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< DESCRIÇÃO Conhecer a legislação pertinente à profissão médico-veterinária, destacando a regulamentação do exercício da profissão, os conselhos profissionais de medicina veterinária e o código de ética do médico veterinário. PROPÓSITO Conhecer a legislação que cria, regula e fiscaliza o exercício profissional do médico veterinário e articular, de forma consciente, sua aplicação nas relações que envolvem a prática médico- veterinária. PREPARAÇÃO Para iniciar este estudo, você deverá consultar os documentos normativos mais importantes para a construção de uma compreensão abrangente sobre o tema. São eles: A lei que dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário (Lei n. 5.517/1968); O decreto que regulamenta o exercício da profissão de médico veterinário e os conselhos de medicina veterinária (Decreto n. 64.704/1969); O código de ética profissional do médico veterinário (Resolução n. 1.138, de 16 de dezembro de 2016). OBJETIVOS MÓDULO 1 Compreender a prática veterinária com base na legislação sobre o exercício da profissão de médico-veterinário (Lei n. 5.517/1968) e seu regulamento (Decreto n. 64.704/1969) MÓDULO 2 Identificar os órgãos de classe vinculados ao exercício da Medicina Veterinária nos planos federal (CFMV) e estaduais (CRMV) MÓDULO 3 Compreender o código de ética do médico veterinário e a responsabilidade técnica desse profissional INTRODUÇÃO O código de ética, também conhecido como código de conduta, define os padrões de comportamento e procedimentos a serem adotados pelos profissionais em seu dia a dia de trabalho. Neste tema iremos entender a importância de uma legislação apropriada para regular o comportamento profissional do médico veterinário e, para isso, vamos conhecer os documentos normativos que compõem a base legal do assunto. MÓDULO 1 Compreender a prática veterinária com base na legislação sobre o exercício da profissão de médico veterinário (Lei n. 5.517/1968) e seu regulamento (Decreto n. 64.704/1969) AGIR DE OFÍCIO Ocorre quando um administrador público, ou mesmo um juiz, realiza um ato administrativo sem que esse ato tenha vindo de uma demanda, participação ou iniciativa de terceiros. Vem do latim ex officio, que significa “oficialmente”, “em razão do cargo ocupado”. REVEL Se refere ao indivíduo que, acusado de algo e citado em uma ação, não responde a essa citação, tornando-se ausente. Para não responder à revelia, ou seja, sem defesa, é indicado um defensor. A PROFISSÃO MÉDICO-VETERINÁRIA – BREVE HISTÓRICO A primeira escola de veterinária foi criada na França, no século XVIII, por um advogado que, cansado de testemunhar tratamentos empíricos ineficientes em seus cavalos, convenceu o Rei Luiz XV a instituir a Escola de Veterinária de Lyon. Isso foi em 1761. Somente a partir daí a profissão de médico veterinário passou a ser reconhecida como uma profissão científica. Logo depois, em 1766, foi fundada a École Nationale Vétérinaire d’Alfort, nos subúrbios de Paris. No século XVIII, já havia dessas escolas na Áustria (1768), Itália (1769), Dinamarca (1773), Suécia (1775), Alemanha (1778), Hungria (1781), Inglaterra (1791) e Espanha (1792). Ao final do século XIX, a Europa contava com 19 escolas de veterinária. (CRMV, 2020) VOCÊ SABIA Algumas importantes pesquisas e consequentes descobertas foram feitas por veterinários, principalmente franceses, no século XIX. O desenvolvimento da seringa para injeção hipodérmica foi trabalho de François Tabourin, um professor da escola de medicina veterinária de Lyon. Gaston Ramon, veterinário do Instituto Pasteur, descobriu os toxoides antitetânicos de antidiftérico. Os trabalhos sobre atenuação de cepas de Mycobacterium, usadas na vacina contra a tuberculose – conhecida como BCG –, foi realizado por dois veterinários que eternizaram seus nomes na sigla da vacina: Bacilo de Calmette e Guérin. E quanto ao Brasil? Quando iniciamos a trajetória dessa profissão por aqui? No Brasil, o desenvolvimento da medicina veterinária está ligado à chegada da corte portuguesa em 1808. Fugindo de Napoleão, que havia imposto o bloqueio continental e ameaçava invadir Portugal, Dom João VI e grande parte da corte portuguesa se deslocaram até as terras brasileiras. A presença do rei e da corte no Rio de Janeiro acarretou o desenvolvimento de diversas áreas, entre as quais cultura, ciência, finanças e política. O surgimento de biblioteca, imprensa e faculdades também marcou aquele período. Trazendo a experiência portuguesa, Dom João criou e implantou o ensino teórico e prático da agricultura. Criou também o Museu Nacional e o Jardim Botânico. Em 1875, no período do império, o Imperador Dom Pedro II, após voltar de uma viagem à França, onde visitou a escola de medicina veterinária de Alfort, nas cercanias de Paris, pensou na criação de um estabelecimento de ensino no Brasil, no qual também se estudasse medicina veterinária. No entanto, só na república, no governo Nilo Peçanha, com o Decreto n. 8.319, de 20 de outubro de 1910, é que o ensino da medicina veterinária foi regulamentado. Esse decreto criou a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária. Um pouco depois, em 1914, o Exército Brasileiro criou a Escola de Veterinária do Exército, com o apoio do Instituto Pasteur francês, e a primeira turma dessa escola se formou em 1917. Também se formou, nesse ano, a primeira turma da Escola Superior de Agricultura de Medicina Veterinária. A regulamentação da profissão e do exercício da medicina veterinária só foi estabelecida pelo Decreto n. 23.133, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas em 9 de setembro de 1933, dia que foi escolhido, posteriormente, como o Dia do Médico Veterinário. Essa legislação normatizou as condições e os campos de atuação do médico veterinário. Também estabeleceu normas para a organização, a direção e a execução do ensino veterinário, bem como para: [...] OS SERVIÇOS REFERENTES À DEFESA SANITÁRIA ANIMAL, INSPEÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, HOSPITAIS E POLICLÍNICAS VETERINÁRIAS, PARA ORGANIZAÇÕES DE CONGRESSOS E REPRESENTAÇÃO OFICIAL E PERITAGEM EM QUESTÕES JUDICIAIS QUE ENVOLVESSEM APRECIAÇÃO SOBRE OS ESTADOS DOS ANIMAIS, DENTRE OUTRAS. PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL TORNOU-SE OBRIGATÓRIO O REGISTRO DO DIPLOMA, QUE PASSOU, A PARTIR DE 1940, A SER FEITO NA SUPERINTENDÊNCIA DO ENSINO AGRÍCOLA E VETERINÁRIO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, ÓRGÃO IGUALMENTE RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, 1933. No ano de 1968 foi editada a Lei n. 5.517 e, no ano seguinte, o Decreto n. 64.704 – os principais instrumentos que regulamentam a profissão do médico veterinário, bem como seus órgãos de classe: o Conselho Federal de Medicina Veterinária e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. LEI N. 5.517/1968 Essa lei dispõe sobre o exercício da profissão de médico veterinário e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais. Em seus 43 artigos distribuídos em sete capítulos, a lei trata de todos os aspectos relevantes para o profissional dessa área. O capítulo I da referida lei trata da profissão do médico veterinário, estabelecendo os requisitos necessários para o seu exercício, a saber: ser portador