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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADACAMPOGRANDENSE – FEUC FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES – FIC PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Elaborado em fevereiro de 2018 e validado pelo NDE Rio de Janeiro Junho de 2018 2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE PRESIDENTE Prof. Durval Neves da Silva DIRETOR ADMINISTRATIVO Prof. Hélio Rosa de Araújo DIRETORA DE ENSINO Prof.ª Arlene da Fonseca Figueira DIRETORIA SUPERINTENDENTE Prof. Marcelo Reinecken Lopez FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES DIRETOR GERAL Prof. Hélio Rosa de Araújo VICE-DIRETORA GERAL Prof.ª Janice Rosane Silva Souza COORDENADOR ACADÊMICO Prof.ª Rosilaine Souza de Araújo da Silva VICE-COORDENADOR ACADÊMICO Prof. Victor Ramos da Silva COORDENADOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E PESQUISA Prof. Victor Ramos da Silva COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Prof.ª Claudia Celencina Carvalho de Miranda NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE DO CURSO Claudia Celencina Carvalho de Miranda Janice Rosane Silva Souza Luciana Alves de Oliveira Maria José Gama Brum Amaral Maria Licia Torres 3 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL ............................................................ 06 1.1 Faculdades Integradas Campo-Grandenses – FIC - Identificação e Histórico............................................................................................... 06 1.2 Mantenedora........................................................................................ 07 2. DADOS GERAIS DO CURSO...................................................................... 08 2.1 Histórico............................................................................................... 08 2.2 Identificação do Curso......................................................................... 12 2.3 Formas de Acesso............................................................................... 12 2.4 Missão do Curso.................................................................................. 13 3. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA............................................... 15 3.1 Justificativas do Curso......................................................................... 15 3.2 Perfil do Egresso................................................................................. 16 3.2.1 Competências e Habilidades do Egresso......................................... 17 3.2.2 Competências e Habilidades de Caráter Geral................................ 18 3.2.3 Perspectivas da Inserção do Egresso no Mercado de Trabalho...... 20 3.3 Objetivos do Curso.............................................................................. 22 3.3.1 Objetivo Geral................................................................................... 22 3.3.2 Objetivos Específicos....................................................................... 23 4. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – FORMAÇÃO..................... 23 4.1 Base Legislativa Pedagógica............................................................. 23 4.2 Conteúdos Curriculares (3.220h)....................................................... 25 4.2.1. Núcleo I - Formação geral, interdisciplinar, educacional e de metodologias 4.2.2. Núcleo II - Aprofundamento da área de atuação profissional......... 27 4.2.3. Núcleo III – Estudos integradores para enriquecimento curricular (Atividades Complementares)......................................................... 28 4.2.4 Estágio Obrigatório (400h)............................................................... 29 4.2.5 Atividades Complementares (200h)................................................. 37 4.2.6 Prática Pedagógica como componente curricular (400h)................ 39 4.3 Matriz Curricular Distribuída por Semestres....................................... 44 4.4 Disciplinas semipresenciais – EaD..................................................... 46 4.5 Formação para portadores de diploma de nível superior................... 47 4.5.1 Licenciados...................................................................................... 47 4 4.5.2 Não licenciados............................................................................... 49 4.6 Trabalho de Conclusão de Curso....................................................... 49 4.7 Metodologia Pedagógica.................................................................... 52 4.7.1 Linhas de pesquisa.......................................................................... 52 4.8 Atendimento ao Discente e Docente (NAAD)..................................... 53 4.9 Sistema de Avaliação da Aprendizagem............................................ 56 4.10 Sistema de Avaliação do Projeto do Curso...................................... 57 4.11 Programa de Avaliação Institucional................................................ 57 4.12 Atividades de Monitoria.................................................................... 58 4.13 Regime Especial de Estudo............................................................. 59 4.14 Aproveitamento de Estudos............................................................. 60 4.15 Extraordinário Aproveitamento......................................................... 60 4.16 Adaptações e Dependências........................................................... 61 4.17 Mecanismos de Interação com a Comunidade Acadêmica............. 62 4.17.1Núcleo de Estudo e Assessoramento Pedagógico (NESAP)........ 62 4.17.2 Brinquedoteca............................................................................... 63 4.17.3 Laboratório de Práticas Inclusivas (LPI)....................................... 65 5. CORPO DOCENTE................................................................................... 66 5.1 Coordenação..................................................................................... 66 5.2 Apresentação Geral do corpo Docente (TI, TP, NDE)...................... 68 5.3 Núcleo Docente Estruturante (NDE)................................................. 68 5.4 Corpo Docente.................................................................................. 70 5.5 Quadro docente do curso no semestre vigente................................ 70 5.6 Colegiado do Curso.......................................................................... 71 6. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA ................................................................... 72 6.1. Instalações Físicas.......................................................................... 72 6.1.1. Sala de Professores, Coordenação e Sala de Reuniões.............. 72 6.1.2. Gabinetes de Trabalho para Professores .................................... 73 6.1.3. Salas de Aula e Equipamentos Multimídia................................... 73 6.1.4 Laboratórios de Informática........................................................... 74 6.2 Biblioteca.......................................................................................... 76 6.2.1 Biblioteca Tradicional, Bibliotecas Compartilhadas, Biblioteca Virtual e Periódicos ................................................................................................ 76 5 6.2.2 Reprografia e Recuperação de Informações................................... 77 6.3. Acesso a Pessoas com Necessidades Especiais............................. 78 6.4 Demais Recursos.............................................................................. 78 ANEXOS......................................................................................................... 79 MATRIZ CURRICULAR..................................................................................80 PLANOS DE DISCIPLINAS............................................................................ 82 6 1. APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL 1.1 Faculdades Integradas Campo-Grandenses – FIC - Identificação e Histórico As FIC, mantidas pela Fundação Educacional Unificada Campograndense - FEUC, são compostas pela antiga Faculdade de Filosofia de Campo Grande - FFCG, Faculdade de Campo Grande – FCG, e pelo Instituto Superior de Educação Campo- Grandense - ISEC. As FIC – Faculdades Integradas Campograndenses, credenciadas pela Portaria nº 2.463 de 11 de julho de 2005, estão sediadas na Estrada da Caroba, nº 685, Campo Grande, cidade do Rio de Janeiro, RJ. Neste processo de implantação e consolidação da IES foram grandes as dificuldades, pois a região da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro ainda era considerada, e mantinha características, de uma área rural e, portanto, não recebia políticas públicas para o setor educacional, principalmente o ensino superior. Vale ressaltar o pioneirismo da Fundação, primeira instituição a oferecer o ensino superior na Zona Oeste da cidade; segundo um de seus fundadores, o professor Choeri “os professores eram cedidos de outras instituições, como a Universidade do Estado da Guanabara – UEG, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ” (JORNAL FEUC, 2008, 4) fato que revela as dificuldades de manutenção da IES. Neste cenário, as Faculdades Integradas Campo-Grandenses – FIC, em 2018, completam cinquenta e oito anos e além da consolidação na região como “a casa do/a professor/a” a partir das