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FACULDADE DE DIREITO DA UERJ
 ALUNA: MARINA LIMA RIEDLINGER TEIXEIRA
 TRABALHO DE PRÁTICA FORENSE CIVIL
 PROFESSOR: NELSON PINTO
ATIVIDADE ASSÍNCRONA (REMOTA) 4 - ENTREGA: 02/10
Sergio, domiciliado em Volta Redonda/RJ, recebeu uma ligação em que lhe foi ofertado um plano pós-pago de telefonia móvel da empresa ALFA, com sede em São Paulo/SP. Sergio recusou a oferta, pois o plano que possuía com outra empresa lhe era mais vantajoso.
Sucede, entretanto, que, alguns dias depois ao tentar concretizar a compra de um veículo com oferta especial em razão da redução do IPI por tempo determinado, mediante financiamento, viu frustrado o negócio, ante a informação de que o crédito lhe fora negado, uma vez que seu nome estava inscrito nos cadastros de maus pagadores pela empresa ALFA, em virtude de débito vencido em julho de 2019, no valor de R$749,00.
Ao entrar em contato com a empresa, foi informado de que ele havia confirmado a contratação do serviço na data em que recebeu a ligação de oferta do plano e que estavam sendo emitidas faturas desde então.
Constrangido, Sérgio deixou a concessionária e dirigiu-se a seu escritório de advocacia a fim de que fosse proposta a ação cabível.
Com base nos dados acima, identifique e redija a peça processual cabível para defesa dos interesses de Sérgio.
EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO X JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SERGIO MASCARENHAS SILVA, ora REQUERENTE, vem, respeitosamente, por sua advogada infra-assinada, à presença de Vossa Excelência, propor a presente 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO LIMINAR EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA 
em face de ALFA MÓVEL S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° XXXXX, com sede na cidade de São Paulo/SP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir.
I- DOS FATOS
 			 No 27 de agosto do presente ano, o autor dirigiu-se a uma concessionária na cidade do Rio de Janeiro com o intuito de comprar um veículo com oferta especial em razão da redução do IPI por tempo determinado, mediante financiamento, quando ao tentar utilizar o crédito que possui, foi surpreendido com a informação de que seu nome estava negativado em cadastro de proteção, de modo que lhe foi restringido o direito de contrair créditos.
			Precisamente, esta restrição em seu nome girava em torno de suposto débito vencido em julho de 2019, no valor de R$749,00, junto a empresa de telefonia ALFA. Tão logo possível, o autor entrou em contato com a empresa Alfa a fim de esclarecer que tal débito se tratava de um equívoco.
			A referida empresa telefônica lhe informou que poucos dias atrás havia sido feita uma contratação de um serviço referente a um plano de linha telefônica em nome do autor e que desde então estavam sendo emitidas faturas em seu nome.
	
			Ocorre que tal serviço nunca foi contratado pelo autor. Inclusive, este se recorda que no dia em que haveria se dado a suposta contratação, recebeu uma ligação da empresa Alfa ofertando-lhe um plano pós-pago de telefonia móvel, o qual foi veementemente rejeitado na ocasião pelo autor, na medida em que o plano que possui com outra empresa lhe é muito mais vantajoso.
Ademais, frise-se que o autor sempre cumpriu com suas prestações do cartão de crédito que possui, jamais lhe sendo acusada a existência de débitos com o mesmo. Sendo assim, impossível conceber a restrição decorrente de cobrança por parte da empresa ré com a qual sequer contratou. 
		A prática da ré ao inserir o nome do autor no rol de inadimplentes por suposto débito que inexiste, conforme será provado, configura-se como indevida e abusiva, além de lhe inserir em uma situação vergonhosa e constrangedora.
		A inscrição indevida, além de causar transtornos psicológicos, vem ocasionando diversos problemas ao autor, visto que o impossibilita, junto ao comércio, da obtenção de crédito.
		Destarte, o autor não viu alternativa, senão propor a presente demanda para declarar inexistente o débito que lhe imputam por suposta contratação de plano de linha telefônica, bem como a retirada de seu nome junto ao cadastro de inadimplentes da empresa ALFA e a condenação da ré ao pagamento de danos morais.
II- DO DIREITO
i.i) Da Aplicação do CDC ao caso em espécie
		De início, mister ressaltar a relação de consumo entre a autora como consumidora e a ré como fornecedora de serviços, preceitos básicos da relação consumerista expressa nos artigos 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.”
“Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
 § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
 § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.”
		A relação consumerista entre as partes é, portanto, evidente, tornando-se o Código de Defesa do Consumidor alicerce para análise da vulnerabilidade da autora em detrimento da ré. 
		Em regra, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato gerador do direito mencionado ou a quem o nega fazendo nascer um fato modificativo, conforme disciplina o artigo 373, incisos I e II do Novo Código de Processo Civil, mas, o Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre polos processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável (art. 4°, I, CDC) e noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria moderna onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta problemática.