de diplomas expedidos por escolas oficiais ou reconhecidas e registradas na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura; quanto aos profissionais diplomados no estrangeiro, é exigido que tenham revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor (art. 3º). A seguir, vejamos os dois artigos desse capítulo que estabelecem as competências dos médicos veterinários: ARTIGO 5 O exercício profissional está descrito nesse artigo, que estabelece as diversas competências privativas (exclusivas) dos médicos veterinários: a) prática da clínica em todas as suas modalidades; b) direção dos hospitais para animais; c) assistência técnica e sanitária aosanimais sob qualquer forma; d) planejamento e execução da defesa sanitária animal; e) direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção onde estejam, permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim, animais ou produtos de sua origem; f) inspeção e fiscalização, sob o ponto de vista sanitário, higiênico e tecnológico dos matadouros, frigoríficos, fábricas de conservas de carne e de pescado, fábricas de banha e gorduras em que se empregam produtos de origem animal, usinas e fábricas de lacticínios, entrepostos de carne, leite, peixe, ovos, mel, cera e demais derivados da indústria pecuária e, de um modo geral, quando possível, de todos os produtos de origem animal nos locais de produção, manipulação, armazenagem e comercialização; g) peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, doenças, acidentes e exames técnicos em questões judiciais; h) perícias, exames e pesquisas reveladores de fraudes ou operação dolosa nos animais inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias; i) ensino, direção, controle e orientação dos serviços de inseminação artificial; j) regência de cadeiras ou disciplinas especificamente médico-veterinárias, bem como direção das respectivas seções e laboratórios; k) direção e fiscalização do ensino da medicina veterinária, bem como do ensino médio agrícola, nos estabelecimentos em que a natureza dos trabalhos tenha por objetivo exclusivo a indústria animal; l) organização dos congressos, comissões, seminários e outros tipos de reuniões destinados ao estudo da medicina veterinária, bem como assessoria técnica do Ministério das Relações Exteriores, no país e no estrangeiro, no que se refere a problemas relativos à produção e à indústria animal. ARTIGO 6 Nesse artigo, a lei prevê outras competências do médico veterinário relacionadas com: a) pesquisas, planejamento, direção técnica, fomento, orientação e execução dos trabalhos de qualquer natureza relativos à produção animal e às indústrias derivadas, inclusive as de caça e pesca; b) estudo e aplicação de medidas de saúde pública no tocante às doenças de animais transmissíveis ao homem; c) avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de crédito e de seguro; d) padronização e classificação dos produtos de origem animal; e) responsabilidade pelas fórmulas e preparação de rações para animais e sua fiscalização; f) participação nos exames dos animais para efeito de inscrição nas sociedades de registros genealógicos; g) exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal; h) pesquisas e trabalhos ligados à biologia geral, à zoologia, à zootecnia, bem como à bromatologia animal em especial; i) defesa da fauna, especialmente o controle da exploração das espécies animais silvestres, bem como dos seus produtos; j) estudos e organização de trabalhos sobre economia e estatística ligados à profissão; k) organização da educação rural relativa à pecuária. Já o capítulo 3 trata dos Conselhos Federal e Estaduais de Medicina Veterinária, objeto de estudo do Módulo 2. O capítulo 4 se refere às anuidades e taxas a serem pagas aos conselhos pelos profissionais inscritos e o capítulo 5 trata do poder disciplinar dos conselhos regionais, bem como da aplicação das penalidades nos casos em que o médico veterinário for considerado responsável pelo cometimento de alguma infração profissional ou disciplinar – tema que será desenvolvido no Módulo 3. Por fim, os capítulos 6 e 7 apresentam, respectivamente, as disposições gerais e as disposições transitórias. ATENÇÃO Vale ressaltar que a lei não admite denúncias anônimas contra os veterinários. A Lei n. 5.517/68 está regulamentada pelo Decreto n. 64.704/1969, que veremos a seguir. DECRETO N. 64.704/1969 Esse decreto, editado em 17 de junho de 1969, aprovou, com base na própria Lei n. 5.517/68, o regulamento do exercício da profissão de médico veterinário e dos Conselhos de Medicina Veterinária. O título I do regulamento dispõe sobre a profissão de médico veterinário, estabelecendo, em seus cinco capítulos, os seguintes temas: campo profissional; atividade profissional; título profissional; exercício profissional; e as firmas, empresas e associações. O título II trata dos Conselhos de Medicina Veterinária, dispondo em seu capítulo I sobre a conceituação, a vinculação e finalidade dos Conselhos Federal e Regionais. O título III determina as anuidades e taxas que o médico veterinário está obrigado a pagar. Ressalte-se que a taxa será devida quando houver uma contraprestação do Conselho, isto é, quando ele prestar algum serviço ou expedir documento. Um exemplo é a taxa de inscrição. Já as anuidades, que devem ser pagas a cada ano até o dia 31 de março, são devidas ao Conselho Regional ao qual o veterinário está vinculado. No título III também estão previstos outros tipos de renda dos Conselhos. A propósito, confira-se o art. 26 do Decreto n. 64.704/1969 e seus parágrafos: Art. 26 – O médico veterinário está obrigado ao pagamento de taxa de inscrição e anuidade ao Conselho a cuja jurisdição estiver sujeito. § 1º A anuidade deve ser paga até o dia 31 de março de cada ano, acrescida de 20% quando fora desse prazo; § 2º O médico veterinário ausente do país não fica isento do pagamento da anuidade, que poderá ser paga após o regresso sem o acréscimo de 20% previsto no parágrafo anterior.” O título IV, espelhado na Lei n. 5.517/1968, estabelece as penalidades a serem impostas no caso de infringência à lei, a esse regulamento e ao Código de Ética Profissional, estabelecido pela Resolução CFMV n. 1.138/2016. O decreto ainda prevê um quinto título dedicado às disposições gerais e transitórias. E no art. 48 estabelece que os casos referentes ao exercício da profissão de médico veterinário omissos no documento serão resolvidos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. A PROFISSÃO MÉDICO-VETERINÁRIA No vídeo a seguir, abordaremos um pouco mais o histórico da profissão médico-veterinária. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Identificar os órgãos de classe vinculados ao exercício da Medicina Veterinária nos planos federal (CFMV) e estaduais (CRMV) OS CONSELHOS DA CLASSE Com o exercício da profissão estabelecido, foi necessária a criação de órgãos de fiscalização do exercício profissional do veterinário. Os conselhos profissionais têm essa função. Por intermédio deles a própria classe profissional fica responsável pela atividade fiscalizadora. Em 1968, com a Lei n. 5.517, que dispôs sobre o exercício da profissão do médico veterinário, foram também criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. O CFMV ficou responsável por instalar os CRMV. Inicialmente foram instalados 13 Conselhos Regionais. Atualmente, no Brasil, eles são em número de 27. Quando foram criados, os Conselhos eram designados por ordem numérica. Símbolo do CFMV. Em uma resolução posterior, editada pelo CFMV em 1990, a denominação passou a ser pela sigla dos estados (ex.: CRMV-RJ; CRMV-SC), indicando que cada Conselho Regional tem jurisdição exclusivamente sobre o estado que representa. Trata-se de órgãos importantes dentro de sua jurisdição estadual, para orientação e fiscalização do exercício da profissão. Também são fundamentais nas questões ligadas ao ensino, à pesquisa, à extensão, à defesa sanitária, à saúde coletiva, à produção animal, ao meio ambiente e no que se refere a temas relacionados com a indústria e o comércio de produtos veterinários, produtos de origem animal e seus derivados. Os CRMV, na forma da Lei n. 5.517/1968, são subordinados diretamente ao Conselho Federal de Medicina Veterinária. No entanto, cada CRMV tem independência administrativa e financeira. A reunião de todos os CRMV forma uma autarquia. No caso de conselhos profissionais, como é o caso dos CRMV, asautarquias são denominadas autarquias de regime especial, por terem características de entidades privadas, apesar de serem públicas. Cada Conselho Regional é como se fosse um “braço” da autarquia nas várias regiões do Brasil e eles não sofrem interferência federal, ou seja, não sofrem influências administrativas ou financeiras do CFMV (exceto em casos descritos em lei). Os conselhos profissionais também são chamados de autarquias corporativas. De acordo com a legislação em vigor – Decreto n. 64.704/1969 – as atribuições dos CRMV estão listadas no seguinte artigo: javascript:void(0) AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL Uma autarquia é uma entidade dotada de personalidade jurídica própria, criada por lei específica e pertencente à Administração Federal Indireta. Seu papel é desempenhar funções próprias, reservadas ao Estado. Nos termos do art. 5º do Decreto-Lei n. 200/1967, a autarquia é “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”. ARTIGO 25 As atribuições dos CRMV são: a) organizar o seu regimento interno, submetendo-o à aprovação do CFMV; b) inscrever os profissionais residentes que exerçam a profissão em sua jurisdição e expedir as respectivas carteiras de identidade profissional; c) examinar as reclamações e representações, escritas e devidamente assinadas, acerca dos serviços de registro e das infrações a este regulamento; d) solicitar ao CFMV as medidas necessárias ao melhor rendimento das tarefas sob sua alçada e sugerir-lhe providências junto às autoridades competentes para a alteração que julgar conveniente na Lei n. 5.517/68, principalmente as que visem a melhorar a regulamentação do exercício da profissão de médico veterinário; e) fiscalizar o exercício da profissão, punindo os seus infratores, bem como representando às autoridades competentes acerca de fatos que apurar e cuja solução não seja de sua alçada; f) funcionar como Tribunal de Honra dos profissionais, zelando pelo prestígio e bom nome da profissão; g) aplicar as sanções disciplinares, estabelecidas nesta lei; h) promover, perante o juízo da Fazenda Pública e mediante processo de executivo fiscal, a cobrança das penalidades previstas para a execução da presente lei; i) contratar pessoal administrativo necessário ao funcionamento do Conselho; j) apresentar ao Conselho Federal os delegados para a reunião a que se refere o art. 19 deste Regulamento. A COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS Os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária se organizam com 16 participantes, respeitando esta composição: Diretoria Executiva Presidente, Vice-Presidente, Tesoureiro e Secretário-Geral. Conselheiros Efetivos e Conselheiros Suplentes Seis membros eleitos por escrutínio secreto e maioria absoluta de votos em Assembleia Geral dos Médicos Veterinários e Zootecnistas inscritos no Regional que estejam em pleno gozo de seus direitos. OS PLENÁRIOS DOS CONSELHOS: COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS A Resolução CFMV n. 591/1992, que instituiu e aprovou o Regimento Interno Padrão (RIP) dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e deu outras providências – além de revogar, expressamente, resoluções anteriores (n. 381, 398, 425, 426, 480, 508, 509, 558, 566, 569, 570, 578 e 581) – no seu artigo 4º é apresentado: ARTIGO 4 Compete ao plenário, órgão deliberativo integrado por todos os membros efetivos de cada CRMV, o seguinte: a) observar as resoluções emanadas do CFMV e as do próprio CRMV, assim como os demais diplomas legais vigentes; b) deliberar quanto à necessidade de modificações neste Regimento, a serem submetidas à consideração e aprovação do CFMV; c) julgar infrações à legislação pertinentes ao exercício da Medicina Veterinária e da Zootecnia, cometidas na Jurisdição do Conselho, estabelecendo, em cada caso, a sanção legal adequada; d) examinar e adotar medidas consideradas necessárias ao melhor rendimento das tarefas sob sua alçada; e) sugerir ao CFMV as providências escritas e devidamente assinadas acerca dos serviços ou dos registros de profissionais e de empresas, assim como infrações às normas atinentes à Medicina Veterinária e à Zootecnia; g) funcionar como “Tribunal de Honra”, zelando pelo prestígio e bom nome das profissões; h) deliberar quanto ao sistema de fiscalização do exercício da Medicina Veterinária e da Zootecnia; i) deliberar quanto à forma e prestar, aos poderes públicos que atuam na jurisdição, assessoramento em assunto e matérias de interesse profissional; j) agir em colaboração recíproca com as entidades civis dos médicos veterinários e dos zootecnistas da região, decidindo quanto à elaboração do plano de ação integrada que contemple a realização de congressos, simpósios, estudos ou outros tipos de eventos sobre matérias de competência das respectivas profissões, inclusive as de natureza cultural- científica; l) deliberar sobre a proposta orçamentária (e eventuais reformulações) elaboradas(s) pela Diretoria Executiva (DE) com vistas à aprovação pelo CFMVS; m) julgar as prestações de contas da Diretoria Executiva, antes do seu encaminhamento ao CFMV; n) apreciar e deliberar sobre o Relatório Anual da Diretoria Executiva, apresentado pelo Presidente; o) decidir sobre a aquisição ou alienação de bens patrimoniais do Conselho, ouvido o CFMV em caso de alienação de bens imóveis; p) discutir e votar os requerimentos de inscrições de profissionais; q) eleger, nos termos das disposições gerais deste RIP, a Comissão de Tomada de Contas (CTC); r) expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das atribuições do Conselho. AS RESOLUÇÕES DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFMV) O CFMV, como órgão regulador, disciplinador, fiscalizador e apoiador da atividade médico- veterinária, já produziu e emitiu, ao longo de sua existência, aproximadamente 1.300 resoluções. Várias delas aprovam orçamentos e reformulações orçamentárias dos CRMV e julgam suas prestações de conta, renovam habilitação para a concessão de título de especialista, fixam os valores de anuidades de pessoas físicas e jurídicas, entre outras. No entanto, muitas dessas