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178 – 3o BIMESTRE Funcionária trabalha em uma empresa de tecelagem de fibra em Anhui, China (2017). U N I DA D E V I Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos 178 3o BIMESTRE – 179 Nesta Unidade, estudaremos al-guns países que são destaque no continente asiático: a Chi- na, o Japão e os que compõem o grupo chamado de “Tigres Asiáticos”. A China teve grande crescimento econômico principalmente no início do século XXI. O Japão, por sua vez, é reco- nhecido por seu desenvolvimento eco- nômico e social. O grupo de países que ficaram conhecidos como Tigres Asiáticos tiveram um grande desenvolvimento eco- nômico nas décadas de 1980 e de 1990. Você sabe como a China, um país so- cialista, tornou-se uma potência econô- mica no século XXI? E sabe dizer quais são os Tigres Asiáticos? Você verá nesta Unidade: Da China socialista à abertura econômica Economia, população e a China como potência regional Economia e população do Japão Aspectos gerais dos Tigres Asiáticos 179 180 – 3o BIMESTRE Com mais de 5 mil anos de história, a China passou do artesanato e da agricultura rudimentar aos projetos aeroespaciais do século XXI, enfrentou interesses de países imperialistas e viveu uma revolução que implantou o socialismo no país. A China é o terceiro maior país do mundo em extensão e abriga a maior população do planeta (cerca de 1,3 bilhão de habitantes). Nela se localizam obras extraordinárias, como a Grande Muralha, o Grande Canal e a usina hidrelétrica de Três Gargantas. O socialismo na China foi instituído após uma guerra civil que levou Mao Tsé-tung ao poder. Com a morte de Mao, em 1976, assumiu o poder Deng Xiaoping, que pro- moveu uma série de reformas econômicas a partir da década de 1980. Tais reformas proporcionaram à China altas taxas de crescimento econômico e aumentos significati- vos da renda per capita, tirando milhões de chineses da situação de pobreza. Contudo, não houve mudanças no sistema político, e o poder permanece centralizado no Partido Comunista. Vista da Grande Muralha da China, em trecho próximo a Badaling, China (2017). XI A O LU C H U /G ET TY IM A G ES C A P Í T U L O 180 Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos A China no século XXI12 https://www.youtube.com/watch?v=DFTohMYUyTc https://www.youtube.com/watch?v=qYjVWyaL190 https://www.youtube.com/watch?v=VPHnEji42pU https://drive.google.com/file/d/1NN1Wf2f16c1h8FPe7spHBBYzyPXG6ssI/view?usp=sharing https://mega.nz/file/jYBTEYrQ#SVmzBZG3N-sCAIYDPT9_4tuTh5Z-oc6KDdoSsSEaxmU https://mega.nz/file/jNQzyIJT#j3VOUgFMp1yZmQAD8JeSQQP0ovsg0z7lgsvy5ftTFzQ 3o BIMESTRE – 181 O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO CHINÊS A partir do século XIII, a China passou a estabelecer contato com o Ocidente por rotas comerciais até a Europa. Com as Grandes Navegações, os europeus passaram a se interessar cada vez mais pelo Oriente. No século XVI, os portugueses estabeleceram a colônia de Macau, no litoral sul da China. No início do século XIX, o domínio ocidental instalou-se efetivamente na região. Os britânicos conse- guiram impor o comércio de ópio ao mercado consumidor chinês, após vencerem a China nas Guerras do Ópio. O Império Chinês havia passado por grande desenvolvi- mento cultural entre os séculos XVII e XVIII, com o expan- sionismo manchu. Porém, a partir da segunda metade do século XIX, o crescimento populacional, o aumento dos impostos e a corrupção levaram o grande império à deca- dência e à fragmentação de parte do seu território — con- trolado por rebeldes, com o apoio de potências europeias (como a Inglaterra e a França), e pelo Japão. Movimentos nacionalistas contrários à ocupação estran- geira intensificaram-se e, em 1912, o imperador foi deposto. Iniciou-se então um período republicano. Porém, os proble- mas econômicos, políticos e sociais persistiram, pois a China continuava muito dependente das potências estrangeiras. A crise social conduziu o país a uma longa guerra civil, opondo nacionalistas, liderados por Chiang Kai-shek, e comunistas, sob o comando de Mao Tsé-tung e do Partido Comunista Chinês. A guerra civil chegou ao fim em 1949, quando os comunistas implantaram a República Popular da China, com um modelo político e econômico socialista. Chiang Kai-shek e seus comanda- dos refugiaram-se em Formosa, no arquipélago de Taiwan, onde funda- ram a República da China ou China Nacionalista, de economia capitalista. Ópio Substância de efeito analgésico extraída dos frutos da papoula, usada na produção de medicamentos e também como narcótico. Manchu Que é natural da Manchúria ou habita essa região. Soldados comunistas (homens e mulheres) cantam um hino à glória de Mao Tsé-tung ao chegarem próximo à fronteira da colonização britânica, em Hong Kong, no ano de 1949. TA FF /IN TE R C O N TI N EN TA LE /A FP 181 capri Realce https://mega.nz/file/fYZEhbxS#v4uaY8SmkOEK7Da7FiwcriZnj5yzu_N1H6wGsb8Mv5U https://mega.nz/file/jUJXmIrA#b9VMqEFAhEvtx5YXcBcA4eelK84XyZa1BqeTZ-dCEr0 capri Realce Professor Capri Realce Professor Capri Realce https://youtu.be/yXUQDIqw2AI https://youtu.be/3esZkmffbOI https://youtu.be/hx_Dnv-FlVI 182 – 3o BIMESTRE Da China socialista à abertura econômica Inicialmente, o modelo chinês baseou-se no exemplo da União Soviética, sua aliada até o final da década de 1950, quando se deu o rompimento político com a então super- potência mundial. Durante toda a década de 1960, a China viveu um isola- mento internacional. A partir de 1966, o governo promoveu a chamada Revolução Cultural, uma campanha que levou à radicalização do regime comunista e ao fortalecimento do poder pessoal de Mao Tsé-tung. Para isso, estimulou a população, em especial a juventude, a se rebelar contra seus adversários dentro do Partido Comunista Chinês. Cerca de 20 milhões de estudantes formavam as Guardas Vermelhas, perseguindo a todos os que não seguiam os ideais do “Livro Vermelho”. Know-how Conhecimento de normas, métodos e procedimentos em atividades profissionais, especialmente as que exigem formação técnica ou científica; habilidade adquirida pela experiência; saber prático. Cartaz de propaganda da Revolução Cultural Chinesa (1966-1976), com imagem de Mao Tsé-tung e jovens da chamada Guarda Vermelha (um deles segurando o Livro Vermelho). 1971. Litogravura, 55 cm 75 cm. A morte de Mao Tsé-tung, em 1976, abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping. Com a mudança no poder, em 1977, a Revolução Cultural foi oficialmente encerrada. Deng Xiaoping iniciou amplas reformas econômicas na China, visando à abertura para o modelo capitalista. Na década de 1980, foram criadas as Zonas Econômicas Espe- ciais (ZEEs). Elas atrairiam capitais, tecnologia e know-how de empresas estrangeiras para estimular a exportação e, ao mesmo tempo, a expansão do mercado doméstico. As empresas estrangeiras foram atraídas pela farta mão de obra barata e pela possibilidade de venda de seus produtos para o imenso mercado consumidor chinês. Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos182 https://www.youtube.com/watch?v=OLh-gZngg54 capri Realce https://mega.nz/file/aUBilJxY#kO8Xu8Doayde_g1wB5uG-ySEh8CFmbn5yO9tMZyI61s https://mega.nz/file/rMJx2YTI#vEZEtdj84LWzYYosiQQb0HHI2FAjaP70EeZBYNbybRw 3o BIMESTRE – 183 COREIA COREIA DO NORTE DO SUL TAIWAN FILIPINAS CAZAQUISTÃO MONGÓLIA CAZAQUIST RÚSSIA ÍNDIA MIANMAR HONG KONG Fushun Harbin Changchun Shenyang Pequim (Beijing) Anshan Tianjin Baotou Qingdao Lianyuagang Jinan Sian Lanzhou Nanquim Xangai Pudong Wuhan Chengdu Chongqing Fuzhou Xiamen Changsha Wenzhou Shantou Dalian Ningbo Kunming Guangzhou (Cantão) Shenzhen Zhuhai Beihai Zhanyang Hainan Ya ng -tse (Azul) H ua n g -h o Taiyuan Gás Urânio Zona Econômica Especial (ZEE) Área de difusão industrial Carvão Petróleo 100° L TRÓPICO DE CÂNCER Aeroespacial Alta tecnologia Automobilística Construção naval Eletrônica Siderúrgica Química/PetroquímicaCentro industrial NEPAL BUTÃO VIETNà LAOS QUIRGUISTÃO CAZC AQUISTÃOTT CAZAQUIST ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO No final da década de 1950, a China lançou a política econô- mica denominada Grande Salto para a Frente. O projeto, inspi- rado no modelo econômico e industrial soviético, estabeleceu a criação de um pátio industrial diversificado, com indústrias de base e bélicas. As indústrias mecânica e siderúrgica recebe- ram atenção especial e passaram a se desenvolver de forma acen- tuada. No entanto, outras políti- cas econômicas fracassaram. A implantação de uma reforma agrária estatal, com a criação das Comunas Populares, desor- ganizou a produção de alimentos e contribuiu para a grande fome que, entre 1959 e 1962, matou cerca de 20 milhões de chineses. Em 1966, a economia chinesa sofreu o impacto de nova crise, dessa vez associada à Revolução Cultural; como consequência, o modelo industrial apresentou graves problemas na década de 1970: um quadro geral de obsolescência, queda de qualidade e produtividade, péssimas condições de trabalho, baixa remuneração, falta de leis trabalhistas e de proteção sindical. Com as reformas econômicas introduzidas por Deng Xiaoping, a atividade industrial voltou a se expandir, possibilitando o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo, que, atualmente, têm recebido vulto- sos investimentos de empresas estrangeiras com filiais instaladas nas ZEEs — principalmente as de Xangai (o mais importante centro industrial chinês) e Guangzhou. Em 2001, a China entrou na Organização Mundial do Comércio (OMC), sinalizando o desenvolvimento de uma economia competitiva e de caráter nitidamente capitalista. CHINA: INDÚSTRIA (2010) Elaborado com base em dados obtidos em: MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico: natureza e espaço da sociedade. São Paulo: Editora do Brasil, 2003. p. 61; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 105. Obsolescência Condição do que é ou está prestes a se tornar obsoleto, inútil, ultrapassado. SO N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 541 km capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=FHEM5k6b-Ak https://www.youtube.com/watch?v=pmJRgYx6f5k https://mega.nz/file/zVZVkQxA#s-kaMKo9Ox5oq-t3r-eQUjZ_gcjOzKg_v183jbadSRg 184 – 3o BIMESTRE MANCHÚRIA XINJIANG TIBETE (Alto Planalto do Tibete) Hainan Beijing (Pequim) Xangai Guangzhou (Cantão) Xianggang (Hong Kong) Aomen (Macau) DESERTO DE TAKLA MAKAN DESERTO DE GOBI H I M A L AI A Hu an g- ho (A m ar elo ) Yang-ts e TRÓPICO DE CÂNCER (A zu l) 100° L Agricultura intensiva (arroz, soja, trigo, milho) Espaço árido pouco produtivo Policultura (arroz, trigo, algodão, chá) Arroz e culturas tropicais Associação silvicultura, criação e culturas (arroz, chá) Criação extensiva de ovinos Silvicultura Deserto COREIA COREIA DO NORTE DO SUL TAIWAN FILIPINAS CAZAQUISTÃO MONGÓLIA RÚSSIA ÍNDIA NEPAL MIANMAR BUTÃO VIETNà LAOS CAZAQUISTÃOOTT CAZAQUISTÃO QUIRGUISTÃO Recursos minerais e energia A industrialização exige grande quantidade de recursos minerais. A China possui muitas reservas de carvão, sua principal fonte de energia, e de petróleo, embora esteja entre os maiores importadores de petróleo do mundo. O país também extrai outros minérios, como tungstênio, estanho, cobre, chumbo, zinco, ferro e urânio, que favorece a implantação de usinas nucleares. O grande potencial hidrelétrico chinês passou a ser intensamente explorado com a construção da hidrelétrica de Três Gargantas, no rio Yang-tse (Azul). No entanto, a maior parte da energia consumida na China é produzida por termelétricas, que empregam o carvão mineral e geram intensa poluição nos grandes centros urbanos chineses. Agricultura e pecuária A grande extensão do território chinês, associada à diver- sidade de solos e climas, favoreceu o desenvolvimento de diferentes culturas agrícolas. As principais áreas produtoras estão na parte oriental do país, onde o relevo pouco acen- tuado e a abundância de água favorecem o desenvolvi- mento da agricultura. A China é o maior produtor mundial de arroz, cultivado principalmente no vale do rio Yang-tse. O trigo é cultivado em associação com a soja no vale do rio Huang-ho (Amarelo). O algodão sustenta a maior pro- dução têxtil do mercado mun- dial. Outros produtos importan- tes são o chá, o milho e a seda. Na pecuária, a criação de suínos é a mais importante — a China tem o maior reba- nho do mundo. Também têm destaque os rebanhos de equinos, ovinos, bovinos e a criação de aves. CHINA: USO DA TERRA (2010) Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 104. SO N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 495 km Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos184 https://mega.nz/file/vBZi0bCB#gxzjr65asTvVsazSmwb90k74zioM2X3EbVlIMAmbOI8 https://mega.nz/file/vVIxiAaL#XaRQWxvDyfNPICq8OSm2HAr-qpE-8UadTLbgRguYP_8 3o BIMESTRE – 185 100º L Hong Kong Macau Heilongjiang Jilin Liaoning Beijing (Pequim) Tianjin Hebei Shanxi Shandong Jiangsu Qinghai Gansu Shaanxi Xangai Henan Anhui Hubei Zhejiang Sichuan Chongqing Fujian Jiangxi Hou Nan Guizhou Yunnan Guangdong Xinjiang Mo ng óli a I nt er io r Xizang (Tibete) Ningxia Guangxi Hainan TRÓPICO DE CÂNCER 30º N MAR AMARELO RÚSSIA ÍNDIA NEPAL FILIPINAS TAIWAN MONGÓLIA CAZAQUISTÃO MAR DA CHINA ORIENTAL MAR DA CHINA MERIDIONAL COREIA DO SUL COREIA DO NORTE MIANMAR BUTÃO VIETNà LAOS QUIRGUISTÃO Mandarim Línguas meridionais POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL A população da China caracteriza-se pela diversidade étnica e cultural. Exis- tem no país 56 etnias reconhecidas ofi- cialmente, embora 91,6% dos chineses pertençam à etnia han. São falados no país diversos idiomas, e as diferenças religiosas também são consideráveis. Um grande desafio para o governo chi- nês consiste em manter a unidade nacional diante das desigualdades sociais e dispari- dades regionais. CHINA: LÍNGUAS (2010) Falados do norte ao sul do país, os dialetos do mandarim são compreendidos por 70% dos chineses. Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça, M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 2. ed.; 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003; 2010. CHINA: PERCENTUAL DE RELIGIÕES (2010) Religiões populares chinesas 21,9% Budismo 18,2% Cristianismo 5,1% Islamismo 1,8% Hinduísmo Menos de 1% Judaísmo Menos de 1% Outros (inclui daoismo ou taoismo) 0,7% Ateus, agnósticos e pessoas sem religião específica 50,4% Elaborado com base em dados obtidos em: CIA. The World Factbook. Disponível em: <https://www.cia.gov/ library/publications/the-world- factbook/geos/ch.html>. Acesso em: 19 nov. 2017. A população chinesa está distribuída de forma desigual no território. A parte oeste apresenta vazios demográficos. As maiores concentrações demográficas estão nas pla- nícies costeiras e na região oriental, ao longo dos vales dos grandes rios. Xangai e Beijing (ou Pequim, capital do país), as duas cidades mais importantes e populosas, somam mais de 43 milhões de habitantes. A alta densidade demográfica (veja o mapa da página seguinte) gera problemas ambientais, como poluição atmosférica, contaminação dos rios e das áreas costeiras, desflorestamento e perda de solos agrícolas. SO N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 450 km 185 Texto complementar Aspectos da economia Esse trecho de reportagem trabalha alguns aspectos da fórmula chinesa de cresci- mento econômico: [...] vale a pena levantar alguns pontos chave, pri- vilegiando a fase de trans- formações que se inicia em 1978 com as renovações de Deng Xiaoping. Herdando um mundo essencialmente rural, Deng promoveu uma dinamização econômica e social centrada em melhorar as condições econômicas da imensa base de agricultura familiar, com suporte à pro- dução local, comercializa- ção, financiamento, acesso à terra e expansão de direitossociais. Foi assim uma cons- trução do país pela base, sen- do os excedentes produtivos essenciais para o segundo eixo de expansão que seriam as cidades, ao mesmo tempo que do lado da demanda se criava