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P á g i n a 1 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS CINEMÁTICA DO TRAUMA CINEMÁTICA É o estudo das forças aplicadas sobre o organismo gerando lesionais, logo sendo responsável pelas lesões das vítimas do trauma. FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA • TRAUMATISMO Lesão resultantes de exposição brusca do organismo a uma fonte de energia ou a ausência de elementos vitais para a vida como oxigênio e calor. TIPOS DE ENERGIAS • Cinética; • Térmica; • Elétrica; • Química; • Mecânica; • Radiação. TRAUMATISMO FECHADOS (CONTUSOS) E PENETRANTES As lesões produzidas no traumatismo fechados podem corresponder a: • COMPRESSÃO Golpe contuso direto. Produz lesões locais gerando a ruptura de tecido e cavidade. A intensidade da lesão depende da força e superfície do impacto. Ex: Acidente em que o passageiro não usa cinto de segurança e bate com a testa no para-brisa. • ACELERAÇÃO/ DESACELERAÇÃO Pode ser horizontal como impactos de carro ou vertical em caso de quedas. Quedas de altura se tornam “críticas” quando a queda é maior ou 3 x a própria altura. Na aceleração ou desaceleração horizontal nos acidentes veiculares é importante saber se o choque foi a 100km/h equivalente a uma queda de 40m. • SOBREPRESSÃO As lesões ocorrem pelo aumento da pressão das vísceras ocas. Este aumento faz com que as paredes cedam. O mesmo ocorre com a síndrome do esmagamento no caso de colapso com as estruturas ou mecanismos primários produzido na onda expansiva de uma explosão. Assim como o ar entra em grandes velocidades pelos orifícios naturais, causando lesões no tímpano. Esôfago. Pulmão, estômago e intestino. ACIDENTES E COLISÕES VEICULARES 1. Deformidade do Veículo; 2. Deformidade da Cabine; 3. Deformidade do Corpo. 1º Impacto: Colisão e desaceleração brusca do veículo contra o objeto de colisão; 2º Impacto: Caso não use o cinto, o corpo se desloca e bate no volante e ou em outra parte do carro. 3º Impacto: Os órgãos internos se comprimem contra a caixa toráxica. Impacto Frontal: Corpo segue para cima e para baixo. LESÕES POR CIMA E PARA CIMA 1ª Lesão córnea; P á g i n a 2 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS 2ª Lesões espinhais; 3ª Lesões de tórax; 4ª Lesões abdominais. LESÕES POR BAIXO E PARA BAIXO Luxação do joelho e cadeira (articulação do fêmur com acetábulo), fratura de fêmur, fraturas de extremidades inferiores, fraturas de pélvis e acetábulo. Impacto Posterior: O paciente recebe o impacto desde a região dorsal produzindo um movimento um movimento de hipertensão da coluna, o mesmo causa lesão por compressão a nível raquimedular. caso o paciente não use cinto, ele terá lesões quando for ejetado para frente (traumatismo craneano, maciços faciais, Lefort I, II e III, lesões toráxicas abdominais ou pélvica iguais dos impactos anteriores. Impacto Lateral: Pode causar lesões no tórax, abdômen e tórax e pélvis homolateral. Vai produzir um traumatismo raquimedular por alongamento e um traumatismo craneano quando acertar a janela do lado do impacto. Impacto Rotacional: Contusões raquimedulares. Capotamento: Lesões por cinto e ejeções. PEDESTRES ADULTO: 3 Choque – Carro, para-brisa ou Capo e Chão. Geralmente lesões nas pernas. INFANTIL: –. Geralmente lesões tórax e cabeça. MOTOCICLETA: 3 Padrões –. Geralmente lesões tórax e cabeça. 