sobre os cuidados éticos que o médico veterinário
deve ter no momento de dar publicidade a trabalhos de cunho acadêmico-científico. Não
poderá, por exemplo, publicar em seu nome trabalho no qual não tenha participado, nem
atribuir autoria exclusiva em trabalhos que tenham sido realizadospor subordinados. Também
não será considerado lícita a utilização de informações ou opiniões ainda não publicadas sem
fazer referência ao autor ou sem a sua autorização expressa. Outro ponto do capítulo versa
sobre a vedação ao médico veterinário de participar da divulgação, em qualquer veículo de
comunicação de massa, de assuntos que afetem a dignidade da profissão. As placas
indicativas de estabelecimentos médicos veterinários, os anúncios e impressos devem conter
dizeres compatíveis com os princípios éticos, jamais sugerindo autopromoção.
CAPÍTULO XIV – DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES –
ART. 29 AO 38
Trata sobre quais e em que intensidade as sanções serão aplicadas ao médico veterinário que
incorrer em falta, violando os preceitos postos no código de ética da profissão. Os artigos que
compõem esse capítulo versam sobre os critérios considerados para a gradação e imposição
das penalidades, sobre os agravantes, os atenuantes, e traz classificação das infrações (leve
até gravíssimas).
REGIME DISCIPLINAR
O regime disciplinar ao qual o médico veterinário se submete está disposto na Lei n.
5.517/1968 e no Código de Ética do Médico Veterinário – Resolução CFMV n. 1.138/2016.
Esse regime estabelece as infrações, as penas a serem aplicadas e o procedimento a ser
seguido pelos Conselhos Regionais. Está organizado em uma lógica de gradação das sanções,
severidade da infração e reincidência das condutas. Ao mesmo tempo garante o direito de
defesa ao profissional eventualmente acusado de alguma falha disciplinar.
O processo de imposição de penalidade disciplinar se iniciará no Conselho Regional, junto ao
qual o médico veterinário está inscrito, e terminará no Conselho Federal de Medicina
Veterinária, órgão revisor dos CRMV.
No que toca à gradação das penalidades e respectivas imposições de sanção, consideram-se
os seguintes critérios:
I
A maior ou menor gravidade da infração.
II
As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração.
III
O dano causado e suas consequências.
IV
Os antecedentes do infrator.
Na aplicação de sanções disciplinares, o código também prevê as chamadas agravantes, que
são:
I
A reincidência.
II
Qualquer forma de obstrução de processo.
III
O falso testemunho ou perjúrio.
IV
O fato de aproveitar-se da fragilidade do cliente.
V
O cometimento de infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo
ou função.
VI
A imputação, a terceiros de boa-fé, da culpa pelo ocorrido.
TRÂNSITO EM JULGADO
É uma expressão da área jurídica. Significa que a decisão tomada é definitiva e, portanto, não
está mais sujeita a recursos ou modificações.
É considerado reincidente todo profissional que, após o trânsito em julgado da penalidade
imposta administrativamente, cometer nova infração ética no período de cinco anos.
 ATENÇÃO
No caso de reincidência, independentemente da pena aplicada anteriormente, a nova
condenação será passível de enquadramento em gradação superior. Apenas quando houver
casos de gravidade manifesta que exijam aplicação imediata de penalidade mais alta, a
imposição das penas obedecerá à graduação apresentada em seguida. Nesse contexto
disciplinar temos a previsão de infrações levíssimas, leves, sérias, graves, gravíssimas. Já as
penas podem ser desde advertência até cassação do registro profissional.
A seguir apresentamos as condutas a serem coibidas, sua classificação de gravidade e a
respectiva pena aplicável:
INFRAÇÕES LEVÍSSIMAS: PENA DE ADVERTÊNCIA
CONFIDENCIAL
Não defender a dignidade profissional, seja por remuneração não condigna, por
desrespeito à legislação vigente ou por falta de condições de trabalho compatíveis com o
exercício ético profissional da medicina veterinária em relação ao seu aprimoramento
científico.
Não se relacionar com os demais profissionais, deixando de valorizar o respeito mútuo e
a independência profissional de cada um, e deixando de buscar sempre o bem-estar
social da comunidade.
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Não informar a abrangência, os limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais.
Dificultar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos
órgãos de classe.
