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23 - MODELO DE AÇÃO para afastar o fator previdenciário em relação ao tempo especial utilizado na concessão da aposentadoria por tempo de contribuição

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23.  MODELO DE AÇÃO para afastar o fator previdenciário em relação ao tempo especial utilizado na concessão da aposentadoria por tempo de contribuição
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO
Segurado(a), nacionalidade, estado civil, aposentado(a), residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro, Cidade, Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º, NB e DIB, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores constituídos, propor a presente AÇÃO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS <endereço para citação/intimação a ser verificado de acordo com a cidade e estado que se ingressa com a ação>, também qualificado, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:
1. BREVE RESENHA FÁTICA <adequar ao caso concreto>
A parte autora obteve a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição em 00.00.2000, após o devido processo administrativo.
Durante sua vida laboral a parte autora exerceu atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física, o que lhe deu direito a contagem de tempo diferenciada para fins de aposentadoria, no período de 00.00.0000 a 00.00.0000.
Esse período de tempo especial foi convertido para tempo comum e somado ao restante do tempo de contribuição da parte autora para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição.
O inconformismo da parte autora reside no fato de ter sido aplicado o fator previdenciário para todos os períodos laborais, como se não houvesse tempo em condições especiais.
Esse cálculo não está de acordo com a melhor interpretação legislativa nem garante a efetiva proteção social devida no caso concreto, como se demonstrará a seguir.
2. DO DIREITO <adequar ao caso concreto>
A Lei de Benefícios assegura a possibilidade de conversão do tempo prestado em condições especiais para tempo comum, de acordo com os multiplicadores previstos em regulamento.
Como a parte autora trabalhou em circunstâncias inadequadas, com comprometimento de sua incolumidade física e/ou psíquica, foi-lhe concedida a conversão do tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum, em consonância com o que estabelece o Decreto n.º 3.048/1999, em seu artigo 70, parágrafo único, com nova redação dada pelo Decreto n.º 4.827/2003, in verbis:
Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:
TEMPO A CONVERTER
MULTIPLICADORES
MULHER (30)
HOMEM (35)
DE 15 ANOS
2,00
2,33
DE 20 ANOS
1,50
1,75
DE 25 ANOS
1,20
1,40
§ 1.º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. 
§ 2.º As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período.
No caso concreto, uma vez convertido o tempo especial da parte autora, foi feito o cálculo do salário de benefício com a multiplicação do fator previdenciário (média das contribuições X fator) na forma prevista no art. 29, I, da Lei n.º 8.213/1991. 
Entretanto, tendo em vista que em parte do tempo houve o exercício de atividades que dariam direito à aposentadoria especial, o cálculo deveria conter a aplicação parcial do fator previdenciário, unicamente quanto ao período de atividade comum.
Postula-se, portanto, a revisão da renda mensal inicial, requerendo o afastamento da incidência do fator previdenciário na parcela referente ao tempo de atividade especial.
Tal pretensão tem base constitucional no art. 201, § 1.º, que, ao vedar que se adotem requisitos e critérios diferenciados nas concessões de aposentadorias, ressalvou as situações que envolvam atividades exercidas sob condições especiais, que são aquelas que prejudicam a saúde e a integridade física do trabalhador.
Vale lembrar ainda que a Lei n.º 9.876/1999, ao instituir o fator previdenciário, excluiu da sua incidência o salário de benefício da aposentadoria especial. 
A intenção dessa norma foi resguardar os segurados que, contando tempo de contribuição reduzido (15, 20 ou 25 anos de atividade especial), seriam prejudicados pela equação do fator previdenciário por pertencer à faixa etária mais baixa e possuir, por conseguinte, maior expectativa de sobrevida.
O mesmo raciocínio deve ser estendido aos segurados contemplados por aposentadorias por tempo de contribuição quando estas forem deferidas com base na conversão de períodos de atividade especial em comum. 
Tais segurados, como a parte autora, também se aposentam mais jovens, justamente por fazerem jus à contagem privilegiada com acréscimo de 40% (homens) ou 20% (mulheres) ao tempo convertido. Essa conversão garante um plus no período trabalhado, mas não assegura a mesma elevação na idade. Razão pela qual trabalhadores que utilizam tempo especial convertido para comum sofrem uma incidência mais gravosa que os demais na aplicação da fórmula do fator previdenciário.
E não há que se argumentar que o trabalhador que, durante parte de sua vida, desempenha atividades sob condições especiais não possa fazer jus ao afastamento do fator previdenciário em razão de já ter sido contemplado com regra excepcional, em que se exige um tempo de contribuição menor em relação a outras atividades.
Isso porque, ao admitir tal raciocínio, não haveria justificativa para a não aplicação do fator previdenciário nas aposentadorias especiais, uma vez que também têm regramento excepcional.
Assim, comprovado o exercício de atividades em condições especiais, tem o segurado direito ao cálculo do salário de benefício mediante o afastamento da incidência do fator previdenciário sobre a parcela correspondente ao período trabalhado em atividades especiais.
Destaca-se que o fator deve ser apurado normalmente, e sua incidência deve ocorrer na parte da média que faz pertinência ao tempo comum, sendo inaplicável no tocante ao tempo relativo à atividade especial.
