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0 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (MPCT) Material didático para utilização na disciplina MPCT, do curso de Informática para Negócios, sob a responsabilidade da Profª Drª Jacy Marcondes Duarte. São Bernardo do Campo Fevereiro/2022 1 Apresentação A disciplina Metodologia da Pesquisa Científica e Tecnológica (MPCT) tem por objetivo propiciar ao aluno conhecimentos sobre o papel da Ciência e da Tecnologia e sobre a especificidade do discurso científico e seus elementos; também objetiva desenvolver condições para que o aluno possa elaborar um projeto de pesquisa, visando a que ele possa depois desenvolver sua monografia de final de curso (TCC) com sucesso. Ou seja, o Projeto de Pesquisa para o TCC é desenvolvido no quarto semestre do curso, nas aulas de MPCT. Esta apostila contempla os principais tópicos e discussões que serão abordados ao longo deste semestre, selecionados a partir da bibliografia que norteia a disciplina e de outras contribuições, conforme referenciação bibliográfica ao final deste material. O objetivo é apresentar de forma clara tais elementos, para que haja boa compreensão e aproveitamento do aluno. Outros materiais serão utilizados durante o curso, para aprofundamento de itens específicos, conforme se faça necessário. O aluno poderá (e deverá) igualmente consultar os livros listados ao final desta apostila, e consultar o professor para obtenção de mais material, se julgar necessário para seus estudos. 1 Técnica, Tecnologia e Ciência Técnica A técnica é um conceito tão antigo quanto a humanidade. Fazer fogo, construir instrumentos para arar, cozinhar, proteger-se do frio etc. são atividades que o homem desenvolveu descobrindo e criando técnicas (modo de fazer) para sua sobrevivência. A agricultura, o pastoreio etc. envolvem conhecimento técnico. A descoberta do bronze e do ferro, na sequência da História do homem, são conquistas técnicas que resultaram na transformação da sociedade. Técnica pode ser entendida, então, como o controle ou a transformação da natureza pelo homem, através do desenvolvimento de um ‘saber fazer’ passado de geração a geração. Tecnologia Tecnologia seria o estudo das técnicas usadas pelo ser humano. Ou seja, seria o estudo dos materiais e processos técnicos a partir das teorias científicas (VARGAS, apud FREITAS JR. et al., 2014). Temos então o conceito de que tecnologia se baseia na ciência para estudar, desenvolver e aprimorar o ‘saber fazer’ humano. Bunge (1985, p. 231, apud FREITAS JR. et al., 2014) afirma que "a tecnologia pode ser definida como o campo do conhecimento relativo ao desenho de artefatos e à planificação da sua realização, operação, ajustamento, manutenção e monitoramento, à luz do conhecimento científico". Freitas Jr et al. (2014), citando Cupani, afirmam que “ resumidamente, pode-se dizer que a técnica está relacionada aos conhecimentos pré-científicos, enquanto que a tecnologia fundamenta-se em bases científicas”. Ciência É tarefa muito difícil definir o que é ciência. Em princípio, pode-se afirmar que a ciência “busca compreender a realidade de maneira racional, descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que permite prever os acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a natureza. Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento sistemático, preciso e objetivo” (MATIAS-PEREIRA, 2007, p.12). 2 Dessa definição, pode-se inferir que a ciência não é a única maneira de compreender a realidade, mas é um tipo de conhecimento que, utilizando a razão e métodos rigorosos de pesquisa, objetiva compreender as relações entre os fenômenos que compõem o mundo físico e social e – em consequência disso – é uma maneira de agir sobre a natureza. Temos de distinguir também entre ciência aplicada e ciência básica. A ciência básica (ou teórica) deseja obter o conhecimento sobre a natureza pelo seu valor em si mesmo, enquanto que a ciência aplicada pelo seu valor útil. O estudo da composição de um ecossistema seria um exemplo de ciência básica. Uma pesquisa dos efeitos dos poluentes sobre esse mesmo ecossistema seria um exemplo de ciência aplicada. Já a atividade de projetar meios para a diminuição da poluição nesse ambiente seria tecnologia. Relacionando então ciência e tecnologia, temos que a tecnologia, por sua vez, se propõe a buscar não somente o saber teórico ou aplicado, mas busca a solução de problemas práticos mediante recursos científicos. 2 Os quatro tipos de conhecimento Além do científico, outros tipos de conhecimento compõem o conjunto de saberes da nossa humanidade: o popular, o filosófico e o religioso, segundo Lakatos e Marconi (2017). Desses, o primeiro, que é o senso comum, é o que mais se aproxima do científico, uma vez que ambos se distinguem principalmente pela forma: o conhecimento científico prima pela busca do rigor metodológico, pelo controle das variáveis, é sistemático e contingente, ou seja, utiliza não apenas a razão mas a experimentação; o popular, ao contrário, não é sistemático, pois não forma um sistema de ideias ou teorias ordenado, mas reúne concepções e saberes desconexos. Além disso, este é valorativo, depende de valores e emoções, e aquele, não. De resto, ambos se baseiam na percepção objetiva do mundo, são verificáveis e falíveis. O conhecimento religioso e o filosófico são mais distantes do científico, uma vez que não são verificáveis e são valorativos. São também infalíveis, ao contrário do científico, já que seus postulados e hipóteses não podem ser submetidos à experimentação nem à observação. Uma hipótese científica, após ser testada, pode se revelar falha, infundada; isso não ocorre com hipóteses teológicas ou filosóficas. Mas não se pode esquecer de que o conhecimento científico, apesar de rigoroso, não é certo e definitivo, não é a verdade. O conhecimento científico, como qualquer outro tipo de conhecimento, é histórico, depende da descoberta de novos fatos ou invenções, o que muda a “verdade científica”. Por exemplo, na Idade Média a concepção sobre o planeta era diferente da concepção atual, mas aquela era a verdade da época. Quando se dividiu o átomo, acreditava-se que a ciência havia descoberto a menor porção de matéria; depois se dividiram as partes do átomo, e a concepção científica sobre o assunto se modificou. Podemos relacionar a técnica com o conhecimento popular, passado de pai para filho; a tecnologia com o conhecimento científico, pois se baseia nas descobertas e teorias científicas. 3 O projeto de pesquisa - componentes Todo trabalho científico apresenta três fases fundamentais: o planejamento, a feitura e a divulgação dos resultados. 