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TICS TETANO

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QUAIS AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO TÉTANO E SUA RELAÇÃO COM AS 
ALTERAÇÕES NO SISTEMA NERVOSO? 
 
Manifestações clínicas 
 
Após um período de incubação variável, os sinais e sintomas do tétano começam a surgir entre 
o quinto e décimo quinto dia após a aquisição da lesão. 
Dentre os principais sinais e sintomas do tétano pode-se encontrar: 
• Trismo: é a primeira manifestação clínica caracterizada pela contratura dos músculos da 
mastigação, que leva a dificuldade na abertura de boca; 
• Disfagia: relacionada à parte inicial e crítica da doença e a parte final, em que a principal queixa 
está relacionada à presença de engasgos ao deglutir; 
• Hipertonia dos músculos faciais: levam a presença do riso sardônico, que é um dos sinais que 
podem ser observados no paciente com tétano; 
• Dificuldade de deambular: causada pela hipertonia dos músculos inferiores; 
• Comprometimento da musculatura cervical; 
• Contratura dos músculos abdominais levando a dificuldades respiratórias; 
• Febre devido à infecção pela bactéria. 
Outros sinais e sintomas também podem ser encontrados no tétano, tais como: alteração da 
consciência, opistotono, contraturas paroxísticas. 
 
Sistema Nervoso 
 
Esporos de C. tetani geralmente penetram nas feridas contaminadas. As manifestações 
do tétano são causadas por uma exotoxina (tetanospasmina) produzida quando as bactérias 
são lisadas. A toxina entra nas terminações nervosas periféricas, liga-se de modo irreversível, 
então percorre de maneira retrógrada ao longo dos axônios e através das sinapses e, 
finalmente, entra no sistema nervoso central. Como resultado, a liberação de transmissores 
inibidores das terminações nervosas é bloqueada, causando assim estímulo muscular sem 
oposição por acetilcolina e espasticidade tônica generalizada, geralmente com sobreposição 
de convulsões tônicas intermitentes. A desinibição dos neurônios autônomos e a perda de 
controle da liberação de catecolamina adrenal causam instabilidade autonômica e um estado 
hipersimpático. Uma vez ligada, a toxina não pode ser neutralizada. 
Na maioria das vezes, o tétano é generalizado, acometendo os músculos esqueléticos 
ao longo do corpo. No entanto, às vezes, o tétano se localiza nos músculos perto da abertura 
de uma ferida. 
 
QUAL O MECANISMO DE AÇÃO DA TOXINA TETÂNICA NO SISTEMA 
NERVOSO CENTRAL E SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO? 
 
O clostridium tetani não é uma bactéria invasora, a infecção fica localizada estritamente 
na área do tecido desvitalizado, onde a germinação do esporo e o desenvolvimento do 
microorganismo na forma vegetativa poderão ocorrer com o auxílio do tecido necrótico, dos 
sais de cálcio e das células piócitas existentes no ferimento. 
A partir do ferimento, a toxina é liberada e liga-se às terminações dos nervos motores 
periféricos alfa e de uma forma retrógrada é transportada ao sistema nervoso central. 
O agente responsável pelo contágio é um bacilo esporulado que produz a tetanopasmina, 
uma neurotoxina muito potente, responsável pelo quadro de tétano. Para que os esporos 
tetânicos produzam tetanopasmina é necessário que, ao entrar em contato com a lesão, a bactéria 
encontre um ambiente anaeróbico. 
Depois de liberada pela bactéria, a toxina viaja por via linfática ou circulatória para 
realizar uma junção neuromuscular através de sinapse. Nesse momento, a tetanopasmina se une 
com os gangliosídios presentes nas membranas das terminações nervosas, que funcionam como 
receptores da toxina, gerando um ambiente ácido e ativando os canais iônicos da membrana. A 
toxina é transportada através dos axônios motores dentro de vesículas e ingressa no sistema 
nervoso central, nos cornos anteriores da medula espinhal, atuando sobre os interneurônios 
inibitórios espinhais surgindo assim os primeiros sintomas de hipertonia muscular. 
Habitualmente a hipertonia muscular manifesta-se de forma generalizada, em que a 
toxina difunde-se através da corrente sanguínea para outras terminações nervosas, sendo os 
nervos curtos os primeiro a serem afetados, o que explica o envolvimento sequencial de cabeça, 
tronco e membros. A forma localizada é rara, havendo nesse caso apenas envolvimento dos 
nervos que suprem os músculos proximais ao ferimento. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BUSH, Larry M.; VAZQUEZ-PERTEJO, Maria T. Tétano. Manual MSD, mai. de 2021. 
Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/t%C3%A9tano. Acesso em: 18 de set. de 
2022. 
SILVA, Danielle M. O tétano como doença de base para disfagia. Rev. CEFAC. 2010 Mai-
Jun; 12(3):499-504. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/t%C3%A9tano
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/t%C3%A9tano

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