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Marketing Jurídico e as Restrições Éticas

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FMU – Faculdade Metropolitanas Unidas 
GUILHERME REZENDE CARDOSO RA: 2889053 Turma: 003109A04 
APS 
São Paulo 
2022 
O Provimento 205/2021 é a norma que permite o marketing legal por lei 
desde que seja conduzido de forma ética e respeite as restrições impostas pelo 
Estatuto da Procuradoria, Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina. O 
conteúdo publicitário será de responsabilidade exclusiva de pessoas físicas e/ou 
jurídicas e deve ser apresentado de forma objetiva com base em informações 
verídicas. 
A cláusula introduz o conceito desse marketing legítimo e define a 
publicidade como um meio de divulgação de informações sobre pessoas, ideias, 
serviços ou produtos, utilizando os meios de comunicação disponíveis e a 
publicidade profissional como meio de divulgação ao exercício profissional, bem 
como os dados do perfil da pessoa física ou jurídica inscrita na Ordem dos 
Advogados do Brasil, desde que estes meios não sejam vedados pelo Código 
de Ética e Disciplina da Advocacia. 
A publicidade fornece informações legais ao público por meio da 
divulgação. Algumas formas de publicidade são passivas, ou seja, atingem 
apenas um determinado público que buscou informações sobre o anunciante. 
Outras formas são mais ativas, como a publicidade que pode ser vista por 
qualquer pessoa. Isso geralmente é usado como uma forma de publicidade 
quando o público não busca informações sobre o anunciante ou seu assunto. 
Criar e distribuir conteúdo jurídico é uma forma muito comum de marketing 
jurídico. Envolve o compartilhamento de informações sobre a lei por meio de 
diversos canais de comunicação. O objetivo é informar o público e ajudar a 
estabelecer a reputação do escritório de advocacia ou do advogado. Existem 
vários benefícios para o marketing de conteúdo jurídico, incluindo maior 
confiança do público na lei e no advogado, maior destaque para o escritório de 
advocacia ou advogado e maior produtividade para ambos os profissionais. 
A publicidade pode ser empregada de forma passiva ou ativa, desde que 
não envolva perda financeira, aquisição de consumidores ou a criação de um 
produto comercial. Essa restrição também se aplica a mídias analisadas e 
aprovadas pelo Comitê de Ética e Disciplina. 
Qualquer informação ou imagem divulgada por um órgão profissional 
deve respeitar sua dignidade e privacidade, bem como isenta de qualquer 
menção a constatações específicas do órgão judicial. Ao divulgar imagens, 
áudios ou vídeos que contenham atuações profissionais, os membros devem 
abster-se de fazer referência ou mencionar quaisquer constatações específicas 
em casos considerados fechados ao público. Isso também se aplica a casos 
envolvendo audiências judiciais ou administrativas. Ao liberar imagens em um 
ambiente fora do tribunal, os membros devem evitar fazer referência a 
manifestações espontâneas - que podem ou não estar relacionadas às imagens 
que divulgam. 
Os e-mails (divulgação em publicidade permitida sob diretrizes éticas e 
disciplinares) contêm todos os dados e comunicações de contato da empresa ou 
advogado, incluindo endereços de sites, redes sociais e aplicativos de 
mensagens instantâneas, e os logotipos também podem aparecer, desde que 
para fins informativos, respeitar os padrões de sobriedade e prudência. 
A publicidade não solicitada poderá ser utilizada quando se tratar de 
venda de bens e eventos (livros, cursos, seminários ou congressos) cujo público-
alvo sejam advogados, estagiários ou estudantes de direito, observados os 
limites desta seção. 
É proibida a publicidade usando meios ou ferramentas que influenciem 
enganosamente suas promoções ou alcance. 
Esta cláusula reitera as preocupações sobre a natureza das mensagens 
publicitárias já existentes no Código de Ética e Disciplina a discrição e 
sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da 
profissão 