resoluções são mais relevantes para o exercício da profissão, direcionando e estabelecendo diretrizes que apontam procedimentos, ações e responsabilidades características e privativas da função médico-veterinária. Veja alguns exemplos: Resolução CFMV n. 1.275/2019 Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médico- veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras providências. Resolução CFMV n. 1.260/2019 Define os limites de atuação dos auxiliares de médicos veterinários e dá outras providências. Resolução CFMV n. 1.236/2018 Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras providências. Resolução CFMV n. 1.178/2017 Dispõe sobre a responsabilidade técnica em estabelecimentos que criem ou utilizem animais em atividades de pesquisa ou ensino. Resolução CFMV n. 1.138/2016 Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário. Resolução CFMV n. 1.122/2016 Institui e regulamenta o voto eletrônico on-line, via internet, para eleição dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária. Resolução CFMV n. 1.094/2015 Cria o Sistema de Acreditação dos Programas de Residência e Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária e dá outras providências. Resolução CFMV n. 1.069/2014 Dispõe sobre diretrizes gerais de responsabilidade técnica em estabelecimentos comerciais de exposição, manutenção, higiene estética e venda ou doação de animais e dá outras providências. ATENÇÃO Vale ressaltar que essa resolução de 2014 estabeleceu os princípios que devem ser observados na exposição, manutenção, higiene,estética e venda ou doação de animais por estabelecimentos comerciais, com a promoção de segurança, saúde e bem-estar dos animais sob seus cuidados. Em 2019, uma nova resolução (CFMV n. 1.293) acrescentou que os princípios e regras definidos na Resolução n. 1.069 também se aplicam aos estabelecimentos industriais, recreativos, desportivos, protetivos e quaisquer outros, públicos ou privados, que atuem com exposição, manutenção, higiene, estética, venda ou doação de animais. Resolução CFMV n. 1.051/2014 Habilita a Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (Abravet) para concessão de Título de Especialista em Acupuntura Veterinária. Tal habilitação foi renovada pela Resolução CFMV n. 1.294/2019. Resolução CFMV n. 1.015/2012 Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médico- veterinários e dá outras providências. Resolução n. 1.000/2012 Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências. Essa resolução de número 1.000 teve como objetivo uniformizar as metodologias para a prática de eutanásia, já que os animais submetidos a esse ato são seres sencientes e que os métodos aplicados devem atender aos princípios de bem-estar animal. Levou-se em consideração que a eutanásia é um procedimento clínico e sua responsabilidade compete privativamente ao médico veterinário. Assim, em função da diversidade de espécies envolvidas nos procedimentos de eutanásia e da multiplicidade de métodos aplicados que devem ser empregados de forma científica e tecnicamente regulamentada, e que devem seguir preceitos éticos, a resolução veio para instituir normas reguladoras de procedimentos relativos a essa prática. Resolução CFMV n. 955/2010 Normatiza o processo eleitoral no Conselho Federal de Medicina Veterinária e dá outras providências. Resolução CFMV n. 948/2010 Dispõe sobre a apresentação de justificativas por não comparecimento ao processo eleitoral, fixa o valor da multa eleitoral, disciplina o processo de cobrança da multa e dá outras providencias. Resolução CFMV n. 923/2009 Dispõe sobre procedimentos e responsabilidades do médico veterinário e do zootecnista em relação à biossegurança no manuseio de microrganismos e de animais domésticos, silvestres, exóticos e de laboratório, inclusive os geneticamente modificados, bem como suas partes, fluidos, secreções e excreções. Resolução CFMV n. 879/2008 Dispõe sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa, regulamenta as Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUA) no âmbito da Medicina Veterinária e da Zootecnia brasileiras e dá outras providências. Resolução CFMV n. 877/2008 Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres e sobre cirurgias mutilantes em pequenos animais, e dá outras providências. Essa resolução também dispõe sobre a necessidade de as cirurgias serem realizadas, preferencialmente, em locais fechados e de uso adequado para esta finalidade e aponta para a obrigação de que todos os procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos devem ser realizados exclusivamente pelo médico veterinário conforme previsto na Lei n. 5.517/1968. Resolução CFMV n. 780/2004 Estabelece critérios para normatizar a publicidade no âmbito da Medicina Veterinária, conceituando os procedimentos para divulgação de temas de interesse médico-veterinário e dá outras providências. Resolução CFMV n. 746/2003 Estabelece a obrigatoriedade de designação de responsável técnico nos cursos de medicina veterinária e zootecnia por parte das instituições de ensino e dá outras providências. Resolução CFMV n. 609/1994 Cria o símbolo de Medicina Veterinária, que é respaldado por princípios históricos, culturais e mitológicos. No vídeo a seguir, falaremos sobre a importância dos Conselhos no exercício da Medicina Veterinária. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Compreender o código de ética do médico veterinário e a responsabilidade técnica desse profissional O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA VETERINÁRIA A ética profissional é o conjunto de saberes que procuram definir o que é certo ou errado com base na análise da moral de dada sociedade, aplicados no campo do exercício da atividade profissional. Para isso as sociedades regulamentam, por meio de normas jurídicas, como devem agir os profissionais de várias áreas durante o exercício de sua profissão. ATO ADMINISTRATIVO NORMATIVO Os atos administrativos normativos explicam e especificam um comando dado por uma lei. São os decretos, regulamentos, regimentos, resoluções. Não criam nada que não esteja na lei, apenas “explicam” os seus conteúdos. Assim, profissões que são regulamentadas por lei obedecem a um código de conduta que indica os direitos, as competências, os limites e como atuar de forma legal dentro da esfera da profissão. A esse documento chamamos de Código de Ética Profissional ou Código de Deontologia. O atual Código de Ética Médica Veterinária está disposto na Resolução CFMV n. 1.138/2016, que substituiu a anterior (Resolução CFMV n. 722/2002). A resolução é um ato administrativo normativo. No caso dos conselhos profissionais como os CRMV, esse instrumento normativo tem a finalidade de manter a uniformidade de comportamento social, baseado em conduta profissional exemplar dos médicos veterinários. O texto atual foi debatido e aprovado pelo plenário do Conselho Federal de Medicina Veterinária em dezembro de 2016. No entanto, entrou em vigor somente no ano seguinte, no dia do médico veterinário, 9 de setembro. O novo código, atualizado, foi concebido com o propósito de se adequar às novas realidades do mundo moderno, marcado pela velocidade de transformação dessas mesmas realidades, visando o aperfeiçoamento das normas de conduta ética que devem pautar