3 a) planejamento – preparação, projeto da pesquisa; b) feitura – realização da pesquisa propriamente dita; c) divulgação dos resultados – através de textos como monografias (por ex., o TCC; a dissertação de mestrado); relatórios; resumos; artigos científicos; banners; apresentações em power point. O Projeto é a fase inicial, preparatória, para qualquer trabalho científico de investigação. Em qualquer situação em que seja necessária a pesquisa (para fazer um TCC, um doutorado, para uma empresa, para um órgão público etc.) é necessário apresentarmos um projeto, que poderá ser aceito ou não. O projeto é um produto, uma redação em que se apresenta uma proposta de pesquisa, seguindo os modelos e normas usuais para tal tipo de documento. O projeto não é imutável, pode ser modificado mais tarde, quando se desenvolver a investigação. O projeto é um ponto de partida – um guia – para a futura pesquisa. Observação: Na FATEC SBC a redação técnico-científica (projetos, monografias, banners etc.) é feita em TERCEIRA PESSOA. Portanto, não se deve redigir usando a primeira pessoa(nós). Em vez de ‘nosso projeto’, ponham ‘o projeto’; em vez de ‘fizemos a parte do levantamento de dados’, ponham: ‘foi feita a parte do levantamento de dados’. Embora haja diversas maneiras de se dividir um projeto de pesquisa, os seus componentes usuais, que serão adotados como modelo no curso, são os seguintes: TEMA A) PROBLEMA HIPÓTESE B) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (ou revisão da literatura) C) JUSTIFICATIVA DO PROJETO D) OBJETIVOS E) DESCRIÇÃO DO PROJETO F) METODOLOGIA G) CRONOGRAMA H) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS I) ANEXOS (opcional, caso seja necessário incluir algum documento) OBSERVAÇÃO a – todos os itens acima (ou seja, esta apostila inteira) configuram o conteúdo do curso de MPCT, que será cobrado nas avaliações b – ao final do semestre o aluno entregará ao professor de MPCT um Projeto de Pesquisa, feito em grupo de quatro alunos. Este projeto será a base do TCC a ser desenvolvido no quinto e sexto semestres do curso e faz parte da avaliação na disciplina MPCT (o projeto). Continuando, qualquer que seja a apresentação formal do projeto, suas divisões, todo projeto deve responder às seguintes indagações: 4 • O que pesquisar? (Definição do tema e do problema, hipótese e base teórica) • Por que pesquisar? (Justificativa da escolha do tema e do problema); • Para que pesquisar? (Propósitos do estudo, seus objetivos); • Como pesquisar? (Metodologia); • Quando pesquisar? (Cronograma de execução); (observação: se o projeto tiver algum tipo de financiamento, devemos também incluir o item CUSTOS, detalhando os gastos que serão necessários). Lembrete: o projeto é um planejamento, não é a pesquisa. A pesquisa é a atividade de investigação, teórica ou prática; primeiro se faz o projeto, depois se desenvolve a pesquisa; por fim, são apresentados os resultados da pesquisa, em forma de relatório, monografia, dissertação de mestrado, tese de doutorado. No caso da Fatec, os alunos têm ao final do curso de apresentar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que é uma monografia. O projeto que o aluno faz na disciplina MPCT se transforma depois no TCC. 4 O primeiro componente de um projeto (A): tema/problema/hipótese 4.1 – A escolha do tema A dificuldade inicial para um trabalho científico é a escolha e delimitação do tema. Não se pode demorar muito para decidir qual o tema, e tem de ser um tema que seja possível de ser trabalhado, interessante para nós e que traga alguma contribuição para nós e para a sociedade. O tema deve ter o tamanho (especificidade) adequado às possibilidades de trabalho dos pesquisadores, ao tempo e recursos de que se dispõe para realizá-lo. Há pesquisas que demoram anos, e envolvem vários pesquisadores; outras têm de ser feitas em pouco tempo, e individualmente. A delimitação do tema, então, é tarefa imprescindível. Por exemplo, um tema como Gestão de empresas é extremamente amplo. Que tipo de empresa? Que parte da gestão? O que se propõe? É claro que partimos, para escolher um tema, de algo que seja do nosso interesse, que tenha chamado nossa atenção por algum motivo. Um primeiro passo, portanto, é escolher um tema que nos agrade. Um segundo passo é pesquisarmos sobre o tema do nosso agrado. Temos de fazer um levantamento bibliográfico sobre o que já se falou ou se fez com relação ao tema que queremos escolher. Alguém já estudou isso? Escreveu sobre isso? Há publicações com posições e análises diferentes sobre o tema? Há documentos? É realmente possível pesquisar sobre isso? Há três formas básicas de procedimentos investigatórios para se fazer nessa primeira fase do projeto, ou seja, para decidirmos se vamos realmente trabalhar com o tema que escolhemos. São: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e os contatos diretos. • Por pesquisa bibliográfica entenda-se a consulta feita a livros, revistas, teses etc, publicados por autores diversos, sobre o assunto e o tema escolhido. É um levantamento do que se estudou e se analisou sobre o tema. Além do material escrito em papel, como livros ou revistas, pode-se consultar fontes digitais. As principais fontes de pesquisa na internet são: Google Acadêmico, SciELO, sites de universidades, revistas indexadas (ISSN), autores consagrados, autores citados por outros. • A pesquisa documental é a consulta feita em documentos. Por documento entenda-se imagens, textos, sons, fixados em algum suporte material. Um pergaminho é um documento, uma inscrição numa pedra, a gravação de um diálogo, um diário, uma foto, desenhos, filmagens etc são documentos. 5 “Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa” (GIL, 2017, p. 45). • Os contatos diretos são a maneira de se conseguirem dados através de outras pessoas, diretamente, colhendo depoimentos ou sugestões sobre possíveis fontes de informação. Organização do material consultado Todo o material bibliográfico que consultamos deverá ser fichado, para que possamos organizá-lo e não perder os dados. Por exemplo, lemos algo muito interessante num livro, mas não anotamos nada; possivelmente não seremos capazes de lembrar onde lemos a informação daí a pouco tempo. O fichamento do material consultado é fundamental. Chamamos de fichamento a tomada de notas ou apontamentos sobre o que lemos. As fichas podem ser de cartolina, folhas de caderno ou mesmo armazenadas no computador; o importante é que funcionem para ajudar o pesquisador. Existem muitos tipos de fichas, por exemplo: a) Ficha bibliográfica – em que fazemos pequeno comentário da obra estudada. Serve para identificarmos a obra e sua importância, na hora de redigirmos nosso trabalho. b) Ficha de citação – em que transcrevemos ipsis litteris, isto é, fielmente, trechos ou frases da obra estudada. A transcrição deve ser feita entre aspas, e seguida do número da página. Se pularmos uma parte de uma frase, colocamos reticências entre parêntesis (...). c) Ficha de resumo – em que fazemos um resumo da obra lida. Podemos resumir colocando os assuntos em itens, sem preocupação com a redação, ou então fazermos realmente um apanhado geral, ou resumo propriamente dito, com nossas palavras. d) Ficha de dados – onde anotamos os resultados de respostas a questionários, ou quaisquer outros elementos obtidos através da pesquisa. Por exemplo, numa pesquisa sobre poluição do rio Tietê, um químico poderia anotar em fichas todos os elementos poluentes que encontrou, para depois tratar os dados, fazendo tabelas e figuras. Toda ficha deve ser numerada, e conter um cabeçalho com os dados da obra de acordo com a ABNT. Vejamos os exemplos: FICHA BIBLIOGRÁFICA 01 Indicado para: (colocar o tema da pesquisa) SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Nome da obra. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação (conforme ABNT) Onde encontrar: (anotar qual a biblioteca ou o site) REFERÊNCIAS IMPORTANTES / ANOTAÇÕES/COMENTÁRIOS 6 4.2 – O problema Grosso modo, pesquisa é toda atividade que requer uma investigação. Dentre todas as formas de investigação, de procura para solucionar algum problema, para conhecer algo, podemos destacar a pesquisa científica ou a tecnológica. A pesquisa científica é a busca pela resposta a questões através da ciência; mas nem todo problema pode ser solucionado através da pesquisa científica. Se vamos pesquisar algo, é porque temos uma indagação, um problema,uma dúvida sobre o assunto, que poderá ser solucionado através da nossa investigação. Para Gil (2017), um problema científico é uma questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer área do conhecimento. Além do tema, portanto, temos de formular um problema, colocado sob forma interrogativa. Mas como nem todo problema pode ser tratado cientificamente; temos de verificar se o problema em que estamos pensando se enquadra na categoria de científico. Ou seja, se pode ser solucionado através da pesquisa científica. Segundo Lakatos e Marconi (2011), o problema consiste num enunciado interrogativo formulado de maneira clara, compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução é uma pesquisa científica. Ele se constitui em uma pergunta científica quando explicita a relação de dois ou mais fenômenos (fatos, variáveis) entre si, que podem ser investigados de forma sistemática, empírica e controlada. Perguntas retóricas, especulativas ou valorativas não são perguntas científicas. As autoras citam os exemplos seguintes (p.140): “a harmonia racional depende da compreensão mútua?”; “o método de educação religiosa A é melhor que o B para aumentar a fé?”; “a igualdade é tão importante quanto a liberdade”. Não há maneira de testar empiricamente tais afirmativas ou perguntas, pois envolvem julgamentos de valor. Não constituem, pois, problemas científicos. Segundo Gil (2017), as regras práticas para a formulação de problemas científicos seriam: ❖ o problema deve ser formulado como pergunta: Ex. Os fatores que provocam o divórcio. Mudar para: Quais fatores provocam o divórcio? ❖ o problema deve ser claro e preciso: Ex. Como funciona a mente? Mudar para: Quais mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de memorização? Ou então: Os animais possuem inteligência? (isso depende do que estamos entendendo por inteligência) ❖ o problema deve ser empírico (possível de ser testado, verificado): Ex. Deve a mulher camponesa trabalhar? Esse não é um problema que se pode testar empiricamente, pois é um julgamento de valor. (ou, se pensarmos num exemplo tecnológico, devem os estudantes utilizar a plataforma XC?) – os verbos DEVER, PODER exprimem julgamentos de valor. FICHA DE RESUMO 01 Indicado para (colocar o tema da pesquisa) SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Nome da obra. Cidade de publicação: Editora, ano de publicação, nº de páginas. Onde encontrar: (anotar qual a biblioteca ou o site) RESUMO 7 ❖ o problema deve ser suscetível de solução: Ex. Um problema como ligando-se o nervo ótico à área auditiva do cérebro, as visões serão percebidas auditivamente? não é passível de solução, pelo menos até que a neurofisiologia tenha tecnologia para responder a essa pergunta. ❖ o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável: Ex. O problema, assim como o tema, deve ter um “tamanho” adequado, isto é, deve ser delimitado. Ex.: O que pensam os jovens? Delimitando: O que os jovens da cidade X pensam a respeito do assunto Y? Referindo-se a Schrader, Lakatos e Marconi (2017) incluem outro ponto para formularmos um problema científico: ❖ Constitui-se o problema numa questão que relaciona entre si pelo menos dois fenômenos (fatos ou variáveis): Ex.: Quais os fatores associados à intenção de voto em candidatos conservadores? Relacionamos aí dois fenômenos: intenção de voto x candidatos conservadores. Ex.: Quais os fatores que levam os jovens atuais à ingestão de bebidas alcoólicas? Relacionamos ingestão de bebidas x juventude atual. A pesquisa tecnológica se baseia nas contribuições científicas, tendo como objetivo a solução prática de um problema. Um problema científico-tecnológico, portanto, se questiona sobre como fazer (produzir) algo para solucionar uma questão. É o que alguns autores chamam de ‘problema de engenharia’. 4.3 – A hipótese de trabalho Hipóteses (hipo = abaixo, tese= proposição) são soluções possíveis para determinado problema científico, uma resposta “suposta, provável e provisória”. De acordo com Gil (2017), existem alguns tipos de hipóteses: • as que se referem à frequência de acontecimentos: indicam se determinadas características ocorrem com maior ou menor intensidade; por ex., a hipótese de que a crença em horóscopos é muito difundida na cidade X; • as que estabelecem relação entre variáveis: permite a classificação em duas ou mais categorias, como, por exemplo, sexo, classe social, idade, nível de escolaridade, estado civil; por ex., a hipótese de que o suicídio ocorre mais entre os solteiros que os casados. • As que estabelecem relação de dependência entre variáveis: por ex., a hipótese de que a classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos (variável independente x = classe social; variável dependente y = tempo de amamentação). Para elaborar uma hipótese devem-se seguir alguns critérios, como, observar se ela é plausível, consistente, específica, clara, explicativa, simples, se se relaciona com as técnicas disponíveis e se se relaciona a uma teoria. E o mais importante, não existe obrigação de justificar a sua hipótese. O enunciado da hipótese é uma expressão da livre escolha, que mistura intuição, bom senso, experiência e competência. A resposta que você formulou ao seu problema é a sua hipótese. Lakatos e Marconi (2017) afirmam que, embora haja várias maneiras de se formular uma hipótese, a mais comum é a forma condicional “se p, então q” (ou “se x, então y”), onde as letras indicam variáveis. Ex.: Se privação na infância (x), então deficiência escolar mais tarde (y). Ex.: Se incentivo positivo (x), então aprendizagem aumentada (y), dado sexo feminino (r) e classe média (s). No segundo exemplo, relacionam-se mais de duas variáveis. As autoras afirmam que, mesmo que o enunciado da hipótese tome a forma de asserção, afirmação, é geralmente traduzível na forma condicional (se x, então y). 8 Por ex., Os estudantes secundaristas que receberam orientação profissional têm maior certeza quanto à escolha do curso universitário (se receberam (x), então maior certeza (y)). Outro exemplo: a água ferve a 100º (se a temperatura for 100º (x), então a água ferve (y)). 5 O segundo componente (B): a Fundamentação Teórica ou Revisão da Literatura Essa parte do Projeto é dedicada às considerações teóricas relacionadas ao projeto, isto é, deve-se apresentar uma discussão daquilo que já foi publicado a respeito do assunto e tema que pretendemos investigar. É necessário, portanto, que se indique no projeto os autores, as teorias, as concepções que fundamentam o projeto e a futura pesquisa. Nessa parte, fazem-se citações de autores que fundamentam o trabalho. 