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[06.11.2022] Prova Discursiva com Padrão Preliminar TRT8 PA-AP - Cargo 14 - Analista Judiciário (Apoio Especializado com Especialidade em Serviço Social)

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PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO 
CARGO 14: ANALISTA JUDICIÁRIO 
ÁREA: APOIO ESPECIALIZADO/ESPECIALIDADE: SERVIÇO SOCIAL 
Prova Discursiva 
Aplicação: 06/11/2022 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
1. Disposições do ECA sobre o assunto em questão 
 
Inicialmente, destacam-se os conceitos a serem observados, conforme explicitado a seguir. 
 
1.família extensa; 
2.família substituta; 
3.adoção de grupos de irmãos; 
4. opinião da criança e/ou adolescente em consideração; 
5. adoção por família estrangeira; 
6. adoção por casal homoafetivo; e 
7. estágio de convivência. 
 
O ECA dispõe o seguinte: 
 
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus 
descendentes. 
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da 
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a 
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei 
n.º 12.010/2009) 
 
Portanto, o ECA não determina a orientação sexual dos pais, reconhecendo o direito de casais homoafetivos de 
constituírem famílias. 
 
Sobre a adoção, o art. 28 dispõe que: 
 
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, 
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. 
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as 
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei n.º 
12.010/2009) 
 
Quanto ao casal de irmãos, o ECA dispõe que os irmãos não devem ser separados, conforme o disposto no artigo a 
seguir. 
 
Art. 28, § 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família 
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique 
plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o 
rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei n.º12.010/2009) 
 
Portanto, a vontade do casal de estrangeiros em adotar os irmãos está de acordo com a legislação brasileira. Os irmãos 
devem ser ouvidos a respeito da vontade de ser adotados pelo casal, levando-se em consideração os aspectos do 
desenvolvimento peculiar de sua idade, e devem ser preparados para o convívio, conforme disposto a seguir. 
 
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação 
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da 
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela 
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 
12.010/2009) 
 
Sobre a adoção por estrangeiros, o ECA dispõe que: 
 
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente 
admissível na modalidade de adoção. 
 
Portanto, é possível a adoção por casal homoafetivo estrangeiro. 
 
Ademais, o ECA dispõe que: 
 
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. 
(Redação dada pela Lei n.º 12.010/2009) 
 
Como os adotantes e os adotandos já fazem parte do Cadastro Nacional de Adoção, entende-se que toda sua 
documentação está correta e não há impedimentos nem para o casal que quer adotar nem para as crianças que desejam ser 
adotadas. Portanto, a situação deve ser acompanhada por uma equipe multiprofissional: 
 
Art.46 
§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo 
fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o 
deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n.º 13.509/2017) 
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça 
da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução 
da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso 
acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei n.º 12.010/2009) 
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca 
de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em 
qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei 
n.º 13.509/2017) 
 
2. Papel da assistente social 
 
Inicialmente, destacam os elementos a serem observados na resposta, conforme explicitado a seguir. 
 
1. laudo social 
2. parecer social 
3. atuação no campo sociojurídico 
 
Como os adotantes e os adotandos já fazem parte do Cadastro Nacional de Adoção, entende-se que toda sua 
documentação está correta e não há impedimentos nem para o casal que quer adotar nem para as crianças que desejam ser 
adotadas. Portanto, a situação deve ser acompanhada por uma equipe multiprofissional. No caso em tela, a assistente social 
trabalha no sistema sociojurídico, em uma vara de infância e adolescência. Essa profissional deve acompanhar a situação e o 
estágio de convivência, realizando relatórios minuciosos sobre o convívio e as indicações sobre a possível adoção. O papel da 
assistente social é acompanhar e avaliar a situação de possível convívio, com vistas a emitir laudo e parecer, em matéria de sua 
competência, que possam subsidiar as decisões dos magistrados sobre a possível adoção. 
 
3. Aspectos a serem avaliados pela assistente social em seu laudo social 
 
Inicialmente, destacam os seguintes elementos a serem destacados na resposta, conforme explicitado a seguir: 
 
1. laudo social 
2. atuação do assistente social no sociojurídico no âmbito da adoção 
3. parecer social 
4. adoção por família estrangeira 
5. doutrina de proteção integral da criança e adolescente 
 
O laudo social do Assistente Social deve observar o que dispõe o ECA, conforme apresentado a seguir. 
 