o exercício da profissão médico-veterinária. Um aspecto interessante que podemos observar no novo código é a mudança em relação à responsabilidade em determinadas circunstâncias. Por exemplo, o médico veterinário será responsabilizado por seus atos profissionais, não podendo se arvorar de suas ações javascript:void(0) atribuindo seus erros a terceiros, em situações que poderiam ter sido evitadas, ainda que tenham sido solicitadas pelo cliente. Compare a redação anterior com a nova redação: Art. 14, inciso III da Resolução CFMV n. 722/2002 A primeira redação estava disposta desta forma: “atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas”. Art .9°, inciso III da Resolução CFMV n. 1.138/2016 Na segunda, lê-se: “atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas, mesmo quando solicitadas pelo cliente”. Como vimos, a nova redação deixa claro que o cliente não pode ter ascendência sobre o profissional, já que é este que detém o conhecimento técnico e, portanto, cabe a ele tomar as decisões que lhes são cabíveis. RESOLUÇÃO N. 1.138 DE 16 DE DEZEMBRO DE 2016 – O CÓDIGO DE ÉTICA Vamos, a partir de agora, comentar o texto do código aprovado na Resolução n. 1.138/2016 para esclarecer pontos que possam suscitar dúvidas e oferecer um resumo didático para o melhor entendimento dessa norma jurídica. O Código de Ética Profissional do Médico Veterinário traz, antes do preâmbulo, em seu anexo único, o juramento do médico veterinário como um guia que norteia todo o texto, já que a própria noção de ética pressupõe obedecer e respeitar um juramento prestado. O documento se compõe de um preâmbulo seguido por 14 capítulos, totalizando 38 artigos e 95 incisos. A seguir, apresentaremos cada um desses capítulos. IMPERÍCIA Caracteriza-se pela falta de conhecimento específico ou habilidade própria para o desenvolvimento de uma prática de caráter técnico ou científico. IMPRUDÊNCIA Atitudes precipitadas ou sem reflexão adequada, imponderadas e diferentes daquelas aprendidas e esperadas. NEGLIGÊNCIA Falta de cuidado, desleixo, displicência numa determinada situação ou tarefa aser realizada. Preâmbulo Essa parte do texto precede o 1º capítulo e trata da livre escolha do homem para estabelecer sua forma de atuar, explicando que a resolução regula os direitos e deveres do médico veterinário. É no preâmbulo que se aponta a necessidade de se exercer a medicina veterinária com integridade, respeito, dignidade e consciência, seguindo as normas de ética profissional traçadas pelo código. CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS – ART. 1 AO 5 Esse capítulo é composto por cinco artigos apresentando os princípios éticos que fundamentam o exercício da profissão. Versa sobre a conduta do profissional no exercício da medicina veterinária sempre com o máximo de sua capacidade, buscando o aprimoramento profissional e condutas que fortaleçam e dignifiquem a profissão. Apresenta também a necessidade de uma postura de zelo e proteção para com os animais em qualquer situação. CAPÍTULO II – DOS DEVERES PROFISSIONAIS – ART. 6 Nesse capítulo encontram-se 16 incisos e ele tem como base principal aquilo que envolve o conhecimento técnico-profissional do médico veterinário. Entre outros aspectos, os incisos indicam a necessidade de aprimoramento constante e de entendimento de seus limites técnicos para que não cause danos em ações que estejam fora de sua capacidade, e reforçam que uma das responsabilidades do médico veterinário é o combate ao exercício ilegal da profissão. CAPÍTULO III – DOS DIREITOS DO MÉDICO VETERINÁRIO – ART. 7 Explica quais são os direitos do médico veterinário em cinco incisos e um parágrafo único. Resumindo, o artigo indica de forma bem clara o direito do médico veterinário de exercer a medicina veterinária sem ser discriminado em razão de raça, cor, religião, sexo, nacionalidade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. CAPÍTULO IV – DO COMPORTAMENTO – ART. 8 Esse artigo é o mais longo. Conta com 32 incisos que dispõem sobre as vedações impostas ao médico veterinário, como: prescrever medicamentos sem registro; fornecer a leigos ensinamentos e técnicas privativas de sua competência profissional; praticar ato que venha a desprestigiar a profissão; praticar ou permitir atos de crueldades contra animais; prescrever e administrar drogas proibidas por lei; praticar atos que a lei defina como crime ou contravenção, dentre outras. CAPÍTULO V – DA RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL – ART. 9, INCISOS I AO VII O art. 9°trata da responsabilidade que recai sobre o médico veterinário no caso de atos praticados com dolo (intenção) ou culpa (sem intenção) durante o exercício profissional, podendo responder civil e penalmente pelas infrações éticas e ações que causem dano ao paciente e/ou ao tutor, principalmente aqueles atos resultados de imperícia, imprudência e negligência. CAPÍTULO VI – DA RELAÇÃO COM OUTROS MÉDICOS VETERINÁRIOS – ART. 10 O artigo 10 conta com oito incisos e dispõe sobre as vedações impostas ao médico veterinário em sua relação com outros profissionais médicos veterinários. Algumas dessas vedações são aquelas que proíbem atrair para si clientes de algum colega e praticar atos de concorrência desleal, assim como fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal de colegas. CAPÍTULO VII – DO SIGILO PROFISSIONAL – ART. 11, INCISOS I A V Nesse capítulo o médico veterinário toma conhecimento a respeito de como lidar com as informações sobre seus pacientes. Por exemplo: não pode usá-las em anúncios profissionais ou na mídia em geral; não pode fornecê-las a empresas ou seguradoras sem a devida autorização do responsável legal, sendo exceção os casos de risco à saúde coletiva, ao meio ambiente ou quando houver alguma ordem judicial que lhe permita revelar informações; não pode revelar fatos que prejudiquem pessoas ou entidades, dentre outras proibições. CAPÍTULO VIII – DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS – ART. 12 AO 16 O capítulo VIII explicita os requisitos sobre os quais os honorários profissionais do médico veterinário devem estar baseados. Vários fatores influenciam esse cálculo. Os de maior javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) relevância giram em torno da complexidade da ação realizada, do trabalho e do tempo necessário para a realização do procedimento, e incluem a qualificação e o renome do profissional que executou o trabalho. É interessante notar que a condição socioeconômica do cliente é um dos requisitos que podem compor os honorários. O art. 14 explicita a vedação ao médico veterinário de, nos meios de comunicação de massa e redes sociais, informar os preços de seus serviços ou as formas de pagamento. Também não é permitido ao profissional divulgar valores promocionais ou reter remuneração devida a outro médico veterinário quando em cargo de direção ou chefia. CAPÍTULO IX – DA RELAÇÃO COM O CIDADÃO CONSUMIDOR DE SEUS SERVIÇOS – ART. 17 Aqui o médico veterinário passa a conhecer alguns fatores fundamentais para que a relação com seu cliente se dê de forma profissional. Por exemplo, ele deve cumprir todos os contratos, prestar serviços sem condicioná-los a fornecimento de produtos ou serviços e agir de modo a não se beneficiar da fraqueza, ignorância, saúde, idade