licenciaturas de Ciências Sociais, Geografia, História, Letras, Pedagogia, Matemática e Licenciatura em Computação, a gestão da instituição, atenta às necessidades de crescimento e desenvolvimento da região, expandiu sua área de atuação no ensino superior para os cursos de bacharelado em Sistema de Informação, Administração, e ainda, tecnólogo em Sistemas Elétricos e Automação Industrial. Durante a década de 1950, o vereador Miécimo da Silva lutou por um grande sonho: o de criar em Campo Grande uma Faculdade de Filosofia. O que parecia utopia se tornou realidade quando Miécimo encontrou o apoio de profissionais e intelectuais interessados no desenvolvimento e crescimento da região a partir da educação. Dentre muitos, destacam-se os seguintes professores como colaboradores na 7 concretização desse ideal: Deblangy Machado de Almeida, Wilson Choeri, Antônio Coletta de Almeida, Leda Corrêa de Noronha, Aloísio Jorge do Rio Barbosa, Carmem Navarro, Edméa Evangelho Lopes e Tito Urbano da Silveira. Lutando contra dificuldades, eles implantaram em Campo Grande a Faculdade de Filosofia, ainda sem sede própria. Ela começou funcionando, em 1961, no Colégio Batista de Campo Grande, cedido pelo também fundador, Pastor Israel Pinheiro. A seguir, funcionou no Colégio Belisário dos Santos, graças à cessão feita pelo seu diretor, Professor Helton Veloso de Castro, tendo, posteriormente, sido transferida para a Fundação Souza Marques, em Cascadura, até instalar-se na atual sede, na Estrada da Caroba. Assim, as Faculdades Integradas Campograndenses, há mais de 50 anos, dedicam-se à formação de profissionais, tendo um compromisso moral com a qualidade da educação na cidade do Rio de Janeiro, possuidora de um dos maiores contingentes estudantis da América Latina. A IES atende ainda municípios vizinhos ao Rio de Janeiro, como Itaguaí, Mangaratiba, Seropédica, Angra dos Reis, Parati, Paracambi e parte da baixada fluminense. A tradição das Faculdades é tão acentuada nessa região, que dificilmente não se encontram em suas escolas professores, coordenadores ou diretores formados por essas Faculdades. Dando continuidade ao processo formativo de seu profissionais, as Faculdades oferecem, também, cursos de pós-graduação lato sensu nas áreas mantidas em nível de graduação, assim, o lema “FEUC: Educação Continuada” pode ser perpetuado. 1.2. Mantenedora A Fundação Educacional Unificada Campograndense – FEUC, sucessora da Sociedade Universitária Campograndense, Fundada em 1960, é a Instituição mantenedora das Faculdades Integradas Campo-Grandenses – FIC e do Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis – CAEL. A FEUC é presidida pelo Prof. Durval Neves da Silva, ex-aluno do curso de Ciências Sociais das FIC; professor das Faculdades desde 1978, desempenhou, ainda, a função de chefe de departamento e de superintendente, por cerca de 20 anos, vivenciou o processo de crescimento e consolidação da IES como “casa do professor”, além da expansão dos cursos de 8 bacharelados e tecnológicos. Representa junto com a Direção Administrativa (Professor Hélio Rosa de Araújo), Direção de Ensino (Arlene da Fonseca Figueira) e a Diretoria Superintendente (Marcelo Lopez), os pilares fundamentais na identidade da Fundação e na organização das mantidas. A FEUC é uma Fundação Privada, de caráter filantrópico, mantida basicamente pelos recursos obtidos com os serviços que presta à comunidade, atuando desde a creche até a pós-graduação (especialização), a IES vem oferecendo serviços importantes para a região da Zona Oeste da cidade do RJ. Cabe à Diretoria de Superintendência a administração operacional da FEUC e de suas mantidas, sendo assim, é responsável pela gestão do pessoal, dos recursos materiais e financeiros, além de atender ao planejamento e execução das demandas requeridas pelas mantidas; conta com uma estrutura organizacional composta pela Secretaria da Superintendência e pelos setores: Recursos Humanos, Econômico- Financeiro, Planejamento e Custos, Tecnologias da Informação, Contabilidade, Marketing, Infraestrutura e Assessoria Jurídica. 2. DADOS GERAIS DO CURSO 2.1 Histórico No Brasil1, o curso de Pedagogia, ao longo de sua história, definiu, como seu objeto de estudo e finalidade precípuos, os processos educativos em escolas e em outros ambientes, sobremaneira a educação de crianças nos anos iniciais de escolarização, além da gestão educacional. Regulamentado pela primeira vez, nos termos do Decreto-Lei nº 1.190/1939, o curso foi definido como lugar de formação de “técnicos em educação”. Estes eram, à época, professores primários que realizavam estudos superiores em Pedagogia para, mediante concurso, assumirem funções de administração, planejamento de currículos, orientação a professores, inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e dos docentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação, no Ministério da Educação, nas secretarias dos estados e dos municípios. 1 Histórico presente no Relatório do Conselho Nacional de Educação - Parecer CNE/CP 03/2006. 9 A padronização do curso de Pedagogia, em 1939, é decorrente da concepção normativa da época, que alinhava todas as licenciaturas ao denominado “esquema 3+1”, pelo qual era feita a formação de bacharéis nas diversas áreas das Ciências Humanas, Sociais, Naturais, Letras, Artes, Matemática, Física, Química. Seguindo este esquema, o curso de Pedagogia oferecia o título de bacharel a quem cursasse três anos de estudos em conteúdos específicos da área, como fundamentos e teorias educacionais; e o título de licenciado que permitia atuar como professor, aos que, tendo concluído o bacharelado, cursassem mais um ano de estudos dedicados à Didática e à Prática de Ensino. O então curso de Pedagogia dissociava o campo da ciência Pedagogia do conteúdo da Didática, abordando-os em cursos distintos e tratando-os separadamente. Ressalta-se, ainda, que aos licenciados em Pedagogia também era concedido o registro para lecionar Matemática, História,Geografia e Estudos Sociais no primeiro ciclo do ensino secundário. A dicotomia entre bacharelado e licenciatura levava a entender que, no bacharelado, formava-se o pedagogo que poderia atuar como técnico em educação e, na licenciatura, formava-se o professor que iria lecionar as matérias pedagógicas do Curso Normal de nível secundário. Com o advento da Lei n° 4.024/1961 e a regulamentação contida no Parecer CFE nº 251/1962, manteve-se o esquema 3+1, para o curso de Pedagogia. Em 1961, fixara-se o currículo mínimo do curso de bacharelado em Pedagogia, composto por sete disciplinas indicadas pelo CFE e mais duas escolhidas pela instituição. Regulamentada pelo Parecer CFE nº 292/1962, a licenciatura previa o estudo de três disciplinas: Psicologia da Educação, Elementos de Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino, esta última em forma de Estágio Supervisionado. Mantinha-se, assim, a dualidade, bacharelado e licenciatura em Pedagogia, ainda que, nos termos daquele Parecer, não devesse haver a ruptura entre conteúdos e métodos, manifesta na estrutura curricular do esquema 3+1. A Lei da Reforma Universitária nº. 5.540, de 1968, facultava à graduação em Pedagogia a oferta de habilitações: Supervisão, Orientação, Administração e Inspeção Educacional, assim como outras especialidades necessárias ao desenvolvimento nacional e às peculiaridades do mercado de trabalho. Em 1969, o Parecer CFE n° 252 e a Resolução CFE nº. 2, que dispunham sobre 10 a organização e o funcionamento do curso de Pedagogia, indicavam, como finalidade do curso, preparar profissionais da educação assegurando possibilidade de obtenção do título de especialista, mediante complementação de estudos. A Resolução CFE nº 2/1969 determinava que a formação de professores para o ensino normal e de especialistas para as atividades de orientação, administração, supervisão e inspeção, fosse feita no curso de graduação em Pedagogia, de que resultava o grau de licenciado. Como licenciatura, permitia o registro para o exercício do magistério nos cursos normais, posteriormente denominados magistério de 2º grau e, sob o argumento de que “quem pode o mais pode o menos” ou de que “quem prepara o professor primário tem condições de ser também professor primário”, permitia o magistério nos anos iniciais de escolarização. No processo de desenvolvimento social e econômico do país, com a ampliação do acesso à escola, cresceram as exigências de qualificação docente, para orientação da aprendizagem de crianças e adolescentes das classes populares, que traziam, para dentro das escolas, visões de mundo diversas e perspectivas de cidadania muito mais variadas. Atentas às exigências do momento histórico, já no início da década de 1980, várias universidades efetuaram reformas curriculares, de modo a formar, no curso de Pedagogia, professores para atuarem na Educação Pré-escolar e nas séries iniciais do Ensino de 1º Grau. Como sempre, no centro das preocupações e das decisões, estavam os processos de ensinar, aprender, além do de gerir escolas. O curso de Pedagogia, desde então, vai amalgamando experiências de formação inicial e continuada de docentes, para trabalhar tanto com crianças quanto com jovens e adultos. Apresenta, hoje, notória diversificação curricular, com uma ampla gama de habilitações para além da docência no Magistério das Matérias Pedagógicas do então 2º Grau e para as funções designadas como especialistas. Por conseguinte, ampliam- se disciplinas e atividades