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Com a globalização, entramos no século XXI extraindo cada vez mais recursos naturais para, por exemplo, cons- truir moradias, irrigar plantações e fornecer matérias-primas para a indústria. Além disso, boa parte desses recursos é explorada ilegalmente ou sem planejamento adequado, aumentando a degradação do meio ambiente e comprome- tendo a demanda das gerações futuras. Uma característica marcante do início do século XXI é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais que afetam a vida de milhões de pessoas, como a poluição do ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de água potável e as mudanças climáticas. Na fotografia, via em Lucknow, Índia (2016), onde é possível observar o forte impacto das emissões de poluentes pelos veículos e pelas indústrias, fato que, além de comprometer o meio ambiente, reduz significativamente a qualidade de vida da população. A ZA M H U SA IN /B A R C R O FT IM A G ES /G ET TY IM A G ES C A P Í T U L O 62 Unidade II – Globalização, sociedade e meio ambiente Globalização e meio ambiente4 62 – 1o BIMESTRE https://mega.nz/file/ewoESSzK#kpMYz7609hoPO-sZWpPP2yoiP9PaA6SgwZSTLyevY-0 https://drive.google.com/file/d/143Snf6H1NVmrA7bvDELzmvo1nUwoEto0/view?usp=sharing EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 0° 0° OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO <200 Sem dados 910 Quilogramas de lixo per capita/ano O CONSUMO E A PRODUÇÃO DE LIXO A oferta abundante de produtos, a indução ao consumo e a obsolescência progra- mada levam as pessoas a comprar mais do que necessitam. O consumo excessivo levanta a questão sobre a utilização em escala crescente dos recursos naturais do planeta, com a intensificação da intervenção humana no ambiente terrestre. O ciclo do consumo é alimentado pela busca de lucros cada vez maiores por parte das empresas e pela entrada de mercados emergentes, que ampliam as perspectivas de agravamento do consumismo nas próximas décadas. Atualmente, em vários países desenvol- vidos, vem aumentando o desperdício e a quantidade de lixo produzido. Na fotografia ao lado, podemos observar uma rua repleta de lixo eletrônico descartado. Atualmente, o volume de lixo sólido pro- duzido no mundo é de 1,3 bilhão de toneladas por ano, e as expectativas são de que, em 2025, chegue a 2,2 bilhões de toneladas por ano. Estados Unidos, Nova Zelândia e Noruega são os países que mais geram lixo per capita no mundo: mais de 2,5 kg por dia. Observe o mapa abaixo. Televisões e computadores descartados incorretamente em Le Havre, França (2017). PLANISFÉRIO: PRODUÇÃO DE LIXO (2016) Fonte: HÖHR, Rafa; RIPA, Jaime. Qual país produz mais lixo? El país, 18 out. 2016. Disponível em: <https://brasil.elpais. com/brasil/2016/10/11/economia/1476178323_104642.html>. Acesso em: 12 mar. 2018. NE LO SE S N NO SO 2430 km SO N IA V A Z C H A R LY T R IB A LL EA U /A FP /G ET TY IM A G ES Capítulo 4 – Globalização e meio ambiente 63 1o BIMESTRE – 63 https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/11/economia/1476178323_104642.html https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/11/economia/1476178323_104642.html https://youtu.be/BNcjfgYkH_I A QUESTÃO DA ÁGUA Associado ao aumento da produção industrial e agrícola, o abastecimento de água é um problema que se coloca como risco imediato à vida na Terra. Alguns países sofrem com a carência de água potável. Os problemas no consumo De acordo com o Relatório do Desen- volvimento Humano de 2015, parte significativa do consumo de água no planeta correspondia à irrigação agrí- cola, o que indica que houve aumento da oferta de alimentos, mas também que a atividade tem um padrão insus- tentável de utilização dos solos e da água. Assim, o volume de água dispo- nível para suprir necessidades de popu- lações cada vez mais numerosas está diminuindo. Observe, na tabela ao lado, a quanti- dade de água necessária para produzir cada tipo de produto consumido pela população. O uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo de esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exem- plo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, tornando as águas impróprias para o consumo. MÉDIA MUNDIAL DO USO DE ÁGUA PARA A PRODUÇÃO Produto Quantidade de água (litro/kg) Açúcar 1 782 Alface 237 Arroz 2 497 Banana 790 Batata 287 Carne bovina 15 415 Chocolate 17 196 Frango 4 325 Laranja 560 Maçã 822 Macarrão 1 849 Manga 1 800 Manteiga 5 553 Milho 1 222 Pão 1 608 Queijo 3 178 Tomate 214 A disputa pela água Os recursos hídricos de rios, lagos e aquíferos subterrâneos são muitas vezes compartilhados por dois ou mais países. Atualmente, já existem áreas que enfrentam proble- mas de abastecimento, como ocorre entre o Egito e o Sudão, que compartilham as águas do rio Nilo, e entre Turquia, Iraque e Síria, que fazem uso das águas do rio Eufrates. Em poucos anos, o controle da água pode se tornar uma das principais disputas entre povos e Estados. PRODUCT gallery. Water footprint. Disponível em: <http:// waterfootprint.org/en/resources/interactive-tools/product- gallery/>. Acesso em: 22 ago. 2018. 