5.1 – Citações Há três maneiras de se citar o texto dos outros: • Diretamente –literalmente (ipsis litteris), fielmente. Feita entre aspas.. Indica-se ao final da citação a página de onde foi retirada. Exs.: “As citações são elementos retirados dos documentos pesquisados durante a leitura da documentação e que se revelaram úteis (...)” (SIMPSON, 2000, p.127). “Não provém informação sobre os Falsos Positivos e os Falsos Negativos. São independentes da prevalência da doença” (SILVA, 2004, p.34). Se a citação direta tiver mais de três linhas, deve-se fazer recuo da margem esquerda, não pôr aspas e usar fonte menor (se o texto usa fonte 12, a citação será em 10). Exemplo: Sirvinskas, descrevendo o conceito de meio ambiente, coloca que O termo meio ambiente é criticado pela doutrina, pois meio é aquilo que está no centro de alguma coisa. Ambiente indica o lugar ou a área onde habitam seres vivos. Assim, na palavra ambiente está também inserido o conceito de meio. Cuida-se de um vício de linguagem conhecido por pleonasmo, consistente na repetição de palavras ou de ideias com o mesmo sentido simplesmentepara dar ênfase. Em outras palavras, meio ambiente é o lugar onde habitam os seres vivos (SIRVINSKAS, 2018, p.126). • Indiretamente - transcrição não-literal, em que se reproduz fielmente o conteúdo e ideias do documento original, mas com uma redação própria do citador. Sem aspas; não há obrigatoriedade de indicar no texto a página. Ex.: Segundo Bueno (1999), citações são elementos extraídos do material consultado que denotam sua devida importância. • Citação apud (citação da citação) - citação direta ou indireta, retirada de uma citação feita por um outro autor. Ou seja, é uma citação de segunda mão, nos casos em que não se tem acesso ao original. Coloca-se o sobrenome do autor do trabalho original, seguido do sobrenome do autor consultado, antecedido pela palavra apud (através de), ano e página: “a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema” (THIOLLENT, apud GIL, 2009, p.55). (Entenda-se: o texto é de Thiollent, retirado da página 55 do livro de Gil, através de Gil. É uma citação direta apud). 9 Outro ex.: Segundo Goldenberg (apud MATIAS-PEREIRA, 2019), a pesquisa qualitativa se preocupa com o aprofundamento da compreensão de um grupo social ou problema. (Entenda-se: a ideia é de Goldenberg, e tivemos acesso a ela através do livro de Matias-Pereira, página 71. É uma citação indireta apud). Não é aconselhável usar apud indireta, pois corre-se o risco de se distanciar muito do pensamento original do autor. CONCLUINDO: deve-se usar muita citação indireta, pouca direta e pouca apud. Toda citação segue as normas da ABNT. Lembrete: sempre citamos pelo último sobrenome do autor (Filho, Júnior, Sobrinho, Neto, não são sobrenomes), seguido do ano e, nas citações diretas, também da página. Se o sobrenome estiver dentro dos parêntesis, será escrito com todas as letras em maiúsculas (ex.: GIL, 2017). Se estiver fora dos parêntesis, será escrito com apenas a primeira letra em maiúsculas. Ex: Gil (2017). Podemos abreviar os nomes dos autores, mas não o último sobrenome. 5.2 – Como inserir ilustrações Podem ser inseridas ilustrações num projeto, se forem consideradas necessárias para esclarecer algum ponto importante. Todas elas serão chamadas de ‘Figuras’, especificando-se qual o tipo (fotografia, gráfico, tabela, quadro, imagem). Devem ser centralizadas, com título e indicação da fonte de onde foram tiradas, embaixo delas (em arial 10). Com exceção das tabelas, as figuras devem ser fechadas com bordas nos 4 lados (as tabelas têm somente as bordas superior e inferior). Veja-se um exemplo de figura: Figura 1 – Gráfico da distribuição de água no planeta Fonte: Brasil Escola, 2020 Se uma figura for feita pelo próprio autor do trabalho, põe-se como fonte: Autoria própria, XXXX. 6 O terceiro componente (C) – a Justificativa do Projeto Depois de escolhido e delimitado o tema da pesquisa, é necessário justificar tal escolha. A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto da importância e da relevância do estudo proposto; trata-se, portanto, de colocar razões e comentários que evidenciem a conveniência da proposta. Não há um modelo para se escrever a justificativa, mas alguns pontos devem ser contemplados. A justificativa deve ser um texto dissertativo – ou seja, persuasivo – que inclua as seguintes discussões: 10 • Por que se escolheu tal tema, ou seja, quais os motivos profissionais e pessoais que levaram o pesquisador a optar pelo tema; • Quais os pontos positivos que tal tema apresenta, quais benefícios e vantagens a pesquisa poderá proporcionar para a solução de problemas teóricos, sociais ou tecnológicos; • Ressaltar (se for o caso) os possíveis aspectos inovadores da pesquisa proposta; • Fundamentar a sua viabilidade de execução. 7 O quarto componente (D) - Definição dos Objetivos da Pesquisa Nessa etapa, registramos o que pretendemos com a investigação proposta, quais metas pretendemos alcançar. É essencial definir de forma clara o objetivo principal da pesquisa, bem como os seus objetivos secundários. Todos os objetivos devem ser iniciados com um verbo de ação, no infinitivo, como, por ex., identificar, verificar, desenvolver, descrever, analisar, determinar, definir, medir, propor etc. Os verbos precisam ser adequados à atividade de pesquisa científica. Vender, por exemplo, é verbo de ação, mas não se aplica a pesquisa. Dividem-se em: Objetivo geral – que reflete uma visão abrangente do problema; é mais amplo, mais abstrato, é a questão principal da pesquisa. Objetivos específicos - referem-se a aspectos mais concretos e específicos da pesquisa, detalham o objetivo geral e permitem sua aplicabilidade em situações particulares. Damos abaixo um exemplo formulado a partir de uma proposta de Matias-Pereira (2007): - Pesquisa com o tema: Modernização de cursos de treinamento de pessoal para bancos Problema: Qual metodologia poderia ser aplicada nos cursos de treinamento de trabalhadores em bancos a fim de tornar esses cursos mais eficientes? Hipótese: Um modelo de gestão de treinamento específico para o setor. Após a revisão da literatura e justificativa do tema, pode-se pensar nos seguintes objetivos: OBJETIVO GERAL (amplo) - Desenvolver um modelo científico-tecnológico de gestão para facilitar a modernização de bancos em cursos de treinamento de pessoal. OBJETIVOS ESPECÍFICOS (detalhando o geral) – a) analisar as características estruturais e funcionais do banco X; b) analisar a forma de atuação do banco X na área de gestão de RH; c) analisar os recursos tecnológicos disponibilizados pelo banco X para tais treinamentos; d) desenvolver uma metodologia aplicada ao processo de treinamento de pessoal no banco X; e) traduzir essa metodologia em um produto (software); f) testar o produto no banco X; g) verificar a aplicabilidade de tal metodologia a outros bancos. Obs.: os objetivos específicos são aquelas ações necessárias para se chegar ao objetivo geral. 