Como resultado, destacam-se as seguintes restrições: 
referência direta ou indireta a tarifas, forma de pagamento, bônus ou 
descontos e reduções de preços como forma de captação de clientes; divulgar 
informações que possam enganar ou prejudicar clientes, outros advogados ou a 
empresa propaganda de especialidades para as quais não possui diploma, 
certificado ou especialização notável, uso de frases ou locuções persuasivas, 
autoglorificação ou comparação; distribuição de brindes, cartões de visita, 
material impresso e digital, apresentações de serviços ou similares 
indistintamente em locais públicos, físicos ou virtuais, exceto em eventos de 
interesse legal. Pode-se considerar que o maior avanço do arranjo corresponde 
à permissão de uso de redes sociais e outras ferramentas tecnológicos, bem 
como a possibilidade de impulsionar postagens. Sobre mídias sociais e 
plataformas digitais, destaca-se 
Proíbe o uso indevido do aplicativo, que representa a comercialização de 
serviços jurídicos ao suprimir o perfil, poder de decisão e responsabilidade dos 
profissionais, respondendo automaticamente às dúvidas jurídicas dos não 
clientes. 
O uso de ferramentas de aquisição de palavras-chave, como o Google 
Ads, é permitido em resposta a pesquisas iniciadas por clientes em potencial, 
desde que os termos selecionados sejam éticos. Proibida publicidade em 
destaque em plataformas de vídeo. 
Chatbots: Permitidos para facilitar a comunicação ou melhorar a 
prestação de serviços jurídicos, não podem separar as pessoas da prestação de 
serviços jurídicos, nem suprimir o perfil, o poder de decisão e a 
responsabilização dos profissionais. 
Permitir divulgação via grupo "whatsapp", desde que se trate de grupo de 
pessoas determinadas, das relações do(a) advogado(a) ou do escritório de 
advocacia e seu conteúdo respeite as normas do Código de Ética e Disciplina e 
do presente provimento. 
A transmissão ao vivo nas redes sociais e vídeos no Youtube são 
permitidos desde que o conteúdo esteja em conformidade com o Código de Ética 
e Disciplina e estes Termos. O patrocínio e a promoção nas redes sociais são 
permitidos desde que não contenham anúncios de prestação de serviços 
jurídicos. 
A aparição nas redes sociais é permitida desde que seu conteúdo esteja 
em conformidade com o Código de Ética e Disciplina e estes Termos. Advogados 
ou procuradores podem participar de vídeos ao vivo ou gravados, além de 
debates e palestras virtuais, pela internet ou redes sociais, mas devem seguir as 
regras do Código de Ética e Disciplina e utilizar casos específicos para serem 
banidos ou para mostrar resultados. 
É permitido o uso de publicidade em mídia não proibida pelo Código de 
Ética e Disciplina, paga ou não, na publicidade profissional. No entanto, existem 
limitações importantes relacionadas aos pagamentos, patrocínio ou efetivação 
de qualquer outra despesa para viabilizar aparição em rankings, prêmios ou 
qualquer tipo de recebimento de honrarias em eventos ou publicações, em 
qualquer mídia, que vise destacar ou eleger profissionais como detentores de 
destaque. 
No que diz respeito à proibição de publicidade não solicitada, qualquer 
informação sobre o tamanho, qualidade ou estrutura física do escritório, bem 
como referências a compromissos de resultados ou utilização de casos 
específicos para prestação de desempenho profissional e qualquer publicidade 
para exposição de mercadorias: relacionadas a ocupações como veículos, 
viagens, hospedagem, uso de produtos de consumo, além de mencionar a 
promessa de resultados ou a atuação profissional em casos específicos. 
Por fim, ressalta-se que em nome da preservação do prestígio da 
advocacia, as normas estabelecidas neste provimento também se aplicam à 
divulgação de conteúdos que, apesar de não se relacionarem com o exercício 
da advocacia, possam atingir a reputação da classe à qual o profissional 
pertence. 
 
Fonte: Provimento OAB n.º 205/2021. OABRS. OAB NACIONAL.

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