64 Sugestão para o estudante: ORGANIZAÇÃO das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Disponível em: <http://www.fao.org/brasil/pt/>. Acesso em: 20 ago. 2018. Neste site é possível ter acesso a notícias e projetos realizados pela FAO. 64 – 1o BIMESTRE http://waterfootprint.org/en/resources/interactive-tools/product-gallery/ http://waterfootprint.org/en/resources/interactive-tools/product-gallery/ http://waterfootprint.org/en/resources/interactive-tools/product-gallery/ http://www.fao.org/brasil/pt/ https://mega.nz/file/j4o0iYZQ#NBy2itMqNsWg3lIZPp6_SIKmSYm6Sh0s66s_jcbawQ8 https://www.youtube.com/watch?v=jIJOOfOpUYs USO DA ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL De acordo com os dados da ONU, as indústrias representam cerca de 19% no consumo total de água potável disponível no mundo. As cadeias industriais utilizam a água de diversas formas: na lavagem de equipamentos, materiais e instalações, nos sistemas de refrigeração, na geração de vapor para produzir energia e no processo de produção das mercadorias. em pr át ic a Após o uso nos processos industriais, a água é transformada em efluentes, car- regando para o meio ambiente diversos tipos de materiais e resíduos tóxicos, como metais pesados, dependendo do setor e das tecnologias adotadas. Observe os dados da tabela abaixo. Eles representam os percentuais de extração da água no setor industrial em diversas regiões do mundo. MUNDO: PERCENTUAL DE EXTRAÇÃO DA ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL Continentes Extração da água no setor industrial (%) África 4 Américas 37 Ásia 10 Europa 54 Oceania 15 Elaborado com base em dados obtidos em: FAO. AQUASTAT. 2016. Disponível em: <http://www.fao.org/nr/water/aquastat/tables/WorldData-Withdrawal_ eng.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2018. Com base nos dados do quadro acima, elabore um gráfico de barras e responda às questões a seguir. Lembre-se: para elaborar o gráfico, utilize um papel milimetrado. O eixo horizontal deve ser representado pelos continentes e o eixo vertical deve conter os percentuais. Cada centímetro do eixo vertical deve corresponder a 5%. 1 Quais continentes apresentam os maiores percentuais de extração de água para o uso industrial? 2 Que razões levam esses continentes a apresentar percentuais mais elevados? Água usada para resfriar aço quente em complexo industrial na cidade de Sault Ste. Marie, Canadá (2018). JU ST IN T A N G /T H E C A N A D IA N P R ES S/ A P PH O TO /G LO W IM A G ES 65 Respostas 1o BIMESTRE – 65 http://www.fao.org/nr/water/aquastat/tables/WorldData-Withdrawal_eng.pdf http://www.fao.org/nr/water/aquastat/tables/WorldData-Withdrawal_eng.pdf Cerca de 30%da radiação solar (infravermelha) volta para o espaço. Energia solar Radiação solar (calor) absorvida pela Terra A superfície da Terra irradia calor de volta para a atmosfera O escudo de gases estufa retém o calor O desmatamento impede maior absorção de CO2 Escudo de dióxido de carbono e metano que aprisiona mais calor na troposfera A decomposição de matéria orgânica em arrozais, pântanos, oceanos, depósitos de lixo e no sistema digestório de animais produz metano A queima de combustíveis fósseis nas indústrias e nos veículos libera CO2 Geladeiras, solventes, aerossóis e ar-condicionados liberam CFCs O vapor de água liberado pelo aquecimento dos oceanos contribui para a elevação da temperatura da atmosfera CFC Sigla de clorofluorcarboneto, grupo de compostos químicos empregados, principalmente, em aerossóis e sistemas de refrigeração. Em contato com a atmosfera, o CFC destrói a camada de ozônio. Fonte: ALMANAQUE Abril 2007. São Paulo: Abril, 2007. p. 215. Consequências do aquecimento Acredita-se que os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis: furacões, ondas de calor, secas e enchentes estão mais frequentes e intensos. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Outra consequên- cia dessas mudanças é a alteração da biodiversidade, com a possível extinção de várias espécies animais e vegetais. O furacão Irma atingiu diversas cidades da América Central e da América do Norte em 2017. Na fotografia, destruição causada na cidade de Philipsburg, na ilha de São Martinho. O AQUECIMENTO GLOBAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Muitos cientistas afirmam que o aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera e estaria, portanto, atrelado às ativida- des humanas. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido e gera as condições ideais para o desenvolvimento e a manutenção da vida no planeta. O aquecimento global acontece quando aumenta o percen- tual desses gases na atmosfera. Os gases de efeito estufa origi- nam-se da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural; de queimadas; do desmatamento; assim como da decomposição da matéria orgânica. A liberação de CFC na atmosfera também agrava o efeito estufa. A N D ER SO N D E A N D R A D E PI M EN TE L ATMOSFERA: GASES ESTUFA Contribuição estimada dos gases estufa para o aquecimento da Terra CO2 53% CFCs 12% Metano 17% Outros 18% G ER B EN V A N E S/ A FP /G ET TY IM A G ES 66 Na contramão da opinião científica, o professor afirma que o planeta está esfriando e não esquentando. Se- gundo Molion, a Terra já passou por quatro períodos quentes, alternados com outros mais frios. “O mundo está resfriando, o Sol tem ciclo de 100 anos, ele já está ‘no mínimo’ desde 2008, o que leva os oceanos a esfriar”. O HOMEM não controla o clima global e mundo está esfriando, diz professor. Folha de S.Paulo, 3 jun. 2014. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/06/1464294-homem-nao- controla-o-clima-global-e-mundo-esta-esfriando-diz-professor.shtml>. Acesso em: 29 ago. 2018. Texto complementar Apesar de grande parcela da comunidade científica se mostrar convencida de que a ação humana tem provo- cado alterações climáticas globais, alguns estudiosos defendem que a ameaça do crescente aquecimento não existe e que suas evidências não passam de manipulação incorreta dos dados ou de eventos naturais comuns à história ambiental da Terra. No Brasil, o professor Luiz Carlos Molion é um dos prin- cipais “céticos” em relação ao aquecimento antrópico, como mostra o texto a seguir. Aquecimento global “Não existem mudanças cl imáticas atualmente, o homem não controla, abso- lutamente, o clima global. Na verdade, vai haver um ligeiro esfriamento global nos próximos 15 anos”, de- clarou Molion [...] no segun- do e último dia do Fórum de Sustentabilidade, promovido pela Folha. Polêmico, o pro- fessor prega que os mode- los climáticos usados pela maioria dos ambientalistas e climatologistas estão er- rados. Com isso, todas as projeções de aumento de temperatura “são fictícias”, segundo Molion. O professor usa o exemplo do gás carbô- nico, cuja emissão é criticada pela maioria dos ambientalis- tas. De acordo com Molion, o mundo natural – plantas, ani- mais, o mar – joga, por ano, 200 bilhões de toneladas de CO2 no ar; a ação humana, no entanto, é responsável por “apenas 7 bilhões” de toneladas. “O gás carbônico não controla o clima global, não faz sentido essa discus- são toda em cima da emissão de gás carbônico. Ele não é um vilão, não é tóxico, é o gás da vida. Se acabasse o gás carbônico, acabariam as plantas”, fala Molion. [...] 66 – 1o BIMESTRE https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/06/1464294-homem-nao-controla-o-clima-global-e-mundo-esta-esfriando-diz-professor.shtml https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/06/1464294-homem-nao-controla-o-clima-global-e-mundo-esta-esfriando-diz-professor.shtml https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/06/1464294-homem-nao-controla-o-clima-global-e-mundo-esta-esfriando-diz-professor.shtml https://mega.nz/file/aswkEYJJ#43hBayLcGg_vzz5AOZA0Q1SY_c9WQuzmrKY5y2SSXtc https://www.youtube.com/watch?v=3rG7UblLTgw As mudanças climáticas e a produção de alimentos As mudanças climáticas também podem afetar a produção agrícola e a pecuária, criando um cenário de insegurança alimentar em diversas regiões do mundo. Eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais ou fortes secas, afetam direta- mente as áreas destinadas aos cultivos agrícolas e às pastagens. Observe a ilustração a seguir. Fonte: MORAES, Flávia. Mudanças no clima reduzem produção de alimentos. O Eco, 9 abr. 2014. Disponível em: <http://www.oeco. org.br/noticias/28191- mudancas-do-clima- reduzem-producao-de- alimentos/>. Acesso em: 23 abr. 2018. Além de causar danos à produção de alimentos de forma quantitativa, as mudanças climáticas poderão afetar a qualidade dos produtos, diminuindo a diversidade que existe atualmente. Ler o texto O impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos em todo o mundo tem o potencial de levar à morte extra de 529 mil adultos em 2050. É o que calculam pesquisadores da Universidade de Oxford, em uma avaliação sobre 155 países, em estudo publicado nesta quarta-feira, 2, na revista médica The Lancet. Os autores, liderados por Marco Springmann, levaram em conta que as consequências da perda de produção podem ir além da redução imediata na oferta de alimento, que seria o pro- blema mais óbvio, mas também levar a mudanças na composição da dieta e no peso corporal dessas populações, que igualmente poderiam levar a mortes. Entre essas mudanças, eles consideraram fatores como a redução do consumo de frutas e vegetais e aumento no de carne vermelha, ligados ao sobrepeso. “Isso tudo aumenta a in- cidência de problemas como doenças cardíacas, derrames e câncer, assim como a morte por essas doenças”, afirmou Springmann em comunicado à imprensa. GIRARDI, Giovana. O impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos em todo o mundo tem o potencial de levar à morte extra de 529 mil adultos em 2050. O Estado de S. Paulo, 2 mar. 2016. Disponível em: <http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,impacto-do-clima-na-producao- de-alimentos-pode-causar-meio-milhao-de-mortes-em-2050,10000019229>. Acesso em: 9 mar. 2018. • De acordo com o texto, como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alimentos e a saúde humana? A D IL SO N S EC C O Pequenos produtores com menos recursos precisarão de mais apoio para se adaptar – como auxílio em caso de desastre, seguro de sua pro- priedade e previsões do tempo. Produção agrícola e áreas de pastagens devem diminuir em muitos locais Nordeste do Brasil Milho –10% Arroz –14% Trigo –14% Trigo –9% Arroz–10% Milho –3% Feijão –1,5% Feijão –4% Pasto para carne e leite –4% América Central Leste da África Nova Zelândia 67 Texto complementar Efeitos das mudanças cli- máticas na agricultura Embora aparentemente distantes, as mudanças climá- ticas também ocorrerão no Brasil e, talvez, com efeitos mais danosos pela vulnera- bilidade histórica que o país apresenta a desastres natu- rais, como secas, enchentes e deslizamentos de encostas. [...] Essas mudanças afetam diretamente a agricultura e as áreas f lorestais brasilei- ras. [...] Embora a valoração dessas alterações seja im- praticável, já se antevê uma perda significativa de biodi- versidade pela dificuldade de adaptação desses biomas a mudanças climáticas da or- dem de poucas décadas [...]. Alguns estudos simulando os impactos sobre a agricul- tura por meio de modelos matemáticos foram apresen- tados por Siqueira [...] para o trigo, milho e soja, por Ma- rengo [...] e Assad et al. [...] para o café, e por Nobre et al. [...] para o milho, feijão, ar- roz, soja e café. Estes autores apresentam ainda as perdas econômicas anuais provo- cadas pelo aumento de 1 oC na temperatura, chegando a valores de 375 milhões de dólares para o café, somando os estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, e 61 mi- lhões de dólares para o milho em São Paulo. Além desses, outros estudos contemplam efeitos sobre pragas, doenças, solos e outros aspectos do sistema produtivo agrícola. PELLEGRINO, Giampaolo Queiroz; ASSAD, Eduardo Delgado; MARIN, Fábio Ricardo. Mudanças climáticas globais e a agricultura no Brasil. Multiciência, Campinas, v. 8, p. 139-162, 2007. 1o BIMESTRE – 67 http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://www.oeco.org.br/noticias/28191-mudancas-do-clima-reduzem-producao-de-alimentos/ http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,impacto-do-clima-na-producao-de-alimentos-pode-causar-meio-milhao-de-mortes-em-2050,10000019229 http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,impacto-do-clima-na-producao-de-alimentos-pode-causar-meio-milhao-de-mortes-em-2050,10000019229 http://www.mudancasdoclima.com.br/ CONFERÊNCIAS MUNDIAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE Conscientes dos graves danos ambientais que podem ocorrer com o aquecimento global, muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, organizadas pelas Nações Unidas, como a Rio-92, a Rio+10, a Rio+20 e a Conferência de Kyoto, para discutir o assunto e propor medidas a serem adotadas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio- -92 ou Eco-92) promoveu o debate sobre aliar o crescimento e o desenvolvimen to socioeconômico à conservação dos recursos naturais. Como resultado, foram elabo- rados alguns documentos importantes, entre eles a Carta da Terra, as convenções sobre Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda 21. Em 2002 aconteceu em Johanesburgo (África do Sul) a Conferência das Nações Uni- das sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio-92 e renovar os compromissos políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes. O encontro, no entanto, frustrou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evi- dente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de conservar os recursos e a qualidade de vida na Terra. O desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza e a economia verde tam- bém foram temas da conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro após 20 anos da Rio-92. Durante a conferência, diversos movimentos sociais, inclusive de povos indí- genas, protestaram em defesa do meio ambiente e das causas sociais, como se pode observar na fotografia abaixo. Grupos indígenas protestam durante a realização da conferência Rio+20 no Rio de Janeiro, RJ (2012). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apresenta 17 objetivos para transformar o mundo, visando acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e promover o bem estar, entre outras propostas. R A FA EL S A N C H EZ F A B R ES /L AT IN C O N TE N T/ G ET TY IM A G ES 68 • 68 – 1o BIMESTRE https://drive.google.com/file/d/1hrTRImFwx5Dvsu8sChRmklZEDZWZjBGm/view?usp=sharing Conferência de Kyoto Várias conferências foram feitas, sempre organizadas pelas Nações Unidas. Uma das mais importantes foi a 3a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de Kyoto. Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases de efeito estufa e promover a adoção de mecanis- mos de flexibilidade que propiciem aos países em desen- volvimento atingir os objetivos de redução desses gases. O Protocolo de Kyoto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. Os organizadores tiveram dificuldades para aprovar o protocolo porque, em 2001, os Estados Unidos o o rejeitaram. O tratado só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo número mínimo de países para que ele pudesse vigorar. Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os Estados desenvol- vidos cortariam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziriam suas emissões depois de 2012. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2014, confirmou o previsto: os avanços foram ínfimos e o acordo fracassou. As novas propostas de redução, previstas para ocorrer até o ano de 2020, contaram com adesão de poucos países. COP Em 2015, em Paris, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-21), com o objetivo de propor um novo acordo, mais flexível a todos os países. No documento assinado nessa conferência, os países se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, buscando priorizar energia limpa, mas não estabele- cem metas nem valores. Com propostas pouco claras e com ações voluntárias dos países, o encontro foi considerado um fracasso por muitos especialistas no assunto. A COP-22, realizada no ano seguinte, teve como objetivo iniciar a elaboração de regras para os países que aderiram à COP-21. A COP-23, realizada em 2017, teve como foco a diversidade de iniciativas e compromissos, além de maior ambição nas propostas. Símbolo da COP-22, realizada em Marrakech, Marrocos, em 2016. R EP R O D U Ç Ã O /C O P2 2 69 Texto complementar A respeito da Conferência Rio+20, Roberto Guimarães ressalta que: Dadas as reflexões em tor- no da Rio+20, não cabe dú- vida que a inação política foi o principal motivo para seu fracasso, que apenas atendeu aos antigos discursos que já provocam o desenvolvimento insustentável e que geraram aquela que foi a pior crise financeira do século no final do ano de 2008, considera- da para muitos a pior crise financeira desde 1929 [...], com graves consequências ambientais e sociais. Recor- dando as palavras do docu- mento que o Brasil levou à Conferência do Rio em 1992: “em situações de extrema pobreza, o indivíduo margi- nalizado da sociedade e da economia nacional não tem nenhum compromisso para evitar a degradação ambien- tal, uma vez que a socieda- de não impede sua própria degradação como pessoa” (GUIMARÃES, 1991, p. 17). GUIMARÃES, Roberto Pereira; FONTOURA, Yuna Souza dos Reis da. Rio+ 20 ou Rio-20?: crônica de um fracasso anunciado. Ambiente & Sociedade, v. 15,n. 3, 2012. Observação Nas páginas 68 e 69 trabalha- mos, novamente, com aspec- tos da habilidade EF09GE02. Sugestões para o professor: Para saber mais sobre as Conferências, acesse: NAÇÕES Unidas no Brasil (ONU). Acordo de Paris. Disponível em: <https://nacoesunidas. org/acordodeparis/>. Acesso em: 20 ago. 2018. BRASIL. Protocolo de Kyoto. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/editoria/meio- ambiente/2010/11/protocolo-de-quioto>. Acesso em: 20 ago. 2018. BRASIL. Rio+20. Disponível em: <http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20. html>. Acesso em: 20 ago. 2018. 1o BIMESTRE – 69 https://nacoesunidas.org/acordodeparis/ https://nacoesunidas.org/acordodeparis/ http://www.brasil.gov.br/editoria/meio-ambiente/2010/11/protocolo-de-quioto http://www.brasil.gov.br/editoria/meio-ambiente/2010/11/protocolo-de-quioto http://www.brasil.gov.br/editoria/meio-ambiente/2010/11/protocolo-de-quioto http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html INVESTIMENTOS MUNDIAIS EM ELETRICIDADE E COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS (2005-2015) Elaborado com base em dados obtidos em: SAWIN, Janet L. Energias renováveis 2016: relatório da situação mundial. Paris: REN 21, 2016. OS RECURSOS ENERGÉTICOS E O MEIO AMBIENTE O aumento da demanda global por recursos energéticos, em especial por parte dos países emergentes, que enfrentam o rápido processo de industrialização e crescimento econômico, tem gerado preocupações quanto à segurança energética e um maior inte- resse em buscar fontes de energia consideradas sustentáveis e que tenham poder de gerar menos impactos negativos no meio ambiente. Para atender a essas necessidades, foram efetuados, nas últimas décadas, amplos inves- timentos em fontes de energia renováveis, isto é, aquelas que se recompõem na natureza em um tempo curto e, portanto, são inesgotáveis, como a eólica e a solar. Os investimentos nessas fontes de energia têm o objetivo de substituir as fontes con- vencionais, consideradas não renováveis, isto é, provenientes de matéria orgânica, que leva milhões de anos para se decompor, não havendo tempo hábil para se renovar na escala de vida humana, como os derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel), gás natural e carvão mineral. Observe o gráfico a seguir. in te gr ar co nh ec im en to s G eo gr af ia e C iê nc ia s 1 No período apresentado, como é possível avaliar os investimentos totais mundiais em energias renováveis? 