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1 FACULDADE SENAC GOIÁS CURSO TECNOLÓGICO EM ESTÉTICA E COSMÉTICA Daniely Alves Da Silva Julheene Nunes De Moraes Maria Derlange Xavier Da Costa Paloma Teixeira De Freitas Sandra De Jesus Miranda Cruz Stefany Scalabrini DERMATITE SEBORRÉICA E SEUS TRATAMENTOS GOIÂNIA 2022 2 Daniely Alves Da Silva Julheene Nunes De Moraes Maria Derlange Xavier Da Costa Paloma Teixeira De Freitas Sandra De Jesus Miranda Cruz Stefany Scalabrini DERMATITE SEBORRÉICA E SEUS TRATAMENTOS Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina de Projeto Integrador II do Curso Tecnólogo em Estética e Cosmética da Faculdade Senac Goiás. Atividade sob orientação da docente: Profª. Esp. Cleonice Fernandes Bento. GOIÂNIA 2022 3 RESUMO A dermatite seborréica é uma dermatose comum caracterizada por cronicidade, inflamação e descamação epidérmica. Considerando que esta é uma patologia incurável, cabe ao profissional especificar que os objetivos do tratamento são controlar os sinais visíveis das lesões e os incômodos como o prurido. Assim, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão da literatura a fim de orientar a abordagem terapêutica da dermatite no âmbito de competência do profissional da beleza. A metodologia utilizada é de caráter bibliográfico, utilizando como aporte artigos e publicações envoltos ao tema. A qual foi possível concluir que a dermatite seborreica não causa danos graves ao corpo, incluindo o cabelo. Aparece como pele vermelha, seca, escamosa e com coceira no couro cabeludo e em outras partes do corpo e é comum, mas não contagiosa. Sua presença não significa que a pele esteja suja ou infectada. Medicamentos controlam os sintomas, e o tipo de tratamento depende da área do corpo afetada e da gravidade da sua condição. O objetivo do tratamento é reduzir os sinais visíveis de dermatite seborreica e coceira e vermelhidão. Os xampus antifúngicos (de longa duração) e os corticosteroides tópicos (de curta duração) podem ser usados. Palavras-chave: Pele. Dermatite. 4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 7 2.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................................... 7 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................ 7 3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 8 4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 9 4.1 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR .................................................................... 9 4.2 FATOS IMPORTANTES SOB O SISTEMA TEGUMENTAR ....................................... 10 4.3 CAUSAS DA DERMATITE SEBORREICA ................................................................... 11 4.4 TRATAMENTOS ........................................................................................................... 12 4.5 CONTROLE DA INFLAMAÇÃO .................................................................................... 13 4.6 CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO DO PATÓGENO................................................... 14 4.7 CONTROLE DA OLEOSIDADE EPIDÉRMICA ............................................................ 15 5 METODOLOGIA .............................................................................................................. 18 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 19 7 REFERÊNCIA .................................................................................................................. 