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 Hidrodinâmica Vascular -Fluxo unidirecional e laminar (quanto mais próximo da parede do vaso, menor a velocidade); -Na porção arteriolar, a pressão hidrostática é maior que a pressão oncótica, com isso há saída de líquido pelas arteríolas. 90% desse líquido entra na porção venular, onde a P.H é menor que a P.O, os outros 10% vão para a via linfática. ❖ Hiperemia -Aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico;  Ativa- dilatação arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo no local. Fisiológica (rubor facial- há aumento de O2 e nutrientes em decorrência a maior demanda de trabalho) ou patológica (processos inflamatórios- aumento do fluxo sanguíneo pela liberação local de mediadores); -Macroscopia: aumento de volume, avermelhamento, aumento da temperatura local e pulsação; -Microscopia: ingurgitamento, hemácias na periferia e dilatação vascular; -Consequência: edema e hemorragias.  Passiva (congestão)- redução da drenagem venosa por aumento da resistência pós capilar. -Local: obstrução, compressão e dilatação vascular. Ex: torção de vísceras, trombos venosos e neoplasias; -Geral: processos gerais que dificultam o retorno venoso. Ex: insuficiência cardíaca congestiva, trombose, embolia pulmonar e lesões pulmonares. -Macroscopia: tecido vermelho azulado característico de cianose e aumento de volume; -Microscopia: muitas hemácias fora dos vasos e dispersas nos tecidos; -Consequências: edema, hemorragias, degeneração, necrose, hipotrofia, fibrose e trombose. OBS: insuficiência cardíaca esquerda- por algum motivo, o coração não está bombeando o sangue suficientemente, atrapalhando sua saída, porém o sangue continua chegando, o que leva à congestão pulmonar, gerando o acúmulo de sangue nos pulmões e pode haver edema e extravasamento do líquido. Em uma insuficiência cardíaca do lado direito, em que o sangue não chega aos pulmões, haverá congestão sistêmica, pois o sangue regurgita para os sistemas, levando ao aparecimento de edema. -A insuficiência cardíaca reflete em vários órgãos, como o fígado, que sofre a precipitação de hemossiderina devido ao acúmulo de sangue. ❖ Edema -Consequência da hiperemia; -Acúmulo anormal de líquido no interior das células, no compartimento extracelular intersticial e/ou nas cavidades corporais; -Tipos: inflamatório, não inflamatório (hemodinâmico), anasarca (edema generalizado em grávidas e pacientes com insuficiência cardíaca) e ascite (aumento do volume do tecido, como a barriga d´água). -Classificação: localizado ou sistêmico (extensão); transudato e exsudato (composição); Distúrbios Hemodinâmicos -Exsudato: saída de líquido rico em proteína. Está relacionado com processo inflamatório; -Transudato: saída de líquido pobre em proteína; -Pode ser subcutânea (edema dos membros inferiores- obstrução da veia cava inferior, obstrução linfática ou insuficiência valvular venosa), no pulmão ou no encéfalo; -Macroscopia: anasarca (edema no tecido subcutâneo- sinal de cacifo/sinal de godet); -Microscopia: distensão capsular, dissociação de fibras e células, vasos linfáticos dilatados, fibrina, hemácias e leucócitos. O edema crônico apresenta fibroplasia (produção de colágeno).  Etiopatogenia 1. Aumento na P.H na extremidade venular -Quanto maior a P.H na extremidade venular, maior acúmulo de transudato no intertíscio, causando o edema. 2. Deficiência de proteínas (queda da pressão oncótica plasmática)  Ingestão/absorção  Níveis séricos de albumina  Pressão oncótica -Causada por desnutrição, lesões gastrintestinais e doenças do fígado ou rins -Como a pressão oncótica estará maior no meio externo, haverá o acúmulo de líquido intersticial, levando ao edema; -Exemplos: queimadura, doenças renais e hepática. 3. Bloqueio ou disfunção da drenagem linfática -Acúmulo proteico no interstício gera maior quantidade de líquido, o que aumenta a demanda da drenagem; -Exemplos: linfagites, neoplasia e esvaziamento ganglionar. 