uma ampla base de consumo popular. Assim a expansão da produção asse- gurou o seu complemento de demanda. Dos cerca de 500 milhões de pessoas tiradas da pobreza no mundo nas últimas décadas, segundo o Banco Mundial, 350 milhões são chinesas. Paralelamente, a China in- vestiu fortemente em infraes- truturas, em particular conec- tando as áreas rurais numa rede de energia e transpor- te que tende a aumentar a produtividade geral. [...] Um segundo impulso de infraes- truturas, em particular com trens de grande velocidade, viria já neste milênio, mas no conjunto o essencial é que esta parte do desenvolvi- mento foi rigorosamente pla- nejada, de forma a assegurar a sinergia entre as redes e a tornar as empresas e regiões mais produtivas. CHINA’S economy. Le Monde Diplomatique. Disponível em: <https:// diplomatique.org.br/ chinas-economy/>. Acesso em: 18 ago. 2018. https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ch.html https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ch.html https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ch.html https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ch.html https://diplomatique.org.br/chinas-economy/ https://diplomatique.org.br/chinas-economy/ https://diplomatique.org.br/chinas-economy/ https://www.youtube.com/watch?v=_xNBf1kYI9Y https://mega.nz/file/HEIVCCzR#rGoOOf5chg4QcGAGWNhT4hht7eO3_FSB5G9plnhpiag https://mega.nz/file/PVBHwI4Q#s-jvmayB49sgfUrPcnjB81usU6crpQdb7kXMVkvXsjw 186 – 3o BIMESTRE COREIA COREIA DO NORTE DO SUL TAIWAN FILIPINAS MONGÓLIA RÚSSIA ÍNDIA MIANMAR 100° L TRÓPICO DE CÂNCER Densidade demográfica (hab./km²) Menos de 1,0 De 1,0 a 50,0 De 50,1 a 200,0 De 200,1 a 600,0 Mais de 600,0 De 1,0 a 5,0 De 5,1 a 10,0 Mais de 10,0 População (milhões de habitantes) Hong Kong Harbin Changchun Shenyang (Pequim) Beijing Tibete DESERTO DE TAKLA MAKAN Urumqi Tianjin Baotou Taiyuan Qingdao Lanzhou Xi’an Xangai Nanquim Wuhan Chengdu Chongqing Fuzhou Hangzhou Shantou Dalian Kunming Guangzhou Guiyang Shenzhen Changsha Nanning NEPAL CAZAQUISTÃO BUTÃO VIETNà LAOS NEPAL BUTÃO VIETNà LAOS CAZAQUIST QUIRGUISTÃO COREIA COREIA DO NORTE DO SUL TAIWAN FILIPINAS CAZAQUISTÃO MONGÓLIA RÚSSIA ÍNDIA MIANMAR 100° L TRÓPICO DE CÂNCER Hong Kong Macau Heilongjiang Jilin Liaoning Beijing (Pequim) Tianjin Hebei Shanxi Shandong Jiangsu Qinghai Gansu Shaanxi Xangai Henan Anhui Hubei Zhejiang Sichuan Fujian Jiangxi Hou Nan Guizhou Yunnan Guangdong Xinjiang Mongó lia I nte rio r Xizang (Tibete) Ningxia Guangxi Hainan Chengdu Ordos Chongqing Mais de 14 De 12 a 14 De 10 a 12 De 8 a 10 De 6 a 8 Menos de 6 PIB per capita (em mil dólares) CAZAQUISTQ CAZC AQUISTÃOTT Elaborado com base em dados obtidos em: RICH province, poor province. The Economist, 1o out. 2016. Disponível em: <https://www.economist.com/news/ china/21707964-government-struggling- spread-wealth-more-evenly-rich-province- poor-province>. Acesso em: 19 nov. 2017. CHINA: POPULAÇÃO (2011) CHINA: PIB PER CAPITA (2015) Fonte: FERREIRA, Graça, M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 104. A distribuição de riqueza na China também é desigual. Os índices mais altos do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, por exemplo, mostram que a riqueza do país está muito mais concentrada nas áreas costei- ras, onde se encontram as ZEEs e as indústrias de alta tecnolo- gia. O interior do país apresenta os menores índices. Observe o mapa ao lado. M A PA S: S O N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 385 km NE LO SE S N NO SO525 km Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos186 Sugestão para o estudante: JOSHUA: Teenager vs. Superpower. Direção: Joe Piscatella. Hong Kong, 2017. Duração: 79 min. Este documentário oferece uma boa perspectiva histórica de Hong Kong, desde protestos reprimidos no final da década de 1980, pas-sando pela transição de Hong Kong do domínio britânico para o chinês e culminando nos protestos organizados pelo adolescente Joshua Wong, que envolviam ocupar as ruas e lutar contra o domínio chinês. Esse vídeo permite o trabalho com a habilidade EF09GE03. https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province https://www.economist.com/news/china/21707964-government-struggling-spread-wealth-more-evenly-rich-province-poor-province capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=7lN9_mQq2mQ&list=PLy8vCqrwkhK1w8e4k1cBxtKJ1yQnQK8Bx https://www.youtube.com/watch?v=kMl1jDjptDk&list=PLy8vCqrwkhK1w8e4k1cBxtKJ1yQnQK8Bx&index=2 https://mega.nz/file/aJRwyLzB#AiCUHyrYD_eogzgHtg7yz7e8sxzVMz14Kzg4772HcJI https://www.youtube.com/watch?v=zPj_Kw1nq-A https://www.youtube.com/watch?v=ONQBQrDnpdk 3o BIMESTRE – 187 POLÍTICA INTERNA O sistema político da China permanece sob um regime fechado e centralizado na estrutura de um partido único. Desde a Revolução Chinesa, o país reprimiu manifestações populares em favor de maior liberdade de expressão e da democracia e perseguiu aqueles que eram contra as políti- cas de governo. Também são reprimidos os movimentos em prol da democracia e da liberdade nas regiões que defendem a separação em relação à China, seja por razões econômicas e políticas, como Hong Kong e Taiwan, seja por razões cul- turais e religiosas, como a região autônoma de Xinjiang, de maioria muçulmana, e o Tibete, de maioria budista. Nos últimos anos, organizações de direitos humanos, ativistas, líderes religiosos têm denunciado perseguições políticas e o forte controle estatal sobre a sociedade civil, sobretudo por meio da censura dos veículos de imprensa, em especial na internet. Tibete livre O Tibete, localizado no sudoeste da China, é uma região que guarda costumes milenares e abriga população de maioria étnica tibetana e de religião budista. Foi invadido pelo exército de Mao Tsé-tung e incorporado ao território chinês em 1950, por interesses econômicos e geopolíticos. Com a invasão chinesa, muitas rebeliões foram lideradas por monges budistas tibetanos, que tiveram de se refugiar em outras regiões, sobretudo no norte da Índia, com o intuito de manter suas práticas religiosas. Mesmo tendo se tornado oficialmente uma região autô- noma, o Tibete luta pela inde- pendência política. O governo chinês não reconhece as deman- das do movimento separatista e justifica a ocupação em virtude dos investimentos econômicos destinados à região nos últi- mos anos. Tibetanos participam de manifestação nas ruas de Londres, Inglaterra (10 mar. 2017), em direção à embaixada chinesa. O ato marca o 58o aniversário do levante nacional tibetano, no qual milhares de tibetanos foram mortos na revolta contra a invasão chinesa. uu TRAMONTINA, Carlos. A morada dos deuses: um repórter nas trilhas do Himalaia. São Paulo: Sá Editora, 2004. O livro narra a experiência do jornalista brasileiro ao escalar a mais alta montanha do planeta. Nele, o autor revela os hábitos dos moradores do Tibete, a cultura local e as belezas dos lugares por onde passou nessa aventura. D IN EN D R A H A R IA /A LA M Y/ FO TO A R EN A 187 Sugestão para o estudante: UNDERCOVER in Tibet. Direção:Tash Despa e Jezza Neumann. Inglaterra e Alemanha, 2008. Duração: 48 min. Este documentário conta a história de um exilado tibetano que retorna ao Tibete para registrar como o domínio chinês mina e proíbe qualquer liberdade de expressão dentro do país. A obra mostra, ainda, como esse domínio se dá no cotidiano dos tibetanos. O vídeo permite o trabalho com as habilidades EF09GE03 e EF09GE08. capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=mmG7e2ns-Lg https://www.youtube.com/watch?v=Zl1hQErgAQ0 https://www.youtube.com/watch?v=Sd-rmsd3in4 https://www.youtube.com/watch?v=JPzs-GeTyB0 https://youtu.be/y-T5DSt7b_4 188 – 3o BIMESTRE OCEANO PACÍFICO MAR DA CHINA MERIDIONAL MAR DA CHINA ORIENTAL TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR 3 4 110º L 0º 140º L 1 2 Zona aérea de defesa chinesa identificada Zona aérea de defesa japonesa identificada Principais bases das frotas chinesas Bases estadunidenses Guam M A L Á S I A I