20 5 1 INTRODUÇÃO Os avanços dos diversos setores de ciências biológicas, nas últimas décadas, desencadearam grandes possibilidades quanto ao combate das mais diversas patologias presentes na sociedade humana. A dermatite seborreica – popularmente conhecida como caspa quando localizada no couro cabeludo – é facilmente caracterizada por ser uma inflamação de caráter tegumentar, não contagiosa e recorrente. A dermatose, por sua vez, está intimamente associada à presença em maior quantidade de formações de culturas de fungos da espécie Malassezia sp. Além é claro de outros fatores que trafegam tanto entre cuidados relacionados à higiene, como também, fenômenos de égide hormonal (DUARTE; BRANDÃO, 2020). Os sintomas são facilmente percebidos pela contínua formação de placas eritemato-descamativas com formas arredondadas e ovaladas, encontradas em porções da derme em que há uma maior secreção de lipídeos (grupo de macromoléculas apolares, portanto, com baixa solubilidade em água, formadas pela interação intermolecular entre ácidos graxos e glicerol). Algumas das regiões em que há uma maior incidência são o dorso, colo, face e o couro cabeludo (DUARTE; BRANDÃO, 2020). A condução de testes e experimentos levaram à observação de várias leveduras lipofílicas da espécie Malassezia sp. (nome atribuído em referência ao seu trabalho) em diversas regiões, em especial tratando-se do trato capilar. Dessa forma, é perceptível o comportamento de microrganismos da espécie Malassezia sp. como o agente etiológico de doenças infecciosas que afetam e se perpetuam sobre a superfície da área do couro cabelo, ou em doenças inflamatórias de etiologia multifatorial funcionando como um fator desencadeante ou agravante. (SAMPAIO et al., 2011) Como fator desencadeante, estão incluídas a pitiríase versicolor, conforme descreve Sampaio et al., (2011, p. 1062) que a foliculite por “Malassezia (ou foliculite pitirospórica), pneumonia por Malassezia sp. , sepse associada a cateter venoso profundo de pacientes em nutrição parenteral total e peritonite em indivíduos” submetidos à diálise peritoneal ambulatorial. Já como fator agravante, é possível 6 concluir que a presente dermatite seborreica como principal exemplo (SAMPAIO et al., 2011, p.1062). Dessa forma, o couro cabeludo por ser facilmente exposto a incidência de raios solares, a sudorese neste meio acaba por propiciar o desenvolvimento da dermatite seborreica no trato capilar, visto que há o surgimento de maior oleosidade, tornando- se propício a formação de culturas de microrganismos que intensificam a dermatite seborreica. 7 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Apresentar os fatores que predispõem e tratamentos existentes e descrever os principais ativos utilizados em formulações de cosméticos para dermatite seborreica para o couro cabeludo. 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ● Identificar como fatores associados às condições de estilo de vida do indivíduo promovem o surgimento ou o agravamento da dermatite seborreica. ● Verificar se as predisposições genéticas somam-se no agravamento da dermatite seborreica. ● Descrever as alterações fisiológicas dasglândulas sebáceas que quando alteradas o seu funcionamento podem provocar alterações no couro cabeludo. 8 3 JUSTIFICATIVA Diante de um universo de evoluções vinculadas as preocupações quanto a situação capilar. É importante lembrar que a dermatite seborreica não tem cura, mas tem tratamento. É imprescindível o debate e estudos na área, a partir de referências previamente publicadas, sobre todas as condições inerentes à causa e agravamento de tal patologia. Diante disso faz-se necessário, tal discussão acerca da ótica de compreensão da gênese da Dermatite Seborreica para que seja possível elencar melhores soluções para contenção e tratamento da patologia. 