1º Impacto: Frontal; 2º Impacto: Tangencial; 3º Impacto: Caída com arrasto ou derrape do condutor e veículo. TRAUMA PENETRANTE Baixo Energia: até 400m/s (armas brancas e de mão); Média Energia: menos de mil pés/seg. ou 305 m/s (armas em punho, como revolver e pistola); Alta Energia: fuzil. VIA AÉREA BÁSICA E AVANÇADA (ACESSO, PERMEABILIZAÇÃO E CUIDADOS) O acesso as vias aéreas têm prioridade sobre os outros aspectos de reanimação em quase todos os pacientes graves. A avaliação das vias aéreas deve ser completada em até 15 s. Deve-se atuar imediatamente caso a via aérea se encontre obstruída, haja risco de broncosaspiração ou comprometimento respiratório. Causas mais comuns da obstrução alto das vias aéreas no pré-hospitalar. Queda da língua sobre a parede posterior da faringe e corpos estranhos. INDICAÇÃO DE ACESSO ÀS VIAS AÉREAS P á g i n a 3 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS Permeabilizar, proteger contra broncosaspiração e ventilar. MÉTODOS DE PERMEABILIZAÇÃO (DIVIDIDO EM 3 GRUPOS) 1º MÉTODO MANOBRAS MANUAIS (inclui obstrução por corpos estranhos) 1 - Manobra de chin Lift: mais eficaz não deve ser usada na suspeita de lesão cervical. 2 - Elevação da mandíbula: indicação no caso de suspeita de lesão cervical. 3 - Abertura de boca: somente em vítima inconsciente não usarem vítimas agitadas (vai ser mordido). 4 - Posição lateral de segurança: impede a queda da língua e permite que o vômito, sangue e secreção não saiam sem obstruir as vias aéreas ponto indicado quando há várias vítimas. 1.5 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO Obstrução Completa: grave dificuldade respiratória, cianoses, incapacidade de tossir, respirar e falar conduta manobra de Heimblich e varredura digital da orofaringe. Obstrução Incompleta: capacidade de emitir som (tossir ou falar) conduta retirada sobre visualização direta por laringoscópio. 2º MÉTODO EQUIPAMENTOS BÁSICOS Cânulas Orofaríngea: evitar a queda da língua sobre a parede posterior da faringe permitir aspiração deve ser utilizada em pacientes inconscientes e ausência de reflexo. Cânula Nasofaríngea: contraindicado em casos de trauma facial ou de crânio indicada em pacientes com trismo, introduzido pela narina. Aspiração das Vias Aéreas: finalidade remoção de sangue vômito e outros materiais técnico monitorar o paciente com ECG e oxímetro de pulso e pré oxigenar com máscara e bolsa com a maior fração inspirado de oxigênio (FIO 2) possível. Limpeza manual da orofaringe utilizando o técnico estéril introduzido o dispositivo de sucção sem aspirar somente aspirina retirada com movimentos rotatórios. Não deve durar mais do que 10 segundos o procedimento. 3º MÉTODO EQUIPAMENTOS AVANÇADOS Parte do pressuposto que o paciente está com o estômago cheio seguindo 2 modelos: 1º modelo - sequência rápida pré oxigenação mais analgésico mais hipnótico mais relaxante mais intubação. 2º modelo - paciente acordado muito difícil pré oxigenação mais sedação leve variável mais intubação (raramente escolhido). Combitubo: permite que o paciente seja ventilado mesmo com o tubo introduzido no esôfago. Máscara Laríngea: seu ponto tampa a entrada do esôfago não protege de broncosaspiração pode ser aplicado por não médicos indicação PCR, apneia e insuficiência respiratória, cirurgia P á g i n a 4 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS eletivas e suporte básico da vida (BLS) em adultos. Tamanhos: Número 3: criança adolescente 30 a 50 kg Número 4: adultos 50 a 70 kg (mulher e homem menor porte) Número 5: adultos: 70 a 100 kg (homens idosos sem dentes) Intubação Traqueal: o método definitivo para assegurar ventilação sob pressão positiva viva depressão do sensório com perda da capacidade de proteger a via aérea. Vantagem: controle definitivo da via aérea reduz a incidência de aspiração pulmonar, não causa distensão gástrica durante a ventilação, ventilação sob pressão positiva toalete brônquica e administração de medicamentos. Complicação Imediata: Possíveis perda de habilidade se não for praticado, colocação errada do tubo no esôfago com má ventilação e indução de vômito, aumento da pressão intracraniana, hipoxemia e arritmias durante o procedimento. Achados Associados À Intubação Difícil pescoço curto (distância de tirometal menor que 6 cm), abertura de boca limitada menor que 4 cm, protusãode incisores, extensão limitada do pescoço, obesidade malenpalti, dentes em mal estado, mento curto (barba, bigode) faringe, epiglote, neoplasia e radioterapia. TUBO Homens 7,5 a 9,5 Mulheres 7,0 a 8,5 VERIFICAÇÃO DA POSIÇÃO DO TUBO Ausculta torácica (4 pontos) e epigástrico um ponto observar os passam torácica bilateral e condensação do vapor do tubo. COMPLICAÇÃO DE INTUBAÇÃO E TOT Intubação esofagiana, falha na intubação, broncosaspiração hipoxemia, lesão de glote, perfuração de esôfago, arritmias cardíacas, intubação seletiva, isquemia de traqueia, trauma oral, traumatismo dentário, lesão de tonsila. TÉCNICAS DE ANALGESIA SEDAÇÃO E RELAXAMENTO MUSCULAR Analgesia: opioides (morfina) ou fentanil Sedação: hipnose propofol ou midazolam Bloqueadores neuromuscular: Succinilcolina (contraindicado em hipercalemia e grandes queimados). CONTRAINDICAÇÃO AO USO DE FÁRMACOS Intubação difícil, inexperiência/falta de opção, compressão vias curtas e instabilidade hemodinâmica. TRAUMA ATENÇÃO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO Morte Por Trauma São distribuídos em 3 momentos: 1º momento: não possui tratamento apenas de prevenção (morte no local) 2º momento: (minutos até 24 horas) depende do sistema de saúde e ATLS P á g i n a 5 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS 3º momento: (mais de 24 horas) depende do sistema de saúde da medicina • 50% segundos a minutos (TCE trauma cardíaco medular luxações de aorta). • 30% minutos até 24 horas (lesões possíveis de tratar) • 20% acima de 24 horas (sepse disfunção sistêmica de múltiplos órgãos, TEP) ATENDIMENTO INICIAL X: estancamento de grandes hemorragias A: coluna cervical colar, mas prancha rígido e mais via aérea B: respiração oxigênio exame físico e oxímetro ser circulação; C: circulação AV, reposição volêmica e controle da hemorragia; D: disfunção neurológica: Glasgow, pupilas, extremidades. E: a exposição mais controle do ambiente prevenção de hipotermia A: (Airway) estabilizar a coluna cervical (colar mais prancha) VIA AÉREA ESTÁ PÉRVIA Sim – (formação preservada) oferecer oxigênio 11 l/min Não – (afastar corpo estranho) via aérea artificial Indicações Via Aérea Artificial: apneia proteção das vias aéreas incapacidade de manter oxigenação com máscara, TCE grave (Glasgow menor igual a 8) Via Era De Definitiva: protege a via aérea (balonete insuflado). Ex: TOT, TNT, crico cirúrgico, traqueostomia. VIA AÉREA TEMPORÁRIA: não protege a via aérea exemplo crico por punção, máscara laríngea combitubo (2 horas no máximo). Caso não consiga ou não possa entubar, se usa máscara laríngea ou combitubo (temporários). Caso não tiver nenhum, realizar cricotireoidostomia (definitivo) (traqueostomia é um procedimento eletivo). Cricotireoidostomia: deve ser cirúrgica contraindicado em menores de 12 anos (neste caso optar por crítico por punção). Indicações: impossibilidade de visualizar vias aéreas trauma maxilofacial externo, distorção anatômica do pescoço. Traqueostomia: indicação fratura de laringe B briefing. Oferecer oxigênio, exame físico respiratório e oximetria de pulso. 3 ARMADILHAS DO B PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO, ABERTO HEMOTÓRAX Pneumotórax Hipertensivo: trauma contuso com lesão em saco de papel (balota de ar no tórax do paciente) Desvio contralateral da traqueia, enfisema – subcutâneo a turgência jugular, timpanismo, mv abolido, hipotensão (choque obstrutivo). DIAGNÓSTICO CLÍNICO Conduta Imediata: toracocentese com a sedação com o selo d'água número 4 º/5º é EIC, entre as linhas auxiliares anteriores e média. P á g i n a 6 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS Pneumotórax Aberto: o trauma penetrante com o orifício maior que 2/3 do diâmetro da traqueia. Conduta Imediata curativo quadrangular fixado em 3 pontos. Tratamento Definitivo: Toracostomia: com drenagem em selo d'água no 5º EIC e fechamento cirúrgico da ferida. Se PTX simples e pequeno (20 a 30% de hemotórax), não drenar, observar por 24 horas. Se necessário de transporte aéreo