11 8 O quinto componente (E) – Descrição do Projeto A DESCRIÇÃO do projeto pode aparecer ou não, dependendo do modelo de projeto que se está utilizando. É a parte onde mostramos as partes e particularidades do projeto. DESCREVER É ENUMERAR CARACTERÍSTICAS. Portanto, trata-se de dizer o que é o projeto, o que ele conterá, suas partes, como vai funcionar, como vai ser feito. Pode-se falar também das técnicas ou linguagens que serão usadas. Exemplo (imaginário): O site XXX conterá uma parte para o acesso exclusivo dos fornecedores, que poderão se cadastrar e deixar as informações relativas a seu produto. Outra parte será dedicada aos clientes compradores, que poderão pesquisar um determinado fornecedor e seu produto, encomendá-lo, comprá-lo, comparar produtos etc. Haverá um link para contato entre ambas as partes, facilitando a troca de informações. O site será desenvolvido em ambiente xxx, usando os recursos de XY para design e XyX para criação de bancos de dados. 9 O sexto componente (F) - Metodologia da Pesquisa Methodos = caminho; logos = estudo, investigação. Metodologia é, portanto, o caminho e o instrumental próprios para investigar a realidade, e inclui teorias, técnicas de pesquisa, procedimentos, critérios e modos de abordagem do problema. 9.1 Classificações dos métodos Em primeiro lugar, é necessário distinguir alguns tipos de métodos: a) Indutivo do particular para o geral (da evidência observacional para a generalização científica) Ex.: O corvo 1 é negro O corvo 2 é negro premissas O corvo N é negro Todo corvo é negro conclusão A indução pode sercompleta ou formal (Aristóteles), ou incompleta ou científica (criada por Galileu e aperfeiçoada por Francis Bacon). A científica permite induzir, de alguns casos adequadamente observados, aquilo que se pode dizer dos outros elementos da mesma categoria. Portanto, a indução científica é baseada na causa ou lei que rege o fato, constatada num número significativo de casos, mas não em todos. Ex.: Mercúrio, Vênus, Terra, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão não têm brilho próprio. (premissas) Ora, Mercúrio, Vênus, Terra, Júpiter, Saturno, Urano, Neturno e Plutão são planetas. _________________________________________ Portanto, todos os planetas não têm brilho próprio. (conclusão) 12 b) Dedutivo do todo para a parte (da generalização para os casos concretos) Ex.: Todo corvo é negro O animal X é um corvo premissas Logo, o animal X é negro conclusão • Duas características distintivas básicas, segundo Salmon (apud LAKATOS e MARCONI, 2017) Argumentos Dedutivos I – Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. II – Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava nas premissas, pelo menos implicitamente. Argumentos Indutivos I – Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente. II – A conclusão encerra informação que não estava nas premissas, nem ao menos implicitamente. No argumento dedutivo, para a conclusão ser falsa, uma ou as duas premissas têm de ser falsas. No argumento indutivo, a premissa pode ser verdadeira e a conclusão falsa. O argumento dedutivo tem o propósito de explicitar o conteúdo das premissas; o indutivo, de ampliar o alcance dos conhecimentos. Os argumentos matemáticos são dedutíveis – por ex., os teoremas euclidianos são demonstrados a partir de postulados e axiomas. Já a lei de Kepler, sobre as órbitas dos planetas, baseou-se em observações indutivas: observou-se que o movimento passado de Marte era elíptico, e induziu-se que o movimento futuro também o será. Dentre as diferentes formas de argumentos dedutivos, temos os argumentos condicionais (se p, então q. /Ora, p. / então q). Ex., Se Fulano tirar nota inferior a 6, será reprovado (se p, então q). Fulano tirou menos que 6 (ora, p.). Conclusão: Fulano será reprovado (então q). c) Hipotético-dedutivo (Karl Popper) “de tentativas e eliminação de erros” Segundo Popper (apud LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 72), a ciência não é conhecimento definitivo, como queriam os empiristas indutivistas, mas sim hipotética e provisória. Popper rejeita a indução e propõe que o único método científico seja o hipotético-dedutivo: toda pesquisa tem sua origem num problema para o qual procuramos uma solução, através de tentativas (conjecturas, hipóteses, teorias) e de eliminação de erros. Não é um método que leva à certeza; a metodologia é como uma arma para caçar problemas e destruir erros, mostrando-nos como podemos detectar e eliminar o erro, criticando as teorias (idem, p.73). Ainda segundo ele, a observação tem papel decisivo na ciência, mas é precedida por um problema, uma hipótese, uma teoria. Ele defende que nossa observação se faz através de ‘expectativas inatas’, é uma “atividade com objetivo; trata-se de uma atividade norteada pelos problemas e pelo contexto de expectativas” (idem, p.75). A observação é guiada por nosso conhecimento anterior, pelas expectativas com as quais nascemos: quando algo inesperado acontece, quando alguma expectativa é frustada, quando uma teoria apresenta dificuldades, entra a observação, que não é o ponto de partida da pesquisa, mas um problema. O crescimento do nosso conhecimento se dá partindo de velhos problemas para novos, através de conjecturas (hipóteses) e refutações. O método hipotético-dedutivo, portanto, pode ser assim resumido: Conhecimento prévio Problema Falseamento/ confirmação Hipóteses, teoria 13 d) Dialético (Karl Marx) “das contradições, da mudança contínua” Segundo a dialética, as coisas são analisadas não como fixas, mas em movimento: nenhum objeto está ‘acabado’, encontra-se sempre em transformação, desenvolvimento; o fim de um processo é o começo de outro. Outro ponto é que as coisas não existem isoladas, separadas e independentes, mas como um todo coerente. Um exemplo dado por Lakatos e Marconi (2017), fala de uma mola de metal, que não pode ser considerada como algo à parte do universo que a rodeia (foi produzida pelo homem, com metal extraído da natureza; sobre ela atuam forças como a gravidade, o calor, a oxidação etc.). Portanto, as coisas não existem a não ser em unidade e em ação recíproca com o meio ambiente, todos os aspectos da realidade prendem-se por laços necessários e recíprocos. Isso leva à necessidade de avaliar uma situação, um acontecimento, uma tarefa, uma pesquisa, do ponto de vista das condições que os determinam e explicam. 9.2 Classificações mais comuns dos tipos de pesquisa As pesquisas podem ser classificadas a partir de diversos pontos de vista. No quadro a seguir são apresentadas essas possibilidades de classificação. A) Quanto à natureza da pesquisa B) Quanto à forma de abordagem do problema e tratamento dos dados C) Quanto aos objetivos da pesquisa D) Quanto aos procedimentos técnicos - Básica (teórica) - Aplicada (prática) - Quantitativa (com o uso de recursos estatísticos) -Qualitativa (tratamento analítico-interpretativo, sem quantificação) - Exploratória (busca se familiarizar com o problema) - Descritiva (descreve as características) - Explicativa (explica as razões) - Bibliográfica - Documental - Experimental - Levantamento - Estudo de campo - Estudo de caso - Participante Os itens sublinhados são os tipos mais adequados às pesquisas em nossa área Obs.: podemos tratar os dados quantitativamente e também qualitativamente, ou seja, usando recursos estatísticos mas também analisando e interpretando as respostas. 