9 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) tegumento comum é formado pela pele e seus anexos, como os pelos, as unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e mamas. Em razão disso, o mesmo apresenta diferentes funções englobando proteção física, padronização térmica, secreção, nutrição, sensação e defesa imunológica. Sendo assim, a pele e as estruturas acessórias são dois grandes componentes desse sistema. O sistema tegumentar baseia-se no estudo do tegumento humano, conhecido como pele e anexos. A pele recobre a superfície externa do corpo, formando cerca de 8% de sua massa corporal total. Assim, a área da pele varia conforme a altura e o peso do indivíduo. Ainda, sua espessura também é variável e oscila entre 1,5 -4,0 mm de acordo com o estado de maturação, envelhecimento e especializações regionais (BECKER; PEREIRA, PAVANI, 2018). Nesse sentido, as principais funções da pele envolvem o revestimento e a secreção. A primeira refere-se ao fato de a pele envolver tanto a superfície corporal interna e externa, quanto a superfície interna e externa dos órgãos. Esta função associa-se a outras atividades, tais como absorção iônica e molecular, proteção e percepção de estímulos. Já em seu papel secretor, o sistema tegumentar desenvolve tal função via células epiteliais de revestimento, assim como estruturas especializadas denominadas glândulas. De modo grosseiro, a pele pode ser classificada em dois tipos: a pele fina ou pilosa (que cobre a maior parte do corpo) e a pele espessa, caracterizada por não possuir pelos e por formar as superfícies das palmas das mãos, plantas dos pés e superfícies flexoras dos dedos. Considerando uma visão mais específica em relação ao tecido, a pele divide-se ainda em: epiderme (que compõe sua parte superficial e fina) e derme (parte mais profunda e espessa de tecido conjuntivo). Esse é o sistema que pode nos dizer instantaneamente se alguém é jovem ou idoso, a etnia ou a raça de alguém ou se ele/ela esteve de férias recentemente (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 10 4.2 FATOS IMPORTANTES SOB O SISTEMA TEGUMENTAR Nota-se assim que o sistema tegumentar inclui a pele e seus derivados especializados, incluindo os cabelos, unhas, glândulas sudoríparas e sebáceas. É constituída por uma camada de tecido conjuntivo denso denominada derme e outra camada epitelial externa denominada epiderme, conforme representado na figura 1 abaixo Figura 1: Sistema tegumentar Fonte: Mundo da estética (2017) Cada qual destes componentes detém de funções e características próprias. No caso da pele por exemplo, a função principal é barreira química e mecânica, biossíntese, controle da temperatura corporal, sensitiva. A pele é feita de múltiplas camadas de células e tecidos, que são mantidas nas estruturas subjacentes pelo tecido conjuntivo, e desempenha diversas funções como: a manutenção da integridade corporal, proteção ao ambiente externo, homeostase, sensibilidade (BECKER; PEREIRA; PAVANI, 2018). Na epiderme, são encontrados cinco estratos (córneo, lucido, glanular, espinhal e basal) e quatro tipos de células (queratinócitos, melanócitos, macrófagos intraepteliais e células epiteliais táteis). A hipoderme situa-se entre a derme e os órgãos subjacentes. É comumente referido como tecido subcutâneo e é composto de tecido areolar frouxo e tecido adiposo (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 11 No caso do pelo, tem-se dos tipos vellus e terminal. E, sua estrutura sendo de folículo e bulbo (haste, bainha radicular interna, bainha radicular externa, membrana vítrea). Segundo Becker, Pereira e Pavani (2018) as unhas são células queratinizadas mortas, com função protetora que são localizadas na dorsal das falanges distais, ligadas a epiderme. Suas funções são executar a proteção da ponta dos dedos, manusear e pegar objetos, etc. As glândulas sudoríparas (écrinas e apócrinas) e sebáceas, que localizam-se na derme, são anexos com importantes funções. Já os pelos se desenvolve com base na invaginação da pele e são estruturas extremamente finas e queratinizadas (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). E, por fim, tendo o cabelo que é derivado da epiderme, mas cresce suas raízes profundamente na derme. Sua estrutura se divide na haste capilar externamente visível e no folículo capilar dentro da pele. Que pode vir a ocorrer afecções como a dermatite seborreica. 