ou condição social do consumidor para impor-lhe um produto ou diferenciar a qualidade do serviço prestado. Um ponto importante para que essa relação ocorra de forma positiva para ambos, é o conhecimento das normas que regulamentam a atividade profissional. O parágrafo único desse capítulo dita que o médico veterinário, no caso de não ser pago por seus serviços, não poderá reter o seu paciente como forma de garantir o recebimento dos honorários. CAPÍTULO X – DAS RELAÇÕES COM O ANIMAL E O MEIO AMBIENTE – ART. 18 O capítulo X traz o art. 18, que se refere às relações do médico veterinário com seus pacientes, os animais, e também a sua relação com o meio ambiente. Nesse sentido o artigo dispõe sobre a necessidade de o médico veterinário conhecer a legislação pertinente à proteção dos animais de preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida, assim como não atentar contra as funções vitais dos animais e usar animais na práticas de ensino somente em casos justificáveis, quando não houver alternativas cientificamente válidas. No caso do uso para o ensino, deve haver benefício da qualidade da vida do animal, do homem e do próprio ensino. CAPÍTULO XI – DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ART. 19 E ART. 20 O art. 19 indica a postura do médico veterinário frente às demandas dos órgãos públicos fiscalizadores que necessitem de informações sobre a empresa em que ele atue como responsável técnico (RT) e determina que as respostas às solicitações feitas pelo CRMV e pelo CFMV sejam fornecidas em forma de relatório. O texto do art. 20 proíbe o médico veterinário, que ocupa cargo em órgão de fiscalização, de exercer responsabilidade técnica em qualquer estabelecimento que sofra fiscalização do tal órgão fiscalizador. CAPÍTULO XII – DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA – ART. 21 Dispõe sobre a função de perito. Quando desempenha essa função, o médico veterinário deve guardar segredo profissional sobre os dados técnicos que tenha coletado, atuando com isenção e jamais ultrapassando os limites de suas atribuições. Suas observações têm que ser feitas somente em relatório. O médico veterinário perito não pode participar de perícias que envolvam clientes, familiares ou qualquer pessoa cujas relações influam em seu trabalho. Também não pode intervir nos atos profissionais de outro médico veterinário. CAPÍTULO XIII – DA PUBLICIDADE E DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS – ART. 22 AO 28 O capítulo XIII e seus sete artigos dispõem sobre os cuidados éticos que o médico veterinário deve ter no momento de dar publicidade a trabalhos de cunho acadêmico-científico. Não poderá, por exemplo, publicar em seu nome trabalho no qual não tenha participado, nem atribuir autoria exclusiva em trabalhos que tenham sido realizadospor subordinados. Também não será considerado lícita a utilização de informações ou opiniões ainda não publicadas sem fazer referência ao autor ou sem a sua autorização expressa. Outro ponto do capítulo versa sobre a vedação ao médico veterinário de participar da divulgação, em qualquer veículo de comunicação de massa, de assuntos que afetem a dignidade da profissão. As placas indicativas de estabelecimentos médicos veterinários, os anúncios e impressos devem conter dizeres compatíveis com os princípios éticos, jamais sugerindo autopromoção. CAPÍTULO XIV – DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES – ART. 29 AO 38 Trata sobre quais e em que intensidade as sanções serão aplicadas ao médico veterinário que incorrer em falta, violando os preceitos postos no código de ética da profissão. Os artigos que compõem esse capítulo versam sobre os critérios considerados para a gradação e imposição das penalidades, sobre os agravantes, os atenuantes, e traz classificação das infrações (leve até gravíssimas). REGIME DISCIPLINAR O regime disciplinar ao qual o médico veterinário se submete está disposto na Lei n. 5.517/1968 e no Código de Ética do Médico Veterinário – Resolução CFMV n. 1.138/2016. Esse regime estabelece as infrações, as penas a serem aplicadas e o procedimento a ser seguido pelos Conselhos Regionais. Está organizado em uma lógica de gradação das sanções, severidade da infração e reincidência das condutas. Ao mesmo tempo garante o direito de defesa ao profissional eventualmente acusado de alguma falha disciplinar. O processo de imposição de penalidade disciplinar se iniciará no Conselho Regional, junto ao qual o médico veterinário está inscrito, e terminará no Conselho Federal de Medicina Veterinária, órgão revisor dos CRMV. No que toca à gradação das penalidades e respectivas imposições de sanção, consideram-se os seguintes critérios: I A maior ou menor gravidade da infração. II As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração. III O dano causado e suas consequências. IV Os antecedentes do infrator. Na aplicação de sanções disciplinares, o código também prevê as chamadas agravantes, que são: I A reincidência. II Qualquer forma de obstrução de processo. III O falso testemunho ou perjúrio. IV O fato de aproveitar-se da fragilidade do cliente. V O cometimento de infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente ao cargo ou função. VI A imputação, a terceiros de boa-fé, da culpa pelo ocorrido. TRÂNSITO EM JULGADO É uma expressão da área jurídica. Significa que a decisão tomada é definitiva e, portanto, não está mais sujeita a recursos ou modificações. É considerado reincidente todo profissional que, após o trânsito em julgado da penalidade imposta administrativamente, cometer nova infração ética no período de cinco anos. ATENÇÃO No caso de reincidência, independentemente da pena aplicada anteriormente, a nova condenação será passível de enquadramento em gradação superior. Apenas quando houver casos de gravidade manifesta que exijam aplicação imediata de penalidade mais alta, a imposição das penas obedecerá à graduação apresentada em seguida. Nesse contexto disciplinar temos a previsão de infrações levíssimas, leves, sérias, graves, gravíssimas. Já as penas podem ser desde advertência até cassação do registro profissional. A seguir apresentamos as condutas a serem coibidas, sua classificação de gravidade e a respectiva pena aplicável: INFRAÇÕES LEVÍSSIMAS: PENA DE ADVERTÊNCIA CONFIDENCIAL Não defender a dignidade profissional, seja por remuneração não condigna, por desrespeito à legislação vigente ou por falta de condições de trabalho compatíveis com o exercício ético profissional da medicina veterinária em relação ao seu aprimoramento científico. Não se relacionar com os demais profissionais, deixando de valorizar o respeito mútuo e a independência profissional de cada um, e deixando de buscar sempre o bem-estar social da comunidade. javascript:void(0) Não informar a abrangência, os limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais. Dificultar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos órgãos de classe. Deixar de comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato que possa caracterizar infração ao código de ética e às demais normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária. Opinar, sem solicitação de pelo menos uma das partes interessadas, a respeito de animal que esteja sendo comercializado. Praticar