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Caio pertence a um grupo de fiscais de posturas municipais atuando em determinado bairro nas noites de sexta-feira. Ao verificar que um determinado bar ocupava a calçada de pedestres com mesas e cadeiras, Caio resolve autuá-lo e multá-lo pelo valor mais elevado previsto na lei, uma vez que já o fizera de modo brando em duas oportunidades anteriores, sem obter a adesão do proprietário do bar. Além disso, como medida preventiva para garantir a desocupação da calçada e o pagamento de multas anteriormente expedidas, Caio decidiu apreender o citado mobiliário, acautelando-o no depósito público até que a situação fosse regularizada. Diante dos fatos enunciados, marque a alternativa que apresenta uma análise correta sobre a situação- problema: Tanto a multa, quanto a apreensão, são absolutamente ilegais: a multa, por desrespeitar a proporcionalidade e dosimetria exigível naquelas circunstâncias; e, a apreensão, por ser providência que manifesta claro desvio da finalidade pública. A multa expedida por Caio não é ilegal, pois se fundamenta no histórico de violações do comerciante; já o auto de apreensão das cadeiras e mesas somente se justificaria no caráter autoexecutório da multa, do que resulta ser possível garantir o seu pagamento pelo recolhimento dos bens ao depósito público. A multa expedida por Caio é ilegal, por ofender a dosimetria e o princípio da razoabilidade; todavia, a apreensão atende à necessidade pública, por buscar a desocupação da calçada de pedestres e evitar o enriquecimento sem causa do proprietário do bar, que poderia mais uma vez não pagar o valor da infração. Os dados constantes do enunciado, permitem inferir que a multa expedida por Caio não fere a legalidade, porém o auto de apreensão de mobiliário, na parte destinada a garantir o pagamento de multas anteriores, caracteriza abuso de poder da atividade fiscalizatória do município, sendo questionável administrativa ou judicialmente. Tanto a multa, quanto a apreensão, são absolutamente legais: a multa, por tratar-se de providência respaldada na conduta pregressa do proprietário do bar; e, a apreensão, por preservar a ordem pública, na medida em que busca essencialmente a desocupação do espaço público, sem que se caracterize o abuso de poder. A situação que se segue foi noticiada no jornal televisivo: "No conjunto de ruas que integra a chamada Comunidade da Ribanca, os moradores estão enfrentando sérios problemas de abastecimento de água. Entrevistada pela nossa reportagem, Dona Tícia testemunhou inconformada que a água que chega à sua residência é normalmente barrenta e com um odor muito ruim: muito raramente bebo água potável, disse ela". Com base nos elementos contidos no texto noticiado, marque a alternativa que indica o princípio especificamente aplicável ao serviço público que foi ferido pelo Poder Público: Continuidade. Regularidade. Adaptabilidade. Proporcionalidade. Transparência. Sobre o princípio da continuidade que rege os serviços públicos, é correto afirmar que: Em caso de inadimplemento do pagamento da tarifa pelo usuário do serviço público concedido, não é possível, por regra, a interrupção de seu fornecimento. É a necessidade da população que determina se o serviço será prestado sem interrupções, como nos casos de necessidade absoluta, cujo exemplo é o atendimento em hospitais públicos. De acordo com o STF, não é possível que os servidores públicos paralisem a prestação dos serviços públicos porque a eles não é concedido constitucionalmente o direito de greve. Todo o serviço público deve ser prestado diária e integralmente, sob pena de violação ao princípio citado no enunciado. A prestação contínua dos serviços públicos está baseada nos interesses privados que regem a coletividade. O Município X decreta a desapropriação de imóvel pertencente a Tício, por utilidade pública, a fim de construir no local uma escola para munícipes. Após consumada a desapropriação, a Secretaria Municipal de Saúde pleiteia e obtém a autorização do Prefeito para alterar a destinação pública do imóvel e construir no local um posto de saúde para atendimento primário à população. Ao ser divulgada tal mudança de finalidade do imóvel desapropriado, Tício requer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da indenização. A