4.3 CAUSAS DA DERMATITE SEBORREICA A dermatite seborreica é uma forma de dermatite crônica de patogênese desconhecida que tende a ocorrer em regiões com glândulas sebáceas, como couro cabeludo, orelhas externas e centro da face. Apresenta-se clinicamente com placas eritematosas com escama amarelada e muitas vezes aparece como caspa quando localizada no couro cabeludo (GOLDENBERG, 2013). Conforme pode observar na figura 2. Figura 2: Dermatite Seborreica no couro cabeludo Fonte: https://br.depositphotos.com/stock-photos/dermatite-seborreica.html 12 A causa e a predileção pelas glândulas sebáceas não são bem compreendidas, embora estudos tenham sugerido que o fungo Malassezia e seus subprodutos possam desempenhar um papel na patogênese (SCHUSTER et al., 2005). Mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não há uma causa totalmente conhecida para a Dermatite Seborreica, mas o número de leveduras do gênero Malassezia, um organismo normalmente presente na pele, bem como a reação da pessoa a ela, tem alguma influência. De acordo com a dermatologista Ana Francisca Junqueira, da UFMG, explica que ela pode ocorrer por uma inversão das gorduras da pele. “Algumas gorduras que deveriam estar em maior quantidade estão em baixa, e vice-versa.” (SAMPAIO et al., 2011). Sabe-se também que pode ter como causa fatores genéticos ou algum agentes externos como: alterações hormonais, estresse, alergias, álcool, presença de fungo (Pityrosporum ovale), produtos de limpeza, cosméticos, uso de água muito quente, clima seco, frio e medicamentos podem desencadear e até mesmo agravar o quadro inflamatório (GOLDENBERG, 2013). 4.4 TRATAMENTOS Lembre-se, dermatite seborreica é sobre doença natural Inflamação e características crônicas são relacionado com a existência Levedura Malassezia e seus metabolismo lipídico-dependente O tratamento terá 3 vias de ação possíveis: Controlar a inflamação, proliferação Patógeno e oleosidade epidérmica (ELEWSKI, 2019). Figura 3: Dermatite seborreica com características crônicas. Fonte: https://melhorcomsaude.com.br/dermatite-seborreica/13 4.5 CONTROLE DA INFLAMAÇÃO Os corticosteróides tópicos são uma opção de tratamento muito viável porque podem melhorar rapidamente sintomas como eritema, descamação e coceira. No entanto, quando interrompidos, produzem recidivas frequentes; também devem ser usados pelo menor tempo possível devido aos efeitos colaterais associados ao uso prolongado (SAMPAIO et al., 2011). O controle da inflamação crônica pode ser obtido com o uso de corticosteróides de baixa potência em formulações tópicas (GOLDENBERG, 2013), sendo a hidrocortisona o único corticosteróide de venda livre (BRASIL, 2003). https://br.depositphotos.com/stock-photos/dermatite-seborreica.html Em um estudo duplo-cego com 72 voluntários, comparando a eficácia da Hidrocortisona creme 1% p/p com Cetoconazol creme 2% p/p, com dermatite seborreica leve a moderada foi encontrado que ambos os medicamentos apresentaram resultados semelhantes na diminuição dos sintomas de descamação, rubor, coceira e pápulas (STRATIGOS et al., 1988). Num outro estudo duplo-cego, randomizado e comparativo com duração de 12 semanas; no qual foi testada Hidrocortisona unguento 1% p/p frente ao tacrolimus pomada 0,1% (Inibidor da calcineurina, que age por uma via anti-inflamatória distinta, gerando, também uma imunomodulação) também não foram encontradas diferenças significantes durante a avaliação médica (PAPP, 2012). Há consenso de que corticosteróides tópicos podem ser usados para tratamento de curto prazo, principalmente para controlar eritema e prurido e 14 descamação. Não há dados disponíveis para abordar a questão de saber se uma combinação de corticosteróides e antifúngicos tópicos é mais eficaz do que uma monoterapia com agente único. O uso por períodos prolongados gera preocupação devido seus efeitos adversos locais como a atrofia da pele e hipertricose (NALDI, L; REBORA, 2009). 