2 Quais países lideram esse tipo de investimento? 3 Qual a importância desse tipo de investimento para o meio ambiente e para a quali- dade de vida da população? 73 112 154 182 179 239 279 257 234 273 286 53 83 20 29 46 60 64 75 87 106 98 131 156 108 123 114 164 191 151 136 142 130 Total mundial Países com maior desenvolvimento China, Índia e Brasil Outros países em desenvolvimento200 150 100 0 50 300 250 2005 20152007 2008 2009 2010 20112006 2012 2013 2014 Ano In v e st im e n to s (e m b ilh õ es d e d ó la re s) A D IL SO N S EC C O 70 https://mega.nz/file/aswkEYJJ#43hBayLcGg_vzz5AOZA0Q1SY_c9WQuzmrKY5y2SSXtc Agora, observe as características das principais fontes de energia e suas consequências para o meio ambiente: TERMELÉTRICA As usinas termelétricas utilizam energia obtida a partir da queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo, gás natural e carvão mineral. Quando queimados, os combustíveis fósseis emitem gases de efeito estufa, tais como monóxido e dióxido de carbono, que poluem a atmosfera e contribuem para o aquecimento global, além de serem responsáveis pela formação de chuva ácida e outros efeitos nocivos. Adicionalmente, quando o petróleo é extraído do fundo do mar e transportado para o continente, podem ocorrer vazamentos, contaminando os mares e prejudicando os animais marinhos. HIDRELÉTRICA As usinas hidrelétricas produzem energia a partir do deslocamento de um grande volume de água represada, capaz de movimentar turbinas e acionar um gerador elétrico. Apesar de ser considerada renovável, a implantação das usinas hidrelétricas exige que amplas extensões de terras sejam inundadas, prejudicando o ecossistema do entorno, ou seja, o hábitat de muitas espécies de animais e plantas, bem como de comunidades tradicionais, como as ribeirinhas. EÓLICA As usinas eólicas obtêm energia a partir da força do vento, capaz de movimentar hélices ligadas a uma turbina e acionar um gerador elétrico. Trata-se de um tipo de energia considerado renovável e limpo e, por isso, está entre as fontes que mais receberam investimentos nos últimos anos. Entre os poucos impactos negativos que provoca no meio ambiente, pode-se citar a poluição visual e sonora. SOLAR Energia obtida a partir da captação do calor do Sol, por meio de coletores solares ou painéis chamados fotovoltaicos. Trata-se de um tipo de energia considerado limpo e renovável. Apesar do seu alto custo de implantação, é o tipo de energia mais procurado para substituir as fontes convencionais. Os poucos impactos ambientais estão relacionados às placas solares, pois é necessária a exploração de minério para que elas sejam fabricadas. NUCLEAR As usinas nucleares obtêm energia a partir da fissão de núcleos dos átomos de urânio dentro de um reator. A fissão produz radiação e calor, que se transformam em eletricidade. Como o urânio é um metal pesado e radioativo, trata-se de uma fonte não renovável e questionável, pois tem alta capacidade de contaminar o meio ambiente caso ocorra um acidente nuclear. Além disso, o depósito final dos dejetos radioativos é algo custoso e perigoso. 4 De acordo com o que já foi trabalhado, sistematize as informações e construa, no caderno, um quadro como o do modelo abaixo. Fonte de energia Características Impactos ambientais Termelétrica Hidrelétrica Eólica Solar Nuclear 5 Após preencher o quadro, em seu caderno, escreva um pequeno texto apresentando as fontes de energia que abastecem o lugar onde você vive e que tipos de fontes re- nováveis você considera as mais adequadas para receber investimentos nessa região. Justifique a sua opinião. A LE X A R G O ZI N O Elaborado com base em dados obtidos em: EPE. Fontes de energia. Disponível em: <http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia>. Acesso em: 12 nov. 2018. 71 Respostas 1o BIMESTRE – 71 http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/fontes-de-energia at ividades 1 Observe as informações abaixo e comente a relação entre o aumento da população e a es- cassez de água. população total projeção 8,9 bilhões 4 bilhões talvez vivam em países com escassez crônica de água população total 6 bilhões 0,5 bilhão vivia em países com escassez crônica de água 2000 2050 Fonte: CLARKE, R.; KING, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005. p. 23. 