Deixar de comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato
que possa caracterizar infração ao código de ética e às demais normas e leis que regem
o exercício da Medicina Veterinária.
Opinar, sem solicitação de pelo menos uma das partes interessadas, a respeito de animal
que esteja sendo comercializado.
Praticar atos profissionais que caracterizem imperícia, imprudência, negligência.
Deixar de esclarecer ao cliente sobre as consequências socioeconômicas, ambientais e
de saúde pública provenientes das enfermidades de seus pacientes.
Permitir que seus serviços profissionais sejam oferecidos como prêmio de qualquer
natureza.
Divulgar seus serviços como gratuitos ou com valores promocionais.
Não conhecer a legislação de proteção aos animais, de preservação dos recursos
naturais e do desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade
de vida.
Não respeitar as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas dos animais,
atentando contra suas funções vitais.
Discordar, no nível pessoal, de opiniões e trabalhos de colegas de profissão.
INFRAÇÕES LEVES: PENA DE CENSURA
CONFIDENCIAL
Não aprimorar continuamente seus conhecimentos.
Não impedir qualquer forma de mercantilismo no exercício da profissão.
Não combater o exercício ilegal da medicina veterinária, deixando de denunciar toda
violação às funções específicas que ela compreende.
Quando investido em função de direção, deixar de assegurar as condições para o
desempenho profissional do médico veterinário.
Não se relacionar com os demais profissionais.
Exercer atividades que vão além de seu conhecimento profissional.
Não fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às
autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória.
Deixar de denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras
modalidades de estudos realizados com animais, sem a observância dos preceitos éticos
e dos procedimentos adequados.
Utilizar dados estatísticos falsos e deturpar sua interpretação científica.
Não informar a abrangência, os limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais.
Não se manter regularizado com suas obrigações legais junto ao seu CRMV.
Dificultar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos
órgãos de classe.
Não realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios
básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV.
Apropriar-se de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo ou
função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem.
Deixar de comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato
que possa caracterizar infração ao código de ética da profissão e às demais normas e leis
que regem o exercício da Medicina Veterinária.
Não comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos
regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que
isso representar riscos à saúde humana ou animal.
INFRAÇÕES SÉRIAS: PENA DE CENSURA PÚBLICA
São infrações sérias todas as listadas anteriormente, porém levando em conta as
circunstâncias agravantes, acrescidas das que se seguem:
 
Indicar estabelecimento para compra e/ou manipulação do medicamento prescrito.
Deixar de comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos
regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que
representar riscos à saúde humana ou animal.
Assinar contratos de prestação responsabilidade técnica com finalidade específica de
regularizar formalmente a empresa obrigada a registro.
Manter conduta incompatível com a medicina veterinária.
Deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadasdos órgãos ou entidades
públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária.
Deixar de atender às requisições administrativas e intimações emanadas pelos órgãos ou
entidades públicas dentro do prazo determinado.
Praticar qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de
iminente risco de morte ou de incapacidade permanente do paciente.
Conviver com o erro ou qualquer conduta antiética em razão da consideração,
solidariedade, apreço, parentesco, amizade, inimizade ou ainda com finalidade de
manutenção de vínculo empregatício.
Permitir o uso do cadastro de seus clientes sem a respectiva autorização.
Veicular, em meios de comunicação de massa e em redes sociais, os preços e as formas
de pagamento de seus serviços.
Em função de direção, chefia ou outro cargo de coordenação, reduzir ou reter
remuneração devida a outro médico veterinário.
Reter o paciente como garantia de pagamento.
Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado, e tampouco
atribuir a si autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou por outros
profissionais, mesmo quando executado sob sua orientação.
INFRAÇÕES GRAVES: PENA DE SUSPENSÃO DO
EXERCÍCIO PROFISSIONAL POR ATÉ 90 DIAS
Aceitar qualquer forma de mercantilismo no exercício da profissão.
Deixar de denunciar toda violação às funções específicas que o exercício legal da
Medicina Veterinária compreende.
Exercer somente atividades que estejam no âmbito de seu conhecimento profissional.
Deixar de fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às
autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória.
Não denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outros estudos
realizados com animais que não considerem os preceitos éticos e os procedimentos
adequados.
Manter-se regularizado com suas obrigações legais junto ao CRMV de sua jurisdição.
Deixar de realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios
básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV.
Não se apropriar de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo
ou função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem.