4.6 CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO DO PATÓGENO É visível o papel importante do Metabolismo de Saccharomyces Malassezia no DS, então use antifúngico em tratamento para esta condição. (ELEWSKI 2007) Ao usar agentes antifúngicos para tratamento médico, os farmacêuticos terão uma ampla gama de opções de tratamento, permitindo que eles prescrevam uma variedade de tratamentos tópicos (BRASIL, 2003). O enxofre é uma escolha clínica razoável devido às suas propriedades antifúngicas e queratolíticas, e quando utilizado em formulações como sabonetes e xampus, pode sinergizar com o ácido salicílico, com apenas o inconveniente de seu odor residual característico (WOLWERTON, 2007). O sabão contendo 5% p/p de óleo de tea tree (óleo de tea tree) é uma formulação que também se mostrou muito promissora devido ao seu potencial de boa atividade antifúngica (SATCHELL et al., 2002). Outros agentes fungistáticos são usados com sucesso em xampus como piritionato de zinco e selênio em concentrações que variam de 1 a 2,5%, todos os quais possuem efeitos queratolíticos, onde sua ação é potencializada por a combinação de ácido salicílico na formulação, facilitando assim a eliminação de escamas e proporcionando um efeito anti-inflamatório nas lesões (WOLWERTON, 2007). Os antifúngicos azólicos são outra opção terapêutica útil, entre os quais se destaca o cetoconazol, que possui alguma atividade anti-inflamatória, possivelmente por inibir a 5-lipoxigenase, repercussões na síntese de leucotrienos e outros araquidônicos ácidos. Outra atividade de interesse clínico do cetoconazol é sua regulação da secreção lipídica pelas glândulas sebáceas. Lembrando que a secreção sebácea prejudicada é característica da dermatite seborreica. Por fim, este fármaco 15 tem um certo efeito antiproliferativo, atuando na diferenciação dos queratinócitos humanos , que é um no controle da descamação (BORGES; DEDRREF, 2007). Dados de um ensaio clínico mostraram que, quando aplicado em vários locais do corpo duas vezes ao dia por quatro semanas, o creme de cetoconazol 2% foi tão eficaz quanto creme de hidrocortisona 1% para o tratamento de dermatite seborreica (BORGES; DEDRREF, 2007). Em outro estudo duplo-cego randomizado com 459 pacientes com dermatite seborreica tratados com gel de cetoconazol 2% ou veículo uma vez por dia por 14, a taxa de sucesso do tratamento foi significativamente maior, bem como 'a maior redução do eritema, prurido e descamação. em pacientes tratados com cetoconazol (ELEWSKI, 2007). No caso de dermatite seborreica no couro cabeludo, caspa, o shampoo com ciclopirox olamina mostrou-se uma alternativa interessante, tendo em vista os dados de um estudo randomizado, duplo-cego, controle, no qual participaram 949 que usaram o produto 1 ou 2 vezes por semana durante 4 semanas e mostraram melhor que o grupo controle. Também foi constatado que usar um shampoo uma vez por semana ou a cada 2 semanas reduziu as convulsões em pacientes (SCHUSTER et al., 2005). Vale destacar que estudos relatam um efeito anti-inflamatório da ciclopirox olamina comparável à ação semelhante ao cetoconazol, inibindo a ação da 5- lipoxigenase e das ciclooxigenases (HANEL et al., 1991). A eficácia do ciclopirox olamina xampu foi comparada com o cetoconazol shampoo em um estudo duplo-cego com 350 pacientes com dermatite seborreica. Ambos os tratamentos foram igualmente eficazes e melhores que o placebo, mas os pacientes classificaram o shampoo Ciclopirox como um tratamento mais favorável (RATNAVEL et al., 2007). 