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SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (História, diretrizes e princípios)

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Conceitos e definições da saúde pública 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo 
conjunto das ações e de serviços de saúde sob gestão 
pública. Está organizado em redes regionalizadas e 
hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com 
direção única em cada esfera de governo. 
O SUS não é, porém, uma estrutura que atua isolada na 
promoção de direitos básicos de cidadania. Insere-se no 
contexto ds políticas públicas de seguridade social, que 
abrangem, além da Saúde, a Previdência e a Assistência 
Social. 
Portanto, o SUS é um sistema público que oferece a todo 
cidadão brasileiro acesso universal, gratuito e integral 
aos serviços de saúde, desde procedimentos 
ambulatoriais a atendimentos de alta complexidade. 
Também promove campanhas de vacinação e ações de 
prevenção de vigilância sanitária, como fiscalização de 
alimentos e registro de medicamentos. 
 
Até então, o conceito de saúde era restrito ao termo 
doença, ocasionando uma atenção total ao tratamento 
das enfermidades. Após a implementação do SUS, esse 
conceito foi questionado e atualmente a promoção e 
prevenção também fazem parte das políticas públicas de 
saúde. 
 
O que é saúde? 
É um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social e não apenas a ausência de doenças (OMS). 
É direito de todos e dever do estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doenças e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços, para 
sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 da 
Constituição Brasileira de 1988). 
História da Saúde Pública no Brasil 
Antes da implantação do SUS, o acesso à saúde era 
precário, visto que somente os cidadãos que possuíam 
poder aquisitivo usufruíam de atendimento médico. A 
grande maioria da população, que não tinha acesso a 
esse atendimento, ficavam a mercê de filantropia, 
caridade e crenças. 
Brasil Colônia: Com a chegada da Corte Portuguesa no 
Brasil, criou-se a necessidade de organização de uma 
estrutura sanitária, que até então não dispunha de 
nenhum modelo de atenção à saúde da população. 
▪ O modelo de atenção era limitado a recursos da terra 
(ervas e plantas) e conhecimento empírico dotado 
pelos curandeiros. 
▪ Necessidade de formar médicos no Brasil. 
▪ Surgimento das primeiras escolas de medicina do 
país e controle de navios e saúde dos portos. 
 
Brasil República: a inexistência de um modelo 
sanitário gerava um quadro de grandes epidemias na 
população. Havia o predomínio de doenças 
transmissíveis. Doenças que acometiam a população: 
varíola, malária, febre amarela, peste, tuberculose, 
sífilis. 
▪ As epidemias começaram a afetar o comércio 
exterior, visto que os navios estrangeiros não 
queriam mais atracar no porto do RJ. Devido ao 
interesse econômico, criou-se o modelo 
assistencial sanitarista/ campanhista. 
▪ Oswaldo Cruz se propôs a erradicar a epidemia de 
febre amarela no RJ, desenvolvendo ações de 
combate por meio da força e autoritarismo. Outra 
medida tomada foi a instituição da obrigatoriedade 
da vacinação contra a varíola em todo território 
nacional, gerando a revolta da vacina. 
 
Industrialização (1917 – 1919): Inicio do processo de 
industrialização, principalmente no eixo Rio-São Paulo. 
Com o acelerado surgimento das indústrias, as 
condições dos trabalhadores eram instáveis e isso gerou 
muitos movimentos operários (greves trabalhistas). A 
partir desse movimento, foi aprovada a Lei Elói Chaves 
que instituíam as Caixas de Aposentadorias e Pensão 
(CAPs). 
 
Era Vargas (1930 – 1945): Nesse período, o perfil 
epidemiológico era de predomínio das doenças da 
pobreza e aparecimento das doenças modernas 
(câncer, problemas no coração e de pressão arterial). 
Nessa época, o país passava pelo inicio da transição 
demográfica com o envelhecimento da população. 
▪ Vargas muda o nome do CAPS para IAPs – 
Institutos de Aposentadorias e Pensões, onde a 
organização passa a ser por categorias profissionais 
e garantido por financiamento tripartite (empregado 
+ empregador + união). 
 
Pós guerra (1945): período de redemocratização; 
criação do ministério da Saúde (pouca verba); 
campanhas contra malária; setor privado pressiona para 
o governo não construir hospitais públicos. 
 
Ditadura militar (1964 – 1984): Com a ditadura, se 
instalou reformas institucionais que afetaram a 
previdência. Houve a unificação do IAPS e INPS 
(instituto nacional de pensão e aposentadoria). Criou-se 
um único órgão que era responsável pelas pensões, 
assistência médica de todos os trabalhadores formais 
(excluía os trabalhadores informais e rurais). 
Devido ao aumento da complexidade do INPS, criou-se 
o Inamps, instituto nacional de assistência médica da 
previdência social. Nesse contexto, o modelo médico 
privatista/curativo surge. Foi incapaz de erradicar as 
endemias e epidemias e melhorar indicadores de saúde 
(mortalidade). 
▪ Esse modelo aumentou os custos e a 
complexidade do atendimento, diminuiu o 
crescimento econômico, o sistema se tornou 
incapaz de atender toda a população visto que havia 
uma parte que era excluída do sistema (não 
tinham carteira registrada e não contribuíam), 
haviam desvios de verba da previdência para 
outros setores e não repasse dos recursos pela 
União. 
Em 1978, a conferência em Alma-Ata trouxe a 
discussão da atenção primária. Com a criação da Ações 
Integradas de Saúde (AIS) procurou-se ações 
curativas-preventivas, a previdência comprou serviços 
prestados por estados, municípios, hospitais 
filantrópicos, públicos e universitários ⇨ foi o marco da 
atenção primária. 
 
