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Bruna Braga Barbosa Precórdio - Semiologia Médica I 31/10/22. Fonte: Mário Lopez capítulo 21 (slide 178 do livro em pdf). Posição habitual do coração: está no Mediastino médio, em posição oblíqua (mais a esquerda do que a direita). Sendo assim, o ápice do coração é formado pela região apical do ventrículo esquerdo. Existem situações que modificam a posição cardíaca: - Uma delas que não é um defeito congênito é o deslocamento do coração devido atelectasias (o mediastino desloca pro lado mais vazio, lado ipsilateral do problema), Derrame e Pneumotórax (o volume empurra o coração para o lado oposto ao problema), Cifoescoliose ou Pectus Excavatum (empurram pro lado direito). - Levocardia isolada: o coração está no lugar certo, mas as vísceras torácicas quase totais estão invertidas. (B) - Dextrocardia Imagem em Espelho: é um Situs inversus totalis, vísceras e coração invertido. (C) - Dextroversão ou Situs solitus: o coração não sofreu a rotação e sua ponta permaneceu para a direita, virada para o fígado. (D) Sequência do exame físico: - A direita do paciente - cabeceira 30º - tórax desnudo - luvas - higiene dos materiais antes e depois Precórdio: região imaginária onde se projeta o coração e os vasos de bases. Ângulo de Louis: será a referência de onde estão os vasos de base. Lembrando que ele fica na direção do 2º espaço intercostal. : Relembrar: Regiões do precórdio: 1 Fúrcula esternal: onde estará a crossa da aorta (curvatura da aorta) 2 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal: onde estará a aorta ascendente 3 2º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal: onde estará a artéria pulmonar 4 3º e 4º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal: onde estará o átrio esquerdo. 5 5º e 6º espaço intercostal direito na linha paraesternal: onde estará o átrio direito. 6 sub apêndice xifóide na linha medioesternal: estará ventrículo direito, aorta abdominal ou fígado. 7 5º e 6º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal: estará o ventrículo direito. 8 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular: ictus cordis (ou seja, ápice do coração, logo, ventrículo esquerdo). Onde terá o impulso cardíaco apical. Inspeção Jogue luz tangencialmente em cada região do precórdio para ver se tem batimentos. O normal é ter apenas no Ictus, ou na fúrcula caso o paciente seja muito magro. *Segundo o Mário Lopez, na própria inspeção é possível encontrar o Ictus, mas caso isso não acontece, deve-se colocar toda a palma da mão na região da linha paraesternal até a axilar anterior e se concentrar para sentir a pulsação, depois disso marca com um ou dois dedos exatamente onde sentir e este será o ictus cordis- Isso será feito na palpação da 8º região do precórdio. Sobre o Ictus normal: ele nos permite analisar o impulso cardíaco apical, que é a causado pela contração do VE. Ele será composto por dois movimentos sistólicos: um precoce, que é para fora aproximando o ventrículo da parede torácica e um tardio que é de retração. Sendo assim o ICA não é como os batimentos do pulso, ele pulsa e dá uma tremida. OBS: quando o ICA é de difícil identificação a apnéia pós expiratória ajuda na observação. Então pode solicitar que o paciente prolongue a expiração. Descrição do ictus normal: deve conter localização, extensão, duração, amplitude, velocidade de deslocamento anterior e se é único ou duplo.’’Ictus normal no quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda com duas polpas digitais e móvel.’’ ● Local: 5º espaço intercostal, em algumas pessoas até no 4º. Ficando a uns 10 cm da linha medioesternal ou sobre a hemiclavicular. ● Extensão: de 2 cm, correspondente a quase duas polpas digitais. ● Duração: curta (dura menos que a metade da sístole inteira). ● Amplitude: pequena, não elevando o dedo que palpa nem fazendo resistência à compressão. E a velocidade de ascensão também é discreta a moderada, podendo se modificar com ansiedade e atividade física. E a pulsação é facilmente apagável se pressionar. ● Mobilidade: é móvel, ao mudar de posição ele desloca-se de 2 a 3 cm. Em posição de decúbito lateral para esquerda: sua extensão aumenta para 2 polpas (mais que isso já é característico de hipertrofia do VE), a amplitude e velocidade também aumenta, ele se move mais para a esquerda mas se for muito já é suspeito. OBS: a localização é a informação menos precisa sobre Hipertrofia VE, porque alguns pacientes podem estar hipertrofiados mas com volume cardíaco normal e não terão o