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PEDIATRIA Infecçã� d� Trat� Urinári� - Aul� Medce� Pergunta Norteadora: Quando devemos suspeitar de uma ITU em crianças e como devem ser a investigação e o tratamento? Prevalência No primeiro ano de vida prevalece no sexo masculino devido à infecções neonatais. Na fase neonatal é mais comum observarmos sepse no sexo masculino e, por disseminação hematogenica, temos a infecção de trato urinário. Passada a fase neonatal (principalmente depois de 1 ano), temos uma inversão de prevalência para as meninas, com uma razão de 1 para 10. Etiologia Destaca-se as bactérias do períneo, principalmente a E. coli nas meninas (cerca de 75 a 90%). Nos meninos temos um certo equilíbrio entre E. coli e Proteus. Há uma etiologia viral onde temos ITU como cistite hemorrágica, a cistite hemorrágica por Adenovírus. A ITU pode levar à Insuficiência Renal Crônica se não tratada pelo tempo correto e se não estamos atentos a ela e há repetição por muitos ciclos, levando a lesões renais e, posteriormente, insuficiência renal. Apresentações Clínicas Pielonefrite → Acometimento do parênquima renal Cistite → Infecção limitada à bexiga Bacteriúria Assintomática → Não há de fato uma infecção, há presença de bactérias na urina. Pielonefrite Sinais e sintomas Dor abdominal Febre → ITU com febre sempre há o risco de uma Pielonefrite. Náuseas Vômitos Mal estar geral e prostração Pielonefrite é sinônimo de envolvimento do parênquima renal, o que leva a uma lesão renal e, posteriormente, uma cicatriz pielonefritica. Em casos de repetições, pode-se ter insuficiência crônica. Cistite Sinais e sintomas Disúria → dificuldade para urinar PEDIATRIA Estrangúria → ardência ao urinar Dor suprapúbica Urina com mau cheiro A cistite não causa febre ou lesão renal, sendo menos grave e não demandando grande investigação. Bacteriúria assintomática Mais comum em mulheres, apresentando positividade em urinocultura e sem manifestações clínicas. Não há necessidade de tratamento exceto em gestantes, pois nelas pode haver evolução para uma cistite e pielonefrite. Fatores de Risco Sexo feminino → Uretra mais curta e mais próxima do ãnus Treinamento ao toalete → má higienização e limpeza da direçãoo anal-vaginal. Anormalidades anatômicas Refluxo vesicoureteral Bexiga neurogênica Atividade sexual em mulheres Constipação → fator mecânico leva a uma compressão do sistema urinário. A constipação aponta para uma dificuldade de controle esfincteriano, o que acena para problemas urinários. Patogênese Infecção ascendente na maioria das vezes no período pós neonatal, sendo raramente disseminação hematogênica. Bactérias com fímbrias p têm uma maior tendência de causar pielonefrite, uma vez que são capazes de realizar as aderências no urotélio e ascender até os rins. Essas bactérias são capazes de hemolisar o sangue do subtipo p. Diagnóstico O diagnóstico da ITU depende de dois exames somados. EAS (Urina I) → mostrando alteração inflamatória (leucócito, cilindro leucocitário, nitrito, etc.) Urocultura → Indicando o isolamento de uma única bactéria, colhido de maneira adequada e apresentando pelo menos 50.000UFC/mL Urinocultura Forma de coleta Jato médio → crianças maiores Saco coletor → usado muito na pediatria, principalmente em lactentes. Geradores de problemas pois, por mais que você faça a limpeza de maneira adequada, ainda há um valor. O grande valor é o seguinte: É dado todas as oportunidades para contaminação por bactérias da pele, portanto, se negativo, podemos confiar. PEDIATRIA Se urina colhida de saco coletor, mesmo que apresente todos os critérios (uma bactéria, acima de 50.000UFC/mL), ainda apresenta grandes chances de contaminação, sendo que, a princípio, será descartado. Sendo assim, coleta de urina em lactentes que ainda não tem controle sobre a urina é, normalmente, via punção suprapúbica ou cateterismo vesical, sendo mais confiável. Contaminação Semeadura precoce → ainda na primeira hora Geladeira Pielonefrite Quando há pielonefrite com febre há vantagens em colher hemocultura, uma vez que pode haver associação com sepse. Esse exame pode indicar o agente causador da infecção. Tratamento - Cistite Geralmente tratado com antibióticos orais, uma vez que temos um amplo espectro. Amoxicilina com Clavulanato Sulfadiazina Ciprofloxacino