curriculares dirigidas à docência para crianças de 0 a 5 e de 6 a 10 anos e oferecem-se diversas ênfases nos percursos de formação dos graduandos em Pedagogia, para contemplar, entre muitos outros temas, educação de crianças nos anos iniciais do Ensino Fundamental; Educação de Jovens e Adultos; a 11 Educação Infantil; a educação na cidade e no campo; a educação dos povos indígenas; a educação dos remanescentes de quilombos; a história e cultura afro- brasileira; a inclusão escolar e social das pessoas com necessidades especiais, dos meninos e meninas de rua; a educação a distância e as novas tecnologias de informação e comunicação aplicadas à educação; atividades educativas em instituições não-escolares, comunitárias e populares. O curso de graduação em Pedagogia, nos anos 1990, foi se constituindo como o principal locus da formação docente dos educadores para atuarem na Educação Básica, seja no magistério, seja na área específica da supervisão, orientação ou gestão escolar. Conforme explicitado no relatório divulgado, o Conselho Nacional de Educação, em 2003, designou uma Comissão formada por conselheiros da Câmara de Educação Superior e da Câmara de Educação Básica, com a finalidade de definir Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Com a renovação periódica dos membros do CNE, em maio de 2004, a Comissão foi recomposta e recebeu a incumbência de tratar das matérias referentes à formação de professores, dando prioridade às diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia. Esta comissão aprofundou os estudos sobre as normas gerais e as práticas curriculares vigentes nas licenciaturas, bem como sobre a situação paradoxal da formação de professores para a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental. Submeteu à apreciação da comunidade educacional uma primeira versão de Projeto de Resolução. Em resposta a essa consulta, de março a outubro de 2005, chegaram ao Conselho Nacional de Educação - CNE críticas, sugestões, encaminhadas por correio eletrônico e postal ou por telefone, assim como expressos nos debates para os quais foram convidados conselheiros membros da Comissão. Grande parte dos cursos de Pedagogia, hodiernamente, tem como objetivo central a formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como organização e desenvolvimento de programas não-escolares. Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar a existência de uma demanda ainda 12 pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas à inclusão plena, dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos, políticos. Nesta perspectiva, convém reiterar a necessidade de se repensar o curso de Pedagogia, fato que vem inquietando os profissionais das Faculdades Integradas Campo-Grandenses – FIC. 2.2 Identificação do Curso Denominação: Licenciatura em Pedagogia Modalidade: Licenciatura Plena - Presencial Titulação Conferida: Licenciado Duração Mínima: 08 (oito) semestres Tempo Máximo: 14 (quatorze) semestres Carga Horária Total: 3220 horas Turno: Matutino e Noturno Regime Acadêmico: Semestral (por disciplinas) CPC da última avaliação: 3.0 2.3 Formas de Acesso O Processo Seletivo para os turnos diurno e noturno dar-se-á por meio das seguintes vias descritas abaixo: a) Vestibular: prova de acesso para o ingresso à faculdade. Geralmente prestada por candidato que concluiu o ensino médio ou aluno que já cursou uma faculdade e trancou a sua matricula há mais de dois anos, e presta novamente vestibular para convalidar os estudos. b) Transferência Externa: Aluno que estuda em uma IES e quer trocar de instituição. Deve apresentar seu histórico escolar, os programas de disciplinas cursadas, reconhecimento de curso, regime de aprovação, declaração de situação 13 acadêmica, declaração de ENADE, e poder isentar as disciplinas cursadas em outra IES. c) Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM): Aluno ou ex-aluno do ensino médio que tenha prestadoo Exame Nacional de Ensino Médio e tenha atingido a média nacional, fica isento de prestar vestibular para o ingresso no ensino superior. d) Destrancamento de Matrícula: Alunos que tenham cursado pelo menos um período da faculdade com aproveitamento e estejam com a matrícula trancada há menos de dois anos. e) Programa de Formação Pedagógica para Graduados: Graduados portadores de diplomas de Curso superior, licenciados ou não licenciados em área afim à Licenciatura em Pedagogia. 2.4 Missão do Curso As FIC estabeleceram uma missão que procura envolver as principais questões regionais mais próximas e algumas questões remotas. Como questões próximas, consideramos as experiências e vivências da realidade do bairro de Campo Grande e adjacências. No entanto, o espaço geográfico e a identidade da comunidade local estão diretamente relacionados às transformações econômicas, sociais, culturais e políticas que se efetuam na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo. Desta forma, fatos e acontecimentos não podem ser compreendidos apenas a partir de uma lógica regional, uma vez que a crescente globalização econômica, social e política configuram formas diferenciadas de entender os processos de constituição e inter- relação de homens e mulheres em sua comunidade local e no mundo. A cidade do Rio de Janeiro vem se deslocando rapidamente de uma economia centrada na indústria para outra, de serviços. Esta nova economia requer um maior investimento no desenvolvimento das pessoas para o mundo do trabalho. A boa prestação de serviços exige uma formação mais generalista e, ao mesmo tempo, um maior preparo para relações interpessoais. Desse modo, a educação torna-se a pedra fundamental da construção do ser social-laborativo. A proposição de um Projeto Pedagógico Institucional para as FIC tem por finalidade dotar os sujeitos - alunos do curso de Pedagogia - de um plano de referência para sua ação educativa. Do ponto de vista do mundo do trabalho, verifica-se, cada 14 vez mais, que a atuação profissional deixa de ser referenciada nos postos de trabalho, nos cargos, para orientar-se pelos pressupostos das formas mais flexíveis de produção. Esta configuração indica que a formação profissional a ser oferecida deverá incluir a orientação para diferentes inserções no mundo do trabalho. Entendemos que, por ser fruto da ação humana, o conhecimento não é neutro, assim como suas formas de produção e disseminação. Dessa maneira, as FIC concebem o ensino num sentido amplo, que não se restringe à formação técnica e de competências e habilidades. Nosso objetivo é contribuir para a formação de um cidadão imbuído de valores éticos que, com competência técnica, possa atuar no seu contexto social de forma comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual. As FIC reconhecem seu importante papel perante a sociedade para a investigação das questões presentes na realidade brasileira e assumem o compromisso de formar cidadãos participantes, na busca de soluções que contribuam para a melhoria das relações e vivências humanas. Suas ações se parametrizam por princípios e valores, a saber: 1. A transformação econômico-social apoiada na educação profissional: Nos últimos anos e cada vez mais, as pessoas dedicam a maior parcela de suas vidas à ocupação profissional. Desse modo, ela se mostra como principal oportunidade de transformação social. 2. O conhecimento científico a serviço de uma vida social-organizacional substantiva: O desenvolvimento científico não tem conseguido superar muitas das limitações impostas pela vida moderna. Liberdade, segurança e outros aspectos vêm sendo demandados pela sociedade e, ao mesmo tempo, o conhecimento científico tem estado a serviço de valores utilitário-imediatistas. As FIC creem no conhecimento científico como sustentador de uma vida sócio-organizacional qualitativamente superior. 3. Articulação entre desenvolvimento econômico emergente e a manutenção de uma sociedade justa e igualitária: Para as FIC, o atual quadro socioeconômico pode favorecer a manutenção de uma sociedade onde as pessoas, sobretudo com formação profissional, tenham condições de igualdade na busca de sua inserção social e, do mesmo modo, possam 15 praticar e ser alvo de ações justas. 4. O delineamento de organizações autônomas e universalmente integradas: A emergente globalização impõe um perfil às organizações modernas, com características de universalidade, ao mesmo tempo em que dificulta a preservação de sua autonomia. As FIC acreditam que, com o adequado preparo de profissionais, possa permitir-lhes educar pessoas, que venham a conduzir organizações com suficiente autonomia, sem prejuízo de sua vinculação a um contexto global. 3. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 3.1 Justificativas do Curso A educação tem como objetivo fundamental o desenvolvimento do ser humano na sua dimensão social, política, cultural. Educar significa habilitar, potencializar o ser humano para a busca de respostas às suas perguntas, significa formar para a cidadania. É na e pela educação que começa a construção de uma cidadania consciente e ativa na medida em que oferece aos sujeitos sociais os conhecimentos que lhes permitam compreender o mundo e as suas mudanças. Isso não se constitui em uma tarefa fácil, tendo em vista a realidade social como a que vivemos, marcada, de um lado, por notáveis descobertas e progressos científicos, e, de outro, pelo agravamento das desigualdades, aliadas ao fenômeno da exclusão. Tal cenário impõe à educação buscar, para todos, os meios necessários para o exercício da cidadania, formando pessoas para assumirem a sua autonomia, informadas, capazes de autodeterminação e de participarem na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Dentre esses recursos, sem dúvida, está a escola, por ser o lugar, por excelência, da educação formal, que se realiza através da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, Médio e Superior. No caso do Ensino Superior, as instituições têm se defrontado com a necessidade de repensar a formação dos seus profissionais. Por isso, torna-se urgente a revisão da estrutura curricular dos cursos formadores, abandonando os moldes tradicionais das velhas estruturas educacionais, como é o caso, por exemplo, do curso de Pedagogia. A formação dos pedagogos no Brasil tem uma trajetória marcada por disputas 16 políticas e ideológicas que ora tendiam para a formação de um profissional do magistério, ora para a formação do técnico nas áreas de inspeção, supervisão, orientação e administração escolar. Com a recente homologação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, resgata-se a figura do pedagogo principalmente enquanto professor, apontando para a questão que é a partir da docência que o educador adquire a visão do todo, indispensável para exercer funções como diretor ou coordenador. Não podemos perder de vista que qualquer curso de formação de professores precisa ter consciência de como é uma tarefa complexa a formação e a atuação destes profissionais por ele formados. Complexidade essa que vai além do conhecimento seguro dos conteúdos das disciplinas que irão ensinar, mas também do entendimento da mediação que o professor irá realizar entre os processos de ensino e de aprendizagem, sem deixar de lado, certamente, questões de caráter ético que perpassam essa profissão e que vão sendo agregadas de inúmeras outras habilidades ao longo da formação/atuação docente. Devemos compreender a especificidade da docência como referência para a formação profissional do professor. Isso significa procurar compreender questões relativas à formação docente que envolve os saberes plurais sobre a docência como os didático-pedagógicos, os saberes disciplinares e os saberes da experiência.3.2 Perfil do Egresso O Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia busca a formação de um profissional que seja competente para atuar conscientemente como docente na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas (escolares e não-escolares) nas quais sejam necessários conhecimentos pedagógicos, assumindo de forma crítica, criativa e construtiva, a prática que ocorre no interior dos espaços educacionais, sendo também capaz de propor alternativas de ação. Para tanto, a matriz curricular proposta pretende formar um educador capaz de compreender sua prática educativa como um processo historicamente determinado e nele poder intervir ética, científica, técnica e criticamente. Um pedagogo-educador na condição de (re)construtor de seu projeto pessoal e profissional, que se desenvolverá, 17 mas não se esgotará, no curso. Um educador que se posicione e se pronuncie, que não seja um indivíduo passivo. Assim, a formação desse profissional parte de uma concepção crítica e emancipatória de educação, onde prevaleça o desejo do compromisso com a transformação da realidade social e educacional. A formação desse profissional deverá, ainda, compreender a ética e o compromisso na busca de alternativas de inserção e intervenção efetiva na sociedade, respeitando sua historicidade e buscando novos padrões culturais, econômicos, políticos e de sustentabilidade social e ecológica. 3.2.1 Competências e Habilidades do Egresso Nessa perspectiva, o profissional em formação deve desenvolver as seguintes competências e habilidades: - Compreender como se processa a construção do conhecimento no indivíduo, de qualquer idade, considerando as dimensões cognitivas, afetivas, éticas e estéticas, assim como o contexto cultural; - Compreender os processos de planejamento e implementação das políticas educacionais, bem como os princípios filosóficos e pedagógicos expressos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais; - Utilizar as teorias pedagógicas e curriculares para reflexão sobre a prática, elaboração de projeto pedagógico e desenvolvimento de processos de organização e gestão do trabalho educativo; - Planejar, organizar, coordenar, gerir situações de ensino e de aprendizagem, de modo a adequar objetivos, conteúdos e metodologias específicas das diferentes áreas à diversidade dos alunos e à promoção da qualidade da educação; - Incorporar ao trabalho gerencial as novas tecnologias de informação e comunicação; - Articular ensino, pesquisa e extensão nas produções de conhecimento e de novos padrões pedagógicos; 18 - Refletir criticamente sobre a teoria e a prática educacional nas dimensões sócio-filosóficas e técnico-pedagógicas, reconhecendo a natureza transdisciplinar da educação; - Demonstrar criticidade, criatividade e ética, no conhecimento teórico e de novas práticas pedagógicas; - Atuar nas diversas áreas de educação dentro e fora da escola; - Ser capaz de participar da construção e gestão do plano de desenvolvimento social de uma instituição educacional, concebendo esse trabalho coletivo e democrático como a projeção da integração ensino- pesquisa-extensão. 3.2.2 Competência e Habilidades de Caráter Geral O profissional da área de Pedagogia deverá ser comprometido com a práxis transformadora da realidade. Será aquele que assume de forma crítica, criativa e construtiva a prática educativa que ocorre no campo educacional, como intelectual consciente de sua responsabilidade social, capaz de propor alternativas de ação. Ele será pesquisador de sua própria prática e, por isso, tornar-se agente capaz de favorecer o trabalho educacional, exercendo o papel de pedagogo- educador/educador-pesquisador/educador-intelectual, desenvolvendo as atividades de ensino e pesquisa, articuladas ao contexto social, pautando sua conduta em princípios éticos, estéticos e políticos. Deverá ser profissional que tenha compromisso com a melhoria de ensino. Assim, deverá estar sempre bem informado sobre as inovações em educação, além de ter habilidade para lidar com diferentes situações no âmbito educacional. Será um educador que: busque e utilize novos conhecimentos relativos aos aspectos sociocultural, socioeconômico e sócio-político; articule teoria e prática; exerça a cidadania ativa, promovendo a interação, integração e solidariedade; tenha compromisso com a educação inclusiva; e 19 saiba trabalhar com as diferenças e as diversidades, promovendo a reflexão, a harmonia, o consenso, e seja o enunciador de sua própria palavra. O perfil do profissional, para o mundo contemporâneo, indica que o pedagogo será aquele que é um ser desenvolvido e integrado, possuindo um perfil mais abrangente. Será aquele que se lança para frente, propõe-se a reinventar; um ser ético em suas ações, consciente de suas potencialidades e ávido por utilizá-las. Será bom ouvinte, encorajador e confiável; enfim, é aquele que procura fazer as coisas de maneira simples, acreditando no potencial das pessoas. Trata-se de profissional que seja um sujeito que pensa e age técnica e politicamente na área de educação. Esse profissional deverá saber fazer o acompanhamento e o aprimoramento dos processos educacionais para garantir a qualidade do ensino. Será um educador que: reconheça e utilize os processos e técnicas de gestão escolar articulados com a construção da cidadania ativa no espaço educacional; desenvolva atividades de ensino e pesquisa, articuladas ao contexto social, pautando sua conduta em princípios éticos, estéticos e políticos com vistas ao processo de gestão participativa; produza reflexão teórica a partir das práticas pedagógicas, preocupando-se com mudanças e sua globalização; construa novas metodologias para o cotidiano da ação educativa; promova reflexão teórica a partir das práticas pedagógicas, para melhoria do ensino e da aprendizagem; construa novas estratégias integradoras para o cotidiano da ação educativa, com vistas à inserção e mudança da realidade educacional. Este profissional deverá estar apto a mobilizar os indivíduos para a aquisição de atitudes capazes de estimular a reflexão, provocar mudanças e afetar comportamentos que atuem como agentes alavancadores do processo de transformação. Se a era industrial separou e criou paredes nas diferentes instâncias sociais, políticas e econômicas, daqui para frente, as organizações precisam de construtoras de pontes. Neste sentido, o futuro profissional deverá saber fazer a transformação da 20 teoria (conhecimento) em prática (fazer pedagógico). O maior desafio do gestor da educação será ajudar as pessoas a aprender a aprender, resistir às pressões, pensar estrategicamente, envolver-se com a equipe, saber tocar mentes e corações e comprometer-se com resultados. Deverá ser um profissional que tenha compromisso com a melhoria de ensino. Assim, deverá estar sempre bem informado sobre as inovações em educação, além de ter habilidade para lidar com alunos e professores. Deverá, também, estar consciente de que suas propostas e ações servirão de referência para outros profissionais com os quais trabalhe. Esse profissional deverá saber fazer o planejamento e o aprimoramento dos processos de aprendizagem para garantir a qualidade do ensino. 