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PROJETO DE EXTENSÃO Compostagem como forma de redução na produção de resíduos sólidos. Edivan Wedson de Lima Alves Matrícula: 01525972 Engenharia Elétrica 1. INTRODUÇÃO A preocupação com os resíduos sólidos urbanos vem ganhando importância ao longo das últimas décadas, visto que as atuais demandas ambientais, sociais e econômicas alcançaram uma complexidade, exigindo uma nova postura tanto dos representantes do governo, quanto da sociedade civil e da iniciativa privada. Essa afirmativa se encontra inserida na PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2016). O crescimento populacional sem planejamento, a urbanização, o desenvolvimento econômico e tecnológico ocasionaram mudanças no estilo de vida, alterando os modos de produção e consumo. Essas mudanças resultaram em um aumento, tanto em quantidade como em diversidade, da geração dos resíduos sólidos. Pelo fato do crescimento populacional ter contribuído para o aumento da produção de resíduos, consequentemente, surge à necessidade de se promover uma disposição final adequada dos resíduos gerados. Quando dispostos em locais inadequados, causam a poluição do solo, das águas e do ar, acarretando sérios impactos negativos para a saúde do homem e para o meio ambiente. O manejo inadequado de resíduos sólidos traz prejuízo, gera desperdícios, contribui de forma intensa para a manutenção das desigualdades sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações, especialmente nos centros urbanos de médio e grande porte (SCHALCH et al., 2002, p. 1). Uma solução viável e sustentável para reciclar um volume tão grande de resíduos orgânicos, mais de 94 mil toneladas diárias, segundo IBGE (2010), é processá-lo por meio da compostagem e aproveitá-lo na agricultura urbana e rural como adubo. Porém, apenas 1,6% desses resíduos são aproveitados dessa maneira no País (IPEA, 2012). A compostagem é um sistema no qual microrganismos, como fungos e bactérias, transformam a matéria orgânica em um excelente adubo. Em outras palavras, é o processo natural de reciclagem da matéria prima. 2. BENEFICIOS DA COMPOSTAGEM · Redução na quantidade de resíduos sólidos jogados no lixo; · Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microrganismos benéficos às culturas agrícolas; · Aproveitamento agrícola da matéria orgânica; · Processo ambientalmente seguro; 3. OBJETIVOS 3.1 Gerais Reduzir a quantidade de resíduos sólidos que vão parar em aterros sanitários. 2.2 Específicos · Preservar o meio ambiente; · Praticar a reciclagem de resíduos orgânicos; · Reduzir o uso de adubos químicos; · Incentivar o uso de adubação orgânica e uma produção mais saudável de alimentos. 4. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no sítio Jatobá, localizado na zona rural do município de Apodi – RN. Inicialmente selecionou-se um local para montagem das pilhas de compostagem, sendo o local bem arejado, de fácil acesso e próximo de uma fonte de água. Preferencialmente deve-se optar por um local inclinado para evitar que a água empoce no período chuvoso. Depois realizou-se a separação dos materiais utilizados para a realização da oficina de compostagem; que consistiu em restos de poda de árvores, borra de café, cascas de ovos e outros tipos de lixo orgânico (casca de frutas e verduras), areia e esterco animal. Triturou-se os resíduos orgânicos, obtendo, ao final, fragmentos de 2 a 5 cm. É importante respeitar esta indicação, pois fragmentos menores que 2 cm dificultam a aeração do material, e fragmentos maiores prejudicam a decomposição. Deve-se dimensionar as pilhas para o adequado controle de temperatura, formando pilhas com tamanhos que se adeque a realidade de execução de quem estar realizando a atividade; atentando sempre que pilhas muito altas e compridas irão demandar mais mão de obra para revolvimento. Implantar as pilhas por camadas, sempre iniciando e finalizando com o material rico em carbono. Cada camada será cerca de 75% a 80% composta do material rico em carbono (fibroso) e 20% a 25% do material rico em nitrogênio (esterco). Recomenda-se medir as quantidades usando balde, pá ou carrinho de mão. A medida que se completa a formação de cada camada, é feita a irrigação, sem encharcar ou deixar escorrer água pela base do composto. O teor de umidade adequado deve estar entre 40 e 60%. Neste ponto, ao pegar o material na mão e apertá-lo, é possível sentir a umidade, porém não deverá escorrer água. Os materiais devem ser colocados sem serem compactados ou pisoteados, procurando-se ter o máximo de espaços vazios, para garantir arejamento do composto. Uma dica inserir na pilha varas de bambu ou cano que, após serem retirados, deixarão canais de ventilação melhorando a aeração. Monitorar a temperatura da pilha utilizando uma barra de vergalhão de construção. Quando a temperatura estiver acima de 60ºC não será possível segurar a barra, sendo um indicativo do momento de se fazer o revolvimento manual das pilhas. A ausência de calor nos primeiros dias indica o insucesso da compostagem, podendo ser causado pela falta de material inoculante, falta de oxigênio devido ao excesso de água ou granulometria do material muito fina. A temperatura considerada ótima para a decomposição de restos vegetais é de 55 a 65ºC. Revolver as pilhas semanalmente, no primeiro mês, e duas vezes por mês, do segundo ao quarto mês. O uso de rastelo e/ou ancinho facilitam o revolvimento. O revolvimento homogeniza o composto, melhorando a irrigação e arejamento, evitando a compactação, além de reduzir o excesso de umidade. A compostagem é um processo que ocorre sem exalar mau cheiro e sem atrair moscas, se isto ocorrer, aumente a frequência de revolvimento sem irrigá-la até que estes problemas sejam eliminados. Peneirar o composto orgânico, separando os fragmentos de resíduos pouco compostados. O rendimento do processo varia conforme o resíduo utilizado, se situando geralmente entre 30% e 60%. Por exemplo, ao montarmos uma pilha de 10m³ (2m x 5m x 1m), teremos entre 3m³ e 6m³ de composto orgânico. O composto orgânico pronto geralmente apresenta umidade de 40% e densidade de 0,4 kg por litro. O composto poderá ser utilizado para adubação (3 a 6 litros por m²) e também como parte do substrato utilizado para produção de mudas. 5. RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS Os resultados obtidos poderão beneficiar pequenos produtores rurais e/ou pessoas que cultivam hortas em casa, pois os mesmos podem produzir seu próprio adubo orgânico e com custo bem reduzido; além de melhorar a qualidade dos alimentos produzidos. 6. REFERENCIAS https://www.agrolink.com.br/fertilizantes/adubacao-organica/compostagem---etapas--vantagens-e-manejo_454805.html. Acesso em: 28 out BRASIL (2010). Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências. Diário Oficial da União. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 19 set. 2017. IBGE (2008). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico: 2008. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro, 2010. 219 p. IPEA (2012). Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diagnóstico dos resíduos sólidos urbanos. Relatório de Pesquisa. Brasília, 2012. 82 p. SCHALCH et al. (2002). Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo.
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