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FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE

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Complementação Pedagógica 
MÓDULO I 
 
FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
Seu Futuro Começa Aqui! 
 
 
 
Coordenação Pedagógica – 
IBRA 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1: A PRÁTICA ESCOLAR E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ......................... 2 
Conceitos .......................................................................................................................... 2 
Teorias Da Aprendizagem ................................................................................................ 4 
Didática ............................................................................................................................. 9 
Modalidades De Ensino .................................................................................................. 12 
O Papel E Desafios Do Professor .................................................................................. 15 
 
CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE DELIMITAÇÃO DOS SABERES DOCENTES
 .................................................................................................................................................. 17 
História Da Educação No Brasil ..................................................................................... 17 
Autores Destaques Da Educação................................................................................... 22 
 
CAPÍTULO 3: TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS ...................................................................... 24 
Tendência Liberal ............................................................................................................ 25 
Tendência Progressista .................................................................................................. 30 
 
CAPÍTULO 4: OS DIFERENTES ESPAÇOS DE FORMAÇÃO ............................................. 35 
A Importância Da Educação Em Ambientes Não Escolares ......................................... 35 
A Formação De Professores .......................................................................................... 39 
 
CAPÍTULO 5: CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS ................................ 43 
Introdução ....................................................................................................................... 43 
Metodologias Ativas ........................................................................................................ 46 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................. 59 
 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
2 
 
CAPÍTULO 1: A PRÁTICA ESCOLAR E A FORMAÇÃO DO 
PROFESSOR 
 
PARTE 1 – CONCEITOS 
 
Antes de adentrar no conteúdo é necessário conhecermos alguns conceitos. 
Iniciaremos com o conceito de educação e escola sob a ótica de Mário Sérgio 
Cortella: 
Educação é a formação de uma pessoa; a escolarização é um pedaço dela. 
A educação, é a responsabilidade dos pais. A escola é a instituição 
responsável pela escolarização, e o professor responde por parte dessa 
escolarização1 
 
A participação dos pais possui papel fundamental, pois conforme acima 
citado por Mário Sérgio Cortella, a educação é muito mais que a escolarização, 
sendo que esta é apenas uma pequena parte, porém não menos importante. Cabe, 
portanto, aos pais, a responsabilidade maior de educar. A escolarização sim é 
responsabilidade da escola, do educador, e é neste sentido que precisamos nos 
atentar no estudo da prática pedagógica. 
A educação é um processo que dura a vida inteira, ao contrário da 
escolarização. 
Aliás, ao consultar o verbete “educação” no dicionário, encontramos a 
seguinte definição: 
1 Ato ou processo de educar(-se). 2 Processo que visa ao 
desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da 
aplicação de métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração 
social e a formação da cidadania. 3 Conjunto de métodos próprios a fim de 
assegurar a instrução e a formação do indivíduo; ensino. 4 conhecimento, 
aptidão e desenvolvimento em consequência desse processo; formação, 
preparo. Nível ou tipo específico de ensino. 6 Desenvolvimento sistemático 
de uma Faculdade, um sentido ou órgão. 7 Conhecimento e prática de 
 
1 CORTELA, Mário Sérgio. Educação x escolarização. Disponível em: 
https://ww.youtube.com/wath?v=FNEN3eJ8_BU. >Acessado em 24 de Março de 2020 ás 
14:26h. 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
3 
 
boas maneiras no convívio social; civilidade, polidez. 8 Adestramento 
de animais. 9 Prática de cultivar e aclimatar plantas.2 
Ou seja, o processo de educação é mais amplo do que o de escolarização. 
A escolarização complementa a educação, é uma parte dela. 
A escolarização é utilizável em certas ocasiões da vida, enquanto que a 
educação transparece em todos os eventos, pois traz em si o que aprendemos, 
nossa civilidade, polidez, moralidade. 
Nessa mesma linha de pensamento: 
Através da ação educativa o meio social exerce influências sobre os 
indivíduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influências, tornam-se 
capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao 
meio social. Tais influências se manifestam através de conhecimentos, 
experiências, valores, crenças, modos de agir, técnicas e costumes 
acumulados por muitas gerações de indivíduos e grupos, transmitidos, 
assimilados e recriados pelas novas gerações. Em sentido amplo, a 
educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio 
social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessária e 
inevitável pelo simples fato de existirem socialmente; neste sentido, a 
prática educativa existe numa grande variedade de instituições e atividades 
sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma 
sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência humana. 
Em sentido estrito, a educação ocorre em instituições específicas, escolares 
ou não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma ação 
consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles 
processos formativos gerais.3 
 
Importante ainda colacionar um trecho escrito por José Carlos Libâneo, onde 
trata da escolarização, ou prática escolar como algo além do pedagógico. Cabe 
ainda ressaltar que muito embora sejam confundidos, educação e escolarização não 
são sinônimos. 
Neste ponto, Libâneo traz em sua obra “Democratização da escola Pública: 
Pedagogia critico-social dos conteúdos” a definição de prática escolar: 
A prática escolar consiste na concretização das condições que asseguram a 
realização do trabalho do docente. Tais condições não se reduzem ao 
estritamente “pedagógico”, já que a escola cumpre funções que lhe são 
dadas pela sociedade concreta que, por sua vez, apresenta- se como 
constituída por classes sociais com interesses antagônicos. A prática 
 
2 Dicionário Online Michaelis. Disponível em: < http://michaelis.uol.com.br/busca?id=QX0y>. 
Acessado em 24 de Março de 2020 ás 14:25h. (sem destaque no original). 
 
3 LIBÂNEO, José Carlos. Didática (Livro Eletrônico). São Paulo: Cortez, 2017, página 17. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
4 
 
escolar, assim, tem atrás de si condicionantes sócio-políticos que 
configuram diferentes concepções de homem e de sociedade e, 
consequentemente, diferentes pressupostos sobre: o papel da escola, 
aprendizagem, relações professor-aluno, técnicas pedagógicas, etc. 4 
 
PARTE 2 – TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
 
As teorias de aprendizagem, ou teorias da educação, são as denominações 
dadas aos diversos modelos que visam explicar o processo de aprendizagem pelosindivíduos. 
Não obstante o fato de que tais teorias vêm sendo desenvolvidas desde a 
Grécia Antiga, as que predominam contemporaneamente são a de Jean Piaget e a 
de Lev Vygotsky. 
Existem basicamente duas grandes linhas de teoria: a) comportamental: 
entende que a aprendizagem consubstancia-se em uma mudança do 
comportamento através de estímulos e respostas e; b) cognitiva: percebe a 
aprendizagem como algo capaz de alterar conceitos, percepções e padrões de 
pensamento e aprendizagem através de uma organização interior. 
Antes do desenvolvimento da teoria construtivista, a escola tradicional 
baseava-se exclusivamente na transmissão de informações ou conhecimento do 
professor ao aluno. A este cabia apenas a função de receber passivamente as 
informações, sem a preocupação de saber como tais informações seriam 
trabalhadas. 
Neste contexto, surge a Teoria do Construtivismo, que prega que o 
desenvolvimento da inteligência é determinado por ações mútuas entre a pessoa e o 
meio, sendo essas ações exercidas de modo dinâmico, crítico e individualizado. 
São importantes idealizadores dessa corrente: Jean Piaget, Lev Vygotsky, 
Howard Gardner, Paulo Freire, Emília Ferreiro, entre outros. 
 
4 LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: pedagogia crítico-social dos 
conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985, p.19. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
5 
 
Nessa corrente, o professor deixa de ser um transmissor de informações, e 
passa a trabalhar com a mediação do conhecimento, estimulando a procura, a 
descoberta, a assimilação e a acomodação do conhecimento, utilizando esquemas 
mentais já existentes no próprio indivíduo, em relação ao mundo exterior. 
Passa-se a respeitar as fases de desenvolvimento do aluno, que ocorre em 
velocidades e faixas etárias diferentes. Existe, portanto, a preocupação sobre a 
pessoa do educando, que passa a ser objeto de estudo, para que sejam 
aproveitadas ao máximo as suas potencialidades e individualidades. 
A partir dessa preocupação sobre como se dá a formação do conhecimento 
nos alunos, e a forma como tal conhecimento seria melhor assimilado, surgiram as 
teorias de aprendizagem cooperativa. 
A aprendizagem cooperativa trata-se de uma proposta pedagógica baseada 
no auxílio mútuo entre os estudantes no processo de ensino-aprendizado, visando 
ao objetivo de aprender, atuam como parceiros os estudantes entre si e entre o 
educador. 
Tais teorias visam ao reconhecimento da dinâmica envolvida nas ações de 
ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva da pessoa e 
explicando a relação entre o conhecimento que já existe no aluno e o novo 
conhecimento que se busca transmitir, envolvendo identificação pessoal e interação 
com outros indivíduos. 
Para demonstração de algumas teorias de aprendizagem coletiva, segue a 
tabela: 
 