3.2.3 Perspectivas da Inserção do Egresso no Mercado de Trabalho Atualmente, estamos diante de um momento histórico que requer uma reflexão sobre a formação dos professores e seus efeitos em nossas comunidades, que nunca sofreram com mudanças sociais, tecnológicas e culturais tão dinâmicas quantos as que estão ocorrendo nas últimas décadas. Estas transformações criam necessidadesde geração de cursos de formação, que garantam a presença de profissionais devidamente habilitados. Muitos alunos das FIC atuam profissionalmente, nas redes pública e privada de ensino, não só no bairro de Campo Grande, mas também nos circunvizinhos e em municípios próximos, bem como em organizações não-governamentais. Além disto, muitos pedagogos estão sendo chamados a assumir funções em outras esferas que não apenas a escola, tais como organizações não-governamentais, empresas, hospitais, indústrias, autarquias, dentre outras possibilidades. Assim, uma formação de excelência se refletirá no desempenho dos alunos do curso, contribuindo, por conseguinte, na melhoria da qualidade de Educação Básica nas diferentes redes de ensino e em outros espaços educacionais. A Zona Oeste do Rio de Janeiro ocupa mais da metade do área do município, sendo composta por 41 bairros, 10 regiões administrativas e por milhões de habitantes. Esta região vem sofrendo há décadas um processo de mudança 21 econômica, antes voltada principalmente para a indústria e produção rural, e agora também focada na prestação de serviços. É uma mudança gradual que vêm passando tanto os bairros da Zona Oeste do Rio, quanto os municípios próximos da Baixada Fluminense. Entre os serviços que se encontram em ampla ascensão se destaca a oferta da educação básica. A região possui grande abrangência geográfica, com enormes disparidades socioeconômicas, alta densidade demográfica e uma população economicamente carente, proveniente em sua maior parte da classe trabalhista, especialmente do terceiro setor. A população ainda sofre com elevadas taxas de desemprego resultantes do deslocamento das atividades econômicas. As lacunas deixadas pelas indústrias naval, petroquímica e nuclear, dentre outras, que mudaram seus principais polos para a região interior do estado, ainda não foram plenamente preenchidas. Em vista deste fato, existe uma procura cada vez maior pela formação regional de qualidade, e em níveis mais avançados como o ensino superior, na busca de vagas em mercados de trabalho mais distantes. Este novo contexto econômico requer o aumento de profissionais específicos para este serviço, ou seja, exige uma formação mais generalista e simultaneamente, maior preparo para as relações interpessoais. O Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia das FIC propõe implementar um curso que contribua para a formação de profissionais, com capacidade de reunir não só conhecimentos 22 específicos de sua área, mas, que venham a atender com as novas necessidades da região. 3.3 Objetivos do Curso A finalidade do pedagogo é promover a relação viva entre os elementos da prática educativa: o educando, o educador, o saber e o contexto em que ocorre tal prática. O curso terá por finalidade formar o profissional para atuação docente na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos escolares e não-escolares. O profissional da pedagogia estará apto a lidar com fatos, estruturas, contextos, situações relativas à prática educativa em todas as modalidades e manifestações. O curso de Pedagogia formará o profissional educador no sentido amplo, para atuar na docência, bem como na pesquisa, na administração de sistemas de ensino, no planejamento educacional, na elaboração de políticas educacionais e nas diversas instituições públicas ou privadas onde a educação seja condição de desenvolvimento. O curso de Pedagogia das FIC busca formar um profissional capaz de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos que envolvam saberes, habilidades e informações de modo a solucionar uma série de situações do cotidiano educacional, sem deixar de desenvolver a consciência da formação voltada para a Educação Ambiental, de acordo com a Resolução n° 2 de 15 de junho de 2012 e para a valorização dos Direitos Humanos, conforme o preconizado na Resolução n° 1 de 30 de maio de 2012. 3.3.1 Objetivo Geral Contribuir para a construção do conhecimento do futuro profissional, a partir do entendimento da educação como prática social intencional no ambiente escolar e não escolar. Proporcionar condições teórico-metodológicas para que o futuro pedagogo- educador compreenda sua práxis educativa, buscando reconstruí-la. 23 Privilegiar a relação teoria-prática, tendo como referência a ação pedagógica desenvolvida na realidade próxima e a necessidade de nela intervir. Facilitar o desenvolvimento, durante o processo formativo, de estudos e pesquisas sobre a prática pedagógica nas suas várias manifestações e modalidades, priorizando a reflexão sobre o cotidiano escolar e social no contexto da escola. Facilitar a utilização dos conhecimentos relativos à legislação educacional brasileira para desempenho eficaz do trabalho, nas diversas instâncias educacionais, quer em estabelecimentos de ensino particulares ou públicos, bem como nos sistemas de ensino. Contribuir para o desenvolvimento da capacidade de compreensão da ação pedagógica, ressaltando as dimensões técnico-ética e política subjacentes à prática que desenvolverá o futuro profissional. 3.3.2 Objetivos Específicos Formar o profissional de educação capaz de pensar a ação pedagógica de forma coletiva e dialética, com sólido conhecimento e compreensão histórico-crítica da docência e da gestão da organização e gestão de sistemas e instituições educacionais, bem como na pesquisa. Formar o pedagogo-professor para atuar na área da gestão educacional, capaz de planejar, organizar, liderar e controlar atividades, no âmbito de suas funções, com a compreensão do fenômeno educativo, capaz de uma atuação crítica e transformadora, nos diversos âmbitos da prática educativa intencional, no ambiente da escolarização formal e não-formal. 4. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – FORMAÇÃO 4.1 Base Legislativa Pedagógica As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia levam em conta proposições formalizadas, nos últimos 25 anos, em análises da realidade educacional brasileira, com a finalidade de diagnóstico e avaliação sobre a formação e atuação de professores, em especial na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino 24 Fundamental, assim como em cursos de Educação Profissional para o Magistério e para o exercício de atividades, que exijam formação pedagógica e estudo de política e gestão, respeitando as determinações e orientações da Resolução CNE/CP nº 1/2006 e dos Pareceres CNE/CP nº 5/2005 e 3/2006. Levam também em conta, como não poderia deixar de ser, a legislação pertinente: - Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, art. 205; - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), art. 3º, inciso VII, 9º, art.13, 43, 61, 62, 64, 65 e 67; - Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001), especialmente em seu item IV, Magistério na Educação Básica, que define as diretrizes, os objetivos e metas, relativas à formação profissional inicial para docentes da Educação Básica; - Parecer CNE/CP nº 9/2001, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena; - Parecer CNE/CP nº 27/2001, que dá nova redação ao item 3.6, alínea “c”, do Parecer CNE/CP n° 9/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena; - Parecer CNE/CP nº 28/2001 que dá nova redação ao Parecer CNE/CP nº 21/2001, estabelecendo a duração e a carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso delicenciatura, de graduação plena; - Resolução CNE/CP nº 1/2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena; - Resolução CNE/CP nº 2/2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica, em nível superior; - Resolução CNE/CP n° 001/2006; - Parecer CNE/CP n° 005 5/2005; - Parecer CNE n° 003/2006; - Resolução CNE n° 1 de 30 de maio de 2012; - Resolução CNE n° 2 de 15 de junho de 2012; - Lei N° 12.796/2013, que altera a Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996 e 25 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Conforme Relatório do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia resultam, pois, do determinado na legislação em vigor, assim como de um longo processo de consultas e de discussões, em que experiências e propostas inovadoras foram tencionadas, avaliações institucionais e de resultados acadêmicos da formação inicial e continuada de professores foram confrontados com práticas docentes, possibilidades e carências verificadas nas instituições escolares. A estruturação curricular foi concebida em consonância com o perfil do egresso e a legislação vigente, definindo assim a identidade do curso. Tal amarração permitiu à IES criar uma grade curricular atual, abrangente, bem estruturada e com garantias ao estudante de estar recebendo uma instrução de nível compatível ao padrão nacional. 