4.7 CONTROLE DA OLEOSIDADE EPIDÉRMICA Como foi mencionado anteriormente, os fungos do gênero Malassezia desempenham um papel na patogênese da dermatite seborreica por um grupo lipídico-dependente, tendo em vista esses dados, é possível que o controle a gordura 16 será uma possível via de tratamento para controlar a doença, principalmente no que diz respeito à sua natureza inflamatória (WOLWERTON, 2007). Foto do site: Es Hoje, 2018. As formulações contendo coaltar ou seus derivados apresentam múltiplos benefícios ao paciente portador de dermatite seborreica, pois sua ação se dará por 3 mecanismos distintos: controle da oleosidade, xampus e sabonetes apresentaram alto poder adstringente, deixando, desse modo a epiderme com uma quantidade significativamente menor de sebo; efeito citostáticos, atuando na diferenciação celular e consequentemente na formação de escamas; e uma ação antimicótica, ao controlar a proliferação da população fúngica residente. Em ensaio clínico randomizado o xampu de coaltar a 4% p/p, quando comparado com o placebo, mostrou alta taxa de redução da caspa nos pacientes (DAVIES, 1999). A prescrição farmacêutica de fitoterápicos tópicos veiculados em xampu ou sabonetes é uma opção clínica razoável, tendo em vista o melhor perfil de efeitos adversos e eficácia comprovada. Refere-se às formulações contendo extrato de Hamamelis virginiana e Pilocarpus jaborandi, os dois em concentrações de 3%, podendo ser combinados. Elas apresentaram propriedades adstringentes, anti- inflamatórias, antioxidantes, antissépticas e controladoras de oleosidade (SOUZA; ANTUNES, 2009). 17 Cabe mencionar que o farmacêutico também tem o papel de informar ao paciente sobre os cuidados inadequados e desencadeantes da crise da dermatite seborreica, como: uso de condicionadores próximo ao couro cabeludo e enxágue insuficiente, uso muito de água muito quente, exposição excessiva ao sol, situações de ou estresse emocional eingestão de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas e tabaco (FORMARIZ et al., 2005). 18 5 METODOLOGIA Foi realizada uma revisão de literatura com busca nas bases de dados Pubmed, Bireme, Lilacs Scielo, bem como uma busca nos periódicos do portal de informação científica e sites informativos. Foram utilizados os descritores: Dermatite Seborreica, Tratamento e Malassezia e selecionados artigos relacionados à abordagem da dermatite seborreica enfatizando a competência do esteticista. 19 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A dermatite seborreica é uma doença muito comum e recidivante caracterizada por descamação crônica, inflamatória e da epiderme em uma ampla faixa etária. O tratamento deve seguir 3 vias de ação: controlar a inflamação, controlar a proliferação fúngica e controlar a oleosidade da epiderme. Considerando que muitas vezes o farmacêutico será o primeiro e provavelmente o mais acessível profissional de saúde procurado pelo paciente, portanto, dentro de sua competência clínica, ele está apto a atender pequenas preocupações de saúde ou fazer encaminhamentos para os mais importantes. Em tal situação, os profissionais devem compreender suas opções de tratamento médico dentro de sua esfera de atuação, bem como a eficácia do arsenal disponível. Vale ressaltar o uso de medidas não farmacológicas para monitorar o uso de métodos farmacológicos de cuidado pelos pacientes para indicar mudanças adequadas de higiene e estilo de vida que sejam inconsistentes com seu estado clínico. Assim, juntamente com os próprios esforços do paciente, é possível obter um controle efetivo e maiores intervalos na recorrência das crises da doença. 20 7 REFERÊNCIA BECKER, R. O; PEREIRA, G. A. M; PAVANI, K. K. G. Anatomia Humana. 