Incisos de I a X do art. 8º.
Praticar ou permitir que se pratiquem atos de crueldade para com os animais nas
atividades de produção, pesquisa, esportivas, culturais, artísticas ou de qualquer outra
natureza.
Prescrever ou executar qualquer ato que tenha a finalidade de favorecer transações
desonestas ou fraudulentas.
Praticar atos profissionais que caracterizem imperícia, imprudência, negligência.
Delegar a outrem atos ou atribuições privativas da profissão de médico veterinário.
Atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas,
mesmo quando solicitadas pelo cliente.
Deixar de prestar esclarecimentos ao cliente sobre as consequências socioeconômicas,
ambientais e de saúde pública provenientes das enfermidades de seus pacientes.
Deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos órgãos ou entidades
públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária.
Deixar de atender às requisições administrativas e intimações emanadas pelos órgãos ou
entidades públicas dentro do prazo determinado.
Praticar qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de
iminente risco de morte ou de incapacidade permanente do paciente.
Utilizar-se de posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos
princípios éticos.
Participar de banca examinadora, estando impedido de fazê-lo.
Atrair para si, por qualquer modo, cliente de outro colega, ou praticar quaisquer atos de
concorrência desleal.
Fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal de colegas.
Desrespeitar as cláusulas dos contratos de sociedade ou as regras de contratos
trabalhistas quando entre colegas.
Deixar de atender com cortesia colegas que necessitem de orientação na sua área de
competência.
INFRAÇÕES GRAVÍSSIMAS: PENA DE CASSAÇÃO DO
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Exercer a profissão sem evitar qualquer forma de mercantilismo.
Apropriar-se de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo ou
função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem.
Permitir que seu nome conste do quadro de pessoal de hospital, clínica, unidade
sanitária, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele
exercer função profissional.
O procedimento para aplicação das sanções está previsto na Lei n. 5.517/1968, nos artigos 32
e 33.
O poder de disciplinar e aplicar penalidades aos médicos veterinários compete exclusivamente
ao Conselho Regional em que estejam inscritos ao tempo do fato punível e não afasta a
aplicação da legislação comum se o fato praticado pelo médico veterinário constituir crime
previsto no Código Penal Brasileiro e em outras leis promulgadas pelo Congresso Nacional.
Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de ofício ou em consequência de
representação de autoridade, de qualquer membro do Conselho ou de pessoa estranha a
ele, interessada no caso. A deliberação do Conselho deverá observar o direito de defesa do
profissional, que será previamente ouvido, sendo-lhe dado defensor no caso de não ser
encontrado, ou quando for revel.
A decisão tomada pelo Conselho Regional, impondo penalidades disciplinares, está sujeita a
recurso para o Conselho Federal de Medicina Veterinária no prazo de 30 dias, contados da
ciência da decisão.
AD REFERENDUM
Significa “para ser referendado”, “para aprovação”. São os atos que dependem de aprovação
de um poder competente para serem validados.
À exceção dos casos de suspensão do exercício profissional por até três meses e/ou da
cassação do exercício profissional, ad referendum, do Conselho Federal de Medicina
Veterinária, esse recurso terá efeito suspensivo. Isso quer dizer que enquanto o Conselho
Federal não se manifestar sobre a eventual infração a penalidade não será implementada.
A Lei n. 5.517/1968 não prevê outras formas de revisão da decisão tomada pelo Conselho
Regional que não seja o referido recurso. Entretanto sempre é possível ao interessado procurar
o Poder Judiciário para a defesa de seus direitos se ele entender terem sido violados pela
decisão disciplinar tomada pelos Conselhos Regional e Federal, se for o caso.
Para que o poder disciplinar dos Conselhos não se torne instrumento de constrangimentos
indevidos, a Lei n. 5.517/1968, em seu artigo 32, parágrafo 6º, determina que as denúncias
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contra membros dos Conselhos Regionais só serão recebidas quando devidamente
assinadas e acompanhadas da indicação de elementos comprobatórios do alegado.
A RESPONSABILIDADE TÉCNICA DO
MÉDICO VETERINÁRIO
Conforme esclarece o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-
RJ), a responsabilidade técnica é a atividade que diz respeito ao exercício profissional voltado
a assegurar ao consumidor a qualidade de produtos e serviços prestados pelos médicos
veterinários.