2 Leia a reportagem a seguir e converse com os seus colegas sobre os motivos do crescimento dos conflitos por água no Brasil. Conflitos por água crescem 150% no Brasil em 5 anos, aponta estudo O número de conflitos por água no país cresceu 150% entre 2011 e 2016, saltando de 69 para 172. Os dados são do levantamento “Conflitos no Campo Brasil 2016”, divulgado nesta segunda-feira (17) pela CPT (Comis- são Pastoral da Terra). Segundo a entidade, os conflitos atingiram 44 mil famílias no ano passado e chegaram ao maior número desde 2002 – quando a pesquisa desse tipo de dispu- ta começou a ser feita pela comissão. Dos 172 conflitos de 2016, 101 (58%) ocor- reram por decisões de uso e preservação da água; 54 (31%) por criação de barragens e açu- des e 17 (10%) por apropriação particular. A ER IC S O N G U IL H ER M E LU C IA N O região com maior número de conflitos é o Sudes- te – número que cresceu depois do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro de 2015. O maior número de famílias atingidas, entretanto, está no Norte: 16 mil.MADEIRO, Carlos. Conflitos por água crescem 150% no Brasil em 5 anos, aponta estudo. Uol, 17 abr. 2017. Disponível em: <https:// noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas- noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua- crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta- estudo.htm>. Acesso em: 7 mar. 2018. 3 Observe a tira abaixo e, em seguida, responda às questões. a) b) c) Explique as prováveis causas do aqueci- mento global e aponte a origem dos gases de efeito estufa. Quais são as consequências do aquecimen- to global? Apesar da preocupação de Calvin, seus há- bitos contribuem para o aquecimento glo- bal? Justifique. Tira de Calvin e Haroldo, de Bill Watterson, publicada em O Estado de São Paulo em 20 de julho de 2017. 72 Respostas https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/04/17/conflitos-por-agua-crescem-150-no-brasil-em-5-anos-aponta-estudo.htm 4 O que é o Protocolo de Kyoto e quais são suas principais resoluções? 5 Com base na charge abaixo, escreva um texto em seu caderno sobre a relação entre o consumismo e o meio ambiente. Discuta o assunto com os colegas. Avaliem se todos apresentam o mesmo ponto de vista e anotem as opiniões divergentes. 6 Leia o trecho do texto e responda às questões abaixo. Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017 Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 gigawatts (GW) em 2017, aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O segmento terminou o ano com 508 parques em operação. A potência eólica instalada chegou a 8,2% da matriz elétrica do país, praticamente empatando com a geração térmica a gás natural, que tinha 13 GW de potência e 8,3% da matriz. Segundo a associação, em média, 18 milhões de residências foram abastecidas mensalmente pela fonte eólica em 2017. Com isso, o Brasil ultrapassou a Itália no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, na 9a posição. Até 2023, a Abeeólica estima que a potência instalada de energia eólica vai chegar a 18,639 GW. Serão construídos mais de 252 novos parques já contratados. [...] A Abeeólica estima que cada MW instalado gera 15 postos de trabalho. Até o momento, são 180 mil postos de trabalho criados. MAIA, Camila. Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017. Valor Econômico, 9 jan. 2018. Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/5251365/capacidade-instalada-de-energia- eolica-no-pais-tem-alta-de-19-em-2017>. Acesso em: 12 mar. 2018. a) b) c) Por que houve ampliação da produção da energia eólica no Brasil? Quais os efeitos do uso desse tipo de energia sobre o meio ambiente? De acordo com a notícia, qual o impacto da implementação desses projetos na oferta de empregos? © M O IS ÉS Charge Consumismo aborda a compra de geladeira por pinguins. Publicada em 1o de março de 2014 por Moisés. 73 Respostas 1o BIMESTRE – 73 http://www.valor.com.br/brasil/5251365/capacidade-instalada-de-energia-eolica-no-pais-tem-alta-de-19-em-2017 http://www.valor.com.br/brasil/5251365/capacidade-instalada-de-energia-eolica-no-pais-tem-alta-de-19-em-2017 http://www.valor.com.br/brasil/5251365/capacidade-instalada-de-energia-eolica-no-pais-tem-alta-de-19-em-2017 para refletir O SÉCULO XXI SERÁ MARCADO PELOS CONFLITOS POR CAUSA DA ÁGUA ? De acordo com dados de 2017, pesquisados pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 180 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a serviços básicos de fornecimento de água potável. Apesar de ser um direito universal, em muitos locais o acesso à água potável é limitado, seja pela escassez hídrica, seja por danos causados nas redes de abastecimento pelos conflitos armados. A maior parte da população que sofre com a falta de água atualmente vive em países afeta- dos por guerras civis, elevada violência e instabilidade política e econômica. Acredita-se, entretanto, que, com as mudanças climáticas, a escassez hídrica em diversas regiões do mundo aumentará, marcando o século XXI por