Teorias de 
aprendizagem 
Resumo das características 
Relação com 
cooperação 
Epistemologia 
Genética de 
Piaget 
Ponto central: estrutura cognitiva do 
sujeito; Níveis diferentes de 
desenvolvimento cognitivo; 
Desenvolvimento facilitado pela oferta 
de atividades e situações 
desafiadoras. 
A interação social e a 
troca entre indivíduos 
funcionam como 
estímulo ao processo de 
aquisição de 
conhecimento. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
6 
 
Teoria 
construtivista 
de Bruner 
O aprendiz é participante ativo no 
processo de aquisição de 
conhecimento; Instrução relacionada 
a contextos e experiências pessoais; 
Determinação de sequências efetivas 
de apresentação de material didático. 
Teoria contemporânea: 
criar comunidades de 
aprendizagem mais 
próximas da prática 
colaborativa do mundo 
real. 
Teoria 
sociocultural 
de Vygotsky 
O desenvolvimento cognitivo é 
limitado a um determinado potencial 
para cada intervalo de idade (zona de 
desenvolvimento proximal) 
O desenvolvimento 
cognitivo completo 
requer interação social. 
Aprendizagem 
baseada em 
problemas 
A aprendizagem inicia-se com um 
problema a ser resolvido (âncora ou 
foco); É centrada no aprendiz e 
contextualizada. 
Os problemas contêm 
contextos sociais e 
culturais onde se 
desenvolvem soluções 
em cooperação. 
Cognição 
distribuída 
Interação entre indivíduo, ambiente e 
artefatos culturais; Ensinamento 
recíproco; Importante papel da 
tecnologia. 
O conhecimento é 
compartilhado e 
distribuído, sendo 
necessária a interação. 
Cognição 
situada 
A aprendizagem ocorre em função da 
atividade, da cultura e do contexto e 
ambiente social em que está inserida. 
Interação e colaboração 
são componentes 
críticos para a 
aprendizagem 
(comunidade de prática) 
Fonte: http://www.docsity.com – Tabela adaptada 
 
Da leitura analítica da tabela, é possível perceber que a aprendizagem 
colaborativa funda-se na interação social, isto é, na comunicação entre o indivíduo e 
o meio em que vive. 
Piaget e a Epistemologia Genética: A epistemologia é a parte da ciência 
que estuda as etapas do conhecimento, bem como seus limites. Trata-se da teoria 
do conhecimento. Piaget, como biólogo, dividiu o desenvolvimento do pensamento 
em quatro estágios desde o nascimento até a adolescência, que é quando a 
capacidade total de raciocínio é adquirida. De acordo com o mesmo, a transmissão 
de conhecimentos do professor para a criança depende da fase em que esta se 
encontra, e, por isso, é limitada. Para Piaget, o conhecimento é construído mediante 
a descoberta de dois mecanismos: assimilação e acomodação. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
7 
 
Vygotsky e a teoria sociocultural: já para Vygotsky, o estudo da 
aprendizagem não deve levar em conta apenas os aspectos biológicos do aluno, 
pois, segundo ele, a percepção externa (ou do meio social) atua de forma 
determinante no processamento do conhecimento. Segundo o autor, o processo 
mental de aprendizagem ocorre no que ele chamou de ZPD (Zona de 
Desenvolvimento Proximal) em que os conceitos científicos (externos ao estudante) 
e os conceitos espontâneos (desenvolvidos internamente), unem-se na formação do 
conhecimento. 
Para ilustrar, temos o seguinte esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://profes.com.br 
 
Portanto, deve-se levar em consideração o meio em que o aluno está 
inserido para que possa ser melhor aplicada a transmissão do conhecimento. O 
desenvolvimento, destarte, relaciona-se ao contexto social e cultural em que o 
sujeito está inserido. Nas palavras do próprio autor: 
Podem-se distinguir, dentro de um processo geral de desenvolvimento, 
duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo 
quanto à sua origem: de um lado, os processos elementares, que são de 
Conceitos Científicos 
(Externos ao Estudante) 
Conceitos Espontâneos 
(Desenvolvidos internamente) 
Zona de Desenvolvimento Proximal 
 
https://profes.com.br/
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
8 
 
origem biológica; de outro, as funções psicológicas superiores, de origem 
sociocultural. A história do comportamento da criança nasce do 
entrelaçamento dessas duas linhas.5 
 
Sendo assim, o processo de aprendizagem está relacionado não apenas 
com as fases de evolução da criança, como pregava Piaget, mas, também, e com 
maior razão, com a relação que o indivíduo possui com o meio em que está inserido. 
O ser humano, ao assimilar as experiências vividas, organiza os seus 
próprios processos mentais. E tal organização é feita mediante a utilização de signos 
(lembrar, comparar coisas, relatar, escolher, etc.), que são usados para resolver um 
dado problema. 
Conforme as palavras do próprio autor: “O signo age como um instrumento 
da atividade psicológicade maneira análoga ao papel de um instrumento no 
trabalho.” 6 
Ele não deixa de lado a epistemologia de Piaget, mas dá à dimensão social 
enorme importância: “o aprendizado humano pressupõe uma natureza social 
específica e um processo através do qual a criança penetra na vida intelectual 
daqueles que a acercam”.7 
Paulo Freire e a pedagogia da autonomia: Para Paulo Freire, o ensinar se 
torna um aprendizado, e o aprendizado se torna um ensinar. Sob sua ótica, o 
educador deve, a todo tempo, buscar novos conhecimentos, com o auxílio de tudo 
que estiver ao seu alcance, no processo de aperfeiçoamento. O educador não pode 
se acomodar, ao contrário, deve ser receptivo a novas informações e descobertas. 
Para Freire, o conhecimento deve ser transmitido de forma crítica, de maneira que 
se ensine o aluno a pensar, estimulando-o a chegar a conclusões, rejeitando, 
portanto, a antiga visão do professor como um mero transmissor de informações. 
Dessa forma, o aluno não se tornaria um mero repetidor de informações, 
mas um sujeito com consciência crítica. 
 
5VYGOTSKY, Lev Semyonovih, A formação social da mente, editora Martins Fontes, página 52 
6VYGOTSKY, Lev Semyonovih, A formação social da mente, editora Martins Fontes, página 52 
7VYGOTSKY, Lev Semyonovih, A formação social da mente, editora Martins Fontes, página 52 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
9 
 
Freire criticou com veemência a ideia do aluno como uma tábula rasa, uma 
“conta vazia” que deveria ser preenchida com informações, o que inibiria, na visão 
do autor, a criatividade do indivíduo. 
Na visão do renomado educador, muito embora devam ser usadas todas as 
tecnologias possíveis, a figura do educar se torna imprescindível, pois é ele quem irá 
estimular o estudante a pensar. 
Desta forma, vimos, de forma sucinta, a evolução das teorias da educação. 
 
PARTE 3 – DIDÁTICA 
 
Didática é “uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e 
as condições do processo de ensino tendo em vista as finalidades educacionais, que 
são sempre sociais” (LIBÂNEO, 2017, sp). 8 
A didática é um disciplina que ensina o que ensinar e como ensinar. A 
didática é de extrema importância, pois é ela o instrumento que estabelece uma 
relação aluno-aprendizagem, portanto é também de suma importância a escolha 
pelo professor da metodologia a ser utilizada em suas aulas. Ela pode ser algo que 
facilita a compreensão do conteúdo estudado, mas também pode para alguns 
dificultar, pois cada aluno absorve conteúdo de uma forma diversa, ou seja, o que 
pode facilitar para uns pode ser exatamente o que pode dificultar aos outros. 
O professor precisa ter ciência dessa possibilidade e desenvolver várias 
formas de aplicar o conteúdo, e levar em conta a coletividade ao escolher a didática 
a ser utilizada em sala de aula. 
A Didática está sempre presente no universo escolar, eis que na escola 
utilizam-se materiais didáticos, livros didáticos, projetos didáticos, etc. 
A Didática é a arte do ensino. 
 
8 LIBÂNEO, José Carlos. Didática (Livro Eletrônico). São Paulo: Cortez, 2017 
TUTORIA02
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 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
10 
 
Transformou-se em um campo de estudos onde são discutidas as questões 
que envolvem o processo de ensino, e que tem como objeto de estudo os processos 
de ensino e aprendizagem, e as relações estabelecidas entre o ato de ensinar 
(professor), e o ato de aprender (aluno). 
Sob este viés, a Didática objetiva propor princípios, formas e diretrizes, 
atinentes ao ensino de todas as áreas do conhecimento. Objetiva compreender a 
relação existente entre professor, aluno, e a matéria. 
A Pedagogia é um campo de conhecimentos que visa orientar qual o tipo de 
indivíduo que deverá ser formado e para qual sociedade, na prática escolar. Tem em 
vista a preparação dos sujeitos para as tarefas da vida social. 
O caráter pedagógico da prática educativa se verifica como ação 
consciente, intencional e planejada no processo de formação humana, 
através de objetivos e meios estabelecidos por critérios socialmente 
determinados e que indicam o tipo de homem a formar, para qual 
sociedade, como que propósitos. Vincula-se, pois, a opções sociais e 
políticas referentes ao papel da educação num determinado sistema de 
relações sociais. A partir daí a Pedagogia pode dirigir e orientar a 
formulação de objetivos e meios do processo educativo. 9 
 
Enquanto a pedagogia preocupa-se em estabelecer qual o tipo de indivíduo 
a escola deverá formar, a Didática preocupa-se em “como realizar” os objetivos 
propostos pela ação pedagógica. 
Portanto, a Didática afigura-se como o principal ramo de estudos da 
Pedagogia. É ela quem vai ditar os rumos do ensino, quais os conteúdos a serem 
ministrados, bem como a forma de abordá-los em sala de aula. 
A relação estabelecida entre Pedagogia e Didática é similar à relação 
estabelecida entre o arquiteto e o engenheiro: enquanto um projeta, “sonha”, o outro 
é responsável por dar concretude ao projeto, estabelecendo a forma como tal será 
realizado. 
Da mesma forma, enquanto a Pedagogia estabelece “o que” deverá ser 
feito, a Didática estabelece “como” deverá ser feito. 
 
9LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 25. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
11 
 
Contudo, a Didática não se relaciona apenas com a Pedagogia, mas com 
outros ramos do conhecimento pedagógico. 
A Filosofia e a História da educação ajudam a refletir sobre qual o objetivo 
da didática, as teorias educacionais, promovendo a todo o tempo a indagação sobre 
qual a finalidade do ato educativo. O questionamento contínuo é o que permite o 
aprimoramento de qualquer ciência. A Didática, por óbvio, não poderia escapar à 
regra. 
A Sociologia da Educação estuda a escola como um “fenômeno sociológico”, 
ou seja, enxerga a educação como um processo social, e estabelece a relação entre 
o trabalho docente e a sociedade. Neste viés, a sala de aula é vista como um 
ambiente social. A escola é integrada aos demais ambientes sociais (conselhos de 
pais, associações de bairros, sindicatos, igrejas, etc.). 
A Psicologia da Educação relaciona-se intimamente com a Didática, uma 
vez que é ela que estuda a forma como o aluno assimila os conhecimentos, e estuda 
como se dá a formação biológica e as fases de desenvolvimento mental do aluno. A 
partir daí, a Didática estabelecerá a forma como deverá ser ministrado o conteúdo, 
pois, seria tarefa inócua a transmissão de conhecimentos sem se saber como será a 
recepção do mesmo. 
Esse papel de síntese entre a teoria pedagógica e a prática educativa real 
assegura a interpenetração e a interdependência entre fins e meios da 
educação escolar e, nessas condições, a Didática pode constituir-se em 
teoria do ensino. O processo didático efetiva a mediação escolar de 
objetivos, conteúdos e métodos das matérias de ensino. Em função disso, a 
Didática descreve e explica os nexos, relações e ligações entre o ensino e a 
aprendizagem; investiga os fatores co-determinantes desses processos; 
indica princípios, condições e meios de direção do ensino, tendo em vista a 
aprendizagem, que são comuns ao ensino das diferentes disciplinas de 
conteúdo específicos. Para isso recorre às contribuições das ciências 
auxiliares da Educação e das próprias metodologias específicas. É, pois, 
uma matéria de estudo que integra e articular conhecimentos teóricos e 
práticos obtidos nas disciplinas de formação acadêmica, formação 
pedagógica e formação técnico-prática, provendo o que é comum, básico e 
indispensável para o ensino de todas as demais disciplinas de conteúdo.1010LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 28. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
12 
 
Desta forma, pode facilmente chegar à conclusão de que a Didática é uma 
ciência necessária à Pedagogia, restando claro que é preciso um profundo 
conhecimento do método didático para que o conteúdo seja devidamente ministrado, 
de acordo com os objetivos traçados a priori. 
Não é demasiado ressaltar que: 
O processo de ensino é uma atividade conjunta de professores e alunos, 
organizados sob a direção do professor, com a finalidade de prover as 
condições e meios pelos quais os alunos assimilam ativamente 
conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções. Este é o objeto de 
estudo da Didática. 11 
 
PARTE 4 – MODALIDADES DE ENSINO 
 
No decorrer dos anos houveram mudanças significativas na educação, e 
com elas mudou também a forma de ensino e de aprendizagem, não somente o 
conteúdo a ser estudado, como estudaremos mais à frente. Com o surgimento de 
novas tecnologias, a modalidade de ensino presencial e semipresencial ganharam 
mais espaço e que seu números de adeptos já supera em algumas áreas a 
modalidade unicamente presencial (que denominamos de modalidade 
convencional), por ser mais acessível não somente em termos financeiros, mas 
também quanto a flexibilidade de horários. 
 Temos hoje três modalidades de ensino: presencial, semipresencial e EAD 
(educação a distância). Estudaremos a seguir de forma breve as modalidades de 
ensino: 
 
 
 
 
 
 
11LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 29. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
13 
 
 Presencial 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://s3.static.brasilescola.uol.com.br 
 
 A modalidade de ensino na forma presencial é a forma mais antiga de 
ensino, considerada como a forma tradicional de ensino. Na forma presencial, as 
aulas são ministradas de acordo com a grade, de forma que os alunos e professores 
estejam presentes no mesmo espaço físico tanto nas aulas como nas atividades e 
avaliações que acontecem, em sua maioria na sala de aula. 
 
 A distância 
 
 
 
 
 
 
 Na modalidade de ensino a distância, o professor e o aluno se comunicam 
de forma virtual, pelo Ambiente Virtual do Aluno (AVA) que geralmente são 
acessados por meio de computadores, tablet’s e celulares. Nessa modalidade as 
aulas são gravadas pelos professores e os alunos acessam as videoaulas dentro do 
tempo em que ficam disponíveis para o acesso, podendo ou não ocorrer encontros 
https://s3.static.brasilescola.uol.com.br/
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
14 
 
presenciais, sendo que, nos casos em que houver serão bem raros, ou unicamente 
para realização das avaliações. 
Embora tenha ganhado espaço nos últimos anos, o ensino na modalidade a 
distância não é novidade, contudo, anteriormente o estudo a distância era realizado 
por correspondências de forma impressa, de tal forma que, de fato, não se tornava 
tão proveitoso e célere quanto é nos dias atuais, levando-se em consideração os 
avanços tecnológicos que permitem, inclusive, a transmissão de aulas via satélite. 
 
 Semipresencial 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://abrilveja.files.wordpress.com 
 
Na modalidade de ensino semipresencial, mistura-se as formas presencial e 
EAD, ou seja, tem um pouco de cada modalidade de ensino. Pode ser considerado 
semipresencial o ensino em que 20% no máximo é na forma presencial. Esse tipo de 
ensino pode se dar de várias maneiras, como por exemplo, o professor pode fazer 
uma transmissão ao vivo da aula e os alunos assistirem nos polos, ou os encontros 
que forem presenciais acontecerem um dia por semana ou por mês, etc. 
Cada instituição de ensino possui uma forma diferente de utilizar a 
modalidade de ensino semipresencial, de acordo com o conteúdo, a didática a ser 
utilizada e a forma mais acessível. 
 
https://abrilveja.files.wordpress.com/
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
15 
 
PARTE 5 – O PAPEL E DESAFIOS DO PROFESSOR 
 
O professor possui papel fundamental na formação da educação, possui o 
papel da escolarização. Cada professor possui uma metodologia diferente, uma 
forma de ensinar, dentre outras peculiaridades. 
Não é exclusividade dos professores atuais os desafios encontrados no 
percurso a respeito do conflito com a realidade. Paulo Freire já destacava a 
importância do papel do educador, mesmo com todos os avanços tecnológicos, pois 
ele é quem será o responsável por conduzir o aluno a pensar por si próprio. 
Sendo assim, deverá estar constantemente em processo de aprendizagem e 
aberto a novas ideias, levando-se em conta a dinâmica do mundo atual, bem como a 
necessidade, cada vez mais premente, de se fazer com que a avalanche de 
informações a que se tem acesso hodiernamente, seja devidamente processada e 
utilizada de forma correta pelo estudante. 
Encontra-se ultrapassada aquela visão do professor como mero transmissor 
de informações. 
É preciso que os educadores tenham uma formação, sobretudo, humana, 
sabendo lidar com os diversos tipos de aluno, de forma a extrair o melhor de cada 
um e explorar as potencialidades individuais. 
Acrescido a esse desafio, tem o educador que lidar com a falta de estrutura 
para tanto, como evidenciado pelo texto acima. 
Existe, portanto, um desafio cada vez maior: aplicar métodos modernos de 
ensino, utilizando-se de uma estrutura muitas vezes inadequada. 
O educador atual não pode ignorar tal problema. 
Por isso é tão importante que esteja aberto e receptivo a ideias novas, bem 
como ao debate, para que se chegue a soluções práticas para os problemas 
vivenciados no âmbito educacional. 
A preparação das crianças e jovens para a participação ativa na vida social 
é o objetivo mais imediato da escola pública. Esse objetivo é atingido pela 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
16 
 