Eliminação renal, de maneira que a sua concentração ideal na urina auxilia na eficácia do tratamento de ITU. Tratamento - Pielonefrite O grande questionamento é sobre a necessidade de internação. Essa necessidade é relativa, podemos tentar o tratamento com antibiótico oral, porém, é necessário que o pct esteja em BEG, não estar toxêmico, acima de 2 meses. Caso contrário ou associada a outras condições, essa criança ficará internada para tratamento. Estudos de Imagem USG → Diante da primeira ITU com febre já há a indicação para solicitação do exame. Fundamental diante pielonefrite Cintigrafia renal com DMSA → Melhor exame para mostrar cicatrização pielonefrítica → atenção com infecções com febre com repetição Uretrocistografia Miccional → bom exame, indo pela uretra, alcançando bexiga e jogando contraste, observando se há refluxo para ureter. Partimos para esse exame a partir de uma segunda ITU com febre. Se o USG mostrar alteração no primeiro caso de ITU com febre, podemos partir para a uretrocistografia miccional. Urografia Excretora → muito utilizado antigamente para definição de problemas anatômicos Cistoscopia → na realidade pouco ajuda na ITU Academia Americana de Pediatria - Clinical Practice Guideline Manejo inicial de crianças com ITU e febre entre 2 e 24 meses Recomendação 1 PEDIATRIA Antibiótico para lactente com febre sem foco → pelo risco de apresentar uma ITU, recomendável colher urina antes da 1ª dose de forma adequada (PUNÇÃO SUPRAPÚBICA OU CATETERISMO VESICAL CASO NÃO SEJA POSSÍVEL JATO MÉDIO) Recomendação 2 Febre sem foco e sem necessidade de uso imediato de antibiótico → avaliar a probabilidade de ITU. Se tiver alta probabilidade, teste a urina nesse momento. Menina → menos de um ano com quadro febril com temperatura maior de 39°C há pelo menos 48 horas e ausência de outra fonte de infecção Menino → O maior fator de risco é se tem ou não circuncisão, sendo que não circuncidado tem 4 a 20X mais risco de desenvolver ITU; temperatura maior de 39°C, febre a mais de 24 horas e ausência de outra fonte de infecção Testagem de urina com duas opções: 1. Cateterismo vesical ou PSP para cultura 2. EAS com qualquer forma de coleta e, em caso de leucocitúria, nitrito + ou bacteriúria → realizar passo 1. Recomendação 3 Para o diagnóstico serão necessárias → Uroanálise com piúria ou bacteriúria + cultura mostrando no mínimo 50.000 UFC/mL de um único patógeno, em urina colhida por cateterismo ou PSP. Recomendação 4 Via de administração do antibiótico Pode ser via oral ou parenteral, ambulatorial ou internado, dependendo da aceitação da criança para sua eficácia. O tratamento deve durar de 7 a 14 dias Recomendação 5 ITU com febre Exame de imagem → Obrigatório no primeiro caso o pedido de USG renal e de vias urinárias. Uretrocistografia miccional após a 1ª ITU febril se alteração no USGe após a 2ª ITU febril com certeza. Recomendação 6 A uretrocistografia miccional não deve ser rotina após a 1ª ITU febril Indicada em caso de alterações no USG renal Indicada após a 2ª ITU febril Recomendação 7 PEDIATRIA Instrução aos pais após a 1ª ITU febril → alertar sobre quadros febris ao profissional de saúde para iniciar tratamento precoce, questionando a quimioprofilaxia precoce para refluxo vesicoureteral. Refluxo Vesicoureteral Fluxo retrógrado de urina da bexiga para o ureter e a pelve renal → facilita lesão renal por levar bactérias. Nefropatia do refluxo → HAS e Insuficiência Renal Crônica A classificação é feita com exame de imagem: I. Não há preenchimento total do ureter II. Vai até a pelve renal III. Vai até a pelve e há dilatação do ureter e da pelve IV. Além da dilatação anterior há uma discreta tortuosidade V. Grande tortuosidade com perda de parâmetros anatômicos *Resolução espontânea *Fatores favoráveis à resolução → unilateral e detecção precoce *Dificilmente há resolução espontânea, sendo necessária uma intervenção cirúrgica. Tratamento do RVU Tem por objetivos → evitar pielonefrite e evitar lesões renais Manejo pode ser clínico (ATB profilático) ou cirúrgico. Dentro do manejo de intervenção, temos a correção endoscópica do refluxo antes da cirurgia → injeção de substância na área de junção vesicoureteral para auxílio de fechamento do canal com contração vesical.
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