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Deserdação e Indignidade

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DESERDAÇÃO E INDIGNIDADE 
 
A deserdação consiste na exclusão, ou seja, no afastamento de herdeiro necessário do direito 
sucessório, por razões subjetivas, de forma que o deserdado é considerado desprovido de moral para 
receber a herança, diante de atitudes indevidamente praticadas. 
 
Para que haja a deserdação devem as causas ser expressamente ordenadas por quem deseja deserdar 
em testamento, uma vez que a deserdação só se faz por meio de testamento (art. 1.964 do Código 
Civil). 
 
O herdeiro deserdado será excluído da sucessão daquele que instituiu a referida pena civil. 
 
Segundo entendimento sufragado pelo Egrégio TJDFT, as hipóteses de deserdação são taxativas 
uma vez que restringem direitos (Acórdão 877773). Assim, somente as situações acima indicadas 
podem conduzir à deserdação dos herdeiros necessários. 
 
A causa invocada para justificar a deserdação constante de testamento deve preexistir ao momento 
de sua celebração, não podendo contemplar situações futuras e incertas (REsp 124.313/SP). 
 
 
A Indignidade é a exclusão do sucessor devido ao fato do mesmo ter praticado um ato reprovável 
contra o autor da herança sendo então punido com a perda do direito hereditário. A indignidade é 
uma sanção civil que acarreta na perda do direito sucessório. 
 
Para que ocorra a indignidade, é mister que o herdeiro excluído tenha praticado, em síntese, Atos 
contra a vida , contra a honra e contra a liberdade de testar do autor da herança, como descreve o 
artigo 1814. 
 
Conforme disposto no artigo 1.815 do Código Civil, a indignidade deve ser declarada por sentença, 
ou seja, para isso, deve haver uma ação Declaratória de Indignidade. 
 
Interposição dessa ação deve ser feita no prazo de 4 anos a contar da abertura da sucessão. A 
sentença declarando a indignidade exclui o herdeiro da sucessão, então sem essa sentença o herdeiro 
não pode ser excluído da sucessão. 
 
A indignidade e a deserdação são sanções civis aplicáveis àqueles que não se comportaram bem com 
o autor da herança. Indigno e deserdado são considerados incompatíveis com a herança. 
 
 
Indignidade 
 
1. A indignidade é ato reconhecido mediante uma ação de indignidade, prevista no art. 1.185 do 
Código Civil 
2. Qualquer sucessor (seja herdeiro ou legatário) pode ser indigno 
3. A indignidade é reconhecida por ato praticado antes ou depois da abertura da sucessão 
4. As causas de indignidade estão previstas no art. 1.814 
 
 
Deserdação 
 
1. A deserdação se manifesta por ato de vontade do autor da herança por meio do testamento, logo, 
somente o autor da herança pode deserdar 
2. Somente o herdeiro necessário pode ser deserdado 
3. A deserdação se dá por ato praticado antes da abertura da sucessão 
4. As causas de deserdação são as mesmas de indignidade (art. 1.814) e também as previstas nos 
arts. 1.962 e 1.963 
 
 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários : 
 
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, 
contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime 
contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor 
livremente de seus bens por ato de última vontade. 
 
 
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes 
por seus ascendentes : 
 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; 
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
 
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes 
pelos descendentes: 
 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou 
companheiro da filha ou o da neta; 
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

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