instrução e ensino, tarefas que caracterizam o trabalho do professor. A 
instrução proporciona o domínio dos conhecimentos sistematizados e 
promove o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. O 
ensino corresponde às ações indispensáveis para a realização da instrução; 
é a atividade conjunta do professor e dos alunos na qual transcorre o 
processo de transmissão e assimilação ativa de conhecimentos, habilidades 
e hábitos, tendo em vista a instrução e a educação. A Didática e as 
metodologias específicas das disciplinas, apoiando-se em conhecimentos 
pedagógicos e científico-técnicos, são disciplinas que orientam a ação 
docente partindo das situações concretas em que se realiza o ensino. Ao 
realizar suas tarefas básicas, a escola e os professores estão cumprindo 
responsabilidades sociais e políticas. Com efeito, ao possibilitar aos alunos 
o domínio dos conhecimentos culturais e científicos, a educação escolar 
socializa o saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas e 
operativas para a atuação no trabalho e nas lutas sociais pela conquista dos 
direitos de cidadania. Dessa forma, efetiva a sua contribuição para a 
democratização social e política da sociedade. Entretanto, a escola pública 
brasileira tem sido capaz de atender o direito social de todas as crianças e 
jovens receberem escolarização básica? Os governos têm cumprido a sua 
obrigação social de assegurar as condições necessárias para prover um 
ensino de qualidade ao povo? O próprio funcionamento da escola, os 
programas, as práticas de ensino, o preparo profissional do professor, não 
teriam também uma parcela de responsabilidade pelo fracassoescolar? (...) 
As escolas funcionam em condições precárias, a formação profissional dos 
professores é deficiente, os salários são aviltantes, o ensino é de baixa 
qualidade. É necessária uma reflexão de conjunto para uma compreensão 
mais correta dos problemas da escola pública. Há um conjunto de causas 
externas e internas à escola que, bem compreendidas, permitirão avaliar 
mais claramente as possibilidades do trabalho docente na efetiva 
escolarização das crianças e jovens.12 
 
Totalmente pertinente a reflexão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12LIBÂNEO, José Carlos. Didática (Livro Eletrônico). São Paulo: Cortez, 2017, páginas 33 e 34. 
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17 
 
CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE DELIMITAÇÃO DOS 
SABERES DOCENTES 
 
PARTE 1 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
 
A prática docente teve uma grande alteração ao longo dos anos, 
principalmente nas últimas décadas. As alterações se deram especialmente pelas 
mudanças significativas nos aspectos econômicos, sociais, políticos e até mesmo 
religiosos que ocorreram no Brasil e no mundo. 
Como podemos observar a partir da tabela abaixo, os avanços e retrocessos 
na educação acompanharam principalmente os aspectos políticos desde o 
surgimento da primeira escola em Salvador. 
TABELA DA EVOLUÇÃO DA ESCOLA NO BRASIL DESDE A COLONIZAÇÃO 
ANO CONTEXTO 
1549 Surge a primeira escola primária em Salvador 
1564 
Por determinação da Coroa Portuguesa foi criado na Bahia o primeiro 
colégio brasileiro para brancos. 
1759 
• Marquês de Pombal expulsa de todo território nacional os jesuítas 
que comandavam as principais instituições educacionais todos os 
territórios portugueses 
• A educação é organizada pelo Estado e estudavam os filhos dos 
fazendeiros, senhores de engenho e de outras autoridades 
1827 
Foi criado a primeira lei de ensino no Brasil (lei Geral do Ensino) que 
cria colégios nas vilas e cidades mais populosas do império e dá 
acesso as salas de aulas que dá também as meninas 
1828 Nas escolas para garotas só professoras lecionam 
1837 
Foi inaugurado o colégio Pedro II no Rio de Janeiro e o próprio 
imperador contrata, controla os professores e verifica como andam as 
aulas e as refeições 
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
18 
 
1874 
As ideias do positivismo, cientificismo e movimento republicano 
influenciam na educação, escolas Laicas e particulares são criadas 
além de colégios femininos e protestantes 
1889 
É proclamada a República e o governo reforma o Ensino Primário 
Normal, aumenta a presença feminina nos cursos de formação de 
professores nas escolas normais 
1895 
A Escola normal de São Paulo ganha o primeiro Jardim de Infância 
público do país, até então, as crianças ficavam em casa até os 7 anos 
de idade 
1920 
As ideias da escola nova, que era um movimento para reinventar a 
escola, a partir de conhecimentos a partir das ideias trazidas pela 
psicologia e outras ciências, que propunham a reforma dos currículos 
escolares começam a ser defendido mais intensamente no Brasil 
1932 
Anísio Teixeira, Cecília Meireles e assinam o manifesto da nova 
escola que defende a universalização da escola pública, laica e 
gratuita 
Décadas 
de 50 e 60 
Foram marcados pelos projetos voltados a educação de adultos, as 
experienciais mais bem sucedidas foram feitas por Paulo Freire 
1971 
• No auge da repressão militar, movimentos de defesa da escola 
pública e ampliação da educação são violentamente reprimidos 
• A lei Geral da Educação Nacional cria o vestibular, restringindo o 
acesso à universidade 
• As disciplinas de história e Geografia, são retiradas do currículo e 
foram inseridas em seu lugar ás disciplinas de Estudos Sociais e 
Educação Moral e Cívica que tem o conteúdo extraído das cartilhas 
militares 
• É criado o Mobral 
1988 
Com a nova Constituição obriga a união e os Estados a aplicarem 
respectivamente 18% e 25% da receita em educação 
1996 
É promulgada a LDB e o ministério da educação e cultura edita os 
parâmetros curriculares nacionais 
2007 
O governo lança o plano de desenvolvimento da educação (PDE) que 
inclui um diagnóstico sobre o ensino público e ações focadas na 
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19 
 
formação do professor. O objetivo é diminuir a defasagem da 
educação brasileira em relação aos países desenvolvidos 
2011 
É instituído o Plano Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência 
que tem como um dos eixos principais o acesso à educação 
2014 O congresso nacional sanciona o plano Nacional de Educação 
2015 É construída a Base Nacional Comum Curricular em três versões 
2017 
O governo sanciona a reforma do Ensino Médio, que determina uma 
série de mudanças no ensino médio, como a flexibilização da grade 
curricular 
Fonte: Canal do Youtube da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 
 
Em 1549 chegou ao Brasil um grupo de jesuítas chefiados por Manuel da 
Nóbrega, e em pouco tempo foi criada a primeira escola no Brasil em Salvador-
Bahia onde o ensino era predominantemente religioso e também aprendem 
profissões básicas. Á partir daí, várias outras escolas foram criadas e abrigos paras 
crianças carentes. 
Em 1564, com os jesuítas ainda a frente da educação é criado o primeiro 
colégio para brancos. Este por sua vez era excluído os índios de estudarem, o 
colégio era somente para os filhos das autoridades locais. Após certa idade 
precisavam procurar outro lugar para estudar, uma vez que não havia no Brasil. 
Em 1759, A colônia portuguesa expulsa do Brasil os jesuítas e a educação 
passa ser de organizada pelo Estado e somente os filhos de fazendeiros, de 
senhores de engenho e outras autoridades tem acesso à educação. 
Em 1827, as meninas que até então eram educadas em casa, passam a 
poder frequentar as escolas, é criado um novo método de ensino e começa a surgir 
as primeiras faculdades no Brasil. 
Em 1837, surge o Colégio Pedro II, onde os alunos só poderiam ser homens. 
Tudo era controlado pelo imperador, desde a contratação dos professores até a 
inspeção das aulas e alimentação na escola. 
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
20 
 
Em 1874, inicia-se a criação de escolas privadas, escolas laicas e 
particulares são criadas. Colégios femininos e protestantes influenciadas pelo 
movimento republicano e ideias do positivismo e cientificismo. 
Em 1889, é proclamada a República, e então é reformado o ensino, e assim 
as meninas passam a ter maior presença nas escolas e no magistério. 
 Em 1895 é criado o primeiro jardim de infância em São Paulo, até então as 
crianças só iam para escola à partir dos 7 anos de idade, até os 6 anos ficavam em 
casa. 
Em 1920, surge o movimento da Escola Nova. Esse movimento defendia a 
universalização da escola pública, laica e gratuita. O objetivo do movimento era 
reinventar a escola, a partir de conhecimentos a partir das ideias trazidas pela 
psicologia e outras ciências, que propunham a reforma dos currículos escolares 
começam a ser defendido mais intensamente no Brasil. 
As décadas de 50 e 60 foram marcados pelos projetos voltados à educação 
de adultos, as experiências mais bem sucedidas foram feitas por Paulo Freire. 
Paulo Freire foi um educador brasileiro criador do método inovador para 
alfabetizar adultos. Seu método foi usado em diversos países. No golpe militar de 
1964 Paulo Freire foi preso, acusado de “agitador” e após sua soltura exilou-se no 
Chile e retornou ao Brasil em 1980 com a anistia. Além do seu método criou também 
várias obras como: “A pedagogia do Oprimido” e “A pedagogia da autonomia”. 
“Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. 
Todos nós ignoramosalguma coisa. Por isso aprendemos sempre”. 
Paulo Freire 
 