e ventilação mecânica (drenar fonte) realizar TOT seletivo ou 2º o dreno. Diagnóstico por broncoscopia e tratamento por toracotomia. Hemotórax Maciço: 1500 Ml ou 1/3 de volemia na cavidade torácica, maioria tem sangramento alto limitado. Clínico: jugular colabada, macicez, MV abolido, hipotensão (choque hipovolêmico). Conduta: transfusão, restaurar volemia, toracotomia, o 5º EIC com drenagem em selo d'água. Pegadinha Indicações de Toracotomia drenagem imediata de 1500ml, drenagem de 200 ml por hora por 2 a 4 horas, necessidade persistente de transfusão. C – Circulation: mais controle de hemorragia até que se prove ao contrário, o paciente vítima de trauma apresenta choque hemorrágico e hipovolêmico. O paciente pode sangrar do abdômen, pelve, tórax e fratura dos ossos longos. 1º acesso venoso: primeiro o periférico, caso não seja possível utilizar o central, dissecação de safena ou punção intraóssea. Crianças menores de 6 anos primeira escolha AVP, segunda opção punção intraósseo. 2º: reposição com cristalóide (SF 0,9 ou RL) aquecido (39°C) Volume adulto 1 l/criança 20 ml /kg avaliação da resposta - avaliação dos sinais vitais ou da diurease. Sem resposta - sangue ESTIMATIVA DE PERDA VOLÊMICA Diurese • Adulto – 0,5 ml/kg/h • Criança – 1 ml/kg/h • Menor que 1 ano – 2 ml/kg/h Avaliar a diurese do paciente por sonda vesical, através da diurese. Sangue no meato, hematoma perineal, retenção urinária, fraturas de pelve, deslocamento cefálico de próstata, lesão de uretra, não sondar, realizar cistostomia. Na suspeita de lesão uretal, antes de sondar, realizar uretrocistrografia retrógrada. I II III IV PA Normal Normal Diminuída Diminuída FC Normal maior ou igual que 100 maior ou igual a 120 maior ou igual a 140 Perda Pequena maior ou igual que 15% Volemia maior ou igual a 30% maior ou igual a 40% maior que 750 ml maior que 750 ml maior que 1500 ml maior que 2000 ml P á g i n a 7 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS Controle da Hemorragia: se sangramento externo compressão. Torniquete pode ser usado quando não se puder conter com a compressão (até 6 horas). Pode fazer toracotomia de reanimação para esvaziar tamponamento cardíaco. Toracotomia de Reanimação: indicado no trauma penetrante torácico com PCR em AESP com sinais de vida (pupilas reativas, movimentos espontâneos, atividades organizadas ECG. ARMADILHA DO C Fratura em Livro Aberto: (disfunção disjunção do anel pélvico) Sangramento venoso difuso na pelve, choque por lesão do plexo venoso. Fazer a redução da pelve (tiras de lençol amarrado) a pelve 1º em algum em alguns casos é necessário fixação externa. Tamponamento Cardíaco: normalmente por trauma penetrante, precisa de 200 a 400 ml de sangue no sacro pericárdico. Clínica: tríade de Beck: turgência jugular e hipotensão, hipofonese de bulhos, pulso paradoxal (queda maior de 10 mm Mg durante a inspiração) sinal de KUSSMAL (aumento de TJ durante a inspiração) Tratamento: toracotomia, se não disponível, a pericardiocentese estabiliza o paciente temporariamente com a retirada de 15 a 25ml de sangue. D (Disability) – Disfunção Neurológica • Escala de Glasgow; • Avaliar Pupilas; • Movimentos extremidades. ESCALA DE GLASGLOW E (Exposure) – Exposição + controle do ambiente • Avaliar o paciente - virar o paciente/retirar as roupas. • Prevenir a hipotermia Rx durante a avaliação primária: perfil coluna, tórax e pelve - desde que não atrapalhe o andamento do ABCDE. Tipos De Choque Síndrome do choque circulatório: é a expressão clínicade falência circulatória Parametro Resposta Obtida Pontuação Abertura Ocular Espontâneo 4 Ao Estímulo Sonoro 3 Ao Estímulo de Pressão 2 Nenhuma 1 Resposta Verbal Orientado 5 Confusa 4 Verbaliza Palavras Soltas 3 Verbaliza Sons 2 Nenhuma 1 Resposta Motora Obedece a Comandos 6 Localiza Estímulo 5 Flexão Normal 4 Flexão Anormal 3 Extensão Anormal 2 Nenhuma 1 Trauma Leve Moderado Grave 13 - 15 9 - 12 