9.3 Procedimentos e critérios (como será feita a pesquisa) Nessa etapa do projeto, temos de definir basicamente quais os passos, os procedimentos que utilizaremos para efetuar nossa pesquisa. Primeiro, temos de ver se a pesquisa é teórica ou prática (item A do quadro 10.2). a) pesquisa somente teórica, bibliográfica (ver item D do quadro 9.2) : nesse caso, temos de informar quais os materiais (livros, jornais, sites, etc) que utilizaremos, como vamos tratar os dados (fichamento), como vamos comparar autores. Na Fatec, não se faz pesquisa somente teórica nos trabalhos de conclusão de curso. Síntese Tese Antítese 14 b) pesquisa aplicada: a pesquisa aplicada não exclui a pesquisa bibliográfica, é algo feito além da bibliográfica. Então, temos de informar: como trataremos a bibliografia e também como desenvolveremos a parte prática. Primeiro, temos de ver que tipo de pesquisa prática é (ver item D do quadro 9.2). b1. Se for pesquisa documental – informar que tipo de documentos serão analisados, como serão pesquisados, que critérios serão usados para a análise e como serão tratados os dados obtidos pela análise. b2. Se for pesquisa experimental - informar qual será o experimento, quais os seus componentes,por que escolhemos tais ou tais partes componentes, como será desenvolvido, onde será testado. b3. Se for pesquisa de campo – informar qual a população a ser estudada, qual o tipo e tamanho da amostra que será analisada, como será feita a coleta de dados e como serão analisados os resultados. Além disso, é necessário informar quais os instrumentos que serão usados para coletar os dados (questionários, entrevistas?). Qualquer que seja o tipo de pesquisa, temos de explicar COMO vamos fazer (procedimentos)e QUAIS os critérios que usamos para cada fase do trabalho. 9.4 Etapas do trabalho Finalizando a parte dedicada à metodologia, devemos listar as etapas, os passos que serão dados para a feitura de toda a pesquisa (primeiro isso, depois aquilo, depois....). Exemplos: ETAPAS POSSÍVEIS PARA UMA PESQUISA TEÓRICA (pesquisa somente bibliográfica) a) Revisão da bibliografia b) Fichamento dos dados c) Comparação dos autores d) Análise e discussão dos dados e) Redação do trabalho final ETAPAS POSSÍVEIS PADA UMA PESQUISA DE CAMPO (estudo de campo) a) Revisão da bibliografia b) Fichamento dos dados c) Comparação dos autores d) Escolha da amostra e) Elaboração dos instrumentos (questionário, entrevista) f) Aplicação g) Análise e discussão dos dados h) Redação do trabalho final 15 ETAPAS POSSÍVEIS PADA UMA PESQUISA EXPERIMENTAL (desenvolvimento de um produto, por ex. um site, um manual, uma loja virtual) a) Revisão da bibliografia b) Fichamento dos dados c) Comparação dos autores d) Planejamento do experimento (documentação, materiais e recursos necessários, fases do trabalho) e) Desenvolvimento - construção do projeto, destacando as fases que o compõem, o passo a passo de sua realização f) Testes g) Análise e discussão dos dados h) Redação do trabalho final ETAPAS POSSÍVEIS PADA UMA PESQUISA DOCUMENTAL a) Revisão da bibliografia b) Fichamento dos dados c) Comparação dos autores d) Escolha dos documentos (tipo, quantidade, critérios de escolha, instrumentos de análise) e) Desenvolvimento (análise dos documentos) f) Tratamento dos dados obtidos g) Análise e discussão dos dados h) Redação do trabalho final 10 O sétimo componente (G) - o Cronograma Todo projeto tem de deixar claro o tempo que consideramos necessário para desenvolver a pesquisa. É preciso também planejarmos o tempo de acordo com o que efetivamente dispomos. No caso de um TCC na Fatec, por exemplo, o tempo legal é o da duração dos dois últimos semestres letivos. Aconselhamos, entretanto, que o aluno comece a idealizar e trabalhar no tema do seu TCC o quanto antes, para evitar o estresse e a correria do final do curso. Há várias formas de se fazer um cronograma, que indica mês a mês as atividades que serão realizadas. Podemos fazer uma lista de atividades mensais, ou podemos fazer um gráfico, como o exemplo abaixo, que é para dois semestres. 16 Os títulos dos itens a seguir são apenas ilustrativos: Atividade/Mês (ano XXXX) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 1. Revisão bibliográfica 2. Planejamento metodológico 3. Desenvolvimento do trabalho 4. Análise e discussão dos resultados 5. Redação do trabalho 6. Revisão e entrega Podemos, por exemplo, simplesmente indicar os meses e o trabalho que será realizado: - Janeiro a agosto de XXXX – Revisão bibliográfica; - Fevereiro e março de XXXX – Planejamento metodológico. - Abril de XXXX - ...................... Na verdade, um cronograma é igual a: etapas metodológicas + especificação do tempo que cada item levará para ser executado 17 11 O oitavo componente (H) - Referências Ao final do projeto, temos de listar em ordem alfabética os livros, revistas, sites ou qualquer outro material que consultamos para fazer o projeto e que consideramos importante para o desenvolvimento da futura pesquisa. Todos os autores que forem colocados no texto de um projeto ou monografia têm de estar listados em orem alfabética ao final do trabalho. As citações de obras obedecem às normas da ABNT e devem ser rigorosamente seguidas em qualquer trabalho acadêmico. Abaixo damos exemplos dos vários casos de referenciação. COMO FAZER REFERÊNCIAS (bibliografia) A seguir listamos exemplos de referências, ou seja, modelos para a referenciação ao final do trabalho das obras citadas ou consultadas durante o trabalho. Os títulos de obra podem ser em itálico ou em negrito. Nos títulos, depois de dois pontos, não se põe mais negrito ou itálico. Ex.: JANTSCH, Ari Paulo; BIANCHETTI, Lucídio (organizadores.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995. Os nomes dos autores podem abreviados, mas nunca o último sobrenome. Não é bom abreviar os nomes todos, porque às vezes o primeiro nome é que distingue dois autores com o mesmo sobrenome (por ex., SILVA, que é um sobrenome muito comum). Elementos componentes da referenciação Elementos essenciais para a referenciação: Autor (es), título, edição, local, editora e data da publicação, com a pontuação utilizada conforme o exemplo abaixo. Lembramos que Júnior, Filho, Neto não são sobrenomes (ex. CAMARA JR., J.M. da). GOMES, L.G.F.F. Novela e sociedade no Brasil. 2 ed. Niterói: EdUFF, 1998. BARBOSA FILHO, M. Introdução à pesquisa. 2 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1980. Outro tipo de autoria: Além dos autores propriamente ditos, temos de indicar o nome dos tradutores. Às vezes uma obra tem um compilador (que escolheu os textos, mas não é autor deles), ou organizador, e temos de indicá-los nas referências. Na folha de rosto ou na ficha catalográfica da obra, que vem na contracapa, encontramos todas essas informações. Exemplos: Tradutor - POPPER, Karl R. A lógica da pesquisa científica. Tradução de Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. 