N D O N É S I A TAIWAN VIETNà CAMBOJA FILIPINAS CHINA JAPÃO TAILÂNDIA LAOS MIANMAR BUTÃO BANGLADESH COREIA DO NORTE COREIA DO SUL ÍNDIA POTÊNCIA REGIONAL Cada vez mais a China se consolida como potência no continente asiático, posição até recentemente ocupada com exclusividade pelo Japão. Além de exercer liderança sobre o grupo de países chamado de Tigres Asiáticos (que veremos no Capítulo seguinte) e territórios adjacentes, o país é um grande aliado da Coreia do Norte. A China fornece armas e dinheiro para o país comunista. Também tem forte influência na Ocea- nia, principalmente na Austrália e na Nova Zelândia. Apesar das intensas relações comerciais entre China e Japão, os dois países dispu- tam a hegemonia no leste e no sudeste do continente asiático. Uma das disputas é pelas ilhas Senkaku (para o Japão) ou Diaoyutai (para a China). A China também disputa ilhas com outros países da região. CHINA: INTERESSES E DISPUTAS REGIONAIS NA ATUALIDADE Elaborado com base em dados obtidos em: FAR east flash point. Spiegel Online. Disponível em: <http://www.spiegel. de/international/world/bild-936618- 574994.html>. Acesso em: 19 nov. 2017. China e África O acelerado crescimento econômico chinês implica demanda crescente de maté- rias-primas e fontes de energia. Por esse motivo, a China passou a ter grande interesse nas relações com países africanos, uma vez que o subsolo da África é rico em minérios e algumas fontes energéticas, especialmente petróleo. Nos últimos anos, a China se aproximou de diversos países africanos, como Repú- blica Democrática do Congo, Sudão, África do Sul, Angola e Moçambique. Esses países receberam financiamento chinês para investir em instalação de empresas, obras de infraestrutura e empreendimentos locais de grande vulto. Em contrapartida, fornecem à China matérias-primas e fontes de energia, além de garantir a ampliação do mercado externo chinês. SO N IA V A Z Japão, China e Taiwan reivindicam essas ilhas. O Japão administra as ilhas desde 1972. Conflito territorial entre China, Taiwan e Filipinas. China, Malásia, Taiwan, Vietnã, Brunei e Filipinas reivindicam essa área, pois é rica em recursos naturais. China, Taiwan e Vietnã reivindicam essas ilhas. 1 – Ilhas Senkaku/Diaoyutai 2 – Atol Scarborough 3 – Ilhas Spratly 4 – Ilhas Paracel NE LO SE S N NO SO 570 km Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos188 Texto complementar O texto a seguir fala sobre o problema dos resíduos de informática (lixo digital) na China. Lixo digital Na Europa e nos Estados Unidos, estudos sobre o as- sunto atestam que o mon- tante de lixo digital em cir- culação na Terra cresce 5% ao ano, numa velocidade três vezes maior do que o lixo tra- dicional. [...]. Segundo as Na- ções Unidas, são mais de 40 milhões de toneladas de e-li- xo no planeta, o equivalente a mais de 4 mil torres Eiffel de sucata eletrônica. [...] A história de Guiyu, cidade chinesa produtora de arroz que, em menos de dez anos, se transformou no maior e-lixão do mundo, serve de exemplo. Hoje, o solo da pro- víncia de Guangdong, onde está a cidade, apresenta ní- veis críticos de contaminação por metais pesados, e já não resta nenhuma fonte de água potável num raio de 50 quilô- metros do centro. Em uma amostra de 1 quilo de terra [...] foram encontra- dos 52 miligramas de cádmio e 185 miligramas de níquel, índices respectivamente tre- ze e quatro vezes mais ele- vados do que os máximos permitidos pelos parâmetros sanitários europeus. O cád- mio em excesso afeta os rins, podendo gerar hipertensão, e provoca o enfraquecimento dos ossos. O níquel em abun- dância pode causar irritações gastrointestinais, alterações neurológicas, musculares e cardíacas. Ambos são classi- ficados como elementos can- cerígenos pela Agência Inter- nacional para Pesquisa em Câncer (AIPC). Na amostra de água do rio [...] encontrou- -se 24 miligramas de chum- bo, quando o nível máximo permitido pelo World Health Guideline, padrão aceito no mundo todo, é de 1 miligra- ma por litro. O acúmulo de chumbo no corpo humano leva a uma doença conhecida como saturnismo e, em crianças, causa uma considerável diminuição cognitiva. Além do desastre ambiental, Guiyu também vive um descompasso social. Enquanto a China pros- pera a um ritmo de crescimento de 9% ao ano, 80% da população da cidade, mais de 120 mil homens, mulheres, velhos e crianças, recebem 1 dólar e meio por dia para garimpar metais nobres nos e-lixões. Quan- do encontram algo de valor, acendem fogareiros de carvão ou enchem recipientes de soda cáustica, para derreter as partes inúteis e resgatar o que interessa. TARDÁGUILA, Cristina. Ruínas eletrônicas. Piauí, ed. 15, dez. 2007. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/ruinas- eletronicas/>. Acesso em: 23 out. 2018. http://www.spiegel.de/international/world/bild-936618-574994.html http://www.spiegel.de/international/world/bild-936618-574994.html http://www.spiegel.de/international/world/bild-936618-574994.html https://piaui.folha.uol.com.br/materia/ruinas-eletronicas/ https://piaui.folha.uol.com.br/materia/ruinas-eletronicas/ China Diversos Vídeos China na África – benefício mútuo ou exploração. https://youtu.be/0zoU7vmQg8Y Como a África está se tornando parte da China https://www.youtube.com/watch?v=eYOnkAiZkdw https://www.youtube.com/watch?v=tF4Juy5tSoE Como a África se tornou a China da China. Leg Portug https://youtu.be/FU6sHOg4Tns CHINA – ASPECTOS HISTÓRICOS https://youtu.be/K-HCCSHquv8?list=RDCMUCCd9OCUNMTJgzP94iM-oMXg https://www.youtube.com/watch?v=OLh-gZngg54&t=196s https://www.youtube.com/watch?v=A84o3W1-juI https://www.youtube.com/watch?v=Ajy8KwvqZps https://www.youtube.com/watch?v=onXLcwnex8w https://www.youtube.com/watch?v=8GKIB16Uz00 https://www.youtube.com/watch?v=3hlIJIo4HUE https://www.youtube.com/watch?v=X8HWg95fkVU https://youtu.be/0zoU7vmQg8Y https://www.youtube.com/watch?v=eYOnkAiZkdw https://www.youtube.com/watch?v=tF4Juy5tSoE https://youtu.be/FU6sHOg4Tns https://youtu.be/K-HCCSHquv8?list=RDCMUCCd9OCUNMTJgzP94iM-oMXg https://www.youtube.com/watch?v=OLh-gZngg54&t=196s https://www.youtube.com/watch?v=A84o3W1-juI https://www.youtube.com/watch?v=Ajy8KwvqZps https://www.youtube.com/watch?v=onXLcwnex8w https://www.youtube.com/watch?v=8GKIB16Uz00 https://www.youtube.com/watch?v=3hlIJIo4HUE https://www.youtube.com/watch?v=X8HWg95fkVU https://youtu.be/K-HCCSHquv8?list=RDCMUCCd9OCUNMTJgzP94iM-oMXg 3o BIMESTRE – 189 Influência global Por ser uma das maiores economias emergentes do mundo atual, a China exerce papel fundamental nas rela- ções internacionais, despontando como uma importante liderança, principalmente nos continentes asiático e afri- cano e na América Latina. Sem se alinhar com os Estados Unidos ou com a Rússia, a China mantém uma posição de independência, muitas vezes apoiando países em desenvolvimento em impor- tantes questões mundiais. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, com direito a veto, sua participação nos assuntos deinteresse global é importante para manter o equilíbrio de forças entre as nações. Para se firmar no cenário internacional enquanto potência do século XXI, a China vem destinando investimentos em diversos setores, tanto internos como em outras regiões do mundo. Entre eles está a implantação de uma ampla rede de transportes terrestres e marítimos, denominada Nova Rota da Seda, que visa ampliar a interligação entre os continentes asiático e europeu. Dessa forma, o país espera obter maior penetração política na região, investindo capital e gerando empregos em locais onde há carência de infraes- trutura e mão de obra abundante. No setor aeroespacial, a China conta com o Programa Beidou, que tem atualmente 14 satélites em operação, além da implantação do maior radiotelescópio do mundo, da construção de uma estação espa- cial própria e planos para levar o ser humano novamente à Lua e a Marte nos próximos anos. No setor energético, os inves- timentos são destinados a buscar soluções ambientais e a ampliar a capacidade de energia conside- rada limpa e de ponta, como forma de atender às exigências estabele- cidas pelo Acordo de Paris. Usina solar flutuante, instalada em lago onde havia uma mina de carvão em Huainan, China (2017). uu EMBAIXADA da República Popular da China no Brasil. Disponível em: <http:// br.china-embassy.org/por>. Acesso em: 9 mar. 2018. A página oficial da Embaixada da China traz informações sobre o país e sobre intercâmbio comercial com o Brasil, cooperação científica e tecnológica, cultural e educacional. K EV IN F R AY ER /G ET TY IM A G ES 189 http://br.china-embassy.org/por http://br.china-embassy.org/por https://mega.nz/file/bRZT2ALS#vqvsH316XxqT95ln-6LOJoZ8aW1cL2VX05TiW9rS5xU https://mega.nz/file/aEZGTDCD#QoIiDtm90ak7wz3c6iupx6uJlJjYtrUXmGIgfQVEOyw https://mega.nz/file/WMBQSJDS#B_U1A8xoU-nBF3lzee0yDwKFaidyzen9tNghsL9bkGY https://drive.google.com/file/d/1q3vjUg_9RtSKzF-Fah-pQka82uqv8db0/view?usp=sharing https://youtu.be/rSh7BeK2dAE No final dos anos 1970, a China comunista iniciou um processo de reformas econômicas e de abertura comercial que levou o país a se transformar na segunda maior economia do planeta e no principal participante do comércio mundial. China: comércio exterior (bilhões de dólares)-1980-2013 - Exportações - Importações PlaneJamento estatal Em 1979. o governocrlou a primeira Zona Econômica Especial (ZEE) do pais, onde era permitida a abertura de fábricas e investimentos de empresas de outros países, oqueera proibido no restante da China. - .. - Do litoral para o Interior No Inicio, as ZEEs foram criadas em cidades portuárias para reduzir os custos de transporte e facilitar as exportações. Com os Investimentos em ferrovias, estradas e energia, novas ZEEs foram aladas no Interior do país. ■ � Importações por categoria de produtos (em%) -1983-2013 - lOO'!b A lndustrlalizaçAo nos anos 1980 fez a importação -0% 1983 1993 2003 2013 de �ulnas e equipamentos industriais aumentar. Nos anos 1990 e 2000, com um parque industrial estabelecido e grandes obras de infraestrutura, cresceu nas Importações a participa� de produtos agrlcolas. petróleo. comb1.1stivels e minerais. como o ferro. Bens industrlallzados Produtos agrkolas Petróleo, combustlvels e minérios fontfl:!. 0MC. Olsponfvtl em: <http://SLll.wtO.o,g/StilltlStkMProg,alTVWSOBStatProgr1mHon"IUSpXhanguage::E>. Banco Moodlal,China's Hlgh-Spffd Rali: tMRapkf Grawth of • N4!WTravel Optlon.Dl� em: <www,worldbink.org/ffi/newJ/ snswelease/2014/12/19/china•hlgh-ipc!ed•r1ll-1he-rapld-9rowth-oí••·new·tflvel-op1lon>. Acessos em: 111 jun. 2015. Verifique sua bagagem 1. Cite dois fatores que impulsionaram o cresci mento econômico chinês nas últimas décadas. 2. Comente a evolução da participação dos bens industrializados nas exportações chinesas en tre 1983 e 2013. i:fiJ i·i.i H❖GHM4 Além de vantagens como mao de obra barata, baixos lmpos1os e excelente infraestrutura, o governo manteve subvalorizada a moeda do pafs, tornando os p,odutos chineses relativamente mais baratos para o comprador externo . 2005 Em2008,aChinatinha I•�◄�= ��= cerca de 1.000 km A.: ■ • • •• •• de ferrovias de alta velocidade, com trens que viajam a mais de 200 km/h. Em2014,Jáeramquase 15.000 km. .,_ Exportações por categoria de produtos (em%) - 1983-2013 - l00% Em 1983, metade do que a China exportava eram produtos primário� minerais e agrícolas. Entre os industrializados., a maior pane era -0% 1983 1993 2003 2013 de baixa 1ecnok:,gia. como roupas e tecidos. Em 2013, 9496 das exportações chinesas eram itens 1ndustriallzados., sendo mais da metade máquinas e equipamentos de alto valor agregado, como computadores e peças automot tvas. Bens industrializados Produtos agrícolas Petróleo, combustíveis e minérios - 2.000bl - 1500bi - 1.000bi - SOObi 2010 2013 lii INTERNACIONAL CHINA UMA POTENCIA AINDA MAIS FORTE O presidente Xi Jinping amplia seu poder na China e se consolida como uma das principais lideranças mundiais, desafiando a hegemonia dos Estados Unidos 5 2 GEATUALIDADES l l ' semestre 2018 '' O s?c alismo :ºm ca: cte-nst1cas chmesas Ja en-trou em uma nova era que confirma a nova posição histórica do desenvolvimento da China". Foi com esse tom ufanista que o presidente chinês, Xi Jinping, se referiu ao atual status da potência asiática durante a abertura do 19° Congresso Nacional do Partido Comunista, realizado em outubro de 2017. Para além da retórica característica dos discursos políticos, Xi Jinping exibiu o ar confiante de quem consolidou ainda mais seu poder e desponta aos olhos do mundo como a mais forte liderança que a China já teve desde a morte de seu comandante histórico Mao Tsé-tung. Na China, onde vigora uma ditadura de partido único e não há eleições diretas, o Congresso é o principal evento político. Nesse encontro, o Comitê Permanente do Politiburo, órgão que reúne as principais lideranças chinesas, aponta as diretrizes para o desenvolvimento do país e coman- da o processo de sucessão presidencial. Desde os anos 1990, os presidentes chineses governam o país por dois ciclos consecutivos de cinco anos. Assim, Xi Jinping, que assumiu o poder em 2013, teve seu mandato presidencial renovado até 2022. Mas, ao contrário do que se es- perava, o Comitê não apontou nenhuma liderança política para suceder o atual presidente no próximo Congresso, em 2022. Isso indicaria o desejo do Poli- LIDERANÇA O presidente chinês, Xi Jinping (centro), foi o protagonista do Congresso do Partido Comunista, em outubro de 2017 tiburo na permanência de Xi Jinping para além dos dez anos usuais no po- der. As expectativas se confirmaram em fevereiro de 2018, quando o Partido Comunista propôs o fim do limite para a reeleição presidencial, o que pode abrir o caminho para que Xi Jinping continue indefinidamente na liderança do país. Outro sinal inequívoco do prestígio de X i Jinping foi a inclusão de suas ideias na Constituição do Partido Comunista. Tal honraria havia sido concedida apenas aos maiores líderes históricos da república: Mao Tsé-tung, o comandante da Revolução Chinesa, que governou o país entre 1949 e 1976, e Deng Xiaoping, responsável por intro- duzir as reformas que impulsionaram a economia chinesa entre 1978 e 1992. Estilo centralizador Com o respaldo do Partido Comunis- ta, Xi Jinping vem conquistando aval para imprimir um estilo mais persona- lista de comando. Assim que assumiu o poder em 2013, Xi Jinping promoveu uma liderança carismática e centra- lizadora, cuja maior expressão foi a campanha de combate à corrução. Ao colocar sob investigação altos dirigen- tes do Partido Comunista e oficiais gra- duados das Forças Armadas, Xi Jinping ganhou a simpatia da população. Seus críticos, porém, argumentam que essa campanha foi feita de forma seletiva, que mirou principalmente facções do partido não alinhadascom o presidente. Em sintonia com esse estilo de go- verno mais centralizador, Xi Jinping vem reforçando o controle sobre aso- ciedade. A ditadura chinesa sempre reprimiu as oposições e restringiu o trabalho da imprensa. Mas à medida que cresce no país a organização ope- rária e o interesse da classe média nos rumos políticos do país, a pressão por reformas democráticas e maior liber- dade de expressão tende a aumentar. Para conter as tensões sociais e a ação de dissidentes que passaram a desafiar abertamente o regime, Xi Jinping am- pliou o aparato repressivo do Estado. Sob seu comando, a China aumentou a vigilância sobre os cidadãos, tornou mais rigorosa a censura aos meios de comunicação e à internet e expandiu o cerco aos ativistas de direitos humanos. Socialismo de mercado Se por um lado a China mantém um Estado tão repressivo quanto nas déca- das passadas, no plano econômico o país vem promovendo uma abertura gradu- al aos mercados, ainda que o governo continue desempenhando um papel decisivo para promover o desenvolvi- mento. É disso que se trata o socialismo com características chinesas tão frisado por Xi Jinping. Para entender o seu funcionamento, cabe uma explicação a respeito das