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, 
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. 
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as 
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei n.º 
12.010/2009) 
 
Art 28 
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação 
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da 
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela 
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei n.º 
12.010/2009) 
 
Art46 
§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo 
fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o 
deferimento da adoção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n.º 13.509/2017) 
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça 
da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução 
da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso 
acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei n.º 12.010/2009) 
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca 
de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em 
qualquer hipótese, a competênciado juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei 
n.º 13.509/2017) 
 
Após o acompanhamento do estágio de convivência, a assistente social deve produzir laudo minucioso, o qual detalhe o 
período de convivência entre o casal e as crianças, observando o melhor interesse dos infantes. Seu parecer social deve 
apresentar uma opinião técnica e fundamentada que defira ou indefira a adoção, explicitando as razões. 
 
QUESITOS AVALIADOS 
 
2.1 Disposições do ECA sobre o assunto em questão. 
 
0 – Não abordou o tema. 
1 – Abordou apenas 1 ou 2 conceitos. 
2 – Abordou apenas 2 ou 3 conceitos. 
3 – Abordou apenas 3 ou 4 conceitos. 
4 – Abordou apenas 4 ou 5 conceitos. 
5 – Abordou apenas 5 ou 6 conceitos. 
6 – Abordou os 7 conceitos. 
 
 
2.2 Papel da assistente social 
 
0 – Não abordou o papel do assistente social. 
1 – Abordou o papel do assistente social, mas não comentou sobre o laudo social. 
2 – Abordou o papel do assistente social, comentou sobre o laudo social, mas não comentou sobre o parecer. 
3 – Abordou o papel do assistente social, comentou sobre o laudo social e comentou sobre o parecer. 
4 – Abordou o papel do assistente social, comentou sobre o laudo social, comentou sobre o parecer e observou a atuação no 
campo sociojurídico. 
 
 
2. 3 - Aspectos a serem avaliados no laudo social 
 
0 – Não mencionou aspectos. 
1 – Abordou o papel do assistente social, comentou sobre o laudo social, comentou sobre o parecer, observou a atuação no 
campo sociojurídico e abordou somente a questão da adoção por família estrangeira ou da doutrina de proteção integral da 
criança e adolescente. 
2 – Abordou o papel do assistente social, comentou sobre o laudo social, comentou sobre o parecer, observou a atuação no 
campo sociojurídico e abordou somente a questão da adoção por família estrangeira e da doutrina de proteção integral da 
criança e adolescente. 
 
 
 
 
 CEBRASPE – TRT 8.ª REGIÃO – Edital: 2022
 
 
 
 
 
• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, 
transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não será 
avaliado fragmento de texto escrito em local indevido. 
• Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado. 
• Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição do texto definitivo 
acarretará a anulação da sua prova discursiva. 
• Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 10,00 pontos, dos quais até 0,50 ponto será atribuído ao quesito apresentação 
(legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado). 
 
-- PROVA DISCURSIVA -- 
 
 
Lana, assistente social que trabalha na Vara da Infância e da Juventude, foi demandada para emitir 
um laudo e um parecer social sobre a situação Luigi e Rafael, um casal homoafetivo estrangeiro, ambos 
com 35 anos de idade, residentes na Itália, com trabalho e residência fixa, e que já estavam cadastrados 
no Cadastro Nacional de Adoção. Eles desejam adotar um casal de irmãos, de 4 e 6 anos de idade, que 
se encontram em abrigo institucional e que também constam do Cadastro Nacional de Adoção. 
 
 
Considerando que o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) — cujos maiores beneficiários são as crianças e os 
adolescentes em acolhimento familiar e institucional, os quais aguardam o retorno à família de origem ou a adoção —, é focado na 
doutrina da proteção integral prevista na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), elabore um 
texto dissertativo, atendendo, necessariamente, ao que se pede a seguir. 
 
1 Comente as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente sobre o tema. [valor: 5,00 pontos] 
2 Explique o papel da assistente social na situação hipotética apresentada. [valor: 3,00 pontos] 
3 Discorra sobre os aspectos que a assistente social deve avaliar quando da elaboração do laudo social. [valor: 1,50 ponto] 
 
 
 
 
 
 CEBRASPE – TRT 8.ª REGIÃO – Edital: 2022
 
 
 
 
RASCUNHO 
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