Essa atividade inclui: direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que
possível, dos comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção, onde
estejam permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim, animais ou
produtos de sua origem.
Assim, o responsável técnico (RT) é o profissional que responde tecnicamente pelos
estabelecimentos que exercem atividades relacionadas às áreas da Medicina Veterinária.
Os Conselhos têm entendido, a exemplo da Resolução CRMV-RJ n. 039/2013, que é dever do
RT inteirar-se da legislação ambiental (federal e de seu estado e município), de modo a
poder orientar a adoção de medidas preventivas e reparadoras sobre os possíveis danos ao
meio ambiente provocados pela atividade do estabelecimento sob sua responsabilidade
técnica.
Conforme oart. 27 da Lei n. 5.517/1968, os estabelecimentos estão obrigados a se registrar
nos Conselhos de Medicina Veterinária das regiões onde funcionam. Devem ainda indicar ao
Conselho o médico veterinário que responderá como RT.
 ATENÇÃO
A fim de evitar conflito de interesses é vedado aos servidores públicos com atribuições de
fiscalização em serviços ou áreas tais como Vigilância Sanitária, Defesa Sanitária Animal,
Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção
Municipal (SIM) assumir a função de responsabilidade técnica naqueles estabelecimentos
sujeitos à fiscalização do órgão ao qual estiver vinculado.
Os Conselhos Regionais expedem resoluções e manuais sobre o assunto, que estabelecem
regras mais específicas, tais como prazo de validade da inscrição. Esses documentos devem
ser consultados em caso de necessidade.
No vídeo a seguir, comentaremos sobre os desafios do médico veterinário no cumprimento do
código de ética.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo visitamos os principais aspectos que estruturam a dimensão legal do exercício da
Medicina Veterinária, chamando atenção para a legislação que trata da disciplina.
Como vimos, o exercício profissional do médico veterinário está regulamentado na Lei n.
5.517/1968 e no Decreto n. 64.704/1969, tendo como principais interlocutores os Conselhos
Regionais de Medicina Veterinária e o Conselho Federal de Medicina Veterinária. Também
destacamos o papel central desempenhado pelo Resolução n. 1.138/2018, editada pelo CFMV
e que instituiu o novo Código de Ética do Médico Veterinário.
Além disso, estudamos o regime disciplinar ao qual médico veterinário está submetido segundo
a legislação brasileira aplicável, discutindo seus direitos e deveres, as infrações disciplinares e
suas respectivas penalidades. Apresentamos o procedimento disciplinar que deve ser seguido
para a aplicação de penalidades quando o médico veterinário tiver cometido alguma infração
ético-profissional. Por fim, estudamos a figura do RT.
 PODCAST
Agora, o professor Marcello Ciotola encerra o tema falando sobre a ética nas profissões,
destacando a medicina veterinária.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 5.517/1968. Consultado em meio eletrônico em: 9 nov. 2020.
BRASIL. Decreto n. 64.704/1969. Consultado em meio eletrônico em: 3 nov. 2020.
BRASIL ESCOLA. Ética. Consultado em meio eletrônico em: 11 nov. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução n. 1.138/2016. Consultado
em meio eletrônico em: 3 nov. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. História – sistema CFMV/CRMV,
2020. Consultado em meio eletrônico em: 12 nov. 2020.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
História CRMV-SP. Consultado em meio eletrônico em: 9 nov. 2020.
MORA, J.F. Dicionário de filosofia. Martins Fontes: São Paulo, 1994.
MORAES, I. A. O código de ética do profissional médico veterinário. Consultado em meio
eletrônico em: 10 nov. 2020.
EXPLORE+
Busque na internet os seguintes artigos:
O papel e a importância do médico veterinário no Sistema Único de Saúde: uma análise à
luz do direito sanitário, de Tollstadius Armelin e Jarbas Ricardo, nos Cadernos ibero-
americanos de direito sanitário, da Fiocruz.
Ética na pesquisa animal, de Ekaterina Akimovna Botovschenko Riveral, publicado na
Revista de patologia tropical, vol. 30 n.1, 2001, UFG.
Para conhecer mais sobre ética e direito dos animais, busque na internet e assista ao vídeo 1ª
reunião do Fórum Permanente de Pós-Humanismo e Defesa dos Animais, da Escola de
Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.
CONTEUDISTA
Ronaldo Lucas da Silva
 CURRÍCULO LATTES
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