transformações pelas quais vem passando o comunismo chinês. Em 1949, após o Partido Comunista derrotar o Partido Nacionalista (Kuo- mintang) na guerra civil, a China foi reorganizada nos moldes comunistas. O líder da Revolução Chinesa Mao Tsé- tung proclamou a República Popular da China e tornou-se o governante supremo do país. Entre as medidas adotadas pelo governo chinês estava a coletivização das terras, dos bancos e das companhias estrangeiras, além da expropriação das fábricas e do controle estatal da economia. No entanto, os progressos iniciais foram solapados por ações desastrosas como o Grande Salto Para Frente. Lançado em 1958 para acelerar a industrialização, o plano ge- rou caos econômico, provocando fome e a morte de milhões de camponeses. A morte de Mao, em 1976, abriu ca- minho para a ascensão do reformista Deng Xiaoping. Na esfera política, o país manteve o regime fechado. J á na esfera econômica, adotou um modelo GEATUALIDADES l l ' semestre 2018 5 3 rn INTERNACIONAL CHINA de desenvolvimento conhecido como socialismo de mercado - ou socialis- mo com características chinesas. Ele combina aspectos do socialismo, como o controle da produção e de setores es- tratégicos pelo Estado, com medidas de abertura ao capitalismo, como é o caso da atuação de empresas estrangeiras e da permissão da propriedade privada em determinadas situações. Nesse processo de abertura econômi- ca do país ao mercado mundial, Deng Xiaoping criou as Zonas Econômicas Especiais, onde empresas multinacio- nais poderiam instalar-se e produzir artigos para exportação. Atraídas por incentivos fiscais e pela farta e barata mão de obra chinesa, as empresas es- trangeiras passaram a atuar no país. Esse modelo transformou a China no maior exportador mundial. Se a princí- pio os produtos chineses eram associa- dos à baixa qualidade, hoje eles possuem maior valor agregado, como eletroele- trônicos e automóveis. Paralelamente, para suprir sua demanda por alimentos, energia e matérias-primas para o setor de construção, a China tornou-se um grande importador de commodities, como petróleo, soja e minério de ferro. Reformas internas Impulsionada pelo comércio exterior, a China fez uma bem-sucedida transi- ção, deixando de ser uma nação pobre e agrária para se tornar uma potência mundial. Com um Produto Interno Bru- to (PIB) de mais de 11 trilhões de dólares, 5 4 GEATUALIDADES l 1° semestre 2018 A China quer ampliar a participação da iniciativa privada na economia e fortalecer o consumo interno o país ostenta a seg unda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (EUA). A média de crescimento econômico manteve-se por vários anos acima dos 10% ao ano, mas estacionou entre 6% e 7% nos anos recentes. Agora, a China se prepara para dar o passo seg u inte. Embora a iniciativa pri- vada tenha ampliado sua participação na economia chinesa, o Estado ainda mantém setores estratégicos sob seu controle e desempenha papel deter- minante na regulação da economia. O desafio está justamente em equilibrar o papel desses dois atores. A proposta de desenvolvimento para as próximas décadas apresentada por Xi Jinping durante o Congresso não deixa ALÇANDO VOO Obras do aeroporto de Daxing, próximo à capital, Pequim: infraestrutura impulsiona a economia chinesa claro como essa combinação será feita. Por um lado, o presidente anunciou que pretende atrair mais investimentos estrangeiros, acabar com o controle absoluto do Estado sobre determina- das empresas públicas e estimular a concorrência entre as companhias que atuam no país. Mas também reafirmou o compromisso em fortalecer as empresas estatais e aumentar a sua eficiência. Outra missão a ser encarada pelo governo chinês é estimular o mercado interno e fomentar o desenvolvimento de uma classe média consumidora. Para isso, o governo vem aumentan- do os salários, facilitando o crédito e ampliando os benefícios sociais aos trabalhadores. Mas, se por um lado es- sas medidas elevam o poder de compra dos chineses, por outro pode afetar as exportações, bastante dependentes dos baixos salários pagos à mão de obra local para garantir a competitividade dos produtos no mercado externo. A elevada desig u aldade social é outro problema a ser enfrentado pelo gover- no chinês. Apesar de a renda per capita do país ter atingido 8,2 mil dólares, o valor ainda está aquém da média mundial, que é de 10,3 mil dólares. O maior problema é na área rural, onde ainda vivem· 55 milhões de pessoas em situação de pobreza. Para tentar atingir a meta de eliminar a pobreza até 2020, Xi Jinping vem ampliando os investimentos em saúde, educação e habitação direcionados principalmente para as províncias menos urbanizadas. A NOVA ROTA DA SEDA Planejamento do governo c ês em obras de inf!aestrutura, que inclui portos, ferrovias e gasodutos, para conectar o país com o Sudeste Asiático, a África e a Europa -"' Oceano Atlântico Fonte: Mercator fnstitute for China Studies Diplomacia econômica Os desafios internos enfrentados pela China não fazem o país desviar o foco de suas ambições externas. "A China se aproxima cada dia mais do centro do cenário mundial para oferecer maiores contribuições para a humanidade", dis- se Xi Jinping no discurso de abertura do Congresso. De fato, algumas ações recentes do governo chinês revelam uma nação empenhada em se tornar uma liderança global e ter ainda mais influência no cenário internacional. Para isso, o país aposta na chamada "diplomacia econômica", como forma de converter sua pujança financeira em força política. Ao oferecer :financiamen- to, comprar matérias-primas e realizar obras de infraestrutura em diversas par- tes do mundo, a China aposta no poder de sua economia para angariar aliados. É uma forma de estabelecer uma relação na qual os outros países se tornem cada vez mais dependentes do capital chinês. A mais ousada iniciativa nesse sen- tido é a "Nova Rota da Seda". Trata- se de um projeto bilionário, no qual a China financiará diversas obras de - Gasodutos - Oleodutos - Corredores econômicos - - o Conexões ferroviárias - Rota terrestre Rota marítima & Portos com financiamento chinês � Bases militares infraestrutura e logística pelo mundo. O objetivo é criar um corredor econô- mico, composto de estradas, ferrovias, oleodutos e cabos de fibra ótica, que irá conectar, por via terrestre e marítima, a China à Europa e à África, atraves- sando a Ásia Central, o Oriente Médio e o Oceano Índico. O projeto é ousado: abrange 68 paí- ses, que somam 4,4 bilhões de pessoas e representam 40% do PIB mundial. Em troca, a China espera conquistar novos mercados e garantir contratos internacionaispara suas empresas de infraestrutura, além de fortalecer a logística para atender à sua demanda por matérias-primas. A "diplomacia econômica" chinesa também avança para outras partes do mundo, como a América Latina. Para o governo de Pequim, a região representa um excelente mercado para os produ- tos manufaturados da China, de maior valor agregado, ao mesmo tempo que se torna um dos principais fornecedores de matéria-prima e recursos energéti- cos para sustentar o desenvolvimento chinês. Além disso, Pequim aposta no ei ) ,, Oceano Pacífico AUSTRÁLIA financiamento de obras de infraestru- tura na região. No Brasil, os chineses planejam financiar a construção de uma ferrovia ligando a cidade de Figueirópo- lis (TO) até Ilhéus (BA), com o objetivo de facilitar o transporte da soja que compram do Brasil, escoando o produto do Centro-Oeste até o porto baiano. O continente africano, com suas vas- tas reservas minerais e abundantes jazidas de petróleo, é outro mercado de interesse para a China. Em troca da matéria-prima, empresas chine- sas empreendem gigantescas obras de infraestrutura, necessárias para o desenvolvimento dos países da região. Com isso, a China se converteu no prin- cipal parceiro comercial do continente, desbancando aliados tradicionais dos africanos, como EUA e Europa. Globalização e Trump Com a ampliação dessas parcerias internacionais, a