3 - 8 Reatividade Pupilar Inexistente Unilateral Bilateral -2 -1 0 P á g i n a 8 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS aguda que resulta na oferta deficitária de oxigênio para os tecidos. É uma condição bastante comum respondendo por ser cerca de 1/3 de internações em UTI. COMO É O SISTEMA ESTRUTURADO? Primeiro componente: consiste no coração agindo como uma bomba hidráulica que tem como função produzir pressão para vencer a resistência imposta pelo atrito de escoamento, acelerando a coluna de sangue em direção aos tecidos. Segundo componente: o sistema arterial, obriga cerca de 30% de todo o volume sanguíneo do organismo e trabalho produzido pressão na coluna de sangue Terceiro componente: o sistema venoso, é considerado um sistema de de capacitação por possuir alta complacência capacidade de acomodar volume Quarto componente: rede capilar entre encontra-se distribuída em paralelo e é responsável pelo processo de troca de nutrientes e gases com os tecidos o processo conhecido como perfusão ter sido ao ou tissular COMO O SISTEMA FUNCIONA? 3 fatores determinam a função cardíaca: Inotropismo: é a contração em si, ou seja, a força de contração contratilidade do ventrículo esquerdo. Pré carga: É a tensão na parede do VE no momento imediatamente anteriores a contração. Pós Carga: Refere-se ao que ocorre imediatamente após a contração. A pós carga é a pressão que o VE tem que vencer para ejetar o sangue no sistema arterial. FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE Síndrome do choque circulatório: conjunto de sinais e sintomas que caracterizam a falência circulatória aguda. Esse quadro pode advir de causas distintas e por isso, per fisiopatologias distintas final no entanto a má perfusão tecidual é o que define o choque independentemente de sua causa. O choque tem como resultado final a deterioração tecidual, caso não haja intervenção. Isso porque quando o choque atinge um estado em que O Mecanismo compensatório do próprio organismo não são mais suficientes, o próprio choque gera mais choque uma vez que a má perfusão compromete de forma geral os tecidos corporais inclusive o sistema cardiovascular. Classificação do choque Dividido em 4 grupos baseados em seu substrato fisiopatológico: Choque hipovolêmico: é causado por uma redução do volume sanguíneo hipoxemia. É o tipo mais frequente de choque. Esta redução de volume pode ser devido a uma hemorragia (causa mais frequente) em que há perda tanto de eritrócitos quanto de plasma ocorrem casos mais específicos. P á g i n a 9 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS O que ocorre é uma queda na pressão de enchimento capilar (PGC) ou pressão hidrostática. A hemorragia pode ser externa (traumas) ou interno (úlcera perfurada). A fim de recuperar a perfusão tecidual, o organismo lança mão de estratégias fisiológicas como a ativação simpática. Essa ativação desencadeia 3 respostas principais: Primeira contração das arteríolas que aumentam a resistência vascular periférica (RVP). Segunda contração das veias, que aumentam o retorno venoso e consequentemente o pré carga. Terceiro efeitos cardíacos diretos o aumento de frequência cardíaco (efeito cronotrópico positivo). O choque hipovolêmico pode ser facilmente diagnosticado caso haja sinais clínicos claros de instabilidade hemodinâmica e ou seja ou se a fonte de perda de volume sanguíneo for evidente. Choque cardiogênico A má perfusão tecidual é resultado de baixo débito cardíaco oriundo de uma patologia cardíaca propriamente dita. A causa mais comum é o infarto Agudo do miocárdio (IAM) , em que a falência da bomba cardíaca ocasionais pela necrose da parede ventricular produzida pelo infarto. Assim como ocorre no choque hipovolêmico no cardiogênico também a ativação simpática desencadeadas pelos barorreceptores e quimiorreceptores. Neste choque o coração está comprometido. Choque distributivo A má perfusão