1. ed. Porto Alegre: SAGAH, 2018 BORGERS, M.; DEDREEF, H. O papel de Cetose em Dermatite Seborrheic. Cutis, 2007. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 138, de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre o enquadramento na categoria de venda de Medicamentos. DAVIES, D.B; BORMAN, G.C; SHUTTLEWORTH, D. Eficácia comparativa de shampoos contendo alcatrão de carvão (4,0% w/w; Tarmed), alcatrão de carvão (4,0% w/w) mais ciclopirox olamina (1,0% w/w; Tarmed) e cetoconazol (2,0% w/w; Nizoral) para o tratamento de dermatite caspa/seborrélica. J. Dermatol Treat, 1999. DUARTE, M. A; BRANDÃO, J. J. F. Dermatite Seborreica: Um relato de caso de dermatite seborreica infectada. BWS Journal, v. 3, 2020. ELEWSKI, B. E; ABRAMOVITS, W; KEMPERS, S, et al. Uma nova formulação de espuma de cetoconazol 2% para o tratamento de dermatite seborreica em múltiplas regiões do corpo. J Drugs Dermatol, v. 6, n. 10, 2007. ELWSKI, B; ALEXIS, A. F; LEBWOHL, M; GOLD, L. S; PARISER, D; DEL ROSSO, J; YOSIPOVITCH, G. Coceira: um problema pouco reconhecido na psoríase. J Eur Acad Dermatol Venereol. v. 33, n. 8, 2019. p. 1465-1476. FORMARIZ, T. P; SPERA, L. J; URBAN, M. C. C; GREMIAO, M. P. D. Dermatite seborréica: causas, diagnóstico e tratamento. Infarma. 2005. 21 GOLDENBERG, G. Otimizando abordagens de tratamento em Dermatite Seborrheic. The Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology, 2013. HANEL, H; SMITH-KURTZ, E; PASTOWSKY, S. Terapia de eczema seborreico com um agente antifúngico com efeito antifólogo. Mycoses, 1991. MARTINI, F. H; TIMMONS, M. J; TALLITSCH, R. B. Anatomia Humana. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. NALDI, L; REBORA, A. Seborrheic Dermatite. N Engl J Med, 2009. PAPP, KA; PAPP, A; DAHMER, B; CLARCK, C. S. Ensaio controlado monodúntico, randomizado avaliando o tratamento de dermatite seborreica facial com hidrocortisona 1% de pomada em comparação com tacrolimus 0,1% pomada em adultos. J Am Acad Dermatol, v. 67, n. 2, 2012. RATNAVEL, R.C; ESCUDEIRO, R. A; BOORMAN, G.C. Eficácias clínicas de shampoos contendo olamina ciclopirox (1,5%) e cetoconazol (2,0%) no tratamento de dermatite seborrérica. J Dermatol Treat, 2007. SAMPAIO, A. L. S. B; MAMERI, A. C. A; VARGAS, T. J. S; SILVA, M. R; NUNES, A. P; CARNEIRO, S. C. S. Dermatite seborreica. Anais Brasileiros de Dermatologia. v. 86, n. 6; 2011. [Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0365-05962011000600002>. Acessado 20 Fevereiro 2022.] SATCHELL A.C; SAURAJEN, A; BELL, C; BARNETSON, R.S. Tratamento de caspa com 5% de shampoo de óleo de árvore de chá. J Am Acad Dermatol, 2002. SCHUSTER, S; MEYNADIER; J; KERL; H, NOLTING, S. Tratamento e profilaxia de dermatite seborreica do couro cabeludo com shampoo de ciclopirox antipityrosporal 1%. Arch Dermatol, v. 141, 2005: p. 141-147. 22 SOUZA, V. M; ANTUNES, J. D. Ativos Dermatológicos. São Paulo: Pharmabooks, 2009. STRATIGOS, JD; ANTONIOU, C; KATSAMBAS, A. et al. Cetoconazole 2% creme versus hidrocortisona 1% creme no tratamento de dermatite seborreica. Um estudo comparativo duplo-cego. J Am Acad Dermatol, 1988. WOLWERTON, S.E. Terapia de medicamentos dermatológicos. 2 ed. Filadélfia: Saunders Elsevier, 2007. 1 INTRODUÇÃO 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 3 JUSTIFICATIVA 4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 ANATOMIA DO SISTEMA TEGUMENTAR 4.2 FATOS IMPORTANTES SOB O SISTEMA TEGUMENTAR 4.3 CAUSAS DA DERMATITE SEBORREICA 4.4 TRATAMENTOS 4.5 CONTROLE DA INFLAMAÇÃO 4.6 CONTROLE DA PROLIFERAÇÃO DO PATÓGENO 4.7 CONTROLE DA OLEOSIDADE EPIDÉRMICA 5 METODOLOGIA 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 7 REFERÊNCIA DUARTE, M. A; BRANDÃO, J. J. F. Dermatite Seborreica: Um relato de caso de dermatite seborreica infectada. BWS Journal, v. 3, 2020.
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