		Neste diapasão, dispõe o art. 6° do referido diploma consumerista:
“Art. 6°. São direitos básicos do consumidor: (...)
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências (...).”
		Havendo uma relação onde está caracterizada a vulnerabilidade entre as partes, como de fato há, este deve ser agraciado com as normas atinentes na Lei no. 8.078-90.
		Diante do exposto com os fundamentos acima pautados, requer o autor a inversão do ônus da prova, incumbindo à demandada a demonstração de todas as ligações existentes entre as partes litigantes.
i.i) Da Inexistência do Débito
		Sabe-se que o credor pode inscrever o nome do devedor inadimplente nos órgãos de proteção ao crédito, visto que age no exercício regular de um direito (CC, art. 188, I).
		Contudo, se a inscrição é indevida, o credor é responsabilizado civilmente, sujeito à reparação dos prejuízos causados, inclusive quanto ao dano moral.
		Importante reiterar que não há débitos do autor junto à ré. Nunca existiu tal contratação de serviço referente a um plano de linha telefônica em nome do autor, conforme será comprovado através das gravações dos protocolos a serem fornecidos pela ré.
		Diante da negativação indevida, a empresa ré responde pelo dever de indenizar, respaldado no art. 6°, VI, do diploma consumerista, o qual expressa que é um direito básico do consumidor a efetiva reparação do dano causado, in verbis:
			“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:(...)
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;”
		Acerca da ilicitude do ato, o nosso atual Código Civil prevê em seu artigo a obrigação de indenizar: 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
		A Constituição Federal de 88 atribui a responsabilidade objetiva às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos quando o dano decorre de conduta de seus agentes no exercício da atividade administrativa – art. 37, §6°, adotando a teoria do risco administrativo como fundamento da responsabilidade objetiva, in verbis:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
		No mesmo diapasão, o art. 14 do CDC consagrou a responsabilidade objetiva do fornecedor, com base na teoria do risco do empreendimento, na qual ele responde, independente de culpa, pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos, in verbis:
	“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
	(...)
	§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
	I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
	II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”
			A responsabilidade das empresas de telefonia, por fraudes praticadas por terceiros, que resulte danos aos consumidores é objetiva e somente pode ser afastada pelas excludentes previstas no §3° do art. 14 do CDC. 
			A culpa exclusiva de terceiros capaz de elidir a responsabilidade objetiva do fornecedor de produtos ou serviços é somente aquela que se enquadra no gênero de fortuito externo, ou seja, aquele evento que não guarda relação de causalidade com a atividade do fornecedor, absolutamente estranho ao produto ou serviço.
			Para que se configure a excludente de responsabilidade é necessário que o fato seja inevitável, imprevisível e totalmente estranho à atividade desempenhada pelo fornecedor, o que no presente caso não ocorreu.
			Isso porque, a fraude perpetrada por terceiro, se deu justamente no exercício da atividade principal da ré, qual seja, a contratação de serviços de telefonia, fazendo parte então, do próprio risco do empreendimento. 
			Ademais, o defeito na prestação do serviço existiu, consubstanciado na cobrança indevida de débito e a inscrição ilegal nos cadastros pejorativos de créditos, bem como não há qualquer culpa do requerente ou de terceiros no evento danoso, haja vista que o requerente foi vítima de ação desidiosa da empresa ré.
	
			O Código Civil, no parágrafo único, do art. 927, reforça a responsabilidade objetiva, decorrente dos riscos da atividade, in verbis:
	“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
	Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
			Dispõe o enunciado 89 da Súmula do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, in verbis:
	“A inscrição indevida de nome do consumidor em cadastro restritivo de crédito configura dano moral, devendo a verba indenizatória ser fixada de acordo com as especificidades do caso concreto, observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.”
	“A pacífica jurisprudência do STJ é no sentido de que a inscrição indevida em cadastro negativo de crédito, bem como o protesto indevido, caracterizam, por si sós, dano in re ipsa, o que implica responsabilização por danos morais.” (AgRg no AREsp 575650 / BA – Min Rel. Raul Araujo- Quarta Turma)
			Neste mesmo sentido, a Súmula 479 do STJ fixa a responsabilidade objetiva das instituições financeiras por fraudes e delitos praticados por terceiros:
	“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.”
 
III- DO DANO MORAL
			O dano moral emerge da dor, do vexame, da ofensa à honra e dignidade que, fugindo à normalidade, interfere intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem estar que, no caso, foi experimentado pelo Autor, advindos do sentimento de injustiça decorrente da restrição da obtenção de crédito, bem como da mácula de sua dignidade e honra objetiva perante a sociedade.
			A responsabilidade da ré, portanto, está caracterizada, eis que comprovado o dano, o serviço defeituoso prestado pelo fornecedor como fato determinante do prejuízo e o constrangimento gerado ao Autor.