4.2 Conteúdos Curriculares (3220h) Estrutura Curricular embasada na Resolução CNE/CP nº 02/2015 (BRASIL, 2015) O curso de Licenciatura em Pedagogia, conforme preconiza a Resolução CNE/CP nº 02/2015 (BRASIL, 2015), está organizado por componente curricular, considerando a formação para o exercício integrado e indissociável da docência na Educação Básica, que inclui o ensino e a gestão dos processos educativos escolares e não escolares e a produção e difusão do conhecimento científico, tecnológico e educacional. A matriz proposta neste Projeto Pedagógico apresenta o caminhar formativo do estudante no curso e está estruturada por meio da garantia da base comum nacional prevista nas orientações curriculares, constituindo-se de 3.220 (três mil e duzentas e vinte) horas de efetivo trabalho acadêmico distribuídas ao longo de 8 (oito) semestres, compreendendo: o 2.220 (duas mil e duzentas e vinte) horas dedicadas às atividades formativas estruturadas pelos núcleos I e II distribuídas ao longo do processo formativo; 26 o 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular, estruturadas nos núcleos I e II, distribuídas ao longo do processo formativo; o 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio orientado, estruturadas no núcleo II, na área de formação e atuação na Educação Básica; o 200 (duzentas) horas de atividades complementares teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos estudantes, definido no núcleo III, por meio da iniciação científica, da iniciação à docência, da extensão, da monitoria, entre outras. Os componentes curriculares estão vinculados aos núcleos de formação I, II e III, explicitados na Resolução CNE/CP nº 02/2015 (BRASIL, 2015), respeitando a diversidade nacional e regional proposta neste projeto. 4.2.1 Núcleo I: Formação geral, interdisciplinar, educacional e de metodologias Atividades Formativas Núcleo I Período CH Oficina de Produção de Textos Primeiro 60 Educação, Cultura e Sociedade Primeiro 60 Educação a Distância, Comunicação e Tecnologia Primeiro 30 Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação Primeiro 30 Estudo da Língua Brasileira de Sinais Primeiro 30 Educação e Meio Ambiente Segundo 30 Métodos e Técnicas de Estudo Segundo 30 Introdução às Ciências Sociais Segundo 60 Filosofia Segundo 60 Educação Especial e Inclusiva Segundo 30 Didática Geral Terceiro 30 Sociologia da Educação Terceiro 30 História e Cultura Afro- Brasileira e Indígena Terceiro 30 História Econômica, Política e Social do Brasil Terceiro 60 27 4.2.2 Núcleo II – Aprofundamento da área de atuação profissional Atividades Formativas Núcleo II Período CH Introdução à Pedagogia Segundo 30 História da Educação Terceiro 60 Conteúdo e Metodologia do Ensino da Geografia e da História Terceiro 60 Conteúdo e Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa Quarto 60 Didática Específica Quarto 60 Corpo e Movimento Quarto 30 Literatura e Educação Quarto 30 Psicologia Social Quarto 30 Conteúdo e Metodologia do Ensino da Matemática Quarto 60 Análise e Interpretação de Dados Quarto 30 Movimentos Sociais e Educação Terceiro 30 Avaliação Educacional Quinto 30 Educação Quilombola e Indígena Quinto 30 Educação Brasileira Sexto 30 Ética e Cidadania Sexto 30 Estado e Políticas Públicas Sexto 30 Inglês Instrumental Sétimo 30 Escola e Currículo Sétimo 30 Educação de Jovens e Adultos Sétimo 30 Psicologia da Educação Sétimo 30 Artes e Linguagens Audiovisuais Oitavo 30 Mídia e Política Oitavo 30 Carga Horária Total Atividades Formativas Núcleo I 960 28 Alfabetização e Letramento Quinto 60 Oficina de Leitura Quinto 60 Prática Docente na Educação Infantil Quinto 60 Estágio Orientado Ped I Quinto 30 Estágio Orientado Ped II Sexto 30 Arte e Educação Sexto 30 Política e Gestão nas Organizações Sexto 30 Conteúdo e Metodologia do Ensino das Ciências Sexto 60 Prática Docente nos Anos Iniciais Sexto 60 Organização do Trabalho Pedagógico Sétimo 60 Estágio Orientado Ped III Sétimo 30 Educação Não-Escolar Sétimo 30 Elaboração de Projetos Sétimo 30 Elaboração e Análise de Projetos Educacionais Sétimo 30 Fundamentos e Concepções de Orientação Educacional e Profissional Oitavo 60 Fundamentos e Concepções de Administração e Gestão Escolar Oitavo 60 Fundamentos e Concepções de Supervisão e Coordenação Pedagógica Oitavo 60 Trabalho de Conclusão de Curso Oitavo 60 Carga Horária Total Atividades Formativas Núcleo II 1260 4.2.3 Núcleo III - Estudos Integradores para enriquecimento curricular – Atividades Complementares Estudos Integradores para enriquecimento curricular Núcleo III CH Atividades Complementares 200 29 4.2.4 Estágio Obrigatório (400h) Em atenção à Lei nº 11.788, de 25/09/2008, do Parecer CNE / CEB nº 30/2001, das Diretrizes Curriculares Nacionais, demais dispositivos legais e da Instrução Normativa 002/2018, a prática de estágio curricular visa à integração dos conhecimentos teóricos, específicos e procedimentais acumulados ao longo do curso com o ambiente prático de exercício profissional. Tal dimensão prática deverá explorar conhecimento presente, tanto nos momentos em que se trabalha a reflexão sobre a atividade profissional, como naqueles em que se exercita a atividade profissional. A execução das atividades do estágio estará apoiada nas reflexões desenvolvidas no Curso e sua avaliação refletirá a visão crítica da teoria e da estrutura curricular. Desse modo, conforme prevê a Resolução CNE/CP 2/2002, o estudante ingressante nas práticas de estágio curricular contará com uma equipe de formadores, composta pelo professor orientador, na IES, e um supervisor, no local onde realizar as atividades de estágio obrigatório ou não obrigatório. Tais práticas terãoinício a partir da segunda metade do curso. Nos cursos de licenciatura contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), haverá iniciação à articulação teórico-prática já na primeira metade do curso e, para isso, dentro das rubricas dos subprojetos e mediante a submissão de editais, os estudantes selecionados terão reuniões periódicas com professor da IES designado para coordená-los e terão trabalho supervisionado desenvolvido em unidade escolar de educação pública conveniada. Nos cursos de licenciatura contemplados pelo Programa Residência Pedagógica (PRP), as práticas, daqueles alunos aprovados nos termos dos editais dos subprojetos, integrarão, por meio de aproveitamento curricular, parte dos pré- requisitos do estágio curricular. Dada a organização das faculdades em setores estratégicos, a Coordenação de Estágios e Mercado de Trabalho (CEMT) é o departamento responsável por acompanhar o andamento dos estágios, recomendar a realização de convênios e parcerias com instituições receptoras de estagiários das Faculdades, coordenar eventos de divulgação de oportunidades de estágios e interfaces com o mercado de trabalho, orientar professores da disciplina de estágio orientado, recolher e arquivar documentos que comprovem a realização dos estágios, bem como supervisionar a 30 correta realização dos estágios por parte dos estudantes da IES. A seguir, serão apresentados alguns dos artigos da Instrução Normativa 002/2018, que regulamenta as práticas de estágio na IES. Tal instrução atualiza aquela de número 007/2010: Art. 1º O estágio é o ato educativo desenvolvido de maneira orientada e supervisionada no ambiente de trabalho, nos termos da Lei nº 11.788 de 25/09/2008, que visa à preparação para o trabalho produtivo dos alunos regularmente matriculados nos cursos das Faculdades Integradas Campo-Grandenses. § 1º O estágio é parte componente, indissociável, do projeto pedagógico de cada curso. § 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização da matriz curricular do curso. § 3º O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza. § 4º O estágio deverá ser cumprido com um mínimo de 2 (duas) e um máximo de 6 (seis) horas diárias e 30 horas semanais. Art. 5º São duas modalidades de estágio orientado: a) estágio obrigatório; b) estágio não obrigatório; Art. 6º São quatro os tipos de estágio orientado: a) estágio nas Licenciaturas; b) estágio no curso de Licenciatura em Pedagogia; c) estágio no curso de Bacharelado em Administração d) estágio no curso de Bacharelado em Sistemas de Informação; e e) estágio nos cursos de Tecnologia. Parágrafo Único: nos cursos mencionados nos itens a), b) e d) a prática de estágio é de caráter obrigatório, já, para aqueles cursos versados nos itens, c) e e), considera-se uma atividade acadêmica de teor opcional, havendo, contudo, disciplina específica dentro da matriz curricular e a possibilidade da realização de estágios não obrigatórios. Os estudantes dos cursos indicados em a), b) e d) também poderão realizar estágios não obrigatórios que não poderão ser levados em consideração para o cálculo da carga horária daquele componente obrigatório. Art. 7º O estágio orientado, nos cursos de licenciaturas, objetiva fazer com que o aluno- estagiário: a) conheça a realidade do ensino formal e informal, através da pesquisa científica, da observação e da reflexão; b) perceba a importância da integração entre as diversas áreas do conhecimento para a construção do trabalho interdisciplinar; c) profissionalize-se através de vínculos entre ação e reflexão, de modo a tornar sua ação comprometida com uma visão mais interdisciplinar do conhecimento; e d) capacite-se para a realização de um trabalho fundamentado na pesquisa pedagógica. Art. 8º O estágio orientado obrigatório nas licenciaturas será realizado em escolas do ensino básico, a partir da segunda metade dos cursos, compreendendo as seguintes atividades e cargas horárias: 31 ATIVIDADE E CARGA HORÁRIA PARA O ESTÁGIO ORIENTADO NOS CURSOS DE LICENCIATURA ATIVIDADES PERÍODOS/CARGAS HORÁRIAS TOTAIS 6º período (Estágio Orientado I) 7º período (Estágio Orientado II) I – Declaração de visita a espaço de educação não tradicional (EJA, Educação Indígena e Quilombola, Educação no Campo e/ou Educação Especial). 