desvio. Então o mais fidedigno são extensão e duração. OBS: na Hipertrofia Ventricular esquerda pode ocorrer então o desvio mais para esquerda e inferior para o 6º espaço intercostal, a extensão pode ocupar mais de dois dígitos, se puder ser palpado em mais de um espaço intercostal significa que o volume ventricular está aumentado. Ictus em hipertrofia - sobrecarga de pressão: chama-se Cupuliforme ou Propulsivo. Sua localização não ultrapassa a linha hemiclavicular; a pulsação não se apaga ao pressionar; duração aumentada; sua extensão se mantém em até duas polpas digitais. ● HAS ● Estenose aórtica ● Miocardiopatia hipertrófica. OBS: Os problemas de estenose das válvulas antes do ventrículo (mitral e tricúspide) não geram alterações nele mas sim no átrio, portanto a Estenose mitral não entra na lista de doenças que alteram o ictus. Ictus em dilatação - sobrecarga de volume: chama-se Globoso ou Dilatado. Sua localização em decúbito dorsal ultrapassa a linha hemi chegando na axilar; ocupa mais de duas polpas, mais de um espaço intercostal sendo mais difuso; a pulsação apaga facilmente ao pressionar; é móvel. ● Pós IAM ● Insuficiência mitral ● Insuficiência aórtica ● Chagas ● HAS de longa data não tratada. OBS: as insuficiências das válvulas antes do ventrículo (mitral e tricúspide) aumentam o volume pois na hora que o ventrículo faz força para ejetar acaba voltando sangue para átrio já que a válvula está aberta. Com isso, por exemplo, retorna 50ml pro átrio e já se junta com os 100ml da próxima diástole, indo para o ventrículo 150 ml ao invés de apenas 100ml. Condições em que há mudança de local ou ausência do ictus: Normal, obesidade, atelectasia (o mediastino se desloca para o lado prejudicado), derrame pleural (o mediastino se desloca para o lado oposto ao prejudicado). Palpação Deve ser na ordem das regiões. Estaremos na procura de batimentos, o fisiológico é não sentir. 1- dedo indicador e médio em garra na fúrcula. 2- localize o 2° espaço na linha paraesternal direita com o dedo indicador (terá batimento em caso de estenose ou insuficiência aórtica). 3- mesma coisa da região 2, só que do lado esquerdo (terá batimento em caso de hipertensão da artéria pulmonar, DPOC, estenose mitral grave). 4- localize o 3º e 4° espaços intercostal esquerdo na linha paraesternal e marca um com o indicador e outro com dedo médio (terá batimento em caso de aumento do átrio esquerdo, como na insuficiência mitral grave, porque nesse caso o sangue vai pro VE mas bate na parede e consegue retornar pro átrio já que a válvula não fecha, ou na estenose mitral). 5- localize o 5° e 6° espaços intercostais direito e coloque o indicador em um espaço e o dedo médio no outro (terá batimento nos casos de insuficiência tricúspide primária ou em decorrência de dilatação do VD). 6- coloque o polegar na região abaixo do apêndice xifóide; avisa o paciente que fará uma pressão que irá incomodar mas é rápido e pede autorização; pede para o paciente respirar fundo e segurar o ar e nisso você pressiona de baixo pra cima (se sentir batimento na ponta do dedo é o VD, se sentir nas laterais ou na polpa do dedo pode ser a aorta abdominal ou o fígado aumentados). 7- localize o 5 e 6° espaços intercostais esquerdos e coloque região tenar da mão sobre a região mantendo o polegar paralelo ao esterno. Avise ao paciente que fará uma pressão com as mãos que pode incomodar e peça autorização; depois com o braço esticado, fique na ponta do pé e jogue seu peso para o braço pressionar a região (terá batimentos em caso de aumento dovolume no VD como insuficiência tricúspide, Doença de Chagas, comunicação interatrial ou interventricular). 8- localize o 5º espaço intercostal esquerdo e o marque com o indicador da mão esquerda; com a mão direita você vai colocar o dedão na fúrcula e o dedo médio na região do acrômio, com o dedo médio você vai descendo em linha reta para traçar a linha hemiclavicular. O ictus está no encontro dos dedos indicadores (o que marquei o 5º espaço e o que traçou a linha hemi). Após localizar espalme a mão para sentir a pulsação nessa região; depois disso onde pulsou marque com polpas digitais para ver quantas o espaço ocupa; e desce os dedos para o 6º espaço depois sobe para o 4º isso para verificar se o ictus não está ocupando mais de um espaço intercostal. Por fim, espalme a mão novamente para sentir a pulsação e solicite que o paciente vire para o lado esquerdo colocando a mão dele atrás da cabeça, isso para verificar se o ictus se move.
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