atos profissionais que caracterizem imperícia, imprudência, negligência. Deixar de esclarecer ao cliente sobre as consequências socioeconômicas, ambientais e de saúde pública provenientes das enfermidades de seus pacientes. Permitir que seus serviços profissionais sejam oferecidos como prêmio de qualquer natureza. Divulgar seus serviços como gratuitos ou com valores promocionais. Não conhecer a legislação de proteção aos animais, de preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida. Não respeitar as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas dos animais, atentando contra suas funções vitais. Discordar, no nível pessoal, de opiniões e trabalhos de colegas de profissão. INFRAÇÕES LEVES: PENA DE CENSURA CONFIDENCIAL Não aprimorar continuamente seus conhecimentos. Não impedir qualquer forma de mercantilismo no exercício da profissão. Não combater o exercício ilegal da medicina veterinária, deixando de denunciar toda violação às funções específicas que ela compreende. Quando investido em função de direção, deixar de assegurar as condições para o desempenho profissional do médico veterinário. Não se relacionar com os demais profissionais. Exercer atividades que vão além de seu conhecimento profissional. Não fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória. Deixar de denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras modalidades de estudos realizados com animais, sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos adequados. Utilizar dados estatísticos falsos e deturpar sua interpretação científica. Não informar a abrangência, os limites e riscos de suas prescrições e ações profissionais. Não se manter regularizado com suas obrigações legais junto ao seu CRMV. Dificultar a participação dos profissionais da Medicina Veterinária nas atividades dos órgãos de classe. Não realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV. Apropriar-se de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo ou função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem. Deixar de comunicar ao CRMV, com discrição e de forma fundamentada, qualquer fato que possa caracterizar infração ao código de ética da profissão e às demais normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária. Não comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que isso representar riscos à saúde humana ou animal. INFRAÇÕES SÉRIAS: PENA DE CENSURA PÚBLICA São infrações sérias todas as listadas anteriormente, porém levando em conta as circunstâncias agravantes, acrescidas das que se seguem: Indicar estabelecimento para compra e/ou manipulação do medicamento prescrito. Deixar de comunicar aos órgãos competentes e ao CRMV de sua jurisdição as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas das instituições em que trabalhe, sempre que representar riscos à saúde humana ou animal. Assinar contratos de prestação responsabilidade técnica com finalidade específica de regularizar formalmente a empresa obrigada a registro. Manter conduta incompatível com a medicina veterinária. Deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadasdos órgãos ou entidades públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. Deixar de atender às requisições administrativas e intimações emanadas pelos órgãos ou entidades públicas dentro do prazo determinado. Praticar qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de iminente risco de morte ou de incapacidade permanente do paciente. Conviver com o erro ou qualquer conduta antiética em razão da consideração, solidariedade, apreço, parentesco, amizade, inimizade ou ainda com finalidade de manutenção de vínculo empregatício. Permitir o uso do cadastro de seus clientes sem a respectiva autorização. Veicular, em meios de comunicação de massa e em redes sociais, os preços e as formas de pagamento de seus serviços. Em função de direção, chefia ou outro cargo de coordenação, reduzir ou reter remuneração devida a outro médico veterinário. Reter o paciente como garantia de pagamento. Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado, e tampouco atribuir a si autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou por outros profissionais, mesmo quando executado sob sua orientação. INFRAÇÕES GRAVES: PENA DE SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL POR ATÉ 90 DIAS Aceitar qualquer forma de mercantilismo no exercício da profissão. Deixar de denunciar toda violação às funções específicas que o exercício legal da Medicina Veterinária compreende. Exercer somente atividades que estejam no âmbito de seu conhecimento profissional. Deixar de fornecer informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória. Não denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outros estudos realizados com animais que não considerem os preceitos éticos e os procedimentos adequados. Manter-se regularizado com suas obrigações legais junto ao CRMV de sua jurisdição. Deixar de realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV. Não se apropriar de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo ou função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem. Incisos de I a X do art. 8º. Praticar ou permitir que se pratiquem atos de crueldade para com os animais nas atividades de produção, pesquisa, esportivas, culturais, artísticas ou de qualquer outra natureza. Prescrever ou executar qualquer ato que tenha a finalidade de favorecer transações desonestas ou fraudulentas. Praticar atos profissionais que caracterizem imperícia, imprudência, negligência. Delegar a outrem atos ou atribuições privativas da profissão de médico veterinário. Atribuir seus erros a terceiros e a circunstâncias ocasionais que possam ser evitadas, mesmo quando solicitadas pelo cliente. Deixar de prestar esclarecimentos ao cliente sobre as consequências socioeconômicas, ambientais e de saúde pública provenientes das enfermidades de seus pacientes. Deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos órgãos ou entidades públicas, inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina Veterinária. Deixar de atender às requisições administrativas e intimações emanadas pelos órgãos ou entidades públicas dentro do prazo determinado. Praticar qualquer ato profissional sem consentimento formal do cliente, salvo em caso de iminente risco de morte ou de incapacidade permanente do paciente. Utilizar-se de posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos. Participar de banca examinadora, estando impedido de fazê-lo. Atrair para si, por qualquer modo, cliente de outro colega, ou praticar quaisquer atos de concorrência desleal. Fazer comentários desabonadores sobre a conduta profissional ou pessoal de colegas. Desrespeitar as cláusulas dos contratos de sociedade ou as regras de contratos trabalhistas quando entre colegas. Deixar de atender com cortesia colegas que necessitem de orientação na sua área de competência. INFRAÇÕES GRAVÍSSIMAS: PENA DE CASSAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL Exercer a profissão sem evitar qualquer forma de mercantilismo. Apropriar-se de bens, móveis ou imóveis, públicos ou privados, em razão de cargo ou função, ou desviá-los em proveito próprio ou de outrem. Permitir que seu nome conste do quadro de pessoal de hospital, clínica, unidade