 
 
 
 Fonte: https://abrilexame.files.wordpress.com 
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
21 
 
Em 1971 auge da repressão militar, os movimentos de defesa da escola 
pública e ampliação da educação são violentamente reprimidos, a Lei Geral da 
Educação Nacional cria o vestibular, restringindo o acesso à universidade. 
As disciplinas de história e Geografia, consideradas reflexivas são retiradas 
do currículo e foram inseridas em seu lugar as disciplinas de Estudos Sociais e 
Educação Moral e Cívica, que tem o conteúdo extraído das cartilhas militares e é 
criado o Mobral, movimento brasileiro de alfabetização com o objetivo de erradicar o 
analfabetismo. 
Em 1988 é promulgada uma nova Constituição da República Federativa do 
Brasil, e com ela vieram mudanças significativas na educação em decorrência das 
garantias fundamentais. Com ela a União e os Estados são obrigados a aplicarem 
respectivamente 18% e 25% da receita em educação. 
Em 1994, embora não mencionada na tabela acima, porém não menos 
importante, a declaração de Salamanca, que é uma resolução das Nações Unidas, 
que trata dos princípios, política e prática em educação especial, que foi adotada 
pelo Brasil, começa a transformação do olhar para a educação inclusiva e passa a 
ser visto como algo necessário ao desenvolvimento educacional. 
O papel da educação inclusiva é incluir no ambiente da escola regular 
também as crianças portadoras de deficiência física e/ou mental com o devido apoio 
e assistência à fim de garantir uma educação eficiente, despertar nos alunos 
denominados “normais” o espírito de solidariedade e um novo olhar à partir do que é 
“diferente” aos seus olhos. 
Apesar de possuir leis anteriores que em trechos mencionassem a educação 
inclusiva, como a primeira e segunda Lei de Diretrizes e Bases no Brasil, a 
Declaração de Salamanca deu início ao marco na história da educação inclusiva, 
pois a partir da adoção, mudou-se o olhar frente à educação inclusiva e abriu portas 
para criação de outras leis garantidoras ao acesso à educação regular a portadores 
de deficiências. 
A educação inclusiva, ganhou mais força em 2011, quando foi instituído o 
Plano Nacional de Direito às Pessoa com Deficiência onde se efetivou por lei 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
22 
 
brasileira de Educação Especial Inclusiva e logo após, em 2015, foi promulgado o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz várias garantias, dentre elas o acesso 
à educação sem nenhum tipo de discriminação e a acessibilidade. 
Em 1996 é promulgada a LDB e o ministério da educação e cultura edita os 
parâmetros curriculares nacionais e, em 2014, o Congresso editou o Plano Nacional 
da Educação. Em 2017, o governo sanciona a reforma do Ensino Médio, que 
determina uma série de mudanças no ensino médio, como a flexibilização da grade 
curricular. 
 
PARTE 2 – AUTORES DESTAQUES DA EDUCAÇÃO 
 
Ao longo dos anos muitos autores se destacaram por suas ideias e 
pesquisas que contribuíram na educação. Vale a pena destacarmos alguns dos que 
foram relevantes para o desenvolvimento da educação: 
 Tereza Mantoan 
Maria Teresa Eglér Mantoan é pedagoga, 
mestre e doutora em Educação pela UNICAMP. 
Atualmente, encontra-se como coordenadora do 
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e 
Diferença (LEPED) e professora do Programa de Pós-
Graduação em Educação da mesma universidade. 
Mantoan tem uma larga produção acadêmica nas áreas 
de Educação Especial e Inclusão Escolar ocupando um 
espaço de destaque entre os principais pesquisadores 
brasileiros na área.13 
 Fonte: https://educacaointegral.org.br 
 
13 ALVES, Carlos Jordan Lapa .REVISTA UDESC.Entrevista com Maria Tereza Égler 
Mantoan. Educação Especial Escolar. Disponível 
em:<http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/9910> Acessado em 13 
de abril de 2020 às 10:53h. 
 
http://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/9910
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
23 
 
 
 Demerval Saviani 
Formado em filosofia pela PUC-SP, é doutor 
em filosofia da educação PUC-SP e livre-docente em 
história da educação UNICAMP, tendo realizado 
‘estágio sênior” na Itália de 1994 - 1995, lecionou nos 
cursos colegial e normal. Saviani é grande educador que 
vivenciou um período de mudanças no nosso país.14 
 
 Fonte: https://lh3.googleusercontent.com 
 
 Jean Piaget 
Jean Piaget (1896-1980 foi um renomado 
psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho 
pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget 
passou grande parte de sua carreira profissional 
interagindo com crianças e estudando seu processo de 
raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto 
sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.15 
 
Fonte: https://psicopedagogiainfantilsp.files.wordpress.com 
 
 
14 PROJETO EDUCACIONAL. Biografia Demerval Saviani. 2012. Disponível em: 
<http://projetoeducacional2012.blogspot.com/2012/05/biografia-demerval-saviani.html> 
Acessado em 13 de abril de 2020 ás 11:11h. 
 
15 PEDROZO, Michelle Klaumann. ESPAÇO MEDIAÇÃO. As fases do Desenvolvimento 
Infantil parte 1: Quem foi Jean Piaget. 2014. Disponível em: 
<http://psicopedagogiacuritiba.com.br/fases-desenvolvimento-infantil-parte-1-quem-foi-jean-
piaget/>. Acessado em 13 de abril de 2020 às 13:13h. 
 
 
http://projetoeducacional2012.blogspot.com/2012/05/biografia-demerval-saviani.html
http://psicopedagogiacuritiba.com.br/fases-desenvolvimento-infantil-parte-1-quem-foi-jean-piaget/
http://psicopedagogiacuritiba.com.br/fases-desenvolvimento-infantil-parte-1-quem-foi-jean-piaget/
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
24 
 
 Lev Vygotsky 
Psicólogo e pensador russo foi pioneiro no 
conceito de que o desenvolvimento intelectual das 
crianças ocorre em função das interações sociais e 
condições de vida. Para Vygotsky, o professor é 
figura essencial do saber por representar um elo 
intermediário entre o aluno e o conhecimento 
disponível no ambiente.16 
 
 Fonte: https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com 
 
Anísio Teixeira 
Personagem central na história da educação no 
Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os 
pressupostos do movimento da Escola Nova. Reformou o 
sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro. Foi 
um dos mais destacados signatários do Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, em defesa do ensino 
público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. 
Fundou a Universidade do Distrito Federal, em 1935, 
depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia 
da Universidade do Brasil.17 
 Fonte: https://www.infoescola.com 
CAPÍTULO 3: TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS 
 
16 JORNADA EDU. Teoria de Vygotsky: Como os alunos aprendem. Disponível em: 
<https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/teoria-de-vygotsky-como-os-alunos-
aprendem/>. Acessado em 13 de abril de 2020 às 11:23h. 
 
17 PORTAL SBPC. Anísio Espínola Teixeira. Disponível em: 
<http://portal.sbpcnet.org.br/presidentes-de-honra/anisio-spinola-teixeira-1900-1971/>.Acessado em 13 de abril de 2020 às 13:26h. 
https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/teoria-de-vygotsky-como-os-alunos-aprendem/
https://jornadaedu.com.br/praticas-pedagogicas/teoria-de-vygotsky-como-os-alunos-aprendem/
http://portal.sbpcnet.org.br/presidentes-de-honra/anisio-spinola-teixeira-1900-1971/
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25 
 
 
PARTE 1 – TENDÊNCIA LIBERAL 
 
As tendências pedagógicas se classificam, segundo consenso entre os 
autores, em tendência liberal e tendência progressista. 
Para a pedagogia liberal, os indivíduos devem ser preparados para 
desempenharem um papel na sociedade, levando-se em conta as suas aptidões 
pessoais. 
Dessa forma, não há espaço para que o aluno seja preparado para mudar a 
sociedade, mas apenas desempenhar um papel, adaptando-se aos valores e 
normas da sociedade de classe. 
Para a pedagogia liberal, são os sujeitos que devem se amoldar à 
sociedade, e não há qualquer preocupação com a mudança das classes sociais já 
existentes, ou seja, não se levam em conta as relações de classes sociais. 
Segundo o escólio de Libâneo: 
 
“Na Pedagogia Tradicional, a Didática é uma disciplina normativa, 
um conjunto de princípios e regras que regulam o ensino. A atividade de 
ensinar é centrada no professor que expõe e interpreta a matéria. Às vezes 
são utilizados meios como a apresentação de objetos, ilustrações, 
exemplos, mas o meio principal é a palavra, a exposição oral. Supõe-se que 
ouvindo e fazendo exercícios repetitivos, os alunos “gravam” a matéria para 
depois reproduzi-la, seja através das interrogações do professor, seja 
através das provas. Para isso, é importante que o aluno “preste atenção”, 
porque ouvindo facilita-se o registro do que se transmite, na memória. O 
aluno é, assim, um recebedor da matéria e sua tarefa é decorá-la. Os 
objetivos, explícitos ou implícitos, referem-se à formação de um aluno ideal, 
desvinculado de sua realidade concreta. O professor tende a encaixar os 
alunos num modelo idealizado de homem que nada tem a ver com a vida 
presente e futura. A matéria de ensino é tratada isoladamente, isto é, 
desvinculada dos interesses dos alunos e dos problemas reais da 
sociedade e da vida.18 
 
 
 
18 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 64 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
26 
 
Busca-se a igualdade, mas sem mudanças sociais. 
A pedagogia liberal se subdivide em: a) tradicional; b) Renovada Não-
diretiva; c) Renovada Progressista; d) Tecnicista. 
 