			Nossa Carta Magna também estabelece o dever de indenizar, onde há violação da honra e da imagem, sendo nítida no caso em comento, do qual vejamos:
	“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
	(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
	(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”
			Ressalte-se, ainda, que não houve qualquer das hipóteses de exclusão de responsabilidade previstas no art. 14, § 3º, do CDC.
			Neste sentido, cabe ainda ressaltar a responsabilidade civil objetiva da ré em suportar o dano moral, onde incumbe ao autor tão somente a comprovação do dano e do nexo de causalidade, não sendo necessária comprovação da culpa ou dolo do ato ilícito praticado. Ou seja, o dano moral é in re ipsa, presumido, pois decorre da indevida inscrição do nome do autor no cadastro de inadimplentes, afetando sua dignidade e sua honra objetiva perante a sociedade.
			É sabido que os prejuízos suportados pelo autor são incontestáveis quanto a sua reparação, mas a mera inclusão do seu nome no cadastro de inadimplentes gera a obrigação de indenizar. 
			Acerca dessa negativação indevida, importante ainda evidenciar o fato de que sequer foi o autor notificado quanto a inclusão de seu nome no registro de mal pagadores. 
			Tal ato torna inválida a subscrição, pois conforme entendimento sumulado do STJ, é necessária a prévia notificação do devedor acerca da inscrição que será realizada em seu nome:
	Súmula 359 STJ: Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.
			Quanto ao quantum indenizatório a título de indenização por dano moral, importante frisar que deve ser capaz de compensar o abalo psicológico, tristeza e sofrimento pelos quais passou o ofendido sem, contudo, distanciar-se dos princípios norteadores para a correta apuração do quantum, dentre os quais se destacam o da razoabilidade e o da proporcionalidade.
			Sergio Cavalieri Filho leciona que “Cabe ao juiz, de acordo com o seu prudente arbítrio, atentando para a repercussão do dano e a possibilidade econômicado ofensor, estimar uma quantia a título de reparação pelo dano moral” (Programa de Responsabilidade Civil, Atlas, 8.ª edição, 2008, página 91).
			Neste sentido, a quantia pretendida a título de dano moral não é capaz de causar enriquecimento ilícito ao Autor, compensando-o, ainda que modicamente, pelo sofrimento e aborrecimento suportados em razão da conduta da ré.
I- DA TUTELA DE URGÊNCIA
			Dispõe o artigo 300 do Código de Processo Civil, que:
	“A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
			No caso, está presente o periculum in mora, visto que há restrição irreparável de direitos intrínsecos à pessoa do Autor em razão do fato de seu nome seguir escrito no rol de maus pagadores sem que de fato haja débito. Outrossim, no caso em tela, há mais do que a possibilidade do pleito; há sim, a certeza da sua procedência e a ineficiência do provimento final quanto ao constrangimento a que o Autor foi exposto.
			Ademais, o Código de Processo Civil de 2015, em seu artigo 497, define que: 
	“Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
	Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de
culpa ou dolo.”
			No mesmo sentido, o parágrafo terceiro do artigo 84 do C.D.C, in verbis:
	“Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (...)
	§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.”
			Assim, requer o Autor, com base no artigo 300 c/c Art. 497, do CPC/15, c/c artigo 84, §3° da Lei 8.078/90, seja concedida a tutela antecipada, no sentido de que seja imediatamente oficiado aos órgãos de restrição ao crédito, determinando a retirada e baixa do nome do Autor de seus apontamentos, sob pena de multa, tendo em vista que é indevida a cobrança, abusiva e sem propósito.
I- DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer, se digne Vossa Excelência de:
1) CONCEDER, initio litis a antecipação de tutela inaudita altera pars para excluir o nome do autor dos cadastros de inadimplente, sob pena de multa diária a ser fixada por este Juízo;
2) DETERMINAR a citação da parte Ré para querendo, oferecer no prazo legal contestação aos termos da presente, sob pena de revelia;
3) CONCEDER a inversão do ônus da prova em favor do requerente, nos moldes entabulados pelo Código de Defesa do Consumidor, notadamente para determinar que a ré acionada faça juntar aos autos as gravações dos protocolos;
4) Provado quanto baste, JULGAR procedente a presente ação, confirmando-se a tutela antecipada;
5) DECLARAR a inexistência do débito, no valor de R$749,00 (setecentos e quarenta e nove reais), junto à empresa de telefonia ALFA;
6) CONDENAR a ré a indenizar o autor em danos morais oriundos da prática de ato ilícito, no montante correspondente a 30 (trinta) salários-mínimos, atualizados do evento danoso.
7) CONDENAR, a requerida no pagamento das despesas e custas processuais, bem como honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da causa;
Protesta ainda, por todos os meios de prova admitidos, especialmente prova documental superveniente e pericial, se necessário for.
Dá à causa, para efeitos meramente processuais, o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
Nesses termos.
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2020
Marina Lima Riedlinger Teixeira

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