7 ed. São Paulo: Cultrix, 1998. Organizador/editor – JANTSCH, Ari Paulo; BIANCHETTI, Lucídio (organizadores.). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995. HONDERICH, Ted (editor). The Oxford companion to philosophy. Oxford: Oxford University Press, 1995. 18 Elementos faltantes: Às vezes, não temos a informação da edição e então não a pomos. Algumas abreviações utilizadas, sempre seguindo a ordem normal da ABNT: - [s. d.] - sem a data - [s. n.] – sem o nome da editora (sine nomine) - [s .l.] - sem indicação do local (sine loco). - [n. p.] - (nec page). Usado quando, nas citações diretas, não temos a página; isso acontece quando estamos citando sites, geralmente. A ABNT não aceita citação direta sem página, e algumas escolas aceitam e outras não. A Fatec SBC aceita. Ex. fictício: BARBOSA, José Maria. O começo do amanhã. [s.l.]: [s.n.], 1950. Elementos complementares: Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares para melhor identificar o documento, como, por exemplo: HOUAISS, Antonio (Ed.). Novo dicionário Folha Webster’s. Inglês/português, português/inglês. Coeditor Ismael Cardim. São Paulo: Folha da Manhã, 1996. Edição exclusiva para o assinante da Folha de São Paulo. MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Museu da Imigração. S.Paulo: catálogo. São Paulo, 1997, 16 p. Modelos de referenciação Com relação a autoria: (podemos abreviar os nomes dos autores e sobrenomes intermediários. O último sobrenome nunca) a) obra com um autor VOZIKIS, Cristos Constantin. Delphi 4: proteção e segurança de banco de dados. São Paulo: Érica, 1999. b) obra com dois autores BOULOS, Paulo.; ZAGOTTIS, Décio Leal de. Mecânica e cálculo: um curso integrado. São Paulo: Edgard Blucher, 1991. (ou separa os 2 autores com ponto e vírgula ou usa ‘e‘) c) obra com três autores AMARAL, Emília; SEVERINO, Antônio; PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do. Novo manual de redação: gramática, literatura, interpretação de texto. São Paulo: Círculo do Livro, 1995. d) obra com mais de três autores - indicar somente o primeiro autor, seguido da expressão latina et al., que significa ‘e outros’) URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994. e) obra com responsabilidade intelectualdiferente de autor (organizador, editor, coordenador etc.) POZO, J. I. (org.). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. GALLO, C.; SALA, M.; SAYIGH, A. A. M. (eds.). Architecture: confort and energy. Amsterdam: Elsevier, 1998. 19 f) obra com outro tipo de responsabilidade (tradutor, revisor, ilustrador etc.) SKINNER, B. J. Recursos minerais da terra. Tradução de Helmut Born e Eduardo C. Damasceno. São Paulo: Edgard Blucher, 1970 (Série Textos Básicos de Geociências). g) obra com autores corporativos (entidades coletivas, governamentais, públicas, particulares etc.) 1) Se o autor for uma entidade (associação, empresa, instituição privada, instituição) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São Paulo – 1992. São Paulo, 1993. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2002. INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Coord. e assist. de José Carlos de Azeredo. 2 ed. São Paulo: Publifolha, 2008. 2) Se o autor for um órgão público. (Entra-se pela denominação do órgão específico; se for genérico, não aparecer o especifico, entra-se pelo nome do órgão superior ou pela cidade, estado ou país) IBGE - FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Normas de apresentação tabular. 3 ed. Rio de Janeiro, 1993. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Exame nacional de ensino: relatório final 1999. Brasília: MEC/INEP, 2000. ESTADOS UNIDOS. Environmental Protection Agency. Superfund innovative technology evaluation. 10 ed. Cincinnati: 1999. 3 v. (EPA/540/R-99/500a-c). BRASÍLIA: MEC – Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN. 1999. SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental. Estudo de impacto ambiental: Relatório de impacto ambiental - RIMA: manual de orientação. São Paulo, 1989. 48 p. 3) Se o autor for um site. Não havendo indicação de autor, entra-se pelo próprio nome do site. Ex.: MICROSOFT. Reimaginando a educação. Disponível em: https://www.microsoft.com/pt-br/education. Acesso em: 30 jul. 2021. h) obra com autoria não expressa (a entrada é feita pelo título, com a primeira palavra em letras maiúsculas) DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993. i) várias obras do mesmo autor ( não repetimos o nome do autor, colocamos uma linha e um ponto): MINAYO, M.C. de S. O desafio do conhecimento. São Paulo:Hucitec, 1993. _____________ . Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis:Vozes, 1994. https://www.microsoft.com/pt-br/education 20 j) várias obras, mesmo autor, no mesmo ano - indicamos o ano acrescentado das letras a, b, c. Exemplo: SILVA, Rosa Virgínia Mattos e. Para uma sócio-história do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2004a. _______________ . O Português são dois: novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo: Parábola, 2004b. Com relação a locais e editoras: k) obra com diferentes locais de publicação e várias editoras NASH, W. A. Resistência dos materiais: resumo da teoria, problemas resolvidos, problemas propostos. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil; Brasília: INL, 1970 (Coleção Schaum). l) obra com mesmo local de publicação e diferentes editoras SANTOS, M. C. L. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: 1894-1984. São Paulo: RUSP/EDUSP/FDTE, 1985. Com relação ao tipo de obra: m) norma técnica e especificação ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro, 2005. n) monografia, dissertação de mestrado e tese YOSHIY, Shimeny Michelato. Gerenciamento de tempo: elaboração de um livro autoinstrucional para estudantes universitários. 2018. 145 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018. DELBEM, M. F. Obtenção de nanocompósitos a partir de polipropileno e argilas esmectitas. 2005. 136 p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. CONTI, M. B. de. Algumas considerações sobre representação e estima de atributos de embarcações. 2004. 1 v. Tese (Livre Docência) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. DI FRANCESCO, F. C. Planejamento estratégico em pequenas empresas construtoras de direção familiar: um estudo de caso. 2005. 100 p. Monografia (MBA em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios) - Programa de Educação Continuada em Engenharia, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. OLIVEIRA, C.; MOURA, S. P. Tic’s na Educação: a utilização das tecnologias da informação e comunicação na aprendizagem do aluno. Dissertação (licenciatura) - PUC Minas, 2015. o) relatório HAYANO, R. H.; KAMINSKI, P. C. Curvas de flexibilidade. São Paulo: Escritório Técnico de Construção Naval, 1990 (Estudo Técnico, 1025-1990). p) catálogo CASE. Escavadeiras série CX: CX130/CX160/CX210/CX240. Contagem: [2002]. 22 p. (03/02- BRCE 01401). Apresenta folhetos explicativos, com especificações, para cada tipo de escavadeira. 21 q) laudo/parecer técnico SÁNCHEZ, Luis Enrique. Contribuição ao anteprojeto de lei sobre proteção do solo e gerenciamento de áreas contaminadas. São Paulo, 2003. 