é o resultado de uma vasodilatação periférica global que causa redução drástica do PEC, comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos capilares e a captura de oxigênio pelos tecidos. É a única modalidade de choque em que ocorre vaso dilatação. O Mecanismo compensatório não consegue atuar, já que a musculatura lisa arteriolar se encontra seriamente lesada, não respondendo ao estímulo simpático. A vasodilatação periférica que ocasiona choque distributivo tem 4 causas distintas: Choque séptico: decorrente de infecção grave, disseminando para todo o organismo. Normalmente ocorre em ambiente hospitalar e acomete indivíduos com o sistema imune comprometido ou aquelas que regularizam procedimentos invasivos. Uma infecção local é transmitido a outros tecidos pela corrente sanguínea, adquirindo caráter sistêmico (sepse). Os agentes causadores da infecção são produtores de toxinas que induzem à produção a produção de mediadores inflamatórios como interleucinas e sintetizam óxido nítrico. Estas substâncias causam vasodilatação. P á g i n a 10 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS A resposta inflamatória é crucial para o combate a infecções locais e a vasodilatação local não causa grandes prejuízos. Como resultado, há a ativação da resposta simpática (O que explica a taquicardia nos estágios iniciais deste choque), porém tal resposta não consegue reverter a vaso dilatação uma vez que o microcirculação se encontra seriamente afetado. Choque anafilático: a má perfusão tecidual é resultado de uma vasodilatação generalizada e tem hemodinâmica semelhante ao choque séptico. Causado por alergia. A interação antígeno anticorpo, mediado pelo Imunoglobulina E que que é isso, é extremamente significativo e provoca a de granulação de mastócitos com conseguinte liberação de histamina dentre outros mediadores. A histamina produz venodilatação, diminuindo o retorno venoso; vaso dilatação arteriolar, diminuindo a resistência vascular periférica e aumento da permeabilidade vascular, causando extravasamento de plasma e proteínas dos capilares para os espaços intersticiais. O grande aumento de permeabilidade pode produzir o edema de glote que muitas vezes leva ao óbito antes mesmo que o choque circulatório se instale. Choque neurogênico: culmina na má perfusão tecidual pela perda súbita do tônus vascular final O choque neurogênico ocorre devido a injúria no centro vaso motor no sistema venoso central. Tal injúria pode ser proveniente de anestesia geral profunda. Uso de drogas ou fármacos que deprimem o sistema nervoso central SNC anestesia espinhal ou por lesão cerebral difusa que cause paralisia vasomotora. Crise adrenal: insuficiência dos níveis de cortisol ocorrerá uma vasodilatação generalizada com consequente redução de PEC. Acontece principalmente em pacientes usuários crônicos de corticosteroides, pois nestes pacientes ocorre a inibição crônica de ACTH que acaba por levar a uma atrofia da zona fasciculada do córtex adrenal. Outras causas de crise adrenal seriam a hemorragia global das adrenais (que ocorre eventualmente na sepse) e os defeitos congênitos que afetam a síntese de esteroides renais (hiperplasia adrenal congênita que pode acometer recém- nascidos). Choque obstrutivo É ocasionado por uma obstrução ou compressão dos grandes vasos oudo próprio coração. Pode ocorrer por diversas causas, porém 3 merecem destaque: Pneumotórax hipertensivo: pode levar ao choque obstrutivo por ser uma situação aguda de aumento de pressão intratorácica. P á g i n a 11 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS Tamponamento cardíaco: ocorre um acúmulo de líquido entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso do coração. Tromboembolismo pulmonar: a existência de um trombo na circulação venosa normalmente em membros inferiores pode ser o ponto de partida para este choque. O atrito é entre o trombo e o fluxo sanguíneo