 PEDAGOGIA LIBERAL 
 
 
Tradicional Tecnicista 
 
 Renovada não Diretiva Renovada Progressista 
 
Pedagogia liberal tradicional: Sua origem remonta a meados de 1500. 
Preocupa-se apenas com a transmissão dos valores já existentes, sem possibilidade 
de construção crítica do conhecimento. 
O professor sempre tem razão, e passa o conhecimento como verdade 
absoluta. Não há espaço para discussões. O aprendizado se torna mecânico e 
repetitivo. 
Existe uma hierarquia: o professor manda e o aluno obedece. Tem 
inspiração na educação católica dos dogmas inquestionáveis. 
O ensino baseia-se no método expositivo e verbal da matéria, sendo que o 
aluno deve se esforçar para decorar a matéria. 
O papel da escola, portanto, seria o de preparar o aluno, moral e 
intelectualmente, para o fim de perpetuar a divisão de classes sociais. 
Nas palavras de Libâneo: 
A Pedagogia Tradicional, em suas várias correntes, caracteriza as 
concepções de educação onde prepondera a ação de agentes externos na 
formação do aluno, o primado do objeto de conhecimento, a transmissão do 
saber constituído na tradição e nas grandes verdades acumuladas pela 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
27 
 
humanidade e uma concepção de ensino como impressão de imagens 
propiciadas ora pela palavra do professor, ora pela observação sensorial.19 
 
Pedagogia renovada: No contexto do construtivismo (estudado em tópico 
próprio desta apostila), surge a pedagogia renovada. 
Nesta, a escola deixa de ser mera transmissora de informações, e passa a 
agir como estimuladora de conhecimento, utilizando-se as experiências, propondo 
desafios, para fazer com que o aluno chegue, por si, a conclusões. 
O educador passa a assumir o papel de elaborador de situações 
desafiadoras da aprendizagem. 
O ensino é ministrado mediante planejamentos e testes. Utilizam-se os 
experimentos e pesquisas como métodos. Valoriza-se a autoaprendizagem. 
Aqui, o professor assume a função de auxiliar o aluno. 
Respeitam-se as fases de desenvolvimento do educando. 
Conhecendo a realidade do meio em que está inserido, o aluno é levado a 
resolver concretamente problemas propostos. A escola adequa-se de forma a 
melhorar a interação com o aluno, diferentemente do método liberal, onde o 
educando é quem deveria se encaixar no modelo preexistente. 
 A propósito: 
A Pedagogia Renovada agrupa correntes que advogam a renovação 
escolar, opondo-se à Pedagogia Tradicional. Entre as características desse 
movimento, destacam-se: a valorização da criança, dotada de liberdade, 
iniciativa e de interesses próprios e, por isso mesmo, sujeito da sua 
aprendizagem e agente do seu próprio desenvolvimento; tratamento 
científico do processo educacional, considerando as etapas do 
desenvolvimento biológico e psicológico; respeito às capacidades e 
aptidões individuais, individualização do ensino conforme os ritmos próprios 
de aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da atividade e da 
liberdade de expressão da criança. (...) A escola não é uma preparação 
para a vida, é a própria vida; a educação é o resultado da interação entre o 
organismo e o meio através da experiência e da reconstrução da 
experiência. A função mais genuína da educação é a de prover condições 
para promover e estimular a atividade própria do organismo para que 
alcance seu objetivo de crescimento e desenvolvimento. Por isso, a 
 
19 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 61 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
28 
 
atividade escolar deve centrar-se em situações de experiência onde são 
ativadas as potencialidades, capacidades, necessidades e interesses 
naturais da criança. O currículo não se baseia nas matérias de estudo 
convencionais que expressam a lógica do adulto, mas nas atividades e 
ocupações da vida presente, de modo que a escola se transforme num 
lugar de vivência daquelas tarefas requeridas para a vida em sociedade. O 
aluno e o grupo passam a ser o centro de convergência do trabalho escolar. 
20 
Pedagogia renovada não-diretiva: O pensamento pedagógico passa a se 
preocupar com a questão humana, e com o desenvolvimento da personalidade do 
aluno, bem como com o seu autoconhecimento e a sua realização pessoal. 
Passa-se a valorizar os trabalhos em grupo. 
O aprendizado passa a ser interno e intransferível. Acentua-se a 
humanização da relação professor-aluno, valorizando a afetividade entre os sujeitos 
dela participantes. 
O centro da educação passa a ser o aluno, e o professor deve preocupar-se 
em fazer com que ele mude a sua percepção da realidade, facilitando os meios para 
se chegar a tal desiderato. 
Objetiva-se a realização de atitudes práticas no processo educativo. 
Procura-se reconstruir o conhecimento já existente. 
Neste modelo, o estudante retém o conhecimento ministrado de acordo com 
a importância que ele mesmo dá ao conteúdo, o que faz com que o método seja 
menos impositivo. 
Numa linha distinta das concepções escola novistas, esses autores se 
preocupamem superar as oposições entre a cultura subjetiva e a cultura 
objetiva, entre o individual e o social, entre o psicológico e o cultural. De um 
lado, concebem a educação como atividade do próprio sujeito, a partir de 
uma tendência interna de desenvolvimento espiritual; de outro, consideram 
que os indivíduos vivem num mundo sociocultural, produto do próprio 
desenvolvimento histórico da sociedade. A educação seria, assim, um 
processo de subjetivação da cultura, tendo em vista a formação da vida 
interior, a edificação da personalidade. A pedagogia da cultura quer unir as 
condições externas da vida real, isto é, o mundo objetivo da cultura, à 
liberdade individual, cuja fonte é a espiritualidade, a vida interior. 21 
 
 
20 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, páginas 61/63 
21 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 63 
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29 
 
Pedagogia tecnicista: Aqui a preocupação é a profissionalização do aluno. 
Modela-se o educando, com o fito de integração ao modelo social vigente, ou seja, 
tecnicista. 
Predomina a neutralidade e objetividade dos conteúdos ministrado. 
O educador passa a administrar os procedimentos didáticos, e o aluno a 
receber as informações. 
A relação professor-aluno passa a ser profissional e interpessoal, não 
havendo relação de afetividade entre os mesmos. 
O papel da escola, então, é o de formar pessoas hábeis a entrarem para o 
mercado de trabalho. 
Os métodos passam a harmonizar as necessidades dos alunos com os 
valores sociais. 
O professor é um técnico que garante a eficiência do ensino. 
Aprendizagem baseia-se no desempenho. 
Organiza-se a prática escolar utilizando-se de metodologias pré-definidas, 
objetivando modelar o comportamento humano. Inspira-se nos princípios da 
racionalidade, da eficiência e da produtividade, utilizando como pressuposto básico 
a neutralidade científica. 
O processo educativo, então, passa a ser objetivo e operacional. 
Teve grande apelo no Brasil à época da ditadura militar. 
Quanto ao tecnicismo educacional, embora seja considerada como uma 
tendência pedagógica, inclui-se, em certo sentido, na Pedagogia Renovada. 
Desenvolveu-se no Brasil na década de 50, à sombra do progressivíssimo, 
ganhando nos anos 60 autonomia quando constituiu-se especificamente 
como tendência, inspirada na teoria behaviorista da aprendizagem e na 
abordagem sistêmica do ensino. Esta orientação acabou sendo imposta às 
escolas pelos organismos oficiais ao longo de boa parte das duas últimas 
décadas (70 e 80), por ser compatível com a orientação econômica, política 
e ideológica do regime militar então vigente. Com isso, ainda hoje 
predomina nos cursos de formação de professores o uso de manuais 
didáticos de cunho tecnicista, de caráter meramente instrumental. A 
Didática instrumental está interessada na racionalização do ensino, no uso 
de meios e técnicas mais eficazes. O sistema de instrução se compõe das 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
30 
 
seguintes etapas: a) especificação de objetos instrucionais 
operacionalizados; b) avaliação prévia dos alunos para estabelecer pré-
requisitos para alcançar os objetivos; c) ensino ou organização das 
experiências de aprendizagem; d) avaliação dos alunos relativa ao que se 
propôs nos objetivos iniciais. O arranjo mais simplificado dessa sequência 
resultou na fórmula: objetivos, conteúdos, estratégias, avaliação. O 
professor é um administrador e executor do planejamento, o meio de 
previsão das ações a serem executadas e dos meios necessários para se 
atingir os objetivos. Boa parte dos livros didáticos em uso nas escolas são 
elaborados com base na tecnologia da instrução.22 
 