China se credencia ainda mais para se firmar como uma liderança global. O pouco apreço do presidente dos EUA, Donald Trump, às relações exteriores e aos acordos GEATUALIDADES 11 ° semestre 2018 5 5 https://www.youtube.com/watch?v=2nhrLuSsy9g https://www.youtube.com/watch?v=7RFELlKnnVI https://youtu.be/yKWSOm7m3fE https://youtu.be/Mz-wo8Sh4Y8 rn INTERNAC ONAL CHINA A retirada dos EUA das principais decisões mundiais abre espaço para que a China ocupe essa liderança internacionais, cria um vácuo de li- derança que começa a ser preenchido pela assertividade de Xi Jinping. Desde que assumiu a Presidência dos EUA em janeiro de 2017, Donald Trump vem adotando uma postura mais isolacionista na relação de seu país com o mundo. Desdenha aber- tamente o papel da O N U como órgão de decisões multilaterais e critica os acordos comerciais, tendo inclusive se retirado do Acordo Transpacífico (TPP), um bloco criado para se tornar a maior área de livre-comércio do mun- do. Além disso, isolou-se ainda mais da comunidade internacional ao fazer dos EUA a única nação a não ratificar o Acordo de Paris sobre o clima (veja mais na pág. 152). Por sua vez, Xi Jinping se credencia para assumir o protagonismo interna- cional tão menosprezado por Trump. A China vem aumentando sua contri- buição a órgãos internacionais como a O N U e o Banco Mundial, além de ter criado um banco de desenvolvimento para financiar projetos em países em desenvolvimento. Apesar de ser o país que mais polui, a China tem participado ativamente das discussões sobre o clima e estabelecendo metas de redução de emissão de gases do efeito estufa. Além disso, Xi Jinpingvem se tornando uma das vozes mais proeminentes na defesa da globalização e do livre-comércio. Se as duas potências adotam posições distintas na forma como se relacionam com a comunidade internacional, as di- 5 6 GE ATUALIDADES 11 o semestre 2018 CHINA ENTRA NA DISPUTA COM OS EUA PELA HEGEMONIA MUNDIAL Comparativo de indicadores econômirns, militares e comerciais entre China e Estados Unidos (2016) ■EUA ■China PIB (em USS trilhões) 18,624 PIB PER CAPITA (em USS) 56.810 8.250 GASTOS MILITARES (em USS bilhões) 606,233 225,713 - X • POTÊNCIAS EM CHOQUE Os EUA ainda se mantêm como a maior economia mundial, mas o crescimento acelerado e contínuo do PIB chinês indica que Pequim deve superar os norte-americanos até o início da próxima década. Os EUA continuam sendo a maior potência militar, enquanto os chineses superam os norte-americanos nas relações comerciais com o resto do mundo. CRESCIMENTO DO PIB 6,7% 1,6% - EXPORTAÇÕES (em uss trilhões) 2,097 BALANÇA DE PAGAMENTOS* (em USS bilhões) 196,38 - Fonte: Banco Mundial, Sipri ' transações econômicas do pais com o mundo (comércio e investimentos) - 451,7 O PAPEL DA CHINA NA CRISE ENTRE COREIA DO NORTE E EUA O avanço do programa nuclear da Coreia do Norte, que em novembro de 2017 testou um míssil capaz de atingir todo o território dos EUA, vem colocando à prova a capa- cidade da diplomacia chinesa em mediar as tensões entre os dois países. A China é a mais importante aliada da Coreia do Norte, com quem mantém um acor- do de proteção desde 1961 e, desde então, vem garantindo sustentação política ao regime. Os norte-coreanos também são extremamente dependentes economicamente da China, de quem importam a maior parte de seus alimentos e fonte de energia. Essa estreita relação com a Coreia do Norte torna a China um interlocutor privilegiado para tentar contornar a crise. Em setembro de 2017, após o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma nova rodada de sanções contra a Coreia do Norte, a China limitou as exportações de petróleo e gás e restringiu as importações de têxteis de seu aliado. Além disso, ordenou o fechamento de algumas empresas norte-coreanas que atuam no país. No entanto, os EUA acham que Pequim pode fazer mais para dissuadir as ambições nucleares de seu parceiro. A posição chinesa nesse episódio atende a questões bastante pragmáticas. Pequim quer manter a Coreia do Norte longe de um conflito porque teme que um colapso do regime norte-coreano e a eventual unificação da Coreia resultariam no fortale- cimento da influência norte-americana em região próxima de sua fronteira. Além disso, a eclosão de um conflito provocaria um movimento de refugiados em direção ao território chinês, o que o governo de Pequim busca evitar. Para conter a escalada das tensões, a China defende que a Coreia do Norte pare com seu programa atômico e, em contrapartida, que EUA e Coreia do Sul cancelem os exercidos militares conjuntos que realizam anualmente na península coreana. Como os dois lados vêm resistindo a aceitar um acordo nesses termos, o impasse prevalece e coloca o mundo em sinal de alerta. SAIU NA IMPRENSA ............................................... , .················································· POR QUE A CHINA ESTÁ INVESTINDO NO BRASIL? ( ... )De acordo com monitoramento rea- lizado pelo Conselho Empresarial Brasil- China (CEBC), entre 2007 e 2016, empresas chinesas anunciaram um montante de in- vestimentos no país na ordem de 80 bilhões de dólares, dos quais 46 bilhões de dólares foram de fato postos em prática. Os setores envolvidos são inúmeros, passando pela transmissão de energia. Sob a ótica geopolítica, há um interesse de "ocupação de espaços" por parte de Pequim, sendo interessante para a China terno Brasil um ponto focal na América Latina.( ... ) ( ... ) A desvalorização relativa do Real, o certo grau de desenvolvimento da indústria nacional, o mercado consumidor emer- gente e a escala da economia brasileira na conjuntura regional contribuem para que o interesse da China na América Latina seja exploração de recursos naturais, indústrias direcionado principalmente para o Brasil. diversas, agronegócio, tecnologia, finanças e, mais recentemente, a área de geração e E/ País, 5/12/2017 vergências se acentuam quando se trata do comércio bilateral. Trump acusa a China de ser desleal no comércio inter- nacional com suas políticas de incentivo às exportações. O déficit comercial dos EUA com a China foi da ordem de 347 bilhões de dólares em 2016 e, para tentar reverter o quadro, Trump ameaçou im- por tarifas de importação aos chineses. Embora os EUA tenham recuado da decisão, a questão comercial mantém o clima tenso entre os dois países. Potência militar Não é só nos aspectos econômicos e políticos que a China se credencia para se tornar uma potência. Militarmente o país se organizapara consolidar sua força regional e até se projeta em re- giões fora de seu entorno geográfico. Em agosto, o país inaugurou uma base naval no Djibuti, a primeira fora de seu território. A presença militar nesse país localizado no chifre da África garantirá à China acesso privilegiado ao Mar Ver- melho e ao Golfo de Áden, uma região estratégica para o transporte marítimo mundial. Pequim justifica a criação da base como forma de dar apoio logis- tico às forças chinesas que atuam em missões das Nações Unidas na África. No entanto, a base no Djibuti tam- bém pode ser analisada a partir de um contexto mais amplo de expansionismo militar chinês, cuja principal expressão é a disputa territorial no Mar do Sul da China. A vasta área de 410 mil quilôme- tros é reivindicada pela China, que alega ter precedência histórica com base em um pedido feito em 1947. No entanto, países como Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan também disputam a soberania sobre a região e querem negociar com base na convenção da ONU sobre o Direito do Mar, que define zonas de 200 milhas para cada país. A região é alvo de grande disputa devido à sua relevância econômica. Trata-se de uma área de interesse para a indústria pesqueira e que possui gran- des reservas de petróleo, além de ser uma importante rota por onde circu- lam 5 trilhões de dólares em comércio anual. Mesmo com a indefinição das fronteiras, a China ampliou ofensiva para consolidar a ocupação da área a partir de 2014, ao construir ilhas ar- tificiais com potencial uso militar e enviar plataformas para a exploração de petróleo na região. Nem mesmo uma decisão da Corte Permanente de Arbitragem da ONU, que em 2016 afir- mou que o país não tem base legal para reivindicar "direitos históricos" sobre o Mar do Sul da China, demoveu Pequim de seus interesses na região. Com ambições ousadas na economia, nas relações exteriores e na segurança nacional, Xi Jinping consolida seu po- der no ambiente doméstico enquanto projeta seu país como uma grande po- tência internacional. A questão para o futuro próximo é saber até que ponto essa ascensão chinesa poderá avançar em um tabuleiro geopolítico ainda do- minado pelos EUA. ·················································· ······················································ ......................................................