20 20 40 II – Elaboração de Plano de Atividade do Estágio 15 15 60 III – Registro das observações realizadas nas turmas da escola selecionada pelo estagiário. 30 30 60 IV – Registro das atividades de regência realizadas nas turmas da escola selecionada pelo estagiário. 30 30 60 V- Regência simulada realizada na IES 20 20 40 VII- Planos de aula das atividades de regência simulada. 15 15 30 VIII – Registro de observações sobre a realidade do contexto escolar e seus membros. 30 30 60 IX – Elaboração do relatório final de estágio e entrega de declaração constando as 60 horas de observação e regência na unidade escolar escolhida 40 40 80 TOTAIS 200 200 400 § 1º Durante a visita ao espaço de educação não tradicional, o estudante terá de registrar informações que deverão ser contempladas, em parte específica do relatório final de estágio, bem como utilizar-se de tais registros de observação para debates nas aulas da disciplina de Estágio Orientado, proporcionando, assim, uma análise mais ampla sobre as diferentes modalidades de educação e atendendo ao previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura. §2º O Plano de Atividades será um documento descritivo elaborado sob as orientações do professor da disciplina de Estágio Obrigatório e descreverá detalhadamente o planejamento do semestre de atividades de estágio, tanto na IES, quanto na unidade escolar escolhida e será elaborado através de sólida reflexão e embasamento teórico. §3º A observação do contexto escolar, realizada na escola selecionada pelo aluno-estagiário, a partir da vigência do contrato de estágio, objetiva permitir o contato do aluno com a realidade educacional, especialmente nos aspectos que dizem respeito às situações que envolvem professor e alunos em sala de aula, e, também, com a realidade escolar, desde a infraestrutura e a utilização de espaços, até as relações humanas dentro da escola e entre a escola e a comunidade. § 3º A regência, atividade realizada na escola selecionada pelo aluno-estagiário a partir da vigência do contrato de estágio, objetiva permitir ao aluno-estagiário ministrar aulas e/ou desenvolver outras atividades letivas, sob a orientação do professor da instituição concedente do estágio. § 4º A realização da regência simulada, ao longo das atividades de orientação como o professor de estágio orientado, objetiva possibilitar ao aluno o contato com a prática pedagógica a partir das leituras, das elaborações do plano de aula e de materiais pedagógicos, da regência e dos debates propostos pelo professor-orientador. § 5º A elaboração dos Planos de Aula e demais materiais didáticos utilizados para as atividades de regência simulada visam a instrumentalizar o futuro docente em tal prática permitindo uma 32 ampla reflexão sobre a aplicação de técnicas, métodos e procedimentos didáticos no processo de ensino-aprendizagem. § 6º O registro de obsevações do contexto escolar objetiva fazer com que o aluno-estagiário, a partir da observação das atividades desenvolvidas em sala de aula, visita guiada pelos espaços escolares, entrevistas com docentes, discentes e funcionários da unidade escolar, seja capaz de analisar as condições técnico-pedagógicas das atividades na instituição cedente do estágio. § 7º A elaboração dos relatórios de estágio objetiva fazer com que o aluno-estagiário desenvolva, sob a forma de exposição escrita, as atividades realizadas durante o estágio,com base no plano de estágio proposto pelo professor de Estágio Orientado. Além da entrega do referido documento, o estagiário deve entregar declaração de conclusão de estágio fornecida pela instituição cedente. Art. 9º Os alunos que estejam, durante a realização do curso, no exercício de atividade docente regular na educação básica, por um período de, no mínimo, um ano, poderão ter redução de 140 horas na carga horária do estágio orientado obrigatório, nos termos do Parágrafo único do Art. 1º do Parecer CNE/CP 28/2001, de 2/10/2001, devendo cumprir as seguintes atividades: a) sexto período: Declaração de visita a espaço de educação não tradicional (20 horas), Regências Simuladas (20 horas), Observação (10 horas), Regência (15 horas), Plano de Aula (15 horas), Registro de Observações (20 horas) e Relatório Final (40 horas); e b) sétimo período: Declaração de visita a espaço de educação não tradicional (20 horas), Regências Simuladas (20 horas), Observação (10 horas), Regência (15 horas), Plano de Aula (15 horas), Registro de Observações (20 horas) e Relatório Final (40 horas). Art. 10 O estágio orientado obrigatório, no curso de Pedagogia, objetiva fazer com que o aluno- estagiário: a) compreenda o papel do docente da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental regular e na modalidade jovens e adultos; b) desenvolva o estágio junto às escolas de educação infantil e de séries iniciais do ensino fundamental, direcionado à gestão e organização do trabalho pedagógico; c) conheça as propostas federal, estadual e municipal para a educação infantil e para as séries iniciais do ensino fundamental; e d) relacione a teoria e a prática quanto à função administrativa e pedagógica do gestor em organizações escolares (públicas e privadas) e organizações não-escolares. Art. 11 O estágio orientado obrigatório, no curso de Pedagogia, será realizado em espaços educacionais, a partir da segunda metade dos cursos, compreendendo as seguintes atividades e cargas horárias: 33 ATIVIDADE E CARGA HORÁRIA PARA O ESTÁGIO ORIENTADO NO CURSO DE PEDAGOGIA ATIVIDADES CARGAS HORÁRIAS TOTAIS 5º período (Estágio Orientado I) Ed. Infantil 6º período (Estágio Orientado II) Ens. Fundamental 7º período (Estágio Orientado III) Espaço Não- Escolar e Curso Normal I – Declaração de visita a espaço de educação não tradicional (EJA, Educação Indígena e Quilombola, Educação no Campo e/ou Educação Especial). - - 20 20 II – Elaboração de Plano de Atividade do Estágio 10 10 20 40 III – Registro das observações realizadas nas turmas da escola selecionada pelo estagiário. 30 30 - 60 IV – Registro das atividades de regência realizadas nas turmas da escola selecionada pelo estagiário. 30 30 - 60 V- Planos de aula da regência simulada. 05 05 - 10 VI – Atividade de Regência Simulada na IES 05 05 - 10 VII – Registro de observações sobre a realidade do contexto escolar e seus membros. 30 30 - 60 VIII – Elaboração do relatório final de estágio e entrega de declaração constando as 60 horas de observação e regência na unidade escolar escolhida 40 40 40 120 XI – Registro de visita em instituição não escolar devidamente assinado pelo responsável por acompanhar o estagiário. - - 10 10 X – Registro de visita em instituição de formação técnica de professores em nível Médio (Curso Normal). - - 05 05 XI – Registro de observação de atuação de supervisor, coordenador, orientador ou gestor em instituição educacional. - - 05 05 TOTAIS 150 150 100 400 § 1º Durante a visita ao espaço de educação não tradicional, o estudante terá de registrar informações que deverão ser contempladas, em parte específica do relatório final de estágio, bem como utilizar-se de tais registros de observação para debates nas aulas da disciplina de Estágio Orientado, proporcionando, assim, uma análise mais ampla sobre as diferentes modalidades de educação e atendendo ao previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura. §2º O Plano de Atividades será um documento descritivo elaborado sob as orientações do professor da disciplina de Estágio Obrigatório e descreverá detalhadamente o planejamento do semestre de atividades de estágio, tanto na IES, quanto na unidade escolar escolhida e será 34 elaborado através de sólida reflexão e embasamento teórico. §3º A observação do contexto escolar, realizada na escola selecionada pelo aluno-estagiário, a partir da vigência do contrato de estágio, objetiva permitir o contato do aluno com a realidade educacional, especialmente nos aspectos que dizem respeito às situações que envolvem professor e alunos em sala de aula, e, também, com a realidade escolar, desde a infraestrutura e a utilização de espaços, até as relações humanas dentro da escola e entre a escola e a comunidade. § 4º A regência, atividade realizada na escola selecionada pelo aluno-estagiário a partir da vigência do contrato de estágio, objetiva permitir ao aluno-estagiário ministrar aulas e/ou desenvolver outras atividades letivas, sob a orientação do professor da instituição concedente do estágio. § 5º A realização da regência simulada, ao longo das atividades de orientação como o professor de estágio orientado, objetiva possibilitar ao aluno o contato com a prática pedagógica a partir das leituras, das elaborações do plano de aula e de materiais pedagógicos, da regência e dos debates propostos pelo professor-orientador. § 6º A elaboração dos Planos de Aula e demais materiais didáticos utilizados para as atividades de regência simulada visam a instrumentalizar o futuro docente em tal prática, permitindo uma ampla reflexão sobre a aplicação de técnicas, métodos e procedimentos didáticos no processo de ensino-aprendizagem. § 7º O registro de obsevações do contexto escolar objetiva fazer com que o aluno-estagiário, a partir da observação das atividades desenvolvidas em sala de aula, visita guiada pelos espaços escolares, entrevistas com docentes, discentes e funcionários da unidade escolar, seja capaz de analisar as condições técnico-pedagógicas das atividades na instituição cedente do estágio. § 8º A elaboração dos relatórios de estágio objetiva fazer com