Buscar

Peticao finalizada Acai de indenização

Prévia do material em texto

DOUTO JUIZO DA VARA CIVIL DA BARRA DA TIJUCA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
O CONDOMÍNIO MAR&SOL, localizado na Barra da Tijuca, representado pelo síndico X, nacionalidade, profissão, inscrito sob CNPJ nº, portador do RG, endereço eletrônico xxx@xxx.com por intermédio do seu advogado subscrito, com endereço profissional à rua, e endereço eletrônico xxx@adv.com.br, vem, á presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado subscrito, com fulcro no artigo 319 e seguintes do CPC – Lei 13.105/2015, ajuizar
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO c/c PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR
em face da construtora, localizada no endereço XXX, inscrita sob CNPJ nº XXX, endereço eletrônico xxx@xxx.com, Estado Rio de Janeiro, pelas razões ou fato e de direito a seguir aduzidos.
I.DOS FATOS:
No dia xx/yy/zzzz, Alain Videira, autor do processo, se direcionou a um estabelecimento que vendia eletrodomésticos com finalidade de adquirir tal produto através de um pagamento em que o mesmo iria financia-lo, do qual tinha a opção e total direito de usufruir como qualquer cidadão de direito.
Assim sendo, adentrou no referido local comercial, onde, muito se interessou pelos produtos e que os agradou de tal forma que o fizesse ter vontade de adquiri-lo. 
O autor, ao escolher o produto na casa de eletrodomésticos, foi então ao caixa aonde se encontrava o vendedor para finalizar a devida compra, mas, acontece que foi informado pelo estabelecimento que não seria possível executar o pagamento com a opção de financiamento, em virtude de uma negativação em seu nome junto aos cadastros restritivos de crédito pelo empresa Ré, conhecida como BANCO XYZ2, tendo ficado surpreso e com vergonha de tal situação humilhante em que se encontrava perante a sua honra, já que não havia se quer contratado aquele banco. 
Naquele momento, Alain Videira, não sabia oque fazer, ficou sem reação já que não entendeu como de fato aconteceu esse problema, lhe causando frustração por não ter conseguido levar o objeto eletrodoméstico. 
Na ocasião, foi buscar informações sobre sua dívida, de origem negativada, referente a um contrato de empréstimo de R$ 10.000,00 que nunca celebrou, estando comprovando a fraude pertencente ao seu nome. 
Constatando que houve sim uma fraude, o autor requer prontamente a exclusão de seu nome do cadastro restritivo de crédito, muito porém, o banco se recusou a fazer. 
2.DOS FUNDAMENTOS:
A) DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DO CONSUMIDOR EQUIPARADO
É notório e cabe ressaltar que não há dúvidas de que não houve sequer um cuidado da parte Ré com o autor, enquadrados nos conceitos de consumidor e fornecedor nos termos dos artigos 2º e 3º do CDC. 
Logo, aplicável o CDC ao presente caso o qual preceitua em seu artigo 17, prevê:
“Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.”
Portanto, observa-se que ele se encaixa na forma de consumidor por equiparação, onde sofreu as consequências em decorrência de uma relação de consumo não autorizada. 
B) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Nesse caso, se encaixa também os temos do artigo 6º, VIII do CDC, que fala explicitamente sobre os direitos básicos do consumidor, e também o uso de ferramentas para facilitar sua defesa em prol de seus direitos.
"Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;" 
Sendo assim, gostaria de ressaltar a inversão do ônus da prova, pois a empresa não tem como comprovar com nenhum documento ou filmagens que a parte autora esteve presente no local e pediu autorização de tal crédito cedido pelo BANCO XYZ2. 
C) RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Portanto, a Lei nos diz que em seu artigo 14 do CDC, que o fornecedor de serviços independentemente de culpa, responde pelos seus danos causados, que menciona, in verbis:
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as 
quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido."
Ou seja, trata-se aqui de uma responsabilidade civil objetiva, que independe de culpa para sua caracterização.
Visto isso, pleiteia o Autor pela incidência do Código de Defesa e inversão do ônus da prova, por ser a parte mais vulnerável na relação de consumo.