Tal forma de cálculo se dá da seguinte maneira exemplificativa:
Média apurada: R$ 3.000,00 
Tempo de atividade total: 35 anos
Tempo de atividade especial convertido para comum: 20 anos
Tempo de atividade comum: 15 anos
Fator: 0,66
Cálculo do valor salário de benefício no exemplo: 
Parcela atividade especial: R$ 3.000,00 x (20/35) = R$ 1.714,28
Parcela atividade comum: R$ 3.000,00 x (15/35) = R$ 1.285,72 x fator previdenciário 0,66 = R$ 848,57
SB: R$ 1.714,28 + R$ 848,57 = R$ 2.562,85
RMI: R$ 2.562,85 x coeficiente de cálculo (100%) = R$ 2.562,85
Tal calculo é diferente do realizado pelo INSS, que resulta na seguinte aplicação exemplificativa:
R$ 3.000,00 x 0,66 = R$ 1.980,00 (SB) 		
RMI= R$ 1.980,00 x 100% = R$ 1.980,00
Requer, portanto, a Parte Autora que o cálculo apenas aplique o fato previdenciário no que se refere ao tempo comum trabalhado, sendo preservado o direito à não aplicação do fator no tempo especial, por ser medida de justiça e para que se efetivem as garantias legais e constitucionais pertinentes.
Lembramos que a legislação deve ser interpretada levando-se em consideração o direito ao melhor benefício, o direito adquirido, a proporcionalidade e a razoabilidade na aplicação da norma e a protetividade do direito previdenciário no tocante ao hipossuficiente/segurado.
3. REQUERIMENTOS <adequar ao caso concreto>
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa de seu Superintendente Regional ou Procurador Regional, para, querendo, contestar o presente feito, no prazo legal, sob pena de revelia;
b) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos, apresente o Processo de Concessão do Benefício Previdenciário para apuração dos valores devidos à Parte Autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.º 10.259/2001, sob pena de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do Código de Processo Civil/2015 (arts. 287 c/c 461, § 4.º, do CPC/1973) – a serfixada por esse Juízo;
c) a procedência da pretensão deduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a elaborar o cálculo apenas com a aplicação do fator previdenciário no que se refere ao tempo comum trabalhado pela parte autora, sendo preservado o direito à não aplicação do fator no tempo especial, nos termos dessa inicial;
d) o recálculo da renda mensal inicial do benefício ora discutido, com a revisão de todos os proventos pagos desde o primeiro, para, ao final, proceder à correta definição do valor da renda mensal atual, com a condenação do INSS ao pagamento das diferenças verificadas desde a data do início do benefício, acrescidas de correção monetária a partir do vencimento de cada prestação até a efetiva liquidação, respeitada a prescrição quinquenal, adotando-se, como critério de atualização, o INPC (a partir de 04/2006, conforme o art. 31 da Lei n.º 10.741/2003, combinado com a Lei n.º 11.430/2006, precedida da MP n.º 316, de 11.08.2006, que acrescentou o art. 41-A à Lei n.º 8.213/1991, e REsp n.º 1.103.122/PR). Requer-se ainda a aplicação dos juros de mora a serem fixados à taxa de 1% ao mês, a contar da citação, com base no art. 3.º do Decreto-lei n.º 2.322/1987, aplicável, analogicamente, aos benefícios pagos com atraso, tendo em vista o seu caráter alimentar;
e) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de 20% (vinte por cento) sobre as parcelas vencidas e as doze vincendas, apuradas em liquidação de sentença, conforme dispõem o art. 55 da Lei n.º 9.099/1995 e o art. 85, § 3.º, do Código de Processo Civil/2015 (art. 20, § 3.º, do CPC/1973). 
Considerando que a questão de mérito é unicamente de direito, requer o Julgamento Antecipado da Lide, conforme dispõe o art. 355 do Código de Processo Civil/2015 (art. 330 do CPC/1973). Sendo outro o entendimento de V. Exa., requer e protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito, sem exclusão de nenhum que se fizer necessário ao deslinde da demanda.
<Se necessária a produção de provas, a exemplo da testemunhal, requerer e fazer o arrolamento das testemunhas; entretanto, se a documentação anexa na inicial for suficiente para a comprovação do tempo e o deferimento do benefício, adequar o pedido acima descrito.>
Requer-se, também, por ser a parte autora pessoa hipossuficiente, na acepção jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a concessão do Benefício da Justiça Gratuita, na forma dos artigos 4.º e 9.º da Lei n.º 1.060/1950 <recomenda-se a coleta, pelo advogado, de declaração de hipossuficiência do cliente, caso seja requerida a Justiça Gratuita. Deve-se, também, de preferência, fazer a juntada de tal declaração nos autos, já na inicial>.
Requer-se, com base no § 4.º do art. 22 da Lei n.º 8.906/1994, que, ao final da presente demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor da parte autora, quando da expedição da RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais (contrato de honorários em anexo) sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela parte autora, no percentual constante no contrato de honorários em anexo, assim como dos eventuais honorários de sucumbência.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (Mil reais). <adequar conforme o caso>
Nestes Termos,
PEDE DEFERIMENTO.
Cidade e data.
Assinatura do advogado

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