que o aluno-estagiário desenvolva, sob a forma de exposição escrita, as atividades realizadas durante o estágio, com base no plano de estágio proposto pelo professor de Estágio Orientado. Além da entrega do referido documento, o estagiário deve entregar declaração de conclusão de estágio fornecida pela instituição cedente. § 9º Visitas de observação em instituições escolares e não-escolares: as visitas deverão ser realizadas pelos alunos no último estágio orientado de modo a permitir a reflexão sobre o papel do licenciado em pedagogia: a) na área de gestão escolar e do trabalho dos profissionais de educação ligados à supervisão, orientação, coordenação e administração; b) na área de atuação educacional em espaços não formais de educação como empresas, museus, centros de ciência, classes hospitalares, associações, presídios, entre outros. § 10. O registro de visita em instituições técnicas de formação de professores visa ao preparo do estagiário para tais práticas profissionais em nível Médio, nas diferentes disciplinas que abrangem o processo formativo dos estudantes de cursos normais para a formação inicial de docentes. § 11. O registro de observação da atuação de gestor, coordenador, supervisor ou orientador visa ao preparo do estagiário para tais práticas profissionais atreladas às respectivas aulas de fundamentação teórica vinculadas ao curso. § 12. Os alunos do Curso de Pedagogia que já estejam no exercício de atividade docente regular na educação básica, por um período de, no mínimo, um ano, poderão ter redução de 190 horas na carga horária do estágio orientado, devendo cumprir as seguintes atividades:35 ATIVIDADES CARGAS HORÁRIAS TOTAIS 5º período (Estágio Orientado I) Ed. Infantil 6º período (Estágio Orientado II) Ens. Fundamental 7º período (Estágio Orientado III) Espaço Não-Escolar e Curso Normal I – Declaração de visita a espaço de educação não tradicional (EJA, Educação Indígena e Quilombola, Educação no Campo e/ou Educação Especial). - - 20 II – Elaboração de Plano de Atividade do Estágio 05 05 20 IV – Registro das atividades de regência realizadas nas turmas da escola selecionada pelo estagiário. 15 15 - V- Planos de aula da regência simulada. 05 05 - VI – Atividade de Regência Simulada na IES 05 05 VIII – Elaboração do relatório final de estágio e entrega de declaração constando as 60 horas de observação e regência na unidade escolar escolhida 15 15 15 45 XI – Registro de visita em instituição não escolar devidamente assinado pelo responsável por acompanhar o estagiário. - - 10 X – Registro de visita em instituição de formação técnica de professores em nível Médio (Curso Normal). - - 05 05 XI – Registro de observação de atuação de supervisor, coordenador, orientador ou gestor em instituição educacional. - - 05 05 TOTAIS 45 45 120 210 Art.12 O aluno-estagiário do estágio orientado obrigatório das licenciaturas e do curso de Pedagogia poderá elaborar e desenvolver projetos de interesse do colégio em que estiver estagiando, tais como oficinas, laboratórios, seminários, mostras, construção de materiais pedagógicos e atividades culturais, com temáticas compatíveis com as linhas de pesquisa de seu curso, desde que supervisionado pelo professor da instituição concedente do estágio e pelo professor orientador das Faculdades. Art.13 Os alunos das licenciaturas e do curso de Pedagogia poderão realizar seus estágios obrigatórios no Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis (CAEL), mantido pela Fundação Educacional Unificada Campograndense, sob as seguintes regras: I - São atribuições do CAEL: a) solicitar o preenchimento de vagas para aluno-estagiário por meio de ofício entregue à Secretaria Geral das Faculdades; b) elaborar o cronograma e planejamento de estágio de acordo com o estabelecido nos Planos de Estágio das Faculdades; c) definir a programação das atividades a serem realizadas pelo aluno-estagiário; d) fornecer ao aluno-estagiário todas as informações necessárias para o desenvolvimento do estágio; e e) fornecer, no término do estágio, a declaração de conclusão de estágio, de acordo com o modelo fornecido pelas Faculdades. II - São atribuições da Secretaria das Faculdades: a) receber do CAEL o ofício de solicitação de aluno-estagiário; e b) encaminhar o ofício de solicitação de aluno-estagiário ao respectivo Coordenador de Curso, para ciência e encaminhamento de estagiários. Art. 18 Considerar-se-á aprovado no estágio orientado obrigatório o aluno que cumprir integralmente as atividades definidas no plano de disciplina e a carga horária mínima prevista no Plano de Estágio. PARÁGRAFO ÚNICO: Por se tratar de uma disciplina do currículo dos estudantes, serão atribuídas notas entre 6.0 e 10.0 para os alunos aprovados, a depender de seu desempenho nas atividades específicas e produções descritas em seu plano de estágio. 36 Art. 19 São atribuições do Coordenador de Estágios e Mercado de Trabalho: a) providenciar a celebração de convênios entre as Faculdades e as instituições selecionadas, receptoras de estagiários das Faculdades; b) na ausência do Coordenador do Curso, providenciar e assinar Termo de Compromisso de Estágio entre as Faculdades, o aluno e a instituição receptora do estagiário; c) orientar e supervisionar a atuação dos professores-orientadores de estágio para que se cumpram as regras gerais dos estágios estabelecidas nesta Instrução Normativa; d) avaliar, em conjunto com os Coordenadores de Curso, as instituições concedentes de estágio; e e) promover os registros do estágio não-obrigatório no prontuário do aluno. Art. 20 São atribuições do Coordenador de Curso no âmbito do estágio obrigatório: a) divulgar, junto ao professor-orientador, a solicitação de aluno-estagiário; b) providenciar e assinar Termo de Compromisso de Estágio não remunerado entre as Faculdades, o aluno e a instituição receptora do estagiário; d) elaborar os planos de disciplinas para os Estágios Orientados em conjunto com os professores-orientadores; e) orientar e supervisionar a atuação dos professores-orientadores de estágio para que se cumpram as atividades propostas nos planos de disciplinas; f) indicar, juntamente com o professor-orientador, o aluno-estagiário apto a desenvolver projetos de estágio; g) verificar e assinar o prontuário do aluno, preenchido pelo professor-orientador, e encaminhá- lo à Secretaria Geral; e h) avaliar, junto com o Coordenador de Estágio e Mercado de Trabalho, as instituições concedentes de estágio. Art. 21 São atribuições do professor-orientador no estágio obrigatório: a) elaborar os planos de disciplinas para os Estágios Orientados em conjunto com o coordenador de curso; b) dar ciência ao aluno-estagiário dos documentos necessários para a realização do estágio e fornecer todas as informações que se fizerem necessárias para a realização do estágio; c) orientar os alunos quanto às atividades propostas no Plano de Estágio, relatando ao Coordenador de Curso, ao final do período letivo, as atividades desenvolvidas e os benefícios alcançados pelo aluno-estagiário no decorrer do estágio; d) acompanhar o desenvolvimento das tarefas previstas no Plano de Estágio, registrando o cumprimento das devidas etapas no prontuário do aluno; e) avaliar o aluno-estagiário de acordo com as normas previstas no plano de disciplina do Estágio Orientado; f) elaborar e fixar, em cronograma próprio, os prazos e datas de entrega pelo aluno-estagiário dos documentos comprobatórios para o cumprimento do estágio; g) selecionar, mediante critérios estabelecidos no plano de disciplina de Estágio Orientado, aluno-estagiário para desenvolver projetos de estágio; e h) manter atualizado, assinar e entregar o prontuário dos alunos ao Coordenador de Curso na data prevista no cronograma de estágio. Art. 22 São atribuições do aluno-estagiário no estágio obrigatório: a) estar regularmente matriculado nas Faculdades; b) cumprir, integralmente, as atividades previstas no Plano de Estágio das Faculdades; c) escolher o local onde deseja estagiar; c) assinar e cumprir, na íntegra, o Termo de Compromisso de Estágio; d) ser assíduo, pontual e cumprir, integralmente, o horário estabelecido pela instituição onde estiver estagiando; e) cumprir as atividades propostas para o estágio na instituição onde estiver estagiando; f) conhecer e respeitar as normas administrativas da instituição onde estiver estagiando; g) responsabilizar-se pelo material que lhe for confiado durante o estágio; h) apresentar ao professor orientador das Faculdades, nas datas determinadas, todos os documentos exigidos para a realização do plano de estágio; e i) assistir ao número de aulas previstas no cronograma e/ou plano de disciplina de Estágio 37 Orientado. Art. 23 O estágio orientado obrigatório nos cursos de Tecnologia deverá ser realizado nos termos dos respectivos projetos pedagógicos e Diretrizes Curriculares dos cursos. Art. 24 O estágio orientado não obrigatório será realizado por iniciativa dos alunos e apoio da Coordenadoria de Estágios e Mercado de Trabalho. Art. 26 As Faculdades manterão um modelo de Contrato de Estágio e de Termo de Compromisso de Estágio, a ser utilizado quando a instituição selecionada pelo aluno-estagiário não dispuser de modelo próprio. 4.2.5 Atividades Complementares (200h) Regulamentado internamente pela instrução normativa 006/2005 e atualizado a partir da RESOLUÇÃO Nº2, DE 1ºDE JULHO DE 2015 que estabelece o núcleo III de estudos integradores
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