PARTE 2 – TENDÊNCIA PROGRESSISTA 
 
 PEDAGOGIA PROGRESSISTA 
 
 
 Libertadora Libertária Crítico-social dos conteúdos 
 
 
Por outro lado, as tendências progressistas passam a analisar de forma 
crítica a realidade social, sendo que o papel da educação é o de possibilitar ao 
educando a compreensão da realidade histórico-social, frisando o indivíduo como 
um ser que tem a possibilidade de construir a sua própria realidade. Possui, ao 
mesmo tempo, um caráter pedagógico e político. 
As tendências de cunho progressista interessadas em propostas 
pedagógicas voltadas para os interesses da maioria da população foram 
adquirindo maior solidez e sistematização por volta dos anos 80. São 
também denominadas teorias críticas da educação. Não é que não tenham 
existido antes esforços no sentido de formular propostas de educação 
popular. Já no começo do século formaram-se movimentos de renovação 
educacional por iniciativa de militantes socialistas. Muitos dos integrantes do 
movimento dos pioneiros da Escola Nova tinham real interesse em superar 
a educação elitista e discriminadora da época. No início dos anos 60 
surgiram os movimentos de educação de adultos que geraram ideias 
pedagógicas e práticas educacionais de educação popular, configurando a 
tendência que veio a ser denominada de Pedagogia Libertadora.23 
 
22 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, páginas 67/68 
23 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 68 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
31 
 
 
 Pedagogia Progressista Libertadora: Segundo essa tendência, a 
função da escola seria a de conscientizar para transformar a realidade. 
O conteúdo é retirado da prática social e cotidiana dos alunos. 
A metodologia utilizada é a de problematização da experiência social em 
grupos de discussão. 
Desaparece a verticalização na relação entre professor e aluno, estando 
ambos no mesmo plano hierárquico, ou seja, a relação entre eles é de igual para 
igual, a serviço do ato de educar. 
Em contraposição ao ensino individual, privilegia-se a formação de grupos 
de discussão. 
O grande idealizador dessa tendência foi Paulo Freire. 
A atividade escolar é centrada na discussão de temas sociais e políticos; 
poder-se-ia falar de um ensino centrado na realidade social, em que 
professor e alunos analisam problemas e realidades do meio 
socioeconômico e cultural, da comunidade local, com seus recursos e 
necessidades, tendo em vista a ação coletiva frente a esses problemas e 
realidades. O trabalho escolar não se assenta, prioritariamente, nos 
conteúdos de ensino já sistematizados, mas no processo de participação 
ativa nas discussões e nas ações práticas sobre questões da realidade 
social imediata. Nesse processo em que se realiza a discussão, os relatos 
da experiência vivida, a assembleia, a pesquisa participante, o trabalho de 
grupo, etc., vão surgindo temas geradores que podem vir a ser 
sistematizados para efeito de consolidação de conhecimentos. É uma 
didática que busca desenvolver o processo educativo como tarefa que se dá 
no interior dos grupos sociais e por isso o professor é coordenador ou 
animador das atividades que se organizam sempre pela ação conjunta dele 
e dos alunos.24 
 
Pedagogia libertária: Aqui, a ênfase dada é nas práticas democráticas, 
uma vez que se acredita que a consciência política resulta em conquistas sociais. 
O educador prioriza o enfoque nas lutas sociais, tornando-se orientador do 
grupo, sem qualquer imposição de ideias ou convicções. 
 
24 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 69. 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
32 
 
O papel da escola é o de transformação da personalidade dos educandos,num sentido libertário e auto gestionário. 
A Pedagogia Libertária tem sido empregada com muito êxito em vários 
setores dos movimentos sociais, como sindicatos, associações de bairro, 
comunidades religiosas. Parte desse êxito se deve ao fato de ser utilizada 
entre adultos que vivenciam uma prática política e onde o debate sobre a 
problemática econômica, social e política pode ser aprofundado com a 
orientação de intelectuais comprometidos com interesses populares.25 
 
Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos: Aqui, a aprendizagem se dá por 
meio do esforço do aluno. 
A função essencial da escola é a transmissão de conteúdos culturais e 
universais ligados à realidade dos alunos. 
O professor atua, assim, como uma espécie de mediador entre o 
conhecimento e o educando. 
O aluno participa com suas experiências e o educador com a sua visão da 
realidade. 
Para a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos a escola pública cumpre a 
sua função social e política, assegurando a difusão dos conhecimentos 
sistematizados a todos, como condição para a efetiva participação do povo 
nas lutas sociais. Não considera suficiente colocar como conteúdo escolar a 
problemática social cotidiana, pois somente com o domínio dos 
conhecimentos, habilidades e capacidades mentais podem os alunos 
organizar, interpretar e reelaborar as suas experiências de vida em função 
dos interesses de classe. O que importa é que os conhecimentos 
sistematizados sejam confrontados com as experiências socioculturais e a 
vida concreta dos alunos, como meio de aprendizagem e melhor solidez na 
assimilação dos conteúdos. Do ponto de vista didático, o ensino consiste na 
mediação de objetivos-conteúdos-métodos que assegure o encontro 
formativo entre os alunos e as matérias escolares, que é o fato decisivo da 
aprendizagem.26 
 
 E prossegue o autor: 
 
A Pedagogia Crítico-Social dos conteúdos atribui grande importância à 
Didática, cujo objeto de estudo é o processo de ensino nas suas relações e 
 
25 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 69. 
26 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 70. 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
33 
 
ligadas com a aprendizagem. As ações de ensinar e aprender formam uma 
unidade, mas cada uma tem a sua especificidade. A Didática tem como 
objetivo a direção do processo de ensinar, tendo em vista finalidades sócio-
políticas e pedagógicas e as condições e meios formativos; tal direção, 
entretanto, converge para promover a auto atividade dos alunos, a 
aprendizagem. Com isso, a Pedagogia Crítico-Social busca uma síntese 
superadora de traços significativos da Pedagogia Tradicional e da Escola 
Nova. Postula para o ensino a tarefa de propiciar aos alunos o 
desenvolvimento de suas capacidades e habilidades intelectuais, mediante 
a transmissão e assimilação ativa dos conteúdos escolares articulando, no 
mesmo processo, a aquisição de noções sistematizadas e as qualidades 
individuais dos alunos que lhe possibilitam a auto atividade e a busca 
independente e criativa das noções. Mas trata-se de uma síntese 
superadora. Com efeito, se a Pedagogia define fins e meios da prática 
educativa a partir dos seus vínculos com a dinâmica da prática social, 
imposta um posicionamento dela face a interesses sociais em jogo no 
quadro das relações sociais vigentes na sociedade. Os conhecimentos 
teóricos e práticos da Didática medeiam os vínculos entre o pedagógico e à 
docência; fazem a ligação entre o “para quê” (opções político-pedagógicas) 
e o “como” da ação educativa escolar (a prática docente). A Pedagogia 
Crítico-Social toma o partido dos interesses majoritários da sociedade, 
atribuindo à instrução e ao ensino o papel de proporcionar aos alunos o 
domínio de conteúdos científicos, os métodos de estudo e habilidades e 
hábitos de raciocínio científico, de modo a irem formando a consciência 
crítica face às realidades sociais e capacitando-se a assumir no conjunto 
das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de transformação da 
sociedade e de si próprios.27 
 
 Neste ponto, pertinente a colocação, a título de reflexão: 
 
É preciso enfrentar e derrotar o fracasso escolar se se quer, de fato, uma 
escola pública democrática. Para isso, é necessário rever a concepção de 
qualidade de ensino. A qualidade de ensino é inseparável das 
características econômicas, socioculturais e psicológicas da clientela 
atendida. Só podemos falar em qualidade em relação a algo: coisas, 
processos, fenômenos, pessoas, que são reais. Isso significa que 
programas, conteúdos, métodos, formas de organização somente adquirem 
qualidade – elevam a qualidade de ensino – quando são compatibilizados 
com as condições reais dos alunos, não apenas individuais, mas 
principalmente as determinadas pela sua condição social. Deficiências e 
dificuldades dos alunos não são naturais, isso é, não são devidas 
exclusivamente à natureza humana individual, mas provocadas pelo modo 
de organização econômica e social da sociedade, determinante das 
condições materiais e concretas de vida das crianças. Tais condições 
influem na percepção e assimilação dos conteúdos das matérias, na 
linguagem, nas motivações para o estudo, nas aspirações em relação ao 
futuro, nas relações com o professor. Um psicólogo da educação, David 
Ausubel, escreveu: ‘O fator isolado mais importante que influencia a 
aprendizagem é aquilo que o aluno já conhece; descubra-se o que ele sabe 
 
27 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, página 70/71. 
 
