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Obrigações - Pagamento

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Direito Civil – Obrigações - Pagamento
Do Pagamento
Com o pagamento, o cumprimento voluntário de uma prestação – aqui deve-se entender não somente uma quantia em dinheiro, mas também, por exemplo a entrega de um bem ou a realização de um serviço, levando em conta o objeto da prestação -, extingue-se a obrigação, portanto, liberando o devedor desta relação. 
Compõe-se o pagamento:
I. Vínculo obrigacional: o fundamento do pagamento, uma relação de obrigação estabelecida entre o devedor e o credor
II. Sujeito ativo do pagamento: SOLVENS, o sujeito que paga, devedor
III. Sujeito passivo do pagamento: ACCIPIENS, o sujeito que recebe, credor
Condições Subjetivas do Pagamento
De quem deve pagar (Devedor)
Designa-se aqui tanto o indivíduo que contraiu a dívida por interesse próprio ou o terceiro, sem vínculo obrigacional e juridicamente desinteressado no cumprimento da obrigação. Como rege o art. 304 QUALQUER INTERESSADO NA EXTINÇÃO DA DÍVIDA pode pagá-la. BEM COMO terceiro não interessado. Logo:
I. Terceiro Interessado: não se caracteriza como devedor principal, mas possui interesse juridicamente, como fiador, sublocatário
Assim, o pagamento realizado por outro que não o devedor, mas que possua interesse direto no pagamento, o concede o direito de sub-rogação do solvens em todos os direitos do accipiens.
II. Terceiro NÃO Interessado: não possui interesse jurídico no pagamento, mas sim interesse moral, movidos por solidariedade, tal como um pai que paga a dívida do filho
Não interessado gera duas hipóteses:
a. O 3º não interessado paga a dívida em nome e á conta o devedor: não possui o direito de cobrar o valor que desembolsou.
b. O 3º não interessado paga a dívida em seu próprio nome: tem o direito de reaver o que pagou, mas não se sub-rogará. Assim, o terceiro determinado como C, extingue a obrigação entre A e B e forma uma nova obrigação entre B e C.
A Legislação permite ao devedor se opor ao pagamento do terceiro sobre sua obrigação, alegando que se houver desafeto entre as partes, o devedor poderá ficar em desvantagem, logo, se houver o desconhecimento do devedor ou sua oposição, este não será obrigado a reembolsar o terceiro que findou a obrigação. 
Daqueles a quem se deve pagar (Credor)
O art. 308 estabelece que o pagamento deverá ser efetuado ao credor ou ao representante do credor ou a terceiro, logo, ao credor ou a quem de direito o represente. Não o sendo, “quem paga mal, paga duas vezes”, ou seja, perde-se o direito de reembolso sem extinção da obrigação. 
Vale destacar, ainda, que o pagamento feito a terceiro poderá ser válido somente se o credor ratificar o indivíduo como autorizado para receber a quitação da obrigação, ou, mesmo sem ratificação, se for provado que o credor converteu o pagamento em benefício próprio. 
I. Pagamento efetuado ao credor incapaz de quitar
Pagamento realizado a credor incapaz, sabido sua condição, não é válido. No entanto, caso o credor incapaz faça bom uso do pagamento, este será válido somente ate o montante que foi aproveitado.
II. Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado
O pagamento não é válido quando o credor é informado de que há penhora por parte do devedor sobre o objeto da obrigação em questão. 
III. Pagamento efetuado ao representante do credor
É possível que os representantes sejam legais (pais, tutores), judiciais (inventariante, síndico) ou convencionais (mandato), logo, o pagamento será válido. 
IV. Pagamento realizado a terceiro quando o credor ratifica
A exemplo, um gestor de negócios. O pagamento será válido se posteriormente o credor confirmar a legalidade do terceiro.
V. Pagamento efetuado a terceiro quando beneficia o credor
Pagamento feito a terceiro quando este realiza o repasse parcialmente ou integralmente ao credor, ou, ainda, o converte em outro bem que possa ainda assim beneficiar o credor, no entanto, só será válida a quota parte que de fato o credor usufrua.
VI. Pagamento efetuado a credor putativo
O devedor, de boa-fé, crê realizar o pagamento a pessoa autorizada pelo credor. Por meio judicial, deverá observar-se as condições do pagamento sobre o prisma do homem médio, sendo possível determinar, ou não, a liberação do devedor da obrigação. A exemplo, o herdeiro aparente e o vendedor que se passa por gerente. Assim, cabe ao verdadeiro credor cobrar do credor putativo o montante.
Objeto do pagamento e sua prova
O Credor não está obrigado a receber objeto adverso do que foi acordado, ainda que de maior valor, muito menos obrigado a receber parceladamente se isto não foi acordado. Logo, a segurança jurídica presa a formalização das obrigações, assim, se acordei a compra de cobre, não sou obrigada a receber ouro, muito menos, se acordei a compra de uma saca de 10 quilos, não sou obrigada a receber 2 quilos por vez. 
No que tange ao pagamento monetário, estabeleceu-se a Cláusula Móvel, que determina um aumento gradual, em parcelas progressivas, associado ao crescimento do valor de bens de primeira necessidade.
No que se diz à prova do pagamento, a quitação, tem-se como o direito do devedor de solicitar a prova do pagamento, bem como o dever do credor de fornecê-la, especificando o valor e a espécie recebida, o tempo e o lugar, bem como o nome do devedor. Válido ressaltar, em caso o credor não fornecer o recibo, estará a obrigação em mora, logo, o devedor pode reter a coisa, não acarretando prejuízo ao devedor. 
A legislação estabelece que em caso de prestação múltipla, havendo prova da última, pressupõe-se que as anteriores estarão quitadas. Ainda, em recibo comprovando pago a obrigação, pressupõem-se pagos os juros. Bem como, as despesas efetuadas com o pagamento e a quitação cabem ao devedor. Sendo estas presunções de quitação, relativas, sendo necessário ônus do juiz.
Do lugar do pagamento
Por via de regra, determina-se que o lugar do pagamento seja estabelecido na residência do devedor, trata-se de dívida quesível, onde pressupõe-se que deve ser cobrada, buscada, do credor ao devedor, em seu domicílio. Salvo, se as partes determinarem em contrato o contrário, ou se este resultar de lei regulamentadora (lei municipal estabelece que determinado tributo seja pago somente em determinado banco), ou, ainda, pelas circunstâncias da obrigação (contrato de serviço em que o pagamento seja feito realizado no local da prestação). No entanto, caso seja acordado o pagamento na residência do credor, será uma dívida portável, assim, cabe ao devedor procurar o credor para efetuar o pagamento, somete ocorre se estipulado em contrato. 
Alynne Moura
Direito Unichristus

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