4. Retenção de água e sódio ❖ Hemorragia -Extravasamento sanguíneo para fora do sistema cardiovascular; -Classificação: -Terminologia: OBS: hematoma é diferente de equimose. -Etiopatogênese: o Alteração na integridade da parede vascular; o Alteração dos mecanismos de coagulação sanguínea; o Alterações qualitativas e quantitativas de plaquetas; o Mecanismos complexos. -Consequências: choque hipovolêmico, anemia, asfixiam tamponamento cardíaco e hemorragia intracraniana; -Macroscopia: avermelhamento vivo ou arroxeado na área atingida; -Microscopia: hemácias fora dos vasos e presença hemossiderina e hemossiderofagos; -Hemostasia: processo fisiológico envolvido com a fluidez do sangue e com o controle do sangramento quando ocorre lesão vascular (parede celular + plaquetas + sistema de coagulação); -Diátese hemorrágica: tendência para sangramento sem causa aparente ou hemorragia mais intensa ou prolongada após traumatismo. ❖ Trombose -Processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro de vasos ou do coração; -Classificação dos trombos quanto à estrutura: o Vermelhos- hemácias e fibrinas, presentes nas veias; o Brancos- plaquetas e fibrinas, presentes nas artérias; o Hialinos- fibrinosos, homogêneos e vítreos, presentes na microcirculação; o Mistos- cabeça (branco), colo e cauda (vermelho) -Macroscopia: o Trombos venosos- vermelhos, oclusivos, firmes, firmemente aderidos e geralmente localizados nos membros inferiores; o Trombos arteriais- brancos, friáveis, oclusivos ou ocludentes e localizados no cérebro, coração e fêmur decorrentes da lesão endotelial; o Trombos cardíacos- brancos, secos e friáveis; o Linhas de Zahn- são uma característica de trombos mistos que aparecem quando estes são formados no coração ou grandes vasos sanguíneos, como a artéria aorta, por exemplo. São camadas de plaquetas e fibrinas com camadas ricas em hemácias mais escuras. -Microscopia: o Trombos brancos: lamelas amorfas, granulosas acelulares, eosinofílicas, plaquetas (coraliformes); o Trombos vermelhos: rede de fibrina com conglomerados plaquetários / leucócito e hemácias. -Etiopatogênese: tríade de Virchow Alteração do fluxo causa turbulência laminar (os elementos figurados mais localizados no centro vão para a periferia), o que leva à lesão endotelial. 1. Lesão endotelial/endocárdica -Causas: tromboses arteriais e cardíacas, traumas, endotoxinas bacterianas, vírus, parasitas, placas ulceradas da aterosclerose, infarto e erosões vasculares; -Mecanismo: exposição do colágeno subendotelial, adesão e agregação plaquetária e coagulação, o que favorece a formação trombótica -A disfunção do endotélio produz grande quantidade de fatores de fatores pró- coagulantes e menores quantidades de fatores anticoagulantes. 2. Fluxo sanguíneo anormal -Estase ou turbulência: fatores que alteram o fluxo laminar. A estase (trombose venosa) leva a agregação de hemácias e plaquetas e a turbulência (trombose arterial) causa lesão do endotélio; ▪ Trombose venosa  O2 e nutrientes- lesão do endotélio  [] coagulação Marginação celular ▪ Trombose arterial -Bifurcações -Aterosclrerose -Aneurisma -Com a alteração do fluxo laminar, os fatores responsáveis pela coagulação e anticoagulação perdem sua homeostase e há maior ativação dos componentes celulares do endotélio, pela lesão desse tecido, levando à formação de trombos. 3. Hipercoagulabilidade do sangue -Primária ou secundária; -Alteração na via de coagulação sanguínea, por falta de moléculas anticoagulantes ou excesso de componentes responsáveis pela coagulação sanguínea; - Uma causafisiológica e transitória de hipercoagulabilidade muito comum nas mulheres é a gravidez, por conta de um estado hiperestrogênico causado pelos hormônios, que com o passar dos trimestres gestacionais, propicia o aumento dos fatores de coagulação, culminando em elevação da trombina, juntamente com a diminuição de algumas substâncias anticoagulantes, como a proteína S e antitrombina. → Destinos