D) DOS DANOS MORAIS
Dessa forma, a situação ocorrida e discorrida anteriormente, observando os citados artigos acima, não restam dúvidas sobre a ilicitude cometido pelo Ré, tendo em vista a boa-fé do autor, imputando cobranças do serviço não contratado.
A atitude do Ré acarreta numa grande e perceptível falha, pois seu nome negativado compromete nas atuais e futuras compras, causando prejuízos ao consumidor no dia a dia. 
O Código Civil deixa bem explícito nos seus artigos 6º, inciso VI e o 186, in verbis, que:
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;”
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
O Autor que passou por tal situação constrangedora, acusado de ter feito um crédito que não fez, tendo sua imagem e honra abalados não só pelas pessoas que ali estavam no estabelecimento naquele dia, como também em sua família.
Como se não fosse o suficiente o autor ter ido ao BANCO XYZ2, ter explicado toda a situação e provado que não criou sequer um vínculo com eles, ainda sim recusaram prontamente sem ter averiguado qualquer documento. 
Portanto, faz o Autor jus à indenização moral pelo ocorrido.
A Jurisprudência é pacífica ao adotar entendimento neste sentido, vejamos:
“Apelação – Ação declaratória de inexistência de débito, cumulada com restituição do indébito e indenização por danos morais – Improcedência – Contratação de empréstimos negada pelo demandante – Existência e legitimidade destas contratações não evidenciada – Aplicabilidade, no caso, do Código de Defesa do Consumidor – Súmula n. 297 do E. Superior Tribunal de Justiça – Ônus probatório que impunha ao réu demonstrar a regularidade e legitimidade desta contratação – Ausência de prova para tanto – Ocorrência de dano moral configurada – Demandante que faz jus à respectiva reparação, nos termos do art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, do art. 6º, inc. VI, do Código de Defesa do Consumidor e artigo 186 do Código Civil – Restituição em dobro dos valores descontados indevidamente que também se mostra cabível – Sentença reformada para julgar procedentes os pedidos – Recurso da autora provido.
(TJ-SP - AC: XXXXX20218260362 SP XXXXX-18.2021.8.26.0362, Relator: Thiago de Siqueira, Data de Julgamento: 30/08/2022, 14ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 30/08/2022)”
"RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JULGAMENTO PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. DANOS CAUSADOS POR FRAUDES E DELITOS PRATICADOS POR TERCEIROS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO INTERNO. RISCO DO EMPREENDIMENTO.
Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento,caracterizando- se como fortuito interno.
Recurso especial provido" ( REsp XXXXX / PR rel. Min. Luís Felipe Salomão Segunda Seção - DJe 12/09/2011).
Este entendimento restou consagrado pela Súmula 479 de referida Corte Superior, assim enunciada: "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito das operações bancárias".
Por essa razão, requer a declaração de inexigibilidade dos empréstimos pessoais, também a devolução dos valores cobrados, em dobro, bem como, a condenação do réu ao de indenização por danos morais, no importe de R$15.000,00.
E) DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a este Douto Juízo:
1. Conceder o benefício da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil, pelo fato do Autor ser uma pessoa hipossuficiente na concepção jurídica e não ter mínimas condições de arcar com o pagamento das custas processuais; 
2. Conceder a inversão do Ônus da Prova, para o Autor.
3. A total procedência da ação para que seja o Ré seja condenado ao pagamento de indenização por danos morais de, no mínimo, R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
4. A condenação da Ré ao pagamento de honorários advocatícios a serem fixados com base no artigo 85, § 2º do Código de Processo Civil.
5. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a testemunhal do Ré;
Manifesta-se interesse na audiência de conciliação.
Dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
P. Deferimento.
Rio de Janeiro(RJ), Em 30 de Agosto de 2022
Daniel Bueno Lacê de Vasconcellos - OAB/UF
Local e data
Advogado/OAB
2

Continue navegando