2 p. Parecer técnico apresentado à Secretaria Executiva do CONSEMA, em 14 nov. 2003. SÁNCHEZ, L. E. Degradação ambiental causada por extração de granito. Pedreira Anhanguera S/A, Ribeirão Pires - SP. São Paulo, 2006. 18 p. Parecer técnico apresentado à 3.ª Vara Cível do Foro de Ribeirão Pires - SP, em 07 fev.2006. r) material didático ALONSO-FALLEIROS, N. Mecanismos de corrosão de materiais metálicos. São Paulo: Epusp, 2001. 63 p. Apostila para disciplina de pós-graduação do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, PMT-5827 - Mecanismos de Corrosão de Materiais Metálicos. s) leis Modelo : LOCAL (país, estado ou cidade). Título (especificação de legislação, número e data). Ementa. Indicação da publicação oficial. A palavra Lei deve estar em itálico ou negrito, bem como as palavras Diário Oficial. Exemplos: BRASIL. Decreto-Lei nº 2423, de 7 de abril de 1998. Estabelece critérios para pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de cargos e empregos da administração federal direta e autárquica e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, v.126, n.66, p.6009, 8 abr. 1998. Seção 1, pt1. BRASIL, Decreto 5622 de 19 de dezembro de 2005). Brasília, DF, 2005. (Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional). BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. SÃO BERNARDO DO CAMPO. Decreto legislativo (2002, nº13995). Dispõe sobre os preços públicos dos serviços de fornecimento de água e de coleta de esgoto, e dá outras providências. São Bernardo do Campo, 2002. t) obra em meio eletrônico BRASIL, R. M. L. R. F.; JARDINI, J. A. (Orgs.). A pesquisa na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo: Epusp, 1999. 1 CD-ROM. WHITE, C. Energy potential: toward a new electromagnetic field theory. New York: Campaigner Publications, 1977. 305 p. Disponível em: http://www.wlym.com/pdf/iclc/energypot.pdf. Acesso em: 01 ago. 2005. SAUTCHUK, C. A. Formulação de diretrizes para implantação de programas de conservação de água em edificações . 2004. 308 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica,Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-13122004-145038/. Acesso em: 18 jan. 2006. 22 Com relação a publicações periódicas (revista, jornal, boletim): u) publicação periódica como um todo (jornal, revista, boletim) – os elementos essenciais são: título, local de publicação, editora, data de início e encerramento da publicação, se houver. Podem ser acrescentados outros elementos, se necessário para identificar o documento, como, por exemplo, se é mensal ou anual, e o seu número de indexação (ISSN). O nome do periódico vem todo em maiúsculas. BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Trimestral. SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimensal. ISSN 0035-0362. v) artigo e/ou matéria publicada em revista, jornal ou boletim – põe-se o nome do autor, o nome do artigo, o nome da revista em itálico ou negrito, local, editora, número do volume e/ou ano, fascículo, paginação inicial e final, data. Se não houver autor explícito, entra-se pelo nome do artigo, e a primeira palavra vem em maiúsculas. COSTA, V.R. À margem da lei. Em Pauta. Rio de Janeiro: UERJ, n.12, p.131-148, 1998. AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro: IBRE/FGV, v.38, n.9, set.1984. Edição especial. POLICIAIS acusados de tráfico são presos. Folha de São Paulo. São Paulo, p. C-1, 15 dez. 2001. Folha Cotidiano. Partes de livros: w) parte de livro (capítulo, volume, fragmento) – com autor diferente (organizador). Põe-se o nome do autor do fragmento, nome do fragmento, seguidos da expressão “In” e da referenciação completa da obra. No final, põem-se as páginas onde está o fragmento. ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHIMIDT, J. (orgs.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 7-16. PETTER, M.M.T. Morfologia. In: FIORIN, J.L.(org.). Introdução à linguística II. Princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2003, p.59-79. x) parte de livro (capítulo, volume, fragmento) - do mesmo autor. Põe-se o nome do autor, nome do fragmento sem itálico, seguidos da expressão - No seu - e da referenciação completa da obra. No final, põem-se as páginas onde se encontra o fragmento. BORBA, Francisco da Silva. Teoria da oração. No seu Teoria Sintática. São Paulo:T.A.Queiroz, 1979, p.25-46. MEDEIROS, João Bosco. Noções sobre texto. No seu Português Instrumental. 3 ed. São Paulo:Atlas, 1998, p.30-41. y) a indicação do capítulo ou volume do livro se faz depois da data. REALE, G.; ANTISERI, D. História del pensamiento filosófico y científico. Barcelona: Editorial Herder, 1988. V. III. RICHARDSON, R.J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999. Capítulos 5 e 6. 23 Entrevistas ou depoimentos: z) modelo SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo (se houver). Data da publicação. Local da publicação. Entrevista concedida a fulano de tal. Exemplos: SILVA, A. A. Mulheres no ataque: depoimento. 9 jun. 1996. São Paulo: Revista da Folha de São Paulo. Entrevista concedida a Cristiana Couto. MERCURE, R. A. O mercado de trabalho de TI no Brasil. 10 abr. 2010. Entrevista concedida a José Ricardo Berger. KOUTZII, Flávio. A Guerra do Golfo e suas consequências na América Latina. Porto Alegre, UFRGS. 13 mar. 1991. Palestra ministrada aos professores, alunos e funcionários da FABICO. 12 O nono componente (I) - Anexos Anexos são documentos não elaborados pelos autores do projeto (documentos feitos por outra pessoa). Se for necessário para esclarecer ou justificar o projeto, pode-se anexar a ele algum documento. Os anexos vêm depois das referências. Não é parte obrigatória do projeto. Se o documento for elaborado pelos próprios autores da pesquisa, chama-se apêndice. Não é comum se colocarem anexos ou apêndices num projeto. ........................................................................................................................................................ Referências bibliográficas desta apostila ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10520 e NBR 6023.2002. Disponível em: www.abnt.org.br. Acesso em: out. 2019. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010. DUARTE, Jacy Marcondes. Manual de normalização de Trabalhos de Conclusão de Curso da Fatec São Bernardo. São Bernardo: Fatec SBC, 2021. Disponível em: http//www.fatecsbc.edu.br. FREITAS JUNIOR, Vanderlei et al. A pesquisa científica e tecnológica. Espacios. Vol. 35 (n. 9), p.12, 2014. Disponível em: https://www.revistaespacios.com/a14v35n09/14350913.html. Acesso em: 21 jul. 2021. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2017. GOMES, Josir Simeone. O método de estudo de caso aplicado à gestão de negócios: Textos e casos. São Paulo: Atlas, 2006 GONSALVES, Elisa Pereira. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. 6 ed. Campinas, São Paulo: Alínea, 2019. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. 7 ed. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2017 MATTAR João. Metodologia científica na era digital. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2019. https://www.revistaespacios.com/a14v35n09/14350913.html