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LINGUÍSTICA TEXTUAL A Linguística textual passou por várias fases e orientações heterogêneas, estruturalista, gerativista, funcionalista, que são até hoje largamente debatidas em artigos e livros que expõem seu percurso (KOCH, 2004). Os primeiros estudos em relação à produção textual, assim como os fatores que levam à sua produção, compreensão e recepção, surgiram na década de 60 juntamente com as gramáticas de texto, onde segundo Marcuschi (1998, p. 82), apesar dos avanços: [...] cabe reconhecer alguns problemas na formulação das Gramáticas Textuais: o primeiro é a conceituação do texto como uma unidade formal, dotada de uma estrutura interna e gerada a partir de um sistema finito de regras, internalizado por todos os usuários da língua, o segundo, é a separação entre as noções de texto (unidade estrutural, gerada a partir da competência de um usuário idealizado e descontextualizado) e discurso (unidade de uso). Há duas décadas os estudos linguísticos tomaram novos criaram um novo perfil com o surgimento do interacionismo que abordou os segmentos da Linguística, o que diante dessa perspectiva, de acordo com Morato (2004, p. 316), “a noção de interação em Linguística se coloca numa perspectiva de abordagem de alguns fenômenos como o processo de produção textual que passa a ser resultado de uma atividade interacional”. Nesse contexto, a Linguística Textual, manifesta um aspecto interdisciplinar e passa avaliar o texto como resultado de um processo de influência mútua entre um conjunto de elementos sociais, cognitivos e linguísticos (KOCH, 2007). No âmbito escolar, nota-se que os professores, de certa forma, consideravam as produções textuais “como um produto fechado”, com o objetivo avaliativo de corrigi-lo, analisando o seu grau de coerência ou incoerência, legibilidade ou ilegibilidade, restringindo todo um processo de produção textual a simples exercícios de escritas (KOCH, 2004). Somente após o advento dos Parâmetros Curriculares Nacionais que a produção textual passou a ser considerada enquanto processo/ ação/ interação. Considerando-se que o texto constitui um processo de caráter cognitivo Heinemann e Viehweger (1991 apud Koch, 2004, p. 22-24), determinam fatores responsáveis pelo processamento textual: “linguístico, enciclopédico e interacional” Dessa forma, a escola precisa compreender o conjunto de elementos que contribuem para a produção linguística textual para que não haja falha nos instrumentos avaliativos dos textos dos alunos. Compreender e avaliar um texto está amplamente relacionado a compreensão de todo o seu processo, além dos diversos conhecimentos que definem as estratégias a serem utilizadas na sua produção. É necessário observar que o ensino da língua portuguesa tem procurado modificar velhas concepções, compreendendo, hoje, de forma mais clara o seu funcionamento. A importância atualmente é direcionada à influência mútua de sujeitos através da linguagem, pois e o texto é expressão dela. Adverte-se, no entanto, que a influência positiva sobre os alunos para a boa execução de produções textuais está diretamente ligada ao seu meio social, a fatores como a dificuldade no acesso a livros, ao incentivo, ao interesse do próprio aluno e a formação dos professores. Que passos positivos foram dados, não há dúvida, porém para que a linguística textual seja utilizada de forma global nas produções textuais dos alunos se faz necessário também, uma reforma em todos os outros aspectos que envolvam a oralidade e a escrita dentro dos padrões da Língua Portuguesa. O conhecimento linguístico deve estar em consonância com aluno, escola, professor e sociedade. REFERÊNCIAS KOCH, Ingedore G. V. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo: Contexto, 2007. KOCH, Ingedore G. V.. Introdução à linguística textual. São Paulo: Martins Fontes, 2004. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Linguística de texto: retrospectiva e prospectiva. Palestra proferida na FALE/UFMG. 28 out. 1998. MORATO, Edwiges Maria. O interacionismo no campo linguístico. In: MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina (org.). Introdução à linguística - domínios e fronteiras. Vol. 3. São Paulo: Cortez, 2004.
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