 Complementação Pedagógica 
 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
34 
 
e baseie nisso seus ensinamentos’. Ora, o que o aluno conhece depende da 
sua vida real. Esta é uma preciosa lição, pois frequentemente a matéria do 
livro didático, as aulas, os modos de ensinar, os valores sociais transmitidos 
pelo professor soam estranhos ao mundo social e cultural das crianças, 
quando não se vinculam às suas percepções, motivações, práticas de vida, 
linguagem. O ensino contribui para a superação do fracasso escolar se os 
objetivos e conteúdos são acessíveis, socialmente significativos e 
assumidos pelos alunos, isto é, capazes de suscitar sua atividade e suas 
capacidades mentais, seu raciocínio, para que assimilem consciente e 
ativamente os conhecimentos. Em outras palavras: o trabalho docente 
consiste em compatibilizar conteúdos e métodos com o nível de 
conhecimentos, experiências, desenvolvimento mental dos alunos. A escola 
e os professores têm sua parte a cumprir na luta contra o fracasso escolar. 
E, sem dúvida, o ponto vulnerável a ser atacado nesse combate é a 
alfabetização. O domínio da leitura e da escrita, tarefa que percorre todas 
as séries escolares, é a base necessária para que os alunos progridam nos 
estudos, aprendam a expressar suas ideias e sentimentos, aperfeiçoem 
continuamente suas possibilidades cognoscitivas, ganhem maior 
compreensão da realidade social. A alfabetização bem conduzida 
instrumentaliza os alunos a agirem socialmente, a lidarem com as situações 
e desafios concretos da vida prática: é meio indispensável para a expressão 
do pensamento, da assimilação consciente e ativa de conhecimentos e 
habilidades, meio de conquista da liberdade intelectual e política.28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 LIBÂNEO, José Carlos, Didática, editora Cortez, São Paulo, 1990, páginas 42/43 
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 MODULO I: FORMAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE 
 
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CAPÍTULO 4: OS DIFERENTES ESPAÇOS DE FORMAÇÃO 
 
PARTE 1 - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES NÃO 
ESCOLARES 
 
Como é sabido, a escola é responsável por parte da educação, que é a 
escolarização. Entretanto, os ambientes de convívio e que o alunofrequenta 
também interferem em sua educação e sua formação pessoal. Os costumes, a 
cultura, a religião, os princípios éticos e morais, tudo o que é absorvido durante a 
vida do aluno pode contribuir para sua educação, não somente o ambiente escolar. 
Neste sentido é a definição legal de educação trazida pela Lei de Diretrizes e 
Bases (LDB): 
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas 
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações 
da sociedade civil e nas manifestações culturais. 29 
 
Esses aspectos são muito peculiares e pessoais, pois cada pessoa convive 
em um ambiente diferente, com culturas e costumes diferentes, o que faz com que 
cada aluno seja único, pois cada um passa por um conjunto de experiências internas 
e externas. 
Abaixo alguns exemplos de aspectos que constitui a educação: 
 Educação 
 
 
 
 
29 LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. 
Acessado em 02 de abril de 2020 às 12:11h 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.394-1996?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
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36 
 
Comunidade Cultura Ambiente Familiar Religião 
 
O ambiente Familiar: É no ambiente familiar onde tudo começa, os primeiros 
princípios, as primeiras noções do que é “moralmente” certo e errado, do que não é 
tolerável e os primeiros valores, o que será levado e construído ao longo da vida 
com as experiências vividas, os ensinamos na escola, faculdade e outros ambientes, 
aliás, todo lugar pode ser uma fonte de transmissão de alguma parte da imensidão 
de aspectos que compõe a educação, seja uma praça, o trabalho, ou qualquer outro 
ambiente. 
O ser humano está o tempo todo absorvendo o que lhe é exposto, isso 
permite integrar também a educação. 
Em outras palavras, a formação da educação é um processo infinito, perdura 
ao longo de toda a vida. 
Também é importante ressaltar o papel da família na escolarização, uma vez 
que não é exclusividade da escola a formação escolar. 
Nos casos da educação básica, Ensino Fundamental e Ensino médio é de 
suma importância o acompanhamento dos pais na escolarização, porém, essa 
presença na vida escolar do aluno que vem diminuindo no decorrer dos anos em 
virtude da chamada “globalização”. 
Nos tempos atuais as pessoas estão sempre realizando algo e quase nunca 
possuem um tempo de qualidade para acompanhar a formação escolar de seus 
filhos. 
É necessário e fundamental para um bom desempenho escolar a 
comunicação da família com a escola, conforme ressaltado acima, pois é um 
período muito importante na formação da educação. É o início de tudo! 
 
Religião: É impossível mensurar os efeitos trazidos pela religião à 
educação. A religião é uma das principais responsáveis, juntamente com a família 
 Complementação Pedagógica 
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37 
 
pela criação e transmissão de valores nos aspectos éticos e morais. Ela transmite a 
visão do que é “moralmente” certo e errado, não somente aos alunos, mas a 
população em geral. 
É relevante no ensino dos direitos humanos, da cidadania e o respeito ao 
próximo, entre inúmeras outra áreas de ensino que se tornou impossível trazer no 
momento por sua complexidade e amplitude. 
 
Cultura: A cultura é também outro fato de extrema relevância. É sabido que 
a diversidade cultural no Brasil é imensa, e não há nenhuma pessoa que não tenha 
uma cultura, pois ela é inata ao indivíduo desde o seu nascimento. 
Cada um dos seres humanos é criador e propagador de cultura. 
Neste sentido BOURDIEU afirma que "a cultura é o conteúdo substancial da 
educação, sua fonte e sua justificação última [...] uma não pode ser pensada sem a 
outra." 30 
A infinidade de culturas existentes acaba por ser uma dificuldade encontrada 
pelos profissionais na aplicação do conteúdo em sala de aula, porque é algo tão 
amplo e complexo que se faz necessário um estudo na aplicação dos conteúdos de 
forma a abarcar as diferentes culturas, para que não se torne impossível ou inviável 
a escolarização do aluno. 
Nos últimos anos muito se tem discutido a integração da cultura no processo 
de aprendizagem, se esta seria uma facilitadora de aproximação entre alunos com 
diversidade cultural mais acentuada, pois compreender as diferenças culturais ajuda 
e muito no relacionamento entre os alunos e os aproxima, pois assim diminui o 
preconceito e cria um ambiente de aprendizagem mais cidadão. 
 O costume, embora por muitas vezes seja confundido com a cultura, tem as 
suas peculiaridades. 
 
30 BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996. 
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38 
 
Para melhor diferenciar os dois, veja abaixo a definição de cultura no 
dicionário: 
1 - Conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações intelectuais 
e artísticas, que caracteriza uma sociedade: cultura inca; a cultura 
helenística. 
 2 - Normas de comportamento, saberes, hábitos ou crenças que 
diferenciam um grupo de outro: provêm de culturas distintas. 
3 - Conjunto dos conhecimentos adquiridos; instrução: sujeito sem cultura. 
4 - Ação, efeito ou modo usado para tratar a terra ou as plantas; cultivo. 
5 - Terreno cultivado; categoria de vegetais cultivados: a cultura das flores; 
culturas forrageiras. 
6 - Criação de certos animais: cultura de abelhas. 
7 - Expressão ou estágio evolutivo das tradições e valores de uma região, 
num período determinado: cultura católica. 
8 - Aplicação do espírito a uma coisa: a cultura das ciências. 
9 - Desenvolvimento das faculdades naturais: a cultura do espírito. 
10 - Apuro, expressão de elegância: a cultura do estilo. 
11 - Desenvolvimento de certas espécies microbianas: caldo de cultura. 
12 - Arte de utilizar certas produções naturais: cultura do algodão. 31 
 
Desta forma fica claro que costumes e cultura não são sinônimos, pois os 
costumes têm a ver com os hábitos pessoais, possuindo um âmbito mais restrito do 
que a cultura. 
É possível haver muitos tipos de costumes diferentes dentro de uma mesma 
cultura. 
Comunidade: A comunidade e os ambientes frequentados também 
interferem e muito na educação do aluno. 
Os ambientes religiosos, o ambiente familiar, o ambiente de escolarização, 
fazem insofismavelmente parte da educação do indivíduo, pois, como dito acima, 
todo lugar pode e é fonte de transmissão de valores. Sendo assim, locais 
 
31 Dicionário Online. Dicio, Dicionário Online de Português. Disponível em: 
<https://www.dicio.com.br/cultura/>. Acessado em 25 de Março de 2020 ás 11:19h. (sem 
destaque no original). 
https://www.dicio.com.br/cultura/%3e.
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frequentados e de convivência pelo aluno, trazem experiências, princípios éticos e 
morais, e até mesmo a interação entre culturas diferentes. 
PARTE 2 – A FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
 
A Escola como vem sendo dito, é responsável somente por uma parte da 
educação: a escolarização. 
Mas é inegável a relevância trazida pela instituição de Ensino e a formação 
de um bom profissional para conduzir um ensino de boa qualidade, e promover a 
escolarização de forma adequada a promover seu objetivo e alcançar os diferentes 
tipos de alunos. 
A formação de profissional de

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