sanitária, ambulatório, escola, curso, empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer função profissional. O procedimento para aplicação das sanções está previsto na Lei n. 5.517/1968, nos artigos 32 e 33. O poder de disciplinar e aplicar penalidades aos médicos veterinários compete exclusivamente ao Conselho Regional em que estejam inscritos ao tempo do fato punível e não afasta a aplicação da legislação comum se o fato praticado pelo médico veterinário constituir crime previsto no Código Penal Brasileiro e em outras leis promulgadas pelo Congresso Nacional. Em matéria disciplinar, o Conselho Regional deliberará de ofício ou em consequência de representação de autoridade, de qualquer membro do Conselho ou de pessoa estranha a ele, interessada no caso. A deliberação do Conselho deverá observar o direito de defesa do profissional, que será previamente ouvido, sendo-lhe dado defensor no caso de não ser encontrado, ou quando for revel. A decisão tomada pelo Conselho Regional, impondo penalidades disciplinares, está sujeita a recurso para o Conselho Federal de Medicina Veterinária no prazo de 30 dias, contados da ciência da decisão. AD REFERENDUM Significa “para ser referendado”, “para aprovação”. São os atos que dependem de aprovação de um poder competente para serem validados. À exceção dos casos de suspensão do exercício profissional por até três meses e/ou da cassação do exercício profissional, ad referendum, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, esse recurso terá efeito suspensivo. Isso quer dizer que enquanto o Conselho Federal não se manifestar sobre a eventual infração a penalidade não será implementada. A Lei n. 5.517/1968 não prevê outras formas de revisão da decisão tomada pelo Conselho Regional que não seja o referido recurso. Entretanto sempre é possível ao interessado procurar o Poder Judiciário para a defesa de seus direitos se ele entender terem sido violados pela decisão disciplinar tomada pelos Conselhos Regional e Federal, se for o caso. Para que o poder disciplinar dos Conselhos não se torne instrumento de constrangimentos indevidos, a Lei n. 5.517/1968, em seu artigo 32, parágrafo 6º, determina que as denúncias javascript:void(0) contra membros dos Conselhos Regionais só serão recebidas quando devidamente assinadas e acompanhadas da indicação de elementos comprobatórios do alegado. A RESPONSABILIDADE TÉCNICA DO MÉDICO VETERINÁRIO Conforme esclarece o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV- RJ), a responsabilidade técnica é a atividade que diz respeito ao exercício profissional voltado a assegurar ao consumidor a qualidade de produtos e serviços prestados pelos médicos veterinários. Essa atividade inclui: direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais e, sempre que possível, dos comerciais ou de finalidades recreativas, desportivas ou de proteção, onde estejam permanentemente, em exposição, em serviço ou para qualquer outro fim, animais ou produtos de sua origem. Assim, o responsável técnico (RT) é o profissional que responde tecnicamente pelos estabelecimentos que exercem atividades relacionadas às áreas da Medicina Veterinária. Os Conselhos têm entendido, a exemplo da Resolução CRMV-RJ n. 039/2013, que é dever do RT inteirar-se da legislação ambiental (federal e de seu estado e município), de modo a poder orientar a adoção de medidas preventivas e reparadoras sobre os possíveis danos ao meio ambiente provocados pela atividade do estabelecimento sob sua responsabilidade técnica. Conforme oart. 27 da Lei n. 5.517/1968, os estabelecimentos estão obrigados a se registrar nos Conselhos de Medicina Veterinária das regiões onde funcionam. Devem ainda indicar ao Conselho o médico veterinário que responderá como RT. ATENÇÃO A fim de evitar conflito de interesses é vedado aos servidores públicos com atribuições de fiscalização em serviços ou áreas tais como Vigilância Sanitária, Defesa Sanitária Animal, Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção Municipal (SIM) assumir a função de responsabilidade técnica naqueles estabelecimentos sujeitos à fiscalização do órgão ao qual estiver vinculado. Os Conselhos Regionais expedem resoluções e manuais sobre o assunto, que estabelecem regras mais específicas, tais como prazo de validade da inscrição. Esses documentos devem ser consultados em caso de necessidade. No vídeo a seguir, comentaremos sobre os desafios do médico veterinário no cumprimento do código de ética. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo visitamos os principais aspectos que estruturam a dimensão legal do exercício da Medicina Veterinária, chamando atenção para a legislação que trata da disciplina. Como vimos, o exercício profissional do médico veterinário está regulamentado na Lei n. 5.517/1968 e no Decreto n. 64.704/1969, tendo como principais interlocutores os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária e o Conselho Federal de Medicina Veterinária. Também destacamos o papel central desempenhado pelo Resolução n. 1.138/2018, editada pelo CFMV e que instituiu o novo Código de Ética do Médico Veterinário. Além disso, estudamos o regime disciplinar ao qual médico veterinário está submetido segundo a legislação brasileira aplicável, discutindo seus direitos e deveres, as infrações disciplinares e suas respectivas penalidades. Apresentamos o procedimento disciplinar que deve ser seguido para a aplicação de penalidades quando o médico veterinário tiver cometido alguma infração ético-profissional. Por fim, estudamos a figura do RT. PODCAST Agora, o professor Marcello Ciotola encerra o tema falando sobre a ética nas profissões, destacando a medicina veterinária. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 5.517/1968. Consultado em meio eletrônico em: 9 nov. 2020. BRASIL. Decreto n. 64.704/1969. Consultado em meio eletrônico em: 3 nov. 2020. BRASIL ESCOLA. Ética. Consultado em meio eletrônico em: 11 nov. 2020. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. Resolução n. 1.138/2016. Consultado em meio eletrônico em: 3 nov. 2020. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. História – sistema CFMV/CRMV, 2020. Consultado em meio eletrônico em: 12 nov. 2020. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. História CRMV-SP. Consultado em meio eletrônico em: 9 nov. 2020. MORA, J.F. Dicionário de filosofia. Martins Fontes: São Paulo, 1994. MORAES, I. A. O código de ética do profissional médico veterinário. Consultado em meio eletrônico em: 10 nov. 2020. EXPLORE+ Busque na internet os seguintes artigos: O papel e a importância do médico veterinário no Sistema Único de Saúde: uma análise à luz do direito sanitário, de Tollstadius Armelin e Jarbas Ricardo, nos Cadernos ibero- americanos de direito sanitário, da Fiocruz. Ética na pesquisa animal, de Ekaterina Akimovna Botovschenko Riveral, publicado na Revista de patologia tropical, vol. 30 n.1, 2001, UFG. Para conhecer mais sobre ética e direito dos animais, busque na internet e assista ao vídeo 1ª reunião do Fórum Permanente de Pós-Humanismo e Defesa dos Animais, da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. CONTEUDISTA Ronaldo Lucas da Silva CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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