conflitos em torno da água. Leia a reportagem a seguir. As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo “Rivalidade” vem do latim rivalis, ou “aquele que usa o mesmo rio que o outro”. Na raiz da antiga palavra espelham-se os conflitos do presente, onde países, comunidades ou pro- víncias disputam as águas que compartilham. Com a perspectiva da escassez hídrica afetar dois terços do mundo até 2050, criam-se as condições ideais para um século marcado por conflitos em torno da água. Uma nova análise encomendada pelas Nações Unidas revela que mais de 1 400 novas barragens ou projetos de desvio de água são planejados ou já estão em construção no mun- do, sendo que muitos estão em rios que atravessam várias nações. Como em um condomí- nio residencial, o uso conjunto dessas reservas hídricas tem o poder de acentuar tensões e aumentar divergências. [...] A análise sugere que os riscos de conflito devem aumentar nos próximos 15 a 30 anos em quatro regiões principais: Oriente Médio, Ásia Central, a Bacia Ganges-Brahmaputra- -Meghna e as bacias Orange e Limpopo, no sul da África. Além disso, o rio Nilo, na África, grande parte do sul da Ásia, dos Bálcãs no sudeste da Europa e do norte da América do Sul também são áreas onde novas barragens estão em construção e os países vizinhos enfrentam demanda crescente pelo recurso. Se dois países concordaram com o fluxo e distribuição de água, geralmente não há confli- to, segundo Eric Sproles, hidrologista da Universidade Estadual de Oregon, nos EUA, e coau- tor do estudo. “Tal é o caso da Bacia do rio Columbia entre os Estados Unidos e o Canadá, cujo tratado é reconhecido como um dos acordos mais resilientes e avançados do mundo.” Porém, segundo ele, esse não é o caso de muitos outros sistemas fluviais, onde, além da variabilidade ambiental e da falta de tratados, uma variedade de outros fatores entra em jogo, como instabilidade política e econômica e conflitos armados. [...] Para agravar o cenário, o conflito sobre a água não se restringe ao consumo humano. Segundo a pesquisa, existe uma ameaça global à biodiversidade em muitos dos sistemas fluviais do mundo e o risco de extinção das espécies vai de moderado a muito alto em 70% da área das bacias hidrográficas transfronteiriças. 7474 74 – 1o BIMESTRE https://www.youtube.com/watch?v=xQ8-8pj4WkY capri Realce Elaborado com base em dados obtidos em: PEEK, Katie. Onde estão localizados os conflitos hídricos mundiais? Popular Science, 13 jun. 2014. Disponível em: <https://www.popsci.com/article/science/where- will-worlds-water-conflicts-erupt-infographic>. Acesso em: 16 nov. 2017. 1 Explique quais foram as razões que levaram uma parcela da população mundial a não ter acesso à água potável. 2 De que maneira a água poderá acentuar tensões e conflitos territoriais em escala mundial? 3 Quais impactos ambientais podem ser provocados pelos conflitos por causa da água? 4 De acordo com o mapa, em quais bacias hidrográficas ocorrem mais conflitos porcausa da água? Apesar das crescentes ameaças às águas transfronteiriças, há mais casos de gestão com- partilhada amigável deste recurso do que conflitiva pelo mundo. Em vez de ser alvo de disputa, a água pode ser a chave para a cooperação. O desafio é garantir que o caminho da boa vizinha prevaleça sobre o da rivalidade. BARBOSA, Vanessa. As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo. Exame, 20 jul. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/mundo/as-regioes-mais-ameacadas-por- conflitos-de-agua-no-mundo>. Acesso em: 16 nov. 2017. Xi Ganges- Brahmaputra- Meghna EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 0° 0° OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO Yukon Nelson- Saskatchewan Rio Grande Mississíppi Orinoco Amazonas Prata Scheldt Reno Danúbio Níger Nilo Volga Ob Ienissei Tigre- Eufrates Jordão Amur Han Indo Congo Mekong 1-2 3-6 7-15 16-45 46+ A cor de cada bacia hidrográfica internacional indica o total de interações entre 1990 a 2008. O tamanho dos círculos indica o número de eventos hostis em cada bacia hidrográfica. Nenhum De 1 a 3 De 4 a 15 De 16 a 40 De 41 a 126 127 ou mais PLANISFÉRIO: LOCALIZAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS COM MAIOR NÚMERO DE CONFLITOS (2014) SO N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 2750 km 7575 Respostas 1o BIMESTRE – 75 https://www.popsci.com/article/science/where-will-worlds-water-conflicts-erupt-infographic https://www.popsci.com/article/science/where-will-worlds-water-conflicts-erupt-infographic https://www.popsci.com/article/science/where-will-worlds-water-conflicts-erupt-infographic https://exame.abril.com.br/mundo/as-regioes-mais-ameacadas-por-conflitos-de-agua-no-mundo https://exame.abril.com.br/mundo/as-regioes-mais-ameacadas-por-conflitos-de-agua-no-mundo https://exame.abril.com.br/mundo/as-regioes-mais-ameacadas-por-conflitos-de-agua-no-mundo
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