······················································ ......................................................······················································ ...................................................... RESUMO ...................................................... ······················································ ...................................................... ...................... , ....... , ...................... ....................................................... China XI JINPING O 19° Congresso Nacional do Partido Comunista garantiu mais pode- res a Xi Jinping, que se consolida como a maior liderança chinesa desde Mao Tsé- tung. O presidente tem um estilo mais centralizador de governar, promovendo uma campanha de combate à corrupção e intensificando a repressão e a censura. POTÊNCIA ECONÔMICA Por meio do "so- cialismo de mercado", a China mantém o controle estatal da economia e, ao mesmo tempo, a instalação de multinacionais no país. Esse modelo impulsionou a exporta- ção e ajudou a tornar a China a segunda maior economia do planeta, atrás apenas da dos Estados Unidos. O desafio agora é equilibrar a abertura da economia à ini- ciativa privada sem abrir mão do controle de setores estratégicos. NOVA ROTA DA SEDA É um projeto bi- lionário de integração comercial que irá conectar, por via terrestre e marítima, a China à Europa e à África. Esta e outras iniciativas de diplomacia econômica são vistas como uma forma de aumentar a relação de dependência de países menos desenvolvidos em relação à China. Com isso, Xi Jinping tenta se firmar como uma liderança mundial, defendendo a globali- zação e ocupando o espaço de poder que os EUA vêm abdicando desde que Donald Trump assumiu a Presidência do país. MAR DO SUL DA CHINA As reivindicações chinesas por áreas no Mar do Sul da China a colocam em rota de colisão com outros vizinhos no Sudeste Asiático - Vietnã, Fili- pinas, Brunei, Taiwan e Malásia. A China construiu ilhas artificiais e explora petró- leo na região, a despeito da decisão de um tribunal da ONU condenando essas ações. COREIA DO NORTE A China tenta mediar a crise nuclear entre a Coreia do Norte e os EUA. Para Pequim, é importante manter a estabilidade na região para evitar um fluxo de refugiados para dentro de seu território e uma eventual reunificação das Corei as. Os EUA tentam pressionar a China a ser mais enérgica em relação às ambições nucleares da Coreia do Norte. ............... , ..................................... .······················································ ······················································ ······················································ ...................................................... GEATUALIDADES l 1° semestre 2018 5 7 190 – 3o BIMESTRE POLUIÇÃO NA CHINA O governo chinês priorizou o crescimento econômico em detrimento da conserva- ção do meio ambiente. Assim, a China se depara atualmente com sérios problemas ambientais decorrentes da poluição. Contaminação das águas Há anos a contaminação das águas vem sendo apontada como um dos mais graves problemas ambientais e de saúde pública na China. Os produtos químicos lançados nos rios e lagos constituem a principal fonte de contaminação e atingem os reservató- rios subterrâneos. Muitos desses produtos são tóxicos e nocivos à saúde humana. Diante da gravidade da situação, as autoridades chinesas pretendem investir maci- çamente na limpeza de rios e fontes de água potável nos próximos anos, endurecendo as leis ambientais e intensificando a fiscalização. Poluição atmosférica Em virtude do alto consumo de combustíveis fósseis em indústrias e termelétricas e do aumento considerável do número de veículos automotores que circulam pelas populosas cidades chinesas, a poluição atmosférica se agravou. As ruas e avenidas são as chaminés das cidades modernas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar provoca, anualmente, a morte de mais de 7 milhões de habitantes das grandes cidades do mundo. Lentamente, a vida nos grandes centros urbanos transforma pessoas saudá- veis em doentes crônicos, podendo causar sua morte em decorrência da exposição aos poluentes lançados na atmosfera pelos escapamentos de veículos. A forte poluição na área central da cidade de Anhui, na China, prejudicou a visibilidade nas ruas, demandando do setor público a utilização de agentes de trânsito para organizar o tráfego (2017). 1 Explique a frase: “As ruas e avenidas são as chaminés das cidades modernas”. 2 Como a contaminação das águas e a poluição atmosférica afetam a saúde das pessoas? De que forma essa realidade pode ser revertida? in te gr ar co nh ec im en to s G eo gr af ia e C iê nc ia s VC G /G ET TY IM A G ES Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos190 Respostas 3o BIMESTRE – 191 1 Responda às questões. a) Na China, quais são as peculiaridades dos importantes centros costeiros? b) É possível afirmar que o crescimento econô- mico chinês ocorre em todo o país? Justifi- que sua resposta. 2 Reflita sobre as diferenças entre “crescimento econômico” e “desenvolvimento socioeconô- mico” e elabore um pequeno texto abordan- do o caso da China. 3 Quais foram as implicações políticas da Revo- lução Chinesa de 1949? 4 Explique a contradição existente no modelo político-econômico adotado pela China. atividades Elaborado com base em dados obtidos em: MULLER, R. A.; MULLER, E. A. Air Pollution and Cigarette Equivalence. Berkeley Earth. Disponível em: <http:// berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/ China-cigarette-map-13- Dec-2015-sm.png>. Acesso em: 20 nov. 2017. 5 Observe os dados referentes à evolução da taxa de crescimento populacional na China. Com base nesses dados, construa um gráfico de barras no seu caderno e responda: Como se dá essa evolução no período indica- do (entre os anos de 2000 e 2016)? Como é possível explicar esse processo? CHINA Taxa de crescimento Ano 0,90% 2000 0,58% 2005 0,49% 2010 0,43% 2016 Fonte: INDEXMUNDI. Disponível em: <https://www. indexmundi.com/G/g.aspx?v=24&c=ch&l=pt>. Acesso em: 16 mar. 2018. 6 Observe o mapa a seguir. • Compare este mapa com o mapa “China: indústria (2010)”, da página 183, e relacione a localização das indústrias com as áreas com mais poluição atmosférica no país. SO N IA V A Z COREIA COREIA DO NORTE DO SUL MONGÓLIA RÚSSIA JAPÃO VIETNà 110° L TRÓPICO DE CÂNCER TAIWAN MAR DO JAPÃO (MAR DO LESTE) MAR DA CHINA MERIDIONAL Bom Moderado Ruim para grupos sensíveis Ruim Muito ruim Péssimo MO 110 L COREIA COREIA DO NORTE DO SUL MONGÓLIA RÚSSIA JAPÃO VIETNà 110° L TRÓPICO DE CÂNCER TAIWAN MAR DO JAPÃO (MAR DO LESTE) MAR DA CHINA MERIDIONAL Bom Moderado Ruim para grupos sensíveis Ruim Muito ruim Péssimo 1 CHINA: POLUIÇÃO DO AR (13 de dezembro de 2015) NE LO SE S N NO SO 375 km 191 Seção Atividades • • • • Respostas http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png http://berkeleyearth.org/wp-content/uploads/2015/12/China-cigarette-map-13-Dec-2015-sm.png https://www.indexmundi.com/G/g.aspx?v=24&c=ch&l=pt https://www.indexmundi.com/G/g.aspx?v=24&c=ch&l=pt
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