acaba por destacar pequenos êmbolos. Esses êmbolos seguem para o coração direito ganham as artérias pulmonares e chegam aos capilares pulmonares. Com a rede capilar significativamente obstruído não há quantidade considerável de sangue para retornar ao coração. Como pouco sangue chega ao átrio de esquerdo, pouco sangue será entregue ao ventrículo esquerdo assim, pouco sangue será bombeado ao organismo. Conclusão O choque é uma síndrome heterogênea que para ser tratada de forma eficaz, precisa ser corretamente classificada. Não é Parada Cardiorrespiratória (PCR) Parada cardíaca: cessação súbita inesperada da circulação. Parada cardíaca é diferente de morte, não reverter quem já morreu. DX (diagnóstico): • Irresponsabilidade; • Respiração agônica ou apneia; • Ausência de pulso em grandes artérias: médicos podem checar pulso por 10 segundos; • Chamar ajuda; • Iniciar BLS (Basic Life Suport) após certificar-se de segurança da cena. Circulation Assegurar circulação com pressão cardíaca Técnico: paciente deve ser colocado sobre uma superfície rígida, compressões na metade inferior do esterno com as mãos sobrepostas em paralelo e dedos entrelaçados braços estendidos o local do corpo que faz o movimento de flexão para compressão torácica é a articulação do quadril. Frequência: 100 - 120 compressões por minuto. Intensidade: 5- 6 cm Observação: inicialmente fazer 30 compressões. Airway Abrir vias aéreas Chin lift (não fazer em suspeita de lesão cervical), Jaw Thrust. Breathing 2 Ventilações Observação: É possível fazer apenas as compressões, porém o melhor é também ventilar. Compressão/ventilação • Adulto – 30/2 (1 ciclo); P á g i n a 12 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS • Criança – 15/2 (1 ciclo). Manter 5 ciclos de 30/2 e trocar de posição. Continuar até a chegada do desfibrilador (monitorar o ritmo). Se ainda em PCR após BLS, iniciar ACLS. Capnografia de onda: se ETCO menor ou igual a 10 mm Hg depois de 20 m de RCP, o prognóstico é ruim. Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS). 1º- VA avançada: não respeitar 30/2. Compressão e ventilação independentes. Compressão: 100 – 120/m Ventilação: 10/min Troca a 2 min 2º Acesso Venoso/10 Se não conseguir acesso venoso – intraósseo. Caso não consiga AV, é possível administrar algumas drogas via TOT VANEL (Vasopressina, atropina, naloxome, epinefrina, lidocaína) Observação: TOT +AV de preferência não interromper a RCP, caso necessário parar por no máximo 10s. 3º tratar arritmia Ritmos chocáveis: Fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular sem pulso. Rítmos não chocáveis: Atividade elétrica sem pulso (AESP) e Assistolia. 4º Identificar e corrigir causas Cuidados Pós parada Otimizar ventilação e circulação Oxigenação (manter SAT maior ou igual a 94%) com menor Fio2 possível Circulação: PAS maior que 90/PAM maior ou igual a 65 com: Reposição volêmica + ou – Vasopressores: Adrenalina ou nora ou dopamina Se comatoso: considerar hiportemia 32 36 ºC maior ou igual a 24h. Evitar hipertermia sempre (piora o prognóstico neurológico). Início da RCP (O2 + monitor) Chocável: FV/TVSP Choque RCP (2m) AV/AIO choque RCP (2m) epinefrina (intercalando nos ciclos), via aérea avançada, capnografia choque RCP (2m) Amiodarona ou lidocaína (amio 1º dose 300 e 2º 150) tratar causas reversíveis. Observação: Epinefrina e amiodarona são intercalados entre ciclos. Caso a paciente apresente retorno da circulação espontâneo (RCG) vá para cuidados pós PCR. Não chocável: Assitolia/AESP Epinefrina RCP (2m). 5H 5T Hipovolemia Tension Pneumotórax Hipoxemia Trombose Coronariana Hipotermia Toxicidade Exógena H+ (acidose) Tamponamento Hipo/Hiper K+ TEP P á g i n a 13 | 13 PRIMEIROS AUXÍLIOS O objetivo é levar o paciente para um ritmo chocável. Ritmo chocável RCP, Amiodarona, Epinefrina, Choque. Ritmo não chocável RCP e Epinefrina.
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