esse respeito, marque a alternativa que analisa corretamente a situação-problema: O município não pode mudar a destinação da desapropriação declarada no decreto expropriatório, sob pena de incorrer numa tredestinação ilegal, porém Tício não possui o direito à retrocessão, ou seja, o direito de reaver o bem em virtude da sua não utilização. O município pode mudar a destinação da desapropriação decretada, desde que mantenha o aproveitamento do imóvel na finalidade da educação pública que motivou a ação expropriatória, sob pena de nulidade. O município pode desistir da construção da escola e redesignar a área desapropriada à construção do posto de saúde, sem que o antigo proprietário possa se opor ou obter o retorno dela à sua propriedade. O município não pode mudar a destinação da desapropriação declarada no decreto expropriatório, sob pena de incorrer numa ilícita tredestinação e justificar o retorno dela ao antigo proprietário. O município até pode desistir da construção da escola e redesignar a área desapropriada à construção do posto de saúde, porém Tício também poderá obter o retorno dela à sua propriedade, desde que devolva a indenização recebida. O Município de Ortodoxolândia ocupou provisoriamente a Escola Particular Galo Carijó Ltda. para promover a campanha de vacinação contra a gripe influenza. Durante a campanha de vacinação ocorreu um entrevero entre duas moradoras da região, resultando em danos a vidros de cinco janelas da referida escola. Considerando as regras sobre o pagamento de indenização nas formas de intervenção do Estado na propriedade, marque a opção correta: O proprietário da escola será indenizado pelas moradoras que causaram o dano. O proprietário da escola deverá promover, obrigatoriamente, indenização contra o Município e contra as duas moradoras. O Município deverá indenizar o proprietário da escola pelos danos comprovadamente sofridos. O proprietário da escola não fará jus à indenização, uma vez que a ocupação foi temporária. O Município deverá promover ação contra as moradoras para cobrar pelos prejuízos sofridos, e depois repassar os valores ao proprietário da escola. O proprietário deve tolerar a ação administrativa e, para tanto, permite o ingresso, em seus domínios, de agentes para fins de vigilância sanitária. A hipótese acima apresenta um exemplo de usucapião desapropriação intervenção cautelar limitação administrativa tombamento. O Diretor de um Instituto Conservação Ambiental expediu Portaria autorizando uma ONG ambientalista X a promover um encontro nacional de seus representantes estaduais no interior de um Parque Nacional, tudo devidamente facultado pelo regulamento do órgão. O ato autorizava o uso dos prédios da administração do parque e das áreas contíguas de estacionamento do público visitante. A ONG Y tomou conhecimento do fato e representou formalmente contra o ato autorizativo, sob dois fundamentos: uso de área ambientalmente protegida e excesso de competência do diretor do órgão. De acordo com os seus conhecimentos sobre o processo administrativo e controle da administração pública, marque a opção que analisa corretamente a situação-problema: O diretor do órgão é incompetente para rever a Portaria, devendo encaminhar o pedido ao seu superior hierárquico, a fim de que possa ser analisado por quem de direito. O ato administrativo objeto da representação deve ser necessariamente anulado, pois o enunciado evidencia ilegalidade e excesso de competência do diretor do órgão público que expediua Portaria. O agente público que expediu a autorização pode reconsiderar sua decisão, para anulá-la, caso identifique alguma ilegalidade, ou revogá-la, se julgar que o ato não se mostra conveniente e oportuno. O ato administrativo objeto da representação deve ser anulado, caso seja constatada qualquer ilegalidade, porém não pode ser revogado por tratar-se de ato autorizativo estritamente vinculado. A representação apresentada não pode ser admitida, pois a ONG Y não integra a relação jurídica, sendo ilegítima para atuar como denunciante. O controle feito pela Administração Pública com relação aos aspectos de conveniência e oportunidade é chamado de Controle de formalidade Controle de legalidade Controle de vinculação Controle centralizado Controle de mérito
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