Nova República (1985 a 1988): Ocorreu a VIII 
Conferência Nacional de Saúde, que foi o marco da 
Reforma Sanitária no Brasil, e foi a primeira 
conferência com participação popular. 
8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
Em 1986, a Conferência foi um debate para a criação 
de um sistema nacional de saúde. As propostas eram de 
mudança no conceito de saúde, no modelo assistencial 
e organização de recursos humanos de saúde. O governo 
então, aceita a sugestão de oferecer gratuitamente a 
medicida preventiva e curativa. É quando ocorre, em 
1987, a transição da AIS para SUDS (Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde). 
 
 
Surgimento do SUS (1988) - O SUS nasce juntamente 
com a Constituição Federal de 1988, e é definido pelo 
artigo 198, que diz: 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma 
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I. Descentralização, com direção única em cada esfera 
do governo; 
II. Atendimento Integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III. Participação da comunidade. 
 
Constituição deferal de 1988 
A constituição federal de 1988 é considerada um marco 
na história do nosso país, principalmente para a área da 
saúde, pois é a primeira que traz no seu texto, artigos 
que contemplam este setor da saúde é composto por 5 
artigos, sendo eles: 196, 197, 198, 199 e 200. Neles 
encontraremos: 
• A obrigação do estado em prover o acesso às ações 
e serviços de saúde; 
• Como o sistema deve ser organizado e as diretrizes; 
• A participação complementar da rede privada; 
• Algumas das atribuições do sistema único de saúde 
A constituição brasileira estabelece que a saúde é um 
dever do Estado. Aqui, deve-se entender Estado não 
apenas como governo federal, mas como poder público, 
abrangendo a União (Ministério da Saúde), os estados 
(Secretaria de Saúde), o Distrito Federal e os munícipios 
(Secretaria de Saúde). 
 
LEIS ORGÂNICAS (LEI 8080/90) 
8.080 de 19 de setembro de 1990 – Foi criada com a 
finalidade de alterar a situação de desigualdade na 
assistência à saúde da população, tornando obrigatórioo atendimento público a qualquer cidadão. É 
responsabilidade do Estado a assistência terapêutica 
integral, inclusive farmacêutica, garantindo a população 
acesso aos serviços e ações de saúde, sem privilégios de 
qualquer espécie. 
Dispõe sobre as condições para PROMOÇÃO, 
PROTEÇÃO e RECUPERAÇÃO da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e das outras previdências. 
Principais temas abordados na lei 8.080 
1 – Determinantes sociais em saúde; 
II – Vigilância em saúde; 
III – Princípios e diretrizes do SUS; 
IV – Políticas para populações específicas; 
V – Responsabilidades das três esferas do governo 
(FEDERAL, ESTADUAL e MUNICIPAL); 
VI – Estrutura de governança do SUS; 
VII – Políticas de recursos humanos; 
VIII – Participação complementar do privado. 
 
 
8.142/90 de 28 de dezembro de 1990 – dispõe sobre 
participação da comunidade na gestão do Sistema Único 
de Saúde – SUS e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da 
saúde e de outras previdências. 
▪ Conferência de Saúde (a cada 4 anos para avaliar 
a situação de saúde e propor diretrizes para 
formulação da política de saúde); 
▪ Conselhos de saúde (caráter permanente e 
deliberativo, composto por prestadores de serviço, 
profissionais de saúde e usuários, atua na 
formulação de estratégias e controle da execução da 
política de saúde). 
 
PRINCÍPIOS DO SUS 
doutrinários 
Universalidade: Direito a saúde como direito à 
cidadania inerente a todos aqueles que forem 
brasileiros. Direito a saúde por meio de políticas 
públicas, igualdade de acesso sem distinção. Cabe ao 
Estado assegurar este direito. 
 
Equidade: É assegurar ações e serviços de todos os 
níveis de acordo com a complexidade que cada caso 
requeira saúde, assim como aqueles contratados pelo 
poder público. Todo cidadão é igual perante o SUS e 
será atendido conforme as suas necessidades, até o 
limite que o sistema pode oferecer. 
 
Integralidade: Conjunto articulado e contínuo de ações 
e serviços preventivos, curativos e coletivos, exigindo 
em cada caso os níveis da complexidade de assistência. 
Engloba ações de promoção, proteção e recuperação da 
saúde. 
Trata as pessoas como um todo: promoção de saúde, 
prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. 
 
organizativos 
Descentralização: Redefinição das funções e 
responsabilidades de cada esfera de governo, em relação 
a condução político administrativo do sistema de saúde. 
Poder de decisão: 
▪ Nível Federal – política nacional de saúde / fundo 
nacional de saúde. 
▪ Nível Estadual – política estadual de saúde / fundo 
estadual de saúde. 
▪ Nível municipal – política municipal de saúde / 
fundo municipal de saúde. 
 
Regionalização: Delimitação de espaços territoriais 
específicos para a organizações das ações de saúde. 
Subdivisões ou agregações do espaço político 
administrativo. 
 
Hierarquização: Organizações das unidades segundo 
grau de complexidade tecnológicas dos serviços. 
Sistema de referência - contra referência. 
 
 
 
Resolutividade: Capacidade de dar uma SOLUÇÃO 
aos problemas do usuário do serviço de saúde: de forma 
adequada, no local mais próximo ou onde suas 
necessidades possam ser atendidas. 
 
Autonomia: Dispor de informações relativas à sua 
saúde, capacidade de tomada de decisões, 
empoderamento da sua saúde. 
 
Participação popular: Forma de garantir a efetividade 
das políticas públicas de saúde e como via de exercício 
do controle social: 
▪ Conselhos de saúde. 
▪ Conferências de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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