do trombo: depende da fibrinólise e sistema de coagulação -Propagação: embolização vascular. O sistema de coagulação é maior que o de fibrinólise; -Embolização: transporte para outra parte da vasculatura devido à fragmentação do trombo; -Dissolução: o trombo pode ser dissolvido. A fibrinólise é maior que o sistema de coagulação; -Organização e recanalização: trombos antigos se tornam organizados. Quando há equilíbrio entre os dois sistemas; -Calcificação e infecção. ❖ Embolia -Existência de corpo estranho sólido, líquido ou gasoso (êmbolo) transportado pelo sangue, que é capaz de obstruir o vaso de menor calibre; o Sólidos- mais frequentes. Podem ser trombos, neoplasias, bactérias, parasitas; o Líquido- menos frequentes. Embolia por líquido amniótico, lipídios ou gorduras (esteatose hepática, queimaduras, osteomielites, celulites e injeções oleosas); o Gasosas- mais raros. Causadas por contrações uterinas, perfurações torácicas e descompressões súbitas. -Diferente do trombo, não é ligado a parede do vaso; -Classificação: -Microscopia: células escamosas, gordura do verniz caseoso e mucina derivada dos tratos respiratório ou gastrointestinal. ❖ Isquemia -Diminuição do aporte sanguíneo para determinado órgão ou estrutura por obstrução da luz das artérias, arteríola ou capilares; -Causas: -As consequências dependem da velocidade de instalação, grau e duração da redução, vulnerabilidade do tecido e circulação colateral. Pode ser hióxia, anoxia ou necrose; -Tipos de consequências: o Transitória- ausência de alterações, causa sono; o Parcial e gradual- degenerações e hipotrofias; o Permanente e brusca- infarto isquêmico, fibrose ou gangrena; o Permanente gradual: desenvolve- se na circulação colateral; o Permanente gradual sem circulação colateral- infarto; o Lesões por perfusão- alterações regressivas que se instalam nos tecidos pré-isquêmicos após a restituição do fluxo sanguíneo. ❖ Infarto -Área de necrose isquêmica causada pela interrupção do suprimento sanguíneo arterial ou da drenagem venosa num tecido; -99% de origem trombótica ou embólica; -Classificação:  Infarto branco -Anêmico; -Obstrução arterial em territórios com circulação terminal (com pouca ou nenhuma circulação colateral); -Coração, encéfalo, baço e rins; -Macroscopia: região mais pálida, geralmente de formato triangular (a ponta é a área de obstrução; -Microscopia: manutenção da arquitetura do órgão, eosinofilia, fragmentação do núcleo e picnose (infarto recente); no infarto mais antigo há substituição do tecido morto por tecido conjuntivo neoformado.  Infarto vermelho -Hemorrágico; -Causado por obstrução arterial ou venosa; -Encontrado em órgãos frouxos e naqueles com irrigação dupla ou com rica irrigação colateral; -Macroscopia: aumento da região e do peso do órgão em infarto mais recente, em infarto mais antigo há grande quantidade de hemossiderina na região; -Microscopia: hemácias integras em infarto recente, ausência de núcleo, eosinofilia e invasão dos alvéolos por líquido e hemácias;  Infarto séptico/asséptico -Infarto se converte em abscesso. -As consequências do infarto dependem da extensão do órgão e do órgão afetado e variam de insignificantes (infarto esplêmico) a graves (infarto do miocárdio, pulmonar, alças intestinais e cérebro); -Sinais e sintomas: dor local ou irradiante, febre, aumento na velocidade de hemossedimentação e de enzimas (transaminases, fosfatases e desidrogenase); -Morfologia do infarto: o 0 a 6h- sem alterações visíveis; o 6 a 12h- área pálida pouco definida, como ou sem estrias hemorrágicas; o 12 a 24h- área pálida (halo hiperêmico hemorrágico, cuneiforme), base (forma de cápsula) e base (vaso ocluído); o 24 a 48h- área cuneiforme ou em mapa geográfico; o 2º ao 5º dia- halo branco acinzentado leucocitário/deposição de fibrina na serosa capsular; o 5º dia em diante- proliferação fibroblástica e angioblástica (avermelhamento leve centrípeto com posterior cicatrização e retenção cicatricial).