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DESAFIOS DO TRABALHO DOCENTE NO SÉCULO XXI
À medida que a era da informação avança, não só as trocas de informação, como também a forma de aprender sofre constantes mudanças em virtude de novas competências a serem exigidas no mundo contemporâneo, como o letramento digital e a criatividade. Assim sendo, o primeiro desafio da carreira docente digno de nota é transcender o modelo obsoleto de organização e trabalho em sala de aula ainda predominante no Brasil e mundo afora: carteiras enfileiradas dispostas em direção a um quadro negro ou branco na parede, de forma a favorecer a transmissão passiva de conhecimentos do professor aos alunos (NÓVOA, 2017). Vale ressaltar ainda a grande quantidade de alunos cujos graus de desenvolvimento cognitivo, formas de aprendizagem e repertório sociocultural devem ser considerados para que o conteúdo a ser ensinado seja de fato significativo para sua vida cotidiana e profissional. Devemos ainda levar em consideração que, apesar dos resultados observados nos exames de avaliação da educação básica aquém do nível esperado para a etapa, não podemos encarar isso como um empecilho para os alunos não se sentirem capazes de aprender (VASCONCELLOS, 2011). 
Outra importante demanda é a aplicação de metodologias ativas que instiguem o trabalho colaborativo entre alunos e professores, o que pode se dar por trabalhos em grupo, criação e aplicação de projetos, dentre outras medidas semelhantes que não precisem necessariamente de muitos recursos materiais para se tornarem viáveis. Além disso, se faz necessário que o processo de ensino e aprendizagem se expanda para além dos muros da escola, mostrando como o conhecimento apresentado em aula de fato se aplica na compreensão do mundo que nos cerca (NÓVOA, 2017). 
Em segundo lugar, destaca-se a adoção de políticas equivocadas para contornar as demandas educacionais ao longo da história nacional. Dentre elas, se encontram aquelas que mencionam apenas o “notório saber” como requisito para ministrar a parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio, atualmente responsável por grande parcela do currículo desta etapa de ensino (NÓVOA, 2017). Isso reforça o senso comum historicamente construído de que basta ser um especialista em determinada área do conhecimento para assumir uma sala de aula, baseando-se no chamado “imprinting escolar” (VASCONCELLOS, 2011). 
Por último, mas não menos importante, ambos os autores supracitados pontuam sobre a frágil formação inicial e continuada de muitos professores, que nem sempre aproxima a teoria ao cotidiano das salas de aula e os torna muitas vezes convictos da eficácia de suas metodologias de ensino e atitudes perante situações desafiadoras em sala de aula, também não ressoantes às atuais demandas. 
Mesmo assim, em meio a estes inúmeros impasses, sigamos o conselho que Nóvoa nos traz: é preciso coragem e mobilização coletiva da classe docente para que a sala de aula comece enfim a se adaptar às transformações inerentes à atual era da informação. Afinal, não só as circunstâncias sociais e políticas são empecilhos ao trabalho docente. Cabe também ao próprio educador refletir sobre as próprias atitudes e seus impactos sobre o alunado e fazer com que tal reflexão assuma gradativamente a dimensão coletiva.
REFERÊNCIAS
NÓVOA, António. Desafios do Trabalho e Formação Docentes no Século 21. Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo, Maio, 2017. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=sYizAm-j1rM >. Acesso em 11 jun. 2023
NÓVOA, António Nóvoa. Desafios do Trabalho e Formação Docentes - Perguntas após a palestra. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=a138clvSKRY>. Acesso em 11 jun. 2023
VASCONCELLOS, C. S. Formação didática do educador contemporâneo: desafios e perspectivas. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 33-58, v. 9

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